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Positive Parenting Education

Como fazer seu


filho te ouvir, sem
você precisar

5 estratégias e 1
segredo para fazer
seu filho prestar
atenção em você
quase que
imediatamente!
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Introdução

E
u começo esse e-book com a certeza de que o processo
que irei compartilhar com você será suficiente para te
iniciar em uma jornada de transformação.

Por isso, se você não aguenta mais repetir mil vezes as mes-
mas coisas sem ver resultados positivos, se você sempre acaba
perdendo a paciência, gritando e explodindo na tentativa de ser
ouvida, mas em seguida se arrepende, se sente culpada, mas não
sabe como mudar essa realidade, então esse ebook é para você!

Você irá descobrir os fundamentos que te farão mudar essa rea-


lidade aí na sua casa. Mas antes de aprofundar em cada uma das
5 estratégias e te revelar um segredo, eu vou contar rapidamente
como surgiu a ideia de escrever esse ebook.

Eu recebo diariamente centenas de perguntas e pedidos de aju-


da nas minhas redes sociais. Muitas delas são parecidas, mas al-
gumas se repetem tanto, que soam mais como um pedido de so-
corro. São mães que se sentem culpadas por explodirem, por não
conseguirem parar de gritar, mesmo que se esforcem diariamente.

“Eu acompanho você e aprendo muito. Eu tento seguir, mas


não consigo. Me sobe uma ira que não sei como, quando vejo já
explodi. Quero muito mudar...”

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“Eu tento acertar, mas quando vejo já gritei ou falei algo que
não devia”.

A partir da observação de comentários assim, surgiu a ideia de


escrever algo mais explicativo para vocês. Eu precisava explicar
com mais profundidade o porquê de isso acontecer, qual o segre-
do para reverter essa situação e algumas estratégias para ajudá-las
na prática. Esse será o objetivo dessa leitura.

Acompanhe então o meu raciocínio até o final, porque o meu


desejo sincero é que você se sinta segura, sinta que está fazendo
o que é certo, conseguindo fazer seu filho te escutar, sem precisar
perder o controle ou gritar. Meu desejo é que você consiga impor
limites e disciplinar, de um jeito mais leve e que faça sentido para
você e sua família.

Capítulo 1
O Grande Problema: A Mãe “Invisível”
“Hoje eu vou ter um dia mais calmo. Hoje eu vou fazer diferen-
te. Hoje eu vou ter mais paciência.”
Esse é o mantra de toda manhã da mãe que se sente “Invisível”.
Ela até começa o dia bem, tentando ser gentil, educada, até que
de repente se dá conta ...

‘Ninguém está me ouvindo, ninguém está fazendo o que eu


peço, parece que eu sou invisível”.

Então começa a se sentir ressentida, com raiva, sente aquele


calor subindo pela barriga, mas ela ignora, ou pelo menos tenta.
Ela fala de novo. Nada! Ninguém ouve. Na terceira vez ela se
questiona: “Isso não é possível! Eu estou invisível?”

Mais alguns poucos minutos se passam, a sensação de raiva


aumenta e termina em uma grande explosão. Gritos, descontrole

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e tudo se repete dia após dia. Aquela voz interior também grita
dentro dela: “EU NÃO AGUENTO MAIS TUDO ISSO! ESTOU
DE SACO CHEIO! NÃO SEI MAIS O QUE FAZER!”

“Meu filho não me escuta”.


“Meu filho não me obedece.”
“Meu filho não faz o que eu peço então eu tenho que gritar pra
ele me ouvir.”

Aquilo vira uma loucura, um desprazer diário não somente para


a mãe, mas para a família toda.
Infelizmente essa é uma triste realidade presente em inúmeras
famílias. Eu posso te afirmar porque eu também já fui uma mãe
invisível! Era literalmente uma loucura! Até as tarefas mais sim-
ples do dia a dia, como dar almoço, dar banho ou trocar uma rou-
pa dos meus filhos se tornaram muito difíceis. Eu não tinha mais
um minuto de paz!

Gente, ninguém me contou que ISSO era ser mãe!


As pessoas só me falavam que era muito bom, que era mara-
vilhoso, que era o maior amor do mundo...ok, o amor é grande
mesmo, mas o que fazer quando as crianças não querem fazer o
que precisa ser feito? Como que ninguém nunca me ensinou isso?
Eu não queria bater, não queria castigar, mas o que fazer então?

Todo dia eu tentava ter mais paciência, mas por mais que me es-
forçasse nada mudava. Tudo continuava igual todo santo dia, como
se eu estivesse presa dentro de um ciclo. E eu estava mesmo.

Naquele momento eu não tinha consciência disso, mas hoje,


anos após estudar educação e desenvolvimento infantil e ajudar
milhares de famílias eu consigo literalmente desenhar pra você o
que acontece na prática dentro desse ciclo.
Infelizmente, muitos pais não sabem, mas estão vivendo presos
no que eu chamo de Ciclo Vicioso do Mau Comportamento.
Deixe te mostrar rapidamente como funciona.

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Os filhos se comportam mal, fazem birras, gritam, desafiam e


não obedecem, os pais tentam de tudo: gritos, castigos, ameaças,
palmadas e NADA funciona, então os pais se desesperam (aqui
normalmente eles explodem) e ficam perdidos sem saber como
agir, os filhos não recebem a atenção positiva que precisam e
assim o ciclo recomeça... e você está presa nele, sem saber onde
está errando ou como sair desse pesadelo.

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Você se reconhece presa neste ciclo vicioso?

Então preste ATENÇÃO no que eu vou te dizer agora:


Uma criança que desafia as regras e não te escuta ou obedece
é completamente normal, faz parte do desenvolvimento infantil
explorar e descobrir os limites, mas é papel do adulto guiar esse
desenvolvimento.

Por isso, existe 1 única maneira, infalível, de conseguir quebrar


o Ciclo do Mau Comportamento!
A mágica acontece quando os pais decidem mudar, primeiro, o
comportamento deles mesmos. Quando decidem dar o poderoso
primeiro passo: ir em busca de conhecimento para começar a agir
de forma diferente. Quando os pais começam a agir diferente, con-
sequentemente as crianças também mudam o comportamento delas.

E agora você deve estar se perguntando: Mas eu que preciso mudar?

Sim, isso mesmo: Você!

Vou te dar alguns motivos...

1- O “mau” comportamento é como um sintoma que sinaliza a


falta de atenção positiva em algum aspecto da criança que ainda
precisa ser desenvolvido, portanto se você trabalhar esse ponto, o
comportamento dela muda.
2- Os pais são responsáveis por ajudar a criança a se desenvol-
ver em todos os aspectos, inclusive emocional, pois as crianças
ainda possuem um cérebro imaturo e não conseguem se controlar
sozinhas. Então se o mau comportamento sinaliza uma falta emo-
cional, esse ponto deve ser trabalhado pelos pais.
3- No ciclo vicioso do mau comportamento, só existem dois
personagens envolvidos, as crianças e os adultos. Se você está
lendo esse ebook agora, provavelmente você é o adulto da rela-
ção, portanto faça a sua parte, caso realmente queira mudar essa
realidade na sua família, antes que seja tarde demais (mais adian-
te eu te explicarei por que você precisa agir urgentemente).

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4- Se você ainda não compreendeu nada que eu te mostrei até


aqui, acredite, ao menos, na sabedoria de Albert Einstein: “Loucu-
ra é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual.”

Chegou a hora de romper este ciclo! A transformação na minha


casa começou quando eu entendi isso e decidi dar um poderoso
primeiro passo.

Meus filhos não mudaram! Eu que mudei! Os meus filhos não se


transformaram em outras crianças só porque eu decidi aprender
a educar com respeito. O que aconteceu é que, quando eu mudei,
a nossa relação também mudou! Compreendi que meu controle
emocional está nas minhas mãos. Não nas atitudes do outro. E
que independente das circunstâncias, posso escolher minhas rea-
ções, pois sou eu, a única responsável por elas.

Decidi sair da zona de conforto para aprender o que eu ainda


não sabia sobre educar. A maternidade me convidou a olhar pra
dentro. A mudar. E eu aceitei. Hoje, não espero mais apenas o
sábado e domingo para sermos felizes e nos divertirmos. Todos
os dias são especiais, mais leves e mais felizes.

Quando conduzida com respeito, conexão e empatia, qualquer


criança pode mudar seu comportamento para melhor, pois elas
se inspiram no adulto ao seu redor. Então agora não somos mais
adversários e nem eu sou mais a “mãe invisível”, agora somos
como um time forte e que jogamos pra ganhar JUNTOS.

Ok! Chegamos a um ponto importante aqui.

Você entendeu qual o grande problema que está acontecendo na


sua casa e porque você precisa ser a pessoa a dar o primeiro passo
na mudança.
No próximo capítulo eu vou te mostrar como você pode estar
errando, mesmo sem perceber.

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Capítulo 2
O maior erro que você pode estar
cometendo, mesmo tentando acertar.
Existem 3 perfis que definem a forma como os pais agem com
as crianças. Alguns possuem características dos três perfis, ou-
tros tem uma ou outra de maneira predominante. Vamos entender
cada um deles.

Mas antes disso, eu preciso te explicar a importância de apren-


der a identificar o seu perfil. A nossa personalidade enquanto pais
contribui em torno de 50% das respostas que temos dos nossos
filhos. Algumas das nossas características pessoais podem dispa-
rar gatilhos do mau comportamento em nossos filhos. Por isso,
compreender a nossa forma de agir é de grande importância para
melhorarmos nossa relação com eles.

A boa notícia é que, com alguns ajustes em nossas reações, nossos


filhos começarão, naturalmente, a responder melhor aos nossos pe-
didos e essa mudança afetará positivamente, o comportamento deles.

Agora, vamos aprender a identificar os perfis.

O perfil super protetor: os pais que agem assim podem sufo-


car os filhos com excesso de cuidado e zelo.

“Não quero que ele se machuque.”


“Não quero que ele caia.”
“Não quero que ele erre.”

Pais assim são capazes de mover o universo para que o filho


seja feliz o tempo todo e sem saber, acabam minando o senso de
capacidade do filho. Simplesmente não deixam a criança fazer
nada, e acabam fazendo tudo para ela. Abastecem todo o mundo
dela para evitar que ela sofra.

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Aqui temos um extremo de super proteção onde se “rouba” todo


o poder da criança. É por amor? Sim, mas também é por excesso
de proteção. Porém, excesso de proteção nunca é positivo, por-
que muitas vezes você acaba fazendo pela criança o que ela já
pode fazer por si mesma.

A criança que tem pais super protetores começa a se sentir de-


sencorajada, acredita que sozinha não consegue, que não é capaz.
Pais que agem assim, minam o poder da criança, mesmo sem ter a
consciência disso. É aqui que temos um problema: a criança não
tem poder nenhum, então ela vai em busca dele, muitas vezes de
forma negativa, com muitas cobranças e choramingos.

O perfil controlador: os pais que agem assim sempre acredi-


tam que estão certos, que o jeito deles é o melhor. Precisa ser do
jeito deles, na hora que eles mandam. Não conseguem ouvir e
considerar o que os filhos pensam e sentem.
Eles simplesmente ordenam e ditam como tudo deve ser, de
acordo com a visão de mundo deles. Muitas vezes não levando
em consideração que a criança é uma um ser humano único, tem
personalidade e vontade própria.

Quando eles impõem a forma como tudo deve ser feito e não le-
vam em consideração a opinião ou os sentimentos da criança, eles
a oprimem. Essa forma de agir também, mesmo sem se dar conta,
também mina o poder da criança e vai convidá-la a lutar por ele.

Mas afinal o que é esse poder que as crianças tanto querem e


muitos pais, mesmo sem saber não estão dando?

Alfred Adler, um grande estudioso do comportamento humano


demonstrou em seus estudos que o ser humano é movido pelo
poder. Ele afirmou que o ser humano possui duas grandes neces-
sidades emocionais básicas, uma delas é a significância.

A significância é o que chamei de poder, é o desejo de sentir


útil, de contribuir, de ajudar, de participar e principalmente, de

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se sentir capaz. Você já observou como quando uma pessoa não


trabalha, não estuda, quando não faz nada, o quanto que ela fica
triste, desmotivada e até mesmo depressiva? Porque o senso de
significância está diminuído, ela se sente sem poder algum.

Agora, você já reparou como as crianças pequenas gostam de


contribuir?

“Mamãe, deixa eu te ajudar a lavar os pratos.”

E quantas vezes respondemos: “Não! Você ainda é muito pequena.”

Mas quando fazemos isso estamos “roubando” a necessidade


de se sentir útil dessa criança, estamos tirando o seu poder.

Quando os pais não dão à criança o poder que é de direito dela,


que ela precisa para se desenvolver de forma proativa e positi-
va, elas vão reivindicar esse poder e normalmente, da pior forma
possível: nos desafiando, negando fazer o que pedimos, fingindo
que não nos escutam, desobedecendo e se comportando mal. É
assim que elas “lutam pelo poder”.

É importante lembrar que essa luta é instintiva do comporta-


mento humano (inclusive dos adultos também). É uma busca sub-
consciente por necessidade de proteção a vida. A criança não fica
arquitetando um plano infalível de mau comportamento contra
você. O cérebro dela ainda não tem essa habilidade. Isso acontece
de forma inconsciente e espontânea nas crianças. Se desenvolver
é algo positivo e necessário na natureza humana.

O que quero te mostrar com tudo isso é como a sua forma de


agir hoje, pode estar alimentando, mesmo sem saber o mau com-
portamento dos seus filhos. Agora fica ainda mais claro o que te
falei no capítulo 1: a única maneira infalível de quebrar o ciclo
vicioso do mau comportamento é quando os pais resolvem mu-
dar o comportamento deles primeiro.

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Dito tudo isso, você deve estar se perguntando: Não eram 3 ti-
pos de perfis? Onde está o terceiro?

Tanto o perfil super protetor quanto o controlador são extremos.


O terceiro perfil que vamos chamar aqui de perfil equilibrado
seria o perfil ideal, aquele que vai ajudar o seu filho a se desen-
volver melhor e com mais harmonia.

Ok, é o perfil ideal e por isso também o mais difícil. Este é o perfil
que todos nós precisamos trabalhar internamente para colocar em
prática e assim mudarmos o nosso comportamento e consequente-
mente o das crianças. Aprender a andar no caminho do meio, no
equilíbrio, é a chave para a mudança que você tanto deseja.

O perfil equilibrado: é aquele que tem discernimento para edu-


car e impor limites sabendo dizer NÃO, sem ferir e dizer SIM,
sem mimar.

Esse perfil tem como principais características olhar a situação


com o olhar da criança, com empatia, impor limites de uma manei-
ra que a criança entenda e que sustente a sua decisão, sem ceder.

Este perfil consegue ser firme e liderar, mas sem desrespeitar ou


diminuir o filho. O perfil equilibrado é o perfil ideal, que reage à
rebeldia da maneira que funciona: quebra o ciclo vicioso do mau
comportamento e ainda fortalece o relacionamento com o filho.

A busca pelo equilíbrio é o único caminho que nos liberta da


culpa, do medo de errar, de fracassar no papel mais importante
das nossas vidas e desperta a sensação de sentir que estamos no
caminho certo para criar futuros adultos felizes, realizados com
as escolhas que fizerem e que sempre terão prazer em estar co-
nosco, mesmo quando forem independentes.

É muito provável que você tenha se identificado com pelo me-


nos algum dos comportamentos dos três perfis, o que é comple-
tamente normal. Cada um tem seus próprios benefícios e desvan-

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tagens, mas todos podemos aprender a errar menos e a superar os


pontos negativos.

Como pais, nosso papel é buscar ser o que nossos filhos real-
mente precisam. Hoje, a sua forma de agir define as suas “reações
instintivas”, mas mesmo nos momentos mais estressantes, você
tem a oportunidade de fazer uma escolha consciente e mudar.

Para alcançar um perfil mais equilibrado é necessário um mix


de tomada de consciência de onde está errando, autoconhecimen-
to, desenvolvimento pessoal e algumas estratégias de disciplina. É
isso que meus alunos do curso online Revolucione a Relação com
seus filhos em 21 dias aprendem. Esse é o grupo de pais que lidero
e que vem rompendo o ciclo do mau comportamento e mudando o
dia a dia em família de milhares de pais ao redor do mundo.

Agora que você já entendeu a importância sobre como a sua for-


ma de agir impacta diretamente no comportamento dos seus filhos
partiremos para as 5 estratégias que você pode dominar e finalmen-
te, deixar de ser a “mãe invisível” e fazer seus filhos te ouvirem.

Capítulo 3
5 estratégias práticas para seus filhos
te ouvirem, sem você precisar gritar
Um dos maiores aprendizados que tive durante a minha jornada
estudando o comportamento humano foi entender o poder dessas
estratégias que vou passar para você agora.
São estratégias que parecem simples, mas são extremamente
poderosas para melhorar qualquer relacionamento humano. Para
se comunicar com as crianças e ser ouvida e principalmente, para
evitar o desgaste de ter que repetir mil vezes ou acabar gritando
para ser compreendida.

São elas:

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1- Falar olhando nos olhos

Imagine a seguinte cena: você está na cozinha e o seu filho está


em outro cômodo da casa e de lá mesmo, você grita pedindo para
ele desligar a tv e ir arrumar os brinquedos. Você grita de lá, mas
depois de um tempo... Nada.

Você já começa a sentir a raiva invadindo e querendo gritar de novo.

Mas pense comigo: como você sabe se ele te ouviu? Talvez ele
nem tenha ouvido porque a tv estava com volume alto ou não
prestou atenção no recado porque estava com toda atenção volta-
da para o brinquedo favorito.

Se a criança for muito pequena, por exemplo, o cérebro ainda


é tão imaturo que se ela estiver com a atenção voltada para qual-
quer outra coisa, ela não vai prestar atenção em nada do que você
disse, simplesmente porque o cérebro dela ainda não consegue
ficar focado em duas coisas ao mesmo tempo. Ela ainda não tem
condição de brincar e te ouvir ao mesmo tempo.

E você aí pensando que ela fazia isso de propósito né? Uma


criança pequena não te ouve para te pirraçar, esquece, isso não
existe. Ela não quer te manipular, ela quer descobrir o mundo, ser
ouvida, acolhida, se sentir amada e empoderada. Ela quer ter o
poder de pegar o brinquedo dela e experimentar, sentir o que já é
capaz de fazer.

Que tal se a partir de agora, em vez de gritar do outro cômodo


da casa, você simplesmente parar, ir aonde está seu filho, abaixar
na altura dele e pedir o que precisa olhando nos olhos?

O olho no olho é muito poderoso por muito motivos, mas princi-


palmente neste caso, porque prende a atenção. Quando você faz isso
com a criança, você volta a atenção dela para você e para o que você
tem a falar e aí sim você conseguirá fazer ela, realmente, te ouvir.
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2- Explicar a importância e verificar se a criança


compreendeu

- “Eii!!! Pega esse ebook que está lendo agora e guarda! Rápido!”

Não! Calma! Não é para fazer isso. Eu quis apenas te mostrar 2


coisas:

Primeiro - não é nada agradável receber ordens de um jeito autori-


tário. Se você não gosta, pode ter certeza que seu filho também não.

Segundo - ninguém quer fazer algo, principalmente, se não es-


tiver entendendo o porquê.

-Luisa, guarda seus brinquedos agora!


-Mas por que mamãe? Eu vou brincar amanhã!
-Porque eu quero! Porque eu estou mandando!

Esse é um diálogo comum em muitos lares e ainda tantos pais se


perguntam por que os filhos não os escutam. Por que é importante
arrumar os brinquedos? Por que isso é importante para a vida dela?
Se ela souber disso, certamente terá mais vontade de contribuir.

-Filha, é importante guardar os seus brinquedos porque se eles


ficarem no meio da casa, alguém pode tropeçar e se machucar,
precisamos tirá-los do meio do caminho onde todos passam. E
precisamos guardar no lugar certo, porque assim sempre sabere-
mos onde eles estão e poderemos encontrar quando quisermos.
Vamos juntas começar a guardar?

Explique o porquê das coisas e você também pode pedir pra ela
repetir o que você explicou, essa é uma excelente forma de veri-
ficar se ela compreendeu sua mensagem.

Não seria essa forma muito mais convidativa para seu filho te
ouvir e colaborar?
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O caminho mais fácil sempre será só mandar fazer as coisas,


mas educar, desenvolver em uma criança a habilidade de ser res-
ponsável por guardar os seus próprios brinquedos, passa por ex-
plicar a importância, ensinar como fazê-lo e repetir junto com
ela durante um tempo até que vire um hábito e ela seja capaz de
fazer sozinha. É como se o seu papel fosse de um treinador do seu
filho. Isso é educar e ajudar o seu filho a se desenvolver.

3- Atente para a forma como você fala

Eu quero que você imagine 2 cenários:

Cenário 1: A sua mãe chega em casa e fala: Nossa, eu estou tão


cansada! Meu dia hoje foi terrível e ainda tenho que fazer janta!
Eu estou morrendo de fome! E por que essa casa esta uma bagun-
ça?! Que vontade de sumir...

Cenário 2: A sua mãe chega em casa e fala: Oi filha, cheguei tão


cansada do trabalho hoje. Vamos fazer um jantar juntas? Assim já
matamos as saudades, você me conta como foi seu dia e me ajuda
a fazer aquela salada que tanto gosta.

A sua mãe estava cansada nos dois cenários, mas comunicou


isso de duas formas diferentes.

E aí? Qual a fala que convida você a colaborar? A fala do cená-


rio 1 ou do cenário 2?
Com certeza a número 2, porque foi mais gentil e empática. E
com as crianças, é a mesma coisa!

Toda vez que você grita, é autoritária, reclamona, que você en-
trar no papel “da bruxa malvada”, você não vai conseguir a cola-
boração da criança e nem de ninguém, porque é assim que fun-
ciona o ser humano.

Eu sei que você está cansada, eu sei que você tem muita coisa
para fazer, eu sei que você tem trabalho, marido, crianças, mas
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não adianta continuar agindo no modo automático e esperar mu-


danças positivas. Isso não vai acontecer.

Se você quer realmente que a sua vida de mãe seja mais leve, você
terá que fazer um esforço consciente para mudar as suas atitudes.

4- Faça o pedido de forma positiva

O que acontece no nosso cérebro quando a gente usa a palavra NÃO?

- Não pensa num porco rosa!

Você já pensou, não foi? Por quê?

Porque é como se o nosso cérebro não entendesse o NÃO. Pri-


meiro ele precisa pensar naquilo que eu não tenho que fazer, para
depois pensar no que eu preciso fazer. São dois comandos ao
mesmo tempo e isso gera uma confusão.

Se para os adultos processar a informação já é difícil, imagina


para uma criança. Você precisa aprender a pedir o que você quer
que a criança faça e não o que você não quer que ela faça. En-
tão em vez de dizer: “Filho, não joga o seu brinquedo no chão”,
diga: “Filho, guarde seus brinquedos na caixa de brinquedos por
favor.”
Ou ainda: “Não suba no sofá”, diga: “Desce do sofá”.

Quando fazemos um pedido afirmativo, a criança entende mui-


to melhor.

5- Aprenda a falar mais SIM

Pode parecer com a dica anterior, mas presta atenção agora,


porque o sentido é diferente. Tire um pouco o NÃO automático
das suas respostas.
As crianças fazem muitos pedidos ao longo do dia. Posso tomar
sorvete? Posso ver desenho? Posso ir na piscina?
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E o que acontece?

Você está sempre ocupada, fazendo mil coisas e automatica-


mente responde: NÃO.
Muitas vezes você nem ouviu o que a criança quer e o NÃO
já sai automático. E se você tem uma personalidade autoritária,
que sente necessidade de exercer o controle, você vai falar muito
mais NÃO do que você precisa.

Fala não até para o que poderia ser um SIM, não é mesmo?

Você lembra que falamos sobre o poder, lá no capítulo 2? En-


tão! Quando você fala diversos NÃOs de forma automática e re-
petitiva, você mina o poder do seu filho e o convida a lutar por ele
e isso fará com que ele não queira te ouvir.

E agora Telma? Mas como eu vou impor limites, vou dizer SIM
para tudo que ele quiser?

Claro que não é disso que estou falando. Estou falando para
você parar de responder o não de forma automática e repensar o
que poderia dizer sim. Vou te dar um exemplo:

Um pouco antes do almoço seu filho vira para você e diz que
quer tomar um sorvete. O que você falaria se tivesse no modo
automático? Certamente um grande e sonoro NÃOOOOO. Ime-
diatamente a criança começa a chorar e choramingar...

“Porque nãooooo? Ai, eu quero sorveeeete!”

Daí você começa a gritar: Eu já falei mil vezes que não e a


criança chora ainda mais alto. Por mais que você grite e repita a
criança, neste momento, não te ouve mais. Olha só um exemplo
de como você poderia responder: “Filho, eu sei que você adora
sorvete e é uma delícia mesmo. Agora a gente vai almoçar. Que
tal tomar o sorvete depois do almoço?”

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Ou então: “Faltam apenas 2 dias para o sábado e podemos ir


naquela sorveteria que você adora para tomar o seu sorvete pre-
ferido. Ebaa!!”

Desta forma você responde que não, sem usar a palavra NÃO.
Você está impondo o seu limite, está sendo gentil e está convi-
dando essa criança a colaborar com você.
Essa é uma dica preciosa, mas que precisa ser treinada, porque
não é natural, você não aprendeu a agir assim. Você precisará
treinar o seu cérebro e a sua forma de falar.

Espero que você tenha gostado das 5 estratégias que separei.


Mas não pare por aqui, porque a parte que considero mais impor-
tante eu deixei para o final.

Capítulo 4
Finalmente, O Segredo.
Eu escrevi este e-book como um presente para você que acom-
panha meu conteúdo. Eu converso tanto com vocês que já consi-
go até ouvir alguns pensamentos...

“Nossa, tudo isso é muito difícil. É quase impossível colocar


em prática.”
“Telma eu até já tentei algumas dicas que você me ensinou, mas
na hora, sempre acabo gritando. Eu não consigo mudar!”

Por isso eu deixei o mais importante para o final. Para que sua mu-
dança seja real e duradoura, você precisa entender O SEGREDO.

Mudar o comportamento e conseguir melhorias na sua forma de


se relacionar com seus filhos é um processo, não acontecerá do
dia para a noite, nem através apenas de dicas.

O grande segredo é dar o primeiro passo e seguir seu aprendi-

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zado continuamente, desconstruindo e reconstruindo aos poucos


uma nova forma de agir e de viver a maternidade, mesmo que
ainda não consiga visualizar todo o caminho.

Essa constância em querer aprender, mudar e reeducar-se emo-


cionalmente é que vai trazer verdadeiros resultados para você.
Tudo depende da sua decisão de se dedicar todos os dias e focar
em desenvolver as habilidades que ainda não tem, mas que pode
e deve aprender a ter.

Você pode não dar o poderoso primeiro passo neste momento,


você pode continuar só aprendendo um pouco hoje, outro ama-
nhã. Mas eu preciso te alertar que isso nunca será suficiente para
um processo real de mudança.

Na sua casa, sozinha, você continuará, sofrendo, se sentindo


perdida e sem saber como agir para mudar sua realidade.

Eu sei como é essa realidade e posso afirmar que ela é muito


triste, pois eu já passei por isso. E mais uma coisa, quanto mais
a gente tenta conversar e desabafar com alguém pior fica, porque
soma agora os julgamentos, as críticas e por fim a carga mais pe-
sada de carregar que é a frustração de sentir que não está sendo
boa o suficiente diante dos julgamentos alheios.

Dicas ajudam com alguns pontos específicos, mas não existem


dicas milagrosas para mudar e educar crianças de um jeito emo-
cionalmente equilibrado e respeitoso.
O caminho só se aprende caminhando, não adianta pegar ata-
lhos. A estrada é longa, cheia de percalços, mas precisa ser per-
corrida e uma coisa eu posso te afirmar com toda certeza, se você
der o primeiro passo, as coisas vão começar a mudar, porque um
novo caminho vai se abrir.

Não há nada que traga mais paz na alma de uma mãe do


que sentir que está fazendo a coisa certa. Sentir o amor puro
do filho ao dizer: “Você é a melhor mãe do mundo!” E ao

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mesmo tempo sentir segurança por saber que enquanto você


se conecta com ele, também o ensina a se tornar um adulto
mais forte emocionalmente, capaz de aguentar as frustrações
da vida sem desmoronar, capaz de se reerguer quando pre-
ciso, conquistar seus sonhos e ser feliz e mesmo quando ele
já tiver a própria família, faça questão de estar junto a você,
porque a aprecia e admira.

Meu curso Revolucione a Relação com os seus filhos em 21


dias é excelente para quem quer dar um primeiro passo. Trago nele
21 conceitos para direcionar a sua mudança e conexão com seus fi-
lhos. Uma estrada planejada para te guiar nessa caminhada, ofere-
cendo a base para que você possa aprender a se reeducar e mudar.

Um projeto com a intenção de te fortalecer emocionalmente,


para que você desenvolva autonomia e aprenda a tomar melhores
decisões diante dos conflitos que surgem no seu dia a dia. Essa
caminhada somada ao treino diário de novas formas de agir é que
fará a grande mudança acontecer!

Eu sei que hoje você se vê em conflito e se sente sozinha, mas


você pode sair dessa nada confortável zona de conforto e seguir
mais próxima a mim.

Não importa como sua realidade se apresenta hoje, apenas man-


tenha-se firme em dar mais um passo na direção de ser quem
você deseja se tornar como pai, mãe e ser humano.

Pare de esperar! Comece hoje, se apresse, não espere o momen-


to perfeito! Você não tem todo o tempo do mundo! Sabe por quê?

As experiências que temos na infância marcam nossa vida, es-


pecialmente no que se diz respeito às condições emocionais. Al-
guns eventos que ocorrem durante os primeiros anos, podem até
ser esquecidos com o passar do tempo, mas impactam profunda-
mente na maneira de viver e assimilar a realidade no futuro.

20 | Positive Parenting Education - Telma Abrahão


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Nesse intervalo, é como se nós, pais, tivéssemos um poderoso


caderno mágico à nossa disposição. Com esse caderno podemos,
hoje, desenhar alguns aspectos do futuro dos nossos filhos. Pode-
mos registrar as bases sobre identidade pessoal, educação emo-
cional, auto estima, ver o mundo com bons olhos ou não, sobre
senso de capacidade e que vão ecoar pelo resto da vida.

Mas tem um problema...

Esse poderoso caderno não fica disponível por muito tempo! Esse
período em que conseguimos “desenhar” alguns aspectos da persona-
lidade dos nossos filhos é extremamente rápido e acontece especial-
mente na primeira infância, que vai dos zero aos sete anos de idade.

Por isso você precisa agir agora! Você ainda consegue mudar
o desenho do futuro do seu filho, mas depois de um tempo essa
mudança caberá apenas a ele, pois você não terá mais a mesma
influência que tem durante a infância.

Continuar educando seu filho de forma autoritária e desrespei-


tosa, vai aos poucos destruindo a relação de vocês e isso pode
custar um preço alto lá na frente, pois a conta chega na adoles-
cência. Frequentemente eu recebo mensagens de pais e mães com
filhos de 10, 12 anos que tiveram acesso só agora, a todo esse
conhecimento que você está tendo hoje, contando como tem sido
desafiador e perguntando se ainda é possível reverter a situação.

A adolescência é um período difícil e turbulento, com variações


de humor e crises emocionais. Sem conexão com seu filho, sem
a criação de um vínculo emocional e sem uma relação forte de
respeito e confiança, ficará ainda mais difícil para você lidar com
todos os desafios dessa fase. O número de casos de depressão na
adolescência só aumenta, mas você ainda tem tempo de agir para
evitar chegar nesse ponto.

Claro que existem muitas outras influências na vida de um ser


humano além da materna, como a qualidade do vínculo com o

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pai, influências ambientais, genéticas, dinâmica familiar e even-


tos importantes na família, como doenças graves e o impacto das
experiências vividas.

Mas apesar de todos esses fatores, o impacto da mãe no desen-


volvimento da criança ainda é incomparável. Uma mãe atenta e
consciente pode ajudar a compensar muitas outras deficiências.
E a ausência do cuidado materno é, talvez, a maior deficiência de
todas, porque quando a mãe não está conseguindo exercer bem
seu papel, as crianças apresentam grandes déficits em seus alicer-
ces fundamentais para uma vida de sucesso.

Erramos querendo acertar, mas quando tomamos consciência


dos erros, é nossa responsabilidade buscar a mudança. Isso en-
volve agir e não se paralisar.
Cabe a você decidir se tornar uma mãe mais saudável. E pra
conseguir isso sua tarefa será aprender uma nova forma de estar
com seus filhos.

Eu te convido a juntar-se a mim e começar a sua revolução agora


mesmo. Você finalmente aprenderá como se conectar com seus fi-
lhos e estabelecer limites de uma maneira que faça sentido para eles.

Revolucione a Relação com seus


filhos em 21 dias

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com meus filhos agora!

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Licensed to Kédina Miranda Sá - kedinam.sa@gmail.com - 931.107.743-72

Telma Abrahão é mãe de um casal e autora do


best seller Pais que evoluem. Formada em Bio-
medicina há mais de 20 anos e uma das pioneiras
no Brasil a unir ciência a educação dos filhos.
Educadora Parental, especialista em Inteligência
Emocional, em perfil comportamental e estudiosa
apaixonada por neurociências e comportamento.

Fundou a escola de pais Positive Parenting Edu-


cation localizada na Flórida, nos Estados Unidos, onde vive com sua família
e dedica todos os seus esforços para levar aos pais a importância da reeduca-
ção emocional na construção de uma maior conexão na relação com os filhos.

Seu trabalho é fruto dos seus anos de estudos na área do comportamento


humano e de sua dedicação para levar mais consciência aos pais que dese-
jam deixar filhos capazes, bem resolvidos, responsáveis e emocionalmente
saudáveis nesse mundo.

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com meus filhos agora!

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