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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 06 – A BÍBLIA COMO UM GUIA PARA A VIDA - 1º TRIM/2022


(Sl 119.97-105)
INTRODUÇÃO
A Bíblia não é apenas um livro religioso que nos ensina como podemos obter a salvação, e como chegar ao céu. Ela
também é um guia para a nossa vida diária e nos instrui a viver nesse mundo, de forma que venhamos agradar a Deus. Veremos
nesta lição que a Bíblia é uma fonte de sabedoria; que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria; que a Bíblia é um guia
par ao viver diário do cristão; que ela também é um guia para a família; e, finalmente, veremos qual deve ser a nossa atitude
ante a Palavra de Deus.
I – A BÍBLIA: UMA FONTE DE SABEDORIA
O termo grego para sabedoria é “sophia” e significa: “habilidade nas questões da vida”, “sabedoria prática”,
“administração sábia e sensata” ou “uso correto do conhecimento” (Lc 21.15; At 6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5). A sabedoria é
a capacidade espiritual de ver e avaliar nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e
praticar as coisas certas de conformidade com a Palavra de Deus e na direção do Espírito Santo (STAMPS, 1995, p. 1926).
Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual (CHAMPLIN, 2004,
p. 7). A Bíblia diz que a sabedoria é: a) um atributo divino (1Rs 3.28; Dn 2.20; Sl 104.24; Rm 11.33); b) uma dádiva de Deus
(Dt 34.9; Ed 7.25; Pv 2.6,7); c) o temor do Senhor (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 9.10); d) é dada por Deus (Sl 19.7; 119.98; Pv
8.33; Cl 3.16); e) somos exortados a buscá-la (Pv 4.5,7; 23.23; Tg 1.5); e, f) é mais valiosa que pedras preciosas (Pv 8.11;
16.16). Vejamos, ainda, o que a Bíblia nos ensina sobre a sabedoria:
1.1 Precisamos desejar a sabedoria (Tg 1.5,6). O desejo de Deus é que andemos em sabedoria (Cl 1.9,28). O apóstolo Tiago
ensina que a única maneira de alcançá-la é pedindo a Ele (Tg 1.5). Por isso, sempre que precisarmos de sabedoria devemos
recorrer a Ele, que é a fonte de toda sabedoria (Dn 2.20; Rm 11.33; Tg 1.17). É interessante observar que o termo grego para
pedir neste texto é “aiteõ” e tem o sentido de “implorar”, “desejar ardentemente”, ou seja, devemos recorrer a Deus pedindo-
lhe sabedoria, tendo ardente desejo no coração, pois, ela é concedida a pessoas que reconhecem o seu valor e a buscam com
diligência (Pv 4.5-7; 8.17).
1.2 Precisamos pedir a sabedoria (2Cr 1.10; 1Rs 3.8). O apóstolo Tiago ensina ainda que Deus tem prazer em dar sabedoria
(Tg 1.5). Ele diz que Deus dá liberalmente, ou seja, sem limites ou reservas. Vejamos outros textos que nos mostra claramente
que Deus tem prazer de dar sabedoria àqueles que buscam (Êx 28.3; 31.3,6; 35.31; Dt 34.9; I Rs 3.28; 5.12; Ed 7.25; Pv 2.6).
“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com
ele todas as coisas?” (Rm 8.32).
1.3 Precisamos procurar a sabedoria (Pv 2:4-5). O maior exemplo bíblico pela busca da sabedoria é o do rei Salomão, que
diante da grande responsabilidade de reinar sobre todo o povo de Israel, não hesitou em pedir um coração sábio e entendido
(1Rs 3.7-9). O Senhor, então, lhe deu sabedoria, mais do que a todos os homens (1Rs 3.10-14; 4.29,30,34; 10.24; 1Cr 1.10-
12). E, mesmo quando o rei pecou, Deus não lançou-lhe em rosto a sabedoria que lhe havia dado (1Rs 11.1-13). O verdadeiro
tesouro não está exposto e não é tão fácil de se conseguir. Ele está escondido esperando para ser descoberto (Pv 2.6).
II – O TEMOR DO SENHOR: O PRICÍPIO DA SABEDORIA
O termo hebraico mais usado para a palavra temer no Antigo Testamento é “yare”, que significa: “temer”,
“reverenciar” ou “respeitar”, e comumente se refere ao temor do Senhor, como em (Pv 1.7) onde o sábio diz que “O temor
do Senhor é o princípio da ciência”. A ideia que temos nas escrituras vem da relação a reverência e veneração a Deus,
reconhecendo a sua grandeza e santidade (Pv 14.2). “Temor a Deus” não é medo que faz fugir de Deus (1 Jo 4.18); é, antes,
respeito (Hb 12.28), amor (Mt 22.37), obediência (Ec. 12.13; At 10.35; 2 Co 7.1) e adoração a ele (Dt 6.13-15). Logo, temer
a Deus significa honrar e respeitar a Sua autoridade e senhorio. Vejamos alguns exemplos:
• Temer ao Senhor significa deleita-se nos seus mandamentos e seguir os seus preceitos (Sl 112.1; 119.63);
• Salomão ensinou que pelo temor do Senhor que os homens se desviam do mal (Pv 8.13; 16.6);
• O dever de todo homem é temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Ec 12.13);
• O temor a Deus é ordenado e inspirado pela santidade divina (Dt 13.4; Sl 22.23; Ap 15.4);
• As parteiras de Faraó, temendo a Deus, não mataram os meninos recém-nascidos (Êx 1.17,21);
• Aqueles que temem a Deus são fiéis aos Seus mandamentos, pois este temor faz com que eles vivam de acordo com
os princípios divinos (Êx 18.21; Dt 6.2);
• O Senhor Deus deveria ser temido por Israel, seu povo (Lv 19.30; 26.2; Js 24.14; I Rs 18.3,12; Jr 26.19);
• Um exemplo inverso: Israel foi destruído pela Assíria porque temia e adorava a outros deuses (Jz 6.10; II Rs 17.7,35).

III - A BÍBLIA: UM GUIA PARA O VIVER DIÁRIO DO CRISTÃO


A palavra de Deus, como “regra de fé e prática” do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a
vida do cristão, independentemente de sua cultura, status, época, etc. (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17). Vejamos, então, na Palavra
de Deus, a atitude cristã neste mundo:
• Não devemos nos conformar com o mundo (Rm 12.2). A expressão “não vos conformeis” tem o sentido de “não
tomar a forma” ou “não ser igual”. Em outras palavras, o apóstolo Paulo estava dizendo: “não queira ser igual ao
mundo”. O cristão deve reconhecer que o presente sistema mundano é mau (At 2.40; Gl 1.4) e que está sob o controle
de Satanás (Jo 12.31; I Jo 5.19).
• Não devemos ser amigos do mundo (Tg 4.4). Ser amigo do mundo significa acatar e aceitar os pecados, valores e
prazeres mundanos. Por isso, Deus não aceita tal amizade (Mt 6.24; I Jo 5.19).
• Devemos vencer o mundo. Todo cristão enfrenta, no seu dia a dia, três grandes inimigos: o diabo (I Pe. 5.8), a carne
(Gl 5.17) e o mundo (I Jo 5.4); que tentam deter sua jornada espiritual e distanciá-lo de Deus.
O Senhor Jesus ao ministrar sobre nosso proceder no famoso sermão do monte (Mt 5. 13-16), utilizou-se de dois
elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz. A ilustração do sal fala do nosso caráter; a luz fala da nossa conduta. Vejamos
algumas lições práticas que podemos extrair desses dois elementos:

• O sal é preservador e age de forma invisível. Ele conserva e preserva; daí ser figura da pureza. Sua cor alva também
fala disso. Ele evita a deterioração. O sal, antes de ser aplicado, é visível, mas ao começar a agir, temperando,
preservando torna-se invisível. O sal, age invisivelmente, mas sua ação é claramente sentida.
• A luz precisa ser alimentada e não se mistura. O tipo de material da lâmpada variava, mas o combustível era um
só: o azeite. O mesmo ocorre ao verdadeiro cristão. Ele depende sempre do óleo do Espírito Santo para difundir a luz
de Cristo e a luz do Evangelho (Mt 25.3,4). Mesmo que ela ilumine lixo, sujeira, lamaçal, etc, ela não se contamina.
Assim deve ser o crente: viver neste mundo tenebroso a difundir a luz de Cristo, sem se contaminar com o pecado e
as obras infrutuosas das trevas (Mt 5.16; Fp. 2.15).

IV – A BÍBLIA: UM GUIA PARA A FAMÍLIA


A Bíblia também é um guia para a família. Nela encontramos os preceitos e mandamentos divinos para todos os
membros da família: cônjuges, filhos e pais. E em dias em que o respeito aos padrões familiares estão se esfacelando na
sociedade, a Igreja deve manter o padrão Bíblico de conduta para a vida em família como veremos a seguir:
4.1 Os deveres do esposo. Amar a esposa (Ef 5.25-30; Cl 3.19); governar bem a sua casa (1Tm 3.4,12); trabalhar para prover
o sustento familiar (Gn 3.19; 1Ts 4.11,12; 1Tm 5.8); e ser o sacerdote do lar (Gn 18.19; Jó 1.5).

4.2 Os deveres da esposa. Ser submissa ao marido (Ef 5.22-24; Cl 3.18); atender as necessidades do lar, tais como:
alimentação (Pv 31.21-22); vestuário (Pv 31.21-22); quando necessário, ajudar nas despesas financeiras (Pv 31.16-18,24); e
ensinar as mulheres mais novas a desempenharem seu papel de esposa e mãe (Tt 2.3-5).
4.3 Os deveres dos pais: Educar os filhos, conforme o modelo bíblico (Pv 13.24; 19.18; 22.6,15; 23.13,14; 29.15,17); ensinar,
desde cedo aos filhos a temerem e amarem ao Senhor (Dt 6.1-9); conduzir os filhos a Deus (Jó 1.5; Js 24.15; At 16.30-34; Ef
6.4); e ser exemplo para os filhos (Pv 22.6).
4.4 Os deveres dos filhos: Ser obediente aos pais (Ef 6.1; Cl 3.20); honrar aos pais (Êx 20.12; Dt 5. 16; 27.15); e ajudar aos
pais nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; I Sm 17.15).

V – A NOSSA ATITUDE ANTE A PALAVRA DE DEUS


“A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos proceder quanto a palavra de Deus: Devemos ansiar
por ouvi-la (1.10; Jr 7.1,2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). Devemos louvar, no Senhor, a palavra de Deus (Sl
56.4,10), amá-la (Sl 119.47,113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47). Devemos aceitar o que a palavra de Deus diz
(Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13), ocultá-la nas profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar a nossa
esperança em suas promessas (Sl 119.74,81,114; 130.5). Acima de tudo, devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-
24) e viver de acordo com seus ditames (Sl 119.9). Deus conclama os que ministram a palavra (1Tm 5.17) a manejá-la corretamente
(2Tm 2.15), e a pregá-la fielmente (2Tm 4.2). Todos os crentes são convocados a proclamarem a palavra de Deus por onde quer que
forem (At 8.4)” (STAMPS, 1995, p. 1061).

CONCLUSÃO
Que possamos, então, compreender que para se ter uma vida plena, precisamos viver de acordo com os padrões das
Escrituras. A Bíblia possui em sua plenitude o real proposito para nossa existência, sendo assim nos serve muito mais do que
um mero manual, na realidade é como uma bussola, para onde podemos ter a convicção de chegada. Ela possui o padrão do
Criador para nossa vida. Sendo assim, vivamos de acordo com ela.
REFERÊNCIAS
• Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• OLSON, N. Laurence. O Lar Ideal. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD.

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