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//Curso de

APERFEIÇOAMENTO
FORTALECIMENTO
DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO
NOS TERRITÓRIOS
MUNICIPAIS

MÓDULO III
Aula
11
// BOAS PRÁTICAS EM IMUNIZAÇÃO:
HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO E
COMPETÊNCIAS CULTURAIS.
Todos os direitos reservados. É permitida a
//
reprodução parcial ou total desta obra, desde
que citada a fonte e que não seja para venda
C r é d i t os

ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta


publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela
equipe MaisCONASEMS e Faculdade São
Leopoldo Mandic.

Ficha
Catalográfica

Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de


Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos
Territórios Municipais. Módulo IV: A Imunização Segura nos
Ciclos de Vida - Aula 16 – Boas Práticas em Imunização:
Habilidades de Comunicação e Competências Culturais.
Curadoria e Produção de Conteúdos Ficha
Mandic
André Ricardo Ribas Freitas Técnica
Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira
Giuliano Dimarzio
Laura Andrade Lagoa Nóbrega
Márcia Fonseca
Regina Célia de Menezes Succi Este material foi
elaborado e desenvolvido
Gestor Educacional pela equipe técnica e
Rubensmidt Ramos Riani
pedagógica do Mais
Coordenação Técnica e Pedagógica CONASEMS em parceria
Cristina Crespo com a Faculdade São
Valdívia Marçal Leopoldo Mandic.

Coordenação Pedagógica – Faculdade


São Leopoldo Mandic
Fabiana Succi
Patricia Zen Tempski

Especialista em Educação a Distância Coordenação Geral


Kelly Santana Conexões Consultoria em
Priscila Rondas Saúde Ltda.

Designer instrucional Revisão textual


Alexandra Gusmão Gehilde Reis Paula de Moura
Juliana de Almeida Fortunato
Pollyanna Micheline Lucarelli

Web Desenvolvedor
Aidan Bruno
Alexandre Itabayana
Cristina Perrone
Paloma Eveir
Olá!
Este é o seu Material de
Referência da Aula 11. Ele
apresenta de forma mais
aprofundada o conteúdo
referente ao tema Boas Práticas
em Imunização: Habilidades de
Comunicação e Competências
Culturais. A proposta é agregar
mais conhecimento à sua
aprendizagem, por isso, leia-o
com atenção e consulte-o
sempre que necessário!
Objetivos de
aprendizagem
Entender como os cuidados e procedimentos
01 adequados são importantes.

Compreender como os cuidados e procedimentos


interferem no seu principal papel que é imunizar. 02
Compreender a importância das “Certezas” na
03 administração dos imunobiológicos visando a
segurança do paciente, redução de eventos adversos e
causar impacto na transmissão das doenças
imunopreveníveis.

Refletir sobre as ações que podem minimizar o


medo do vacinado, reforçando a necessidade do
ambiente acolhedor com comunicação clara e
04
objetiva.

05 Reconhecer algumas ferramentas de habilidades de


comunicação e sua relevância para o encontro no
processo de vacinação.

Aprimorar o “olhar” dos profissionais de saúde às


crenças culturais dos usuários e comunidade. 06
Compreender que cada indivíduo tem sua própria
07 concepção de saúde e doença.
intro
dução
Na aula 11, você irá aprimorar seus
conhecimentos, habilidades e atitudes para
as competências de profissional e cuidador
no sentido de melhor direcionar sua
prática, a partir da compreensão das boas
práticas em imunização e dos conceitos de
segurança do paciente, reforçando a
importância da comunicação e
sensibilidade.

Boa leitura!
// Importância dos
Programas de
Segurança de
Vacinas
Um dos grandes avanços
tecnológicos em saúde nas
últimas décadas foi a
introdução de vacinas como
importante estratégia na
prevenção de doenças. O valor
de imunizações extremamente
eficazes no contexto da saúde
pública está claramente
confirmado por múltiplos
resultados obtidos com
respaldo científico e sobretudo
pela cooperação
epidemiológica.

// Importância dos Programas de


Segurança de Vacinas
A administração de imunobiológico confere
imunização ativa ou passiva ao indivíduo.
A prática de vacinação envolve diversos aspectos
científicos e técnico-operacionais que dizem respeito
aos agentes imunizantes e à pessoa a ser imunizada.
Para tanto, é necessário que a equipe de vacinação
esteja ciente desses aspectos, para que possa
assumir decisões em situações diferentes.
No entanto, como qualquer produto médico,
nenhuma vacina é totalmente isenta de riscos.
Embora a maioria das reações adversas às vacinas
sejam pouco intensas e autolimitadas, algumas
vacinas foram associadas a efeitos extremamente
raros, mas graves para a saúde. As seguintes
considerações ressaltam a necessidade de um
programa de segurança de vacinas ativo e contínuo
para manter a qualidade e credibilidade dos
imunobiológicos como importante estratégia de
saúde pública.

// Importância dos Programas de


Segurança de Vacinas
// Reduções
nos riscos de
doenças
As vacinas são consideradas hoje como um dos
principais fatores contribuintes para a redução na
morbidade e mortalidade da população mundial,
levando a um aumento na expectativa e
qualidade de vida.

Na prevenção de doenças infecciosas, as vacinas


propiciam, reconhecidamente, amplos benefícios,
sendo sua utilização bastante custo-efetivo.
Representam exemplos destas conquistas a
erradicação da varíola no mundo e o controle da
poliomielite.
A eliminação, erradicação e diminuição da incidência
de doenças imunopreveníveis levam as pessoas a não
perceberem mais a gravidade e as complicações
potencialmente fatais dessas doenças.
O sucesso da vacinação aumentou a atenção do
público sobre os riscos potenciais à saúde associados
às vacinas.
Manter a confiança do público nas vacinas é
fundamental para evitar um declínio na cobertura de
vacinação que pode resultar em surtos de doenças.

// Reduções nos riscos de doenças


Um padrão mais alto de segurança é geralmente
esperado das vacinas em relação às outras
intervenções médicas porque, ao contrário da
maioria dos produtos farmacêuticos que são
administrados a pessoas doentes para fins de
tratamento, as vacinas são geralmente
administradas a pessoas saudáveis ​para prevenir
doenças.
A tolerância pública para reações adversas
relacionadas a produtos administrados a pessoas
saudáveis ​- especialmente bebês, crianças e
gestantes- é substancialmente menor do que para
reações a produtos administrados a pessoas que já
estão doentes.
Os profissionais da sala de vacinas desempenham
um papel fundamental para ajudar a garantir a
segurança e eficácia das vacinas.

// Reduções nos riscos de doenças


Eles são responsáveis ​pelo armazenamento e
conservação, manuseio e administração adequados da
vacina; calendário e intervalo das doses da vacina;
observação de contraindicações e precauções; manejo
de reações adversas à vacina; notificação de eventos
adversos após a vacinação e comunicar com os usuários
e pais sobre os benefícios e riscos da vacina. Cada uma
dessas etapas será descrita brevemente aqui.
O conceito de boas práticas vem sendo instituído por
meio dos requisitos de boas práticas de funcionamento
para os serviços de saúde descritos pela Diretoria
Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) nº 63, de 25 de novembro de 2011.
Entende-se o termo boas práticas como diretrizes que
norteiam ações seguras e de qualidade em nossa
prática laboral, com o objetivo de que a vacina alcance
o máximo de imunidade com o mínimo de dano
possível à pessoa que está sendo vacinada e, também, à
sua família.

Para que estes objetivos sejam


alcançados, é essencial que o
profissional de saúde tenha
conhecimento atualizado, uma
vez que este conhecimento
impacta diretamente no
processo de imunização.

// Reduções nos riscos de doenças


Alguns aspectos aqui destacados são essenciais:

Ter conhecimento dos conceitos e princípios básicos


de refrigeração, procedimentos para conservação de
imunobiológicos e estar apto a realizar intervenções
necessárias, a qualquer momento do trabalho, com o
objetivo de evitar o comprometimento da qualidade
dos imunobiológicos, fornecendo assim segurança e
proteção aos usuários.

▪ O controle da cadeia de frio deve ser efetivo para


manter a qualidade e eficácia das vacinas.

▪ Treinamento e atualização em relação aos


procedimentos da sala de vacinas e sobre os
imunobiológicos.

▪ Avaliação cuidadosa da carteira de vacinação


verificando as vacinas que precisam ser administradas
e quantas doses serão necessárias.

// Reduções nos riscos de doenças


O funcionamento da sala de vacinação envolve um
conjunto de atividades desenvolvidas por uma equipe,
na qual cada um dos componentes assume funções
específicas. É importante que todos os
procedimentos desenvolvidos promovam a
máxima segurança, reduzindo o risco de
contaminação para os indivíduos vacinados e
também para a equipe de vacinação. São rotinas
que devem ser de conhecimento da equipe da
unidade de saúde e que devem ser cumpridas de
modo a reduzir erros.

Observa-se, com frequência, a ocorrência de


contraindicações desnecessárias, baseadas em
conjecturas teóricas ou em conceitos desatualizados,
com perda da oportunidade do encontro do indivíduo
com o serviço de saúde e consequente
comprometimento da cobertura vacinal. Por isso, é
necessário ter conhecimento das contraindicações
gerais, das situações de adiamento e das falsas
contraindicações na aplicação das vacinas. Já vimos
essas situações nas semanas anteriores.

// Reduções nos riscos de doenças


//Funcionamento
da Sala de
Vacina
A - INÍCIO DAS
ATIVIDADES DO DIA

Antes de dar início à atividade de vacinação


propriamente dita, a equipe deve adotar os
seguintes procedimentos:

▪ Verificar a limpeza e organização da sala de


vacinas.

▪ Verificar a temperatura do(s)


equipamento(s) de refrigeração, registrando-
a no mapa de registro diário de temperatura.

▪ Comunicar qualquer alteração de


temperatura ao enfermeiro responsável.

▪ Higienizar as mãos.

// Funcionamento da Sala de Vacina


▪ Organizar as vacinas e diluentes no
equipamento específico ou na caixa térmica
específica para uso diário, já com a
temperatura recomendada.

▪ Atentar para o prazo de utilização após a


abertura do frasco para as apresentações em
multidose.

▪ Organizar sobre a mesa de trabalho os


impressos e material de trabalho.

// Funcionamento da Sala de Vacina


B - ACOLHIMENTO
O acolhimento se configura como uma
atitude de inclusão, caracterizada por
ações que favorecem a construção de
uma relação de confiança e
compromisso dos usuários com as
equipes e os serviços.
Na sala de vacinação, a equipe deve
garantir um ambiente tranquilo e
confortável, assegurar a privacidade e
estabelecer uma relação de confiança
com o usuário, conversando com ele
e/ou com o responsável sobre os
benefícios da vacina.

// Funcionamento da Sala de Vacina


C - PROCEDIMENTOS
ANTERIORES À
ADMINISTRAÇÃO DE
IMUNOBIOLÓGICOS
Antes da administração do imunobiológico, os
seguintes procedimentos devem ser adotados:
▪ Se o usuário está comparecendo à sala de
vacinação pela primeira vez, abra os
documentos padronizados do registro pessoal
de vacinação (cartão ou caderneta de
vacinação ou mesmo cartão-controle).
▪ No caso de retorno, avalie o histórico de
vacinação do usuário, identificando quais
vacinas devem ser administradas.
▪ Obter informações sobre o estado de saúde
do usuário, avaliando as indicações e as
possíveis contraindicações à administração dos
imunobiológicos, evitando as falsas
contraindicações.

// Funcionamento da Sala de Vacina


▪ Orientar o usuário sobre a importância da
vacinação e da conclusão do esquema básico de
acordo com o grupo-alvo ao qual o usuário
pertence e conforme o calendário de vacinação
vigente. A maior parte da clientela na sala de
vacinas é constituída por crianças, assim o
profissional deve encorajar, confortar e orientar os
pais sobre a importância da vacina, doenças
prevenidas por meio do produto a ser usado e
possíveis eventos adversos, encorajar as crianças
para uma vacinação segura e tranquila.
▪ Fazer o registro do imunobiológico a ser
administrado no espaço reservado nos respectivos
documentos destinados à coleta de informações de
doses aplicadas e no Sistema de Informação de
imunobiológicos oficial utilizado na unidade.
▪ Na caderneta de vacinação, date e anote no
espaço indicado: a dose, o lote, a unidade de saúde
onde a vacina foi administrada e o nome legível do
vacinador.
▪ O aprazamento deve ser calculado, e a data deve
ser registrada com lápis na caderneta de saúde, no
cartão de vacinação e no cartão-controle do
indivíduo.
▪ Reforçar a orientação, informando o usuário sobre
a importância da vacinação, os próximos retornos e
os procedimentos na possível ocorrência de eventos
adversos.

// Funcionamento da Sala de Vacina


EPI obrigatório durante a vacinação:

Máscara cirúrgica: obrigatória para os


profissionais de saúde durante todo o período
de vacinação em decorrência da pandemia de
covid-19. A troca deve ser feita sempre que
estiver suja ou úmida. A permanência da
orientação do uso deste EPI será reavaliada
conforme a situação epidemiológica.

Higiene das mãos: É um dos procedimentos


mais importantes que antecedem a atividade
de vacinação. Quando tal procedimento é
rigorosamente obedecido, previne-se a
contaminação no manuseio, no preparo e na
administração dos imunobiológicos.

// Funcionamento da Sala de Vacina


Para fazer a higienização das mãos, adote os
procedimentos detalhados passo a passo na
sequência:

▪ Abra a torneira e molhe as mãos, evitando


encostá-las na pia.
▪ Aplique na palma da mão uma quantidade
suficiente de sabão líquido para cobrir toda a
superfície das mãos.
▪ Ensaboe as palmas das mãos, friccionando uma
na outra.
▪ Esfregue a palma da mão direita contra o dorso
da mão esquerda, entrelaçando os dedos. Repita
o procedimento com a mão esquerda contra o
dorso da mão direita.
▪ Entrelace os dedos e friccione os espaços
interdigitais.
▪ Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a
palma da mão oposta, segurando os dedos,
fazendo um movimento de “vai e vem”. Repita o
procedimento com a outra mão.
▪ Esfregue o polegar direito com o auxílio da
palma da mão esquerda, fazendo um movimento
circular. Repita o procedimento com a outra mão.
▪ Friccione as polpas digitais e as unhas da mão
esquerda, fazendo um movimento circular. Repita
o procedimento com a outra mão.

// Funcionamento da Sala de Vacina


▪ Esfregue o punho esquerdo com o auxílio da
palma da mão direita, utilizando um movimento
circular e vice-versa.
▪ Enxágue as mãos retirando os resíduos de
sabão (no sentido dos dedos para os punhos) e
evitando o contato direto das mãos ensaboadas
com a torneira.
▪ Seque as mãos utilizando papel-toalha
descartável, iniciando pelas mãos e seguindo
pelos punhos. Utilize o mesmo papel-toalha para
o fechamento das torneiras com contato manual.
▪ Despreze o papel-toalha no cesto de lixo
comum.

Figura 1- Instruções para lavagem das mãos

// Funcionamento da Sala de Vacina


D - ADMINISTRAÇÃO DE
IMUNOBIOLÓGICOS
Na administração dos imunobiológicos, adote
os seguintes procedimentos:
▪ Higienizar as mãos antes e após o
procedimento.
▪ Verificar qual imunobiológico deve ser
administrado, conforme indicado no
documento pessoal de registro da vacinação
(cartão ou caderneta) ou conforme indicação
médica.
▪ Examinar o produto, observando o rótulo, a
aparência da solução, o estado da
embalagem, o número do lote e o prazo de
validade.
▪ Observar a via de administração e a
dosagem.
▪ Preparar o imunobiológico, observando os
procedimentos específicos para cada
imunobiológico.
▪ Administrar o imunobiológico segundo a
técnica específica relativa ao imunobiológico.
▪ Observar a ocorrência de eventos adversos.

// Funcionamento da Sala de Vacina


E - EVENTOS ADVERSOS
Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é
qualquer ocorrência clínica indesejável, em
indivíduo que tenha recebido um
imunobiológico.
O profissional de saúde sempre deve
informar o usuário sobre a possibilidade de
ocorrer algum evento adverso e orientar as
práticas para amenizar os sintomas, por
exemplo, aplicar compressa fria no local da
aplicação da injeção, bem como, orientar o
usuário a relatar ao serviço de saúde a
ocorrência de EAPV para que possam
notificá-lo.

Figura 2- Eventos adversos pós-vacinação

// Funcionamento da Sala de Vacina


F - FARMACOVIGILÂNCIA
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), farmacovigilância é a ciência relativa à
detecção, avaliação, compreensão e prevenção
dos eventos adversos ou quaisquer problemas
relacionados a medicamentos, vacinas e outros
imunobiológicos.
Também conhecida como vigilância pós-
comercialização (post-marketing), é composta
pelo mesmo processo de detecção,
acompanhamento e controle de problemas
decorrentes do uso de medicamentos já
legalmente autorizados e/ou utilizados nos
estudos de fase IV.
Um dos fatores preponderantes para o sucesso
das práticas de imunização é o uso de
imunobiológicos de qualidade comprovada.
A ocorrência significativa de notificações de
eventos adversos pós vacinação (EAPV) é
esperada durante a introdução de novas vacinas
– em especial no contexto da atual pandemia,
em que a produção de vacinas foi acelerada,
alguns se valendo de novas tecnologias, e um
número massivo de pessoas será vacinado.

// Funcionamento da Sala de Vacina


Desde 2005 , os eventos adversos pós-
vacinação são considerados agravos de
notificação compulsória (Portaria nº 33, de 15
de julho de 2005, da Secretaria de Vigilância
em Saúde). Atualmente,a Portaria nº 246, de
17 de fevereiro de 2020, dispõe sobre a Lista
Nacional de Notificação Compulsória de
doenças, agravos e eventos de saúde pública
nos serviços de saúde públicos e privados em
todo o território nacional.
Como a grande maioria dos eventos é local e
sistêmica leve, a vigilância é voltada para os
eventos moderados e graves. Raramente, o
óbito pode ser decorrente da vacinação, por
isso, o objetivo da Vigilância Epidemiológica
de óbitos é, primordialmente, afastar causas
coincidentes indevidamente atribuídas às
vacinas; ou confirmar.

Para o manejo apropriado dos


EAPV de uma vacina, o sistema de
vigilância é essencial. É ele que
permitirá analisar a segurança do
produto e responder prontamente
as preocupações da população
relacionadas à vacina. Todo evento
adverso deve ser notificado às
autoridades competentes.

// Funcionamento da Sala de Vacina


G - ENCERRAMENTO DAS
ATIVIDADES DO DIA

Ao final das atividades do dia, adote os seguintes


procedimentos:
▪Retire as vacinas do equipamento de uso diário
ou da caixa térmica, identificando nos frascos
multidose a quantidade de doses que podem ser
utilizadas no dia seguinte, observando o prazo de
validade após a abertura e guardando-os no
refrigerador no equipamento específico para
estoque das vacinas.
▪Despreze os frascos de vacinas multidose que
ultrapassaram o prazo de validade após a sua
abertura, bem como, os frascos com rótulo
danificado.
▪Registre o número de doses desprezadas no
formulário padronizado de registro (físico ou
informatizado) para subsidiar a avaliação do
movimento e das perdas de imunobiológicos.
▪Verificar e registrar as temperaturas da
geladeira nos respectivos mapas de temperatura.
▪Desmontar e proceder a limpeza das caixas
térmicas, deixando-as secas.

// Funcionamento da Sala de Vacina


▪ lave as bobinas, enxugue-as e retorne-as para
congelamento no freezer.
▪ Verifique e anote a temperatura do equipamento de
refrigeração no(s) respectivo(s) mapa(s) de controle
diário de temperatura e, em seguida, reinicie o
termômetro, pressionando a tecla reset.
▪ Verifique a lista de faltosos, ou seja, de pessoas
agendadas para vacinação que não compareceram à
unidade de saúde.
▪ Consolidar as doses de vacinas aplicadas.
▪ Repor material de uso diário para garantir o início dos
trabalhos na manhã seguinte.
▪ Guardar todo o material que possa ser utilizado no dia
seguinte em armário próprio.
▪ Certificar que os equipamentos de refrigeração estão
funcionando devidamente.
▪ Verificar se a tomada do equipamento está conectada
e/ou porta da geladeira fechada, antes de se retirar da
sala.

// Funcionamento da Sala de Vacina


H - ATIVIDADES
MINIMAMENTE QUINZENAIS
E MENSAIS

▪ Solicitar ao funcionário de serviços gerais


que realize quinzenalmente a limpeza
terminal da sala (sempre sob supervisão do
responsável pela sala).
▪ Prover a limpeza da geladeira conforme
orientação do fabricante.
▪ Fazer a revisão do arquivo de Cartão do
Registro do Vacinado para possível
convocação e busca de faltosos.
▪ Avaliar e calcular o percentual de
utilização e perda dos imunobiológicos.
▪ Monitorar as atividades de vacinação
(taxa de abandono, cobertura vacinal,
eventos adversos, inconsistência e/ou
erros de registros no sistema, entre outras
atividades) da área de abrangência do
serviço de saúde.

// Funcionamento da Sala de Vacina


// Funcionamento da Sala de Vacina
// Rede de
Frio
A credibilidade de um programa de
imunização é dependente da segurança,
potência e qualidade das vacinas.
A incorreta conservação, o armazenamento e
manuseio inadequados das vacinas podem resultar
em uma perda de potência, ou aumentar os eventos
adversos de algumas vacinas. Como consequência, a
confiança do público nos programas de imunização
pode ser prejudicada, colocando ainda mais vidas em
risco.

// Rede de Frio
Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos,
como a luz e o calor, especialmente por ter em sua
formulação antígenos e adjuvantes. O calor acelera
a inativação das substâncias que entram na
composição dos produtos, daí a necessidade de
mantê-los sob refrigeração.
O manuseio inadequado, algum equipamento com
defeito ou a falta de energia elétrica interrompem o
processo de refrigeração, comprometendo a
potência dos imunobiológicos, ou seja, a sua
capacidade de desenvolver a proteção específica
(formação de anticorpos).
Na instância local (nos centros e unidades básicas
de Saúde, nos hospitais e nos ambulatórios) todos
os produtos são conservados entre +2ºC e +8ºC em
câmaras refrigeradas.

// Rede de Frio
O transporte dos imunobiológicos é um elo
importante para uma adequada cadeia de frio.
Deve-se assegurar que em todo o itinerário as
normas de armazenamento sejam
rigorosamente seguidas, desde o
acondicionamento até o destino final.
Quando houver falhas e/ou dúvidas em relação
à rede de frio, o responsável pela rede de frio do
município deve ser contatado. As exposições
das vacinas em temperaturas diferentes do
recomendado (entre +2ºC e +8ºC) devem ser
notificadas conforme fluxo estabelecido.
É essencial que exista um Procedimento
Operacional Padrão (POP) com as orientações
sobre a conduta a ser tomada no caso de uma
excursão de temperatura de conhecimento de
toda a equipe de saúde da unidade.

// Rede de Frio
// Segurança
do Paciente
Desde o relatório “Errar é humano”, publicado em
1998, a questão da segurança do paciente, ou melhor,
da insegurança ganhou destaque no mundo em que
os danos aconteciam rotineiramente nos serviços de
saúde.

Diante deste cenário, em 2002, durante a


55ª Assembleia Mundial de Saúde, a OMS

2002 publicou a Resolução WHA 55.


“Qualidade da atenção: segurança do
paciente”, como um alerta sobre a
importância do tema nos serviços de
saúde.

A partir daí, seguiu-se a implantação de instituições


voltadas para o tema em vários países, tais como a
National Pacient Safety (NPS), no Reino Unido, a Danish
Society for Pacient Safety, na Dinamarca, a Australian
Patient Safety Agency, na Austrália e a Agency for
Healthcare Research and Quality (AHRQ), nos EUA.

Em 2004, durante a 57ª Assembleia


Mundial da Saúde, a OMS lançou a Aliança
Mundial para a Segurança do Paciente, com
o objetivo principal de coordenar os 2004
programas de segurança do paciente nos
países membros, fomentando ações para
promover a segurança do paciente nos
países signatários.

// Segurança do Paciente.
No Brasil, o Ministério da Saúde
publicou em 1º de abril de 2013 a
Portaria nº 529, que institui o
Programa Nacional de Segurança do
Paciente e tem por objetivo geral
contribuir para a qualificação do
cuidado em saúde em todos os
estabelecimentos de saúde do
território nacional. A ANVISA, em 25
de julho do mesmo ano, publicou a
Resolução - RDC Nº 36, que institui
ações para a segurança do paciente
em serviços de saúde e tem por
objetivo instituir ações para a
promoção da segurança do paciente e
a melhoria da qualidade nos serviços
de saúde sejam eles públicos,
privados, filantrópicos, civis ou
militares, incluindo aqueles que
exercem ações de ensino e pesquisa.

// Segurança do Paciente
É de fundamental importância que o quadro
profissional da sala de vacinação esteja
atento para prática de vacinação segura
estabelecendo metas seguras para garantir
as melhores práticas durante todo o
atendimento.
Essas são as práticas de padrão global que
garantem a segurança dos pacientes que
eliminam ou reduzem sua exposição a
riscos.

Existem metas
estabelecidas pela OMS sobre
segurança do paciente que
foram adaptadas para
vacinação. Veja a seguir:

// Segurança do Paciente.
Higienizar as mãos para
evitar infecções
A higiene das mãos deve ser realizada antes e depois
de:
▪ Administração de cada vacina ou soro;
▪ Manuseio dos materiais, das vacinas e dos soros;
▪ Qualquer atividade executada na sala de
vacinação.

Identificação correta
O primeiro passo para a segurança do usuário é
sua identificação. Todos os usuários devem ser
identificados com, no mínimo, nome completo e
nome da mãe.
A identificação correta visa evitar aplicação
indevida de medicação ou de procedimentos
médicos.
A prescrição ou a administração de
medicamentos de forma equivocada pode gerar
complicações graves.

// Segurança do Paciente.
Comunicação efetiva
A comunicação é um dos pilares importantes.
Garante que as informações sejam transmitidas
de forma objetiva, completa e clara.
Além disso, deve-se certificar que nenhum dado
será perdido. Sempre, após explicar a vacina que
será realizada, pergunte se seu interlocutor
entendeu.
Mostre-se disposto a responder perguntas e
explicar novamente, se necessário. Assim,usuário
e equipe estarão em harmonia, em um cenário
de atendimento humanizado.

Conservação da vacina
corretamente
A maioria das vacinas requer temperaturas de
armazenamento entre +2°C a +8°C para manter a
qualidade e eficácia do produto. O manuseio
inadequado, um equipamento com defeito ou a
falta de energia elétrica, interrompem o processo
de refrigeração, comprometendo a potência
inicial dos imunobiológicos.

// Segurança do Paciente.
Segurança de medicamentos
(vacina)
• Além de garantir a identificação correta dos
usuários e buscar uma comunicação
efetiva, deve-se prevenir erros na
administração das vacinas.

Garantir segurança na
administração do
Imunobiológicos (vacina)
A vacina, de acordo com sua apresentação, deve
ser preparada e administrada na forma correta,
deixando o usuário seguro do procedimento que
será realizado.

// Segurança do Paciente.
As 14 certezas para uma
prática segura de
vacinação

Para execução de uma de vacinação segura, com


boas práticas e prevenção de danos, deve-se seguir
os passos seguintes com o objetivo de conferir e
validar o processo de preparo e administração de
imunobiológicos. Deve-se conferir e/ou perguntar:

01 Profissional certo
Equipe treinada e capacitada para os
procedimentos de manuseio,conservação,
preparo e administração, registro e descarte
dos resíduos resultantes das ações de
vacinação.

// Segurança do Paciente.
02 Pessoa certa
Confirmar os dados de identificação
com o objetivo de se evitar a
administração da vacina na pessoa
errada e indicar a vacina de acordo
com os calendários de vacinação para
cada grupo populacional, ou seja, para
a criança, adolescente, adulto, idoso e
gestante.

03 Triagem certa
É o processo de escolha, seleção ou
classificação ao qual os usuários são
submetidos a fim de determinar
aqueles que possuem prioridade no
atendimento e verificar se existe
alguma contraindicação ou precaução
para proceder a vacinação. A triagem
contribui com a organização do fluxo e
a otimização do tempo e dos recursos
utilizados.

// Segurança do Paciente.
04 Momento certo
Analisar cuidadosamente a carteira de
vacinação para ter certeza de que é o
momento correto para administrar
determinada vacina.

05 Higienização das
mãos
É um dos procedimentos mais
importantes que antecedem a
atividade de vacinação. Quando tal
procedimento é rigorosamente
obedecido, previne-se a contaminação
no manuseio, no preparo e na
administração dos imunobiológicos. A
higiene das mãos é realizada antes e
depois de: manusear e administrar os
materiais, as vacinas, os soros e as
imunoglobulinas; e executar qualquer
atividade na sala de vacinação.

// Segurança do Paciente.
06 Vacina certa
Conferir, ao menos em três momentos
distintos do processo de vacinação, qual
vacina deve ser preparada para
administração (verificar o nome,
laboratório e validade da vacina no
rótulo). A vacina deverá estar armazenada
e conservada adequadamente, conforme
recomendação do fabricante, para que
seja mantida a qualidade e eficácia do
produto. Sempre mostrar o frasco da
vacina de modo que o usuário e/ou
responsável veja qual vacina será
administrada. Observar também o
aspecto da vacina.

// Segurança do Paciente
07 Validade certa da vacina
que será administrada
(conferir se a validade está no prazo para uso)

Validade é o período de tempo em que


se tem plena segurança para o uso do
produto. O prazo de validade, ou data
do vencimento, do produto é
fundamentado em estudo de
estabilidade que estabelece o tempo
de vida.

08 Insumo certo
Para a via e local da administração
(utilizar agulha e seringa certas de
acordo com o indicado para cada
imunobiológico).

// Segurança do Paciente.
09 Dose certa
Administrar a dose correta, conforme o
volume recomendado para cada
imunobiológico e indivíduo que será
vacinado (0,25 mL ou 0,5 mL ou 1,0
mL). O cuidado deve ser redobrado
quando a apresentação da vacina for
multidose.

10 Local de
administração certo
Conforme vacina e via indicada (região
deltóide, vasto lateral da coxa, etc).

11 Via de administração
certa
Conforme indicação da vacina
(intramuscular, subcutânea...),
respeitando o ângulo certo, conforme
via indicada e a agulha que será
utilizada para a administração da
vacina (15°, 45° ou 90°).

// Segurança do Paciente.
12 Tempo certo
Atender o usuário de forma que se
consiga realizar todos os procedimentos
com segurança e dar todas as
orientações a ele quanto à vacina, aos
eventos esperados para cada vacina que
será administrada e à data de retorno
para as próximas doses.

13 Registro certo
Registrar adequadamente a vacina
administrada na caderneta de vacinação
do usuário, no cartão espelho e no
sistema oficial para registro de doses. Os
registros de doses aplicadas gerados nas
salas de vacinas seguem o fluxo em
ordem ascendente, ou seja, desde a sala
de vacina (pública ou privada) ao nível
nacional, permitindo conhecer,
monitorar e avaliar a situação em todas
as instâncias gestoras. É de fundamental
importância que o nível local registre
corretamente o dado. É de suma
importância também anotar na
caderneta de vacinação do usuário a
data de retorno para as próximas doses.

// Segurança do Paciente.
14 Descarte correto
O descarte e a separação dos resíduos
devem ser realizados no local de sua
origem, ou seja, na própria sala de
vacinação, esses
procedimentos apresentam as
seguintes vantagens: evitam acidentes
na manipulação das seringas e agulhas
utilizadas; permitem o tratamento
específico e de acordo com as
necessidades de cada categoria;
impedem a contaminação do resíduo
como um todo; permitem que as
medidas de segurança sejam adotadas
ainda na sala de vacinação; e facilitam
a ação em caso de acidentes ou de
emergência.

// Segurança do Paciente
// Habilidades de
Comunicação e
Competências
Culturais
O QUE É
HABILIDADE DE
COMUNICAÇÃO?

Você já pensou que, em nosso trabalho,


empregamos de 85% a 90% de nosso tempo nos
comunicando? A partir dessa reflexão, seguem
alguns questionamentos:
•O que é uma boa comunicação?
•Do que precisamos para nos comunicar melhor?
•Quais aspectos da minha forma de me
comunicar podem ser transformados para
melhorar meu contato com o usuário?

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
COMUNICAÇÃO
Comunicação é uma palavra derivada do termo latino
communicare, que significa "partilhar, participar algo,
tornar comum" .
Ação ou efeito de comunicar, de transmitir ou de
receber ideias, conhecimento, mensagens, buscando
compartilhar informações.
Habilidade ou capacidade de estabelecer um diálogo.
A comunicação pode ser verbal ou não verbal .

Comunicação verbal:
Toda linguagem falada ou escrita, ou seja, toda
mensagem transmitida através de palavras.

Comunicação não verbal:


Mensagens através de gestos, expressões faciais e
movimentos corporais.

O desafio no desenvolvimento de habilidades de


comunicação consiste na capacidade de sermos mais
assertivos em nossas intenções terapêuticas. Para isto,
o primeiro passo é substituir a tradicional relação
distanciada: profissional de saúde-usuário, pelo
acolhimento deste, sua família e comunidade de forma
menos hierárquica.

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
Dessa forma, tornando a relação mais humanizada
e horizontal por meio de falas, perguntas, posturas e
gestos capazes de gerar empatia e acolhimento,
minimizando possíveis relações de poder entre a
equipe de saúde e o usuário. Deste modo, os
usuários transformam-se em sujeitos de seu
cuidado em saúde.

A empatia é a capacidade do ser


humano de se colocar no lugar do
outro sem julgamentos e entrar em
sintonia com os sentimentos,
pensamentos, opiniões, atitudes,
escolhas e as formas pelas quais este
passa pelas circunstâncias da vida.

É um sentimento geralmente vivido


em mão dupla. Não se trata de estar
sempre sorrindo, com simpatia, mas,
sobretudo, de estar junto com o
outro, compartilhando o momento
vivido.

A empatia é uma habilidade que se


desenvolve ao longo da vida.

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
As habilidades de comunicação verbais e não verbais
são também chamadas de tecnologias leves e estão
em contraste com as tecnologias chamadas duras, tais
como, os equipamentos especializados de última
geração, presentes em hospitais e laboratórios.

Essa tecnologia leve de cuidado é fundamental


para os profissionais de saúde melhorando a
qualidade do atendimento e sua resolutividade
através do aumento da capacidade em:

▪ realizar diagnóstico precoce visando à prevenção de


agravos;
▪ reconhecer situações socioambientais que
comprometam a saúde ;
▪ estabelecer vínculo visando à transformação;
▪ sensibilizar usuários e a comunidade;
▪ motivar para adesão aos cuidados à saúde;
▪ educar a comunidade fortalecendo o seu
empoderamento, para a construção ativa e
participativa do SUS.

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
São ações importantes de habilidades de
comunicação:
▪cumprimentar a pessoa pelo nome;
▪acolher o paciente com respeito e cordialidade;
▪escutar atentamente em todas as dimensões
(verbais e não verbais);
▪não interromper o paciente ;
▪fazer contato visual ;
▪detectar e responder às situações emocionais ;
▪considerar fatores psicossociais;
▪coletar dados ;
▪fornecer informações ;
▪evitar o “jargão técnico” ;
▪utilizar corretamente o encorajamento e a
motivação.

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
São ações importantes a evitar:
▪saudar friamente o paciente ou não o saudar ;
▪não escutar o paciente;
▪pressupor que já sabe o que o paciente dirá;
▪condutas de antagonismo, culpabilização, juízos
de valor e asseguramentos prematuros;
▪introduzir conselhos e informações
precocemente;
▪não respeitar as diferenças culturais.

// Rede de Frio
// Competências
Culturais
O QUE É
COMPETÊNCIA
CULTURAL?

Competência Cultural é a combinação de


conhecimentos, atitudes e habilidades
necessárias para realizar um cuidado
efetivo, compreensivo e respeitoso, de
maneira compatível com as crenças e
práticas culturais de saúde do usuário e
no idioma de sua preferência.

// Competências Culturais
Por estar intimamente ligada à comunidade, a
competência cultural é uma das características da
atenção básica (AB) e engloba outras
competências como:

▪ Adscrição do território;
▪Descentralização de políticas públicas ;
▪Planejamento de saúde baseado em diagnósticos
locais e regionais;
▪Conhecimento da diversidade humana existente no
território: suas origens e a história local ;
▪Dados demográficos ;
▪Identificação de padrões no comportamento das
condições de saúde de subgrupos ;
▪Compreensão das heterogeneidades e características
gerais dentro de um determinado grupo populacional.

Utilizando as técnicas de habilidades de comunicação,


entendendo que a ação dos profissionais de saúde
precisa basear-se nas crenças e práticas culturais de
saúde de cada usuário, existem “Ferramentas” em
competências culturais que nos auxiliam no cuidado.
São elas:
▪Admitir que todo encontro terapêutico é intercultural
e que não há ciência neutra culturalmente;
▪Identificar identidades étnicas sem estereotipar ;
▪Ter uma postura respeitosa, interessada e empática ;
▪Tentar compreender como as pessoas se identificam
culturalmente;

// Competências Culturais
• Procurar conhecer os outros recursos terapêuticos
comumente mobilizados por essa população;
• Reconstruir a narrativa da doença;
• Perceber a influência da cultura nas relações
interpessoais;
• Considerar estresses psicossociais que podem
estar associados;
• Revisar a literatura, se disponível, a respeito das
pessoas envolvidas no cuidado;
• Estudar a língua e dialetos locais;
• Identificar e criar alianças com pessoas
importantes na comunidade.

Os fenômenos relacionados à saúde e


à doença só podem ser
compreendidos dentro de um
contexto histórico e social que
extrapole a concepção biomédica de
causa e efeito.

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
Quando compreendemos que o território é dinâmico em
seus determinantes sociais e condições de saúde,
percebemos que a Competência cultural é um processo
continuado, multiprofissional e intersetorial.

Competência Cultural Continuada

Destrutividade Cultural
Assimilação forçada, subjugação, direitos e privilégios apenas
para grupos dominantes.

Incapacidade Cultural
Racismo, estereótipos mantidos, práticas de contratação injustas.

Cegueira Cultural
Diferenças ignoradas, “tratar todos iguais”, atender apenas às
necessidades dos grupos dominantes.

Pré-Competência Cultural
Explora as questões culturais, são comprometidos, avalia as
necessidades de organização e indivíduos.

Competência Cultural
Reconhece as diferenças individuais e culturais, busca conselhos
de diversos grupos, contrata pessoal culturalmente imparcial.

Proficiência Cultural
Implementa mudanças para melhorar os serviços com base nas
necessidades culturais.

// Habilidades de Comunicação e
Competências Culturais
// Considerações
Finais
Chegamos ao final desta aula. É
importante destacar os seguintes
pontos abordados:
Uma ação de imunização capaz de abranger
214.427.380 habitantes, 238 etnias indígenas, 750.000
estrangeiros, necessita de ferramentas de habilidade
de comunicação e competências culturais. De modo
que:
▪ Utilize os conhecimentos das equipes de saúde da
família no cuidado centrado na pessoa, sua família e
comunidade;
▪ Valorize o conhecimento específico de cada
profissional de saúde;
▪ Otimize as ações de saúde através da mobilização
intersetorial e interdisciplinar;
▪ Não seja reduzida a uma discussão sobre crenças.

Os procedimentos básicos na sala de vacinas, incluindo


o provimento de insumos, impressos, registros e
cuidados com a ambiência são necessários para o
efetivo trabalho de vacinação:
▪ Certos na administração de imunobiológicos;

// Considerações Finais
▪ A manutenção das condições ideais recomendadas
da “Rede de Frio” para a conservação dos
imunobiológicos e sua verificação, assim como os
procedimentos de higiene das mãos são essenciais
para a garantia da vacinação efetiva e da sua
qualidade ;
▪ Quanto à efetiva segurança do profissional e do
usuário, conhecer metas de segurança
recomendadas, utilizar as habilidades de
comunicação e competência cultural são recursos
imprescindíveis para o cuidado;
▪ Conhecer as metas de segurança ;
▪ Orientar e prestar assistência aos usuários, com
segurança, responsabilidade e respeito ;
▪ Identificar e dar assistência adequada na ocorrência
de Eventos Adversos Pós- Vacinação ;
▪ Descarte adequado dos resíduos produzidos na sala
de vacina.
Esperamos que o conhecimento adquirido o auxilie
nas boas práticas de cuidado com o paciente no seu
dia a dia.

Até a
próxima!

// Considerações Finais
//

BAHIA. Secretaria de Estado da Saúde.


referências

Manual de normas de vacinação. Salvador:


Secretaria de Estado da Saúde, 1999.
BAHIA. Secretaria de Estado da Saúde.
Manual de normas e procedimentos técnicos
para a vigilância epidemiológica. 4. ed.
Salvador: Secretaria de Estado da Saúde,
1991.
Berlin EA, Fowkes WC Jr. A teaching
framework for cross-cultural health care.
Application in family practice. West J Med.
1983;139(6):934-8.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de
Normas e Procedimentos para Vacinação.
Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância em Doenças
Transmissíveis, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Curso de
atualização para o trabalhador da sala de
vacinação. 3.ed. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância em
Doenças Transmissíveis. 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529,
de 1º de abril de 2013. Institui o Programa
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).
Brasília, 2013a.

// Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo para
// a prática de higiene das mãos em serviços de
saúde. In: BRASIL. Ministério da Saúde.
Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013.
Brasília, 2013b. Anexo 1.
referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de


Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização. Acolhimento nas
práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília,
2006.
BRASIL. Lei nº 6.259, de 30 de outubro de
1975. Dispõe sobre a organização das ações
de vigilância epidemiológica, sobre o
Programa Nacional de Imunizações,
estabelece normas relativas à notificação
compulsória de doenças e dá outras
providências [acesso em: 13 maio
2021]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l62
59.htm.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº
1.498, de 19 de julho de 2013. Redefine o
Calendário Nacional de Vacinação, o
Calendário Nacional de Vacinação dos Povos
Indígenas e as Campanhas Nacionais de
Vacinação, no âmbito do Programa Nacional
de Imunizações (PNI), em todo o território
nacional. [acesso em: 13 maio 2021].
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g
m/2013/prt1498_19_07_2013.html.

// Referências
//
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº
264, de 17 de fevereiro de 2020. que altera
a Portaria de Consolidação nº 4/GM/MS, de
referências

28 de setembro de 2017, para incluir a


doença de Chagas crônica, na Lista Nacional
de Notificação Compulsória de doenças,
agravos e eventos de saúde pública nos
serviços de saúde públicos e privados em
todo o território nacional. [acesso em: 25
maio 2021].Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2020/prt0264_19_02_2020.html#:~:tex
t=1%C2%BA%20Esta%20Portaria%20inclui
%2C%20na,esporotricose%20humana%20e
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// Referências
// Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
Vigilância em Saúde. Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual
de Rede de Frio do Programa Nacional de
referências

Imunizações / Ministério da Saúde, Secretaria


de Vigilância em Saúde, Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis. – 5. ed.
– Brasília : Ministério da Saúde, 2017. [acesso
em: 25 maio 2021].Disponível em:
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/
pdf/2017/dezembro/15/rede_frio_2017_web
_VF.pdf.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº
2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a
Política Nacional de Atenção Básica,
estabelecendo a revisão de diretrizes e
normas para a organização da Atenção Básica,
para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o
Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(Pacs). [acesso em: 13 maio 2021]. Disponível
em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g
m/2011/prt2488_21_10_2011.html
BRASIL. Sociedade Brasileira de Imunizações.
Guia de boas práticas de IMUNIZAÇÃO EM
ÁREAS REMOTAS DE DIFÍCIL ACESSO.
Sociedade Brasileira de Imunizações. 2017.
Ceron, M.Habilidades de comunicação:
abordagem centrada na pessoa.
Especialização em Saúde da Família, Unifesp.
2010.

// Referências
//
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(IBGE). População do Brasil 2021 atualizada.
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referências

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Rio de Janeiro. Secretaria de Estado da Saúde.
Guia Prático de Normas e Procedimentos de
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Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária
e Vigilância em Saúde. Rio de Janeiro. 2016.
Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre
necessidades de saúde, serviços e tecnologia.
Brasília: UNESCO. 2002, Competência
cultural na APS.
Targa LV. Mobilizando coletivos e construindo
competências culturais no cuidado à saúde:
estudo antropológico da política brasileira de
Atenção Primária à Saúde [dissertação). Porto
Alegre: UFRGS; 2010.

// Referências
Créditos das imagens

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// Créditos

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