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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS


CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQillSA
CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

o PERFIL DA ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA DAS PEQUENAS E
MÉDIAS EMPRESAS

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

MARCO ANTÔN~O NASCIMENTO DA CUNHA


Rio de Janeiro 2002
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA
CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

TÍTULO

o PERFIL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR:


MARCO ANTÔNIO NASCIMENTO DA CUNHA

E
APROVADO EM 14 /02 /2002
.1

::>-s~ ~ ").
JOSÉ ANT~UP~LIVEIRA
PH.D EM PLANEJAMENTO

PH.D EM BUSINESS ADMINISTRATION


III

Dedico este trabalho a minha esposa


Alexandra, por seu amor, compreensão e
incentivo, presentes em todos os momentos
desta caminhada, mesmo na distância.
IV

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me guiar neste caminho, pela sua proteção, e por permitir a
realização de um desejo pessoal.

A toda minha família, que me incentivaram a realizar este curso.

A minha esposa Alexandra e minha filha Letícia, pela compreensão nos


momentos de ausência.

A meu pai Roberto, por seu esforço dispensado à nossa empresa, nos
momentos de minha indisponibilidade.

A minha mãe Gilda, por seu carinho e especial incentivo.

Ao professor José Carlos Franco de Abreu Filho, por sua orientação, sua
amizade e, especialmente, pela compreensão nas minhas dificuldades .

Aos professores Istvan Karoly Kasznar e José Antônio Puppim, por suas
participações na banca e valorosas contribuições ao trabalho.

A todos os professores do curso de Mestrado Executivo da Escola


Brasileira de Administração Pública e Empresarial da Fundação Getúlio
Vargas, pelo conhecimento compartilhado.

Aos colegas do mestrado, por transformarem uma difícil tarefa em


momentos de alegria e descontração, e por suas colaborações em nossos
estudos e trabalhos.

Aos funcionários do ISAEIFGV pela amizade, atenção e auxílio


dispensados.

A Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, por seu apoio


institucional e operacional na realização da pesquisa de campo.
v

ÍNDICE

A GRAD ECIMENTOS .................... ........................... .................................................. ............ IV


ÍNDICE ...................................................................................................................................... V
ÍNDICE DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS ............................................ ................... VII
ÍNDICE DE TABELAS ....... .............................................. ...................................... .............. VII
ÍNDICE DE GRÁFICOS ....................................................................................................... VII
ÍNDICE DE FIGURAS ..................... .................. .................... .... .............. ...... ....................... VII
RESUMO ................................................................ .. ........... .... .... ... ...... ... ............... ... ........... VIII
ABSTRACT ........................................................................................................................... VIII

CAPÍTULO I .................................................................................................................... 10
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................................ ................ ............ 10
1.2 - JUSTIFICATIVA .................................................... .. .... .............. ....................... 11
1.3 - OBJETIVOS ................ .. .... .. ......................... ........................... .......................... 12
1.4 - APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 13
2 - METODOLOGIA .......................................................................................................... 14
2.1 - CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 14
2.2 - A AMOSTRA ............................................................................................. ....... 14
2.3 - DEFINIÇÃO DE PEQUENA E MÉDIA EMPRESA ............................................ 15
2.4 - O TERMO "ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA APROFUNDADA" ................... 15
2.5 - INCLUSÃO DE EMPRESAS DE GRANDE PORTE NA PESQUISA .................. .. 16
2.6 - DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA .................................................. ................ .... 16
2.7 - O PROBLEMA .................................................................... ............ .. .... ............ 16
2.8 - A HIPÓTESE ........................................................................ .. .......... ................ 17
2.9 - LIMIT AÇOES DO ESTU DO .............................................................................. 17

CAPÍTULO 11 .................................................................................................................. . 19
3 - REVISãO DA LITERATURA .................................................................. .. .... .............. . 19
3.1 - A IMPORTÂNCIA DA PEQUENA E MÉDIA EMPRESA .................................... 19
3.2 - As DIFICULDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS ......................... 21
3.3 - As ESPECIFICIDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS .................... 22
3.4 - METODOLOGIAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .. ................................ 24

CAPÍTULO III ........................................................... .... .................................................. 37


4 - DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO ........ .................... ...... ...... ...... ...... .............. 37
4.1 - APRESENTAÇÃO .. .. .................. .. ..................................................................... 37
4.2 - As QUESTOES .... .. .... ........ .. .... ....... ..... .. .. .................................................. .......
38
4.3 - CONTRADIÇOES POSSÍVEIS .............................................. .... ......................... 40
4.4 - DESCRIÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA ..................................................... 40
5 -RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO .............................................................. . 43
5.1 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR SETOR ..................................................... 43
5.2 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR PORTE ..................................................... 47
5.3 - CONTRADIÇOES ENCONTRADAS ................................................................... 50
5.4 - AUTO-A VALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA EMPRESA .................. .... .................. 52
5.5 - FATORES QUE DIFICUL TAM A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................. 53
6 - CONCLUSÕES DA PESQUISA DE CAMPO .............................................................. 55
VI

CAPÍTULO IV ........................ .......................................... ........... ....................... ............. 60


7 - ATRIBUINDO NOTAS ÀS EMPRESAS .. .. ........ ... ..... .. .... ... ..... .... .. .... ... .... ...... .. .. .... ... .. 60
7.1 - APR E SENTAÇÃO .................. ...... ... ............. ... .. ..... .. .... ... .. ....... ...... .... .. .... ......... 60
7.2 - CONCLUSÕES DA METODOLOGIA PROPOSTA .. .. .. ..... .... ..... .......................... 63
7.3 - COMPARANDO AS NOTAS CALCULADAS COM A QUESTAO N° 29 ... ......... 65

CAPÍTULO V ................................................................................................ ................... 68


8 - CONCLUSÕES ............... ..................................... ............. .... ... ..... ..... .... .................. .... . 68
9 - SUGESTÕES TÉCNiCAS .. .. ....... .. ... .. ..... .......... .. .... .................................. ...... ... ..... .... .. 70

CAPÍTULO VI ........................................................... .................................................... .. 71


10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFiCAS .......... ..... .... ... ..... ... .. .......... ........................... .. ... 71
ANEXO I ........... .... ..................................... .................................................................. ... ... 74
Q U ESTIONÁRIO APLICADO NAS EMPRESAS ..... ............ ............. .. ...... ................. .... 74
ANEXO lI .. ..... ..... .... .. .. .. .. ... .. ...... ... ................ ..... .. ......... ..... .................... ..................... ...... . 79
TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE PESQUISA .................. .. ................. .. ...... ....... 79
ANEXO IH .. .......... ................. .... ........ .. ... ............ ..... .. ........ ... ..... ................................... .. .... 87
GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR SETOR DE ATIVIDAD E ...... .. . 87
ANEXO IV .. ..... .... ....... .... .. ... .... ... ...... ... .... ... ...... ..... .. ... .. ................. ...... ... .... .. .. .... ........ .. ... ... 91
GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR PORTE .. .................................. 91
ANEXO V .. .. ... .... .. ..... .. .. .. ... .. ....... .. .......... .. .. .... ... .... ..... ...... .... .... ...... .... ......... ............... ...... . 95
CONTRADIÇÕ ES ENCONTRADAS NA PESQUISA ................. .. .......... ..... .. .. ....... ... .. .. . 95
VII

ÍNDICE DE TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS

ÍNDICE DE TABELAS:

TABELA 1: ESTRATIFICAÇÃO DAS EMPRESAS RESPONDENTES AO QUESTIONÁRIO .......... .......... 41


TABELA 2: IDADE MÉDIA DAS EMPRESAS PESQUISADAS ....... .. .. .. ... .. . ... . .. . .. ... ...... .. ........... ... .. ... 42
TABELA 3: MÉDIAS DOS NÚMEROS DE EMPREGADOS NAS EMPRESAS PESQUISADAS .... ... .... .... .. 42
TABELA 4: FREQÜÊNCIA DO NÚMERO DE CONTRADIÇÕES ENCONTRADAS . ... ...... ...... ..... .... ... .. . 51
TABELA 5: RESULTADOS DAS QUESTÕES N° 25,26 E 27 . .. .. .... ............... ........ ............. ...... .... .. 52
TABELA 6: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - QUESTÃO N° 30 ..... ...... ................ ... . 53
TABELA 7: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - SETOR SERVIÇO ..... . ...... . .... ...... .. .. .... 54
TABELA 8: RESULTADOS DA TABULAÇÃO PONDERADA - SETOR INDÚSTRIA ... .. .. .. ............ ... ... . 54
TABELA 9: RESULTADOS DA TABULAÇÃO POND ERADA - SETOR COMÉRCIO .. ..... ............. ....... . 54
TABELA 10: NOTAS ATRIBUÍDAS PELAS EMPRESAS . .. .. ........ .. .... .... .. ..... .... ... .. ... ... ....... .. ... .... ... 61
TABELA 11 : MÉDIAS DAS NOTAS POR ESTRATO PESQUISADO .... . ...... . .... ... .. . ... ... ..... ..... ... .. . .... .. 62
TABELA 12: ESCALA DE PONTUAÇÃO PROPOSTA . . .. ... ..... ....... .. .. ...... . .. ..... .. ...... ...... .. .. . .. .. .. .. . .. . 62
TABELA 13: FREQÜÊNCIA DAS NOTAS ESTRATIFICADAS POR PORTE .. .. .. .. ... .. .. .. .. . ....... .. .. ..... . ... 62
TABELA 14: FREQÜÊNCIA DAS NOTAS ESTRATIFICADAS POR SETOR .... .. ....... ... .. ..... .. .... .. ... .. .... 63
TABELA 15 : FREQÜÊNCIA DAS NOTAS ESTRATIFICADAS POR PORTE (%) ............... ....... ... .... ... . 64
TABELA 16: OCORRÊNCIA NAS NOTAS AUTO-ATRIBUÍDAS COM AS AFERIDAS, POR PORTE .. .... .. 65
TABELA 17: OCORRÊNCIA NAS NOTAS AUTO-ATRIBUÍDAS COM AS AFERIDAS, POR SETOR ........ 66

ÍNDICE DE GRÁFICOS:

GRÁFICO 1: PERCENTUAL DE CONTRADIÇÕES ENCONTRADAS . .. .. .... .... .. . ... ...... ... ... ..... . ..... ..... .. 51
GRÁFICO 2: PROPORÇÃO DAS NOTAS POR SETOR ... .. ....................... ... . .......... ... ............. .. ... . ... . 63
GRÁFICO 3: PROPORÇÃO DAS NOTAS POR PORTE ... .. ... ....... ... ... .. . .... . ... ... . . .. ... ... .... .. ... . ... .. .. ... .. . 64
GRÁFICO 4: POSIÇÃO DAS EMPRESAS QUANTO AO USO DA ADM. FINANCEIRA, POR SETOR . ... . . 67
GRÁFICO 5: POSIÇÃO DAS EMPRESAS QUANTO AO USO DA MM. FINANCEIRA, POR PORTE . ... .. 67

ÍNDICE DE FIGURAS:

FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ......................... ... ..... .. ..... 30


FIGURA 2: COMPOSIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL. ... ... ... .... ...... .... ........ ..... ... ........... . .. ... ... 28
FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL. .. .. .. ...... ..... ..... .. .... . ..... .. .. .... .. ... ... ... 29
FIGURA 4: ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES ....... ...... ... ......... .... . ....... . .. . .......... .. .. .... .. ..... 31
VIII

RESUMO

Este trabalho aborda o uso da administração financeira nas pequenas e médias empresas.
Procurou-se discutir as principais metodologias propostas nas referências bibliográficas
sobre o tema, e verificar, através do resultado de uma pesquisa de campo, a realidade
encontrada nas empresas. Através dessa, buscou-se investigar os conhecimentos
aplicados em suas rotinas administrativas e as variações nos padrões gerenciais entre
empresas de diferentes portes e setores de atuação, no que se refere à área pesquisada.
O estudo contemplou os principais temas que envolvem a administração financeira,
analisando as áreas da tesouraria, fluxo de caixa, demonstrações financeiras, análise de
balanços, custos e análise de investimento. Foram também objetos desse estudo a atenção
dispensada à contabilidade, a forma como as empresas avaliam sua administração e os
fatores que influenciam na implementação de uma administração financeira adequada.
Foi proposta ainda uma metodologia de atribuição de notas às empresas, que objetiva
demonstrar o desempenho da administração financeira das empresas pesquisadas.
As conclusões deste estudo demonstram as principais falhas encontradas na gestão
financeira das pequenas e médias empresas. Na comparação por porte, as pequenas
empresas apresentaram graves problemas em sua administração, com uma melhora
significativa nas médias empresas. Os resultados comprovam que mesmos pequenas
empresas podem ter uma administração financeira adequada; porém, apresentam um
grande número de empresas ineficientes nessa área, principalmente nos setores do
comércio e serviço. O estudo comprovou que as empresas pesquisadas - mesmo as de
médio porte - podem melhorar sua gestão financeira, principalmente através da aplicação
das metodologias de análise de balanços e de projeções financeiras .
IX

ABSTRACT

This work approaches the use of financiai administration in small and medium-sized
companies. We attempted to discuss the main methodologies which are proposed in the
bibliography available about the subject, and to verify, through the results of field
research, the reality in the companies surveyed. Trough this survey, we tried to
investigate the knowledge applied in their administrative routines and the variation in
management pattems amongst companies of different sizes and in different sectors of
action, regarding the researched area.
This study observed the main themes which involve financiai administration analyzing
the treasury areas, cash flow, financiai statements, balance analysis, accounts, costs and
investment analysis. The attention given to accounts was also subject of study, that is
how companies evaluate their administration, and the factors which influence the
implementation of adequate financiai administration. This work also pro poses a
methodology of giving companies marks, which aims at demonstrating the researched
companies ' financiai administration performance.
The conclusions of this study pointed out the main weaknesses found in small and
medium-sized companies' financiai management. When comparing different size
companies, for example, the small ones presented serious problems in their
administration, an aspect which is greatly improved in the medium-sized ones. In spite of
showing a great number of companies with inefficient management, mainly in the
commerce and service sectors, the results of this work prove that even small companies
can have adequate financiai administration. This study proved that the companies
surveyed - even the medium-sized ones, can improve their financiai management, mainly
through the use of balance analysis and financiai projection methodologies.
10

CAPÍTULO I

l-INTRODUÇÃO

1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO

As pequenas e médias empresas são importantíssimas para o país, do ponto de vista


econômico e social, devido a sua capacidade de geração de empregos e distribuição de renda,
bem como a sua aptidão para a formação de empreendedores e de mão-de-obra. Constituem-
se na maioria absoluta de empresas do território, respondendo por 98% dos estabelecimentos
empresariais e 60% dos empregos urbanos no Brasil, consolidando-se em todos os setores da
economia.

Atualmente, as empresas têm sofrido com o aumento da competitividade, com uma


conjuntura econômica de instabilidade, além das dificuldades de adaptação às mudanças
exigidas por um ambiente cada vez mais complexo, do ponto de vista tecnológico e
organizacional. Esse contexto é particularmente hostil para a sua sobrevivência, atingindo as
empresas de um modo geral, independente do setor, porte ou tempo de atuação. Uma parcela
expressiva dessas empresas não consegue sobreviver, pois não possui os conhecimentos
necessários para uma gestão competitiva.

Nos aspectos de competências administrativas, destacamos a gerência financeira das


organizações, devido à importância das informações financeiras nas decisões administrativas
e ao fato de a maioria das ações implementadas em um negócio, independente de qual área
administrativa for, possivelmente ocasionar reflexos - positivos ou negativos, nas finanças da
empresa.

Administração financeira é o processo de identificação, mensuração, análise,


preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras, utilizado pela
administração para planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização, visando
assegurar o uso apropriado de seus recursos e maximizar os resultados.
11

Porém, muitas empresas têm dificuldades de gerir adequadamente essa área da


administração, comprometendo sua lucratividade, competitividade e até mesmo sua
sobrevivência. Nem sempre as empresas apresentam um sistema de controle e administração
financeiro, por mais simples que seja. Sua implantação depende de uma mudança de atitude
não só da direção da empresa, como também das pessoas envolvidas. Isso fica muito mais
evidenciado na pequena empresa, onde o pensamento geral é que a aplicação das teorias
administrativas só funciona para grandes corporações.

Este estudo se propôs a pesquisar empresas de pequeno e médio porte, analisando


como elas são geridas financeiramente, estabelecendo um perfil dessa administração, fazendo
comparações entre portes diferentes e setores de atuação, evidenciar aspectos relevantes sobre
o tema e destacar possíveis fatores que influenciam a implantação de uma correta
administração financeira nas empresas.

1.2 - JUSTIFICATIVA

Na última década, o Brasil vivenciou uma grande mudança no meio empresarial. Com
o advento da globalização e estabilização da nossa moeda, mudou-se a realidade empresarial:
setores até então estáveis e lucrativos perderam espaço para novas tecnologias, novas formas
de produção e de comercialização. Conseqüentemente, houve um aumento da competição
interna, exigindo esforços por parte das empresas para se manterem atuantes no mercado,
provocando inclusive o desaparecimento de empresas tradicionais. Diante dessa situação, as
empresas perceberam a necessidade de serem altamente competitivas, exigindo maiores
conhecimentos e novas competências para que possam sobreviver.

Nesse sentido, tem-se dispensado muita atenção às micros e pequenas empresas,


buscando subsidiá-las de conhecimentos para que possam crescer e evoluir. Porém, é
incomum encontrar estudos sobre as empresas que se encontram em um estágio intermediário,
ou seja, aquelas que, embora não estejam mais na fase inicial, não possuem uma
administração totalmente adequada e profissional. Este estudo procura esclarecer como
funciona a administração financeira de empresas de pequeno e médio porte situadas neste
estágio intermediário.
12

Apesar de existirem diversas obras que discorrem profundamente sobre o correto


gerenciamento financeiro, poucos autores abordam a prática das pequenas e médias empresas
quanto a esse gerenciamento, existindo assim uma lacuna nessa área. Este estudo se justifica,
portanto, por contribuir com a produção teórica sobre a situação da administração financeira
destas empresas, disponibilizando subsídios para outros estudos sobre o tema.

Na prática diária das empresas brasileiras, o estudo poderá contribuir com informações
que possam fomentar o uso da administração financeira, tornando-as mais competitivas e
lucrativas, gerando maior riqueza para seus proprietários e colaboradores, e
conseqüentemente, para a toda a comunidade.

1.3 - OBJETIVOS

o objetivo principal deste trabalho é analisar a administração financeira das pequenas


e médias empresas brasileiras, verificando os conhecimentos dessa área aplicados na gestão
das referidas empresas, destacando suas limitações e distorções.

Os seguintes objetivos secundários foram propostos:

1. Contextualizar as pequenas e médias empresas.

2. Discorrer sobre as principais ferramentas da administração financeira.

3. Estabelecer um perfil da administração financeira em empresas de pequeno e


médio porte, analisando como elas são geridas nessa área.

4. Destacar as ferramentas da administração financeira que são usualmente utilizadas


nas empresas, identificando os temas que ainda podem ser considerados
problemáticos;

5. Analisar as diferenças da administração financeira entre empresas dos setores de


Comércio, Indústria e Serviços, bem como entre as de pequeno e médio porte.

6. Contextualizar os fatores que dificultam a implantação de uma gestão financeira


eficaz nas empresas.

7. Evidenciar aspectos relevantes sobre o tema.


13

Procurou-se, ainda, determinar indícios que comprovem em qual das seguintes


possibilidades as empresas pesquisadas estão inseridas, quanto ao uso da administração
financeira:

l. As empresas que dizem não utilizar as ferramentas da administração financeira.

2. As empresas que dizem não utilizar tais ferramentas, porém o fazem .

3. As empresas que dizem utilizá-Ias e realmente o fazem.

4. As empresas que dizem utilizá-Ias, porém não o fazem .

1.4 - APRESENTAÇÃO

o trabalho analisou a administração financeira das pequenas e médias empresas,


verificando os conhecimentos dessa área aplicados em sua gestão. Procurou-se esclarecer
como as empresas têm gerido as áreas da tesouraria, fluxo de caixa, demonstrações
financeiras, análise de balanços, custos, análise de investimento e contabilidade. O estudo
procurou também demonstrar quais são as principais dificuldades encontradas pelas empresas
na gestão de suas finanças, analisando os fatores que influenciam a implementação de uma
administração financeira adequada.

Foram atribuídas notas às administrações financeiras das empresas pesquisadas,


baseadas nas respostas obtidas no questionário. Através dessas, foi possível avaliar a
quali.dade da administração financeira das empresas pesquisadas, além de permitir uma
comparação das notas aferidas entre os setores e portes, e com a auto-avaliação das empresas
sobre sua gestão financeira.

O estudo apontou as principais falhas encontradas na gestão financeira das pequenas e


médias empresas. As pequenas apresentaram uma grave situação: controles simplificados na
tesouraria, inconsistências nos valores relatados nas demonstrações financeiras, previsões
inadequadas no fluxo de caixa, não existência de orçamentos e controles sobre os
investimentos, entre outros problemas encontrados. Nas médias empresas, a pesquisa
demonstrou uma melhor administração financeira, porém essas apresentam ainda algumas
inadequações, principalmente relacionadas ao uso do balanço patrimonial e suas análises.
14

2 - METODOLOGIA

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Este trabalho é classificado como um "estudo ou pesquisa descritiva", que consiste em


observar e descrever um fenômeno, permitindo visualizar uma situação e, muitas vezes,
classificar e categorizar as variáveis ou as observações. Tem como objetivo principal
descrever as características de determinada população ou fenômeno e estabelecer possíveis
relações entre variáveis.

"Os estudos descritivos, também chamados de pesquisas ad-hoc, como di= o próprio
nome, procuram descrever situações (..) a partir de dados primários, obtidos
originalmente por meio de entrevistas pessoais (..), relacionando e confirmando as
hipóteses levantadas na definição do problema de pesquisa (..) " (Samara, 2002)

"São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo, levantar as opiniões,
atitudes e crenças de uma população. " (Gil, 1996)

2.2 - A AMOSTRA

É importante ressaltar que este trabalho é de cunho exploratório, conduzido através de


amostra não-probabilística por cotaI , portanto. os resultados não permitem generalizações a
respeito da população estudada. As empresas foram selecionadas de forma não aleatória,
buscando compor uma amostra estratificada que represente eqüitativamente os setores de
serviços, comércio e indústria.

"As amostras não-probabilísticas são selecionadas por critérios subjetivos do


pesquisador, de acordo com sua experiência e com os objetivos do estudo. (. .) a
quantidade a ser entrevistada é aleatória. " (Samara, 2002)

"É importante ressaltar que as amostras obtidas pelas técnicas não-probabilísticas


não permitem a inferência sobre o universo, pois, nesses casos, é desconhecido o erro
cometido na escolha dos elementos que/arão parte da amostra. " (Samara, 2002)

I Segundo Samara (2002), nas amostras não probabilísticas por cota, o pesquisador procura uma amostra que se

identifique em alguns aspectos com o universo.


15

2.3 - DEFINIÇÃO DE PEQUENA E MÉDIA EMPRESA

As expressões "pequena empresa" e "média empresa" são geralmente utilizadas de


forma variada e não discriminada, sem uma definição e cuidado quanto aos seus respectivos
significados. Vários indicativos já foram utilizados para estabelecer a medida do tamanho de
uma organização sem poderem ser considerados corretas e definitivos - exemplos comuns são
os números de empregados e do montante financeiro de vendas. Essa falta de precisão e
consenso para a definição de critérios é fortemente relacionada à diversidade dos tipos de
empresas que operam em diferentes segmentos de mercado. Uma empresa pode ser
considerada grande em relação a seus concorrentes, mesmo que ela seja considerada pequena
em relação a outras empresas que atuam em outros ramos da economia, de acordo com suas
vendas ou seu número de empregados. Em outras circunstâncias, uma mesma organização
pode ser considerada pequena segundo seu número de empregados e grande segundo suas
vendas, ou vice-versa.

Nesse contexto, a variável "número de pessoas ocupadas" tem sido considerada a de


mais fácil entendimento e mensuração, e vem sendo adotada pelo Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE. Assim, será adotada neste estudo a classificação
do SEBRAE, que utiliza parâmetros diferentes para empresas industriais e para as empresas
de comércio e serviços. São classificadas como pequenas empresas industriais as que possuem
de 20 a 99 empregados, e como médias as que possuem de 100 a 499 empregados. No setor
de comércio e serviços, as empresas que possuem de 10 a 49 empregados são consideradas
pequenas; as médias possuem de 50 a 99 empregados.

2.4 - O TERMO "ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA APROFUNDADA"

Na pesquisa, foram propostas grandes áreas de estudo, com questões relacionadas ao


mesmo tema, como por exemplo "tesouraria". Foi atribuído o nome de "Administração
financeira aprofundada" a uma dessas grandes áreas, por contemplar ferramentas mais
avançadas, que tratam do tema com maior detalhamento. O termo aprofundar, segundo
16

dicionário MICHAELIS significa "investigar a fundo ". Logo, a palavra aprofundada, dele
derivada, é apropriada para caracterizar a grande área proposta.

2.5 - INCLUSÃO DE EMPRESAS DE GRANDE PORTE NA PESQUISA

Apesar do trabalho ter objetivado estudar empresas de pequeno e médio porte, foram
incluídas na pesquisa empresas de grande porte, para uma melhor discussão quanto as
variações nos gerenciamento entre empresas de diferentes portes, nas análises do questionário .

2.6 - DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Este estudo aprofundou-se na questão do correto gerenciamento dos recursos


financeiros, com ênfase na utilização de modelos matemáticos amplamente conhecidos -
especificamente as demonstrações financeiras, na utilização de índices financeiros e na
existência de previsões para a solvência dos passivos existentes a curto e médio prazo.

Foram também levantadas informações sobre os controles das transações com


numerários, os conhecimentos sobre custos, bem como procurou-se saber qual a importância
dada à contabilidade pelas empresas.

2.7 - O PROBLEMA

As pequenas e médias empresas utilizam eficazmente a administração financeira,


gerenciando os seus recursos financeiros de forma a produzir uma melhor lucratividade,
minimizando riscos e remunerando seus investimentos? Existem alterações significativas nos
gerenciamentos financeiros entre empresas de diferentes portes ou setores de atuação?
17

2.8 - A HIPÓTESE

As pequenas e médias empresas, mesmo as que possuem algum tipo de gerenciamento


financeiro, não aplicam em sua totalidade as principais metodologias de administração
financeira, o que as toma menos lucrativas, mais instáveis e, conseqüentemente, compromete
sua competitividade em seu mercado de atuação.

2.9 - LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A metodologia empregada na pesquisa foi baseada na abordagem teórico-empírica,


fazendo-se uso da análise da bibliografia mais rekvante, consubstanciada com uma pesquisa
de campo desenvolvida junto às empresas selecionadas. Nesse aspecto, tendo em vista que a
bibliografia relaciona conceitos econômico-financeiros que são encontrados nas mais
diferentes formas na prática da administração financeira nas empresas, todas as vezes que foi
necessário mencionar os componentes das demonstrações financeiras, estes foram
conceituados sob o ponto de vista da contabilidade.

As análises aqui efetuadas permitem descrever as características das empresas da


região estudada, quanto à sua administração financeira. A pesquisa foi realizada na região sul
do estado do Paraná. Todas os questionários respondidos são de empresas sediadas na cidade
de Ponta Grossa, razão pela qual classificamos este estudo como "local".

Neste estudo, procurou-se buscar informações acerca do conhecimento dos


empresários sobre os aspectos da administração financeira aplicados em suas empresas.
Porém, apesar de nos questionários as respostas poderem indicar que as técnicas ali
apresentadas são aplicadas, não existem garantias de que efetivamente as mesmas estão
inseridas na rotina administrativa das empresas pesquisadas. Isso possivelmente ocorre em
função de os entrevistados sentirem-se incomodados em responder que não conhecem ou não
aplicam as técnicas contidas no questionário. O fato de o trabalho estar relacionado à
Fundação Getúlio Vargas, entidade considerada pelo meio empresarial como referência no
tema admin istração, vem reforçar esta possibilidade. Foram inseridas relações entre questões
18

que apontam possíveis inconsistências nas respostas, indicando quais questionários podem ter
apresentado esta situação.

Embora o trabalho esteja relacionado à administração financeira, o que possibilitaria


incluir na discussão tópicos como o sistema bancário - fontes e custos de capital, sistema
tributário e política econômica, os mesmos não foram contemplados em função de serem
externos as atividades da empresa, restando ao empresário sofrer as suas conseqüências -
positivas ou negativas, não existindo poder direto de mudança por parte dos mesmos nessas
questões. Assim, este estudo se ateve as questões diretamente relacionadas a ações dos
empresários em suas administrações.
19

CAPÍTULO 11

3 - REVISÃO DA LITERATURA

3.1 - A IMPORTÃNCIA DA PEQUENA E MÉDIA EMPRESA

Quando publicou "A riqueza das nações", em 1776, Adam Smith descreveu uma
economia em que os pequenos negócios locais eram virtualmente as únicas entidades
econômicas. O capitalismo moderno teve inicio com essas pequenas empresas. Cresceu a
partir de negociantes e seus servos, que viajavam pelo interior do país, vendendo mercadorias
à nobreza. Gradualmente, foram minando a autoridade dos nobres, na medida em que a
riqueza, e, em seguida, o poder deslocaram-se para suas mãos. As pequenas empresas que, por
fim, eles vieram a formar, tornaram-se o alicerce primordial do desenvolvimento econômico
das nações industrializadas dos nossos dias.

A pequena empresa presta uma visível contribuição ao espírito empresarial. Vê-se


hoje, nas pessoas, a vontade de se tornarem empresárias. Muitas delas estão colocando em
prática suas idéias em vários ramos de negócio, desencadeando assim um surto criativo
empresarial. Em pesquisa mundial feita pela GEM Reports - Global Entrepreneurship
Monitor, citada pela revista Exame (2001), o Brasil aparece como o país com a maior relação
entre o número de habitantes adultos da população que criam negócios próprios: 1 em cada 8
contra 1110 nos Estados Unidos; 1/25 na Alemanha; 1/33 na Inglaterra e 1/100 no Japão.

O brasileiro é um dos povos mais empreendedores do mundo, conforme reportagem da


revista Veja (2002). Segundo a reportagem, um em cada quatro brasileiros economicamente
produtivos é dono de uma empresa. São mais de 18 milhões de pessoas que ganham a vida
como empresários. Os pequenos empreendedores, suas famílias e empregados formam um
contingente estimado de 60 milhões de pessoas.

"Os empreendedores são os heróis populares da moderna vida empresarial. Eles


fornecem empregos, inlrodu::.em inovações e estimulam o crescimento econômico. (..)
A cada ano, milhares de indivíduos (..), de adolescentes a cidadãos mais velhos.
inauguram novos negócios por conta própria e assim fornecem a liderança dinâmica
que leva ao progresso econômico. " (Longenecker, 1998)
20

Confonne descrito por OLIVEIRA (2000), de acordo com dados publicados pelo
Sebrae, no Brasil, as micros, pequenas e médias empresas constituem um universo de
aproximadamente 4 milhões de estabelecimentos. Respondem por 98% dos estabelecimentos
empresariais, mais de 60% dos empregos urbanos no Brasil, 48% da produção nacional e 21 %
do produto interno bruto. O autor cita ainda o último levantamento realizado pelo IBGE, de
1994, no qual esse estrato de empresas representa 99,6% do total de empresas industriais,
comerciais e prestadoras de serviço.

"Como parte da comunidade empresarial, as pequenas empresas contribuem


inquestionavelmente para o bem estar econômico da nação. Elas produ::em uma parte
substancial do total de bens e serviços. Assim sua contribuição econômica geral é
similar àquela das grandes empresas. " (Longenecker, 1998)

A economia mundial está passando por uma nova transição, comparada à revolução
industrial. Nesse contexto de mudanças, segundo SOLOMON (1986), a pequena empresa
sempre foi um dos recursos ocultos dos países, um catalisador inesperadamente poderoso, na
transição de uma era de fábricas com chaminés, voltadas para a produção em massa, para a
aurora de uma era de economia global, intimamente interligada, impulsionada por tecnologias
do conhecimento.

SOLOMON (1986) destaca que a contribuição da pequena empresa foi mais notável
nas indústrias inovadoras e deslumbrantes de alta tecnologia. Nas últimas décadas, o
pioneirismo dos pequenos empresários - muitos dos quais foram à falência - fez
contribuições que abalaram a indústria através da comercialização de aplicações altamente
revolucionárias, das tecnologias que estão impulsionando a atual transição econômica.
Incluem-se nessas tecnologias equipamentos (hardware) e programas (software) de
computadores pessoais, desenho assistido por computador - CAD, manufatura assistida por
computador - CAM, robótica, telecomunicações e biotecnologia.

LONGENECKER (1998) listou alguns exemplos de novos produtos criados pelas


pequenas empresas no século XX: fotocópia, insulina, penicilina, helicóptero, motor a jato,
entre outros.

"As pequenas empresas prestam contribuições singulares a nossa economia.


Fornecem uma parte desproporcional de novos empregos necessários para uma força
de trabalho em crescimento. São responsáveis pela introdução de muitas inovações e
originam avanços científicos (..). As pequenas empresas atuam como concorrentes
econômicas vigorosas e desempenham algumas funções nos negócios com mais
experiência que as grandes empresas. " (Longenecker, 1998)

.lcn.IU I tliA MAtClU Ht:NttIUUt ~IMUN~t..


fUIlDACAO GETUUO VARGAS
21

3.2 - As DIFICULDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Segundo DENARDIN (2002), o Brasil é o país com o maior índice de abertura de


empresas por necessidade, em pesquisa realizada pelo GEM Reports. Isto significa que os
novos empreendedores brasileiros não abrem seus negócios baseados em ações (projetos)
planejados, e sim, por falta de opção de ganhos para seu sustento. Esta situação explica em
parte as dificuldades sofridas pelas novas empresas, bem como o alto índice de mortalidade
que essas apresentam .

"A crise econômica fe= com que o Brasil apresentasse neste ano a maior taxa de
empreendedorismo por necessidade - por falta de opções no mercado de trabalho.
Significa que 56% das pessoas que abriram o negócio próprio neste ano fi=eram isso
porque não tinham outra opção de vida. .. (Denardin, 2002)

Outra situação que explica a realidade brasileira, é a mudança em seu meio


empresarial sofrida nos últimos anos. Com o advento da globalização e estabilização da nossa
moeda, surgiu uma nova realidade: setores até então estáveis e lucrativos perderam espaço
para novas tecnologias, formas de produção e de comercialização. Além disso, as empresas
têm sofrido com o aumento da competitividade, com uma conjuntura econômica de
instabilidade e dificuldades de adaptação às mudanças exigidas por um ambiente cada vez
mais complexo, do ponto de vista tecnológico e organizacional.

"(..) com o desenvolvimento tecnológico, o crescimento das organi=ações e a


complexidade do ambiente econômico, verifica-se por parte das pequenas empresas
certa dificuldade no entendimento e na gestão dos negócios. " (Oliveira, 2000)

"(...) as empresas são férteis em riscos. Os mercados mudam rapidamente de rumo, e


essas mudanças geralmente são alimentadas pelas novas tecnologias e pela
concorrência acirrada, interna e externa. " (Teló, 2001)

Sobre a globalização, SOLOMON (1986) escreve:

"Esta transição econômica está condu=indo a uma reestruturação fundamental dos


negócios e das estratégias comerciais de longa data. As organi=ações comerciais
precisam ser reestruturadas para que possam se adaptar mais eficientemente ao ritmo
acelerado das mudanças das tecnologias e dos mercados. Nas indústrias em rápida
evolução, a lucratividade depende em escala cada ve= maior, de um retorno muito
rápido dos investimentos iniciais, antes de as condições de tecnologia e de mercado
tornarem um determinado produto obsoleto. " (Solomon, 1986)
22

Nesse contexto, as pequenas, principalmente, e as médias empresas encontram-se


perante uma situação desafiadora, pois nelas há uma fusão de fatores que dificultam a
administração do negócio, envolvendo a falta de profissionalização dos tomadores de decisão
e das pessoas nelas inseridas, a limitação do capital e da estrutura administrativa, comparadas
às grandes empresas com as quais concorrem numa economia aberta de mercado. Além disso,
o Brasil é um país que pouco oferece as novas empresas, situação esta comprovada no
relatório GEM - Global Entrepreneurship Monitor de 2002.

"(..) o Brasil está na 34° posição no oferecimento de condições favoráveis aos


empreendedores. Os principais fatores que atrapalham são a dificuldade de acesso e
o custo do capital, afalta de políticas adequadas à realidade dos empreendedores, a
alta carga tributária, o excesso de exigências legais e fiscais para a abertura de
empresas e afalta de capacitação para o negócio escolhido. " (Dernardin, 2002)

Daí a necessidade dessas empresas, extremamente importantes para o


desenvolvimento sócio-econômico do país, adotarem ferramentas que auxiliem a garantia de
sua competitividade.

3.3 - As ESPECIFICIDADES DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Diante de um mercado altamente exigente, espera-se que as empresas, mesmas as


pequenas e médias, possuam uma estrutura administrativa adequada, com controles das
rotinas administrativas, responsabilidades definidas e aplicação de ferramentas de gestão,
dentre as quais destacamos as relacionadas à administração financeira.

Porém, a cultura da pequena empresa predominante no Brasil, dificulta sua


modernização e adequação aos novos tempos. A predisposição do pequeno empresário de não
buscar informações relevantes e pertinentes, tanto no ambiente interno como no externo, é
característica das pequenas empresas. Tais informações são vistas por ele como algo de difícil
acesso, por isso exerce a gerência de seu negócio de forma habitual, fundamentada em suas
experiências. Conforme descrito por LEONE (1999), essa administração simplificada pode
responder às exigências imediatas dos gestores, porém compromete seu desempenho e
competitividade.
23

" Tal estrutura não é desejada por elas em virtude da complexidade e do custo da
mesma; por isso, adotam estruturas simples e de menor custo que respondam de
maneira apropriada às exigências momentâneas dos proprietários, de suas famílias e
dos empregados. " (Leone, 1999)

Nas pequenas empresas, normalmente, as decisões são tomadas pelo proprietário,


detentor dos meios de produção, que se sente conhecedor do negócio e se julga capacitado
para gerenciá-lo de acordo com seu estilo. A estrutura organizacional normalmente
encontrada nessas empresas é, de modo geral, classificada como simples, centralizadora, com
coordenação por supervisão direta.

"A tomada de decisão é baseada na experiência, no julgamento ou na intuição do


proprietário-dirigente e, na maior parte do tempo, dentro de uma ótica operacional
de curto pra=o. " (Leone, 1999)

Nos aspectos financeiros , a pequena empresa tem problemas para separar os recursos
pessoais e da empresa, e, normalmente, é gerida de forma simples, sem controles consistentes.
Devido à falta ou precariedade de sistemas de planejamento financeiro, apuração de
resultados e outros procedimentos contábeis e de orçamento, os números obtidos e analisados
pelos administradores podem não estar lhes fornecendo informações precisas, situação esta
comprovada pela pesquisa de campo, descrita no Capítulo m.

"A administração da pequena empresa é essencialmente pessoal. Quanto menor for o


negócio, mais informal será a contabilidade, onde os recursos comerciais e pessoais
se confundem. " (So lomon, 1986)

Para LEONE (1999), as pequenas e médias empresas são caracterizadas por um nível
de maturidade organizacional muito baixo. Os processos de planejamento e de controle são,
geralmente, pouco formalizados e quantificados. De acordo com esses processos maturativos,
os aspectos dos controles financeiros se apresentam com estruturas simplificadas inicialmente,
passando para controles mais efetivos, principalmente na área da tesouraria e, posteriormente,
numa empresa mais madura, implementando-se uma administração financeira.

OLIVEIRA (2000) afirma que, dadas as suas características, as pequenas empresas, na


sua maioria, não planejam a curto nem a longo prazo. Não planejam, dentre outros itens, as
vendas, os estoques, as compras, as despesas, as receitas, os custos, os lucros, e o caixa da
empresa. Por isso, tais empresas estão sempre tentando resolver os problemas quando eles
aparecem, não procurando prevê-los nem se programando para evitá-los.
24

Diante do exposto, percebe-se que as pequenas empresas necessitam rever seus


métodos administrativos, os quais abrangem estrutura, pessoas e tecnologia empregada. A
mudança organizacional é fator fundamental para mantê-las competitivas e atuantes em um
mercado altamente instável, tendo-se a cautela de levar em consideração particularidades que
tornam-nas diferentes da grande corporação.

"A boa administração é fator determinante da sobrevivência e sucesso. A má


administração - e não a economia, a concorrência, a inconsistência dos clientes ou o
a::ar - é o fator que determina o fracasso. " (Oliveira, 2000)

3.4 - METODOLOGIAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Administração financeira é o processo de identificação, mensuração, preparação,


análise, interpretação e comunicação de informações financeiras, utilizadas pelas empresas
para planejamento, avaliação e controle dentro da organização, visando assegurar o uso
apropriado de seus recursos.

As empresas brasileiras começaram a se conscientizar da importância da gestão


financeira devido ao aumento da competitividade, exigido pela abertura de mercado e
globalização da economia. Tal exigência engloba as empresas de um modo geral,
independente do setor, porte ou tempo de atuação.

"A administração financeira tem sido de importância crescente para as empresas de


pequeno e médio porte. O sucesso empresarial demanda cada ve= mais o uso de
práticas financeiras apropriadas. " (Solomon, 1986)

As análises financeiras são realizadas a partir de demonstrações elaboradas pela


contabilidade ou por gerentes financeiros para esse fim . Apesar de haver uma grande
heterogeneidade entre as finanças de diferentes empresas, existe um padrão dessas
demonstrações, aceito por muitos autores, dentre os quais destacamos GITMAN (1997), HOJI
(2000), MA T ARAZZO (1998), ROSS (1995) e SANTOS (2000). A mesma situação se
apresenta em relação a temas como custos e índices financeiros, entre outros. Serão então
apresentados os principais modelos e metodologias de administração financeira, nesta revisão
de literatura.
25

Para BRASIL (1999), apesar de ser uma instituição socioeconômica, a empresa pode
ser avaliada de forma mais objetiva pela via econômico-financeira, porque envolve os pontos
passíveis de serem quantificados. Segundo PEREZ JUNIOR (1997), os controles financeiros
representam instrumentos cujo objetivo é proporcionar à administração informações
confiáveis e oportunas, que lhe possibilitem obter maior segurança em cada processo de
decisão e medir a eficiência com que as operações vêm sendo conduzidas.

"Controle significa tomar conhecimento de determinada realidade, compará-la com o


que deveria ser em termos ideais, identificar oportunamente os desvios e adotar
providências no sentido de corrigir estes desvios. " (Pere= Junior, 1997)

"A análise de balanços permite obter informações a partir das demonstrações


financeiras, com afinalidade de subsidiar a tomada de decisão. " (Santos, 2000)

HOJI (2000), GITMAN (1997), ROSS (1995), entre outros, estabelecem que os
demonstrativos financeiros devem incluir a demonstração de resultados, o balanço
patrimonial, e a demonstração das origens e aplicação de recursos. Além deles, o fluxo de
caixa é também considerado pelos autores como essencial para administrar eficientemente as
finanças das empresas. Essa situação é corroborada por SANTOS (2000) e LONGENECKER
(1998), que dizem:

"Para efeito de análise, são indispensáveis as seguintes demonstrações financeiras:


balanço patrimonial; demonstração de resultados; origens e aplicação de recursos. "
(Santos, 2000)

"Os três demonstrativos ( ..) tipicamente mais comuns nas pequenas empresas são:
demonstração de resultado, balanço patrimonial e o demonstrativo do fluxo de
caixa. " (Longenecker, 1998)

De modo muito amplo, pode-se dizer que os vários balanços e demonstrações


financeiras e contábeis permitem que se façam as análises de liquidez e de lucratividade,
buscando-se conhecer sua evolução e quais suas ligações com a estrutura dos negócios.
Permite também, identificar, por análise comparativa, em que pontos houve deterioração no
desempenho da organização.

"A contabilidade financeira é uma técnica utili=ada para produ=ir sistemática e


estruturalmente informações quantitativas (expressas em unidades monetárias) das
transações que uma entidade econômica reali=a, bem como de certos fatos
econômicos identificáveis e quantificáveis que a afetam, com o objetivo de facilitar
para os diversos interessados a tomada de decisão em relação a ela. " (Gubba, 1999)
26

3.4.1 - Contabilidade gerencial

Do ponto de vista do empresário, os dados contábeis só interessam se ajudarem na


tomada de decisão. As práticas contábeis até então vigentes, nas quais se buscava somente o
atendimento da legislação e da valorização dos estoques, não mais satisfazem as necessidades
das pequenas e médias empresas. A contabilidade tem, portanto, que interagir mais com o
setor gerencial e operacional da empresa e agilizar a coleta e o fornecimento de informações
aos executivos das empresas.

"A contabilidade, como sistema de informações, caracteri=a-se por registrar todas as


transações ocorridas nas organi=ações, constituindo-se num grande banco de dados. "
(Oliveira, 2000)
De acordo com ASSEF (1999), a finalidade fundamental da contabilidade é fixar o
estado atual de um conjunto de riqueza vinculado a determinada empresa, acompanhar essa
riqueza em suas mutações, determinar-lhe estados sucessivos e demonstrar as causas de suas
variações específicas e quantitativas.

ASSEF (1999) complementa: a quantificação contábil, através dos diversos


demonstrativos, tais como Balancetes, Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados,
entre outros, mostra a situação da empresas após as diversas operações realizadas, em um
determinado período de tempo. A Contabilidade transforma essas operações em registros
organizados através da quantificação em moeda. Se bem elaborados e utilizados, são de
grande valia para o empresário.

"Estes relatórios, osfamosos Balancetes, Balanços Patrimoniais e Demonstrativos de


Resultados. podem, se bem explorados pelo empresário. apresentar informações das
mais valiosas. " (Asse/, 1999)

Porém, é comum nas pequenas empresas a contabilidade ter funções apenas fiscais e
tributárias, sendo a administração financeira realizada por relatórios elaborados para esse fim.

"A contabilidade fiscal trata da apuração dos mais diversos impostos, seus
recolhimentos nas datas apropriadas e do aproveitamento dos créditos incidentes em
alguns tributos. " (Asse/, 1999)

Segundo OLIVEIRA (2000), para cumprir seu papel como fonte de informações, a
contabilidade deve acercar-se de características fundamentais à administração, tais como: ser
útil, oportuna, clara, íntegra, relevante, flexível, completa e preditiva (fornecer indicadores de
tendências), além de ser direcionada à gerência do negócio.
27

3.4.2 - Tesouraria

Para HOJI (2000), a tesouraria, basicamente, é responsável pelo planejamento,


controle e movimentação dos recursos financeiros da empresa. Os principais controles
internos da tesouraria são disponibilidades, aplicações financeiras, empréstimos e
financiamentos, contas a pagar e contas a receber. Além desses controles, também são
consideradas atribuições da tesouraria: talões de cheque, cheques cancelados, cheques
devolvidos, tarifas bancárias, fundos fixos de caixa, etc.

Direta ou indiretamente, todas as áreas da empresa mantêm algum tipo de vínculo com
a área da tesouraria. Quase todos os atos praticados por outras áreas acabam transformando-se
em contas a pagar ou a receber e, conseqüentemente, transitam pela tesouraria.

"A tesouraria é uma das áreas mais importantes em uma empresa, pois,
praticamente, todos os recursos financeiros que giram na empresa transitam por
ela. " (Hoji, 2000)

3.4.3 - Fluxo de Caixa


O fluxo de caixa identifica a situação do caixa da empresa no curto e médio prazo,
influenciado pelas políticas de prazos de compras e vendas, e permite à empresa realizar
provisões de recursos para solver os compromissos assumidos .

Segundo LONGENECKER (1998), o fluxo de caixa apresenta as variações da posição


de caixa da empresa ao longo de um determinado período de tempo. Contém as principais
entradas e saídas de caixa periódicas, o estoque inicial de dinheiro da empresa e o saldo
estimado de caixa para o final do período projetado. É elaborado a partir das entradas de
dinheiro na empresa (por receitas de vendas, empréstimos, etc.) e saídas de dinheiro da
empresa (por compras, despesas operacionais, devolução de empréstimos, etc.). Essas
entradas e saídas de dinheiro são reconciliadas no orçamento de caixa, que envolve previsões
de recebimento e gastos para um período de tempo pré-determinado.

Para SANTOS (2001), a principal finalidade do fluxo de caixa é informar a capacidade


que a empresa tem para liquidar seus compromissos financeiras a curto prazo. Além disso, o
fluxo de caixa também auxilia:

1- No planejamento de contratações de empréstimos e financiamentos.

2- No planejamento das aplicações das sobras de caixa, visando maximizar o rendimento.


28

3- Na avaliação de impactos financeiros ocasionados por aumento de custos ou de vendas.

"Uma das tarefas mais árduas da área financeira é dimensionar o fluxo de caixa da
empresa, composto basicamente por contas a pagar e receber. O fluxo de caixa mede
as necessidades futuras de recursos, a capacidade de pagamento pontual dos
compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para investimentos. " (Asse/.
1999)

"O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo
fornecer estimativas da situação de caixa da empresas em determinado período à
frente . .. (Santos, 2001)

3.4.4 - Balanço patrimonial

Conforme descrito por ASSEF (1999) e corroborado por LONGENECKER (1998),


HOJI (2000) e SANTOS (2001), entre outros autores, o balanço patrimonial é formado pelo
Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido. O Ativo é composto basicamente pelos bens e
direitos da empresa, tais como caixas, bancos, imóveis e veículos, equipamentos, mobiliários,
estoques de produtos, e contas a receber. O Passivo compreende basicamente os valores que a
empresa deve a terceiros, tais como contas a pagar, fornecedores, salários a pagar, impostos a
pagar, entre outros. O Patrimônio Líquido é a diferença entre o ativo e o passivo de uma
empresa, e representa os investimentos realizados por seus sócios no negócio.

"É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa - Ativo, assim
como as obrigações - Passivo Exigível, em determinada data. A diferença entre Ativo
e Passivo é chamada patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos
proprietários da empresa, quer através de recursos tra=idos de fora da empresa, quer
gerados por esta em suas operações e retidos internamente . .. (Matara==o, 1998)

Capital de
Terceiros
Bens e }
Direitos

Capital
} Próprio

Figura 1: Composição do Balanço Patrimonial


Fonte: Longenecker(1998)
29

Segundo HOJI (2000), no balanço patrimonial, as contas representativas do ativo e do


passivo devem ser agrupadas de modo a facilitar a análise da situação financeira da empresa,
e apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez para o ativo, e de exigibilidade para
o passivo. A figura 03 representa graficamente o conceito aqui descrito.

Figura 2: Representação do Balanço Patrimonial.


Fonte: Longenecker (1998)

o balanço patrimonial demonstra a posição econômico-financeira da empresa, em uma


determinada data. Juntamente com a demonstração de resultados, é possível avaliar os
resultados obtidos pela empresa em um período de tempo, analisando como eles se refletiram
no balanço.

"O balanço patrimonial mostra a posição financeira da empresa em uma data


específica. .. (Longenecker, 1998)

"Os balanços patrimoniais podem ser considerados como fotografias da empresa em


determinadas datas. " (Brasil, 1999)

"O balanço patrimonial é uma das mais importantes demonstrações contábeis,


através do qual podemos apurar a situação patrimonial -financeira de uma empresa
em determinado momento. " (Asse/. 1999)

Para MA T ARAZZO (1998), é interessante notar que o Ativo mostra o que existe
concretamente na empresa. Todos os bens e direitos podem ser comprovados por documentos,
tocados ou vistos. Por outro lado, o Passivo Exigível tem valor líquido e certo no que se refere
àquelas dívidas assumidas junto a terceiros, como bancos, fornecedores, empregados, etc.
30

3.4.5 - Demonstracão de resultados

o relatório de demonstrações de resultados apresenta os resultados financeiros


provenientes das operações da empresa.

"A demonstração de resultado do exercício, (..) constitui-se no relatório sucinto das


operações reali=adas pela empresa, durante determinado período de tempo, no qual
sobressai o resultado líquido do exercício, lucro ou prejuí=o. " (Asse/. 1999)

A demonstração de resultado mostra o resultado das operações da empresa em um


determinado período de tempo. (Longeneck.er, /998)

Segundo HOJI (2000), a demonstração de resultados do exercício é uma demonstração


contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do
patrimônio líquido entre duas datas. Ela deve ser apurada de forma dedutiva, isto é, inicia-se
com a receita operacional bruta e dela são deduzidas custos e despesas, para apurar o lucro
líquido, conforme apresentado na figura 01 :

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO:
UMA VISÃO GERAL

Figura 3: Representação da Demonstração de resultados.


Fonte: Longenecker(1998)

MAT ARAZZO (1998) apresenta a Demonstração de Resultados por um outro ângulo:


31

"A Demonstração de Resultados do Exercício é uma demonstração dos aumentos e


reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As receitas
representam normalmente aumento do Ativo, através do ingresso de novos elementos,
como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. Aumentando o
Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam redução do
Patrimônio Líquido, através de um do aumento do Passivo Exigível." (Matara==o,
1998)

3.4.6 - Análises através de índices

As demonstrações financeiras também são utilizadas para a construção de índices, os


quais medem a posição financeira da empresa e seu desempenho sob vários aspectos.

"Os demonstrativos financeiros servem como base para cálculo de índices


financeiros. Esses índices podem ser utili=ados para responder a importantes
perguntas sobre a performance financeira da empresa. " (Longenecker, 1998)

"Índice representa uma relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações
financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação patrimonial,
econômica oufinanceira da entidade. " (Pere= Junior, 199 7)
"As demonstrações contábeis e financeiras de uma empresa também podem servir
para a construção de índices, destinados a medir a sua posição financeira e os níveis
de desempenho em vários aspectos. " (Asse/. 1999)

Segundo MA T ARAZZO (1998), os índices são divididos em índices que evidenciam


aspectos da situação financeira e índices que evidenciam aspectos da situação econômica. Os
índices da situação financeira, por sua vez, são divididos em índices de estrutura de capitais e
índices de liquidez, conforme o esquema seguinte:

Situação Financeira < ESTRUlURA

LI QUI DEZ

~ RENTABILIDADE
Situação Econômica - -...

Figura 4: Aspectos revelados pelos índices.


Fonte: Longenecker (1998)
32

Segundo SANTOS (2000), embora existam incontáveis índices, os mais importantes e


imprescindíveis, que podem ainda ser decompostos em outros, são os três seguintes:
endividamento geral, liquidez corrente e rentabilidade sobre o patrimônio. MATARAZZO
(1998) corrobora com essa afirmativa com a seguinte opinião:
"Certos índices como Participação de Capitais de Terceiros, Liquide= Corrente e
Rentabilidade do Patrimônio Líquido. são usados por praticamente todos os
analistas. " (Matara==o, 1998)

Liquidez corrente:

Em linguagem econômica quando classificamos um bem quanto à sua liquidez,


referimo-nos à facilidade que temos para transformar este bem em dinheiro disponível no
momento presente. Sobre liquidez, escreve GITMAN (1997) : " A liquidez de uma empresa é
medida pela sua capacidade de satisfazer suas obrigações a curto prazo, na data de
vencimento. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira da empresa."

Para HOn (2000), na maioria dos casos o índice de liquidez corrente é considerado
como o melhor indicador da capacidade de pagamento da empresa. Segundo SANTOS (2001)
e ASSEF (1999), o índice de liquidez corrente indica a capacidade da empresa para liquidar
seus compromissos financeiros de curto prazo.

Endividamento geral:

Considerando que os recursos são sempre escassos e não provêm do nada, toma-se
fator importante analisar se o capital próprio existente é adequado ao investimento proposto.
Quando uma empresa utiliza capital de terceiros, passa a ter parte de seu fluxo de caixa
comprometido com o pagamento de juros e, dependendo da participação desse capital,
dificilmente o negócio se desenvolverá.

ASSEF (1999) SANTOS (2001) e HOJI (2000) concordam em dizer que este índice de
endividamento geral mede a formação da composição do ativo total da empresas,
relacionando os capitais de terceiros com os recursos totais obtidos para o financiamento do
ativo. ASSEF (1999) diz: "quanto maior este índice, maior será a vulnerabilidade da empresas
a oscilações de juros sobre o capital de terceiros, e em linguagem financeira dir-se-á que a
empresa está mais alavancada ". Para G ITMAN (1997), a estrutura ótima de capital é aquela
que equilibra os fatores de retomo e risco num contexto que maximiza a riqueza do
proprietário.
33

Rentabilidade sobre patrimônio:

Em linguagem simplificada, definimos rentabilidade como sendo um percentual do


valor aplicado sobre seus ativos, que renda lucros. A rentabilidade está sempre relacionada a
riscos; portanto, ao investir em um setor de alto risco, é natural que o empresário exija
recompensa por esse risco. A lucratividade de um negócio deve remunerar o empreendedor
pelo risco do empreendimento e, por isso, deve ser superior, por exemplo, a uma aplicação em
caderneta de poupança, na qual o risco é mínimo. Se o negócio considerado não tiver essa
lucratividade superior, é preferível que o empreendedor aplique seu dinheiro no mercado
financeiro e não desenvolva o empreendimento.

A rentabilidade do capital próprio pode ser conceituada como sendo o grau de êxito
econômico obtido por uma empresa em relação ao capital nela investido. Esse índice
demonstra quanto rende o capital aplicado na empresa pelos proprietários. Para SANTOS
(2001), é o parâmetro de avaliação da eficiência do capital próprio.

"Mede a capacidade de retorno obtido pela empresa, derivado de suas operações. "
(Assej, 1999)

3.4.7 - Análise gerencial de custos

O papel a ser desenvolvido por um sistema de custos em uma pequena empresa não
difere muito em relação ao desempenhado na grande empresa; isto é, a responsabilidade de
um sistema de informação de apoio à decisão de forma a auxiliar a empresa na busca pela
melhor utilização de recursos para o alcance da eficácia empresarial.

Segundo ASSEF (1999), existem vários métodos de custeamento de produtos e


serviços, utilizados na formação de preços, com conseqüências bastante distintas para a
análise dos resultados. É bastante comum encontrarmos resultados completamente diferentes
entre os métodos; assim, devemos optar pelo critério que possa melhor identificar a
lucratividade da linha de produtos.

Para SANTOS (2001), a apuração, análise e controle de custos geram informações


necessárias à tomada de decisões, como precificação, definição da carteira de produtos e
serviços, além da avaliação econômica de novos projetos de investimentos.
34

"Portanto, um sistema de custeio eficiente pode ser a chave de sucesso de um


empreendimento, já que representa a ferramenta de auxílio para o gestor tomar
decisões objetivando: determinar o custo dos produtos como um dos critérios da
fixação de preços; analisar a rentabilidade das diversas atividades e produtos da
firma, avaliar os estoques; determinar a estrutura de custos dos produtos e compará-
la com a concorrência; reali=ar simulações variando as condições de compra de
matérias primas, etc, para empregar os recursos onde produ=am melhores resultados.
Com estes dados, ocorre a melhoria na qualidade das decisões tomadas pela
empresa, o que aumenta sua competitividade. " (Motta, 2001)

3.4.8 - Ponto de equilíbrio

Ao aplicar a análise de custo-volume-lucro, a empresa estará usando um processo de


planejamento, para definir, por exemplo, sua produção ótima, além de estar se aprofundando
nos comportamentos dos custos, em função de variáveis que influenciam seus resultados.
Essa aplicação fará com que procure o ponto de equilíbrio que, quando encontrado, poderá
fazer projeções para cima ou para baixo e verificar quais serão as reações dos custos em
função dessas mudanças.

PEREZ JUNIOR (1997) descreve a análise do ponto de equilíbrio baseado na relação


custo-volume-resultado, correspondendo a um volume de produção (ou atividade) em que o
lucro operacional é nulo, ou seja, em que as receitas e despesas operacionais se igualam. Para
ASSEF (1999), o ponto de equilíbrio operacional deve servir de base para várias simulações
em seu negócio, entretanto não pode ser entendido como meta única da empresas, pois indica
o nível mínimo de receitas para cobrir os custos totais de suas atividades.

"O ponto de equilíbrio operacional identifica o nível mínimo de receitas necessário


para o cumprimento de todos os compromisso da empresas." (Asse! 1999)

"A análise do ponto de equilíbrio permite determinar o volume de vendas capa= de


proporcionar lucro =ero, aquele ponto em que a receita da empresa iguala o custo
lotaI. " (Santos, 2001)

3.4.9 - Análise de investimentos

É bastante comum o empresário receber dicas e sugestões, normalmente antes de


iniciar seu projeto de novo negócio, ou ampliar outros já existentes, sobre a necessidade de
planejar seus investimentos, buscando atingir rentabilidades comparáveis aos recursos
35

aplicados. Existem vários métodos de avaliação de retorno sobre investimentos. Para


SANTOS (2001), o Valor Presente Líquido (VPL) é o método preferido pelos autores de
livros sobre finanças. Na prática empresarial, todavia, a Taxa Interna de Retorno (TIR)
desfruta de uma maior aceitação.

O Valor Presente Líquido (VPL) mostra se o projeto, descontado a determinada taxa


de juros, é ou não atrativo ao investidor; e a Taxa Interna de Retorno (TI R) indica a
rentabilidade auferida, ao longo de períodos de análise do projeto.

A Taxa Interna de Retorno (TI R) é definida como a taxa de desconto que leva o valor
atual calculado das entradas futuras de caixa a se igualar ao investimento inicial realizado.

"As decisões de investimentos devem ser tomadas com base em informações


cuidadosamente analisadas, pois comprometem os recursos de uma empresa por
longo tempo e seu retorno efetivo pode ser somente estimado no presente, o que gera
incerte=as . .. (Hoji, 2000)

3.4.10 - Orçamento

Se planejar é estabelecer com antecedência as opções a serem executadas, justifica-se


a elaboração de orçamentos, que deve resultar em beneficios, definidos e tangíveis,
diretamente relacionados com as funções básicas da administração.
ASSEF (1999) ressalta a importância da utilização de orçamentos, que servem, na
opinião do autor, para que o empresário possa visualizar a situação futura de seus lucros
possíveis, e, se entender que estes não cobrirão adequadamente os investimentos já realizados
ou a realizar, para implementar mudanças em suas estratégias operacionais ou financeiras com
a antecedência necessária.
"Quanto maior o pra=o de visuali=ação das informações, melhor será a avaliação de
seu negócio . .. (Asse/, 1999)
Nesse sentido, a não existência de um orçamento pode acarretar dificuldades
financeiras para o pagamento de fornecedores, empréstimos, entre outras obrigações,
comprometendo o crédito da empresa e chegando, em alguns casos mais graves, a colocar em
risco o andamento do negócio.

O orçamento estabelece um modo pelo qual os objetivos financeiros podem ser


alcançados. É, portanto, uma declaração do que deve ser feito com os recursos financeiros no
futuro. Para GITMAN (1997), ao definir o orçamento, o empresário estará fornecendo roteiro
para atingir objetivos da empresa. Além disso, esse instrumento oferece uma estrutura para
36

coordenar as diversas atividades da empresa e atua como mecanismo de controles,


estabelecendo um padrão de desempenho, contra o qual é possível avaliar os eventos reais.
Corroborando essa idéia, PEREZ JUNIOR (1997) descreve os objetivos principais do
orçamento: a) projetar de forma integrada e estruturada o resultado econômico-financeiro de
um processo de planejamento; b) controlar o desempenho diante dos objetivos e metas
definidas. Segundo esse autor, a elaboração do orçamento é tarefa de toda a organização,
sendo cada área responsável por alcançar determinadas metas, que deverão estar
harmonizadas com os objetivos da entidade como um todo.

Foram aqui apresentados, conceitualmente, as principais metodologias e modelos


matemáticos utilizadas pelas empresas na administração financeira, de acordo com os autores
estudados. Para informações detalhadas a respeitos desses temas, sugerimos a leitura das
referências bibliográficas sobre o assunto.
37

CAPÍTULO IH

4 - DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO

4.1 - APRESENTAÇÃO

o questionário foi elaborado de forma a contemplar as principais áreas que envolvem


a administração financeira, esclarecendo como as empresas têm gerido as suas finanças.
Foram incluídas no questionário questões relacionadas às áreas da tesouraria, fluxo de caixa,
demonstrações financeiras, análise de balanços, contabilidade, custos, e análise de
investimento.

o questionário está dividido em cinco grandes áreas principais. São elas:


1. Tesouraria.................................................................... Questões n° I, 2, 3 e 4

2. Fluxo de caixa............................................................. Questões n° 5, 6, 7, e 17

3. Demonstrações financeiras.... ..................................... Questões n° 10, 12, 13 e 14

4. Administração financeira aprofundada... ..... ............... Questões n° 18, 19, 20, 21, e 22

5. Auto-avaliação da situação da empresa.... ........ .. .. .. .... Questões n° 25,26,27,28, e 29

Além das grandes áreas, o questionário ainda contempla:

a. Contabilidade.... .... ...................................................... Questões nO 8 e 9

b. Custos.......... ............................................................... Questões n° 15 e 16

c. Fatores que dificultam a implantação da administra-


ção financeira............................................. ................. Questão n° 30

d. Outros temas........................ ........................ ...... ......... Questões n° 11, 23 e 24

As respostas foram analisadas dentro das grandes áreas e também isoladamente, de


acordo com os diagnósticos possíveis levantados.
38

4.2 - As QUESTÕES

As perguntas n° 1, 2, 3 e 4 são ligadas ao tema tesouraria. Procuram esclarecer se as


empresas possuem em sua administração controles adequados para as transações com
numerários, e se essa área é organizada o suficiente para permitir um gerenciamento da rotina
diária com segurança. As conciliações (ou fechamentos) permitem ao gestor acompanhar se
todas as entradas ou saídas de numerários foram documentadas. Controles efetivos evitam as
perdas nas empresas, como por exemplo possíveis inadimplências. A referida área é também
importante por fornecer dados para as demonstrações financeiras .

As questões n° 5, 6, 7 e 17 contemplam o tema fluxo de caixa - previsto e realizado.


Procuram esclarecer se existem relatórios históricos das movimentações financeiras,
imprescindíveis tanto para a elaboração de projeções futuras do fluxo de caixa como de
demonstrações financeiras. Questionam qual a periodicidade que as empresas analisam o
fluxo de caixa realizado e se fazem projeções da situação do caixa, num espaço de tempo
mínimo suficiente para se adotar cuidados afim de evitar que a empresa precise tomar
recursos para suprir seus pagamentos em curto prazo. A questão nO 17 procura esclarecer se as
empresas utilizam o fluxo de caixa na sua administração financeira.

As questões n° 8 e 9 relatam o tratamento dispensado à contabilidade pelas empresas.


Demonstram a periodicidade das relações empresa - contabilidade e, principalmente, se a
mesma é utilizada para a administração financeira ou se é considerada como necessária
apenas para fins de ordem fiscal e tributária.

As questões n° 10, 12, 13 e 14 discorrem sobre a existência e coerência de


demonstrações financeiras nas empresas. A questão n° 10 expõe quais relatórios são utilizados
na administração financeira pelas empresas. A questão n° 12 procura esclarecer se as
empresas utilizam a metodologia do cálculo do ponto de equilíbrio. As questões n° 13 e 14
procuram demonstrar a coerência dos relatórios utilizados pelos gestores, uma vez que os
itens encargos sobre folha, imobilizado e depreciação comumente são incluídos de forma
distorcida nas demonstrações financeiras.

"Para efeito de análise, são indispensáveis as seguintes demonstraçõesjinanceiras:

Balanço patrimonial;

Demonstração de resultados;

Origens e aplicação de recursos. " (Santos, 2000)


39

"O fluxo de caixa mede as necessidades futuras de recursos, a capacidade de


pagamento pontual dos compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para
investimentos. " (Asse/. 1999)

As questões n° 15 e 16 tratam do tema custos e ilustram se as empresas possuem


algum modelo de gestão de custos na sua administração financeira.

As questões n° 18, 19, 20, 21, e 22 vêm demonstrar uma administração financeira mais
aprofundada, e são esperadas respostas corretas de empresas que possuem uma administração
financeira mais aprimorada. A questão nO 18 trata da análise de investimento e procura
esclarecer se as empresas fazem esse tipo de análise antes de efetivarem novos investimentos.
A questão nO 19 comprova se as empresas elaboram demonstrações financeiras projetadas e os
resultados futuros. A questão n° 20 discorre sobre a utilização de índices financeiros na
administração financeira das empresas, tema ligado à análise de balanços. A questão n° 21
esclarece se as empresas possuem um orçamento, alocando os recursos de acordo com os
objetivos da empresa. A questão n° 22 é talvez a de maior importância para as empresas, por
abordar a remuneração do capital próprio - patrimônio líquido.

"Embora existam incontáveis índices, os mais importantes e imprescindíveis que


podem ainda ser decompostos em outros são os três seguintes:

Endividamento geral (PE/AT);

Liquide= corrente (A C/PC) ;

Rentabilidade (LUPLj. "(Santos, 2000)

A questão n° 11 consta no questionário para avaliar os entrevistados, testando seus


conhecimentos efetivos sobre o tema, por possuir uma "resposta errada" - a letra "C".

A questão n° 23 demonstra a política da empresa em relação a sua capitalização


financeira, uma vez que esclarece o tratamento dado aos lucros aferidos pela mesma.

A questão n° 24 demonstra se as empresas procuram informatizar sua administração


financeira. Por ser elevado o grau de complexidade dessa área na gestão, é esperado o uso da
informatização.

As questões n° 25, 26, 27, 28, e 29 relatam como as empresas se vêem quanto à
situação financeira, margem de lucro e rentabilidade do seu patrimônio, e ao risco atribuído
ao negócio. Mostram, também, como elas auto-avaliam sua administração financeira.

A questão n° 30 procura esclarecer a opinião dos entrevistados quanto aos fatores que
dificultam a implantação de uma administração financeira nas empresas.
40

4.3 - CONTRADIÇÕES POSSÍVEIS

Algumas questões estão inter-relacionadas, sendo possível encontrar contradições nas


respostas em alguns questionários. Esses inter-relacionamentos foram previstos para serem
utilizados como filtros, evitando incoerências quando da análise dos resultados. As respostas
que estão inter-relacionadas a outras questões são:

• Questão n° 09: Resposta "O" - Existem respostas que, se esta estiver assinalada, é
obrigatório assinala-Ias.

• Questão n° 10: Resposta "A" - Existem respostas em diversas questões que, se


assinaladas, é obrigatório que esta também esteja.

• Questão n° 10: Resposta "B" - Existem respostas em diversas questões que, se


assinaladas, é obrigatório que esta também esteja.

4.4 - DESCRIÇÃO DA AMOSTRA PESQUISADA

Foram enviados aproximadamente 100 questionários2 , tendo respondido a eles um


total de 43 empresas. O alto índice de retorno para este tipo de pesquisa foi conseguido em
função da participação ativa da Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, através de
cartas de apresentação da pesquisa enviadas juntamente com o questionário, bem como com
ligações efetuadas pela mesma, buscando apoio dos empresários ao retorno da pesquisa.

As empresas selecionadas para a pesquisa foram estratificadas de acordo com duas


características: setores de atuação - comércio, indústria e serviços; e tamanho - pequena
empresa (EPP), média empresa (ME), e grande empresa (GE), em acordo com a metodologia
adotada. As empresas pesquisadas são em sua maioria absoluta nascidas e desenvolvidas na
cidade de Ponta Grossa - PR, incluindo todas as de pequeno porte. A tabela O1 demonstra a
estratificação das empresas respondentes:

2 O número de questionários enviados é menor do que o considerado adequado. A quantidade está diretamente
relacionada a real possibilidade de retorno por parte das empresas pesquisadas.
41

Tabela 1: Estratificação das empresas respondentes ao questionário.

Número de empresas que responderam ao questionário:

EPP ME GE TOTAL

Comércio 9 5 2 16

Indústria 8 4 1 13

Serviço 8 3 3 14

TOTAL 25 12 6 43

De acordo com a metodologia proposta, a amostra é considerada pequena para os


padrões estatísticos. Porém, devido ao fato das empresas pesquisadas serem de setores
considerados muito relevantes para a nossa economia, pode-se atribuir uma representatividade
adequada, para os objetivos deste trabalho, à amostra. As empresas pesquisadas contemplam
os seguintes setores 3:

Comércio - Supermercado, Farmácia, Vestuário, Alimentício, Autopeças, Padaria, Ótica e


relógios, Madeiras, Livraria e papelaria, Cosméticos, Agropecuária, Produtos para
marcenaria, Móveis e eletrodomésticos.

Indústria - Vassouras, Compensados, Aquecedores, Móveis esportivos, Moagem de Café,


Materiais de construção, Agroindústria, Luminosos, Metalúrgica, Peças automotivas, Móveis
de aço, Papel.

Serviços - Rádio, Recapadora de pneus, Escritório de advocacia, Escola de 10 e 20 graus,


Maquinários agrícolas, Hospitais, Retífica de motores, Foto, Transportadora, Transportes
urbanos, Pesquisas de mercado.

A idade média das empresas está descrita de acordo com a estratificação proposta na
tabela 02. A média geral é de 28 anos, e ilustra a premissa deste estudo de pesquisar empresas
de pequeno e médio porte, as quais já superaram os estágios iniciais de sua implantação,
possuindo - espera-se, uma administração mais adequada e profissional. Um ponto a ser
destacado é o fato de as idades médias das empresas subirem de acordo com o porte das
mesmas e também a realidade de levarem muitos anos para atingir portes maiores.

3 Alguns setores tiveram mais de uma empresa na amostra.


42

Tabela 2: Idade média das empresas pesquisadas.

Idade média das empresas pesquisadas (anos) 4:

EPP ME GE MÉDIA 5

Comércio 24 31 38 28

Indústria 18 38 46 25

Serviço 20 36 50 30

MÉDIA 4 21 34 45 28

o número médio de funcionários das empresas pesquisadas consta na tabela 03, de


acordo com a estratificação proposta. Destaca-se que o setor indústria possui um número
maior de empregados, mesmo nas pequenas empresas. Nas grandes empresas, a metodologia
prevê que, nos setores de comércio e serviço, são consideradas empresas de grande porte
aquelas que possuem mais de 100 funcionários. Porém na amostra a média apresentada para
esses setores foi respectivamente de 510 e 532 empregados, muito acima do mínimo
estabelecido pela metodologia.

Tabela 3: Médias dos números de empregados nas empresas pesquisadas.

Média de número de empregados nas empresas pesquisadas 6:

EPP ME GE

Comércio 24 65 510

Indústria 38 161 7 500

Serviço 26 80 532

Geral 29 95 514

4 Algumas empresas não responderam a este item .


S Corresponde à média aritmética de todas as empresas que responderam a este item neste estrato.
6 Algumas empresas não responderam a este item.

7 A média do número de empregados do setor indústria neste porte é significativamente maior em função da
metodologia utilizada.
43

5 - RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

Visando facilitar a compreensão dos dados aqui analisados, os resultados foram


apresentados com valores aproximados aos obtidos na pesquisa, porém não prejudicando a
correta avaliação da realidade encontrada. Os resultados foram analisados dentro dos dois
extratos propostos: por setor e por porte.

5.1 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR SETOR

5.1.1 - Tesouraria:

As respostas da área da Tesouraria demonstram que as empresas pesquisadas mantêm


um controle adequado, caracterizando-se assim como empresas possuidoras de uma
administração organizada nesta área, controlando e documentando suas transações com
numerários. Destaca-se a existência de controles mais efetivos no setor Indústria do que nos
setores Comércio e Serviços.

Na questão n° 1, todas as empresas do setor Indústria possuem controles adequados ou


totais. Nos setores Comércio e Serviços, uma pequena parcela - 6 das 43 empresas
pesquisadas - respondeu possuir apenas controles parciais. Na questão n° 2, todas as empresas
pesquisadas responderam existir normas e padrões para as transações com numerários. Nas
questões n° 3 e 4, todas as empresas do setor Indústria controlam adequadamente suas contas
a pagar e a receber, incluindo o controle sobre a inadimplência de clientes. Nos setores
Comércio e Serviços, em média um quarto das empresas apresentam controles básicos sobre
as conta a pagar e receber, com algumas empresas do setor Serviço desconhecendo seus
índices de inadimplência de clientes.

5.1 .2 - Fluxo de caixa:

Nos aspectos relacionados ao fluxo de caixa, não foi detectada grande variação entre
os três setores, os quais apresentam algumas deficiências referentes aos históricos não
disponíveis de forma organizada, à falta de um prazo maior de visualização do fluxo de caixa
44

futuro e à passividade quanto aos prazos de pagamento estabelecidos por seus fornecedores. O
ponto positivo apresentado é a periodicidade das análises do fluxo de caixa realizado.

5.1.3 - Demonstrações financeiras :

Na questão n° 10, as respostas demonstram que os itens fluxo de caixa e


demonstrações de resultados são as ferramentas mais utilizadas. No item balanço patrimonial,
somente metade das empresas o utilizam em sua gestão, e no relatório de origens e aplicações
de recursos, apenas 40% utilizam-no. A situação encontrada nesta questão deixa claro que as
empresas operam mais com o fluxo de caixa e demonstração de resultados, deixando as
análises e acompanhamentos relacionados ao balanço em segundo plano .

A questão n° 12 trata de uma ferramenta muito importante para a gestão financeira - o


ponto de equilíbrio. No setor Indústria todas as empresas utilizam dessa ferramenta, enquanto
que algumas do Comércio e boa parte do Serviço não a utilizam. Novamente aparece a
situação de que o setor Indústria possui uma administração financeira melhor do que os
demais, sendo essa situação corroborada pelas questões seguintes.

Na questão n° 13, as empresas do setor Indústria consideram em suas demonstrações


financeiras todos os encargos sobre a folha de pagamento. No setor Comércio a maioria
considera todos os encargos, porém algumas consideram somente os principais e outras não
consideram ou consideram somente quando ocorre a saída dos recursos do caixa. No setor
Serviço, a maioria das empresas considera todos os encargos, sendo que 20% delas
consideram somente os principais.

Na questão n° 14, quase a totalidade das empresas do setor Indústria contabilizam ou


consideram todos os seus bens imobilizados, provavelmente onerando adequadamente suas
demonstrações de resultados com os custos de depreciação. No setor Comércio, apenas
metade das empresas o fazem; e, no setor Serviço, somente 65%. Essa distorção impacta
diretamente nos lucros constantes nas demonstrações financeiras das referidas empresas, uma
vez que não estão onerando as mesmas com a depreciação do imobilizado, bem como na
rentabilidade, por o ativo da empresa estar menor do que a realidade.
45

5.1.4 - Administração financeira aprofundada:

A questão n° 18 analisa se as empresas fazem estudos de viabilidade econômica, antes


de efetivarem investimentos. As respostas apontam uma situação problemática, visto que
apenas 14% das empresas utilizam as metodologias tradicionais para esses estudos, e 20% não
realizam estudo de nenhuma natureza. Pode-se perceber que a grande maioria das empresas
efetiva investimentos sem a garantia de que haverá um retorno mínimo necessário para
justificá-los. O ponto positivo foi que dois terços das empresas fazem algum tipo de
acompanhamento.

A questão nO 19 também apresenta uma situação inadequada, com apenas 30% dos
setores Comércio e Serviços elaborando periodicamente projeções financeiras . A exceção é o
setor Indústria, novamente com melhor gerenciamento sobre os demais, com 60%.

A questão nO 20 é de suma importância para as empresas, com análises através de


índices econômico-financeiros provenientes dos dados do balanço patrimonial. Neste quesito
a situação é ainda pior, pois 40% do setor Comércio e 55% do setor Serviços não utilizam
índices em seu gerenciamento. Além disso, apenas 24% do setor Comérc io e 15% do setor
Indústria utilizam o índice de rentabilidade sobre o patrimônio, possivelmente a resposta mais
importante da pesquisa. O ponto positivo está novamente no setor Indústria, com 85%
utilizando algum tipo de índice em seu gerenciamento.

A questão n° 21 corrobora a situação até aqui apresentada, com o setor Indústria


possuindo uma gestão mais avançada, em comparação com os demais setores. Neste item,
aproximadamente 40% do setor Comércio e 60% do setor Serviços elaboram orçamentos,
contra 85% do setor Indústria.

A questão n° 22 procura esclarecer se as empresas acompanham a rentabilidade dos


investimentos de seus sócios e também apresenta uma situação falha, com as empresas não
prevendo qual o retorno mínimo esperado para seu patrimônio. Apenas 12%, 54% e 21 % das
empresas, respectivamente nos setores Comércio, Indústria e Serviços, estimam um retorno
mínimo, com o agravante de que grande parte dos mesmos não acompanham essa
remuneração nem "a posteriori" .
46

5.1.5 - Contabilidade

A questão nO 8 avalia a freqüência com que as empresas analisam os balancetes


contábeis, e a pesquisa demonstrou que as empresas analisam os mesmos apenas uma vez ao
ano ou, no máximo, a cada três meses. Isso pode ser entendido como: ou é dada uma atenção
adequada ao tema, ou a contabilidade é deixada de lado na gestão, sendo provavelmente
realizada exclusivamente para fins fiscais e tributários. Novamente, o setor Indústria aparece
mais adequado, com 85% das empresas pesquisadas analisando os balancetes no máximo a
cada trimestre, sendo que a maioria delas o fazem mensalmente.

A questão n° 9 comprova os resultados da questão anterior, com algumas empresas


assumindo que a contabilidade é realizada exclusivamente para fins fiscais . Por outro lado,
23% das empresas consideram a situação contábil como a realidade financeira da empresa,
enquanto 14% a usam esporadicamente para analisar a sua situação financeira. O ponto
positivo é que 70% das empresas disseram possuir análises da situação financeira, 23%
através da contabilidade e 47% através de relatórios elaborados para esse fim.

5.1.6 - Custos

As questões n° 15 e 16 analisam as empresas sobre o tema Custos: 75% das respostas


indicaram que realizam análises de lucratividade por produto/serviços ou linhas de
produtos/serviços. Apenas uma pequena parcela das empresas não possui metodologias de
análise de custos. Entre estas, o Custeio direto, o Centro de custos e o Custo-volume-lucro são
as mais utilizadas, seguidas pelo Custo padrão e Custeio ABC. As respostas a essas questões
indicam que, neste quesito, as empresas estão controlando seus custos, o que possibilita a elas
uma melhor performance.

5.1.7 - Outros temas.

A questão n° 23 procura esclarecer qual a estratégia da empresa frente à sua


capitalização proveniente dos lucros aferidos e apresenta uma situação polarizada entre
aquelas que estão sempre reinvestindo pelos menos parte de seus lucros, e as que só
reinvestem seus lucros se a empresa estiver necessitando. Esta última situação impede o
crescimento das empresas, visto que dificilmente elas poderiam aumentar sua participação no
mercado em que atuam sem investimentos para suportar esse crescimento.
47

A questão n° 24 trata da informatização desta área da administração, considerada


desejada por permitir controles mais efetivos e maior facilidade de organização dos dados.
Como esperado, 86% das empresas controlam essas informações através do uso de
computadores.

A questão n° 11 foi incluída na pesquisa para servir de "filtro" ao conhecimento dos


empresários, existindo uma resposta "errada" -letra "C". Assinalaram a resposta "errada", em
média, 15% das empresas pesquisadas.

5.2 - ANÁLISE DOS RESULTADOS POR PORTE

A análise estratificada por porte é mais rica que a anterior, existindo variações
significativas entre as empresas de diferentes portes. Percebe-se nitidamente que as pequenas
empresas possuem uma administração financeira menos elaborada e que as médias empresas
têm um melhor desempenho, apresentando uma administração financeira aprimorada.

5.2.1 - Tesouraria

Nos aspectos da tesouraria, as empresas apresentam um gerenciamento adequado, com


algumas falhas nas pequenas empresas. Na questão n° 1, um quarto das empresas de pequeno
porte possuem controles apenas parciais. Nas de médio e grande porte, todas possuem
controles adequados ou totais. Na questão n° 3, novamente um quarto das empresas de
pequeno porte possuem controles básicos, contra quase a totalidade das de médio e grande
porte, que têm controles efetivos. Nas questões de n° 2 e 4, praticamente todas as empresas
pesquisadas possuem controles adequados, existindo normas e procedimentos pré-
estabelecidos e controles sobre as contas a pagar e a receber.

5.2.2 - Fluxo de caixa

Quanto à empresa possuir históricos de suas atividades financeiras, a questão n° 5


indica que 60% das pequenas, 75% das médias e 100% das grandes empresas possuem tais
históricos, de forma organizada. Nos aspectos de fluxo de caixa realizado, 80% das pequenas,
48

90% das médias e todas as empreS(lS de grande porte realizam esse relatório. A questão n° 7
não apresenta diferenças significativas entre os portes, com quase todas as empresas
pesquisadas elaborando fluxo de caixa projetado, sendo porém que somente 75% das mesmas
utilizam essas projeções antes de efetivarem novos compromissos financeiros, como
demonstrado na questão n° 17. Um ponto negativo é o baixo índice de existência de históricos
nas pequenas empresas .

5.2.3 - Demonstrações financeiras

A questão n° 10 explicita de forma contundente as diferenças entre a administração


financeira das empresas de pequeno, médio e grande porte. Os relatórios mais util izados são o
Fluxo de caixa e a Demonstração de resultados. A distorção aparece na pequena empresa,
com apenas 56% das empresas utilizando a demonstração de resultados, contra todas dos
demais portes, que a utilizam. Na utilização do balanço e demonstrações de origens e
aplicação de recursos, os índices das pequenas empresas são mais baixos ainda, com 36% e
32% respectivamente, indicando que essas empresas precisam melhorar sua administração
financeira. As médias e grandes empresas possuem índices mais altos e apresentam condições
de melhorar, principalmente buscando a análise dos balanços, imprescindível para uma boa
administração financeira, mas que 25% das médias e 17% das grandes empresas não utilizam .
O relatório de origens e aplicações de recursos apresentou uma média de 40% das empresas
utilizando-o, o que permite concluir que essa não é uma metodologia difundida nas empresas.

A questão n° 12 demonstra uma boa utilização da metodologia do cálculo do ponto de


equilíbrio, com 85% das empresas utilizando a metodologia. Não utilizam dessa ferramenta
apenas algumas empresas de pequeno porte e todas as empresas de grande porte do setor
Serviços, situação inesperada, porém que pode ser explicada pelo fato de duas das três
empresas pesquisadas possuírem características que as diferem do restante da população: uma
sendo sem fins lucrativos e a outra constitui um monopólio local.

A questão nO 13 mostra que a maioria das empresas considera todos os encargos sobre
a folha de pagamento, indicando uma boa consistência neste item ; apenas uma pequena
parcela das pequenas empresas apresenta problemas quanto a essa questão. Na questão n° 14
apenas metade das pequenas, contra a maioria das médias e todas as grandes empresas
contabilizam todos os seus bens do ativo permanente, controlando-os melhor e onerando
corretamente suas demonstrações de resultados com a depreciação dos mesmos. Novamente
49

as pequenas empresas apresentam problemas na sua administração financeira, omitindo


dados, situação que pode mascarar os resultados, tanto na lucratividade, como na
rentabilidade da empresa.

5.2.4 - Administração financeira aprofundada

Na questão n° 18, 60% das pequenas, 83% das médias e todas as grandes empresas
projetam resultados antes de efetivarem novos investimentos. Novamente as pequenas
empresas aparecem com o menor índice para a questão, ratificando a situação de má
administração financeira nas mesmas.

A questão n° 19 não apresenta diferenças significativas entre os portes, e os resultados


demonstram que, neste quesito, as empresas possuem um bom gerenciamento.

A questão n° 20 trata das anál ises financeiras através de índices, com destaque para a
rentabilidade sobre o patrimônio, talvez o índice mais importante da administração financeira,
se analisado isoladamente. É nesse índice que aparece o maior problema apresentado na
pesquisa, pois apenas 12% das pequenas, 25% das médias e 50% das grandes empresas
utilizam o mesmo em sua administração financeira. Além disso, as pequenas empresas pouco
utilizam os índices de Liquidez Corrente e Endividamento Geral, situação que melhora nas
médias e grandes empresas, porém está longe de poder ser considerada ideal. O resultado que
melhor espelha essa situação inadequada é que 68% das pequenas, 33% das médias e 17% das
grandes empresas não utilizam índices em seu gerenciamento.

As questões n° 21 e 22 não mostram grandes diferenças entre os portes, e novamente


aparece uma situação de inadequação por parte das empresas: 42% delas não elaboram
orçamentos e 72% não analisam previamente a rentabilidade a ser obtida em seu próximo
exercício.

5.2.5 - Contabilidade

Na questão n° 8, destaca-se que 44% das pequenas empresas analisam os balancetes


contábeis apenas uma vez ao ano; em contrapartida, 92% das médias os analisam no máximo
a cada três meses e todas as grandes empresas fazem esta análise mensalmente. Na questão n°
9, ressalta-se que 12% das pequenas, 33% das médias e 50% das grandes empresas
consideram a situação contábil como a sua real situação financeira, demonstrando que a
50

contabilidade é na maior parte da empresas utilizada apenas para fins fiscais e tributárias. Do
ponto de vista da análise da situação financeira das empresas, 60% das pequenas, 75% das
médias e todas as de grande porte utilizam ou da contabilidade ou de relatórios elaborados
para esse fim em seu gerenciamento.

5.2.6 - Custos

Nas questões n° 15 e 16, 73% das pequenas e médias empresas, e todas as grandes
possuem cálculos de custos por produto/serviço ou linha de produtos/serviços. Apenas 16%
das pequenas e médias empresas não possuem algum tipo de sistema de custos. Neste item,
podemos considerar a administração financeira das empresas pesquisadas como satisfatórias.

5.2.7 - Outros temas

Na questão n° 11 , os resultados esclarecem melhor do que os apresentados na


estratificação por setores, pois a resposta errada aparece assinalada somente por pequenas
empresas, o regime de competência, mais adequado para as análises, aparece em 16% das
pequenas, 33% das médias e 50% das grandes empresas, enquanto que o regime de caixa
aparece em 40% das pequenas e 33% das médias empresas, não sendo utilizado nas grandes
empresas. As questões de n° 23 e 24 não apresentam resultados que diferem da análise
realizada na estratificação por setor.

5.3 - CONTRADIÇÓES ENCONTRADAS

Como previsto, diversos questionários apresentaram contradições, sendo a maioria


delas das pequenas empresas: 14 dos 25 questionários respondidos por elas mostraram ao
menos uma contradição. As principais contradições encontradas são relacionadas às técnicas
da administração financeira que necessitam para sua aplicação de pelo menos um dos
demonstrativos financeiros constantes na questão n° 10, porém, esses demonstrativos não
foram assinalados nos questionários com as referidas contradições, num total de 14
ocorrências.
51

Além dessas contradições, dois questionários apresentaram outras relacionadas à


contabilidade, uma vez que marcaram ser a mesma considerada a situação real da empresa e
não assinalaram o uso das demonstrações de resultados e balanços patrimoniais. No número
de ocorrências, 6 pequenas, 2 médias e 1 grande empresa apresentaram até duas contradições
em seus questionários. Porém, nas pequenas, 7 empresas apresentaram 3 ou mais
contradições, atingindo o máximo de 6 contradições em um mesmo questionário.

A tabela 04 ilustra o número de questionários com contradições para cada quantidade


de contradições encontradas em um mesmo questionário:

Tabela 4: Freqüência do número de contradições encontradas.

Ocorrências EPP ME GE
00
O IX 3 1 O

,~ 2X 3 1 1
Z
O
,... 3X 4 O O
E--
00
~
4X 1 O O
~
O 5X 1 O O
o
Z
6X 1 O O

Na comparação entre os portes das empresas, as pequenas empresas apresentaram 52%


de questionários com contradições, contra 16,7% das médias e grandes empresas. Essa
comparação é demonstrada no gráfico 01:

Contradições encontradas

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%
EPP ME GE

I_Percentual de contradições I
Gráfico 1: Percentual de contradições encontradas.
52

5.4 - AUTO-AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA EMPRESA

As questões de n° 25, 26 e 27 buscaram traçar o perfil das empresas em sua auto-


avaliação, quanto à sua administração financeira . A primeira pergunta sobre a situação
financeira de modo geral, a segunda trata da margem de lucro e a terceira aborda a
rentabilidade sobre o patrimônio. Essas questões não foram analisadas nos estratos propostos,
apenas no total da amostra, e os resultados estão demonstrados na tabela 05:

Tabela 5: Resultados das questões n° 25,26 e 27.

QUESTÃO 25 QUESTÃO 26 QUESTÃO 27

TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Muito boa 2 4 ,7% O 0,0% 1 2,3%

B Boa 18 41,9% 10 23,3% 8 18,6%

C Razoável 19 44,2% 23 53,5% 21 48,8%

D Ruim 3 7,0% 8 18,6% 10 23,3%

E Péssima 1 2,3% 2 4,7% 3 7,0%

Os resultados apresentam uma estabilidade das empresas, na questão n° 25 - situação


financeira, com apenas 9,3% em situação "ruim" ou "péssima", e 46,6% em situação "boa" ou
"muito boa". Na questão n° 26, a situação piora um pouco em relação a anterior, com 23 ,3%
possuindo margem de lucro inadequada, e apenas 23,3% com margem "boa" ou "muito boa".
Por último, no item mais importante, a rentabilidade sobre o patrimônio, 30,3% das empresas
consideram sua remuneração sobre o patrimônio insuficiente - "ruim" ou "péssima", e 20,9%
disseram possuir uma rentabilidade "boa" ou "muito boa" . Em todas as três questões, a
classificação mais assinalada é a "razoável", com 44,2%, 53,5% e 48,8% respectivamente
para as questões de n° 25, 26 e 27.

A questão n° 28 apresentou uma falha no questionário enviado por meio eletrônico (e-
mail), não podendo ser analisada corretamente. Por isso, foi descartada neste estudo.
53

5.5 - FATORES QUE DIFICULTAM A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Os dados da questão n° 30 foram tabulados de acordo com a metodologia proposta por


Samara (2002), através da tabulação ponderada simples. Os resultados estão apresentados na
tabela 06.

Tabela 6: Resultados da tabulação ponderada - questão n° 30.


RESULTADO GERAL

Quais as maiores dificuldades para um. FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES


implantaçào adequada de uma admini!- C+I IMPORTA NTÂNCIA C-I C+I IMPORTANTÃNCIA C-I
traçA0 financeira
I 2 3 4 5 SOMA PCSI PC41 PC31 PC21 PCIl RESUL.
Falta de conhecimento na área de
A 22 12 6 3 O 43 110 48 18 6 O 4,23
administraçAo financeira
NAo saber como aplicar o conhecimento
B 14 12 6 9 2 43 70 48 18 18 2 3,63
na rotina diária da empresa
Os prováveis custos de manter um
C 9 13 10 10 1 43 45 52 30 20 1 3,44
sutema desta natureza

D Nio possuir os recursos necessários 16 11 10 5 1 43 80 44 30 10 I 3,84

Esta metodologia prevê a utilização de pesos para cada resposta, sendo atribuída uma
escala com peso 5 para a resposta "mais importante" até 1 para a "menos importante". Os
cálculos são feitos item a item, com as freqüências de cada resposta multiplicadas pelos
respectivos pesos, somados e o total sendo dividido pela freqüência total. Os resultados
demonstram que o item "falta de conhecimento na área de administração financeira" - 4.23
pontos, é classificado como o mais influente na implantação de uma administração financeira,
seguido por "não possuir os recursos necessários" - 3.84 pontos. É importante ressaltar que
este último item não está restrito aos recursos financeiros, mas sim a todo e qualquer recurso
que venha a ser necessário para a administração financeira: mão de obra qualificada, sistemas
de informação - informatizados ou não, rotinas internas de documentação, arquivos, etc. O
item "não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa" - 3.63 pontos, vem
em seguida; e é classificado como menos importante o item "os prováveis custos de manter
um sistema desta natureza" - 3.44 pontos.

Na estratificação por setor, os resultados alteram significativamente, com o setor


Serviço apresentando a menor mudança, apenas invertendo a importância dada às respostas
"b" e "c". No entanto, para o setor Indústria, o item mais importante passa a ser "não possuir
os recursos necessários", seguido dos itens "falta de conhecimento na área de administração
54

financeira" e "não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa",


praticamente empatados. Destaca-se no setor Comércio que os itens " falta de conhecimento
na área de administração financeira" e "não saber como aplicar o conhecimento na rotina
diária da empresa" são os mais importantes, com 4.63 e 4.06 pontos, respectivamente. Os
resultados estratificados por setor estão apresentados nas tabelas 07, 08 e 09, a seguir.

Tabela 7: Resultados da tabulação ponderada - setor Serviço.


SETOR - SERVIÇO

Quais as maiores dificuldade.! para uma


FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES
implantação adequada de uma admini.. J±L IMPORTANTÂNCIA . (-j (+j IMPORTANTÂNCIA (-J
traçA0 financeira P(Sl P(4} P(3l
I 2 3 4 5 SOMA P(2j P(ll RESUL.
Falta de conhecimento na área de
A 6 3 4 I O 14 30 12 12 2 O 4,00
adminutração financeira
NAo saber como aplicar O conhecimento
B 2 4 O 6 2 14 10 16 O 12 2 2,86
na rotina diária da empresa
Os prováveis custos de manter um
C 3 6 2 2 I 14 15 24 6 4 I 3,57
sutema desta natureza

D NAo possuir os recursos necessários 4 3 6 O I 14 20 12 18 O I 3,64

Tabela 8: Resultados da tabulação ponderada - setor Indústria.


SETOR - INDÚSTRIA

Quai ... maior.. dificuldade. para um. FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES
implantação adequada de uma admini.. (+) IMPORTANTÂNCIA (-) (+) IMPORTANTÂNCIA (-)
tração financeira P(5) P(4) P(3) P(2) P(I)
I 2 3 4 5 SOMA RESUL.
Falta de conhecimento na área de
A 5 5 I 2 O \3 25 20 3 4 O 4,00
administracio financeira
NAo saber como aplic:ar Oc:onhedmento
B 6 I 5 I O \3 30 4 15 2 O 3,92
na rotina diária da empresa
Os prováveis custos de manter um
C 3 3 3 4 O 13 15 12 9 8 O 3,38
sistema desta natureza

D NAo possuir os recursos necessários 7 6 O O O \3 35 24 O O O 4,54

Tabela 9: Resultados da tabulação ponderada - setor Comércio.


SETOR - COMÉRCIO

Quais as maiores dificuldades para um


FREQUENCIA TABULAÇÃO PONDERADA SIMPLES
implantação adequada de uma admini> (+) IMPORTANTÂNCIA (-) (+) lMPORTANTÂNCIA (-)
traçA0 financeira I 2 3 4 5 SOMA PIS) P(4l P(3l P(2l P(I) RESUL.
Falta de conhecimento na área de
A lt 4 1 O O 16 55 16 3 O O 4,63
adminutraçi\o financeira
NAo saber como aplicar o conhecimento
B 6 7 1 2 O 16 30 28 3 4 O 4,06
na rotina diária da empresa
Os prováveis custos de manter um
C 3 4 5 4 O 16 15 16 15 8 O 3,38
sutema desta natureza

5 2 4 5 16 2S 8 12 10 3,44
D Nio possuir 05 recursos necessários O
. ,
O
55

6 - CONCLUSÕES DA PESQUISA DE CAMPO

Apesar de terem idade média de 21 anos, as pequenas empresas apresentam uma


administração financeira irregular, com falhas em diversas áreas, conforme descrição a seguir.
A exceção é o setor Indústria, no qual mesmo as pequenas empresas apresentam uma
administração financeira significativamente melhor. As principais falhas encontradas na
administração financeira das pequenas empresas 8 são:

1. Controles mais simplificados nos aspectos da tesouraria, com conseqüências na correta


documentação das transações ocorridas, e aumentando a possibilidade de perdas.

2. Problemas com a organização e disponibilidade dos dados históricos das transações


financeiras.

3. Fluxos de caixa projetados para curto prazo, baseados principalmente nas transações já
efetuadas.

4. Má utilização das demonstrações financeiras, priorizando o fluxo de caixa.

5. Inconsistências nos valores das depreciações utilizadas nas demonstrações de resultados.

6. Falta de correta documentação dos ativos permanentes no balanço da empresa.

7. Falta de um planejamento de seus investimentos, os quais são realizados sem a garantia de


que terão retomo financeiro adequado.

8. Baixa utilização de demonstrações financeiras projetadas.

9. Não utilização de índices econômico-financeiros na administração financeira.

10. Pouca utilização de orçamentos.

11. Não acompanhamento da remuneração do seu patrimônio líquido.

12. Atribuição de função apenas fiscal-tributária à contabilidade, que é pouco utilizada para
análises financeiras.

13 . Não reinvestimento dos lucros na empresa, o que dificulta seu crescimento e,


possivelmente, prioriza o aumento do patrimônio pessoal dos sócios.

14. Falta de domínio dos conhecimentos da administração financeira.

8Ressalva-se desta situação o setor lndústria, ao qual não podemos atribuir os problemas listados nos itens 1, 4,
5, 6, 9, 10 e 12.
56

Quanto ao fato de as pequenas empresas possuírem controles mais simples, estes estão
condizentes com a própria administração das mesmas, normalmente realizada de forma
simplificada, com o proprietário gerindo essa área.

"Em ra=ão de suas características, naturais, essas empresas não apresentam


condições que lhes permitam conservar uma estrutura administrativa sofisticada. Tal
estrutura não é desejada por elas em virtude da complexidade e do custo da mesma;
por isso, adotam estruturas simples e de menor custo que respondem de maneira
apropriada às suas fracas necessidades (..) " (Leone, 1999)

Em relação à maior utilização do fluxo de caixa e demonstração de resultados frente


ao balanço patrimonial, essa situação possivelmente ocorre devido porque o setor da
tesouraria constitui a fonte de informação dos dois primeiros, enquanto que o balanço
patrimonial precisa ser elaborado com informações complementares, algumas não
acompanhadas na rotina das empresas, ou não disponíveis de forma organizada.

"Durante anos, a administração financeira da pequena e média empresa foi


meramente executiva, consistindo basicamente em receber e pagar e, por isso, era
considerada uma simples extensão da administração geral. " (Santos, 2000)

Nos aspectos da contabilização dos ativos permanentes, comumente os proprietários


das pequenas empresas não separam seus bens pessoais dos bens da empresa e, em muitos
casos, o negócio só é viável em função destes.

"(..) há uma simbiose entre o patrimônio social e do dirigente. Seu patrimônio


pessoal é, normalmente, posto a serviço da empresa, de maneira que o dirigente
arrisca seu próprio capital. " (Leone, 1999)

Os itens 7 e 11 são oriundos possivelmente dos objetivos não prioritariamente


financeiros dos empreendedores, quando investem em seus negócios. Apesar de buscaram
retorno financeiro, eles se contentariam com um pró-labore mensal que permitisse sua
subsistência pessoal, situação corroborada pelo item 13.

Os itens 3 e 10 indicam que as empresas preocupam-se mais com o curto prazo, ao


menos nos aspectos financeiros, praticamente não elaborando projeções futuros de nenhum
tipo.

Quanto à pouca importância dada à contabilidade pelas pequenas empresas, esta tem
como prováveis causas principais:
57

1. A existência do programa Simples, facilitando os aspectos fiscais e tributários .

2. A possível sonegação, buscando uma vantagem competitiva necessária à sobrevivência da


empresa.

3. Ao fato de ser economicamente vantajoso terceirizar essa parte da administração, com


custos baixos para uma contabilidade que visa apenas os aspectos fiscais e tributários,
situação esta reforçada pelo item "a".

Finalizando, os itens 8, 9 e 14 comprovam que a falta de domínio sobre o assunto


prejudica significativamente a administração financeira das empresas pesquisadas. Os pontos
positivos encontrados nas pequenas empresas foram :

1. Nos aspectos da tesouraria, ainda que de forma simplificada, as pequenas empresas


apresentam controles sobre as transações que envolvem numerários.

2. Controlam periodicamente seus fluxos de caixa.

3. Calculam seu ponto de equilíbrio.

4. Apresentam consistência nos valores dos encargos trabalhistas nas demonstrações


financeiras.

5. Dizem possuir análises financeiras, principalmente através de relatórios elaborados para


esse fim .

6. Calculam a lucratividade por produtos/serviços ou linha de produtos/serviços.

7. Possuem algum tipo de controle sobre seus custos.

8. Possuem sistemas informatizados na sua administração financeira.

Nas médias empresas, a administração financeira é melhor do que nas pequenas,


porém apresenta ainda algumas distorções, relacionadas principalmente com a não utilização
plena do balanço patrimonial e suas ferramentas associadas, como o demonstrativo de origens
e aplicações dos recursos e índices econômico-financeiros, com destaque a rentabilidade
sobre o patrimônio. Além destas situações, outros itens considerados problemáticos são a não
realização de orçamentos e a atribuição à contabilidade de uso somente fiscal-tributário . Nos
demais itens, as médias empresas apresentam uma boa gestão financeira, possivelmente
proporcionando controles considerados adequados a suas necessidades. As principais falhas
encontradas na administração financeira das médias empresas são:
58

1. Possuem baixo prazo de visualização futura em seus fluxos de caixa.

2. Nas demonstrações financeiras, 25% não utilizam o balanço gerencial, e 58,3% não
utilizam origens e aplicação de recursos em suas análises.

3. Quanto ao uso de índices econômico-financeiros, 33% não os utilizam em seu


gerenciamento, e somente 25% utilizam a rentabilidade do patrimônio.

4. Não elaboram orçamentos, 33% das empresas pesquisadas.

5. Demonstram atribuir à contabilidade função apenas fiscal-tributária.

Os pontos positivos encontrados nas médias empresas, além dos já listados nas
pequenas, foram :

1. Nos aspectos da tesouraria, possuem controles adequados ou próximos a padrões de


controladoria, existindo normas ou padrões para a autorização e documentação das
transações financeiras.

2. Possuem fluxo de caixa orçado e realizado, atualizados periodicamente.

3. Acompanham a situação contábil da empresa.

4. Controlam seus ativos permanentes na contabilidade da empresa.

5. Projetam resultados antes de efetuarem novos investimentos.

Em relação às contradições encontradas nas respostas, diante dos resultados


apresentados na amostra, pode-se perceber que muitas empresas não dominam os
conhecimentos sobre a administração financeira. Além disso, mesmo não considerando os
questionários que apresentaram apenas uma contradição - possibilitando uma margem de
erro, ainda assim teremos um número significativo de entrevistados que disseram fazer uso de
ferramentas da administração financeira, mas provavelmente não o fazem na realidade, uma
vez que não assinalaram corretamente as questões inter-relacionadas. Essa situação atinge 12
questionários no total, sendo lOnas pequenas, I nas médias e I nas grandes empresas.
Evidencia-se que nas pequenas empresas o problema é maior, situação esta corroborada com
o fato desse estrato apresentar todos os questionários com 3 ou mais contradições,
comprovando as diferenças, de acordo com o porte da empresa, entre os conhecimentos dos
gestores sobre a área investigada.
59

Nos aspectos da auto-avaliação por parte das empresas, notou-se um conservadorismo


nas respostas, com praticamente a metade das empresas respondendo às questões com a
resposta " razoável" . Essa situação pode ser considerada tendenciosa, não correspondendo
talvez à realidade, uma vez que muitos entrevistados podem ter se sentido pouco à vontade
para assinalar situações problemáticas, por constrangimento de assumir uma condição desta
natureza. Não obstante, os resultados apresentam um equilíbrio na situação das empresas, com
poucas empresas assinalando possuir problemas financeiros. A margem de lucro e a
rentabilidade sobre o patrimônio são apresentadas como adequadas na maioria das empresas.
Porém, 30% das mesmas assinalaram ter baixa rentabilidade sobre o patrimônio,
caracterizando uma deficiência em suas administrações, o que vem corroborar as conclusões
já descritas anteriormente sobre este tema.

Na análise dos fatores que influenciam a implantação de uma administração financeira


- questão n° 30, os resultados demonstram que o conhecimento sobre o tema é considerado
fundamental para viabilizar uma administração financeira. No setor Comércio, esta situação é
mais grave, pois constatou-se a dificuldade de aplicar esses conhecimentos na rotina das
empresas, item classificado como terceiro mais importante no geral.

A necessidade de prover a empresa de recursos adequados para permitir um correto


gerenciamento financeiro é considerada o segundo item mais importante, comprovando a
complexidade de um sistema de administração financeira. Os custos de manutenção de um
sistema financeiro não preocupam as empresas, provavelmente em função delas perceberem
os possíveis ganhos provenientes de uma gestão adequada dos seus recursos financeiros.
60

CAPÍTULO IV

7 - ATRIBUINDO NOTAS ÀS EMPRESAS

7.1 - APRESENTAÇÃO

Uma metodologia proposta neste trabalho é a de estabelecer "notas" às empresas, de


acordo com as respostas assinaladas nos questionários. Essa metodologia objetiva apenas
ilustrar os diferentes perfis das empresas pesquisadas.

A metodologia atribui nota " I" para as respostas consideradas ideais à questão, e "O"
as inadequadas. Nas questões que possuem mais de 2 alternativas, o valor " 1" é dividido por
N - I, sendo "N" o número de respostas possíveis. O valor encontrado "X" é atribuído para a
primeira resposta possível considerada adequada, "2X" para a segunda resposta possível, e
sucessivamente, até atingir a nota " 1" para a resposta ideal. Assim, por exemplo, uma questão
que possui três alternativas "a", "b" e "c", sendo considerada como inadequada a resposta "a"
e como ideal a "c", terá os seguintes valores:

1
Valor calculado 0.5
(N -1) (3 - 1)
Então:

Resposta "a" = 0.000 Resposta "c" = 1.000

Resposta " b" = 0.500

No caso de uma questão com 4 respostas possíveis, sendo considerada como inadequada a
resposta "a" e como ideal a "d", os valores são os seguintes:

Valor calculado 0,333


(N -1) (4 - 1)
Então:

Resposta "a" = 0.000 Resposta "c" = 0.666

Resposta "b" = 0.333 Resposta "d" = 1.000


61

As questões incluídas nesta proposta de metodologia de análise são as de n° I a n° 23,


sendo as demais não utilizadas. Todas as questões possuem nota mínima de "O" e máxima de
"1", com exceção das questões n° 1O e 20, por possuírem possibilidade de assinalar mais de
uma resposta correta. Nesses casos, foi atribuído 0.4 pontos para cada resposta assinalada na
questão n° 1O, totalizando valor máximo de 2.0 pontos (5 alternativas corretas possíveis); e na
questão n° 20 nota "O" para a resposta "a" e 0.5 pontos para as demais, totalizando valor
máximo de 2,0 pontos (4 alternativas corretas possíveis). As duas exceções se devem ao fato
de as mencionadas questões tratarem das demonstrações financeiras utilizadas e dos índices
utilizados, sendo possível considerar cada resposta como uma questão isolada.

Na questão n° 16 foi atribuído o valor "O" para a resposta "a" e "1" para quaisquer
outras respostas assinaladas. Neste caso, porém, o valor máximo atribuído é de " 1" ponto, por
mais que as empresas assinalassem mais de uma resposta. Isso se deve ao objetivo da questão
de determinar se existem ou não metodologias de cálculo e controles sobre custos, não sendo
relevante alguma empresa utilizar mais de uma metodologia.

Aplicando-se esta metodologia, teríamos uma escala de notas de "O" a "25" pontos.
Para simplificar a visualização das respostas, todas foram multiplicadas pelo fator 0.4,
corrigindo assim a escala de notas para de "O" a "10" pontos.

A tabela 1O apresenta todos os resultados obtidos com a aplicação da metodologia


proposta, nas estratificações estudadas:

Tabela 1O: Notas atribuídas pelas empresas.


EPP ME GE
8,1 1 4,59 6,16 7,61 4,29 7, 15 8,24 7,64 6,91 6,28
Serviço
4,43 7,32 3,39 7,53
7,79 7,97 6,91 7 ,05 8,61 6,23 7,41 7,93 8,84
Indústria
4,69 8,15 8,05 8,64
3,56 4,69 7,12 4,89 5,63 6,52 6,92 5,41 7,75 8,28
Comércio
8,64 5,55 5,52 4,65 9,24 8,60

As médias de cada estrato estão demonstradas na tabela 11:


62

Tabela 11: Médias das notas por estrato pesquisado.


EPP ME GE Média
Serviço 5,74 7,68 6,91 6,40
Indústria 7,40 7,55 8,84 7,56
Comércio 5,58 7,34 8,01 6,44
Média 6,21 7,49 7,60 6,76

Para uma melhor demonstração da realidade encontrada, as respostas foram analisadas


dentro de uma escala. Relacionando-se esta metodologia com a questão n° 29, propomos a
seguinte escala para a classificação das pontuações, composta por 5 classes de acordo com as
alternativas possíveis na questão:

Tabela 12: Escala de pontuação proposta.

Administracão fimmrpira Notas


Muito boa 8.01 - 10.0
Boa 6.01 - 8.00
Razoável 4.01 - 6.00
Ruim 2.01 - 4.00
Péssima 0.00 - 2.00

As notas foram tabuladas, dentro de cada estratificação, de acordo com a escala


proposta, e os resultados estão expostos nas tabelas 13 e 14:

Tabela 13: Freqüência das notas estratificadas por porte

ESCALA PONTOS EPP ME GE


Muito boa 8.01 - 10.0 5 4 4
Boa 6.01 - 8.00 8 7 2
Razoãvel 4.01 - 6.00 10 1 O
Ruim 2.01 - 4.00 2 O O
Péssima 0.00 - 2.00 O O O
63

Tabela 14: Freqüência das notas estratificadas por setor

ESCALA PONTOS Serviço Indústria Comércio


Muito boa 8.01 ·10.0 2 5 4
Boa 6.01 ·8.00 8 7 4
Razoável 4.01 ·6.00 3 1 7
Ruim 2.01 ·4.00 1 O 1
Péssima 0.00·2.00 O O O

7.2 - CONCLUSÕES DA METODOLOGIA PROPOSTA

Conforme apresentado nas tabelas 13 e 14, a metodologia permitiu uma melhor


visualização dos perfis da administração financeira nas empresas pesquisadas. Nas pequenas
empresas, o setor Comércio apresenta as piores notas, com 7 notas "razoável" e 1 nota
"ruim", seguido pelo setor Serviço, com 3 notas "razoável" e 1 nota "ruim". No setor
Indústria, a metodologia corrobora os resultados apresentados anteriormente, destacando um
melhor gerenciamento financeiro, com apenas 1 nota "razoável" e média de 7.40 pontos,
contra médias de 5.74 pontos e 5.58 pontos, respectivamente, dos setores de Serviço e
Comércio. O gráfico 02 apresenta os resultados obtidos na estratificação por setor, em
percentual.

Percentagem de notas por setor

60.0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Sel'.4ço Indústria Comércio

I_ Muito Boa _ Boa _ Razoá\el o Ruim _ Péssima 1


Gráfico 2: Proporção das notas por setor.

Na estratificação por porte, as diferenças entre o gerenciamento financeiro são ainda


mais visíveis, com um crescimento na proporção das notas "Muito boa", respectivamente
20% das pequenas, 33,3% das médias e 66,7% das grandes empresas. Comparando-se as
64

pequenas com as médias empresas, tem-se que 52% das primeiras possuem notas "Muito boa
ou Boa", contra 91 ,7% das segundas, demonstrando uma melhora significativa na
administração financeira quando o porte da empresa aumenta. Agravando a situação da
pequena empresa, 8% possuem uma nota "ruim", abaixo de 4.00 pontos. A proporção de
empresas com pontuação máxima de 6.00 pontos cai de 48% nas pequenas empresas para
8,3% nas médias, comprovando que estas possuem uma administração financeira melhor que
aquelas. A tabela 15 e o gráfico 03 apresentam os resultados obtidos na estratificação por
setor, em percentual.

Tabela 15: Freqüência das notas estratificadas por porte (%)

ESCALA PONTOS EPP ME GE


Muito boa 8.01 - 10.0 20,0% 33,3% 66,7%
Boa 6.01 - 8.00 32,0% 58,3% 33 ,3%
Razoável 4.01 - 6.00 40,0% 8,3% 0,0%
Ruim 2.01 - 4.00 8,0% 0,0% 0,0%
Péssima 0.00 - 2.00 0,0% 0,0% 0,0%

Percentagem de notas por porte

8 0 ,0%
70 ,0 %
6 0 ,0 %
50 ,0 %
40 ,0 %
30 ,0 %
2 0 ,0 %
1 0 ,0 %
0 ,0 %
EPP ME GE

I_Muito Boa _ Boa _ Razoável O Ru im _ P é ss ima 1

Gráfico 3: Proporção das notas por porte.

Podemos concluir que as pequenas empresas apresentam um grande número de notas


baixas, o que significa que apresentam graves problemas em sua administração financeira.
Nas médias empresas as notas são melhores e passam a ter equivalência entre os setores,
demonstrando uma melhor administração financeira. O setor Indústria apresenta notas
melhores mesmo na estratificação das pequenas empresas, com notas equiparáveis às das
médias empresas. O fato demonstra que esse setor impõe um maior conhecimento da
administração financeira em sua gestão.
65

As médias gerais foram de 6.24, 7.52 e 7.92, respectivamente para as pequenas,


médias e grandes empresas. Tais médias comprovam que, à medida que as empresas
aumentam seu porte, vão aprimorando suas administrações financeiras.

A vantagem desta metodologia é medir de forma geral a administração financeira das


empresas pesquisadas, uma vez que as mesmas podem possuir bons resultados em
determinadas áreas e maus resultados em outras. Com a pontuação, estabelece-se uma média
de todas as áreas propostas da administração financeira, permitindo comparações mais
facilitadas entre as empresas.

7.3 - COMPARANDO AS NOTAS CALCULADAS COM A QUESTAO N° 29

Uma das vantagens desta escala foi permitir uma comparação entre a classificação
calculada pela metodologia para cada empresa com a classificação assinalada pela mesma, na
questão n° 29 do questionário de pesquisa. As respostas indicaram uma das seguintes
situações:

1. Empresas cuja administração financeira foi assinalada em uma classificação menor do que
a calculada pela metodologia.

2. Empresas cuja administração financeira foi assinalada em uma classificação igual à


calculada pela metodologia.

3. Empresas cuja administração financeira foi assinalada em uma classificação maior do que
a calculada pela metodologia.

Os resultados foram tabulados em percentuais e estão demonstrados nas tabelas 16 e


17, por estratificação:

Tabela 16: Ocorrência nas notas auto-atribuídas com as aferidas, por porte.

EPP ME GE

Atribuiu nota menor 32,0% 50,0% 50,c)%

Atribuiu nota igual 36,0% 41,7% 50,0%

Atribuiu nota maior 32,0% 8,3% 0,0%


66

Tabela 17: Ocorrência nas notas auto-atribuídas com as aferidas, por setor.

Serviço Indústria Comércio

Atribuiu nota menor 21,4% 69,2% 31,3%

Atribuiu nota igual 64,3% 23,1% 31,3%

Atribuiu nota maior 14,3% 7,7% 37,5%

Conforme demonstrados na tabela 16, 32% das pequenas empresas atribuíram uma
classificação maior em relação à calculada, indicando que elas muitas vezes não
compreendem as limitações de suas administrações financeiras, contra 8,3% das médias
empresas. Na comparação por setor - tabela 17, 37,5% do Comércio apresentou a mesma
situação descrita acima, contra 14,3% do setor Serviço e 7,7% do setor Indústria. Neste
último, destaca-se que 69,2% das empresas atribuíram uma classificação menor em relação à
calculada, o que demonstra consciência das empresas do setor de que sempre podem melhorar
sua administração.

Numa outra opção de comparação com a mesma base de dados, foi possível
determinar uma segunda classe de respostas, as quais podem denotar uma das situações
especificadas a seguir:

1. As empresas que dizem utilizar a administração financeira e realmente o fazem.

2. As empresas que dizem não utilizar a referida administração, porém o fazem.

3. As empresas que dizem não utilizá-Ia.

4. As empresas que dizem utilizá-Ia, porém não o fazem.

As empresas que assinalaram as respostas "muito boa" e "boa" foram consideradas


como empresas que utilizam a administração financeira, e as demais como empresas que não
a utilizam, e contrapostas com a classificação determinada através das notas aferidas na
metodologia. As respostas encontradas foram tabuladas em percentuais e comparadas por
setor e porte. Os resultados encontrados estão demonstrados nos gráficos 04 e 05 , a seguir:
67

Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira

70,0%
60 ,0% • As empresas que dizem utilizar e realmente o fazem
50 ,0%
40,0% • As empresas que dizem não utilizar, porém o fazem

30,0% o As empresas que dizem não utilizar


20 ,0%
10 ,0% • As empresas que dizem utilizar, porém não o fazem

0 ,0%
Serviço Indústria Comércio

Gráfico 4: Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira, por setor.

Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira

70 ,0%
60 ,0% • As empresas que dizem utilizar e realmente o fazem
50 ,0%
40 ,0%
• As empresas que dizem não utilizar, porém o fazem

30 ,0% o As empresas que dizem não utilizar


20 ,0%
10,0% o As empresas que dizem utilizar, porém não o fazem
0 ,0%
EPP ME GE

Gráfico 5: Posição das empresas quanto ao uso da Administração Financeira, por porte.

Na análise relativa à posição das empresas quanto ao uso da administração financeira,


as pequenas empresas apresentaram os maiores índices de distorções: 28% delas informaram
que utilizam da administração financeira, porém as notas demonstram outra realidade,
situação esta apresentada por apenas 8,3% das médias empresas. Além disso, 20% das
pequenas empresas assumiram não possuir uma administração financeira satisfatória. Nas
empresas de médio porte destaca-se o alto índice de empresas que indicaram que não utilizam
corretamente a administração financeira, porém obtiveram notas que demonstram possuir uma
boa gestão nessa área. Na comparação por setor, novamente aparece o Comércio com os
maiores problemas, o setor Indústria com uma melhor situação e o setor Serviço como sendo
o mais coerente nessa posição.

Esses resultados corroboram as análises já comentadas, com o setor Comércio


apresentando as maiores distorções, e os setores Indústria e Serviço sendo mais coerentes em
sua auto-avaliação. A mesma conclusão podemos atribuir às empresas de pequeno e médio
porte, com as de pequeno porte apresentando as maiores distorções e as médias empresas com
respostas mais coesas.
68

CAPÍTULO V

8 - CONCLUSÕES

A administração financeira demonstra ser complexa operacionalmente, com diversas


ferramentas disponíveis, conforme descritas na revisão da literatura. Isso implica em maiores
recursos para sua viabilização, fato apontado na pesquisa, com a grande maioria das empresas
necessitando da informática nessa área, e o item "não possuir os recursos necessários" sendo
classificado como segundo mais importante entre os fatores que influenciam a implementação
de uma gestão financeira. Diante disso, a complexidade pode ser considerada como uma das
principais causas da não utilização da administração financeira aprofundada nas empresas,
pois a torna difícil e, conseqüentemente, onerosa de ser implementada. Apesar disso, as
empresas deveriam investir em um sistema desta natureza, pois os benefícios provenientes da
gestão financeira pagariam seus custos e conduziriam a um aumento da lucratividade e
rentabilidade, no médio e longo prazo.

A provável principal causa, que juntamente com a complexidade, dificultam a


implementação da administração financeira, é a falta de conhecimento nessa área. Esse é, sem
dúvida, o maior empecilho para a utilização da mesma, situação comprovada pela pesquisa
em diferentes momentos. Nos fatores que dificultam a implementação da administração
financeira, o item "falta de conhecimento na área" é classificado como mais importante pelas
empresas. Outro fato que evidencia essa situação é o número de questionários com
contradições, nos quais os entrevistados demonstram não dominar o assunto, assinalando
diversas respostas erroneamente. As pequenas empresas são a maioria das que apresentaram
essa distorção. Nessa análise, a maior parte das empresas assinalou acompanhar as suas
finanças através de relatórios, assumindo, portanto, uma posição de possuir uma gestão nesta
área. Esta situação foi questionada na metodologia proposta, comparando-se as notas aferidas
com a classificação auto-assinalada na questão n° 29. Os resultados demonstraram que 28%
apresentaram distorções em suas posições. Grande parte do setor Comércio assinalou possuir
uma administração financeira, mas as notas apresentam outra realidade.

Na comparação entre portes, as médias empresas demonstraram possuir uma gestão


financeira significativamente melhor, apresentando porém algumas pequenas distorções,
69

relacionadas à não existência do balanço patrimonial e à não utilização de índices nas suas
análises financeiras. Já as pequenas empresas apresentaram falhas em praticamente todas as
áreas pesquisadas, as mais graves nas demonstrações financeiras e na administração
financeira aprofundada. Apesar das limitações demonstradas pelas pequenas empresas, ficou
evidenciada que as mesmas muitas vezes não compreendem as ineficiências de sua gestão,
situação percebida pelas notas auto-atribuídas maiores que as aferidas na metodologia
proposta. Esse fato , aliado ao não conhecimento das ferramentas da administração financeira
e seus benefícios, faz com que diminuam as possibilidades de busca da gestão financeira.
Porém, foi comprovado na pesquisa que o porte não poder ser considerado como a causa das
pequenas empresas não administrarem corretamente seus recursos financeiros, pois diversas
empresas desse estrato apresentaram notas " boa" e até "muito boa" em suas administrações
financeiras .

Na comparação por setores, o setor Indústria possui uma melhor gestão na área em
questão, apresentando, mesmo as pequenas, menos falhas que os demais setores. As notas
aferidas pelo setor Indústria são na maioria "boa" ou "muito boa", comprovando essa situação.
Nos setores Comércio e Serviço, a situação é parecida nas empresas de pequeno porte: ambos
apresentam graves falhas em suas gestão, descritas nas conclusões da pesquisa de campo.
Porém, ao compararmos as notas aferidas entre as empresas desses setores, percebemos que o
Comércio possui as piores notas, caracterizando-se como o setor com as maiores
ineficiências na administração financeira.

De forma geral, na avaliação dos resultados da pesquisa, as áreas da tesouraria, fluxo


de caixa e custos demonstraram estar sendo geridas satisfatoriamente, independente de setor
ou porte, com apenas algumas ineficiências que não comprometem a gestão financeira. Como
esperado, a contabilidade é vista mais com fins fiscais e tributários do que como uma
ferramenta para a administração, capaz de ajudar as empresas em seu gerenciamento. Os
maiores problemas na administração financeira das empresas pesquisadas estão localizados
nas áreas das demonstrações financeiras e administração financeira aprofundada. Na primeira,
há uma priorização do fluxo de caixa e demonstração de resultados, relegando-se o balanço
patrimonial e o relatório de origens e aplicação de recursos. Na segunda, as empresas limitam
suas análises, não elaborando projeções futuras , orçamentos, bem como apresentando pouca
utilização de índices financeiros. A rentabilidade dos investimentos realizados e a realizar não
é acompanhada corretamente, inexistindo garantias de que o retorno financeiro sobre os
mesmos sejam os mínimos necessários para justificá-los. Além disso, em diversas empresas
70

não existem políticas de re-investimento dos lucros, limitando seu crescimento e aumentando
sua dependência de recursos de terceiros, onerosos financeiramente.

Finalmente, este estudo comprovou ser a hipótese proposta verdadeira, visto que as
empresas não vêm aplicando em sua totalidade as principais metodologias da administração
financeira. Conseqüentemente, podem apresentar dificuldades em crescer ou mesmo se
manter num mercado considerado altamente competitivo, pois o correto gerenciamento da
aplicação de seus recursos financeiros viabilizaria uma maior solidez, lucratividade e
rentabilidade ao empreendimento.

9 - SUGESTÕES TÉCNICAS

Por este estudo ter sido realizado localmente e com uma amostra não probabilística,
recomenda-se que seja reaplicado em trabalhos futuros sobre o tema, em outras cidades e
regiões do país, buscando esclarecer se as respostas aqui apresentadas são igualmente
encontradas em novas amostras, validando ou não os resultados encontrados nesta pesquisa.

O tema complexidade da administração financeira é recomendado para novas análises,


buscando-se assim subsidiar as empresas sobre os meios de disponibilizar nas suas rotinas as
informações necessárias para uma implementação da administração financeira.

Esclarecer as empresas de pequeno porte sobre as principais metodologias ligadas ao


tema e principalmente sobre os benefícios da gestão financeira é uma ação que poderia
melhorar o desempenho das empresas brasileiras e diminuir o índice de mortalidade das
mesmas.

Difundir uma cultura empresarial de buscar retomo financeiro sobre os investimentos


realizados nas empresas é uma necessidade urgente para a realidade do nosso país.

Este estudo poderá servir como fonte de informações para trabalhos sobre os temas
administração financeira e pequenas e médias empresas.

Os resultados desse trabalho devem ser apresentados às empresas pesquisadas e outras


da mesma região, para que possam aprimorar suas administrações financeiras e permitir novos
estudos, fortalecendo os conhecimentos empíricos e teóricos, numa relação permanente.
71

CAPÍTULO VI

10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES-MAZZOTII, Alda Judith; GEW ANDSZNAJDER, Fernando. O método nas


ciências naturais e sociais. São Paulo: Editora Pioneira, 2000.

ASSEF, Roberto. Guia prático de administração financeira - pequenas e médias


empresas. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.

BETHLEM, Agrícola de Souza. A empresa familiar: oportunidades para pesquisa. São


Paulo: Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 29, n° 4,
outubro/dezembro, 1994.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos - aplicação em empresas modernas.


Porto Alegre: Editora Bookman, 2002.

BRASIL, Haroldo Vinagre. Gestão financeira das empresas - um modelo dinâmico. 4a


Edição. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 1999.

CARVALHO, Adriana; Ramiro, Denise. Como e por que eles venceram. São Paulo: Revista
Veja, 03 de abril de 2002, pg. 88.

DENARDIN, Valmir. Brasileiro lidera criação de empresa por necessidade. Gazeta


Mercantil, São Paulo, 14 novo 2002. Caderno Região Sul, p. 1.

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2000.

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Pioneira, 1999.
a
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas, 1996.

GIMENEZ, Fernando. Estratégia e criatividade e pequenas empresas. São Paulo: Revista


de Administração da Universidade de São Paulo, V. 28, n° I, janeiro/março, 1993.
72
a
GITMAN, Lawrence. Princípios de administração financeira. 7 Edição. São Paulo: Editora
Harbra, 1997.

GUBBA, Eduardo Hugo et aI. Demonstrações financeiras: uma modernização inadiável.


São Paulo: Revista Paulista de Contabilidade, janeiro, 1999.

HOJI, Masakazu. Administração financeira - uma abordagem prática. 2a Edição. São


Paulo: Editora Atlas, 2000.

HORNGREN, Charles. Introdução à contabilidade gerencial. 5a Edição. Rio de Janeiro:


Editora LTC, 2000.

KARAM, Miriam. Brasileiro torna-se empreendedor por "necessidade", aponta estudo.


Valor Econômico, São Paulo, 14 novo 2002. Caderno Brasil, p. A4.

LEONE, Nilda Maria Guerra. As especificidades das pequenas e médias empresas. São
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LONGENECKER, Justin G. et ai. Administração de pequenas empresas - Ênfase na


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MA T ARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços. 5a Edição. São Paulo: Editora


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MICHAELIS. Pequeno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora Companhia


Melhoramentos, 1998.

MOTTA, Flávia Gutierrez; ESCRIVÃO FILHO, Edmundo. Métodos de custeio adotados


por pequenas empresas: como esta decisão é tomada? São Paulo: Revista de Contabilidade
- CRC/SP, ano V, n° 16, junho, 2001.

OLIVEIRA, Antonio Gonçalves et aI. A utilização das informações geradas pelo sistema
de informação contábil como subsídio aos processos administrativos nas pequenas
empresas. Curitiba: Revista da FAE, v. 3, n° 3, setembro/dezembro, 2000.

PADOVEZE, Clóvis Luís. O papel da contabilidade gerencial no processo empresarial de


criação de valor. Brasília: Revista Brasileira de Contabilidade, ano XXVIII, n° 116,
março/abril, 1999.

PEREZ JUNIOR, José Hernandez et ai. Controladoria de gestão - teoria e prática. 2a


Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1995.

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . Contabilidade de custos para não contadores. São Paulo:


Editora Atlas, 2000.
73
RAUPP, Elena Hahn. A contabilidade gerencial num contexto de mudanças: formulações
estratégicas mediante inovações tecnológicas e organizacionais. Brasíl ia: Revista
Brasileira de Contabilidade, ano XXIX, n° 123, maio/junho, 2000.

ROSS, Stephen A. et aI. Administração financeira . São Paulo: Editora Atlas, 1995.

SAMARA, Beatriz Santos; BARROS, José Carlos. Pesquisa de marketing - conceitos e


metodologia. 33 Edição. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2002.

SANTOS, Edno Oliveira. Administração financeira da pequena e média empresa. São


Paulo: Editora Atlas, 2001.

SANTOS, Vilmar Pereira. Manual de diagnostico e reestruturação financeira de


empresas. 23 Edição. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

SEBRAE: Coletânea estatística da micro e pequena empresa. Brasília: Sebrae, 1998.

SILVA, Christian Luiz. Empreendedor brasileiro: da necessidade e esperança à realidade


de mercado. Gazeta Mercantil, São Paulo, 18 novo 2002. Caderno Região Sul, p. 4.

SOLOMON, Steven. A grande importância da pequena empresa. Rio de Janeiro: Editora


Nórdica, 1986.

STEVENSON, Willian. Estatística aplicada à administração. São Paulo: Editora Harbra,


1986.

TELO, Admir Roque. Desempenho organizacional: planejamento financeiro em empresas


familiares . Curitiba: Revista da FAE, v. 4, n° 1, janeiro/abril, 2001.
74

ANEXO I

QUESTIONÁRIO APLICADO NAS EMPRESAS

AdministraçOo Financeira nas Empresas de Peq~eno e Médio Porte

Objetivos:
./ O objetivo deste estudo é pesquisar o perfil da gestão financeira das pequenas e
médias empresas, identificando os fatores críticos que influenciam positiva ou
negativamente na situação financeira das mesmas .

./ Os resultados deste estudo poderão contribuir para determinar estratégias para


fomentar a aplicação de uma administração financeira eficaz nas empresas
brasileiras, tornando - as mais competitivas e lucrativas .

Apresentação:
O questionário não é extenso, e deverá ser respondido preferencialmente pelo
principal executivo da empresa. As respostas deverão ser escolhidas como aquelas que
mais se aproximam da realidade da empresa, de acordo com a opinião de respondente .
A ênfase é nas técnicas de administração financeira que sejam aplicados no dia a dia
das empresas. Não serão perguntadas informações consideradas de caráter confidencial
ou estratégico .
Pedimos a máxima franqueza quando responder as perguntas . Lembre-se: a
entrevista será utilizada apenas para um estudo sobre o assunto. As análises e
conclusões deste trabalho serão enviadas para todas as pessoas que responderem ao
questionário. Acreditamos que desta forma poderemos estar retribuindo o apoio pelas
valiosas informações prestadas, bem como aumentando a percepção acerca da dinâmica
do tema.
Para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos adicionais, contatar com Marco Antonio
Cunha, que estarei a disposição a qualquer horário. Meu telefone celular é: 9972-6146.
Muito obrigado.

Dados da empresa:
Entrevistado: _____________________________________________________________ _

Cargo: ___________________________________________________________________ _

Empresa* : ________________________________________________________________ _

Ano de fundação: __________ ____ _ N° de funcionários : _____________ _

Ramo de atividade : L __ } ComércioL __ } Indústria L __ } Serviços

Assinatura:

* o preenchimento do nome da empresa é opcional


75
1. Existe um controle financeiro geral da empresa - incluindo o caixa e contas bancárias, nos quais são
controladas e documentadas todas as transações financeiras? São feitos fechamentos (conciliações e
checagens) e relatórios destes controles ?

A Não existe
B Controle parcial - sem normas ou padrões ou fechamentos
C Controle adequado, com procedimentos pré-estabelecidos e fechamentos
D Controles totais, próximos aos padrões de controladoria

2. Existem normas ou padrões pré-estabelecidos para a autorização e documentação das transações envolvendo
numerários? (autorização de pagamentos, conferências de caixas, prestação de contas dos pagamentos
efetuados, controladoria, etc.)

I: I I Não
Sim

3. Em relação às contas a pagar e a receber , existem controles e relatórios que possam demonstrar a real situação
e posição das mesmas ?

A Não existem controles


B Controles básicos, sem detalhes destas informações
C Relatórios e controles efetivos

4. A empresa conhece os índices de inadimplência e atrasos de seus clientes?

I: I I Não
Sim

5. A empresa possui os histórico das vendas, despesas, fornecedores e investimentos dos últimos meses ?

A Não
B Sim, porém a informação não está disponível de maneira organizada e/ou pré-formatada
C Sim, e existem relatórios onde estão disponíveis estes dados, a qualquer momento

6. Com que periodicidade são analisados os resultados entre os recebimentos (entradas de recursos) e
pagamentos de despesas e fornecedores (saídas de recursos) ?

A Não é feito este acompanhamento


B Esporadicamente
C Periodicamente

7. Com que antecedência a empresa projeta a situação futura (cf base nos dados históricos, por exemplo) das
necessidades e/ou disponibílidades financeiras futuras :

A Não projeta
B Projeta de acordo com as compras e vendas realizadas
C Faz projeções para até 90 dias, atualizando esporadicamente
D Existem projeções prevendo a situação acima de 90 dias, atualizadas periodicamente

8. Com que freqüência são analisados os balancetes contábeis ?

A Anualmente
B Semestralmente
C Trimestralmente
D Mensalmente
76
9. A contabilidade procura lhe orientar sobre a situação da empresa, ou, a empresa procura a contabilidade para
lhe pedir esta análise ?

A Não existe esta necessidade, a mesma é realizada apenas para fins fiscais
B Esporadicamente são analisadas as demonstrações contábeis com estes fins
C A empresa analisa sua situação através de relatórios financeiros elaborados para estes fins
D A análise da situação contábil da empresa é realizada periodicamente, e esta é considerada a
provável situação financeira de empresa

10. Assinale quais dos relatórios abaixo a empresa util iza em suas análises financeiras (marque quantas alternati-
vas forem necessárias) :

A Demonstração de resultados / Apuração de lucro


B Balanço patrimonial
C Demonstração de origens a aplicação de recursos
D Fluxo de caixa
E Outros - Quais:

11. A empresa utiliza regime de caixa ou competência em suas análises financeiras ?

A Caixa
B Competência
C Não são seguidas estas metodologias
D Ambas as metodologias

12. A empresa calcula seu ponto de equilíbrio?

I: I I Não
Sim

13 . A empresa considera em suas análises financeiras os valores dos custos sobre a folha de pagamento (13 sal.,
férias, impostos, etc.) ?

A Não considera ou considera de acordo com a saída dos recursos do caixa


B Considera os encarqos principais
C Considera todos os encargos, de acordo com a legislação e sindicato, e/ ou provisiona os recursos

14. São contabilizados todos os bens do ativo permanente e existem critérios para a depreciação do imobilizado?

I: I I Não
Sim

15. É analisada a lucratividade por produto / serviço ou linha de produtos / serviços?

I: I I Sim
Não

16. A empresa possui ou elabora um sistema de custos , visando conhecer os custos efetivos de seus produtos ou
serviços ? Qual metodologia (marque quantas alternativas forem necessárias) ?

A Não possui
B Custeio direto
C Custeio ABC
D Centro de custos
E Custo padrão
F Custo-volume-Iucro
G Outros . Quais:
77
17. Como a empresa determina o prazo de pagamento de fornecedores?

A Quem determina é o fornecedor


B De acordo com a situação financeira para os prazos dados pelo fornecedor
C De acordo com análise do fluxo de caixa e/ou estratégia de capital de giro

118. A empresa analisa a viabilidade econômica de seus investimentos :

A Não faz um acompanhamento desta natureza


B Realiza um controle "a posteriori" do resultado
C Faz estudos de viabilidade sem metodologia específica
D Realiza estudos de viabilidade através de metodologias tradicionais (TIR, Pay-Back, VPL, etc)

119. São estimados os resultados futuros com base em demonstraçôes financeiras projetadas ?

A Não
B Sim, esporadicamente
C Sim, periodicamente

20. A empresa utiliza índices financeiros para seu gerenciamento ? Quais ?

A Não
B Liquidez corrente - AC/PC
C Endividamento geral - PE/AT
D Rentabilidade sobre patrimônio - LL/ PL
E Outros. Quais :

21 . A empresa elabora um orçamento geral, pré-determinando as prioridades para a alocação dos recursos ?

I: I I Não
Sim

I 22 . É realizado um acompanhamento da remuneração do capital próprio investido na empresa ?

A Não
B Sim, porém a remuneração é acompanhada "a posteriori"
C Sim, existe uma análise prévia e estima-se um mínimo esperado para o período

23. A empresa prevê o re-investimento de uma proporção dos recursos gerados (lucro) para sustentação do
negócio ou são distribuídos estes lucros entre os sócios ?

A Não reinveste - os sócios retiram a maior parte dos lucros


B Reinveste somente quando a empresa necessita
C Distribui uma parte aos sócios e reinveste todo o restante na empresa

24. A empresa possui algum software para o controle e/ ou gerenciamento financeiro ?

I: I I Não
Sim

25. Como você avalia a atual situação financeira de seu negócio?

A Muito boa
B Boa
C Razoável
D Ruim
E Péssima
78

26. Como você avalia a sua margem de lucro líquido ?

A Muito boa
B Boa
C Razoável
O Ruim
E Péssima

27 . Como você avalia o retorno sobre o patrimônio (investimento total) em sua empresa?

A Muito boa
B Boa
C Razoável
O Ruim
E Péssima

I 28. Como você classificaria o risco atual de seu negócio ?

A Muito alto
B Alto
C Médio
O Baixo
E Muito baixo

29. Como você avalia a administração financeira de seu negócio?

A Muito boa
B Boa
C Razoável
O Ruim
E Péssima

30 Identifique qual, na sua opinião, as maiores dificuldades para uma implantação adequada de administração 1
1 .
financeira nas pequenas e médias empresas (enumere do mais importante (1), ao menos importante (5»:

A Falta de conhecimento na área de administração financeira


B Não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa
C Os prováveis custos de manter um sistema desta natureza
O Não possuir os recursos necessários (mão de obra qualificada e/ou sistemas de informaçôes e/ ou
dinheiro, entre outros)
E Outros - Quais :
79
ANEXO 11

TABULAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE PESQUIS A

1. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL


Sen'iços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A O
B I I I 3
C I I I I I 5
D I I I I I 1 6
Indústria
A O
B O
C I I I I I I 6
D I I I I I I I 7
Comérci o
A O
B I I I 3
C I I I I I I I I 8
D 1 I I I I 5

2. PEQ UENA MEDIA GRANDE TOTAL


S ervi ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 1 11 1 J I 14
Indús tri .
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I I I I I I 1 I 1 I I I J I I I I 1 I 1 I 1 I I \3
Comércio
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I I 1 I 1 I I I 1 I 1 1 I 1 I 16

3. PEQ UENA MED IA GRANDE TOTAL


S eniços EMPRESA EMPRES A EMPRES A GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I 1 I I 1 I 1 I I I I I I I I I I I I 4
C I I I I I 1 I 1 I I I I I I 1 I I 1 I I 1 I 1 I 1 10
Indústria
A I I I I I I I 1 I I I I I I I O
B J I I I I I I I I I I I I I I O
C 1 I 1 I 1 I 1 I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I 13
Comé rcio
A I I I I I I I I 1 I I I I I I O
B I I 1 I I 1 I I I I I I I I I I I I 3
C I I I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 13

4. PEQUENA MED IA GRAND E TOTAL


Seni ços EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I L I 1 I I I I I I I 1 12
Indús tria
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 I 1 I I 1 I I \3
Comé rcio
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 16
80

5. PEQ UENA MED IA GRANDE TOTAL


Serviço! EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I 1 I 1 I 1 I I I I I I I I 3
C 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I I I I 1 I 1 I 1 I I 1 J 1 J 1 11
Indú stri.
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B 1 I I I 1 I I 1 I I I I 1 I I I I I I 4
C I 1 I 1 I I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I 1 I 1 I 1 I I 9
Comércio
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B 1 I 1 I I I I I I 1 I 1 I 1 I I 1 I I I I 6
C I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I I I 1 I I 1 I 1 1 I 1 I 10

6. PEQ UENA MED IA GRAND E TO T AL


Servi ços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I 1 I I I I 1 I I 1 I I I 1 I I I I I 4
C 1 I I 1 I 1 I 1 I I 1 I I I 1 I I 1 I I 1 I 1 I 1 10
Indú stri a
A I I I I I 1 I I J 1 I I I I I J 1
B I I I I I I I I I I I I I I I O
C 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 12
Comérci o
A I I I I I I I O
B 1 I I I I I I I 1
C I 1 1 1 1 1 1 1 J 1 I 1 1 1 I 1 I 1 1 I 1 I 15

7. PEQUENA MEDIA GRANDE TO TAL


Se rvi ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A O
B 1 1 1 1 1 1 1 7
C 1 1 1 3
D 1 1 1 1 4
Indú stri .
A O
B 1 1 1 1 1 5
C 1 1 1 3
D 1 1 1 1 1 5
Comércio
A 1 1
B 1 1 1 1 1 1 1 1 8
C 1 1 1 1 1 5
D 1 1 2

8. P~ UENA MED IA GRANDE TOTAL


Se rvi ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A 1 1 1 1 4
B 1 1
C 1 1 2
D 1 1 1 1 1 1 1 7
Indústri a
A 1 1 2
B O
C 1 1 2
D 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
Comé rcio
A 1 1 1 1 1 1 6
B O
C 1 1 1 3
D 1 1 1 1 1 1 1 7
81

9. PEX)~A MEDIA GRANDE TOTAL


Serviço! EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.
A 1 1 1
B 1 1 1
C 1 1 1 1 1 1 1 7
D 1 1 1 3
Indústria
A 1 1
B O
C 1 1 1 I I I I I I 9
D I I I 3
Comércio
A 1 I I I 4
B I I I I 4
C I I I I 4
D I I 1 I 4

la. P~ UENA MEDIA GRANDE TOTAL


Sen'içoJ EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.
A I I 1 I I I I I I I la
B I I I I I I I 7
C I I I I I I I 7
D I I I I I I 1 I I I I 11
E I I I I 4
Indústria
A I I I I I I 1 I I I la
B I I I I I I I I 8
C I I I I I I 6
D I I I I I I I I 1 I I 1 12
E I I 1
Comércio
A I I I I I I I I I I I I 12
B I I 1 I 1 I I I 8
C I I I 3
D I I I I I I I I I I I I 1 I I 15
E I I

11. P~ ~A MEDIA GRANDE TOTAL


Seniços EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.
A 1 I 1
B 1 1 I I I 5
C 1 I I 3
D I I I 1 4
Indústria
A 1 1 1 I 4
B I I 1
C 1 I 1
D 1 I I 1 1 5
Comércio
A I I I I I I I I 8
B I I 1 I 4
C I I
D I I 1 3

12. P~~A MEDIA GRANDE TOTAL


Serviços EMPRESA EMPRESA EMPRESA GmA!.
A I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 I 1 5
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 9
Indústria
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I 1 I I I 1 I I I I I I I I I I I I I I 1 I I I 1 I I 13
Comércio
A I I I I I I I I I I I I J I I I I 1
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 1 I I I 14
82

13. P~ UENA MEDIA G RAND E TOTAL


S erviços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A I I I I I I I I I I I I ~ I I O
B I I 1 I I 1 I I I 1 I I I I I I I I 3
C 1 I 11 I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 11
Indú stri .
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I I I I J L I I I I I O
C 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 13
Comércio
A 1 I 1 I I 1 I I I I I I I I I I I I 3
B I I I I I I I I 1 I 1 I I I I I I 2
C I I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I I I 1 I 1 J 1 J 1 1 I 1 I 11

14. P~ UENA MED IA G RANDE TOTAL


Se rvi ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A I 1 I I I 1 I 1 I I 1 I I 1 I I I I I I 5
B 1 I I 1 I 1 I I I 1 I I I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 9
Indú stri .
A I I I I I 1 I I I I I I I I I I 1
B 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 12
Comé rcio
A 1 I 1 I I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I I I I I I 8
B I I 1 I I I 1 I I I I I 1 I 1 I 1 I 1 1 I 1 I 8

15. P~ UENA MED IA G RAND E TO T AL


Servi ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A 1 I I I 1 I I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I 1 I 1 10
B I 1 I 1 I I 1 I I I I I I I 1 I I I I 4
Indústri a
A 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I I I 1 I I 1 I 1 I I 10
B 1 J I J 1 1 I I I I 1 I I 1 I I I I 3
Comé rcio
A I 1 I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 I 1 I 1 I I 1 I 1 1 I 1 I 13
B 1 I I I I I I 1 I I I I I 1 I I I I 3

16. P~ UENA MED IA G RAND E T OTAL


Se rviços EMPRES A EMPRES A EMPRES A G ERAL
A 1 1 1 3
B 1 1 1 1 1 5
C 1 1 2
D 1 1 1 1 1 1 6
E 1 1 2
F 1 1
G O
Indústri a
A O
B 1 1 2
C 1 1
D 1 1 1 1 1 5
E 1 1 2
F 1 1 1 1 1 1 6
G 1 1
Comé rci o
A 1 1 1 3
B 1 1 1 1 1 5
C 1 1 2
D 1 1 2
E 1 1 1 1 4
F 1 1 1 1 4
G 1 1
83

17. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL


Serviço! EMPIilliA EMPIilliA EMPIilliA GffiAL
A I I I I I I I I I I I I I I . I I I 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 9
C I I I I I L I I I I I I I I I I I J 3
Indústri.
A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 4
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 4
Comércio
A I I I I I I I I I I I J I L I I I I I J 5
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 6

18. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL


Serviços EMPIilliA EMPRESA EMPRESA GffiAL
A I I 2
B O
C I I I I I I I I I I 10
D I I 2
Indústria
A I I I 3
B I I
C I I I I I I I 7
D I I 2
Comércio
A I I I I 4
B I I 2
C I I I I I I I I 8
D I I 2

19. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL


SeniçoJ EMPIilliA EMPIilliA EMPIilliA GffiAL
A I 1 I I I I I I I I I I I I I I I I I 5
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I 4
Indústria
A I I I I I I I I I I I I I I I I 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I 3
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 8
Comércio
A I I I I I I I I I 6
B I I I I I I I I 5
C I I J I I I I I 5

20. PEQUENA MEDIA GRANDE TOTAL


Se rvi ços EMPIilliA EMPIilliA EMPIilliA GffiAL
A I I I 1 I I I I I 9
B I I I I 4
C I I 2
D O
E I I
Indústria
A I I I 3
B I I I I I I 6
C I I I I I I 6
D I I I 3
E I 1 2
Comércio
A I I I I I I I I I I 10
B I I I I 4
C I I I I 4
D I I I I I I 6
E I I
84

2 1. PEX)UENA MED IA GRAN DE TOTAL


Se rvi ços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 6
B I I I I I I I I I I I I I 11 I 1 I I I I I I 8
Indústri.
A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 11
Comércio
A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 10
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 6

22. PEX) UENA MEDIA GRANDE TOTAL


Servi ços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 10
B I I I I I I I I I I I I I I I I
C I I I I I I I I I I I I I I I I I 3
Indú stri .
A I I I I I I I I I I I I I 4
B I I I I I I I I I I I 2
C I I I I I 1 I I I I I I I I I I 7

Comércio

IIIIIIIIIIIIIIIIIII
A
B
C 2

23. PEX)UENA MED IA GRANDE TO TAL


Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL
A I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 9
Indús tri a
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 8
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 5
Comércio
A I I I I I I I I I I I I I I I O
B I I I I I I I I I I I I I I I 1 I I I I J 6
C I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 10

24. PEX)UENA MED IA GRANDE T OTAL


Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL
A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 12
Indús tri a
A I I I I I I I I I I I I I I I I I 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 11
Comé rci o
A I I I I I I J I I I I L I I I L J 2
B I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 14

25. PEX) UENA MEDIA GRAN DE TOTAL


Serviços EMPRESA EMPRES A EMPRESA GERAL
A O
B I I I I I I I 7
C I I I I I 5
D I I
E I I
Indú stri .
A I I
B I I I I I 5
C I I I I I 5
D I I 2
E O
Comércio
A I I
B I I I I I I 6
C I I I I I I I I I 9
D O
E O
85

26. PEQUENA MIDIA GRANDE TOTAL


Serviços EMPRESA EMPRESA EMPRESA GERAL
A O
B I I I I I 5
C I I I I 4
D I I I J
E I I 2
Indústri.
A O
B I I I J
C I I I I I I I 7
D I I I J
E O
Comé rci o
A O
B I I 2
C I I I I I I I I I I I I 12
D I I 2
E O

27. PEQ UENA MIDIA GRAN DE TOTAL


Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRES A GERAL
A O
B I I I I I 5
C I I I I I 5
D I I
E I I I J
Indústria
A I I
B I I
C I I I I I 5
D I I I I I I 6
E O
Comércio
A O
B I I 2
C I I I I I I I I I I I II
D I I I J
E O

28 PEQ UENA MIDIA GRANDE T OTAL


Serviços EMPRES A EMPRES A EMPRESA GERAL
A I I
B I I I I I 5
C I I I I I 5
D I I I J
E O
Indústria
A O
B I I I I 4
C I I I I I I I 7
D I I
E I I
Comé rcio
A O
B I I
C I I I I I I I I I I I II
D I I I I 4
E O
86

29. PEQ UENA MEDIA GRAN DE TOTAL


S eniços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A O
B I I I I I I I I I t I 11
C I I 2
D I I
E O
lndús tri a
A O
B I I I I I I I I 8
C I I I I I 5
D O
E O
Comé rci o
A I I
B I I I I I I I I 8
C I I I I I I I 7
D O
E O

30. PEQ UENA MEDIA GRANDE TOT AL


Sen'i ços EMPRES A EMPRESA EMPRES A GERAL
A 2 I 3 3 4 2 I 3 I 3 2 I I I 28
B I 4 4 4 5 2 4 2 2 4 4 I 2 5 44
C 2 2 I 2 3 I 2 5 4 I 3 2 4 2 34
D I 3 2 I 2 I 3 I 3 2 5 3 3 3 33
E I 5 4 I 5 16
Indús tri.
A I 4 2 I I 2 2 4 3 2 I I 2 26
B 4 t 2 I I 3 3 I 3 I I 3 3 27
C 3 3 2 I 2 4 4 3 2 I I 4 4 34
D 2 2 I I 2 I I 2 I 2 I 2 I 19
E O
Comé rcio
A 2 I I I 2 2 I 3 I 2 I I I I I I 22
B I 2 2 2 2 I I 4 2 3 2 I I I 2 4 31
C 3 3 I 4 2 3 2 I 4 4 4 2 3 I 3 2 42
D 4 4 I 3 I 4 I 2 3 I 3 3 2 I 4 4 41
E O
87

ANEXO 111

GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR SETOR DE ATIVIDADE

Existe um controle financeiro geral da empresa - incluindo o caixa e contas COMÉRCIO IIIVÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL
1. bancárias , nos quais são controladas e documentadas todas as transações
financeiras ? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existe O O,OOA. O O,OOA. O O,OOA. O O,OOA.

B Controle parci~ - sem normas ou padrOes ou fechamentos 3 18,8% O O,OOA. 3 21,4% 6 14,0%

C Controle adequado, com procedimf!f1tos pré-estabetecidos e fechamf!f1tos 8 50,0% 6 46,2% 5 35,7% 19 44,2%

D Controles totais, próximos aos padrões de controladoria 5 31 ,3% 7 53,8% 6 42,9% 18 41,9%

Existem normas ou padrões pré-estabelecidos para a autorização e documentação COMÉRCIO IIIVÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL
2. das transações envolvendo numerários?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA. O O,OOA. O 0,0% O 0,0%

B Sim 16 100,0% 13 1OO,OOA. 14 100,0% 43 100,0%

Em relação às contas a pagar e a receber, existem controles e relatórios que COMÉRCIO INDÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL
3. possam demonstrar a real situação e posição das mesmas?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existem controles O O,OOA. O O,OOA. O 0,0% O O,OOA.

B Controles básicos, sem detalhes destas informações 3 18,8% O O,OOA. 4 28,6% 7 16,3%

C Relatórios e controles efetivos 13 81 ,3% 13 1OO,OOA. 10 71,4% 36 83,7%

COMÉRCIO INDÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL


4. A empresa conhece os indices de inadimplência e atrasos de seus clientes?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA. O O,OOA. 2 14,3% 2 4,7%

B Sim 16 100,0% 13 1OO,OOA. 12 85,7% 41 95,3%

A empresa possui os históricos das vendas , despesas, fornecedores e investimentos COMÉRCIO IIIVÚSlRlA SERIIlÇOS GERAL
5. dos últimos meses?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA. O O,OOA. O 0,0% O O,OOA.

B Sim, porêm a informação não está disponivel de maneira organizada 6 37,5% 4 30,8% 3 21,4% 13 30,2%

C Sim, e existem relatórios onde estão disponiveis estes dados, a qualquer momento 10 62,5% 9 69,2% 11 78,6% 30 69,8%

Com que periodicidade são analisados os resuttados entre os recebimentos e COMÉRCIO INDÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL
6.
pagamentos de despesas e fornecedores?
TOTAL % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não é feito este acompanhamento O O,OOA. 1 7,7% O 0,0% 1 2,3%

B Esporadicamente 1 6,3% O 0,0% 4 28,6% 5 11,6%

C Periodicamente 15 93,8% 12 92,3% 10 71,4% 37 86,0%

Com que antecedência a empresa projeta a situação futura das necessidades e/CXJ
COMÉRCIO INDÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL
7.
disponibilidades financeiras MlKêIs:
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não projeta 1 6,3% O O,OOA. O O,OOA. 1 2,3%

B Projeta de acordo com as compras e vendas realizadas 8 50,0% 5 38,5% 7 50,0% 20 46,5%

C Faz projeçOes para até 90 dias , atualizando esporacicamente 5 31 ,3% 3 23,1% 3 21,4% 11 25,6%

D Existem projeções prevendo a situação acima de 90 dias , atualizadas periodicamente 2 12,5% 5 38,5% 4 28,6% 11 25,6%

COMÉRCIO INDÚSlRIA SERIIlÇOS GERAL


8. Com que freqüência são analisados os balancetes contábeis?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Anualmente 6 37,5% 2 15,4% 4 28,6% 12 27,9%

B Semestralmente O O,OOA. O O,OOA. 1 7,1% 1 2,3%

C Trimestralmente 3 18,8% 2 15.4% 2 14,3% 7 16,3%

D Plensalmente 7 43,8% 9 69,2% 7 50,0% 23 53,5%


88

A contabilidade prOC1l'8 lhe orientar sobre a situação da empresa, ou, a empresa COMÉRCIO INDÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL
9. prCClr8 • contabilidade para lhe pedir esta análise?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A NAo existe esta necessidade, a mesma é realizada apenas para fins fiscais 4 25,0% 1 7,7% 2 14,3% 7 16,3%

B Esporadicamente sêo analisadas as demonslraçOes contábeis com estes fins 4 25,0% O O,O"Á> 2 14,3% 6 14,0%
C :.:,::a analisa sua situação através de relatórios financeiros elaborados para 4 25,0% 9 69,2% 7 50,0% 20 46,5%
D A~ise da situação contábil da empresa é realizada periodicamente, e esta é
considerada a orovável situaeão financeira de em.".,.. 4 25,0% 3 23,1% 3 21,4% 10 23,3%

Assinale quais dos relatórios abaixo a empresa utiliza em suas análises financeiras COMÉRCIO IN:>ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL
10. (marque quantas altemati-vas forem necessárias):
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Demonstração de resultados I AplnIçAo de lucro 12 30,8% 10 26,3% 10 25,6% 32 74,4%

B Balanço patrimonial 8 20,5% 8 21,1% 7 17,9% 23 53,5%

C Demonstração de origens a aplicação de reclX"SOS 3 7,7% 6 15,8% 7 17,9% 16 37,2%

O Fluxo de caixa 15 38,5% 12 31,6% 11 28,2% 38 88,4%

E Outros· Quais : 1 2,6% 2 5,3% 4 10,3% 7 16,3%

COMÉRCIO III[)ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL


11 . A empresa utiliza regime de caixa ou competência em suas anáiises financeiras?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Caixa 8 50,0% 4 30,8% 2 14,3% 14 32 ,6%

B Competência 4 25,0% 2 15,4% 5 35,7% 11 25,6%

C Nilo silo seguidas estas rnetodologias 1 6,3% 2 15,4% 3 21,4% 6 14,0%

D Ambas as metodologias 3 18,8% 5 38,5% 4 28,6% 12 27,9%

COMÉRCIO IN:>ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL


12. A empresa calcula seu ponto de equilibrio?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Nilo 2 12,5% O O,O"Á> 5 35,7% 7 16,3%

B Sim 14 87,5% 13 100,0% 9 64,3% 36 83,7%

13 A empresa considera em suas análises financeiras os valores dos custos sobre a COMÉRCIO IN:>ÚSTRlA SERIIlÇOS GERAL
. folha de pagamento (13 sal., férias , impostos, etc.)?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não considera ou considera de acordo com 8 saída dos r8ClI'SOS do caixa 3 18,8% O O,O"Á> O O,O"Á> 3 7,O"Á>

B ConsKtera os encargos principais 2 12,5% O 0,0% 3 21,4% 5 11,6%

C Constdera todos os encargos , de acordo com a legislação e sindicato 11 88,8% 13 100,O"Á> 11 78,6% 35 81,4%

São contabilizados todos os bens do ativo pennanente e existem critérios para a COMÉRCIO INDÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL
14. depreciaçAo do imobilizado?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Nilo 8 50,0% 1 7,7% 5 35,7% 14 32,6%

B Sim 8 50,0% 12 92,3% 9 64,3% 29 67,4%

COMÉRCIO IN:>ÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL


15. E analisada a lucratividade por prOOJtolserviço ou linha de produtos/serviços?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Sim 13 81 ,3% 10 76,9% 10 71,4% 33 76,7%

B Nilo 3 18,8% 3 23,1% 4 28,6% 10 23,3%

A empresa possui ou elabora um sistema de custos , visando conhecer os custos COMÉRCIO INDÚSTRIA SERIIlÇOS GERAL
16. efetivos de seus produtos ou SeMços? Qual metodologia (marque quantas
alternativas forem necessárias)? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Nilo possui 3 14,3% O O,O"Á> 3 15,8% 6 14,0%

B Custeio direto 5 23,8% 2 11 ,8% 5 26,3% 12 27,9%

C CusteioABC 2 9,5% 1 5,9% 2 10,5% 5 11 ,6%


89

COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl


17. Como a empresa determina o prazo de pagamento de fomecedores?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Quem determina é o fornecedor 5 31 ,3% 4 30,8% 2 14,3% 11 25,6%

B De acordo com a situação financeira para os prazos dados pelo fornecedor 5 31,3% 5 38,5% 9 64,3% 19 44,2%

C De acordo com análise do fluxo de caixa elCJ<J estratégia de capital de giro 6 37,5% 4 30,8% 3 21,4% 13 30,2%

COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl


18. A empresa analisa a viabilidade econOmica de seus investimentos:
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não faz "'" acompanhamento desta nau... 4 25,0% 3 23,1% 2 14,3% 9 20,9%

B Realiza"", controle "a posteriori" do reslitado 2 12,5% 1 7,7% O O,OOA, 3 7,OOA,

C Faz estudos de viabilidade sem melodologia especifica 8 50,0% 7 53,8% 10 71 ,4% 25 58,1%

D ~~~c~tudOS de viabilidade através de melodologias tradicionais (TIR. Pay-Back, 2 12,5% 2 15,4% 2 14,3% 6 4,0%

São estimados os res lltados futuros com base em demonstrações financeiras COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl
19. projetadas?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 6 37,5% 2 15,4% 5 35,7% 13 30,2%

B Sim, esporadicamente 5 31 ,3% 3 23,1% 5 35,7% 13 30,2%

C Sim, periocicamente 5 31 ,3% 8 61 ,5% 4 28,6% 17 39,5%

COMÉRCIO It-DUSTRlA SERVIÇOS GERAl


20. A empresa utiliza índices financeiros para seu gerenciamento? Quais?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 10 40,0% 3 15,0% 9 56,3% 22 51 ,2%

B Uqlidez corrente - ACIPC 4 16,0% 6 30,0% 4 25,0% 14 32 ,6%

C Endiviidamento geral- PElAT 4 16,0% 6 30,0% 2 12,5% 12 27,9%

D Rentabilidade sobre patrimOnio - WPL 6 24,0% 3 15,0% O O,OOA, 9 20,9%

E Outros. Quais : 1 4,0% 2 10,0% 1 6,3% 4 9,3%

21 A empresa elabora"", orçamento geral. pré-determinando as prioridades para a COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl
. alocação dos rOCLrSos?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 10 62,5% 2 15,4% 6 42,9% 18 41 ,9%

B Sim 6 37,5% 11 84,6% 8 57 ,1% 25 58,1%

~ realizado um acompanhamento da remuneraçAo do capital próprio investido na


COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl
22. empresa?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 6 37,5% 4 30,8% 10 71,4% 20 46,5%

B Sim, porém a remuneração é acompanhada Ma posteriori" 8 50,0% 2 15,4% 1 7,1% 11 25,6%

C Sim, existe l.m8 análise prévia e estima-se Lm minimo esperado para o periodo 2 12,5% 7 53,8% 3 21,4% 12 27,9%

A empresa prevê o re-investimento de uma propoC'çAo dos reclKSos gerados (lucro)


COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl
23. para sustentação do negócio ou são distribuidos estes lucros entre os sócios?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não reinveste - os sócios retiram a maior parte dos k.Jcros O 0,0% O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Reinveste somente qua'ldo a empresa necessita 6 37,5% 8 61 ,5% 5 35,7% 19 44,2%

C Distribui l..Illa parte aos sócios e reinveste tocto o restante na empresa 10 62,5% 5 38,5% 9 64,3% 24 55,8%

COMÉRCIO It-DÚSTRIA SERVIÇOS GERAl


24. A empresa possui algum software para o controkt eJoo gerenclamento financeiro?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 2 12,5% 2 15,4% 2 14,3% 6 14,0%

B Sim 14 87,5% 11 84,6% 12 85,7% 37 86,0%


90

COMÉRCIO li'lJÚSTRlA SERVIÇOS GERAl..


25. Como você avalia a atual situação financeira de seu negócio?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa 1 6,3% 1 7,7% O O,OOA, 2 4,7%

B Boa 6 37,5% 5 38,5% 7 50,0% 18 41,9%

C Razoável 9 56,3% 5 38,5% 5 35,7% 19 44,2%

O Ruim O O,OOA, 2 15,4% 1 7,1% 3 7,OOA,

E Péssim a O 0,0% O O,OOA, 1 7,1% 1 2,3%

COMÉRCIO Ii'lJÚSTRIA SERVIÇOS GERAl..


26. Cemo você avalia a sua margem de lucro liquido?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Boa 2 12,5% 3 23,1% 5 35,7% 10 23,3%

C Razoável 12 75,0% 7 53,8% 4 28,6% 23 53,5%

O Ruim 2 12,5% 3 23,1% 3 21,4% 8 18,6%

E Péssima O O,OOA, O O,OOA, 2 14,3% 2 4,7%

COMÉRCIO li'lJÚSTRIA SERVIÇOS GERAl..


27. Como você avalia o retQ(no sobre o patrimOnio (investimento total) em sua empresa?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa O 0,0% 1 7,7% O O,OOA, 1 2,3%

B Boa 2 12,5% 1 7,7% 5 35,7% 8 18,6%

C Razoável 11 68,8% 5 38,5% 5 35,7% 21 48,8%

O Ruim 3 18,8% 6 46,2% 1 7,1% 10 23,3%

E Péssima O 0,0% O O,OOA, 3 21,4% 3 7,OOA,

COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl..


28 Como você classificaria o risco atual de seu negócio?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito alto O 0,0% O O,OOA, 1 7,1% 1 2,3%

B Alto 1 6,3% 4 30,8% 5 35,7% 10 23,3%

C Médio 11 68,8% 7 53,8% 5 35,7% 23 53,5%

O Baixo 4 25,0% 1 7,7% 3 21,4% 8 18,6%

E M.ito baixo O O,OOA, 1 7,7% O 0,0% 1 2,3%

COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl..


29. Como você avalia a administração financeira de seu negéx;io?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M.ito boa 1 6,3% O O,OOA, O 0,0% 1 2,3%

B Boa 8 50,0% 8 61 ,5% 11 78,6% 27 62,8%

C Razoável 7 43,8% 5 38,5% 2 14,3% 14 32,6%

O Ruim O 0,0% O 0,0% 1 7,1% 1 2,3%

E Péssima O 0,0% O 0,0% O O,OOA, O O,OOA,

Identifique qual, na sua opinião. as maiores dificuldades para uma implantação COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS GERAl..
30. adequada de administração financeira nas pequenas e médias empresas:
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Fatta de conhecimento na área de adm inistração financeira 22 26 28 76

B Não saber como aplicar o conhecimento na rotina diãria da empresa 31 27 44 102

C Os prováveis custos de manter t.m sistema desta nat....aza 42 34 34 110


Não possur os recursos necessáios (mio de obra qualificada eloo sistemas de
O informaroes elou dinheiro. entre outrosl 41 19 33 93
E Outros - Quais: O O 16 16
91

ANEXO IV

GRADE DE RESULTADOS: ESTRATIFICAÇÃO POR PORTE

Existe um controle financeiro geral da empresa - incluindo o caixa e contas EPP ME GE GERAL
1. bancárias , nos quais são contr~ada5 e documentadas todas as transações
financeiras? TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existe O 0,0% O O,OOA, O 0,0% O O,OOA,

B Controle parcial- sem normas ou padrões ou fechamentos 6 24,0% O O,OOA, O O,OOA, 6 14,0%

C Controle adequado, com procedimentos pré-estabelecidos e fechamentos 13 52,0% 3 25,0% 3 50,0% 19 44,2%

D Controles totais , próximos aos padrões de controladoria 6 24,0% 9 75,0% 3 50,0% 18 41 ,9%

Existem normas ou padrões prÉHtstabelecidos para a autorização e documentação


EPP ME GE GERAL
2. das transações envotvendo numerários?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Sim 25 100,OOA, 12 100,OOA, 6 100,OOA, 43 100,OOA,

Em relação às contas a pagar e a receber, existem controk!s e relatórios que EPP ME GE GERAL
3. possam demonstrar a real situação e posição das mesmas?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não existem controles O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA, O O,OOA,

B Controles básicos, sem detalhes destas informações 6 24,0% 1 8,3% O O,OOA, 7 16,3%

C Relatórios e controles efetivos 19 76,0% 11 91 ,7% 6 100,OOA, 36 83,7%

EPP ME GE GERAL
4. A empresa conhece os índices de inadimplência e atrasos de seus clientes?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 2 8,OOA, O O,OOA, O 0,0% 2 4,7%

B Sim 23 92,0% 12 100,OOA, 6 100,OOA, 41 95,3%

A empresa possui os históricos das vendas . despesas. fornecedores e investimentos EPP ME GE GERAL
5. dos ultimos meses?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não O O,OOA, O 0,0% O 0,0% O O,OOA,

B Sim, porém a informação não está disponivel de mooeira organizada 10 40,0% 3 25,0% O 0,0% 13 30,2%

C Sim, e existem relatórios onde estão disponíveis estes dados. a qualquer momento 15 60,0% 9 75,0% 6 100,OOA, 30 69,6%

Com que periodicidade são analisados os resultados entre os recebimentos e EPP ME GE GERAL
6. pagamentos de despesat. e fornecedores?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não é fetto este acompanhamento 1 4,0% O O,OOA, O O,OOA, 1 2,3%

B Esporadicamente 4 16,0% 1 8,3% O 0,0% 5 11 ,6%

C Periodicamente 20 80,0% 11 91 ,7% 6 100,OOA, 37 66,0%

Com que antecedência a empresa projeta a situação futura das necessidades e/oo
EPP ME GE GERAL
7. disponibilidades financeiras futuras:
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não projeta 1 4,OOA, O O,OOA, O 0,0% 1 2,3%

B Projeta de acordo com as compras e vendas realizadas 11 44,0% 6 50,0% 3 50,0% 20 46,5%

C Faz projeç6es para até 90 dias , atualizando esporadi<:amente 7 28,0% 2 16,7% 2 33,3% 11 25,6%

D Existem projeções prevendo a situação acima de 90 dias , atualizadas periodicamente 6 24,0% 4 33,3% 1 16,7% 11 25,6%

EPP ME GE GERAL
8. Com que freqUência são analisados os balancetes contábeis?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Anualmente 11 44,0% 1 8,3% O O,OOA, 12 27,9%

B Semestral.mente 1 4,0% O O,OOA, O O,OOA, 1 2,3%

C Trimestralmente 4 16,OOA, 3 25,0% O O,OOA, 7 16,3%

D Mensalmente 9 36,0% 8 66,7% 6 100,0% 23 53,5%


92

A contabilidade procura lhe orientar sobre a situação da empresa, ou, a empresa EPP ME GE GERAL
9. pr(xa..ra a contabilidade para lhe pedir esta análise?
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não existe esta necessidade, a mesma é realizada apenas para fins fiscais 6 24,0% 1 8,3% O O,O"A. 7 16,3%

8 Esporadicamente são analisadas as demonstraçOes contábeis com estes fins 4 16,0% 2 16,7% O O,O"A. 6 14,0%
A empresa analisa sua situação através de relatórios financeiros elaborados para
C estes fins 12 48,0% 5 41,7% 3 50,0% 20 46,5%
A análise da situação contábil da empresa é realizada periodicamente, e esta é
O considerada a provável situaçAo financeira de empresa 3 12,0% 4 33,3% 3 50,0% 10 23,3%

10 Assinale quais dos relatórios abaixo a empresa utiliza em suas analises financeiras EPP ME GE GERAL
. (marque quantas alternati-vas forem necessárias):
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Demonstração de resultados I Apuração de lucro 14 25,9% 12 30,0% 6 100,O"A. 32 74,4%

8 Balanço patrimonial 9 16,7% 9 22,5% 5 83,3% 23 53,5%

C Demonstração de origens a aplicação de recursos 8 14,8% 5 12,5% 3 50,0% 16 37,2%

O Fluxo de caixa 21 38,9% 11 27,5% 6 100,O"A. 38 88,4%

E Outros - Quais: 2 3,7% 3 7,5% 2 33,3% 7 16,3%

EPP ME GE GERAL
11. A emPfes8 utiliza regime de caixa ou competência em suas a'láIises financeiras ?
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Caixa 10 40,0% 4 33,3% O O,O"A. 14 32,6%

8 Competéncia 4 16,0% 4 33,3% 3 50,0% 11 25,6%

C Não são seguidas estas metodologias 6 24,0% O O,O"A. O 0,0% 6 14,0%

O Ambas as metodologias 5 20,0% 4 33,3% 3 50,0% 12 27,9%

EPP ME GE GERAL
12. A empresa calcula seu ponto de equilibrio?
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não 4 16,0% O O,O"A. 6 100,O"A. 10 23,3%

8 Sim 21 84,0% 12 100,O"A. O O,O"A. 33 76,7%

A empresa considera em suas análises financeiras os valores dos custos sobre a EPP ME GE GERAL
13. folha de pagamento (13 sal. , férias , impostos . etc.)?
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não consktera ou considera de acordo com a saKia dos recaxsos do caixa 3 12,0% O O,O"A. O O,O"A. 3 7,O"A.
8 Considera os encargos principais 4 16,0% 1 8,3% O O,O"A. 5 11,6%

C Considera todos os encargos. de acordo com a legislação e sindicato 18 72,0% 11 91 ,7% 6 100,O"A. 35 81,4%

14 São contabilizados todos os bens do ativo permanente e existem critérios para a EPP ME GE GERAL
. depreciação do imobilizado?
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não 12 48,0% 2 16,7% O O,O"A. 14 32,6%

8 Sim 13 52,0% 10 83,3% 6 100,O"A. 29 67,4%

EPP ME GE GERAL
15. Ê analisada a lucratividade por produto/serviço ou linha de produtos/serviços ?
TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Sim 19 76,0% 8 66,7% 6 100,O"A. 33 76,7%

8 Não 6 24,0% 4 33,3% O O,O"A. 10 23,3%

A empresa possui ou elabora um sistema de custos, visando conhecer os custos EPP ME GE GERAL
16. efetivos de seus produtos ou serviços? Qual metodologia (marque quantas
alternativas forem necessárias) ? TOTAL % TOTAL % TOTAL % TOTAL %

A Não possui 4 16,0% 2 16,7% O O,O"A. 6 14,0%

8 Custeio direto 9 32,1% 1 7,7% 2 33,3% 12 27,9%

C CusteioABC 3 10,7% 1 7,7% 1 16,7% 5 11 ,6%


93

EPP ME GE GERAL
17. Como a empresa determina o prazo de pagamento de fornecedores?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Quem determina é o fornecedor 5 20,0% 5 41,7% 1 16,7% 11 25,6%

B De acordo com • situação financeira para os pnozos dados paio fornecedor 10 40,0% 5 41,7% 4 66,7% 19 44,2%

C De acordo com análise do fluxo de caixa eJou estratégia de capital de giro 10 40,0% 2 16,7% 1 16,7% 13 30,2%

EPP ME GE GERAL
18. A empresa analisa a viabilidade económica de seus investimentos :
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não faz lXT1 acompanhamento desta natlreza 7 28,0% 2 16,7% O O,OOA, 9 20,9%

B Realiza l.rn controle ~a posterion" do reslitado 3 12,0% O O,OOA, O O,OOA, 3 7,OOA,


C Faz estudos de viabilidade sem metodologia específica 14 56,0% 6 50,0% 5 83,3% 25 58,1%
D Realiza estudos de viallilidade através de metodologias tradicionais (TIR , Pay-Back,
VPL etcl
1 4,0% 4 33,3% 1 16,7% 1 4,OOA,

EPP ME GE GERAL
São estimados os resuttados futuros com base em demonstrações financeiras
19. projetadas?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 9 36,0% 2 16,7% 2 33,3% 13 30,2%

B Sim, esporadicamente 8 32 ,0% 2 16,7% 3 50,0% 13 30,2%

C Sim, periodicamente 8 32,0% 8 66,7% 1 16,7% 17 39,5%

EPP ME GE GERAL
20. A empresa utiliza indices financeiros para seu gerenciamento? Quais?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 17 68,0% 4 33,3% 1 16,7% 22 51 ,2%

B uquidez corrente - ACIPC 4 16,0% 6 50,0% 4 66,7% 14 32,6%

C Endividamento geral- PElAT 5 20,0% 4 33,3% 3 50,0% 12 27,9%

D Rentallilidade sobre patrimônio - WPL 3 12,0% 3 25,0% 3 50,0% 9 20,9%

E Outros. Quais : O O,OOA, 4 33,3% O O,OOA, 4 9,3%

EPP ME GE GERAL
A empresa elabora um orçamento geral, pré-determinando as prioridades para a
21 .
alocação dos recll'Sos?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 11 44,0% 4 33,3% 3 50,0% 18 41 ,9%

B Sim 14 56,0% 8 66,7% 3 50,0% 25 58,1%

EPP ME GE GERAL
~ realizado um acompanhamento da remuneração do capital pr6pIio investido na
22.
empresa?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 14 56,0% 3 25,0% 3 50,0% 20 46,5%

B Sim, porém a remuneração é acompanhada "a posteriori" 3 12,0% 6 50,0% 2 33,3% 11 25,6%

C Sim, existe Lm8 análise prévia e estima-se um mnimo esperado para o periodo 8 32,0% 3 25,0% 1 16,7% 12 27,9%

EPP ME GE GERAL
A empresa prevê o re-investimento de uma proporção dos recursos gerados (lucro)
23. para sustentação do negócio ou são distribuídos estes lucros entre os sócios?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não reinveste - os sócios retiram a maior parte dos lucros O O,OOA, O O,OOA, O 0,0% O O,OOA,

B Reinveste somente quando a empresa necessita 12 48,0% 5 41,7% 2 33,3% 19 44,2%

C Distribui lma parte aos sócios e reinveste todo o restante na empresa 13 52,0% 7 58,3% 4 66,7% 24 55,8%

EPP ME GE GERAL
24. A empresa possui algum software para o controle eJou gerenc:~ento financeiro?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Não 3 12,0% 3 25,0% O 0,0% 6 14,0%

B Sim 22 88,0% 9 75,0% 6 100,0% 37 66,0%


94

EPP ME GE GERAl
25. Como você avalia a atual situação financeira de seu negócio?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa 1 4,OOk O O,OOk 1 16,7% 2 4,7%

B Boa 14 56,0% 3 25,0% 1 16,7% 18 41 ,9%

C Razoável 9 36,0% 7 58,3% 3 50,0% 19 44,2%

O Ruim 1 4,0% 1 8,3% 1 16,7% 3 7,OOk


E Péssima O 0,0% 1 8,3% O O,OOk 1 2,3%

EPP ME GE GERAl
26. Como você avalia a sua margem de lucro líqutdo?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa O 0,0% O O,OOk O O,OOk O 0,0%

B Boa 8 32,0% 1 8,3% 1 16,7% 10 23,3%

C Razoável 13 52,0% 7 58,3% 3 50,0% 23 53,5%

O Ruim 4 16,0% 3 25,0% 1 16,7% 8 18,6%

E Péssima O 0,0% 1 8,3% 1 16,7% 2 4,7%

EPP ME GE GERAl
27 . Como você avalia o retorno sobre o patrimOnio (investimento total) em sua empresa?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa 1 4,0% O O,OOk O 0,0% 1 2,3%

B Boa 6 24,0% O 0,0% 2 33,3% 8 18,6%

C Razoável 13 52 ,0% 5 41 ,7% 3 50,0% 21 48,8%

O Ruim 4 16,0% 6 50,0% O 0,0% 10 23,3%

E Péssima 1 4,OOk 1 8,3% 1 16,7% 3 7,OOk

EPP ME GE GERAl
28 Como você classificalia o risco atual de seu negócio?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A M..ito alto O O,OOk 1 8,3% O 0,0% 1 2,3%

B Alio 6 24,0% 2 16,7% 2 33,3% 10 23,3%

C Médio 15 60,0% 6 50,0% 2 33,3% 23 53,5%

O Baixo 4 16,0% 2 16,7% 2 33,3% 8 18,6%

E t.üto baixo O O,OOk 1 8,3% O O,OOk 1 2,3%

EPP ME GE GERAl
29. Como você avalia a administração financeira de seu negócio?
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A t.üto boa O 0,0% 1 8,3% O O,OOk 1 2,3%

B Boa 17 68,0% 6 50,0% 4 66,7% 27 62,8%

C Razoável 7 28,0% 5 41 ,7% 2 33,3% 14 32,6%

O Ruim 1 4,OOk O O,OOk O O,OOk 1 2,3%

E Péssima O O,OOk O O,OOk O O,OOk O O,OOk

30 Identifique qual, na sua opinião, as maiores dificuldades para uma implantação EPP ME GE GERAl
. adequada de administração financeira nas pequenas e médias empresas:
TOTAl % TOTAl % TOTAl % TOTAl %

A Falta de conhecimento na área de administração financeira 50 20 6 76

B Não saber como aplicar o conhecimento na rotina diária da empresa 59 31 12 102

C Os provãveis custos de manter ln1 sistema desta natlreza 63 32 15 110


Não possLir os recursos necessários (mão de obra qualificada elou sistemas de
O inror,;,ac6es e/ou dinheiro. entre outrosl 49 29 15 93
E Outros - Quais: 10 6 O 16
95

ANEXO V

CONTRADIÇÕES ENCONTRADAS NA PESQUISA

CONTRADIÇOES ENCONTRADAS NA PESQUISA

EPP ME GE
RESPOSTA RESPOSTA RESPOSTA
QUESTÃO QUESTÃO QUESTÃO
RELACIONADA RELACIONADA RELACIONADA
12 10A 14 IOB 14 10B
13 10A 14 IOB 20 10B
19 10AlIOB 20 10B
13 10A
18 10B
19 10AlIOB
14 IOB
18 10B
12 IOA
13 10A
12 10A
13 10A
19 10A
14 10B
12 10A
12 10A
12 10A
13 10A
20 10B
14 10B
20 IOB
10 90
13 90
14 10B
19 10AlIOB
lO 90
12 10A
13 lOA
19 10A
20 IOA
lO IOB
12 10A
13 10A
14 10B
19 10AlIOB
20 IOB

(J)

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