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A origem dos combustíveis fósseis

Imagine só: A gasolina que você queima no motor do seu carro é um cozinhado geológico de
minúsculos animais e plantas marinhos que viveram milhões de anos atrás.

E o carbono que sai pelo escapamento na forma de CO2 - e que vai contribuir para o efeito estufa na
atmosfera - é o mesmo carbono que compunha as células desses bichos em oceanos pré-históricos.

Os combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral, que são os grandes vilões do
aquecimento global) são chamados assim porque são, de fato, derivados de plantas e animais mortos.
Em outras palavras: fósseis de plâncton marinho! Tipo esqueleto de dinossauro, só que líquido.

A transformação envolve grandes quantidades de matéria orgânica soterrada sob fortes condições de
temperatura e pressão - e nenhum lugar é melhor para isso do que o fundo do oceano.
Resumidamente, a concepção de uma reserva de petróleo se dá mais ou menos assim: milhões de anos
atrás e milhares de metros abaixo da superfície, onde a falta de oxigênio retarda o processo de
decomposição, as carcaças de incontáveis plantas e animais acumuladas no leito oceânico foram
lentamente cobertas e comprimidas sob espessas camadas de sedimentos.

Com o passar do tempo (muito tempo!), toda essa biomassa foi transformada em óleo e gás natural,
num processo conhecido como “maturação”, segundo o geólogo Paulo César Boggiani, do Instituto de
Geociências da Universidade de São Paulo.
 
“Com o peso dos sedimentos e a temperatura do interior da Terra, ocorre uma reação química que
transforma a matéria orgânica em óleo”, explica o pesquisador.

Todas as jazidas petrolíferas, portanto, foram formadas em sedimentos marinhos - mesmo que hoje
elas estejam em áreas continentais. O gás natural se forma pelo mesmo processo, junto com o
petróleo.

Já o carvão mineral é derivado de plantas que cobriram a Terra 300 milhões de anos atrás, no
período chamado carbonífero (“rico em carbono”). Naquela época, a paisagem terrestre era
dominada por pântanos e florestas úmidas, propiciando um grande acúmulo de matéria orgânica no
solo.

A exemplo do que ocorreu no fundo do oceano, esses restos vegetais foram soterrados, comprimidos e
transformados em carbono concentrado. Ou seja: carvão.

Esse é o carvão mineral que se usa em termoelétricas e grandes fornalhas industriais, diferente do
carvão vegetal que você usa na churrasqueira para assar a picanha no fim de semana. Esse último é
carvão fresquinho mesmo, produzido a partir da queima de madeira.

Uma observação importante: tudo isso que eu falei sobre as emissões veiculares vale apenas para
carros movidos a gasolina e diesel. Os carros movidos a álcool também emitem CO2, mas nesse caso
o carbono vem da cana-de-açúcar, e ele será reabsorvido da atmosfera pelas novas plantas que estão
crescendo no campo. Por isso é chamado de “biocombustível” e “renovável”.

Pense nisso a próxima vez que parar no posto para abastecer seu carro.
Quais serão as consequências ambientais do uso dos
combustíveis fósseis?
Dentre as conseqüências ambientais do processo de industrialização e do inerente e progressivo
consumo de combustíveis fósseis - leia-se energia -, destaca-se o aumento da contaminação do ar por
gases e material particulado, provenientes justamente da queima destes combustíveis, gerando uma
série de impactos locais sobre a saúde humana. Outros gases causam impactos em regiões diferentes
dos pontos a partir dos quais são emitidos, como é o caso da chuva ácida.

A mudança global do clima é um outro problema ambiental, porém bastante mais complexo e que
traz consequências possivelmente catastróficas. Este problema vem sendo causado pela intensificação
do efeito estufa que, por sua vez, está relacionada ao aumento da concentração, na atmosfera da
Terra, de gases que possuem características específicas.

Petróleo
As marés negras provêm de derrames de petróleo e consistem numa enorme mancha de crude que
cobre uma determinada superfície aquática.

Os derramamentos podem ter várias origens, nomeadamente, desastres ocorridos com petroleiros,
"lavagens" de tanques, descargas feitas por refinarias e outras indústrias.

A velocidade de propagação do crude depende de vários factores, como o estado do mar, as condições
climáticas, a temperatura, o tipo de óleo.

Gás natural
A queima e a perda para a atmosfera de gás natural representam um desperdício significativo de
recursos. Estima-se que o volume queimado varie de 102 a 135 bilhões de metros cúbicos por ano, dos
quais cerca de 50 % na África e nos países resultantes do desmembramento da antiga União
Soviética. Além do dispêndio de recursos energéticos, a queima também se constitui em sério
problema ambiental, podendo causar danos à saúde dos habitantes e aos ecossistemas vizinhos aos
locais onde ocorre.

 A queima do gás associado, em certas ocasiões, como em paradas de emergência, manutenções não
previstas e vazamentos para o sistema de processo, é um elemento vital para a segurança. Entretanto,
a queima rotineira, levada a efeito para o descarte do gás associado não desejado deve ser evitada a
todo custo.

Por causa das incertezas acima elencadas, o impacto da queima do gás natural sobre o aquecimento
global pode ser maior do que o normalmente suposto.

Carvão
No processo de carbonização, somente de 30 a 40% da madeira é recuperada como carvão vegetal. Se
for considerada a combustão de biomassa proveniente de floresta nativas, nas quais há acções de
reflorestamento ou de manejo sustentável, além destes gases, deve-se cosiderar a emissão do próprio
dióxido de carbono no balanço de dióxido de carbono na atmosfera, em virtude da não reposição das
florestas removidas.
A exploração de combustíveis em Angola
O país terá em breve um Sistema Nacional de Prontidão e Resposta contra Derrames de Petróleo no
Mar. O Governo aprovou ontem em Luanda, por resolução, o Plano nacional de contingência contra
derrames de petróleo no mar, que para além do sistema, terá igualmente um banco de dados para
identificar e actualizar de forma clara as áreas de maior risco e sensibilidade ambiental ou socio-
económica.

O Sistema Nacional de Prontidão e Resposta contra Derrames de Petróleo no Mar define a


responsabilidade das instituições do Governo a nível nacional, provincial e local, a localização do
equipamento, de materiais e pessoas a mobilizar em caso de derrame no mar.

A decisão da criação do Plano Nacional de Contingência contra Derrames de Petróleo no Mar saiu
da segunda sessão ordinária do Conselho de Ministros, realizada ontem no Palácio Presidencial da
Cidade Alta, em Luanda, sob orientação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos. De
acordo com o comunicado de imprensa saído na sessão de ontem do órgão colegial do Governo, o
sistema define igualmente as organizações nacionais e internacionais com as quais se deve estabelecer
acordos de cooperação, com vista a optimizar o uso dos recursos em caso de emergência.

Na província petrolífera de Cabinda têm acontecido com alguma frequência derrames de petróleo,
resultantes da exploração daquele recurso natural. Nos últimos anos, vários derrames de petróleo
afectaram as praias daquela província setentrional do país. O derrame afectou zonas de pesca
utilizadas por pescadores artesanais e espécies marinhas.

No dossier submetido ontem à apreciação do colectivo de ministros que formam o órgão colegial do
Governo, o Ministério do Ambiente foi recomendado a actualizar o Programa Nacional de Gestão
Ambiental. O documento poderá ser aprovado posteriormente pelo Executivo.

 O Programa estabelece as responsabilidades dos diversos órgãos do Governo, dos agentes não-
estatais e dos demais cidadãos para uma gestão ambiental sustentável. De acordo com o comunicado
do Governo, o documento define os sub-programas que facilitam a reconstrução do país, através da
integração e conciliação dos aspectos ambientais em todos os programas e planos gerais e sectoriais,
de desenvolvimento económico e social.
 

A reunião de ontem foi a segunda sessão ordinária desde a constituição do Governo resultante das
eleições legislativas de Setembro. O Executivo já vai na sua quarta sessão extraordinária.

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