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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

ENGENHARIA ELÉTRICA
FÁBIO BORGES DE JESUS
PAULO EDUARDO GOMES

VERIFICAR A PERIODICIDADE DA INSPEÇÃO DA


MALHA DE ATERRAMENTO

Salvador
2020
FÁBIO BORGES DE JESUS PAULO EDUARDO GOMES

VERIFICAR A PERIODICIDADE DA INSPEÇÃO DA


MALHA DE ATERRAMENTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao colegiado do curso de Engenharia Elé-
trica da Faculdade de Ciência e Tecnologia –
ÁREA1 como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Profº. Levi Góes de Queiroz,


M.Sc.

Salvador
2020
J58v , Fábio Borges de Jesus
Paulo Eduardo Gomes
VERIFICAR A PERIODICIDADE DA INSPEÇÃO DA MALHA DE ATERRA-
MENTO / Fábio Borges de Jesus
Paulo Eduardo Gomes . Salvador: FBJ,PEG, 2020

57 p.

Monografia (Graduação) – Faculdade de Ciência e Tecnologia – ÁREA1, 2020.

Orientador: Profº. Levi Góes de Queiroz.

1. Método de pontos equipotenciais. 2. Eletrodo de aterramento elétrico


cobreado. 3. Corrosão.
FÁBIO BORGES DE JESUS PAULO EDUARDO GOMES

VERIFICAR A PERIODICIDADE DA INSPEÇÃO DA


MALHA DE ATERRAMENTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao colegiado do curso de Engenharia Elé-
trica da Faculdade de Ciência e Tecnologia –
ÁREA1 como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Profº. Levi Góes de Queiroz, M.Sc.


Orientador(a)

Luiz Antônio de Azevedo Santos,


M.Sc.
Avaliador(a) 1

Lucas de Araújo Romeiro, M.Sc.


Avaliador(a) 2

Junho de 2020
Nota de estilo

Esta monografia foi elaborada considerando as normas de estilo (i.e. estéticas e estruturais)
propostas aprovadas em reunião com o Coordenador Operacional Acadêmico (COA),
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Paulo Eduardo Gomes , 2020. Alguns direitos reservados.
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AGRADECIMENTOS

A Deus que proporcionou a vida e capacidade intelectual.


À minha família, por toda a formação.
A meus parceiros de trabalho, pela paciência e compreensão.
Ao professor Levi Góes de Queiroz pela orientação, disponibilidade, apoio e paciência
tornando possível a realização desse trabalho.
Aos demais que contribuíram diretamente ou indiretamente pela elaboração desta mono-
grafia.
RESUMO

Este trabalho apresenta fundamentos técnicos baseados em estudos comparativos e de


verificação periódica em sistemas de aterramentos elétricos. Todos os resultados advindos
do estudo aqui proposto foram adquiridos através de medições e verificações em campo ao
longo de dois anos, todos os resultados foram comparados com resultados de outros modelos
e estudos já realizados, considerando a referência na literatura técnica e especializada.
Foram adotados critérios além de medições da resistividade do sistema, outros pontos
observados foram a incidência de corrosão formada entre os pontos de junção entre os
condutores de diferentes ligas, nesse caso em especial o cobre (Cu) e o alumínio (Al) e a
pratica de fusão isotérmica entre o condutor e a haste terra, entende-se que essa pratica de
junção a fogo agride a o revestimento de cobre existente sobre. haste tornando-a passiva
de oxidação.
Apesar de ser encontrados pontos de atenção tal estudo verifica-se a consistência da atual
modelagem proposta.
Palavras-chaves: Aterramento elétrico, corrosão, resistividade, fusão isotérmica.
ABSTRACT

This work presents technical foundations based on comparative studies and periodic
verification in electrical grounding systems. All results from the study proposed here were
acquired through measurements and field checks over two years, all results were compared
with results from other models and studies already carried out, considering the reference
in the technical and specialized literature.
Criteria were adopted in addition to measurements of the resistivity of the system, other
points observed were the incidence of corrosion formed between the junction points between
the conductors of different alloys, in this case in particular copper (Cu) and aluminum
(Al) and the practice of isothermal fusion between the conductor and the ground rod, it is
understood that this practice of joining with fire affects the copper coating on. rod making
it passive of oxidation.
In spite of finding points of attention, such a study verifies the consistency of the current
proposed modeling.
Key-words: Electrical grounding, corrosion, resistivity, isothermal fusion.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Esquema TT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 2 – Esquema TN-S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 3 – Esquema TN-C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 4 – Esquema TN-C-S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 5 – Esquema TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 6 – Esquema de ligação dos componentes para execução do Método de Wenner 24
Figura 7 – Solo estratificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 8 – haste cravada na vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 9 – haste na vertical em linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 10 – estrela de 4 pontas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 11 – haste em círculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 12 – malha reticulada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 13 – hastes em triângulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 14 – hastes por área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 15 – Ilustração do Método de Franklin ABNT NBR 5419-3:2015 . . . . . . . 32
Figura 16 – Exemplo de proteção de uma estrutura pelo método eletromagnético . 33
Figura 17 – método de queda de potencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 18 – Curva característica teórica da resistência de aterramento de um eletrodo
pontual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 19 – método de injeção de grandes correntes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 20 – Eletrodos aterrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 21 – Multi-Função Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 22 – Planta do porto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 23 – Laudo de aterramento Silo B1 ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 24 – Laudo de aterramento Silos B1 ponto 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 25 – Laudo de aterramento Silo B7 ponto 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 26 – Laudo de aterramento Silos B7 ponto 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 27 – Laudo de aterramento Armazém 1 ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 28 – Laudo de aterramento Armazém 1 ponto 2 . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 29 – Laudo de aterramento Armazém 2 ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 30 – Laudo de aterramento Armazém 2 ponto 2 . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 31 – Laudo de aterramento Tombador 1 -4 ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 32 – Laudo de aterramento subestação E ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 33 – Laudo de aterramento subestação E ponto 2 . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 34 – Laudo de aterramento subestação D ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 35 – Laudo de aterramento subestação D ponto 2 . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 36 – Laudo de aterramento Caixa D’água ponto 1 . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 37 – Laudo de aterramento Caixa D’água ponto 2 . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 38 – Tombador 1 -4 ponto 1 valores medidos em 25-04-19 . . . . . . . . . . 51
Figura 39 – Tombador 1 -4 ponto 1 valores atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 40 – Caixa D’agua ponto 1. valores medidos em 25-04-19 . . . . . . . . . . . 52
Figura 41 – Caixa D’agua ponto 1. valores atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diversas combinações influencia nos valores de resistividade do solo


assim nos quais são aparentemente iguais tem resistividade diferentes. . 23
Tabela 2 – Classificação das estruturas referentes ao nível de proteção do SPDA . 31
Tabela 3 – Apresenta os resultados dos pontos de conexão verificados durante o
ensaio para a metodologia de equipotenciais. . . . . . . . . . . . . . . . 50
Tabela 4 – Apresenta os resultados dos pontos de conexão verificados durante o
ensaio para a metodologia de equipotenciais. . . . . . . . . . . . . . . . 53
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

GND Ground (Terra)

SciELO Scientific Eletronic Library Online (Biblioteca Eletrônica Cientifica


Online)

NBR Norma Brasileira

NR Norma Regulamentadora

SPDA Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas

PE Condutor de Proteção

PEN Condutor de Proteção Neutro

AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro

DPS Dispositivo de Proteção Contra Surto

PIE Prontuário de Inspeção Elétrica

BEP Barramento de Equivalência Principal

ART Anotação de Responsabilidade Técnica


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.1 Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3.2 Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.4 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.5 Estrutura da monografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

2 SISTEMAS DE ATERRAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 TIPOS DE ATERRAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ESQUEMAS DE ATERRAMENTOS EM
BAIXA TENSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.1 Esquema TT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.2 Esquema TN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.2.1 Esquema TN-S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.2.2 Esquemas TN-C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.2.3 Esquema TN-C-S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.3 ESQUEMA TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3 RESISTIVIDADE DE ATERRAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 MÉTODO DE WENNER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.1 TIPOS DE SOLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.1.2 ESTRATIFICAÇAO DO SOLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.1.3 TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4 DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATER-


RAMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.1 TIPOLOGIAS DE MALHAS DE ATERRAMENTOS . . . . . . . . . 27
4.1.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS . . 29
4.1.2 NIVEL DE PROTEÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.3 MÉTODOS DE PROTEÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.1.4 MÉTODO FRANKLIN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.2 MÉTODO ELETROGEOMÉTRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2.1 MÉTODO GAIOLA DE FARADAY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5 TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO . . . . . . . . . . . 35
5.1 TECNICA DE INSPEÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.1.1 NECESSIDADE DE FAZER A INSPERÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.1.2 PERIODICIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.1.3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.2 PROCEDIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.2.1 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.2.2 COMPARATIVO EM REALAÇÃO AO ANO ANTERIOR . . . . . . . . . . 51
5.2.3 QUEM FAZ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
6.1 RESULTADOS ALCANÇADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
6.3 ESTUDOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
15

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o setor elétrico tem realizado transformações tecnológicas em nível
mundial. Essas transformações estão sendo impulsionadas por inovações advindas da
eletrônica de potência, microeletrônica e telecomunicações o aterramento elétrico vem
desempenhando papel chave na proteção, confiabilidade e qualidade de energia dos sistemas
elétricos, seja no âmbito residencial, comercial e industrial, dada sua importância, na
segurança à vida das pessoas e dos animais. Na engenharia elétrica, o terra ou em inglês
groud, conhecido como GND. significa constituir uma ligação intencional e de baixa
impedância com a terra, o qual deve prover meios de condução de correntes elétricas
para o solo em condições normais, necessária para garantir o melhor desempenho da
instalação elétrica. Por se encontrarem enterrados e de difícil inspeção visual, os sistemas
de aterramentos tendem a ser esquecidos, sendo somente percebidos quando problemas
oriundos do aumento da resistência de aterramento gerem problemas de queimas de
equipamentos, choques elétricos inesperados, falhas na atuação de dispositivos de comando
e proteção, etc. A importância do sistema de aterramento visa proporcionar que um dado
sistema de energia elétrica opere corretamente, através de uma adequada continuidade de
serviço, com desempenho seguro do sistema de proteção e garantia dos limites de níveis de
segurança pessoal (KINDERMANN; CAMPAGNOLO, 1995).

1.1 PROBLEMA
No cenário atual energia elétrica tornou-se um bem indispensável das pessoas, logo um
funcionamento inadequado do aterramento é prejudicial ao sistema elétrico a ausência
da atuação da proteção o funcionamento de uma máquina que gere choques elétricos ao
operador e que apresente resposta lenta. Tão logo a inoperabilidade de um aterramento
elétrico ou a presença de falhas acarretam transtornos de ordem econômica, pessoal e
principalmente de segurança a vida das pessoas. Neste contexto a seguir encontram-se
especificados nos problemas referentes a um mau funcionamento do sistema de aterramento
(CAPELLI, 2007).

1.2 JUSTIFICATIVA
Um dos principais fatores que proporcionam maior influência no aumento do valor da
resistência de aterramento e consequentemente acarreta os diversos problemas é a cor-
rosividade a qual os eletrodos de aterramento cobreados estão submetidos encontra-se
enterrado e em difícil inspeção visual.
Capítulo 1. Introdução 16

1.3 OBJETIVOS
1.3.1 GERAL
Constatar a periodicidade da manutenção da malha de aterramento e apontar os problemas
constatados.

1.3.2 ESPECÍFICOS
Apresentar a suma importância das inspeções de um sistema de aterramento que é
essencial para garantir que a rede elétrica da construção possa trabalhar com todas as
cargas necessárias sem que haja distúrbios indesejados.
Instruir que o laudo de aterramento elétrico é um documento extremamente importante,
que deve ser solicitado a empresas e profissionais especializados para que a construção
obtenha as devidas licenças de funcionamento, fornecidas por órgãos governamentais de
cada município.

1.4 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho foi a pesquisa bibliográfica
através da consulta e análise de livros, artigos e estudos já realizados sobre o tema,
extraindo as contribuições cientificas de pesquisadores sobre o assunto. Através da pesquisa
bibliográfica foi possível obter dados relevantes para a planificação do trabalho. Por se
tratar de um tema importante para instalações de aterramentos além de livros foram
consultadas informações em normas técnicas brasileiras mas um estudo de caso.

1.5 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA


O estudo foi estruturado em 6 (seis) partes.

• Capítulo 1: Foram colocadas as considerações iniciais, problematização, justificativa


objetivos e métodos de pesquisa utilizados no trabalho.

• Do Capítulo 2 ao Capítulo 4: Constitui no referencial teórico, no qual é apresentado


os conceitos, características e cenário relativo ao tema. Este capítulo os sistemas de
aterramentos.

• Capítulo 5: Foi apresentado as inspeções de medições de sistemas de aterramentos.

• Capítulo 6: Foi apresentado os resultados obtidos na pesquisa, demonstrando a


periodicidade de inspeções de aterramentos.
17

2 SISTEMAS DE ATERRAMENTOS

Em uma instalação elétrica, um sistema de aterramento conecta partes específicas dessa


instalação à superfície condutora da Terra para fins de segurança e funcionais. O ponto de
referência é a superfície condutora da Terra. A escolha do sistema de aterramento pode
afetar a segurança e a compatibilidade eletromagnética da instalação (KINDERMANN;
CAMPAGNOLO, 2013).
Os regulamentos para sistemas de aterramento variam consideravelmente entre os paí-
ses, embora a maioria siga as recomendações da Comissão Eletrotécnica Internacional.
Os regulamentos podem identificar casos especiais de aterramento em minas, áreas de
atendimento ao paciente ou em áreas perigosas de plantas industriais.
Além dos sistemas de energia elétrica, outros sistemas podem exigir aterramento para
segurança ou função. Estruturas altas podem ter pára-raios como parte de um sistema
para protegê-los de descargas atmosféricas. As linhas telegráficas podem usar a Terra
como um condutor de um circuito, economizando o custo de instalação de um fio de
retorno em um longo circuito. As antenas de rádio podem exigir aterramento específico
para a operação, além de controlar a eletricidade estática e fornecer proteção contra raios
(MORENO; COSTA, 2012).
Porém para projetar um sistema de aterramento que opere adequadamente, com um
desempenho seguro que garanta os limites (dos níveis) de segurança, é fundamental estudo
prévio do sistema elétrico em questão, levando em conta vários fatores como: resistividade
aparente do solo, tipo de material utilizado para aterrar e o dimensionamento do sistema,
com a base neste dados disponíveis e parâmetros pré-fixados, sejam consideradas todas as
possíveis condições a que o sistema possa ser submetido (KINDERMANN; CAMPAGNOLO,
2013).

2.1 TIPOS DE ATERRAMENTOS


Existem diversos modelos de sistemas de aterramentos que devem ser realizados de modo
a garantir a sua melhor ligação com a terra. Os eletrodos podem ter vários posicionamento
e dimensão no solo, onde deve ser aplicado aquele que se adequara a sua estrutura física.
Os principais são:

• Uma haste simples cravada no solo;

• Hastes alinhadas;

• Hastes em triângulos;
Capítulo 2. SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 18

• Hastes em quadrado;

• Hastes em círculos;

• Placas de material condutor enterradas no solo;

• Hastes Concretadas.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS ESQUEMAS DE ATERRAMENTOS


EM BAIXA TENSÃO
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR5410) possui uma norma que rege
o campo de instalações elétricas em baixa tensão e utiliza a seguinte simbologia para
classificar os sistemas de aterramento em relação à alimentação e das massas em relação à
terra (ABNT, 2004).
Para nos aprofundar no estudo temos que analisar os esquemas de aterramento elétrico
em baixa tensão e é necessária a abordagem das referências de alimentação elétrica da
concessionária distribuidora e das massas em relação à terra. A classificação é realizada
por letras, como segue Kindermann & Campagnolo (1995). A primeira letra especifica a
situação da alimentação em relação à terra:

• T - A alimentação, lado fonte, tem um ponto diretamente aterrado;

• I - Isolamento de todas as partes vivas da fonte de alimentação em relação à terra


ou aterramento de um ponto através de uma impedância elevada. Já a segunda letra
especifica a situação das massas (carcaças) das cargas ou equipamentos em relação à
terra;

• T - Massas aterradas distintas, isto é, independente do aterramento do lado da fonte;

• N - Massas ligadas ao ponto de aterramento do lado da fonte, sendo que em corrente


alternada o ponto aterrado é normalmente o ponto de neutro;

• I - Massa isolada, isto é, não aterrada. Outras letras apresentam a forma da ligação
do aterramento da massa do equipamento, usando o sistema de aterramento da fonte;

• S - Separado, isto é, o aterramento da massa é realizado com um condutor distinto


do condutor de neutro, chamado de condutor PE;

• C - Comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento é realizado através do


condutor de neutro, cuja nomenclatura agora é PEN.
Capítulo 2. SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 19

2.2.1 ESQUEMA TT
Este esquema possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as massas
da instalação ligadas a um eletrodo de aterramento eletricamente distinto do eletrodo
de aterramento da fonte, ou seja, os equipamentos são aterrados com uma haste própria,
diferente da usada para o neutro.

Figura 1 – Esquema TT

Fonte: NBR 5410 (ABNT, 2004)

2.2.2 ESQUEMA TN
Como no esquema TT, o neutro da fonte também é aterrado diretamente, estando todas
as partes metálicas expostas e todas as partes metálicas não pertencentes à instalação
ligadas a esse ponto por condutores metálicos.
Nesse caso, o percurso de uma corrente fase-massa possui uma impedância baixíssima e a
corrente pode atingir valores elevados, suficientes para serem detectados e interrompidos
por disjuntores ou fusíveis. No esquema TN, podemos ter as seguintes variações:

2.2.2.1 ESQUEMA TN-S

Este sistema observa-se que o condutor de neutro é aterrado logo na saída do transformador
e levado até a carga. Paralelamente, outro condutor identificado como PE é utilizado como
fio terra, e então é interligado todas as carcaça (massa) dos equipamentos.
Os dois condutores diferentes ligados a haste de aterramento, sendo que um condutor possui
a funcionalidade de neutro para o sistema elétrico e outro condutor possui a finalidade
de proteção (terra). Algo que evidencia é que nesta topologia o sistema de aterramento
apresenta a equipotencialização dos eletrodos de aterramento para a instalação, isto é,
mantém-se o potencial zero para o neutro e para a proteção (terra).
Capítulo 2. SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 20

Essa configuração traz um aspecto relevante para a segurança pessoal, pois como as
massas estão ligadas ao ponto aterrado da fonte diferente do neutro, elas mantêm o mesmo
potencial, que é zero, submetendo o operador do equipamento a uma tensão de toque nula.
Outro aspecto positivo é que o cabo de proteção (PE) fica imune aos resíduos elétricos
gerados pelos desequilíbrios das cargas e as harmônicas geradas pelas cargas lineares que
escoam pelo condutor neutro.
A utilização de condutores separados N e PE é obrigatória para circuitos com seção inferior
a 10 mm2 para cobre e 16 mm2 para alumínio e em equipamentos móveis.

Figura 2 – Esquema TN-S

Fonte: NBR 5410 (ABNT, 2004)

2.2.2.2 ESQUEMAS TN-C

O esquema de aterramento TN-C, é considerado um dos esquemas mais comuns, pois,


sua implantação possui menor custo em relação a outros modelos. Na aplicação desse
esquema, as funções de neutro e de proteção “Terra”, são combinadas em um só condutor
classificado como PEN, ou seja, condutor de proteção neutro.
Este modelo remete a um cenário equipotencial eficiente com o uso de eletrodos espaçados
de forma equidistantes. Este esquema não é permitido para condutores com seção a 10
mm2 e para os equipamentos portáteis e flexíveis. Além disso, ele apresenta características
em possíveis situações de falha que o tornam proibidos em locais que existam riscos de
incêndio.
Capítulo 2. SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 21

Figura 3 – Esquema TN-C

Fonte: NBR 5410 (ABNT, 2004)

2.2.2.3 ESQUEMA TN-C-S

Os esquemas TN possuem um ponto da alimentação diretamente aterrado, o equipamento


tem o seu aterramento que usa um fio separado que, após certa distância, é conectado ao
fio neutro.

Figura 4 – Esquema TN-C-S

Fonte: NBR 5410 (ABNT, 2004)

No Brasil, o esquema de ligação TN é o mais instalado, quando se tratam de instalações


alimentadas pela rede pública de baixa tensão da concessionária de energia elétrica e,
quase sempre, a instalação é do tipo TN-C até a entrada. Do ponto de entrada em diante,
o neutro é aterrado por razões funcionais e segue para o interior da instalação separado do
condutor de proteção (TN-S).
Capítulo 2. SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 22

2.2.3 ESQUEMA TI
Este esquema é parecido com o TT, porém o aterramento da fonte é realizado através de
uma impedância com um valor elevado. Normalmente utiliza-se uma impedância na ordem
de 1000 a 2000 Ohms entre o neutro do enrolamento de baixa tensão do transformador e a
terra. Com isso, limita-se a corrente de falta a um valor desejado, de forma a não permitir
que uma primeira falha desligue o sistema. Geralmente, essa corrente não é perigosa para as
pessoas, mas como a instalação estará operando em condição de falta, devem ser utilizados
dispositivos que monitorem a isolação dos condutores, evitando a excessiva degradação
dos componentes da instalação.
Todas as partes condutoras expostas e estranhas à instalação são ligadas a um eletrodo de
terra.
Figura 5 – Esquema TI

Fonte: NBR 5410 (ABNT, 2004)

Este tipo de esquema de aterramento possui diversas vantagens e desvantagens. As


principais vantagens são:
Continuidade (mantém o circuito em funcionamento quando submetido ao primeiro
defeito); Limitar a corrente de curto-circuito de acordo a capacidade de suportabilidade dos
componentes da instalação; Reduzir as harmônicas de maneira acentuada na operação do
sistema elétrico utilizado; Segurança pessoal (protege o operador contrachoques elétricos).
Por outro lado, este esquema de aterramento apresenta dificuldade em sistemas de grande
porte, obrigando o emprego de dispositivos e técnicas especiais para a sinalização e
localização do primeiro defeito. Na ocorrência de um segundo defeito, a segurança humana
é comprometida.
No geral, o uso dos sistemas IT fica restrito aos casos onde uma primeira falha não pode
desligar imediatamente a alimentação. Têm-se, como exemplo, processos importantes como
salas de cirurgia e processos metalúrgicos.
23

3 RESISTIVIDADE DE ATERRAMENTO

A inspeção das condições elétricas para instalação de um sistema de aterramento é neces-


sária para obtenção da decisão correta de instalação visando a adequação da normatização
vigente, já apresentada. Logo a medição do aterramento elétrico constitui-se a principal
ferramenta de resposta, a qual é apresentada a seguir. Visto a característica do solo escolher
a localização do sistema a posição estratégica ocupada pelos equipamentos elétricos impor-
tantes do sistema elétrico. Definido o local da instalação do sistema faz o levantamento
através de medições, para obter informações necessárias a elaboração do projeto.
A resistividade do solo vai depender do tamanho do sistema de aterramento projetado. A
dispersão de correntes elétricas atinge camadas profundas com o aumento da área envolvida
pelo aterramento.

Tabela 1 – Diversas combinações influencia nos valores de resistividade do solo assim nos
quais são aparentemente iguais tem resistividade diferentes.
Tipo de Solo Resistividade (Ω.m)
Lama 5 a 100
Húmus 10 a 150
Limo 20 a 100
Argilas 80 a 330
Terra de Jardim 140 a 480
Calcário Fissurado 500 a 1.000
Calcário Compacto 1.000 a 5.000
Granito 1.500 a 10.000
Areia comum 3.000 a 8.000
Basalto 10.000 a 20.000
Fonte: Adaptada de (KINDERMANN; CAMPAGNOLO, 1995)

O levantamento dos valores da resistividade é feito através de medições em campo, com


instrumentos do tipo terrômetro, utilizando-se métodos de prospecção geoelétricos, segundo
Kindermann & Campagnolo (1995) os métodos de medição são resultados da análise de
características práticas das equações de Maxwell do eletromagnetismo, aplicadas ao solo.
A conceituação de resistividade do solo pode ser entendida como a resistência elétrica
medida entre as faces opostas de um cubo de dimensões unitárias (aresta L de 1 m, área
das faces A de 1 m2 ) preenchida com este solo, conforme expressão da eletrodinâmica já
conhecida (VISACRO FILHO, 2016).

𝑅.𝐴
𝑝= (3.1)
𝐿
Sendo:
Capítulo 3. RESISTIVIDADE DE ATERRAMENTO 24

𝑝 - Resistividade, em Ω.m;
𝑅 - Resistência, em Ω;
𝐴 - Área, em m2 ;
𝐿 - Comprimento, em m.
Verifica - se que um solo apresenta sua resistividade dependente das dimensões do sistema
de aterramento, pois a dispersão de correntes elétricas atinge camadas profundas com o au-
mento da área envolvida pelo aterramento. Neste caso é necessário conhecer a resistividade
aparente que o solo apresenta para o aterramento pretendido, pois a resistividade do solo
espelha suas características geoelétricas Kindermann & Campagnolo (1995). Para tanto o
levantamento dos valores de resistividade do solo são realizadas através de medições em
campo com a utilização de métodos de prospecção geoelétricas, dentre os quais são citados
pela bibliografia em geral: Método de Wenner, Método de Lee e Método de Schlumbeger –
Palmer. Aceito universalmente para medições de resistividade do solo, o método de Wenner
será citado neste trabalho.

3.1 MÉTODO DE WENNER


O método utiliza um Megger, instrumento de medida de resistência que possui quatro
terminais, dois de corrente e dois de potencial e consiste em colocar quatro eletrodos de
teste em linha separados por uma distância d e enterrados no solo com a uma mesma
profundidade. Os dois eletrodos extremos estão ligados aos terminais de corrente 𝐶1 e 𝐶2
e os dois eletrodos centrais estão ligados aos terminais de potencial 𝑃1 e 𝑃2 do aparelho.

Figura 6 – Esquema de ligação dos componentes para execução do Método de Wenner

Fonte: (KINDERMANN; CAMPAGNOLO, 1995)


Capítulo 3. RESISTIVIDADE DE ATERRAMENTO 25

Onde:
R → Leitura da resistência em Ω no Megger, para uma profundidade “d”;
d → Espaçamento das hastes cravadas no solo [m];
p → Profundidade da haste cravada no solo [m].
Alguns instrumentos do tipo Megger de terra dispõem de um terminal guarda ligado
a um eletrodo, com o objetivo de minimizar os efeitos das correntes parasitas de valor
relativamente elevado, que podem distorcer os resultados lidos.

3.1.1 TIPOS DE SOLO


Não possuem um valor específico da resistividade do solo (𝜌) por intermédio do tipo de
solo em que será implementado o sistema de aterramento, é um método questionável isto
porque não é possível obter um valor exato. Conforme apresentado a resistividade do solo
possuí uma faixa de valores referenciais bastante extensas, que variam conforme o tipo do
solo, época do ano podem causa mudança acentuada, tornando impossível a obtenção de
um valor confiável. “Além disso, a experiência mostra que, usualmente, são encontrados
valores diferentes de resistividade para a mesma variedade do solo de localidades distintas”
(VISACRO FILHO, 2016).

3.1.2 ESTRATIFICAÇAO DO SOLO


O solo é constituído, em geral, por várias camadas horizontais com formação geológica
diferente, por esta razão o solo é modelado em camadas estratificadas considerando as
características que normalmente apresentam os solos, em virtude da sua própria formação
geológica ao longo dos anos, a modelagem em camadas estratificadas, isto é, em camadas
horizontais, tem produzido excelentes resultados comprovados na prática. O modelo ideal
de um solo dividido em camadas. Na prática, o solo é estratificado em até, no máximo,
duas camadas para o cálculo das suas respectivas resistividades. Depois da segunda camada
de solo, as medições já apresentam erros devido à limitação dos equipamentos de medição.
A resistividade de cada camada, assim como a profundidade podem ser determinadas
através de dois métodos 2 principais de estratificação do solo, conforme abaixo:
Capítulo 3. RESISTIVIDADE DE ATERRAMENTO 26

Figura 7 – Solo estratificado

Fonte: (LIMA FILHO, 2013)

3.1.3 TRATAMENTO QUÍMICO DO SOLO


Todo sistema de aterramento depende da sua relação com adição de sais na terra circunvi-
zinha a um aterramento diminui sua resistividade e, consequentemente, a sua resistência de
terra. É comum o emprego de cloreto de sódio ou sulfato de cobre ou, ainda, de produtos
químicos industrializados com essa finalidade. Nesse tratamento deve-se cuidar que os sais
não entrem em contato direto com o eletrodo para evitar a corrosão, e também manter
um controle do valor da resistência de terra, pois este pode aumentar com o tempo devido
à dispersão dos sais pelo solo (VISACRO FILHO, 2016). Esta prática pode ser muito
eficiente para aterramentos de pequena dimensão. Embora a redução da resistividade seja
promovida apenas nas proximidades dos eletrodos, é justamente esta porção do solo que é
responsável pela maior parcela da resistência de aterramento. Reduções superiores a 50%
do valor da resistência de aterramento podem ser obtidas, se a dimensão do sistema é
muito pequena (por exemplo, umas poucas hastes). Entretanto, no caso de aterramentos
extensos, como é o caso de malhas de subestação, raramente se alcança redução superior a
15% no valor da resistência com o tratamento químico (VISACRO FILHO, 2016).
27

4 DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTE-


MAS DE ATERRAMENTOS

Serão apresentados os sistemas de aterramento mais simples com geometria e configuração


efetuadas por hastes, anel e cabos enterrados no solo. O escoamento da corrente elétrica
espalha-se ou absorve-se pelo sistema de aterramento que se dá através de uma resistividade
aparente que é a resistividade vista pelo sistema de aterramento em integração com o solo,
considerando a profundidade atingida pelo escoamento das correntes elétricas. Portanto,
serão analisados, inicialmente, os sistemas de aterramento em relação a uma resistividade
aparente (KINDERMANN; CAMPAGNOLO, 2013).

4.1 TIPOLOGIAS DE MALHAS DE ATERRAMENTOS


Quanto à sua topologia, diversos são os tipos de sistemas de aterramento existentes. No
entanto, as variações estão basicamente na forma geométrica em que os condutores estão
dispostos, interconectados entre si (abaixo do solo). Assim, quanto ao formato geométrico.
A) Uma haste cravada verticalmente em um solo homogêneo:

Figura 8 – haste cravada na


vertical

𝑝 4𝐿
𝑅𝑇 = (𝑙𝑛 − 1) (4.1)
2𝜋𝐿 𝑎

Fonte: (KINDERMANN,
2011)

B) Hastes verticais em linha:

Figura 9 – haste na vertical


em linha

1 4𝐿 𝐿 1, 781𝑛
𝑅𝑡 = (𝑙𝑛 − 1 𝐿𝑛 ) (4.2)
𝑛𝑛2𝜋𝐿 𝑎 𝑑 2, 718

Fonte: (KINDERMANN,
2011)
Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 28

C) Estrela de quatro pontas:

Figura 10 – estrela de 4 pon-


tas

𝑝 𝐿 2𝑑
𝑅𝑡 = (𝐿𝑛 + 2, 91 − 1, 07 ..) (4.3)
8𝜇𝐿 𝑑 𝐿

Fonte: (KINDERMANN,
2011)

D) Hastes em círculo:

Figura 11 – haste em cír-


culo

1 𝑝 4𝐿 𝐿 2𝑛
𝑅𝑡 = (𝐿𝑛 − 1 + 𝐿𝑛 ) (4.4)
𝑛 𝑛2𝜋𝐿 𝑎 𝑑 𝜋

Fonte: (KINDERMANN,
2011)

E) Malha reticulada:

Figura 12 – malha reticulada

𝑝 𝑝
𝑅𝑡 = 0, 443 √ + (4.5)
𝐴 𝐿

Fonte: (KINDERMANN, 2011)

F) Hastes em triângulo:

Figura 13 – hastes em triân-


gulo
1 + 2𝑟/𝑠
𝑅𝑡 = 𝑅11 (4.6)
3

𝑝 4𝐿
𝑅11 = (𝐿𝑛 − 1) (4.7)
2𝜋𝐿 𝑎
Fonte: (KINDERMANN,
2011)
Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 29

G) Hastes dispostas em área:

Figura 14 – hastes por área

1 𝑝 4𝐿 𝑘1𝐿 √
𝑅𝑡 = (𝐿𝑛 − 1 + 2 √ ( 𝑛 − 1)2 ) (4.8)
𝑛 2𝜇𝑙 𝑎 𝐴

Fonte: (KINDERMANN,
2011)

4.1.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS


O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, também chamado de SPDA,
é um sistema que protege edificações, equipamentos, instalações elétricas, sistemas de
telecomunicações, pessoas e animais contra a incidência direta e indireta de raios.
Edificações devem ser protegidas contra a incidência diretas dos raios, já os equipamentos
elétricos e eletrônicos devem ser protegidos contra incidências indiretas, que são os surtos
induzidos ou injetados via aterramento (CREDER, 2014).
O SPDA não impede a ocorrência dos raios; para-raios não atraem raios; uma para-raios
bem dimensionado reduz significativamente os perigos e os riscos de danos, pois captam
os raios que cairiam na região e proporciona um caminho seguro para seu escoamento; é
preferível não ter para-raios a um mal dimensionado; e o SPDA deve possuir a função
de prevenir o crescimento do gradiente de tensão entre o solo e a nuvem e proteger as
estruturas contra os danos que podem ocorrer devido as descargas (LIMA FILHO, 2013).
Dividido em três principais os sistema de proteção contra descargas diretas pode ser:
Sistema Captores, Sistema de Descida e Sistema de Aterramento (CREDER, 2014).
O Sistema Captores são os elementos condutores expostos, normalmente fixado na parte
mais alta da edificação, que recebe o contato direto da descarga. Pode ser dividido em
Captores Naturais e Captores não Naturais, que são, respectivamente, estruturas da própria
edificação a ser protegida, como telhados metálicos; e estrutura fixada na edificação com a
intensão de receptar as descargas, como os captores tipo Franklin8 (MAMEDE FILHO,
2013).
O Sistema de Descida são os sistemas que interligam os Sistemas Captor ao de Aterramento.
Proporciona um caminho seguro à corrente de falta proveniente das descargas atmosféricas
até o solo, este Sistema também é dividido em Sistema de Descida Natural e não Natural,
Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 30

sendo, respectivamente, parte integrante do sistema construtivo da edificação, como a


armadura de aço dos pilares e vigas, e constituído de condutores expostos ou não, dedicados
exclusivamente à interligação ao Sistema de Aterramento. No sistema Natural constituído
de elementos metálicos embutidos nas fundações da edificação; é o não Natural, sendo de
elementos condutores enterrados horizontal ou verticalmente que dispersam as correntes
no solo.
Como um todo, ou seja, sendo Natural ou não Natural, deve atender determinadas
condições para que possua eficiência e eficácia. São elas: A existência de uma única malha
de aterramento; dimensionamento e arranjos adequados da malha; manter resistência de
aterramento de no máximo 10Ω; e caso haja mais de um aterramento em uma mesma
área, os mesmos deverão ser conectados
A finalidade do Sistema de Aterramento é escoar as correntes de falta proveniente das
descargas atmosféricas para o solo, evitando que a edificação seja danificada, assim como
suas instalações elétricas. É formado por hastes encravadas no solo (MAMEDE FILHO,
2013).

4.1.2 NIVEL DE PROTEÇÃO


Os níveis de proteção podem variar de acordo com a eficiência do sistema em proteger o
volume em questão, pois o conteúdo da edificação irá alterar o rigor das medidas do SPDA
onde o nível mais alto (nível I) ao mais baixo (Nível IV) (LIMA FILHO, 2013).
A NBR 5419 (ABNT, 2005) define quatro níveis de proteção que podem ser relacionados
com as estruturas a serem protegidas. Abaixo a descrição dos Níveis segundo (SOUZA et
al., 2012).

• Nível I: destinado às estruturas nas quais uma falha do sistema de proteção pode
causar danos às estruturas vizinhas ou ao meio ambiente;

• Nível II: destinado às estruturas cujos danos em caso de falha serão elevados ou
haverá destruição de bens insubstituíveis e/ou de valor histórico, mas, em qualquer
caso, vão se restringir à própria estrutura e ao seu conteúdo, bem como os casos de
estrutura com grande aglomeração de público, havendo, portanto, riscos de pânico;

• Nível III: destinado às estruturas de uso comum;

• Nível IV: destinado às estruturas construídas de material não inflamável, com pouco
acesso de pessoas, e com conteúdo não inflamável.
Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 31

Tabela 2 – Classificação das estruturas referentes ao nível de proteção do SPDA

Classificação Tipo da Efeitos das descargas Nivel de


da estrutura estrutura atmosféricas proteção
Perfuração da isolação de instalações
Residências. elétricas e danos materiais. Danos III
normalmente limitados a objetos no
ponto de impacto ou no caminho do raio.
Risco direto de incêndio e tensões
Fazendas, de passo perigosas. Risco indireto devido
2)
estabelecimentos à interrupção de energia e risco de vida III ou IV
agropecuários. para animais devido à perdas de
controles eletrônicos, ventilação,
suprimento de alimentação e outros.
Teatros, escolas Danos às instalações elétricas
lojas de departamento, (por exemplo: iluminação) e possibilidade
áreas esportivas de pânico. Falha do sistema de alarme II
e igrejas. contra incêndio causando atraso no socorro.
Bancos, companhias Como acima, além dos efeitos
de seguro, companhias indiretos com a perda de comunicações II
Estruturas comerciais e outros. falha dos computadores e perda de dados.
Comuns 1) Hospitais Como para escolas, além dos efeitos
casas de repouso indiretos para pessoas em tratamento II
e prisões. intensivo e dificuldade de resgate
de pessoas imobilizadas.
Efeitos indiretos conforme o conteúdo das
Indústrias. estruturas, variando de danos pequenos a III
prejuízos inaceitáveis e perda de produção.
Museus, locais Perda de patrimônio cultural II
arqueológicos. insubstituível.
Interrupção inaceitável de serviços
Estruturas Estações de tele- públicos por breve ou longo período
com risco comunicações, usinas de tempo. Risco indireto para imediações I
confinado. elétricas industriais. devido a incêndios e outros
com risco de incêndio.
Estruturas com Refinarias, postos Risco de incêndio e explosão
risco para os de combustível, para a instalação e I
os arredores. fábricas de fogos e seus arredores.
fábricas de munição.
Estruturas com Indústrias quimicas, Risco de incêndio e falhas de
risco para o usinas nucleares operação, com consequências I
meio ambiente. laboratórios. perigosas e para o meio ambiente.
bioquímicos.
1)
ETI (equipamentos de tecnologia da informação) podem ser instalados em todos os tipos
de estruturas, inclusive estruturas comuns. É impraticável a proteção total contra danos
causados pelos raios dentro destas estruturas; não obstante, devem ser tomadas
medidas (conforme a NBR 5410) de modo a limitar os prejuízos a níveis aceitáveis
2)
Estruturas de madeira: nível III; estruturas nível IV. Estruturas contendo produtos
agrícolas potencialmente combustíveis (pós de grãos) sujeitos a
explosão são considerados com risco para arredores.
Fonte: NBR 5419 (ABNT, 2005)
Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 32

4.1.3 MÉTODOS DE PROTEÇÃO


Os projetos de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, existe três modelos cada
um utilizando de uma diferente técnica de proteção Características físicas da edificação
(altura, materiais de construção utilizados, conteúdo etc.) são elementos decisivos no
processo de escolha de qual será o método que garantirá maior proteção alinhada a um
menor custo. isto é, Franklin (Ângulo de proteção), Eletrogeométrico (esfera rolante) e
gaiola de Faraday (malhas), que podem ser escolhidos de acordo com cada projeto em
específico. Cabe ao projetista verificar qual o método mais adequado para ser implementado.

4.1.4 MÉTODO FRANKLIN


O Método de Franklin se baseia no princípio de que uma descarga piloto descendente
pode ser interceptada por uma descarga ascendente iniciada a partir de um dos captores
instalados na edificação. Assim, a circulação da corrente de descarga se daria pelos
condutores previstos no SPDA, a aproximação do segmento de círculo por um segmento
de reta pode ser feita, pois o raio de atração Ra apresenta um valor alto. Sendo assim,
essa simplificação se mostra bem razoável esta hastes captora em forma de ponta que é
fixada em mastro elevado, à qual é ligado um ou mais cabos de descida que se interligam
ao eletrodo de aterramento, proporcionando o caminho de escoamento da descarga (LIMA
FILHO, 2013, p. 231). Da ponta do captor ao solo é desenhado um cone que indica o
volume de proteção. A edificação deve ficar dentro do cone, cujo ângulo da geratriz com
a vertical varia segundo o nível de proteção desejado e para uma determinada altura
da construção. Segundo a NBR 5419-3 (ABNT, 2015), este método é adequado para
edificações de formato simples e de altura limitada, de acordo com a Figura.

Figura 15 – Ilustração do Método de Franklin ABNT NBR 5419-3:2015

Fonte: NBR 5419:3 (ABNT, 2015)


Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 33

4.2 MÉTODO ELETROGEOMÉTRICO


O método conhecido por Esfera Rolante, se baseia para delimitar o volume de proteção
dos captores de um SPDA, quando constituído de hastes, cabos, ou de uma combinação de
ambos. É adequado para estruturas de grande altura ou de formas arquitetônica complexas
(SOUZA et al., 2012).
Os captores são posicionados de uma maneira em que qualquer líder descendente que surja
nas imediações do volume de proteção estaria distando Ra metros de um captor e uma
distância maior do que Ra metros de qualquer parte da edificação. Dessa forma, o líder
descendente só se conectaria a descarga ascendente através de um dos captores do SPDA.
O método Eletrogeométrico se fundamenta na premissa de uma esfera de raio R com o
centro localizado na extremidade do líder antes do seu último salto (MAMEDE FILHO,
2013).

Figura 16 – Exemplo de proteção de uma estrutura pelo método eletromagnético

Fonte: NBR 5419:3(ABNT, 2015)

O raio da esfera pode ser calculado pela seguinte equação:

𝑅 = 10.𝐼𝑚𝑎𝑥0, 65 (4.9)

Onde: Imax é o valor máximo da corrente de crista do primeiro raio negativo, em KA; E
R, em m.

4.2.1 MÉTODO GAIOLA DE FARADAY


O método Gaiola de Faraday é indicado para edificações com uma grande área horizontal,
nas quais seria necessária uma grande quantidade de captores, utiliza condutores instalados
em malha envolvendo toda a estrutura da edificação a ser protegida, proporcionando um
Capítulo 4. DIMENSIONAMENTO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS DE ATERRAMENTOS 34

campo magnético nulo em seu interior (LIMA FILHO, 2013). Nas rede de condutores,
lançada na cobertura e nas laterais da instalação, forma uma blindagem eletrostática,
destinada a interceptar as descargas atmosféricas incidentes. Elementos metálicos estru-
turais, de fachada e de cobertura, podem integrar esta rede de condutores, desde que
atendam a requisitos específicos. Edificações com estruturas metálicas e continuidade
elétrica nas ferragens estruturais, assim como o aterramento em fundações (ou anel) têm
bom desempenho como Gaiola de Faraday. Galpões em estrutura metálica (colunas e
cobertura) constituem-se em Gaiolas de Faraday naturais, mesmo assim, devem ser comple-
mentados com um aterramento adequado, preferencialmente integrado às armaduras das
fundações. A Gailola de Faraday pode se fazer também em equipamentos elétricos (fontes
de alimentação, inversores de frequência, PCs etc.), utilizando o conceito de Faraday que
não permite que cargas elétricas penetrem ou saiam do ambiente em que estão confinadas.
Dessa forma, esses equipamentos possuem suas caixas de montagem feitas de metal que
são ligadas ao terminal terra.
35

5 TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO

Nas medições feitas serão analisados os seguintes, o estado de conservação dos componentes
do subsistema de Captação, terminais aéreos, malhas, cabos e conexões; O estado de
conservação dos componentes do subsistema de Descida, cabos, conexões e barras. O
estado de conservação dos componentes do subsistema de Aterramento, hastes, cabos, co-
nexões, soldas exotérmicas e grampos; Condição do Sistema de Equalização dos Potenciais,
DPS (dispositivo de proteção contra surtos) e BEP (Barramento de Equipotencialização
Principal); Avaliações gerais, tipo Corrosão, Deterioração e Rompimento; Medições de
Resistência de aterramento.
Medições de continuidade elétrica entre as malhas de aterramento e o SPDA; A concordância
do SPDA instalado com o Projeto e com a norma. Para cada um dos pontos a resistência
de aterramento é feita a medida com base na NBR15749 (Medição em Sistemas de
Aterramento e de Potencias na Superfície do Solo em Sistemas de Aterramento).

Figura 17 – método de queda de potencial

Fonte: NBR 15749 (ABNT, 2009)

O metodo consite basicamente em fazer circular uma corrente atraves da malha de


aterramento sob ensaio por intermedio de um eletrodo auxiliar de corrente e medir a tensao
entre malha de aterramento e o terra de referencia (terra remoto) por meio de uma sonda
auxiliar de potencial, onde, neste processo, o eletrodo de potencial deve ser deslocado ao
longo de uma direcao pre definida apartir da periferia do sistema sob ensaio, em intervalos
regulares de medicoes iguai a 5%da distancia.
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 36

Figura 18 – Curva característica teórica da resistência de aterramento de um eletrodo


pontual

Fonte: NBR 15749 (ABNT, 2009)

Os ensaios de injeção de correntes se aplicam especialmete as malhas de aterramentos no


porto neste casos por razões práticas, de modo geral a corrente injetada exclusivamente entre
a malha eo o eletrodo de corrente auxiliar, desconectando-se todos os caminhos altenativos
de retorno. Entretanto muitas vezes há interesse em se verificar o comportamento do
sistema de aterramento como um todo, envolvendo não so a malha, mas tambem os cabos
de para-raios, de linha de transmissao, neutros de alimentadores, blindagens de cabos de
potencias isolados e outros que porventuras a ela estejam ligados em condicoes operativas
normais. A única maneira direta de fazer esta verificação e realizar os ensaios de injecao de
alta corrente com todos os caminhos de retorno ligados a malha, conforme selencionando
uma limha de transmissao como o circuito de corrente. Cabe elencar as funções de um
aterramento conforme a NBR 5410 (ABNT, 2004).

• Facilitar o funcionamento dos dispositivos de proteção através da corrente desviada


para a terra;

• Proteger o usuario do equipamento de descargas atmosfericas, através de um caminho


alternativo para a terra;

• Descarregar cargas estáticas acumuladas nas carcaças das máquinas ou equipamentos


para a terra.

Além das normas citadas, consultamos também as seguintes bibliografias: Mamed Filho,
João. Instalações Elétricas Industriais. Rio de Janeiro, LTC. 2012. Visacro Filho, Silvério.
Aterramentos Elétricos: conceitos básicos, técnicas de medição e instrumentação, filosofias
de aterramento. São Paulo, Artliber Editora, 2002.
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 37

Figura 19 – método de injeção de grandes correntes

Fonte: NBR 15749 (ABNT, 2009)

As correntes retornando pelos diversos caminhos do sistema de aterramento interligados


(para-raios de LTs, neutros de alimentadores e outros) podem ser determinadas diretamente
através de amperímetros para correntes eficazes. Entretanto a corrente que retorna pela
malha não pode ser determinada diretamente. Um procedimento aplicável e instalar um
circuito de medição diferencial através de transformadores de correntes (TCs) nos diversos
caminhos de retorno.

5.1 TECNICA DE INSPEÇÃO


Essa aferição deve ser adequada a cada tipo de instalação. Por exemplo, essa periodicidade
deve ser tanto menor quanto maior a complexidade da instalação (quantidade e diversidade
de equipamentos), sua importância para as atividades desenvolvidas no local e a severidade
das influências externas a que está sujeita.
Segundo a normatização brasileira vigente NBR 5410 (ABNT, 2004) Deve ser inspecionado
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 38

o estado da isolação dos condutores e de seus elementos de conexão, fixação e suporte, com
vista a detectar sinais de aquecimento excessivo, rachaduras e ressecamentos, verificando-se
também se a fixação, identificação e limpeza se encontram em boas condições.
Um dos principais fatores que a levar fazer as inspeções devido ao aumento do valor
da resistência de aterramento e consequentemente acarreta os diversos problemas é a
corrosividade a qual os eletrodos de aterramento estão submetidos. De acordo com a norma
5419 (ABNT, 2005) as inspeções são feitas em 6 meses uma inspeção visual verificando os
componentes danificados ou obsoletos e o estado de conservação das instalações executada
pelo profissional capacitados da empresa e de 12 meses a inspeção e feita por uma empresa
especializada onde será emitido Laudo Técnico por Profissionais Legalmente Habilitados,
Perito e Engenheiro de Segurança do trabalho com ART. O laudo deverá ser renovado
anualmente. Isso deverá ser feito obrigatoriamente antes da vistoria do corpo de bombeiros
para o AVCB. Além disso, as recomendações de correção definidas no laudo de SPDA
deverão ser realizadas com antecedência.

5.1.1 NECESSIDADE DE FAZER A INSPERÇÃO


A heterogeneidade dos materiais que compõe o sistema de aterramento um dos princi-
pais fatores que proporcionam maior influência no aumento do valor da resistência de
aterramento e consequentemente acarreta os diversos problemas é a corrosividade a qual
os eletrodos de aterramento cobreados estão submetidos, a utilização de materiais de
diferentes metais, os quais apresentam eletronegatividades diferentes e que possibilitam
a geração da força eletromotriz para formação da pilha eletroquímica. Um exemplo clás-
sico, consiste no aterramento comum de transformadores para baixa tensão, sendo que o
mesmo é realizado por um condutor de descida, geralmente em aço ou ferro, conectado a
hastes de aterramento cobreados. Como o solo contém sais dissolvidos em água, têm-se
assim a formação de eletrólito e consequentemente a pilha eletroquímica está formada
através do fluxo de elétrons (KINDERMANN; CAMPAGNOLO, 1995). Outro exemplo é
a utilização de metais diferentes quando da conexão entre o condutor de aterramento a
haste, geralmente utiliza-se como conectores materiais como o bronze e o latão que em
conectividade com o cobre formam o sistema de aterramento elétrico. Logo se observa
a grande tendência para evolução da corrosão do sistema envolvido devido aos distintos
materiais empregados, sendo que deste fato a realização desta conexão através de solda
exotérmica em relação à conexão com conectores configura-se a melhor opção.
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 39

Figura 20 – Eletrodos aterrados

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

A haste terra é o elemento final de um sistema de aterramento, as hastes possuem


características construtivas especificas como: Corpo retilíneo e núcleo solido em aço
carbono revestido por camada uniforme de cobre com espessura mínima de 254 mícrons
através do processo de eletrodeposição anódica, que garante união inseparável e homogênea
dos metais. Porém um fato relevante as vezes foge ao controle podendo comprometer o
sistema de aterramento em pouco tempo, como informado o núcleo da haste é constituída
por aço carbono material com custo relativamente baixo o que viabiliza a instalação
do sistema, no entanto e resistência ôhmica deste material é elevada o que dificulta o
escoamento da corrente a terra, ficando essa tarefa a cargo do revestimento de cobre
aplicado a haste.
A norma ABNT NBR – 1357/UL normatiza essa cobertura em cobre eletrolítico com
espessura mínima admissível em 254 microns e pureza em mínima de 99,9% isento de
traços de zinco. As normas de utilização são:

• NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas.

• NBR 16254 – 1 – Materiais para sistemas de aterramento.

• NBR 15751 – Sistemas de aterramento para subestações.

• NBR – 16527 – Aterramento para sistemas de distribuição.

Apesar das normatizações existirem nós como como consumidores e manipuladores do


produto final não temos como garantir que estamos lidando com produtos dentro dos níveis
de aceitação, pois problemas referentes a má qualidade destes só apareceram ao longo
do tempo ou em momentos de necessidade como escoamento de uma descarga elétrica
desferida por um raio.
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 40

5.1.2 PERIODICIDADE
O laudo de aterramento avalia as características de segurança do aterramento elétrico
existente no empreendimento, através da realização de inspeções, análises e medições
ôhmicas, de forma a garantir a segurança dos usuários, visto que o Ministério do Trabalho
e Emprego, através de suas Normas Regulamentaras (NR’s), estabelece os parâmetros de
segurança relacionados aos diversos tipos de atividades. O laudo de aterramento elaborado
é fundamentado nas normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
com a utilização de equipamentos testados, certificados e calibrados para a realização
das medições necessárias. As edificações devem ser dotadas de Sistema de Proteção
contra Descargas Atmosféricas (SPDA), para garantir a segurança das instalações e dos
usuários. O laudo de aterramento, atesta que o aterramento se encontra em boas condições,
garantindo que a rede elétrica possa utilizar todas as cargas necessárias sem que ocorram
distúrbios indesejados, além disso, outra função do aterramento é absorver as descargas
atmosféricas provenientes dos raios. É emitido após a realização de detalhada vistoria
na edificação, atestando que os procedimentos de segurança estabelecidos pelas normas
NBR 5410 (Instalações elétricas de baixa tensão), NBR 14039 (Instalações elétricas de
média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV) e a NBR 5419 (Proteção contra descargas atmosféricas)
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) foram rigorosamente respeitadas.
Visando garantir a segurança, integridade, aumento da vida útil dos equipamentos e a
continuidade das operações da edificação, de forma a propiciar maior confiabilidade em
relação aos possíveis distúrbios e descargas atmosféricas nos equipamentos e nas instalações
elétricas da edificação. Propiciando uma visão atualizada e precisa do empreendimento,
garantindo a sua eficiência operacional, a segurança dos usuários e que os equipamentos
estão desempenhando suas funções em nível adequado, salvaguardando a funcionalidade e,
direcion1ando para as adequações e os investimentos necessário. A validade das inspeções
é condição fundamental para a confiabilidade de acordo com as normas NR5419 e NR10
deve se fazer esta inspeção 01 ano para edifícios / industrias contendo explosivos ou
munição, ou que estejam em locais expostos à corrosão atmosférica severa, como por
exemplo, ambientes industriais com atmosfera agressiva, regiões litorâneas etc., ou ainda
estruturas relacionadas a serviços considerados indispensáveis a população (água, energia,
sinais etc.); 03 anos para os demais tipos de estruturas. são obrigadas a manter em
seu PIE (prontuário de instalações elétricas) o laudo de SPDA e o laudo de
Aterramento. Esse laudo é solicitando nas inspeções ou fiscalizações realizadas por
órgãos competentes como Ministério do Trabalho e pela legislação governamental de cada
município. O não cumprimento desta norma pode acarretar em diversas questões como:

• Na recusa das seguradoras para cobrir qualquer sinistro no parque industrial;

• Para a renovação do Alvará de funcionamento, o corpo de bombeiros exige o laudo


de SPDA no AVCB (Auto de vistoria do corpo de bombeiros);
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 41

• Em caso de um acidente com descarga atmosférica, o responsável pela empresa


responderá civil e criminalmente pelo não atendimento as normas regulamentadoras;

• A falta do laudo de SPDA é uma Não Conformidade em certificações como a


ISO; Aumento do risco de centelhamentos, choques elétricos, incêndios, queima de
equipamentos dentre outros.

Onde:
No TERMINAL PORTUÁRIO COTEGIPE S.A End.: Est. Da Base Naval de Aratu,
Rod. BA528, S/N, São Tomé de Paripe, Salvador-BA foi feito a checagem da resistencia
de aterramento do subsistema de descida do SPDA existente em relação a malha geral
da fabrica com base na NBR5410, NBR5419,NBR14039 e NBR15749. O sistema de
aterramento da planta foi projetado utilizando o método TN-S. A malha do SPDA está
interligada a malha geral da planta.

5.1.3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi para realizar as medicoes foi a de Wernner instrumento
utilizado para as medições é o Multi-Função Digital Modelo HMMF-550, nºserie 0113481,
fabricante HIGHMED, certificado de calibração nº16505/2017 da HIGHMED Soluções em
Tecnologia de Medição LTDA com padrões rastreados a Cgcre/INMETRO nºEL-08-001/15
e nºE00086-17 valido até 2020.

Figura 21 – Multi-Função Digital

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.

Foi usado o método de medição de potenciais com injeção de baixa corrente em alta
frequência, segundo a norma ABNT NBR 15749 [11] (ABNT, 2009), com as instalações
energizadas. Utilizaram-se circuitos de medição de corrente e potencial posicionados na
mesma direção, condição em que a corrente de teste e a elevação de potencial, podem
propiciar acoplamento mútuo entre os circuitos. Para atenuar/eliminar esse acoplamento
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 42

utilizou-se cabo blindado no circuito de corrente garantindo a separação entre os condutores


dos circuitos de corrente e de potencial. O aterramento de todos os pontos foi feito através
da ligação da malha de terra da planta com bitola 50mm2 na derivação de uma barra de
alumínio ¾” X ¼”.

Figura 22 – Planta do porto

Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.


Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 43

5.2 PROCEDIMENTO
O procedimento adotado para coleta de dados, cálculos e apresentação embasou-se na
orientação da NBR15749 (ABNT, 2009), NBR5419 (ABNT, 2005), e NBR5410 (ABNT,
2004). Abaixo destacamos:

Figura 23 – Laudo de aterramento Silo B1 ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,50 6,50 6,80 7,90 8,00 16,50 16,80 16,80 Ω
Patamar: 7,90 8,00 8,00 Ω

Figura 24 – Laudo de aterramento Silos B1 ponto 2

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 4,80 4,80 4,80 6,50 6,50 6,55 12,90 12,90 13,00 Ω
Patamar: 6,50 6,50 6,55 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 44

Figura 25 – Laudo de aterramento Silo B7 ponto 1.

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 4,50 5,00 5,00 6,90 6,92 6,94 19,20 19,30 19,30 Ω
Patamar: 6,90 6,92 6,94 Ω

Figura 26 – Laudo de aterramento Silos B7 ponto 2.

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 4,50 5,00 5,00 7,00 7,10 7,30 18,50 18,50 18,70 Ω
Patamar: 7,00 7,10 7,30 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 45

Figura 27 – Laudo de aterramento Armazém 1 ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 3,50 3,50 3,80 5,20 5,23 5,40 12,70 12,90 13,00 Ω
Patamar: 5,20 5,23 5,40 Ω

Figura 28 – Laudo de aterramento Armazém 1 ponto 2

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 4,00 4,00 4,10 5,50 5,50 5,70 12,40 12,60 13,00 Ω
Patamar: 5,50 5,50 5,70 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 46

Figura 29 – Laudo de aterramento Armazém 2 ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 5,10 5,10 5,20 6,40 6,40 6,40 12,10 12,10 12,30 Ω
Patamar: 6,40 6,40 6,40 Ω

Figura 30 – Laudo de aterramento Armazém 2 ponto 2

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 5,12 5,12 5,23 6,40 6,40 6,50 12,30 12,30 12,50 Ω
Patamar: 6,40 6,40 6,50 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 47

Figura 31 – Laudo de aterramento Tombador 1 -4 ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,80 6,80 6,90 10,00 10,00 10,00 12,20 12,30 12,30 Ω
Patamar: 10,00 10,00 10,00 Ω

Figura 32 – Laudo de aterramento subestação E ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 5,60 5,00 6,00 6,70 6,70 6,80 11,50 11,50 11,50 Ω
Patamar: 6,70 6,70 6,80 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 48

Figura 33 – Laudo de aterramento subestação E ponto 2

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 5,40 5,00 6,00 6,70 6,80 6,80 12,00 12,00 12,40 Ω
Patamar: 6,70 6,80 6,80 Ω

Figura 34 – Laudo de aterramento subestação D ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 4,80 4,80 4,90 5,90 5,90 6,00 11,20 11,20 12,40 Ω
Patamar: 5,90 5,90 6,00 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 49

Figura 35 – Laudo de aterramento subestação D ponto 2

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 4,80 4,80 4,90 5,90 5,90 5,90 11,20 11,20 11,90 Ω
Patamar: 5,90 5,90 5,90 Ω

Figura 36 – Laudo de aterramento Caixa D’água ponto 1

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,56 6,56 6,80 7,93 8,00 16,53 16,86 16,86 Ω
Patamar: 7,90 8,02 8,02 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 50

Figura 37 – Laudo de aterramento Caixa D’água ponto 2

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,80 6,80 6,90 10,00 10,00 10,00 12,20 12,20 12,20 Ω
Patamar: 10,00 10,00 10,00 Ω

5.2.1 RESULTADOS
A NBR5419-05 definia como valor maximo para a resistência de aterramento 10 Ω. Com a
revisão, a versão 2015 não estabelece mais valor mínimo, porém adotamos o mesmo valor
para referência. Abaixo resumo dos valores obtidos considerando a média dos valores do
patamar conforme a NBR15749(ABNT, 2009):

Tabela 3 – Apresenta os resultados dos pontos de conexão verificados durante o ensaio


para a metodologia de equipotenciais.
Ponto de Medição Valor Medido Ω Conforme a NBR 1574
Silo B1 ponto 01 8,00 Ω Ok
Silo B1 ponto 02 6,55 Ω Ok
Silo B7 ponto 01 6,94 Ω Ok
Silo B7 ponto 02 7,3 Ω Ok
Armazém 01 ponto 01 5,4 Ω Ok
Armazém 01 ponto 02 5,7 Ω Ok
Armazém 02 ponto 02 6,4 Ω Ok
Armazém 02 ponto 02 6,5 Ω Ok
Tombador 1 – 4 ponto 01 10,00 Ω Ok
Subestação E ponto 01 6,80 Ω Ok
Subestação E ponto 02 6,80 Ω Ok
4.12 Subestação D ponto 01 6,00 Ω Ok
4.13 Subestação D ponto 02 5,90 Ω Ok
4.14 Caixa d’agua ponto 01 8,02 Ω Ok
4.15 Caixa d’agua ponto 02 10,00 Ω Ok
Fonte: Modificado de Santana, 2020.
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 51

Os resultados das medições estão em conformidade com as normas NBR5410, NBR5419-15


e NR10, 12 e NR18. Todos os pontos de conexão do porto foram medidos e considerados
em bom estado, pois os valores estão dentro dos limites estabelecidos com as normas.

5.2.2 COMPARATIVO EM REALAÇÃO AO ANO ANTERIOR


Ao compararmos os resultados obtidos desta medição em relação a do ano anterior que
foi realizada pelo mesmo método e a mesma empresa observamos que os valores de dois
pontos aumentaram a resistência.

Figura 38 – Tombador 1 -4 ponto 1 valores medidos em 25-04-19

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,80 6,80 6,90 9,30 9,30 9,30 12,20 12,30 12,30 Ω
Patamar: 9,30 9,30 9,30 Ω

Figura 39 – Tombador 1 -4 ponto 1 valores atuais

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,80 6,80 6,90 10,00 10,00 10,00 12,20 12,30 12,30 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 52

Patamar: 10,00 10,00 10,00 Ω

Figura 40 – Caixa D’agua ponto 1. valores medidos em 25-04-19

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,80 6,80 6,90 8,90 9,00 9,00 12,20 12,20 12,20 Ω
Patamar: 8,90 9,00 9,00 Ω

Figura 41 – Caixa D’agua ponto 1. valores atuais

Fonte: Empresa Realiza, 2020

Valores Obtidos: 6,80 6,80 6,90 10,00 10,00 10,00 12,20 12,20 12,20 Ω
Patamar: 10,00 10,00 10,00 Ω
Capítulo 5. TÉCNICA DE MEDIÇÃO DE ATERRAMENTO 53

Tabela 4 – Apresenta os resultados dos pontos de conexão verificados durante o ensaio


para a metodologia de equipotenciais.
Ponto de Medição Valor Medido Valor Medido Conforme a NBR 1574
em 2019 em 2020
Tombador 1–4 ponto 01 9,30 Ω 10,00 Ω Ok
4.15 Caixa d’agua ponto 02 9,00 Ω 10,00 Ω Ok
Fonte: Modificado de Santana, 2020.

Virmos que os pontos tiveram um crescente de 1 Ω na sua resistividade isso mostra a suma
importancia de realizar as inspecao anual dos aterramentos sendo que não há necessidade
de dimuir o tempo de insperção.

5.2.3 QUEM FAZ


Empresas altamente capacitada que realizar a inspeção e emitir o Laudo de Aterramento que
é um documento técnico realizado por um profissional legalmente habilitado (Engenheiro
Eletricista) contendo os registros das inspeções, inspeção visual, medições do sistema
de aterramento, apontamento de não conformidades (se aplicável), relatório fotográfico
e sugestões para adequações das não conformidades (quando aplicável). Fazem parte
integrante deste laudo: a ART (CREA) e o Certificado de Calibração dos Equipamentos
de Medição utilizados. No estudo a empresa que realizou o laudo de aterramento foi a
Realiza soluções em manutenção situada em Lauro de Freitas BA.
54

6 CONCLUSÃO

6.1 RESULTADOS ALCANÇADOS

1. O objetivo do trabalho proposto foi constatar a periodicidade de manutenção das


malhas de aterramentos visando garantir a segurança, integridade, aumento da vida
útil dos equipamentos e a continuidade das operações da edificação e portos, de
forma a propiciar maior confiabilidade em relação às possíveis distúrbios e descargas
atmosféricas nos equipamentos e nas instalações elétricas onde a inspeção e funda-
mental para que se encontre em boas condições, garantindo que a rede elétrica possa
utilizar todas as cargas necessárias sem que ocorram distúrbios indesejados, além
disso, outra função do aterramento é absorver as descargas atmosféricas provenientes
dos raios. Realização de inspeções, análises e medições ôhmicas, de forma a garantir a
segurança dos usuários, visto que o Ministério do Trabalho e Emprego, através de suas
Normas Regulamentais (NR’s), estabelece os parâmetros de segurança relacionados
aos diversos tipos de atividades.

2. O aterramento necessita de verificação periódica de acordos com as normas vigentes


tenha uma inspeção e manutenção de malhas de aterramento de subestações, pois
devido ao local onde se encontra fica propicio a corrosividade dos seus elementos que
podem estar danificados devido a corrosão afim de evitar transtornos nas respectivas
instalações a inspeção nas malhas de aterramentos e fundamental.

6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. O Laudo de Aterramento é um documento obrigatório pela legislação vigente, con-


forme item 10.2.4.b da NR-10 do Ministério do Trabalho e Emprego e é
exigido pelo Corpo de Bombeiros para obtenção e renovação de AVCB, Ministério
do Trabalho em fiscalizações, auditorias de órgãos certificadores e por Seguradoras
na obtenção de apólices e sinistros.

2. De acordo com a norma citadas a inspeção e 01 ano para edifício e indústrias e 03


para os demais tipos de estruturas sendo obrigatórios manter o PIE, o laudo de SPDA
e o laudo de aterramento esses laudos são solicitados por órgão competentes que
regem a legislação governamental de cada município. As normas estabelecem períodos
satisfatórios as inspeções, dando segurança adequada ao local que as instalações
foram realizadas e a população.
Capítulo 6. Conclusão 55

As normas estabelecem períodos satisfatórios as inspeções, dando segurança adequada


ao local que as instalações foram realizadas e a população.

6.3 ESTUDOS FUTUROS


Sugerimos um estudo mais profundo sobre corrosão dos materiais de aterramentos afim de
obetermos a diminuição da acumulação de oxidos nas hastes de aterramentos.
56

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410 : Instalações


elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

. NBR 5419 : Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Rio de Janeiro,


2005.

. NBR 15749 : Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície


do solo em sistemas de aterramento. Rio de Janeiro, 2009.

. NBR 5419:3 : Proteção contra descargas atmosféricas - parte 3: Danos físicos a


estruturas e perigos à vida. Rio de Janeiro, 2015.

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