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2. O Refúgio e o CONARE
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto, presidente do CONARE
“quantas vezes, por causa de sua religião, de exercício de seu credo, as pessoas têm de sair de seus
países, caso contrário serão perseguidas! Por esses temas, envolvendo etnia, raça, credo, existem
perseguições em várias partes do mundo.” (p. 34)
O procedimento
O CONARE (órgão colegiado, vinculado ao Ministério da Justiça) é um órgão criado pela lei
brasileira que determinada a condição de solicitante de refúgio ou não.
“Vocês lembram das guerras na África, no Burundi e em Ruanda, quando, do dia para a noite, 500
mil pessoas foram assassinadas, simplesmente porque eram de etnias diferentes. Foi uma situação
em que existiam duas etnias no país, fisicamente diferentes; uma era a elite, menor, dominava o
país; a outra era a maioria dominada. Um dia, a maioria dominada se voltou contra a minoria e foi
um massacre. Com facas, foice e facão, foram às ruas exterminando todas as pessoas que eram
visivelmente da outra etnia, porque uns eram magros, altos, com o nariz fino; os outros eram
baixinhos, mais truncados, nariz mais grosso… então você olhava e dizia: aquele é um tutsi; esse é
um hutu. E era fácil você identificar, pegar uma foice e matar essa pessoa. 500 mil pessoas foram
mortas, e um país, Burundi, na fronteira, abrigou 300 mil refugiados.” (P. 49)
- Introdução
Destacar que a lesgislação brasileira, desde o início do século XX, manteve uma postura
de ojeriza de abertura à imigração, mesmo quando na década de 1950 com a abertura
das fronteiras, privilegiava-se o imigrante europeu; e, apesar de a Constituição de 1988
garantir os mesmos direitos a brasileiro e estrangeiro, o Estatuto do Estrangeiro (1980)
entendia o imigrante como indivíduo estranho ao país.
1. Conjuntura atual
“De fato, o que caracterizaria a época atual, mais que uma “globalização”, seria uma verdadeira
“dualização” do planeta, estruturada de forma a enriquecer os mais ricos e empobrecer os mais
pobres. Estes, não raramente, são reificados ou mercantilizados em vista da maximização do lucro,
o grande móvel da nova ordem internacional, enterrando qualquer possibilidade de universalização
dos direitos humanos ou de garantia e proteção à cidadania.” (p. 56)