Você está na página 1de 2

O brincar

Estudos confirmam que o brincar é coisa séria e essencial para o desenvolvimento e


aprendizagem da criança. A brincadeira desenvolve a atenção, a memória, a imitação e a
imaginação.
É através da brincadeira que as crianças se constituem como indivíduos e, também, é
uma das formas mais variadas e construtivas para a criança se relacionar com os
adultos, com outras crianças e consigo mesma.
As crianças costumam dedicar grande parte do seu tempo para brincar. Segundo Crady
muitos adultos ainda não compreendem a importância que a brincadeira e o brinquedo
têm na vida e no desenvolvimento da criança, pois acham que brincar não é importante.
A realidade social e educacional está com o seu olhar voltado ao aspecto do brincar
como um direito e uma necessidade da criança. Permitir e valorizar o brincar, seja nos
lares ou na escola, assumem uma posição na qual se acredita que o desenvolvimento da
criança acontece através do lúdico. A criança precisa brincar para crescer.
É por meio da brincadeira que as crianças exprimem seus sentimentos e pensamentos. A
brincadeira é o caminho para ajudar a criança pequena a se desenvolver, ampliar suas
capacidades, habilidades e competências. É uma forma de se equilibrar com o mundo,
assimilando, acomodando e construindo a realidade. É através dela que a criança e o
grupo constroem a sua compreensão sobre o mundo e as ações humanas.
Fato este que podemos constatar na fala de Kulisz ao reconhecer a necessidade de
trabalhar com as crianças numa proposta de educação lúdica, buscando a formação de
sua personalidade sob vários aspectos: estimular suas habilidades intelectuais; auxiliá-la
na compreensão do conhecimento através de experiências realizadas com satisfação e
prazer; promover a interação com o meio social; favorecer a apropriação crítica e
criativa das situações do mundo e equilibrar-se emocionalmente.
A criança que brinca é mais feliz, criativa, autêntica, independente. É através do
brinquedo que as crianças conquistam suas primeiras relações com o mundo exterior e
entram em contato com os objetos, o que lhe possibilita expressar e criar.
Cada criança é diferente e desenvolve-se num ritmo diferente. É preciso respeitar às
necessidades afetivas das crianças, os interesses e suas necessidades.
As crianças brincam porque dá prazer, é agradável. Cabe ao professor e a escola em
geral utilizar-se do lúdico como um recurso de grande valor a ser usado no espaço
pedagógico, onde os brinquedos e os jogos possam estar ao alcance e a livre exploração
da criança.
Para tanto é necessário que a formação profissional do docente contemple informações e
vivências a respeito do brincar e do desenvolvimento infantil em uma perspectiva
social, afetiva, cultural, histórica e criativa. É preciso que a prática docente proponha
momentos em que se possam vivenciar jogos e brincadeiras cooperativas e não
competitivos entre meninos e meninas para que não se estimule a desigualdade entre os
sexos.
O emprego de brincadeiras deve ter a intencionalidade de desafiar o aluno e não ser
usado como um simples passatempo, pois se esse for seu objetivo certamente a criança
perderá o entusiasmo, o interesse e a vontade de aprender, prejudicando, assim o
desenvolvimento das capacidades e das potencialidades que envolve o corpo, a força, a
inteligência...
A brincadeira e o brinquedo devem provocar, desafiar e instigar o aprendiz a querer e a
desejar mais. E o professor deve se apresentar como uma criança. Deve ser dinâmico,
alegre, prestativo.
REFERÊNCIAS

CRADY, Carmem Maria. O educador de todos os dias- convivendo com crianças de 0 a


6 anos.Cadernos de Educação.v.5. Porto Alegre: Mediação. 1998.p.16;
KULISZ, Beatriz. Professores em cena. Cadernos de Educação. v.14.Porto Alegre:
Mediação.2004.p. 93.

Claudete Radunz (São Lourenço do Sul – SP)

Você também pode gostar