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Desde cedo, diante dos afastamentos dos pais, estes devem sinalizar para onde
irão e quando devem retornar, porém, com uma certa “margem de erro”. Por
exemplo, “volto quando o sol se pôr”, “venho para te colocar para dormir”. Se for
dar uma saída e for demorar, não adianta dizer que volta logo, ou estipular os
minutos (“volto em dez minutos”). Recomenda-se estabelecer as horas para mais,
para evitar os atrasos em virtude dos imprevistos. Não é recomendada a “saída à
francesa”.
Recomenda-se que a despedida seja algo natural. Coloca-se em evidência as
questões satisfatórias que os filhos terão contato na escola (o melhor amigo, a
aula da disciplina que tem afinidade, os paqueras) e não o afastamento ou as
exigências (por exemplo, “não me ligue!”).
Alguns pais, em momentos de irritação, podem ameaçar o abandono do lar diante
do comportamento inadequado da criança visando a diminuição da frequência
deste. Por exemplo, “se você fizer isso de novo, eu vou embora e não volto mais!”.
Em brigas conjugais, esta fala também é comum. Diante de crianças ansiosas,
então, não se recomenda este tipo de verbalização, pois ela provoca ansiedade e
deixa a criança alerta quanto à possibilidade deste perigo.
Elimine estímulos ambientais que possam remeter aos perigos sociais: evite
assistir jornais diante dos filhos, supervisione o que estes estão vendo na internet
e também os assuntos das rodas de amigos. Tendo conhecimento dos perigos que
circundam a sociedade, o jovem pode ficar ansioso quanto à iminência de algo
aversivo quando este ou seus pais for sair de casa, mesmo quando há segurança.
Trate de segurança, mas sem apavorar os filhos. Ao invés de “ligue a cerca
elétrica, pois bandidos não escolhem a hora de assaltar as casas”, diga um
simples “ligue a cerca elétrica”. Se você tem medo e se sente inseguro quando sai
de casa, tente não verbalizar suas fragilidades diante dos filhos. Procure ajuda,
mas com outras pessoas.
Incentive o brincar, o contato com os colegas e o lazer. Quando estão em um
contexto com estímulos satisfatórios, estas situações concorrem com as
preocupações, fazendo com que o medo fique em segundo plano.
Diante do medo da criança ou adolescente, jamais afirme a sua invulnerabilidade a
eventos como doença, morte ou mazelas sociais, apenas mude o foco, apontando
as evidências que não favorecem o perigo. Por exemplo, se o adolescente revelar
o medo de ficar sozinho em casa, lembre-o da segurança que possui no momento,
que reduz a probabilidade de que algo ruim aconteça, como o porteiro, a trava da
porta ou a cerca elétrica.
O risco é inerente à vida. O ser humano é vulnerável e a vida é finita. Mas tais
preocupações na infância e adolescência acaba reduzindo o brilho da vida que se
vê com mais clareza apenas nesta fase da vida. Assim, para evitar que esta
ansiedade prejudique a adaptação da criança no ambiente ou evolua para outro
transtorno de ansiedade (como transtorno de pânico ou de ansiedade
generalizada), procure um profissional de sua confiança.
http://www.inpaonline.com.br/mae-fique-comigo-ansiedade-separacao-infancia/