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Suponha que uma pessoa queira abrir uma escola com um molde
totalmente diferente daquele normalizado pelo MEC, percebendo que existem
maneiras mais eficientes, profícuas e econômicas para fornecer um serviço
educacional diferenciado, talvez mais divertido; ou uma maneira nova para as
pessoas aprenderem mais rápido, de forma que os interessados possam
contratar este serviço de forma voluntária. Esta pessoa está proibida por lei, isto
é, através de força coercitiva, de abrir essa escola. Ela teria que adaptar as suas
ideias até que elas se encaixassem nas normas do MEC. O resultado é que as
novas ideias dessa pessoa não seriam transformadas num serviço, e os
indivíduos em geral não teriam a possibilidade de contratar voluntariamente tal
serviço. É evidente que isso enfraquece o progresso civilizatório. Como diz Mises,
“Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão.”, e o Estado possui muitos
incentivos para não deixar que os indivíduos acendam a luz.
Cito Hayek:
“Há três razões principais para que um grupo numeroso, forte e de ideias
bastante homogêneas não tenda a ser constituído pelos melhores e sim pelos
piores elementos de qualquer sociedade. De acordo com os padrões hoje aceitos,
os princípios que presidiriam à seleção de tal grupo seriam quase inteiramente
negativos. Em primeiro lugar, é provavelmente certo que, de modo geral, quanto
mais elevada a educação e a inteligência dos indivíduos, tanto
mais se diferenciam os seus gostos e opiniões e menor é a possibilidade de
concordarem sobre determinada hierarquia de valores.
Uma vez que as pessoas percebem como verdade aquilo que o Estado
prega, a ética estará relativizada, e a moral da sociedade manipulada pelo
Estado. Então, o Estado pode manter o ciclo de aprisionamento mental, fazendo
com que as pessoas deleguem a ele a tarefa educacional, e, além disso, realizar
um processo de aprisionamento físico, retirando os mecanismos de autodefesa
da sociedade, como, por exemplo, as armas. Uma sociedade intelectual e
fisicamente frágil é uma sociedade que não mais conseguirá ser independente do
Estado, estando à mercê dos seus desejos que, como já vimos anteriormente,
provavelmente serão do mais baixo nível moral.
Breve anatomia do Estado
O que é o Estado
O ser humano é naturalmente pobre. Ele precisa gastar a sua energia para
pensar e realizar ações que produzam aquilo que ele necessita para sobreviver.
Podemos pensar em um ser humano em uma ilha. Se ele não trabalhar, gastando
a sua energia para coletar recursos, ele irá morrer de fome. Não existe uma
entidade mágica que possa garantir os seus alimentos gratuitamente. E essa
entidade é impossível, não pode existir. Toda riqueza que é gerada necessita que
pelo menos um indivíduo tenha realizado ações para produzi-la. Ao passar do
tempo, se o indivíduo conseguir acumular uma certa quantidade de riqueza, ele
pode investir parte do seu tempo para melhorar a tecnologia que utiliza, de forma
que, no futuro, ele produza mais do que produz agora. Pelo axioma da ação
humana, o ser humano sempre busca sair de uma situação menos confortável
para uma mais confortável. É natural que ele procure mais bens do que menos
bens.
O que é libertarianismo
O que é ética
A ética é uma regra que, se for seguida, evita conflitos entre indivíduos.
Conflito é definido como sendo uma impossibilidade praxeológica entre dois
indivíduos ou mais que tentam utilizar um recurso escasso para fins excludentes
simultaneamente; ou seja, quando isso acontece, os indivíduos entram em
choque, e no máximo um deles conseguirá realizar o fim que almeja com o
recurso.
Se a ética for seguida por todos os indivíduos, os indivíduos nunca podem
entrar em conflito. Isto é, não podem existir contradições internas quando a ética
é aplicada indefinidamente. Se a ética gerar um conflito interno, ela não será
considerada ética, por definição. A ética é normativa, o que significa que ela diz o
que deve ser feito. Isto implica no fato de que a ética pode ser violada, pois,
indivíduos podem escolher não seguir a ética. Se ela fosse descritiva, seria como
a Lei da Gravidade: impossível de ser quebrada. Ninguém consegue voar se
escolher fazer isso, mas uma pessoa que escolhe agredir a outra pode conseguir
atingir o seu fim.
Qual seria a ética a ser seguida, então? Podemos justificar que única regra
válida, que pode ser justificada racionalmente sem que haja contradições, é a
norma de propriedade privada. A justificativa para isto se dá em 5 proposições:
Logo, a única ética que pode ser justificada racionalmente é a ética libertária,
da propriedade privada. As outras éticas podem ser propostas, mas o indivíduo
que as propõe cai em contradição performativa. (proposição descritiva verdadeira
e a priori)
Vouchers
Mais do que isso, os vouchers são pagos pelo Estado, e o Estado paga as
suas contas através dos impostos, que são roubos sistêmicos da propriedade dos
indivíduos. Assim, a solução dos vouchers é definitivamente antiética, e, ao invés
de diminuir a atuação do estado na educação, na verdade, a aumenta.
Cito Lew Rockwell:
“Na melhor das hipóteses, os vouchers são uma tentativa cara e perigosa
de reinventar o conceito de escola pública, uma tentativa fadada ao fracasso. Na
pior das hipóteses, vouchers são uma tentativa de forçar as escolas privadas a
funcionar exatamente como as escolas públicas.
Sabemos, com o que estabelece a Ética Libertária, que todo indivíduo tem
o direito de propriedade privada sobre o seu corpo e sobre aquilo que produz.
Para este direito ser mantido, ele não requer ações por parte de outras, mas sim,
que elas simplesmente não ajam de tal forma que inicie agressão. A partir disso,
podemos depreender que o direito à educação viola o direito à propriedade
privada, porque, para a sua existência, ele requer que as pessoas paguem por
esta educação, que elas paguem impostos, e isto é roubar parte
da produção dos indivíduos. Em outras palavras, o direito à educação entra em
contradição com o direito à propriedade privada.
Correções