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2017
i
ESTUDO DE BOAS PRÁTICAS NA IMPLANTAÇÃO DE
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE – ESTUDO DE
CASO: EMPRESA DE LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Rio de Janeiro
Julho de 2017
ii
ESTUDO DE BOAS PRÁTICAS NA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE GES-
TÃO DA QUALIDADE – ESTUDO DE CASO: EMPRESA DE LOCAÇÃO DE
EQUIPAMENTOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Examinado por:
______________________________________
______________________________________
______________________________________
iii
Bernardo, Guilherme Biato
Estudo de boas práticas na implantação de sistema de gestão da
qualidade – Estudo de caso: Empresa de locação de equipamentos
para a construção civil/Guilherme Biato Bernardo – Rio de Janeiro:
UFRJ/Escola Politécnica, 1º sem, 2017.
iv
À minha família, aos amigos e à
todos que contribuíram ao longo
de minha jornada acadêmica.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus avós, pela preocupação, carinho e interesse que sempre me
acompanharam ao longo da minha jornada acadêmica.
Agradeço aos amigos de coração, pela lealdade, amizade e por estarem sempre pre-
sentes, independente do momento.
Agradeço aos amigos que fiz ao longo do curso, que se tornaram amigos de coração,
por compartilharem dos mesmos temores e angústias da vida acadêmica, mas que sempre
melhoravam as situações com um bom toque de humor e companheirismo.
Agradeço, por último, ao meu orientador, o professor Jorge dos Santos, pelas aulas
que me inspiraram a decidir o tema do meu trabalho de conclusão de curso, pela orientação
que recebi ao longo da realização do mesmo e pelos valiosos ensinamentos transmitidos.
vi
RESUMO
vii
ABSTRACT
This work of completion of the undergraduate course presents a study of good practices
for the implementation of a quality management system in a rental company for civil construc-
tion equipment.For the preparation of this dissertation, contexts about quality systems, equip-
ment rental companies for civil construction and the family of quality management standards,
called the ISO 9000 family, are first made in order to situate the reader on the studied subject.
Once this is done, further issues will be developed and a case study will be carried out with a
rental company for the active civil construction equipment in the market, in order to determine
the practices considered effective for the elaboration of quality management systems in organ-
izations of this nature. It is concluded that practices such as good communication, friendly
leadership, good organization of documents, weekly meetings, availability of directors and
managers, concern with provision of adequate resources and post delivery support are efficient
practices for the elaboration and implementation of systems of quality management in equip-
ment leasing companies for civil construction.
viii
Sumário
Universidade Federal do Rio de Janeiro .................................................................. i
1. Introdução ...................................................................................................... 20
2.7.1 Generalidades.............................................................................................. 34
ix
2.8.2.1 Principais Benefícios ................................................................................. 41
3.2.3 Concorrência................................................................................................ 66
xv
LISTA DE FIGURAS
xvi
Figura 25 – Elevador cremalheira Empresa X............................................................139
xvii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Abrangência dos requisitos das normas da série ISO 9000:1987 (9001,
9002 e 9003)...........................................................................................................................77
xviii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
NR – Norma Regulamentadora
RQ – Responsável da Qualidade
xix
1. INTRODUÇÃO
O tema gestão da qualidade vem ganhando importância gradativamente, não somente
no Brasil, mas ao redor do mundo inteiro. Isso ocorre por conta da globalização, que permite
à sociedade entrar em contato com diferentes produtos e serviços disponíveis em diversos
países, fazendo com que seja possível experienciar padrões de qualidade diferentes de um
mesmo produto ou serviço em comum. Isso torna o consumidor (todos nós) mais exigente,
tornando necessário que as empresas se adaptem para atender as expectativas e necessida-
des de seus clientes. Caso contrário, a organização perde credibilidade por não agradar seus
consumidores, podendo acarretar a perda de clientes e até mesmo, dificultar a sua sobrevi-
vência no mercado em que atua.
20
cução de atividades ligadas a manutenção preventiva e corretiva, substituição de equipamen-
tos danificados, perdas por hora de equipamento parado e, em muitos casos, disponibilização
e treinamento de mão de obra para a operação e manutenção de equipamentos.
a) Andaimes tubulares;
c) Elevadores cremalheira.
Sendo assim, esta pesquisa busca encontrar boas práticas à serem instauradas neste
tipo de empresa, de forma a tornar possível a elaboração e implementação de um sistema de
gestão da qualidade, promovendo aumento da eficiência e redução dos desperdícios da or-
ganização.
1.2 OBJETIVOS
21
da produtividade e da satisfação dos clientes com seus produtos e serviços, e redução dos
custos e desperdícios, simultaneamente.
1.3 METODOLOGIA
22
No terceiro capítulo, é feita nova contextualização, para introduzir o leitor ao universo
das empresas de locação de equipamentos para a construção civil, explicando como atuam
no mercado e suas atividades.
No quarto capítulo, é abordado a família de normas ISO 9000, que são relacionadas
com o tema gestão da qualidade, definindo-as, apresentando seus conceitos e princípios, sua
evolução histórica e outros assuntos.
No sétimo capítulo, é descrito o estudo de caso com a empresa alvo do ramo de loca-
ção de equipamentos para a construção civil. É feita a caracterização da organização, a ma-
neira como atua, os insumos, saídas, produtos e serviços. Estão descritos seus processos de
trabalho, manutenções e a maneira que são feitas as locações. É apresentado o plano de
trabalho para implantação do sistema da qualidade e obtenção da certificação e os indicado-
res de qualidade a serem estabelecidos e os resultados esperados.
23
2. CONTEXTUALIZAÇÃO: SISTEMAS DA
QUALIDADE
1- “Propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas que as distingue das
outras e lhes determina a natureza”.
Qualidade é um conceito difícil de ser definido por conta de sua natureza extrema-
mente subjetiva. Está relacionada com as percepções, critérios, experiências, necessidades
e requisitos dos indivíduos, portanto, um produto ou serviço que satisfaz um cidadão, pode
muito bem não satisfazer o outro, e, a partir disto, o cliente opta pela aceitação ou negação
do bem.
“A qualidade dos produtos e serviços inlcui não apenas sua função e desempenho
pretendidos, mas também seu valor percebido e o benefício para o cliente”. (ISO
9000:2015)
24
Segundo Munhoz (2011), “a maior dificuldade para identificar o significado da palavra
qualidade com precisão é que, além de não ser um termo técnico, ela é de domínio público.
Porém, ao defini-la, é muito importante respeitar a noção intuitiva que as pessoas já têm. Por
outro lado, essa noção muitas vezes é incorreta, o que acarreta outras dificuldades”.
Por ser um termo amplamente utilizado no dia-a-dia de nossas vidas, o termo quali-
dade vem sendo associado a conceitos como luxo, preço alto, etiqueta, beleza, entre outros.
Além disso, muitos pensam que a qualidade está restrita a um ou alguns deles, enquanto que
o conceito é, na verdade, um conjunto de características e atributos que compõem o produto
ou serviço como um todo.
“Embora a qualidade sempre tenha sido adotada por uma questão de sobrevivência
(Segunda Guerra Mundial, Japão do pós-guerra, Ocidente perdendo mercado para os produ-
tos japoneses, etc) seus princípios e técnicas promovem melhorias tais que, atualmente, as
empresas de maior sucesso, são aquelas que adotam as ferramentas de gestão da quali-
dade”. (Bastos e Giacomini, 2013)
Atender aos requisitos é o mínimo esperado pelo cliente quando ele adquire um bem
ou serviço. Para isso existem as normas técnicas, especificações e projetos nos quais estão
estabelecidos os requisitos mínimos que precisam ser respeitados.
A adequação ao uso está associada à preocupação em oferecer algo que seja ade-
quado a uma finalidade sob o foco do cliente. A adequação ao uso pode não ser uma carac-
terística que faz parte das necessidades do cliente em decorrência desta não ser do conheci-
mento do mesmo. Na maioria das vezes o cliente por ser leigo no assunto específico deixa de
fazer exigências, cabendo neste caso a quem se propõe a produzir esclarecer o cliente e
agregar ao bem ou serviço esta característica.
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A gestão da qualidade vem para aumentar a eficiência e sucesso das instituições. Pre-
zando-se pela satisfação do cliente, tem o objetivo de tornar a empresa mais competitiva,
flexível e eficaz, através de um planejamento sólido e entendendo a importância de cada etapa
nas atividades exercidas em cada setor da organização. Importante ressaltar que devem par-
ticipar desse planejamento, pessoas de cada nível hierárquico que poderão colaborar com a
organização, deixando claro que todos os componentes de uma empresa possuem funda-
mental relevância para a evolução da mesma.
O termo “qualidade total” é abordado neste trabalho com o intuito de se realizar uma
contribuição histórica para o desenvolvimento do assunto, já que foi amplamente utilizado
durante as décadas de 80 e 90. Atualmente, o termo caiu em desuso e não é mais utilizado.
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A gestão da qualidade total pode ser entendida como a expansão das implicações da
gestão da qualidade além dos setores de uma organização. Ou seja, ocorre o envolvimento
de toda a cadeia produtiva de uma organização estendida em prol da busca pela qualidade a
ser oferecida. Neste tipo de gestão, fornecedores, distribuidores e diversos outros parceiros
de negócios estão dispostos a realizar controles nos processos que são responsáveis visando
o aumento do valor agregado do produto e/ou serviço final.
Os princípios da gestão da qualidade total são, de acordo com Furtado e Silva (2008):
a) Satisfação total do cliente, que constitui o guia de toda a teoria de gestão da qua-
lidade;
b) Desenvolvimento de recursos humanos, garantindo o bem estar dos trabalhadores
no dia a dia de uma empresa;
c) Constância de propósitos, buscando sempre razões para aprimorar cotidiana-
mente os produtos e serviços oferecidos;
d) Gerência participativa, inserindo pessoal de maior nível hierárquico nas questões
cotidianas da organização;
e) Aperfeiçoamento contínuo, tendo em vista que sempre há o que melhorar em todos
os setores da empresa;
f) Garantia de qualidade, assumindo o compromisso entre o cliente e os produtos
e/ou serviços oferecidos;
g) Delegação, incluindo liderança de pessoal para todos perseguirem o mesmo obje-
tivo;
h) Busca pela redução de erros, apesar de ocorrerem naturalmente deve-se atentar
para tentar impedi-los;
i) Gerência de processos, para analisar e aprimorar cada etapa na produção do bem
ou serviço final;
j) Disseminação de informações, de fundamental importância para garantir uma boa
comunicação entre os funcionários de uma organização e estabeler um foco em
comum.
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2.4 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
Segundo a ISO 9000:2015, “um SGQ compreende atividades pelas quais a organiza-
ção identifica seus objetivos e determina os processos e recursos necessários para alcançar
os resultados desejados”.
“Sob um ponto de vista mais amplo, o SGQ não é apenas uma coleção de atividades,
procedimentos e eventos. É baseada em uma política inabalável que requer o cumprimento
de acordos com requisitos claros para as transações, educação e treinamento contínuos,
atenção aos relacionamentos e envolvimento da gerência nas operações, seguindo a filosofia
da melhoria contínua”. (Bastos e Giacomini, 2013)
Isto garante que a empresa estará sempre focada em aumentar sua eficiência, en-
quanto visa a redução de custos e desperdícios.
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Segundo Furtado e Silva (2008), “várias empresas no mundo todo, utilizam o SGQ,
para implantar novos processos, gerenciar e checar sua qualidade. Uma das razões da utili-
zação desse sistema, é que consequentemente, um maior número de clientes tornam-se sa-
tisfeitos com a empresa. Além disso, há uma melhora na imagem, no desempenho e na cultura
organizacional. A produção sobe e os custos reduzem, é um diferencial, sendo um critério que
garante maiores oportunidades e competitividades frente aos mercados, nacional e internaci-
onal. Surge um clima satisfatório e uma comunicação melhor entre os funcionários, a implan-
tação da gestão da qualidade traz benefícios, pois é dotada de treinamentos, mapeamento
dos processos empresariais e registros das atividades da organização.”
“O SGQ provê os meios para identificar ações para tratar consequências pretendidas
e não pretendidas na provisão de produtos e serviços.” (ISO 9000:2015)
30
Este deve ser ouvido cuidadosamente pela empresa, e, suas expectativas e satis-
fação devem ser continuamente monitoradas ao longo de todo o processo produ-
tivo;
b) O trabalho em equipe une diversas ideias e características diferentes de cada fun-
cionário da empresa. Por conta disto, o produto ou serviço que será oferecido con-
templará uma gama muito maior das expectativas do cliente, o que não seria pos-
sível sem a interação de pessoas diferentes ao longo do processo produtivo.
31
considera fatores internos, como valores, cultura, conhecimento e desempenho da organiza-
ção. Ele também considera fatores externos, como legal, tecnológico, competitivo, mercado,
cultural e ambientes social e econômico”. (ISO 9000:2015)
De acordo com Bueno (2015), “o contexto da organização pode parecer ser uma infor-
mação que vamos levantar e depois engavetar, mas não deve ser, e esse é o maior cuidado
que a gente tem que tomar nesse item. As informações recolhidas através da definição de
contextosão muito úteis para a identificação de melhorias estratégicas e operacionais que
podem mudar completamente sua forma de visualizar sua empresa e só vão realmente ser
benéficas se forem traduzidas em planos de ação na empresa”.
Segundo a ISO 9000:2015, o propósito de uma organização pode ser expresso, por
exemplo, pela visão, missão, políticas e objetivos da organização.
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pertinentes”. A norma também estabelece que “para seu sucesso, as organizações atraem,
capturam e retêm o apoio das partes interessadas das quais dependem.”
De acordo com Veritas (2017), “na gestão da qualidade, por exemplo, numa cidade
cuja economia dependa da indústria da confecção e vestuário. Pode-se encontrar partes in-
teressadas que declarem querer que o padrão de qualidade de todas as empresas ao redor
continue se aprimorando cada vez mais. Entretanto, pode ser que esse querer não seja rele-
vante para uma determinada organização. Assim, para entender quais “requisitos” são aplicá-
veis, é preciso cruzar os requisitos e expectativas das partes interessadas com o próprio le-
vantamento da organização. Que podem ser específicos da qualidade ou para outras finalida-
des como por exemplo, o levantamento de aspectos e impactos ambientais, desempenho,
etc. E, a partir disto, identificar aqueles requisitos a serem tratados como relevantes”. A figura
2 permite melhor entendimento do texto:
2.7 SUPORTE
2.7.1 GENERALIDADES
Segundo a ISO 9000:2015, o apoio da alta direção no SGQ e o engajamento das pes-
soas permite:
2.7.2 PESSOAS
De acordo com a ISO 9000:2015, “as pessoas são recursos essenciais dentro da or-
ganização. O desempenho da organização é dependente de como as pessoas se comportam
dentro do sistema em que trabalham”.
Ainda segundo Marques (2004), “quando as pessoas são envolvidas nos processos,
elas compreendem sua importância e seu papel na empresa, aceitando que são responsáveis
pelos problemas e pelas soluções. Elas são motivadas a identificar os obstáculos e a avaliá-
los; a aperfeiçoar seu conhecimento e experiência e a compartilhá-los, discutindo os proble-
mas abertamente. As pessoas passam a ter orgulho de fazer parte da organização, obtendo
satisfação de seu trabalho e, por conseqüência, um bom representante junto aos clientes, à
comunidade e ao público em geral”.
2.7.3 COMPETÊNCIA
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A competência é atingida quando se une o conhecimento necessário para realizar uma
tarefa, com as atitudes corretas para cumpri-la e as habilidades requisitadas para desempe-
nhá-la. A figura 3 ilustra o conceito de competência, relacionando-o ao conhecimento, atitudes
e habilidades.
2.7.4 CONSCIENTIZAÇÃO
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2.7.5 COMUNICAÇÃO
A ISO 9000:2015 afirma que a comunicação planejada e efetiva interna (ou seja, em
toda a organização) e externa (ou seja, com as partes interessadas pertinentes) eleva o en-
gajamento das pessoas e aumenta a compreensão:
a) Do contexto da organização;
b) Das necessidades e expectativas dos clientes e de outras partes interessadas per-
tinentes;
c) Do SGQ.
“No que tange aos produtos ou serviços a organização precisa garantir que as pers-
pectivas de todos os participantes (clientes, organização, governo e sociedade) estejam in-
cluídas nas especificações. No quesito comunicação, cabe a ela assegurar para os clientes a
clareza das características especificas do produto e a conformidade com o pedido, bem como
desenvolver capacidade para o atendimento satisfatório do cliente”. (Andrade, Rietow e Mo-
raes, 2007)
“Seu produto deve atender às necessidades do cliente, então o cliente deve estar li-
gado à própria criação do seu produto ou serviço. Seja por meio de pesquisas, entrevistas,
questionários ou qualquer outra forma que faça com que a sua equipe compreenda o que o
seu cliente precisa ou, na linguagem da norma: quais são os requisitos/expectativas dessa
parte interessada”. (Ramos, 2017)
37
satisfação de seus consumidores de forma consistente e contínua. A implantação de um sis-
tema de gestão da qualidade ficará mais simples com o cumprimento destes pilares.
Estes princípios não foram determinados diretamente. Eles foram concebidos na pri-
meira versão da norma ISO 9000, e desde então sofrem alterações a cada revisão da norma.
A última revisão, realizada em 2015, definiu os novos princípios:
Ainda de acordo com a ISO 9000:2015, “sucesso sustentável é alcançado quando uma
organização atrai e retém a confiança dos clientes e de outras partes interessadas pertinentes.
Cada aspecto da interação com o cliente é uma oportunidade para criar mais valor para o
cliente. Entender as necessidades atuais e futuras dos clientes e de outras partes interessa-
das contribui para o sucesso sustentável da organização”.
“Desde o início da década de 90 tem-se ouvido falar, pelo menos de uma forma mais
popularizada, da necessidade das empresas terem o seu foco no cliente. Foi nesta época que
foram introduzidos no dia-a-dia das empresas os Sistemas de Gestão da Qualidade, as nor-
mas ISO, e chegou ao mercado o Código de Defesa do Consumidor”. (Flores, 2012)
De acordo com Flores (2012), “a geração de valor com o foco do cliente é o caminho
para a criação de manutenção de relações significativas entre a empresa e seu cliente. Com
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a inversão da posição da empresa (o giro de 180 graus em relação ao foco no cliente), a
empresa passa a ser um "ingrediente de valor para o cliente", fazendo com que ele tenha
ainda mais sucesso perante o seu mercado”.
a) Reconhecer clientes diretos e indiretos, como aqueles que recebem valor da orga-
nização;
b) Entender as necessidades e expectativas atuais e futuras dos clientes;
c) Conectar os objetivos da organização com as necessidades e expectativas dos
clientes;
d) Comunicar as necessidades e expectativas do cliente a toda a organização;
e) Planejar, projetar, desenvolver, produzir, entregar e dar suporte a produtos e ser-
viços para atender às necessidades e expectativas dos clientes;
f) Medir e monitorar a satisfação do cliente e tomar as medidas apropriadas;
g) Determinar e executar ações referentes às necessidades e expectativas das partes
interessadas pertinentes que podem afetar a satisfação do cliente;
h) Gerenciar ativamente as relações com os clientes para alcançar o sucesso susten-
tado.
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2.8.2 LIDERANÇA
Ainda de acordo com Bidin (2013), “Na maioria das vezes, no processo de implanta-
ção, a liderança tem um papel muito intenso e efetivo, mas após a certificação há um relaxa-
mento natural e é aí que entra o papel imprescindível da liderança, que deverá influenciar
diretamente na motivação quanto à manutenção do sistema implementado. Para isso, é fun-
damental estar atento aos sintomas e paradigmas relativos às possíveis correções, bem como
aplicar as boas práticas necessárias à obtenção de êxito nesse processo”.
A empresa deve prezar por uma liderança forte e agradável. As pessoas envolvidas
na organização devem ter o mesmo direcionamento e missão unificados, bem esclarecidos e
compreendidos totalmente, para que seja possível atingir as metas estabelecidas no planeja-
mento da empresa. Isso é essencial para o desenvolvimento das relações entre os profissio-
nais de maior nível hierárquico e seus subordinados, assim como para o desenvolvimento da
empresa.
40
2.8.2.1 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS
41
Para Lakshman (2006), conceitualmente, “a liderança pode ser vista como uma com-
binação de traços, valores, atitudes e comportamentos que resultam em um desempenho
efetivo das organizações a longo prazo”.
“O líder efetivo é aquele que está apto a motivar e aplicar os recursos humanos dispo-
níveis na organização para atingir as metas propostas, que precisam ser consistentemente
alinhadas com as necessidades dos clientes”. (Clemmer e McNeil, 1989)
42
a) Comunicação com as pessoas para promover a compreensão da importância da
sua contribuição individual;
b) Promover a colaboração em toda a organização.
c) Facilitar a discussão aberta e o compartilhamento de conhecimentos e experiên-
cias;
d) Empoderar as pessoas para determinar restrições ao desempenho e para tomar
iniciativas sem medo;
e) Reconhecer e aceitar a contribuição, aprendizagem e aperfeiçoamento das pes-
soas;
f) Permitir a autoavaliação do desempenho em relação aos objetivos pessoais;
g) Realizar pesquisas para avaliar a satisfação das pessoas, comunicar os resultados
e tomar medidas apropriadas.
Cordova (2006) diz que, “processo é uma série de atividades usadas para se obter um
conjunto de saídas específicas através da transformação de um conjunto de entradas.”
“Do nível individual a uma grande organização, podemos perceber todas as ações
como sendo processos. A noção intuitiva que temos também ajuda nesse entendimento. Em
43
termos de Qualidade, porém, este conceito é mais abrangente, já que seus desdobramentos
resultaram em grandes avanços no gerenciamento empresarial.” (Munhoz, 2011)
“Todo sistema é formado de subsistemas ou processos que por sua vez, precisam
trabalhar de forma harmoniosa no que se diz respeito à qualidade. Cada processo precisa
garantir a qualidade total para o processo seguinte. Para que esta sinergia ocorra é necessário
que haja um controle específico e é aí que entra o papel do Controle da Qualidade, cuja função
principal é identificar, eliminar e controlar as causas e possíveis causas dos problemas. Para
se atingir resultados satisfatórios no quesito qualidade o controle deve ser contínuo e princi-
palmente praticado por todos da organização. Os processos devem ser não só controlados,
mas melhorados continuamente e padronizados.” (Diniz, 2014)
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A figura 5 ilustra um exemplo de esquema de processos interligados de uma empresa:
De acordo com Freitas (2011), “ao longo da história dos processos produtivos e admi-
nistrativos, as organizações têm crescido em tamanho, complexidade e requisitos. Para as-
segurar a qualidade, a eficácia e a eficiência do todo, as organizações se subdividiram em
processos que apresentam características exclusivas e resultados que podem vir a ser medi-
dos e avaliados. Considerando que cada processo deve possuir entradas e saídas, diversas
são as oportunidades de se medir a qualidade e a eficiência de cada processo ao transformar
os insumos em produtos ou serviços.”
Deming (1989) estabelece, “Não se gerencia o que não se mede; não se mede o que
não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia”.
Freitas (2011) afirma, “as normas da série ISO 9000 requerem que o sistema de gestão
tenha uma abordagem de processo, que consiste em”:
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a) Considerar todo trabalho como sendo um processo;
b) Focar no cliente identificando e satisfazendo as suas necessidades;
c) Identificar, envolver e comprometer os donos dos processos;
d) Identificar e eliminar processos que não agreguem valor;
e) Identificar e controlar os fatores críticos de sucesso de cada processo e do sistema
como um todo;
f) Implementar e manter um sistema de medição, comparação e registro de argumentos
importantes para o atendimento dos fatores críticos de sucesso;
g) Identificar processos referência que possam ser utilizados como base para a definição
das metas da organização.
Segundo a ISO 9000:2015, alguns dos principais benefícios potenciais com aplicação
da abordagem de processos são:
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c) Desempenho otimizado por meio de uma gestão do processo eficaz, do uso efici-
ente dos recursos e de barreiras interfuncionais reduzidas;
d) Permitir que a organização forneça confiança às partes interessadas no que diz
respeito à sua consistência, eficácia e eficiência.
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2.8.5 MELHORIA
2.8.5.1 DEFINIÇÕES
“O conceito do Método de Melhorias, conhecido atualmente pela sigla PDCA, foi origi-
nalmente desenvolvido na década de trinta, nos laboratórios da Bell Laboratories – EUA, pelo
estatístico americano Walter A. Shewhart, como sendo um ciclo de controle estatístico do
processo, que pode ser repetido continuamente sobre qualquer processo ou problema. Em
1931, Shewhart publica o livro Economic Control of Quality of Manufactured Product, o qual
confere caráter científico às questões relacionadas à qualidade”. (Souza, 1997).
48
processos. O Ciclo PDCA tem como objetivo exercer o controle dos processos, podendo ser
usado de forma contínua para seu gerenciamento em uma organização, por meio do estabe-
lecimento de uma diretriz de controle (planejamento da qualidade), do monitoramento do nível
de controle a partir de padrões e da manutenção da diretriz atualizada, resguardando as ne-
cessidades do público alvo.”
A partir da definição de Campos (1996) para o Ciclo PDCA, podemos inferir que este
é um método fortemente relacionado com as metas estipuladas pela empresa. Portanto, faz-
se necessário o estabelecimento de metas a serem atingidas para a aplicação do PDCA.
As letras que compõem o nome do método, PDCA, significam em seu idioma de ori-
gem as palavras:
P – Plan, planejar;
D – Do, executar;
C – Check, verificar;
A – Act, atuar.
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A figura 7 mostra a ideia central de aplicação contínua do Ciclo PDCA:
50
Figura 8 – Rampa da Melhoria
O Ciclo PDCA está dividido em quatro etapas de aplicação bem definidas e distintas
entre si. Estas fases são:
Segundo Bueno (2013), a primeira fase consiste em “planejar o trabalho a ser reali-
zado através de um plano de ação, após a identificação, reconhecimento das caracterís-
ticas e descoberta das causas principais do problema (projeto da garantia da qualidade).”
a) a primeira consiste em definir o que se quer, com a finalidade de planejar o que será
feito. Esse planejamento envolve a definição de objetivos, estratégias e ações, os quais de-
vem ser claramente quantificáveis (metas);
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b) a segunda consiste em definir quais os métodos que serão utilizados para se atingir
os objetivos traçados.”
“Todas as pessoas envolvidas com o ciclo devem sempre procurar meios para melho-
rar seus negócios, desenvolvendo nessa fase metas para o funcionamento sistemático da
melhoria contínua”. (Clark, 2001)
“Esta fase consiste em checar, comparando os dados obtidos na execução com o que
foi estabelecido no plano, com a finalidade de verificar se os resultados estão sendo atingidos
conforme o que foi planejado. A diferença entre o desejável (planejado) e o resultado real
alcançado constitui um problema a ser resolvido. Dessa forma, esta etapa envolve a coleta
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de dados do processo e a comparação destes com os do padrão e a análise dos dados do
processo fornece subsídios relevantes à próxima etapa.” (Pacheco, 2005)
“O terceiro módulo do ciclo PDCA é definido como a fase de verificação das ações
executadas na etapa anterior (DO). Essa fase irá se basear nos resultados das ações proce-
dentes da fase de planejamento, e devido a esse fato, todas as ações deverão ser monitora-
das e formalizadas adequadamente na fase EXECUTAR, para que a verificação dos resulta-
dos na fase em questão possa ser realizada da maneira mais eficaz possível.” (Andrade,
2003)
“Entretanto, deve-se realizar a verificação (C) para certificar se a meta está sendo atin-
gida.” (FALCONI, 1996)
“Esta fase consiste em agir, ou melhor, fazer as correções necessárias com o intuito
de evitar que a repetição do problema venha a ocorrer. Podem ser ações corretivas ou de
melhorias que tenham sido constatadas como necessárias na fase anterior. Envolve a busca
por melhoria contínua até se atingir o padrão, sendo que essa busca da solução dos proble-
mas, por sua vez, orienta para: a necessidade de capacitação, o preenchimento das lacunas
de conhecimento necessário à solução do problema, propiciando a criação de novos conhe-
cimentos e a atualizações do padrão.” (CHOO, 2003)
Segundo Bezerra (2014), “É nessa etapa que o ciclo reinicia, dando continuidade ao
processo de melhoria contínua. Portanto, é através da análise crítica do Ciclo PDCA que se
estabelece um plano de ações definitivas para a implementação das atividades a serem exe-
cutadas após o estudo e análise do ciclo.”
Segundo Santos (2012), “com cada melhoria, os processos e sistemas funcionam cada
vez melhor. A produtividade aumenta à medida que o desperdício diminui. Os clientes obtêm
produtos ou serviços de valor cada vez maior a custos cada vez menores. Os funcionários
são incentivados a uma busca contínua do auto desenvolvimento e qualidade pessoal. A em-
presa obtém maior retorno de investimentos, com qualidade, considerando, na busca de um
objetivo, caráter racional, físico e emocional como já sintetizado e alcança a Maturidade Or-
ganizacional. “
Segundo o Periard (2011), “a não execução de uma das etapas do ciclo pode compro-
meter seriamente o processo de melhoria contínua. Por este motivo, a ferramenta apresen-
tada aqui deve ser encarada como um processo contínuo em busca da qualidade máxima
requerida por um procedimento ou produto.” Afinal, como dito ao decorrer deste tópico, a base
do Ciclo PDCA é a melhoria contínua.”
Ainda de acordo com Periard (2011), ao implementar o Ciclo PDCA, é importante que
o gestor evite:
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a) Fazer sem planejar;
b) Definir as metas e não definir os métodos para atingi-las;
c) Definir metas e não preparar o pessoal para executá-las;
d) Fazer e não checar;
e) Planejar, fazer, checar e não agir corretivamente, quando necessário;
f) Parar após uma “volta” do ciclo.
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e) Acomoanhar, analisar criticamente e auditar o planejamento, a execução, a con-
clusão e os resultados dos projetos de melhoria;
f) Integrar o enfoque de melhoria no desenvolvimento de produtos, serviços e pro-
cessos novos ou modificados;
g) Reconhecer e aceitar melhorias.
De acordo com a ISO 9000:2015, “a tomada de decisão pode ser um processo com-
plexo e sempre envolve alguma incerteza. Ela envolve, frequentemente, vários tipos e fontes
de entradas, bem como a sua interpretação, que pode ser subjetiva. É importante compreen-
der as relações de causa e efeito e possíveis consequências não intencionais. A análise de
fatos, de evidências e de dados leva a uma maior objetividade e confiança na tomada de
decisões.”
Ainda segundo a ISO 9000:2015, “decisões com base na avaliação de dados e infor-
mações são mais propensas a produzir resultados desejados.”
“Como ações voltadas para auxílio na tomada de decisão eficaz, citamos as medi-
ções e monitoramentos dos processos, a partir de fontes confiáveis e seguras, através de
análises com metodologias adequadas e pessoas competentes, fazendo uso da experi-
ência e intuição das mesmas, se necessário.” (Lucena, 2016)
Tomar decisões é sempre uma etapa muito cuidadosa, principalmente por conta dos
aspectos emocionais envolvidos no processo e das incertezas existentes. Por conta disto, é
56
de boa prática relacionar a tomada de decisões com a análise dos dados colhidos durante os
processos realizados, aumentando as chances de obter-se os resultados esperados.
57
2.8.7 GESTÃO DE RELACIONAMENTO
Segundo Beffa e Segantini (2016), “foco no cliente tem a ver com liderança. A liderança
envolve o engajamento das pessoas, este engajamento aborda todos os processos. Abordar
os processos torna possível tomar decisões baseando-se em evidências. Com essas evidên-
cias, dá pra melhorar… e melhorar muito! Quando tudo isso estiver acontecendo, você deve
se preocupar somente em gerenciar os relacionamentos”.
Ainda segundo Beffa e Segantini (2016), “imagine um tabuleiro em que todas as peças
são interligadas e dependem umas das outras para poderem seguir em frente e andar para a
“próxima” casa. Então, assim é que o Sistema de Gestão da Qualidade deve funcionar”.
58
a) Melhoria no desempenho da organização e de suas partes interessadas quando
responder às oportunidades e restrições relacionadas a cada parte interessada
pertinente;
b) Compreensão comum de objetivos e valores entre as partes interessadas;
c) Melhoria na capacidade de agregar valor para as partes interessadas através do
compartilhamento de recursos e de competências e através da gestão dos riscos
relacionados com a qualidade;
d) Uma cadeia de fornecimento bem gerenciada provendo um fluxo estável de produ-
tos e serviços.
59
3. CONTEXTUALIZAÇÃO: EMPRESA DE LO-
CAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Ainda de acordo com Borges (2015), “quem quer abrir ou já abriu um negócio no ramo
de locação de equipamentos, tem uma grande oportunidade de ganhar dinheiro. O setor está
em franca expansão, não só no ramo de locações individuais, como também para o ramo de
construção civil”.
Além do pagamento por período de uso, existem outros tipos de pagamentos, como
multas e reposição de equipamentos perdidos, por exemplo.
Muitas empresas desse setor trabalham com o fornecimento de sua própria mão de
obra para a operação dos equipamentos que foram alugados. No entanto, muitas outras não
trabalham dessa maneira, e se responsabilizam apenas por indicar esse tipo de serviço de
outra empresa com quem possuem contato e parcerias. Tudo isto é estabelecido previamente
através de contrato e negociações entre as empresas e os consumidores.
Por outro lado, um ponto negativo de possuir mão de obra própria para a operação
dos equipamentos, é a responsabilidade adicional da empresa em ter que capacitar seus fun-
cionários para isto, através de documentações exigidas e treinamentos, o que representa au-
mento de custo para a organização.
61
No entanto, as construtoras ficam mais satisfeitas se a empresa que loca os equipa-
mentos fornece em conjunto profissionais habilitados para seu manuseio, já que reduz a quan-
tidade de empreiteiras contratadas ao longo do período de obras.
De acordo com Borges (2015), “o ramo de construção civil tem tido um imenso fôlego
nos últimos 10 anos, majoritariamente por programas do governo na área habitacional e de
infraestrutura como um todo. Programas como o PAC e eventos como a Copa e, posterior-
mente as Olimpíadas, têm alavancado as demandas de equipamentos. Empresários, indiví-
duos e até setores do governo têm buscado empresas com expertise no mercado de locação”.
A figura 11 é uma foto do Parque Olímpico do Rio de Janeiro, uma das principais obras
que ocorreram ao longo dos últimos anos no Brasil:
62
Além dos grandes eventos, o país recebeu diversos programas do governo na área
habitacional e de infraestrutura como um todo, com destaque para o PAC (Programa de Ace-
leração do Crescimento), o qual foi criado em 2007 e promoveu a retomada do planejamento
e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país,
contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.
A figura 12 é uma foto de uma dessas obras realizadas através do PAC, que tem como
objetivo pavimentar e construir um sistema de drenagem em uma rua no município de Frede-
rico Westphalen, Rio Grande do Sul. Esta obra destinou-se à criação de infraestrutura em
uma região necessitada, como muitas outras obras do PAC.
63
A expansão do setor também se deu graças a introdução de novos produtos, serviços
e tecnologias no mercado.
De acordo com Gestor (2017), “como é um comércio que tem foco, sobretudo, na eco-
nomia que as empresas precisam realizar, a maioria das companhias desse negócio têm feito
um grande sucesso. Equipamentos cada vez mais são necessários já que o setor está aque-
cido. Essas demandas são uma oportunidade de criar um negócio sólido e expansivo”.
Ainda de acordo com Gonçalves (2012), “um dos maiores mecanismos de marketing
para empresas locadoras de máquinas e equipamentos é a facilidade em locar seus produtos,
de forma facilitada, com condições de pagamentos flexíveis e acessíveis”.
64
levante as demandas reprimidas, ou seja, aquelas que existem, mas que ninguém ainda ex-
plorou”.
Segundo Gestor (2017), “o ideal é focar em uma clientela diversificada. Empresas que
fazem grandes, médias ou pequenas construções, ou realizem reformas residenciais, garan-
tem um lucro mais sólido. Se sua empresa for flexível conseguirá atender os diversos tipos de
negócios. As necessidades delas irão demonstrar quais os equipamentos devem estar no seu
acervo”.
“O bom uso de ferramentas de gestão ajudará a ter uma visão mais detalhada de como
proceder em cada situação de imprevisto e, como potencializar a captação de clientes. Manter
o asseio do local de armazenagem de cada equipamento, cadastrar com objetividade e de
forma completa, padronizar procedimentos e fidelizar clientela são alguns dos componentes
de uma empresa de locação saudável e lucrativa”. (Borges, 2015)
3.2.2 LOCALIZAÇÃO
65
posicionada nos centros comerciais, próximas a outras empresas de materiais de construção”.
(Gestor, 2017)
“Ao buscar uma localização para uma instalação, deve-se buscar o melhor equilíbrio
entre receitas e custos dentro de um prazo compatível com a vida útil do empreendimento no
local”. (Lima, 2013)
3.2.3 CONCORRÊNCIA
66
trução civil aja com ética, qualidade, compromisso, seja prestativa em todos os seus proces-
sos e conte com uma equipe de vendedores que saibam negociar. Todos esses fatores com
certeza farão com que a empresa cresça e fidelize clientes”.
Segundo Gestor (2017), “sua equipe deve ter o conhecimento adequado sobre seu
equipamento para poder realizar a gestão do estoque de locação. É preciso conhecer, por
exemplo, as datas de aquisição das máquinas, o tempo de vida-útil, as depreciações que
sofreram com o tempo, as manutenções necessárias para cada uma, etc”.
Gestor também afirma que, “a equipe precisa, então, fazer um grande trabalho de pes-
quisa para descobrir as características dos equipamentos em estoque e dos que ainda serão
adquiridos. Assim como das máquinas que estão sendo requisitadas por clientes. É preciso
ter um planejamento claro sobre as atualizações do estoque. Nesse quesito, é importante
focar em novas tecnologias e novos lançamentos no mercado”.
Portanto, é necessário que a equipe esteja sempre atualizada com o trabalho de pes-
quisa para descobrir as características dos equipamentos em estoque e dos que ainda serão
67
adquiridos, assim como os equipamentos e serviços que estão sendo mais requisitados pelos
clientes.
3.2.5 FORNECEDORES
Ainda segundo Gonçalves (2012), “para manutenção eficiente dos estoques é neces-
sário também que a empresa de locação de equipamentos para construção civil tenha forne-
cedores que vendam produtos de qualidade, atuais e que ofereçam vantagens e flexibilidade
nas condições de pagamento”.
É preciso que a empresa possua fornecedores das peças, serviços, produtos e insu-
mos necessários a fim de colocar seus produtos à disposição do mercado. Esses fornecedo-
res devem ser pesquisados continuamente e deve-se formar laços que fidelizem o negócio
entre ambas as partes. Também é fundamental que os fornecedores sejam capazes de ven-
der produtos de qualidade e atuais, garantindo segurança e confiança à empresa, além de
oferecer flexibilidade e vantagens nas condições de pagamento, já que na maioria das vezes,
os fornecimentos são realizados com grandes quantidades de produtos nos pedidos.
68
3.2.6 MANUTENÇÃO
O acúmulo de locações gera a depreciação dos equipamentos, tanto pelo uso dos
mesmos quanto pelas condições como são utilizados ou armazenados nos canteiros de obras,
gerando a necessidade de manutenções periódicas nos mesmos.
O grau de complexidade das manutenções variam, desde uma simples pintura para
evitar-se corrosões até reparos em sistemas mais sofisticados.
69
Figura 13 – Andaimes enferrujados durante utilização em canteiro de obras
70
4. MODELO DE CONFORMIDADE – FAMÍLIA
ISO 9000
4.1 ISO
Na gestão da qualidade, a família ISO 9000 é o conjunto composto pelas normas ISO
9000, ISO 9001, ISO 9004 e a ISO 19011. Estas normas podem ser aplicadas em vários tipos
de organização, como empresas, instituições, indústrias, entre outros.
De acordo com Freitas (2011), “a série de normas ISO 9000 é um conjunto de normas
e diretrizes internacionais para sistemas de gestão da qualidade e tem obtido reputação mun-
dial como a base para o estabelecimento de sistemas de gestão da qualidade”.
71
As normas internacionais significam que os consumidores podem ter confiança de que
seus produtos são seguros, confiáveis e de boa qualidade, ajudando a aumentar a segurança
pelo mundo.
Sobre a aplicação das normas da família ISO 9000, Mello (2009) afirma, “os benefícios
obtidos inicialmente são oriundos de melhorias na organização e na comunicação interna e
podem ser reforçados por meio de auditoria interna eficaz e análise crítica pela direção do
desempenho do sistema”.
“ISO 9000 é um conjunto de normas internacionais, que fornecem critérios para a ava-
liação de procedimentos de garantia da qualidade e gestão da qualidade em uma organização
e entre a organização e seus clientes ou público”. (Souto e Salgado, 2003).
c) ISO 9004 – Gestão para o sucesso sustentado de uma organização – Uma aborda-
gem da gestão da qualidade;
72
Alguns dos benefícios que podem ser desfrutados com a aplicação da norma estão
listados abaixo, de acordo com a ISO 9001:2015:
Anteriormente à criação das normas da família ISO 9000, existiram diversas outras
normas e padrões criados com objetivo de atentar-se para a qualidade dos produtos e servi-
ços oferecidos, já indicando a preocupação com o tema. Entre as normas criadas, podemos
citar como exemplos:
A ISO 9000 é elaborada pelo comitê ISO/TC 176, um dentre os 3368 comitês técnicos
existentes na ISO. Desde o seu lançamento, em 1987, as normas da família ISO 9000 vem
sofrendo alterações e transformações ao longo do tempo, evoluindo suas estruturas, requisi-
tos e enfoques. Inicialmente, as três normas certificáveis da série ISO 9000:1987 (9001, 9002
73
e 9003) eram muito semelhantes a norma britânica BS-5750, que possuía grande foco na
garantia da qualidade.
Em 1994, ocorre a primeira revisão da ISO 9000. Nesta etapa, as normas 9001, 9002
e 9003 seguem com o enfoque na garantia da qualidade, mas amplia-se o conceito de Siste-
mas de Gestão da Qualidade (SGQ).
Em 2000, as normas passíveis de certificação passam a ser ISO 9001 somente, tra-
zendo a gestão por processos, através do uso do PDCA, definindo os oito princípios da qua-
lidade, além de continuar com enfoque em sistemas de gestão da qualidade também.
Na revisão de 2008 não ocorreram grandes mudanças com com relação a revisão de
2000.
Em 2015, chega-se a última versão da ISO 9001, que define um padrão de requisitos
normativos a serem utilizados para todas as normas ISO. Segundo Chaves e Campello
(2016), “a ISO 9001:2015 era muito esperada e teve grande envolvimento mundial e com
muitas novidades, dentre elas a gestão de riscos, novas terminologias, redução de oito para
sete princípios da qualidade, entre outros”.
A ISO 9000:1987 foi a primeira a abordar o tema garantia da qualidade, com estrutura
idêntica à norma britânica BS-5750, como a seguir:
Ambas as normas não eram passíveis de certificação, apenas serviam para orientação
dos interessados. A primeira norma ajudava as organizações a definirem qual norma passível
75
de certificação seria utilizada para certificar seu sistema de gestão de garantia da qualidade,
já a segunda norma, tinha o propósito de explicar os requisitos do sistema de garantia de
qualidade e diretrizes para o aprimoramento do desempenho.
76
Tabela 1 – Abrangência dos requisitos das normas da série ISO 9000:1987
(9001, 9002 e 9003)
A série ISO 9000:1994 é lançada sete anos após a primeira versão, mas sem grandes
alterações em relação à 1987. Uma novidade é a ISO 9000:1994 – Sistema de Gestão da
Qualidade – Fundamentos e Vocabulários (não certificável).
Segundo Naccarati (2009), “a versão 1994 "enxerga" a empresa como sendo uma sé-
rie de departamentos, onde cada um sendo eficiente teremos a eficiência no todo”.
77
4.3.3 SÉRIE ISO 9000
“A segunda principal revisão da norma série ISO 9000 aconteceu em 2000. A mudança
inicia-se pelo cancelamento dos três padrões principais e distintos (ISO 9001, ISO 9002, ISO
9003). A partir de 2000 estes três padrões formam apenas um modelo - a ISO 9001”. (Chaves
e Campello, 2016)
A estrutura da nova ISO 9001:2000 sofre grandes alterações em sua estrutura quando
comparada à sua versão anterior, deixando de possuir as vinte cláusulas existentes anterior-
mente em 1994, passando a possuir somente oito tópicos, sendo eles:
A série ISO 9000:2000 passa a ser constituída de três normas nesta nova revisão, são
elas, segundo Chaves e Campello (2016):
Chaves e Campello (2016) afirmam, ”esta abordagem inovada da revisão de 2000 as-
segura que uma empresa terá um sistema de gestão da qualidade que satisfaça as exigências
da norma ISO 9001:2000, mas que também melhor se adapta às necessidades de cada em-
presa. As exigências e responsabilidades para a alta administração também foram ampliadas,
deixando clara a importância dada aos oito princípios da qualidade”.
78
A ISO 9001:2000 passa a ser mais flexível para as empresas que desejam implantá-
la, diferentemente das duas primeiras versões, que traziam diversas burocracias para a im-
plantação de um sistema de gestão da qualidade, já que era necessário comprovação docu-
mentada em vários requisitos.
“As principais alterações das normas revisadas ISO 9000 são: maior enfoque no
comprometimento da alta Administração e na satisfação do cliente, ênfase em processos den-
tro da organização e introdução de conceitos de melhoria contínua”. (Sales, 2000)
79
Na versão da série ISO 9000:2000 surgem os oito princípios do gerenciamento da
qualidade, os quais são listados segundo Chaves e Campello (2016):
80
Figura 18 – Cadeia de Fornecimento
Também inicia-se a substituição do termo “produto” pelo termo “serviço”, para estimu-
lar as organizações que trabalhem oferecendo serviços aos consumidores.
“Ao longo desta nova versão o termo “procedimento documentado” aparece seis ve-
zes, significando que o procedimento deve ser estabelecido, documentado, implementado e
mantido. Isto contribuiu para desmistificar a burocracia das versões anteriores e passa a exigir
procedimentos documentados explicitamente em seis requisitos. São eles: controle de docu-
mentos; controle de registros; auditoria interna; controle de produto não conforme; ação cor-
retiva; ação preventiva”. (Chaves e Campello, 2016)
Algumas organizações são mais burocráticas do que outras, mas isto geralmente está
relacionado com o grau de maturidade das mesmas. Empresas mais maduras, geralmente
são menos burocráticas, enquanto as menos maduras são mais burocráticas por conta da
falta de experiência em certificações.
Ainda segundo Chaves e Campello (2016), de forma resumida, “os novos requerimen-
tos da NBR ISO 9001:2000, que trouxeram grandes ganhos em relação à versão 1994 são:
comunicação na cadeia de fornecimento, identificar, monitorar e medir a satisfação do cliente
(maior foco ao cliente), alta administração passa a ter que estabelecer objetivos mensuráveis,
81
atender a requisitos regulamentares e estatutários, apoiar a comunicação interna, provisionar
infraestrutura de qualidade, fornecer um ambiente de trabalho com qualidade, eficácia dos
treinamentos requerem avaliação, necessário monitorar e medir processos, avaliar a adequa-
ção do seu sistema de qualidade, identificando e implementando melhorias no sistema de
gestão da qualidade, além da maior flexibilidade”.
Esta revisão da série de normas ISO 9000 não apresentou alterações significativas.
Na verdade, foram realizados apenas ajustes e esclarecimentos de tradução, visto que a úl-
tima revisão já vinha sendo utilizada há oito anos. Portanto, a ISO 9000:2008, serviu para
reafirmar sua referência como padrão internacional de gestão da qualidade.
“As mudanças são sutis em vários pontos, serviram para melhorar o entendimento
sobre a norma ISO 9001 e aprimorar a utilização da mesma”. (Silva, 2013)
Naccarati (2009) afirma que a versão de 2008 da norma, “enxerga a empresa como
sendo uma divisão de várias áreas de gestão, e se cada gerenciamento funcionar bem, então
a empresa funcionará bem”.
O que aconteceu foi uma reafirmação dos conceitos aplicados na versão anterior e
ajustes para facilitar a compreensão e aplicação das normas.
Não ocorreram mudanças na estrutura da norma, e nem nos oito princípios de gestão
da qualidade anteriormente estabelecidos, portanto, estes podem continuar auxiliando e gui-
ando as organizações para promover a melhoria de sua eficiência e qualidade.
82
4.3.5 SÉRIE ISO 9000:2015
“A ISO 9000 é uma norma que provê os conceitos fundamentais, princípios e vocabu-
lário para sistemas de gestão da qualidade (SGQ) e prove os fundamentos para outras nor-
mas de SGQ. Esta Norma é destinada a auxiliar o usuário a entender os conceitos fundamen-
tais, princípios e vocabulário de gestão da qualidade, de forma que sejam capazes de imple-
mentar eficaz e eficientemente um SGQ e obter valor das outras normas de SGQ”. (ISO
9000:2015)
Segundo a própria ABNT NBR ISO 9000:2015, “esta norma propõe um SGQ bem de-
finido, baseado em uma estrutura que integre conceitos fundamentais, princípios e processos
estabelecidos e recursos relativos à qualidade, de modo a ajudar as organizações a alcança-
rem seus objetivos. Ela é aplicável a todas as organizações, independentemente do seu ta-
manho, complexidade ou modelo de negócios. Sua finalidade é aumentar a conscientização
da organização dos seus deveres e do comprometimento em atender às necessidades e às
expectativas de seus clientes e partes interessadas, e alcançar satisfação com seus produtos
e serviços”.
83
A ISO 9000:2015 especifica os termos e definições que se aplicam a todas as normas
de gestão da qualidade (como a ABNT NBR ISO 9001:2015, que será comentada no tópico
seguinte).
84
4.3.5.2 ABNT NBR ISO 9001:2015
“Em setembro de 2015 a quinta versão da ISO 9001:2015 foi publicada oficialmente
no site da ISO. No Brasil, uma semana depois, a versão brasileira foi lançada pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Finalmente a inovação esperada desde a versão pu-
blicada em 2000 chegou e trouxe mudanças significativas em sua estrutura, norteada pelo
Anexo SL, bem como em terminologias, conceitos e na própria gestão em si”. (Chaves e Cam-
pello, 2016)
A norma ainda completa, informação indicada como “NOTA” serve como orientação
para entendimento ou esclarecimento do requisito associado.
A ABNT NBR ISO 9001:2015 aborda termos como “documentação mantida” e “docu-
mentação retida”. Por documentação mantida entende-se todo o tipo de documento que pode
86
ainda sofrer alterações ao longo dos processos da organização, mas que existe para auxiliar
no controle dos procedimentos da empresa. Já por documentação retida, entende-se todo o
tipo de documento que não pode mais sofrer alterações, ou seja, são registros dos processos
da organização que não serão mais modificados.
Segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015, esta Norma especifica requisitos para um sis-
tema de gestão da qualidade quando uma organização:
b) visa aumentar a satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, in-
cluindo processos para melhoria do sistema e para a garantia da conformidade com os requi-
sitos do cliente e com os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis.
A norma também aborda “mentalidade de risco”, afirmando que esta “é essencial para
se conseguir um sistema de gestão da qualidade eficaz. O conceito de mentalidade de risco
estava implícito nas versões anteriores desta Norma, incluindo, por exemplo, realizar ações
preventivas para eliminar não conformidades potenciais, analisar quaisquer não conformida-
des que ocorram e tomar ação para prevenir recorrências que sejam apropriadas aos efeitos
da não conformidade”.
Ainda segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015, “para estar conforme com os requisitos
desta Norma, uma organização precisa planejar e implementar ações para abordar riscos e
oportunidades. A abordagem de riscos e oportunidades estabelece uma base para o aumento
da eficácia do sistema de gestão da qualidade, conseguir resultados melhorados e para a
prevenção de efeitos negativos”.
87
Segundo Morais (2016), “a versão 2015 da norma traz a possibilidade das organiza-
ções se tornarem um concorrente mais consistente no mercado, com maior facilidade de en-
contrar e identificar necessidades presentes e futuras dos seus clientes; aumento da eficiência
da organização que poupa tempo, dinheiro e recursos; melhorarem desempenho operacional,
que corta erros e melhora os lucros; traz motivação, encaixe e envolvimento dos funcionários
com processos internos mais eficientes; amplia a possibilidade de ganhar mais clientes de
alto valor e alcançar uma melhor retenção de clientes com um melhor serviço ao cliente; e
ainda amplia as oportunidades de negócios, demonstrando conformidade”.
Na seção 4.4 deste trabalho são abordados os requisitos da ABNT NBR ISO
9001:2015.
Vale ressaltar aqui, que a versão em vigor da norma ISO 9004 é a versão de 2010, já
que a mesma não sofreu alterações desde então.
De acordo com o Moura (2015), “a ISO 9004 chegou, em 2010, à sua 4ª edição (NBR
ISO 9004:2010), repaginada, mas ainda apoiada na ideia de estabelecer critérios e orienta-
ções extremamente valiosos para empresários e gestores de organizações de todos os por-
tes, focando suas normas na melhoria contínua do desempenho global das empresas que
atuam em um ambiente complexo e em constante mutação, a partir de uma abordagem ori-
entada a processos”.
Esta norma trata de fornecer diretrizes para as organizações a fim de prosseguir com
a melhoria de seu desempenho. A norma ISO 9004 é um guia a ser seguido pelas organiza-
ções que queiram ir mais além do que o estabelecido pela norma ISO 9001, através do forne-
cimento de orientações sobre como alcançar o sucesso contínuo com o seu sistema de gestão
da qualidade.
88
Esta norma também possui a função de estender os benefícios de suas orientações a
todos os elementos envolvidos, direta ou indiretamente, com a organização, como fornecedo-
res, clientes, funcionários, entre outros.
Vale ressaltar que a ISO 9001 e a ISO 9004 são independentes entre si, portanto,
podem ser implementadas em conjunto ou separadas.
Abaixo segue uma lista de benefícios que podem ser adquiridos com a implementação
da ABNT NBR ISO 9004:2010, segundo Moura (2015):
A norma também informa aos gestores das empresas de que é possível unir a satisfa-
ção dos seus consumidores ao atingimento dos objetivos das demais partes interessadas,
contentando a todos os envolvidos.
89
4.3.5.4 ABNT NBR ISO 19011:2012
Para facilitar o entendimento dos requisitos da NBR ISO 9001:2015, neste item, os
subitens serão identificados com o próprio número do capítulo (conjunto de requisitos) previsto
na norma.
90
alcançar o(s) resultado(s) pretendido(s) de seu sistema de gestão da qualidade”. (ABNT NBR
ISO 9001:2015)
De acordo com Morais (2016), “esta é uma nova seção que estabelece o contexto do
sistema de gestão da qualidade e como a estratégia de negócios suporta isso. O contexto da
organização sustenta as demais seções da edição 2015 da norma ISO 9001. Esta seção or-
ganiza a oportunidade de identificar e compreender os fatores e as partes em seu ambiente
que suportam o sistema de gestão de qualidade”.
Albuquerque (2016) comenta, “esse requisito traz à tona algumas discussões muito
conhecidas nas matérias de administração de marketing e estratégia empresarial, que é a
análise do macroambiente (questões internas) e microambiente (questões internas)”.
Ainda segundo Albuquerque (2016), “a análise do ambiente interno e externo faz com
que a empresa conheça todas as forças que afetam a sua capacidade de administração e
torna todas as ações de mudança frente às tendências apresentadas mais ágeis”.
91
ISO CAPÍTULO 5 - LIDERANÇA
De acordo com Morais (2016), “esta seção coloca exigências sobre a alta administra-
ção, que é a pessoa ou grupo de pessoas que dirigem e controlam a organização no mais alto
nível. Nesta edição da norma, não é a responsabilidade de um indivíduo ou de um “Gerente
Representante” a gerência do sistema de gestão da qualidade. Há uma maior ênfase nas
pessoas proprietárias do sistema de gestão da qualidade em vez de um único indivíduo. O
objetivo dessas exigências é demonstrar liderança e compromisso a partir do topo”.
De fato, neste capítulo encontram-se diversas exigências realizadas sobre a alta dire-
ção, e não aos demais funcionários da empresa. Isto se deve ao fato da liderança se iniciar
nos cargos de maior hierarquia dentro da organização. Os subordinados sentem-se mais en-
gajados e motivados se seus chefes mostrarem-se comprometidos com as suas mesmas cau-
sas. Quando todos sentem-se confortáveis e inspirados, certamente o resultado será positivo.
Freitas (2011) comenta sobre liderança, indicando sua aplicação e benefícios como a
seguir:
Aplicação: Prover liberdade e os recursos exigidos para as pessoas atuarem com res-
ponsabilidade; educar, treinar e assistir as pessoas; adequar objetivos e metas desafiadoras
e implementar estratégias para alcançá-las e considerar as necessidades de todas as partes
interessadas.
92
mensuráveis; delegar poder e envolver as pessoas para alcançar os objetivos da organização
e motivar e capacitar a força de trabalho
“O planejamento tem sido sempre um elemento familiar da ISO 9001, mas agora há
um aumento do foco na garantia do contexto da organização das partes interessadas”. (Mo-
rais, 2016)
Segundo Giusti (2015), “para qualquer organização ter sucesso, esta depende um
bom Planejamento Estratégico que leva em consideração seu ambiente interno e externo, as
necessidades de suas partes interessadas e as oportunidades e riscos associados a estes
aspectos”.
Ainda de acordo com Giusti (2015), “baseado em uma análise destes aspectos, as
organizações definem normalmente, objetivos de curto, médio e longo prazo e criam um sis-
tema interno planejado para fazer com que estes objetivos sejam alcançados”.
A ABNT NBR ISO 9001:2015 estabelece que ao planejar o sistema de gestão da qua-
lidade, a organização deve considerar as questões e requisitos comentados anteriormente, e
determinar os riscos e oportunidades que precisam ser abordados para:
d) alcançar melhoria.
93
“Outro termo da ISO 9001:2015 que vale ressaltar sua sinergia com o planejamento
estratégico é a gestão de mudanças, os requisitos da Norma descrevem o planejamento de
mudanças e a implementação das mudanças nos processos operacionais, portanto é um tema
que pode ser relacionado diretamente como todo o planejamento organizacional e processo
correlatos dentro da organização”. (França, 2017)
O planejamento sempre esteve presente nas outras versões das normas, mas, na ver-
são de 2015, decidiu-se explicitá-lo para facilitar a compreensão da grande importância que o
mesmo possui para o sucesso da organização. Junto com este requisito, abordou-se o geren-
ciamento de riscos, informando às empresas da preocupação existente quando se analisa o
planejamento e suas possíveis ramificações.
“A seção 7 da norma ISO 9001:2015 assegura que haja recursos, pessoas e infraes-
trutura adequados para atender aos objetivos organizacionais. A norma exige uma organiza-
ção para determinar e prover os recursos necessários para estabelecer, implementar, manter
e melhorar continuamente o sistema de gestão da qualidade”. (Morais, 2016)
94
Quanto aos requisitos de pessoas, infraestrutura e ambiente, a organização fica res-
ponsável por determinar, prover e manter o que for necessário para a implementação eficaz
do seu sistema de gestão da qualidade e para a operação e controle de seus processos.
Este planejamento deve ser adequado para as operações da organização, além disso,
as mudanças planejadas devem ser controladas e as mudanças não intencionais devem ser
analisadas criticamente, de forma a tomar-se atitudes para mitigar os efeitos adversos das
mesmas.
96
De acordo com Araújo (2015), “esta Cláusula deverá ser atendida com a realização do
mapeamento dos processos, onde se descreve as etapas e responsabilidades dos processos,
lembrando que a abordagem deve ser de processos e não apenas de atividades departamen-
tais. Desta forma, os requisitos desta cláusula serão cumpridos a partir da execução ou ope-
ração dos processos do SGQ. É importante ao mapear os processos, observar se todos os
requisitos dessa cláusula estão sendo cumpridos na execução dos processos”.
“Os requisitos do cliente devem ser confirmados pela organização antes da aceitação,
quando o cliente não prover uma declaração documentada de seus requisitos”. (ABNT NBR
ISO 9001:2015)
Além de uma boa comunicação com os clientes, é muito importante que os requisitos
relativos a produtos e serviços sejam determinados e analisados criticamente, para saber-se
ao certo as expectativas existentes com os mesmos.
Quanto mudanças nos requisitos para produtos e serviços, a ABNT NBR ISO
9001:2015 estabelece, “a organização deve assegurar que informação documentada perti-
nente seja emendada, e que pessoas pertinentes sejam alertadas dos requisitos mudados,
quando os requisitos para produtos e serviços forem mudados”.
“Esta seção trata da execução dos planos e processos que permitem à organização
atender as necessidades dos clientes e o design de produtos e serviços. Inclui o que foi ante-
riormente referido na seção 7 da edição de 2008, mas há uma maior ênfase no controle de
processos especialmente no planejamento de mudanças e avaliações das consequências de
mudanças inesperadas”. (Morais, 2016)
97
8.3 PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS E SERVI-
ÇOS
Segundo Araújo (2016), “uma mudança significativa foi em relação ao antigo item 7.4
Aquisição da ISO 9001:2008, que na nova versão é o item 8.4 Controle de Produtos e Serviços
98
Fornecidos Externamente, cuja abrangência é bem maior na versão 2015, pois trata não só
de fornecedores de produtos e serviços que são incorporados aos produtos e serviços da
organização, mas também de produtos e serviços que forem providos diretamente para o(s)
cliente(s) por provedores externos em nome da organização”.
Segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015, “a organização deve assegurar que processos,
produtos e serviços providos externamente estejam conformes com requisitos”. Isto é funda-
mental para que os provedores externos não prejudiquem a capacidade da empresa de for-
necer produtos e serviços de boa qualidade. Portanto, cabe a organização a tarefa de definir
os controles a serem aplicados aos processos, produtos e serviços providos externamente,
além de assegurar suficiência no fornecimento de informações necessárias aos provedores
externos.
Ainda de acordo com a ABNT NBR ISO 9001:2015, “a organização deve determinar e
aplicar critérios para a avaliação, seleção, monitoramento de desempenho e reavaliação de
provedores externos, baseados na sua capacidade de prover processos ou produtos e servi-
ços de acordo com requisitos. A organização deve reter informação documentada dessas
atividades e de quaisquer ações necessárias decorrentes das avaliações”.
“A organização deve usar meios adequados para identificar saídas quando isso for
necessário assegurar a conformidade de produtos e serviços”. (ABNT NBR ISO 9001:2015)
99
Segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015, “a organização deve identificar a situação das
saídas com relação aos requisitos de monitoramento e medição ao longo da produção e pro-
visão de serviço”.
Ainda de acordo com a ABNT NBR ISO 9001:2015, “a organização deve controlar a
identificação única das saídas quando a rastreabilidade for um requisito, e deve reter a infor-
mação documentada necessária para possibilitar rastreabilidade”.
À respeito das propriedades externas, tanto dos clientes quanto de provedores exter-
nos, a organização deve tomar cuidado enquanto estiver sob seu controle ou sendo usada
pela mesma. Além disso, deve também identificar, verificar e proteger essas propriedades
providas, e, caso algo aconteça com as mesmas, é função da organização relatar isto para os
clientes ou provedores externos.
“A organização deve assegurar que saídas que não estejam conformes com seus re-
quisitos sejam identificadas e controladas para prevenir seu uso ou entrega não pretendido.
A organização deve tomar ações apropriadas baseadas na natureza da não conformidade e
em seus efeitos sobre a conformidade de produtos e serviços. Isso deve também se aplicar
aos produtos e serviços não conformes detectados após a entrega de produtos, durante ou
depois da provisão de serviços”. (ABNT NBR ISO 9001:2015)
Deve-se tomar atitudes para lidar com estas não conformidades, como: correção, se-
gregação, contenção, retorno, suspensão, informação ao cliente ou obtenção de autorização
para aceitação sob concessão. É muito importante a retenção de informação documentada
em caso de não conformidades, pois desse jeito é mais eficiente o tratamento das mesmas.
A norma indica que as operações que ocorrem na organização devem ser controladas,
de forma a garantir a conformidade dos produtos e serviços prestados aos clientes, garantindo
a satisfação do mesmo. Deve-se atentar para as operações pós-entrega, aumentando a con-
fiança que o cliente tem na organização, do mesmo modo que deve-se controlar os processos,
produtos e serviços providos externamente.
101
uma ênfase na busca direta por informações que dizem respeito a como os clientes veem a
organização”. (Morais, 2016)
Araújo (2016) comenta, “com relação à satisfação dos clientes, há uma nota que es-
clarece melhor as várias formas como pode ser medida a satisfação, que podem incluir: pes-
quisas com o cliente, retroalimentação do cliente sobre produtos ou serviços entregues, reu-
niões com clientes, análise de participação de mercado, elogios, pleitos de garantia e relató-
rios de distribuídor”.
“Deve-se determinar e selecionar as oportunidades para que haja melhoria e para que
se implemente as ações necessárias a fim de atender aos requisitos do cliente, e assim possa
aumentar a satisfação do cliente”. (Morais, 2016)
102
“A ISO 9001:2015 acrescenta, em relação a versão anterior, que as organizações não
só devem melhorar os produtos e serviços para atender aos requisitos aplicáveis, mas tam-
bém para atender às necessidades e expectativas futuras das partes interessadas, ou seja,
aproveitar da análise do contexto da organização e do relacionamento com os stakeholders
para pensar nas oportunidades que podem ser geradas, como melhoria de produtos, proces-
sos, novos negócios, novas fontes de renda ou novas parcerias que podem favorecer o cres-
cimento da organização”. (Bueno, 2017)
Ainda segundo a ABNT NBR ISO 9001:2015, “a organização deve considerar os re-
sultados de análise e avaliação e as saídas de análise crítica pela direção para determinar se
existem necessidades ou oportunidades que devem ser abordadas como parte de melhoria
contínua”.
Os requisitos da NBR ISO 9001:2015 seguem o ciclo PDCA que pode ser aplicado
para todos os processos e para o sistema de gestão da qualidade como um todo, como mostra
a figura 19.
103
Figura 19 – Representação da estrutura da NBR ISO 9001:2015 no ciclo PDCA
“O ciclo PDCA habilita uma organização a assegurar que seus processos tenham re-
cursos suficientes e sejam gerenciados adequadamente, e que as oportunidades para melho-
ria sejam identificadas e as ações sejam tomadas.” (ABNT NBR ISO 9001:2015)
104
5. CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DA QUALI-
DADE
O INMETRO foi criado em 1973 para substituir o antigo INPM (Instituto Nacional de
Pesos e Medidas), e objetiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtivi-
dade e eficiência por meio de mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e
serviços.
“Sua missão é prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos,
através da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das re-
lações de consumo, a inovação e a competitividade do País”. (INMETRO, 2017)
105
Sobre a função de certificador do INMETRO, Santos (2012) afirma, “INMETRO é o
órgão gestor do Sistema Brasileiro de Certificação. A certificação de conformidade consiste
em atestar que produtos, processos e serviços atendam os requisitos de uma norma técnica.
A certificação de conformidade é feita pelo INMETRO e por entidades credenciadas para tal,
denominadas Organismos de Certificação”.
Ainda segundo Santos (2012), “a certificação dos Sistema da Qualidade das empre-
sas, tendo como referência as normas NBR-ISO 9000, é realizada no âmbito do Sistema Bra-
sileiro de Certificação. Os Organismos de Certificação credenciados são entidades sem fins
lucrativos com capacidade gerencial e técnica para realização da certificação de produtos,
processos e serviços”.
Segundo o INMETRO (2017), “são organismos credenciados com base nos princípios
e políticas adotados no âmbito do SBC (Sistema Brasileiro de Certificação) e nos critérios,
procedimentos e regulamentos estabelecidos pelo Inmetro”.
Segundo Alonço (2017), a certificação ISO 9001 ocorre em sete etapas diferentes,
sendo elas:
107
5.3.1 DEFINIÇÃO DO MÉTODO DE IMPLEMENTAÇÃO
Nesta estapa, a organização deve estar atenta em como será a implementação da ISO
9001. Deve-se definir as características da organização e quais os melhores caminhos para
que seja eficiente a implementação da ISO 9001 na empresa.
Esta equipe ficará responsável diretamente pelo SGQ da empresa. Contudo, todos
que estão envolvidos com a organização tem parcela de responsabilidade, já que devem pra-
ticar a política de qualidade no cotidiano e no desempenho de suas atividades e tarefas, de
modo a aprimorar os resultados obtidos e atingir as metas e objetivos designados.
Os profissionais que irão compor esta equipe devem possuir conhecimento nas se-
guintes áreas, segundo Alonço (2017):
108
5.3.3 DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO
Segundo Ferreira (2016), “com o Diagnóstico é possível avaliar quais serão as ações
que deverão ser tomadas para implementar o sistema de gestão”.
Ferreira (2016) comenta sobre a etapa de planejamento, “etapa para planejar e orga-
nizar tudo que deve ser feito para a implementação total do sistema de gestão que seguirá os
requisitos da norma. Nesta etapa, leva-se em consideração a complexibilidade das ações, a
data pretendida de certificação, a disponibilidade interna e a necessidade da organização.”
109
5.3.4 ENVOLVIMENTO DOS COLABORADORES
Alonço (2017) também afirma, “cabe à alta direção manter uma comunicação eficiente
com os colaboradores sobre essa grande decisão: a implementação da ISO 9001. Explique
os benefícios, a necessidade de colaboração mútua e enumere os desafios que serão enfren-
tados para ajudar a criar um clima melhor durante o processo”.
“Na etapa de implementação, Morais (2016) afirma, “a organização deve ajustar o seu
sistema de gestão da qualidade com os novos requisitos da norma. Para isso, a organização
deve identificar, discutir e estabelecer as mudanças que fará a fim de se adequar aos requisi-
tos da ABNT NBR ISO 9001:2015. Posteriormente, a organização deve implementar as mo-
dificações”.
110
Nesta fase coloca-se em prática tudo que foi pensado, discutido e planejado na orga-
nização. Todos já devem possuir conhecimento sobre o assunto, seus deveres e responsabi-
lidades, de forma a não existirem dúvidas que possam comprometer a implementação.
A fase de auditoria interna funciona como uma pré-auditoria, com o objetivo de encon-
trar não conformidades ao longo da implementação da ISO 9001 a tempo de serem corrigidas
para a auditoria externa (fase final).
111
De acordo com Ramos (2004), “a tarefa final que antecede a concessão do certificado
de conformidade com as normas, é a de auditoria, e inclui a avaliação direta por clientes, a
avaliação do registro do sistema da qualidade por terceiros (entidades certificadoras creden-
ciadas, consultorias contratadas, etc.) e avaliação e gestão por equipes próprias. Sendo ava-
liada como conforme, é concedido à entidade um certificado ISO 9000, cujo significado é que
a mesma está conforme com as normas do referido padrão, ou seja, que opera um sistema
de gestão da qualidade o qual assegura o atendimento aos requisitos de garantia da quali-
dade, e possui procedimentos para lidar com problemas de não-conformidade”.
Caso a empresa não tenha cumprido integralmente, ou seja, existem não conformida-
des, o auditor levantará estes pontos e a organização deverá tomar atitudes para eliminar
estes problemas em um certo período de tempo, a fim de passar na certificação da próxima
vez que for auditada.
Alonço (2017), por fim estabelece, “vale lembrar que o processo de Gestão da Quali-
dade é contínuo e que o certificado tem prazo de validade, além de serem necessárias certi-
ficações para manutenção do selo ISO 9001”.
Nota: as numerações das etapas são referentes à numeração da ABNT NBR ISO
19011:2012.
112
Figura 20 – Etapas de uma auditoria
114
5.3.7.3 CONDUZINDO ATIVIDADES DE AUDITORIA
Esta etapa inicia-se com a reunião de abertura, que tem como objetivo confirmar o
acordo entre todas as partes quanto ao plano de auditoria, apresentar a equipe auditora e
assegurar que as atividade de auditoria planejadas podem ser realizadas.
“Se a documentação adequada não puder ser fornecida dentro do tempo dado no
plano de auditoria, convém que o líder da equipe auditora informe tanto a pessoa que gerencia
o programa de auditoria quanto o auditado. Dependendo dos objetivos e escopo da auditoria,
convém que uma decisão seja tomada sobre se a auditoria deve ser continuada ou suspensa,
até que a documentação pertinente seja resolvida”. (ABNT NBR ISO 19011:2012)
Esta etapa é fortemente marcada pela comunicação que deve existir entre todos os
envolvidos no processo de auditoria. Isto é fundamental para que as informações sejam re-
passadas corretamente ao longo de todas as pessoas, para que estas possam tomar as ati-
tudes corretas à tempo. Informações como não conformidades existentes, falta de documen-
tação e mudanças no processo de auditoria são alguns exemplos das situações recorrentes
que devem ser comunicadas para não comprometer o processo de auditoria.
115
A figura 21 é um fluxograma da sequência das atividades realizadas a partir da coleta
de informações (por meio de entrevistas, observações, análise crítica de documentos), se-
gundo a ABNT NBR ISO 19011:2012:
116
Após determinadas as constatações da auditoria e as análises críticas das mesmas,
prossegue-se com a preparação das conclusões da auditoria, antes de realizar-se a reunião
de encerramento. A preparação das conclusões visa acordar quanto às conclusões da audi-
toria, preparar recomendações ao auditado, analisar criticamente as constatações da audito-
ria e quaisquer outras informações coletadas ao longo do processo e discutir sobre a auditoria
de acompanhamento.
“Convém que seja realizada uma reunião de encerramento pelo líder da equipe da
auditoria, para apresentar as constatações e conclusões da auditoria. Convém que a direção
do auditado seja incluída como participante na reunião de encerramento e, onde apropriado
os responsáveis pelas funções ou processos que foram auditados, podendo incluir o cliente
da auditoria e outras partes. Se aplicável, convém que o líder da equipe da auditoria alerte o
auditado sobre situações encontradas durante a auditoria, que podem diminuir a confiança
colocada nas conclusões da auditoria. Se for definido no sistema de gestão ou pelo acordo
com o cliente da auditoria, convém que os participantes concordem com o prazo do plano de
ação relativo às constatações da auditoria”. (ABNT NBR ISO 19011:2012)
Deve-se preparar o relatório de auditoria de forma que o mesmo possua todas as in-
formações importantes desde o início do processo. Após sua confecção, o mesmo deve ser
emitido em um prazo de tempo acordado, datado, analisado criticamente e aprovado con-
forme apropriado, de acordo com os procedimentos do programa de auditoria.
117
O relatório, agora portanto, deve ser distribuído às pessoas como definido no plano de
auditoria.
Estas ações devem ser verificadas após o prazo acordado, de forma a determinar a
completeza e a eficácia das mesmas.
118
5.4 RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
Para muitos exportadores que não possuem esse reconhecimento internacional, estas
exigências constituem uma forma de barreira técnica. Portanto, estes comerciantes terão ele-
vados custos extras para realizar os ensaios e demais certificações necessárias para o reco-
nhecimento em outro país, o que reduz a competitividade associada.
De acordo com o INMETRO (2017), “os acordos de reconhecimento mútuo entre or-
ganismos de acreditação são uma das formas mais efetivas de facilitar a eliminação de rea-
valiações nos países importadores, problema identificado pela Organização Mundial do Co-
mércio (OMC) como umas das maiores barreiras técnicas ao comércio”.
119
principal que tem total responsabilidade e autoridade sobre todos os aspectos referentes à
acreditação, incluindo as decisões de acreditação”. (INMETRO, 2017)
Segundo Saraiva (2016), “o Sistema de Gestão da Cgcre está baseado nos requisitos
da ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 e diretrizes internas que o colocam em equivalência com
organismos estrangeiros congêneres, com os quais são mantidos os seguintes acordos:
121
6. METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO E
IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DA QUALIDADE
A consultoria aumenta a eficiência dos sistemas da qualidade por possuir vasta expe-
riência no assunto, facilitando as auditorias pelas quais a organização irá passar e a certifica-
ção em caso de conformidade.
Caso a organização opte por elaborar e implantar o SGQ sozinha, poderá se confundir
no meio do caminho, acarretando custos adicionais, perda de tempo e redução da eficiência
do SGQ. No entanto, se optar pela contratação de consultoria especializada, deverá se certi-
ficar de seguir as instruções da mesma e cobrar por um bom atendimento, visto a importância
da questão, para ter feito um bom investimento.
122
b) Etapa intermediária: Planejamento, 1 etapa;
Uma vez definido o escopo do SGQ, pode-se planejar o desenvolvimento do sis-
tema.
123
6.3 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO
Segundo Chambert-Loir (2006), “esta etapa é importante para assegurar que as pes-
soas envolvidas têm uma visão clara do negócio”. O que permite que todos os envolvidos na
implantação de um SGQ tenham conhecimento do contexto que estão inseridos e a importân-
cia que o assunto possui.
Esta etapa pode ser realizada através de reuniões individuais ou compartilhadas, pa-
lestras, atividades, histórico da empresa, confecção de fluxogramas, entre outros.
De acordo com Santos (2012), “a função da motivação é fazer com que as pessoas se
dediquem e se esforcem no cumprimento de suas obrigações, obviamente integradas em
conformidade com os objetivos da Organização e encontrem a satisfação pessoal ao fazê-lo”.
“A direção da empresa tem que ser sensibilizada aos objetivos estratégicos do desen-
volvimento do SGQ e ela possui, como o responsável da qualidade, o papel de sempre lem-
brar aos colaboradores que o SGQ depende da implicação deles”. (Chambert-Loir, 2006)
124
“Para que a qualidade faça parte da rotina de qualquer organização, depende direta-
mente da participação de todos os envolvidos nos processos dessa organização. Muitas ve-
zes se faz necessária uma mudança cultural geral, para que a qualidade seja realmente vi-
venciada numa empresa e não apenas inspecionada e cobrada”. (Bernardes, 2012)
As informações desta etapa podem ser transmitidas aos envolvidos através de reuni-
ões individuais ou compartilhadas, palestras, confecção de fluxogramas, workshops, emprego
da ferramenta dos 5W e 1H, entre outros.
125
6.3.4 MAPEAMENTO DOS PROCESSOS
processos);
126
entrevistas, questionários, coleta de evidências, workshops, análise de documentação, entre
outros.
Nesta etapa busca-se selecionar o OCC mais adequado para realizar a certificação na
organização. Deve-se atentar para os seguintes aspectos sobre um OCC, de acordo com
Chambert-Loir (2006):
A partir das análises sobre os OCC disponíveis, a organização deve determinar aquele
que possui mais pontos positivos em relção aos outros para realizar as auditorias necessárias.
A organização deve reunir-se com os possíveis OCCs para ver suas propostas e levar estas
para reuniões internas, para que uma equipe responsável defina qual OCC escolher. Pode-
se construir uma matriz com pesos associados a cada item de cada OCC para determinar-se
qual o mais vantajoso para a organização.
Nesta etapa estuda-se os meios que serão utilizados para implantar de fato o SGQ,
abrangendo as etapas desde a definição dos indicadores da qualidade até a certificação da
organização. É importante definir também um cronograma para a execução de cada etapa do
planejamento, de forma a aumentar o controle sobre todo o processo.
127
que os objetivos da qualidade sejam atingidos nos diversos níveis da instituição. Esses obje-
tivos deverão ser mensuráveis e coerentes com a política da qualidade”. (Mendes, 2003)
“Os Indicadores de Desempenho são o subsídio para que se possa avaliar o grau de
evolução na implantação do Sistema da Qualidade. São usados também para demonstrar a
efetiva melhoria contínua durante e após a implantação do sistema da qualidade”. (Santos,
2013)
128
Segundo Carvalho (2014), “o indicador é uma pista, uma informação primeira sobre
algo de significado mais amplo. Ele torna evidente e perceptível uma tendência ou a existência
de um fenômeno não imediata ou facilmente detectável. Assim, indicador é um sinal, um sin-
toma, que nos dá condição de conhecer algo com razoável grau de certeza. O indicador re-
vela, evidencia e se constitui não somente na medição, mas a um nível de avaliação e inte-
resse no fenômeno detectado”.
Ainda de acordo com Carvalho, “pensar em indicadores não é exatamente simples. En-
globa pensar na organização e na visão de negócio, além das estratégias, missão, visão e
valores da organização. Porém, exige também pensar nos clientes”.
“Para criar indicadores, a diretoria da empresa tem que pensar na sua pertinência em
relação aos processos da empresa. Criatividade é indispensável nesta etapa. Métodos como
“the five W’s” (Who, where, when, what and why? Quem, onde, quando, o quê e o porquê?) e
o diagrama de Ishikawa (espinha de peixe) podem ser usados para ajudar na determinação
destes indicadores”. (Chambert-Loir, 2006)
Esta etapa foca na criação de documentos que auxiliem e apoiem o SGQ. Estes do-
cumentos podem ser formulários, manuais, registros, instruções de trabalho, entre outros.
129
Estes documentos são utilizados como evidência do SGQ, além de possuírem instru-
ções quanto aos procedimentos envolvidos na organização, a política da qualidade, metas e
objetivos da qualidade, responsabilidades atribuídas, entre outras informações.
“Devem também ser planejadas datas de verificação nas quais o RQ, e outras pessoas
se necessário, avaliarão a conformidade do que foi desenvolvido do SGQ. Estas avaliações
130
são comparações do manual da qualidade com a norma, revisão dos outros documentos e
verificação da boa interação entre eles”. (Chambert-Loir, 2006)
“A organização tem que assegurar que a monitorização e a medição podem ser e são
levadas a cabo de uma forma consistente com os requisitos de monitorização e de medição,
assim como determinar equipamentos necessários para proporcionar evidências da conformi-
dade do produto”. (Sousa, 2012)
A divulgação do SGQ deve ser realizada para aumentar a abrangência do mesmo pela
organização e partes interessadas, e também para inspirar os envolvidos que ainda não se
comprometeram de fato com esta preocupação com a qualidade. Esta divulgação pode ser
feita através de informes, comunicados, reuniões, palestras, atividades, entre outros.
6.3.11 CERTIFICAÇÃO
A fase de certificação já foi previamente comentada neste trabalho, na seção 5.3, por-
tanto, não será comentada novamente.
131
7. ESTUDO DE CASO
A empresa que será foco para o estudo de caso solicitou que sua identidade não fosse
revelada neste trabalho, portanto, a mesma será identificada e mencionada neste trabalho
como “Empresa X”.
Atualmente, a empresa conta com uma vasta gama de produtos e serviços que tende
a expandir-se cada vez mais.
132
O corpo de funcionários da empresa conta com eletricistas, soldadores, serralheiros,
pintores e outros profissionais, que desempenham eficientemente as atividades de manuten-
ção nos equipamentos, realizando levantamentos das avarias decorrentes do emprego dos
mesmos nos canteiros de obras.
A organização também conta com motoristas habilitados e vasta frota de veículos es-
pecializados no transporte destes equipamentos (caminhões munck e empilhadeiras), confe-
rindo comodidade, conforto e segurança no frete dos produtos para a contratante.
A locação deste tipo de equipamento é feita com a discriminação de suas partes com-
ponentes e as respectivas quantidades, visto que o mesmo é montado a partir da união de
diversas peças estruturais, como barras de ligação, diagonais de contraventamento, pisos
metálicos, escadas, abraçadeiras e sapatas. Além disto, devem ser discriminadas as dimen-
sões das peças, já que a empresa fornece módulos de 1,0m, 1,5m e até 2,0m.
133
Durante a negociação também define-se se a contratante irá contratar ou não os ser-
viços de mão de obra da Empresa X para montagem e desmontagem deste tipo de equipa-
mento.
É o equipamento que mais sofre com perdas de peças, por conta de muitas vezes os
funcionários das obras utilizarem as peças para outros fins, que não seja a montagem do
andaime fachadeiro. Contudo, é o equipamento mais barato para trabalhos em fachadas.
134
Figura 23 – Andaimes fachadeiro Empresa X
Este equipamento também é montado na obra, no entanto, sua montagem é mais sim-
ples do que o andaime fachadeiro, já que não possui tantas peças componentes. Também
ocorre a discriminação das peças que estão sendo enviadas para o canteiro de obras, vari-
ando as dimensões dos andaimes de 1,0m até 6,0m.
135
Peças de fixação deste tipo de andaime também são alugadas, como cabos de aço,
vigas e cavaletes.
136
Figura 24 – Andaime suspenso Empresa X
Este equipamento é preso à uma torre montada através do encaixe de diversos mó-
dulos de aço, de 1,5m de altura. Também são alugadas peças que promovem a fixação do
mesmo à construção (gravatas). Os elevadores podem ser de cabine simples ou então de
cabine dupla.
137
X estudam a viabilidade de posicionamento das torres e cabines ao redor do prédio, indicando
os locais mais recomendados (caso não haja local previamente especificado pela contra-
tante), a altura final da torre, os esforços que serão exigidos pela ancoragem da torre nos
elementos estruturais da obra e os quantitativos de material. Os projetistas também informam
através do projeto os locais de ancoragem dos andaimes e a opção mais adequada de fixa-
ção, sempre atendendo aos padrões de segurança requisitados.
138
Figura 25 – Elevador cremalheira Empresa X
Nesta seção serão descritos métodos, ferramentas e atitudes para a elaboração e im-
plantação de um SGQ na Empresa X, conforme a sequência dos requisitos da ABNT NBR
ISO 9001:2015.
Para facilitar o entendimento dos requisitos da NBR ISO 9001:2015, neste item, os
subitens serão identificados com o próprio número do capítulo (conjunto de requisitos) previsto
na norma.
139
ISO CAPÍTULO 4 – CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO
A empresa pode também produzir documentos que facilitam o entendimento dos insu-
mos, dos processos existentes, das saídas e resultados esperados, o histórico da empresa,
sua evolução e desenvolvimento, as metas, objetivos perseguidos e organograma da em-
presa.
140
Figura 26 – Organograma Empresa X
Os clientes são o foco principal da Empresa X, e seus requisitos são: preços e condi-
ções de pagamento flexíveis, equipamentos adequados, em bom estado de conservação e
eficientes para os canteiros de obra, atendimento rápido, seguro e confiável, serviços de mon-
tagem e desmontagem eficazes, projetos bem detalhados, assinados por engenheiro respon-
sável e com recomendações de segurança, documentação legal atualizada (ART – Anotação
de Responsabilidade Técnica), entre outros.
141
Já para os fornecedores, os requisitos são: bom relacionamento com a empresa, pa-
gamentos sem atrasos para não comprometer a produção e fornecimento e pedidos executa-
dos com antecedência.
Estes requisitos devem ser monitorados a analisados continuamente para que a em-
presa desempenhe suas atividades de maneira eficiente. Para isso, sugere-se que a Empresa
X mantenha sempre um bom relacionamento com suas partes interessadas pertinentes, e que
realize entrevistas, reuniões ou simples conversas para que tenha sempre em mente estes
requisitos e outros novos que venham a surgir.
Este escopo do SGQ deve estar disponível e ser mantido como informação documen-
tada na organização.
A organização deve sempre pensar na melhoria contínua de seu SGQ após sua ela-
boração e implantação. Para isso, deve-se incluir os processos existentes e as suas intera-
ções com o resto da organização e a organização também deve manter e reter informação
documentada para apoiar a operação de seus processos e para ter confiança de que os pro-
cessos estão sendo realizados conforme planejado.
142
A empresa portanto deve determinar os processos necessários para o SGQ e sua
aplicação na organização, determinando as entradas requeridas e as saídas esperadas do
processo, determinar sequência de interação desses processos, determinar e aplicar métodos
eficientes de controle e medição destes processos, definindo recursos necessários e assegu-
rar a sua disponibilidade, atribuir responsabilidades e autoridades e sempre avaliar os proces-
sos e implementar quaisquer mudanças necessárias, de forma a assegurar que os resultados
pretendidos sejam atendidos e os processos sejam melhorados.
143
f) Avaliação e mudanças: no início de sua operação, a Empresa X não possuía mão
de obra própria para montagem e desmontagem dos andaimes suspensos que
alugava. Com o passar do tempo, os clientes começaram a prestar queixas rela-
tando que o fornecimento de mão de obra adequada seria muito conveniente para
os clientes, fazendo com que a organização voltasse sua atenção para este novo
requisito. A Empresa X, portanto, contratou mão de obra própria e disponibilizou
treinamento e capacitação para que estes novos funcionários desempenhassem
suas tarefas da melhor maneira possível, melhorando o processo já existente.
144
ISO CAPÍTULO 5 – LIDERANÇA
Para cumprir com este requisito, a Empresa X realizou reuniões entre seus diretores e
gerentes para definir a política e os objetivos da qualidade da organização, além de definir
fontes de recursos confiáveis.
A Empresa X também mantém seu foco voltado sempre para o cliente, que é o ponto
central de todo o SGQ. A empresa deve então assegurar que os requisitos dos clientes e os
requisitos legais sejam sempre entendidos e atendidos constantemente (a empresa deve ras-
trear esses requisitos e as mudanças que podem ocorrer, através de reuniões e entrevistas
com os clientes) e que o foco no aumento da satisfação do cliente seja mantido (através da
melhoria dos processos e do SGQ). Também é importante que a empresa faça análises dos
riscos e oportunidades de seu negócio (através de reuniões, entrevistas, pesquisas), já que
podem afetar a conformidade dos produtos e serviços oferecidos e a capacidade de aumentar
a satisfação dos clientes (um exemplo é a incorporação de mão de obra própria para monta-
gem e desmontagem de andaimes suspensos, comentada anteriormente).
145
5.2 POLÍTICA
A Empresa X não possui uma política da qualidade clara que seja transmitida ao longo
de toda sua estrutura, portanto, deve-se planejar reuniões com a diretoria a fim de definir a
política e os objetivos da qualidade da organização. Estas reuniões implicam em uma reflexão
forte sobre o entendimento do negócio, os pontos positivos e negativos da empresa e seus
destaques.
A política da qualidade deve ser mantida como informação documentada e estar dis-
ponível para toda a organização.
Sugere-se que a política da qualidade se baseie nos pilares mostrados na figura 28.
Algumas ferramentas da gestão da qualidade são oportunas nesta etapa, como por
exemplo a ferramenta dos 5W e 1H. Esta ferramenta técnica é utilizada na análise ou execu-
ção de uma rotina objetivando identificar claramente:
147
d) Onde (where) – onde a atividade ocorre e onde deve ser aplicada?
e) Porque (why) – por que a atividade deve ser realizada?
f) Como (how) – como a atividade deve ser realizada para alcançar o objetivo?
Com as seguintes respostas, pode-se definir quem deve ser responsabilizado de algu-
mas tarefas, sempre baseando-se nas competências, motivações e habilidades necessárias
para desempenhá-las. Por exemplo, a definição de um responsável por coordenar a operação
de montagem e desmontagem de andaimes fachadeiros, um responsável pela operação de
transportes (frete), entre outros.
148
Figura 30 – Relatório de manutenção preventiva Empresa X
Tanto a política quanto os objetivos da qualidade devem ser transmitidos por toda a
organização e entre todos os colaboradores, sendo assim, sugere-se que sejam feitos painéis,
cartazes e comunicados e que os mesmos sejam espalhados pela organização, de forma a
lembrar aos colaboradores da missão da qualidade.
A organização como um todo deve ter estabelecido objetivos comuns a todas as áreas,
no entanto, estes objetivos devem ser adaptados de acordo com os níveis e partes da em-
presa. Além disso, os objetivos da qualidade devem ser mantidos como informação documen-
tada.
150
Figura 31 – Objetivos da Qualidade Empresa X
Caso seja necessário realizar mudanças na empresa, estas devem ser realizadas de
uma maneira planejada e sistemática, considerando o propósito dessas mudanças e as po-
tenciais consequências, a integridade do SGQ, a disponibilidade de recursos e a alocação ou
realocação de responsabilidades e autoridades.
151
X realizou planejamentos detalhados de forma a aplicar cuidadosamente seus recursos, ava-
liou os riscos e oportunidades de cada caso, quais seriam os ganhos com estas alterações,
entre outros aspectos.
152
ISO CAPÍTULO 7 – APOIO
7.1 RECURSOS
153
Tabela 3 – Relatório de inspeção em catracas dos andaimes suspensos
7.2 COMPETÊNCIA
154
Figura 33 – Certificado operador de elevador cremalheira Empresa X
7.3 CONSCIENTIZAÇÃO
155
A Empresa X tenta promover a responsabilização e sensibilização dos seus colabora-
dores através da motivação. A direção da organização acredita que a proximidade de gerentes
e diretores com seus subordinados é uma das principais causas de maior engajamento dos
mesmos.
Por diversas vezes, os funcionários não se comprometem a ter seu melhor desempe-
nho por não se sentirem valorizados dentro do local de trabalho, por isso a gerência e diretoria
buscam sempre uma boa relação com seus funcionários, de forma a motivá-los constante-
mente, seja com palestras, conversas informais, reuniões, etc.
7.4 COMUNICAÇÃO
A comunicação deve ser clara, objetiva e precisa, para evitar segundas interpretações.
Portanto, deve-se estabelecer os canais adequados para isto, definindo sobre o que comuni-
car, quando comunicar, com quem se comunicar, como comunicar e quem comunica.
Para isso, a Empresa X estabelece responsáveis pelos setores que ficam encarrega-
dos de supervisionar as comunicações existentes, em caso de dúvidas ou ajuda. Estes res-
ponsáveis tem autonomia para tomar algumas decisões, devendo repassar o assunto à dire-
toria quando tratar-se de uma questão mais complexa.
Os grupos responsáveis por cada setor existente na Empresa X realizam reuniões para
compartilharem ideias que venham agregar ao SGQ, e destas ideias surge a necessidade da
criação de novos documentos ou então a atualização de documentos antigos. Os resultados
destas reuniões são levados até a gerência e diretoria da Empresa X, onde estas ideias e
documentos serão avaliados e aprovados ou não.
156
A Empresa X possui um escritório destinado somente à arquivação de documentos,
que são organizados por período e espécie de documento, o que facilita a obtenção de infor-
mações por quem estiver necessitando. No entanto, poucos funcionários possuem acesso à
esta sala, para que essa documentação seja protegida e controlada, evitando perda de infor-
mações valiosas à empresa.
Por exemplo, a Empresa X, quando é contratada para fornecer mão de obra para mon-
tagem e desmontagem de andaimes, designa algum responsável do setor técnico para reali-
zar vistorias nos canteiros de obra. Este responsável deve verificar as instalações que estão
sendo feitas de acordo com o que foi projetado, preencher um formulário identificando as
irregularidades na instalação e apresentar este formulário ao engenheiro responsável pela
obra para coletar sua assinatura, comprovando que a vistoria foi realizada e que providências
serão tomadas para corrigir as adversidades encontradas. Após realizadas as correções, o
mesmo responsável retorna à obra para outra vistoria. Se as intalações estiverem em confor-
midade com os requisitos, ele libera a utilização dos equipamentos (também assinado pelo
engenheiro responsável pela obra), caso contrário, é realizado o mesmo processo anterior-
mente descrito.
A figura 34 é a foto deste relatório de vistoria em uma das obras da Empresa X, com
as correções a serem realizadas em andaimes que apresentaram instalação incorreta.
157
Figura 34 – Relatório de vistoria Empresa X
158
Figura 35 – Fragmento da nota fiscal de entrega preenchida
Os requisitos para produtos e serviços devem ser previamente discutidos com os cli-
entes, através de comunicação clara e objetiva, de forma que todos estes requisitos sejam
compreendidos. Para isto, é importante que o cliente faça uma lista com estes requisitos,
criando informação documentada sobre os mesmos. Caso o cliente não faça essa lista, a
Empresa X busca confirmação dos requisitos com o cliente.
A organização deve assegurar que ela tem plena capacidade de atender aos requisitos
para produtos e serviços antes mesmo de se comprometer ao fornecimento. Estes requisitos
podem ser:
159
Por exemplo, no caso de instalação dos andaimes suspensos, a norma NR 18 (norma
de controle da segurança na construção civil) indica que este equipamento deve ser ancorado
aos grampos existentes na laje de cobertura das edificações, por meio de três cabos de aço
diferentes presos à dois grampos diferentes, pelo menos. Isto serve para garantir a segurança
do equipamento caso algum cabo de aço ou grampo falhe, constituindo um requisito regula-
mentar.
Além disso, a organização deve assegurar que mudanças nos requisitos previamente
estabelecidos em contrato sejam resolvidas. Por exemplo, alteração na posição do elevador
cremalheira na obra. A Empresa X envia o projetista encarregado deste projeto até a obra
para reunião junto ao engenheiro responsável pela obra, de forma a chegarem a um acordo
sobre a nova posição das cabines. Após definição, o projetista pede que esta solicitação seja
documentada através de e-mail enviado pelo engenheiro da obra, criando assim informação
documentada sobre a mudança requerida.
Exemplos sobre estas tarefas dentro da Empresa X podem ser encontrados na seção
4.4, 7.1, 7.2, 8.1 e 8.2.
A organização deve estar atenta aos processos, produtos e serviços que são forneci-
dos por provedores externos, evitando que terceiros influenciem negativamente na prestação
160
de seus serviços e fornecimento de seus produtos, portanto, é necessário realizar controle
sobre estes provedores.
161
8.6 LIBERAÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS
Na seção 7.1 está a tabela 3, relatório de inspeção realizado antes de enviar as catra-
cas dos andaimes suspensos para o canteiro de obras. Este relatório serve como documento
para atestar a conformidade ou não das catracas disponíveis. Ao final do preenchimento, este
relatório passa pelo responsável pelo setor técnico da Empresa X, que deve proceder com a
liberação ou não dos equipamentos listados, constituindo um documento que inclui evidências
de conformidade com os critérios de aceitação e permite rastrear as pessoas que autorizaram
sua liberação.
A organização deve assegurar que as saídas que não estejam conformes com seus
requisitos sejam identificadas e controladas, para que a entrega ou uso indevidos ocorram,
podendo gerar acidentes no canteiro de obras. É papel da empresa lidar com estas não con-
formidades, mesmo que as mesmas sejam detectadas após a entrega dos produtos.
162
ISO CAPÍTULO 9 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
163
9.3 ANÁLISE CRÍTICA PELA DIREÇÃO
A Alta Direção deve ser capaz de analisar criticamente o SGQ para garantir a sua
constante melhora, adequação, suficiência e alinhamento com o plano estratégico da em-
presa.
As análises críticas pela direção são realizadas de forma ordinária uma vez ao ano e
extraordinária sempre que necessário.
10.1 GENERALIDADES
164
10.2 NÃO CONFORMIDADE E AÇÃO CORRETIVA
Estas ações devem estar ser compatíveis com o tipo de não conformidade existente.
A Empresa X, que foi o foco deste estudo de caso, apresenta uma cultura de apreço
pela qualidade que pode ser percebida desde a sua fundação. Já existem processos e hábitos
dentro da empresa que demonstram essa preocupação com o tema. No entanto, a organiza-
ção deve aprofundar e ampliar estes conhecimentos, de modo a tornar toda a empresa enga-
jada na busca pela melhoria contínua de seus produtos e serviços.
Foi percebido que os funcionários que possuem menor grau de instrução não estão
familiarizados com a importância da prática de melhorar cada vez mais suas atividades, me-
recendo atenção especial da organização. Ao contrário dos funcionários com maior grau de
instrução, que já possuem esta filosofia incorporada ao dia a dia da empresa.
166
8. CONCLUSÃO
Mesmo com o crescimento do assunto ao redor do mundo, e no Brasil, observou-se
que o setor de locação de equipamentos para a construção civil, em geral, ainda está muito
deficiente na preocupação com a gestão da qualidade.
Apesar disso, notou-se que existe a busca pela melhoria nas empresas, mas, na mai-
oria dos casos, esta busca se limita a um grupo de pessoas ou a somente um setor da orga-
nização. É difícil engajar toda uma empresa em um mesmo propósito, revelando o árduo tra-
balho que é conseguir a certificação da ABNT NBR ISO 9001:2015.
167
desempenhadas da melhor maneira possível. O setor de recursos humanos realiza
inspeções semanais para obter informações sobre as necessidades dos funcioná-
rios;
g) Suporte pós entrega – a organização fornece todo o suporte necessário aos seus
clientes mesmo após a entrega de equipamentos, aumentando a satisfação dos
mesmos e realizando a manutenção da qualidade de seus produtos e serviços.
Sugere-se, como tema de pesquisa para trabalhos futuros, o estudo para elaboração
e implantação total de um sistema de gestão da qualidade em uma organização, até atingir-
se a certificação da ABNT NBR ISO 9001:2015.
168
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. ABNT NBR ISO 9004:2010. Gestão para o sucesso sustentado de uma
organização – Uma abordagem da gestão da qualidade. Rio de Janeiro, 2010.
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tão. Rio de Janeiro, 2012.
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tação da Cláusula 7. Apoio. Disponível em: <http://www.actconsultoria.com.br/os-novos-re-
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