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DT-11

CARACTERÍSTICAS E
ESPECIFICAÇÕES DE
TRANSFORMADORES DE
DISTRIBUIÇÃO E FORÇA
Informações Técnicas DT -11

Forneciment o Cia. Mineradora Zaldivar – Chile


Transformador 40/50/60 MVA – Classe 242 kV

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PREFÁCIO

O curso em questão refere-se a transformadores trifásicos, imersos em líquido


isolante, previstos para instalação interna ou externa, com classes de tensão até
245kV, em freqüência de 60Hz ou 50Hz. Também são abordados aspectos
específicos relacionados a transformadores a seco, encapsulados em resina epóxi,
classe de tensão até 24,2kV.

Este trabalho destina-se a dar subsídios e esclarecimentos necessários para uma


boa especificação de transformadores. Aliás, uma correta seleção implica
diretamente na redução do custo do equipamento e nos prazos de recebimento e
instalação.

Os transformadores WEG são projetados e construídos segundo normas da


Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em suas últimas edições, assim
como normas internacionais, sempre que especificado.

Recomendamos, para aqueles que desejarem se aprofundar no estudo de


transformadores, que tenham a disposição as seguintes normas:

- NBR 5356 - Transformador de Potência: Especificação


- NBR 5440 - Transformadores para Redes Aéreas de Distribuição: Padronização
- NBR 5380 - Transformador de Potência: Método de Ensaio
- NBR 5416 - Aplicação de Cargas em Transformadores de Potência: Procedimento
- NBR 5458 - Transformador de Potência: Terminologia
- NBR 10295 - Transformadores de Potência Secos
- IEC 76 – Transformador de Puissance

É muito importante, também, que o interessado tenha em mãos as publicações


específicas para transformadores, emitidas pela concessionária de energia da região
onde será instalado o equipamento.

WEG INDÚSTRIAS S.A. - Transformadores

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ÍNDICE

HISTÓRICO ..............................................................................................................13

1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS ................................................................................15


1.1. TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES...............................................15
1.2. TIPOS DE TRANSFORMADORES ................................................................... 17
1.2.1. Divisão dos Transformadores quanto à Finalidade ........................................17
1.2.2. Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos ...............................17
1.2.3. Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos .......................17
1.3. COMO FUNCIONA O TRANSFORMADOR ......................................................18
1.4. SISTEMAS ELÉTRICOS ................................................................................... 21
1.4.1. Sistemas de Corrente Alternada Monofásica .................................................21
1.4.1.1. Generalidades..............................................................................................21
1.4.1.2. Tipos de ligação...........................................................................................21
1.4.2. Sistemas de Corrente Alternada Trifásica ......................................................22
1.4.2.1. Tipos de ligação...........................................................................................23
1.4.2.2. Autotransformador........................................................................................29
1.5.1. Potência Ativa ou Útil ..................................................................................... 30
1.5.2. Potência Reativa ............................................................................................ 31
1.5.3. Potência Aparente .......................................................................................... 31

2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES E NORMALIZAÇÃO...........................................35


2.1. POTÊNCIA NOMINAL.......................................................................................35
2.1.1. Transformadores Trifásicos ............................................................................35
2.1.2. Transformadores Monofásicos .......................................................................35
2.1.3. Potências Nominais Normalizadas .................................................................35
2.2. TENSÕES .........................................................................................................36
2.2.1. Definições.......................................................................................................36
2.2.2. Escolha da Tensão Nominal...........................................................................37
2.2.2.1. Transformadores de distribuição .................................................................37
2.2.2.2. Transformador de distribuição a ser instalado no domínio de uma
concessionária............................................................................................ 39
2.2.2.3. Transformador para uso industrial...............................................................39

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2.3. DERIVAÇÕES ................................................................................................... 40


2.3.1. Definições.......................................................................................................41
2.4. CORRENTES .................................................................................................... 43
2.4.1. Corrente Nominal ........................................................................................... 43
2.4.2. Corrente de Excitação .................................................................................... 43
2.4.3. Corrente de Curto-Circuito .............................................................................44
2.4.3.1. Corrente de curto-circuito permanente.........................................................44
2.4.3.2. Corrente de curto-circuito de pico................................................................45
2.4.4. Corrente de Partida ou Inrush ........................................................................45
2.5. FREQÜÊNCIA NOMINAL..................................................................................46
2.6. NÍVEL DE ISOLAMENTO..................................................................................46
2.7. DESLOCAMENTO ANGULAR ..........................................................................47
2.8. IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS.................................................................. 51

3. CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO ...........................................................55


3.1. PERDAS............................................................................................................55
3.1.1. Perdas no Material dos Enrolamentos (Perdas em Carga ou no Cobre)........55
3.1.2. Perdas no Ferro do Núcleo Magnético (Perdas em Vazio) ............................ 55
3.2. RENDIMENTO .................................................................................................. 59
3.3. REGULAÇÃO .................................................................................................... 60
3.4. CAPACIDADE DE SOBRECARGA ................................................................... 61

4. CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO.............................................................68
4.1. OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS E ESPECIAIS DE
FUNCIONAMENTO. .........................................................................................68
4.2. CONDIÇÕES NORMAIS DE TRANSPORTE E INSTALAÇÃO.........................69
4.3. OPERAÇÃO EM PARALELO ............................................................................71
4.3.1. Diagramas Vetoriais com mesmo Deslocamento Angular..............................71
4.3.2. Relações de Transformação Idênticas inclusive Derivações.......................... 71
4.3.3. Impedância .....................................................................................................72
4.4. OPERAÇÃO EM PARALELO ............................................................................75

5. SELEÇÃO DOS TRANSFORMADORES ............................................................77


5.1. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR ............................ 77
5.2. FATOR DE DEMANDA (D) ...............................................................................77

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5.2.1. Determinação da Demanda Máxima de um Grupo de Motores ..................... 78


5.2.2. Determinação da Demanda Máxima da Instalação ........................................81
5.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DAS TABELAS........................................81
5.4. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES COM BASE NO
VALOR OBTIDO NA DEMANDA ......................................................................82
5.4.1. Eventuais Aumentos da Potência Instalada ................................................... 88
5.4.2. Conveniência da Subdivisão em mais Unidades............................................88
5.4.3. Potência Nominal Normalizada ......................................................................89
5.5. DADOS NECESSÁRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DO TRANSFORMADOR ... 90

6. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ..............................................................91


6.1. PARTE ATIVA ................................................................................................... 91
6.1.1. Núcleo ............................................................................................................93
6.1.2. Enrolamento ................................................................................................... 94
6.1.3. Dispositivos de Prensagem, Calços e Isolamento..........................................97
6.1.4. Comutador de Derivações..............................................................................97
6.1.4.1. Tipo painel....................................................................................................97
6.1.4.2. Comutador acionado à vazio........................................................................98
6.1.4.3. Comutador sob carga..................................................................................100
6.2. BUCHAS .........................................................................................................102
6.3. TANQUE .........................................................................................................106
6.3.1. Selados ........................................................................................................107
6.3.2. Com Conservador de Óleo ...........................................................................108
6.3.3. Transformadores Flangeados ......................................................................108
6.4. RADIADORES.................................................................................................109
6.5. TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA ................................................... 110
6.6. LÍQUIDO DE ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO................................................110
6.7. PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA ........................................114
6.8. ACESSÓRIOS.................................................................................................118
6.8.1. Indicador de Nível do Óleo ...........................................................................120
6.8.2. Termômetros ................................................................................................120
6.8.3. Termômetro do Enrolamento com Imagem Térmica .................................... 122
6.8.4. Controladores Microprocessados de Temperatura.......................................124

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6.8.5. Válvula de Alívio de Pressão (VAP) ............................................................. 125


6.8.6. Relê Detetor de Gás Tipo Buchholz ............................................................. 126
6.8.7. Secador de Ar de Sílica Gel .........................................................................127
6.8.8. Relê de Pressão Súbita ................................................................................129
6.8.9. Tubo de Explosão.........................................................................................130
6.8.10. Manômetro e Vacuômetro ..........................................................................130
6.8.11. Relê de Tensão .......................................................................................... 131
6.8.12. Paralelismo de Transformadores com Comutadores em Carga.................131
6.8.13. Sistema de Ventilação Forçada.................................................................. 131
6.8.14. Sistema de Óleo Forçado ...........................................................................132
6.8.14.1. Sistema OFWF ........................................................................................133
6.8.14.2. Sistema OFAF com trocador de calor óleo-ar (aerotermo)...................... 134
6.8.14.3. Sistema ONAN/OFAN/ONAF/OFAF........................................................134

7. TRANSFORMADORES A SECO.......................................................................136

7.1. HISTÓRIA DO TRANSFORMADOR ...............................................................136


7.1.1. Retrospecto .................................................................................................. 136
7.1.2. A Situação Hoje............................................................................................ 139

7.2. TRANSFORMADORES ENCAPSULADOS WEG...........................................139

7.3. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS ..........................................................140


7.3.1. Núcleo e Ferragens ...................................................................................... 140
7.3.2. Bobinas de Baixa Tensão.............................................................................140
7.3.3. Bobinas de Alta Tensão ...............................................................................141
7.3.4. Acessórios.................................................................................................... 143
7.3.4.1. Comutador de tensão sem carga ..............................................................143
7.3.4.2. Sistema de monitoramento térmico ........................................................... 144
7.3.4.3. Sistema de ventilação forçada................................................................... 144
7.3.4.4. Cubículo de proteção ................................................................................145

7.4. GARANTIA DE QUALIDADE E TESTES ........................................................147

7.5. VANTAGENS ..................................................................................................149


7.5.1. Isentos de Manutenção ................................................................................149

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7.5.2. Fácil Instalação............................................................................................. 149


7.5.2.1 Ambiente de instalação ..............................................................................150
7.5.3. Baixíssimos Níveis de Descargas Parciais................................................... 153
7.5.4. Alta Suportabilidade a Sobretensões ........................................................... 154
7.5.5. Alta Capacidade de Sobrecarga................................................................... 154
7.5.6. Insensíveis ao Meio...................................................................................... 155
7.5.7. Alto Extinguível............................................................................................. 157
7.5.8. Resistente a Curto-Circuito ..........................................................................159
7.5.9. Baixo Nível de Ruído.................................................................................... 160
7.5.10. Assistência Técnica WEG ..........................................................................160
7.5.11. Compatíveis com o Meio Ambiente ............................................................ 161

7.6. APLICAÇÕES .................................................................................................161

7.7. ESPECIFICAÇÕES .........................................................................................162


7.7.1 Normas ..........................................................................................................163
7.7.2. Potências......................................................................................................163
7.7.3. Classes de Tensão.......................................................................................163
7.7.4. Tensão Nominais e Derivações.................................................................... 164
7.7.5. Freqüência e Ligações .................................................................................164
7.7.6. Temperaturas ...............................................................................................164
7.7.7. Perdas, Corrente de Excitação e Impedância ..............................................165
7.7.8. Dimensões ................................................................................................... 165

7.8. NORMA BRASILEIRA PARA ESPECIFICAÇÃO DE SECOS .........................166

8. ENSAIOS ........................................................................................................175
8.1. ENSAIOS DE ROTINA .................................................................................... 175
8.1.1. Relação de Tensões..................................................................................... 176
8.1.2. Polaridade .................................................................................................... 177
8.1.3. Deslocamento Angular e Sequência de Fases .............................................177
8.1.4. Resistência do Isolamento ...........................................................................178
8.1.5. Resistência Elétrica dos Enrolamentos ........................................................181
8.1.6 Tensão aplicada ............................................................................................ 181
8.1.7. Tensão induzida ............................................................................................ 184

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8.1.8. Perdas em Vazio e Corrente de Excitação .................................................... 184


8.1.9 Perdas em Carga .......................................................................................... 185
8.2. ENSAIOS DE TIPO E ESPECIAIS .................................................................186
8.2.1 Descargas Parciais........................................................................................186
8.2.2 Ensaio de Fator de Potência do Isolamento..................................................187
8.2.3 Impulso Atmosférico ...................................................................................... 187
8.2.4 Elevação de Temperatura .............................................................................188
8.3 ENSAIO EM OLEO ISOLANTE ......................................................................189
8.3.1 Tipo de Oleo Mineral Isolante.........................................................................190
8.3.2 Características do Oleo ..................................................................................191
8.3.3 Ensaios Físico-Químicos realizados na WEG ................................................192
9. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO .......................................................................194
9.1. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO ..................................................194
9.1.1. Recebimento ................................................................................................194
9.1.2. Manuseio ......................................................................................................194
9.1.3. Armazenagem ..............................................................................................195
9.1.4. Instalação .....................................................................................................195
9.1.5. Manutenção.................................................................................................. 196
9.1.6. Inspeção Periódica .......................................................................................196
9.1.7. Revisão Completa ........................................................................................197
9.2. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA (FORÇA)..........................................197
9.2.1. Recebimento ................................................................................................197
9.2.2. Descarregamento e Manuseio .....................................................................198
9.2.3. Verificações e Ensaios de Recebimento ...................................................... 198
9.2.4. Armazenamento ........................................................................................... 198
9.2.5. Instalação .....................................................................................................199
9.2.6. Montagem do Transformador .......................................................................199
9.2.7. Cuidados Recomendados durante e após a Montagem...............................200
9.3. ENSAIOS ........................................................................................................201
9.4. ENERGIZAÇÃO ..............................................................................................201
9.5. MANUTENÇÃO ...............................................................................................202

ANEXO I..................................................................................................................206

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FOLHA DE DADOS:TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO.............................206

ANEXO II.................................................................................................................209

FOLHA DE DADOS:TRANSFORMADOR DE FORÇA ..........................................209

ANEXO III................................................................................................................213

FOLHA DE DADOS: TRANSFORMADOR A SECO ..............................................213

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HISTÓRICO

A invenção do transformador de potência, que remonta o fim do século dezenove,


tornou-se possível o desenvolvimento do moderno sistema de alimentação em
corrente alternada, com subestações de potência freqüentemente localizadas a
muitos quilômetros dos centros de consumo (carga). Antes disto, nos primórdios do
suprimento de eletricidade pública, estes eram sistemas de corrente contínua, com a
fonte de geração, por necessidade, localizados próximo do local de consumo.

Indústrias pioneiras no fornecimento de eletricidade foram rápidas em reconhecer os


benefícios de uma ferramenta a qual poderia dispor alta corrente, normalmente
obtida a baixa tensão de saída de um gerador elétrico, e transformá-lo para um
determinado nível de tensão possível de transmiti-la em condutores de dimensões
práticos a consumidores que, naquele tempo, poderiam estar afastados a um
quilômetro ou mais e poderiam fazer isto com uma eficiência e que, para os padrões
da época, era nada menos que fenomenal.

Atualmente, sistemas de transmissão e distribuição de energia são, é claro,


vastamente mais extensos e totalmente dependentes de transformadores os quais,
por si só, são muito mais eficientes que aqueles de um século atrás; dos enormes
transformadores elevadores, transformando, por exemplo, 23,5kV (19.000A) em
400kV, assim reduzindo a corrente a valores práticos de transmissão de 1.200A, ou
então, aos milhares de pequenos transformadores de distribuição, as quais operam
quase continuamente, dia-a-dia, com menor ou maior grau de importância, provendo
suprimento para consumidores industriais ou domésticos.

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1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS

1.1. TRANSFORMADORES E SUAS APLICAÇÕES

A energia elétrica, até chegar ao ponto de consumo, passa pelas seguintes etapas:

a) geração: onde a força hidráulica dos rios ou a força do vapor


superaquecido é convertida em energia nos chamados geradores;

b) transmissão: os pontos de geração normalmente encontram-se longe dos


centros de consumo; torna-se necessário elevar a tensão no ponto de
geração, para que os condutores possam ser de seção reduzida, por
fatores econômicos e mecânicos, e diminuir a tensão próxima do centro
de consumo, por motivos de segurança; o transporte de energia é feito em
linhas de transmissão, que atingem até centenas de milhares de volts e
que percorrem milhares de quilômetros;

c) distribuição: como dissemos acima, a tensão é diminuída próximo ao


ponto de consumo, por motivos de segurança; porém, o nível de tensão
desta primeira transformação não é, ainda, o de utilização, uma vez que é
mais econômico distribuí-la em média tensão; então, junto ao ponto de
consumo, é realizada uma segunda transformação, a um nível compatível
com o sistema final de consumo (baixa tensão).

A seguir, apresentamos, esquematicamente, um sistema de potência, incluindo


geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

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FIGURA 1.1

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1.2. TIPOS DE TRANSFORMADORES

Sendo um equipamento que transfere energia de um circuito elétrico a outro, o


transformador toma parte nos sistemas de potência para ajustar a tensão de saída
de um estágio do sistema à tensão da entrada do seguinte. O transformador, nos
sistemas elétricos e eletromecânicos, poderá assumir outras funções tais como
isolar eletricamente os circuitos entre si, ajustar a impedância do estágio seguinte
a do anterior, ou, simplesmente, todas estas finalidades citadas.

A transformação da tensão (e da corrente) é obtida graças a um fenômeno chamado


“indução eletromagnética”, o qual será detalhado mais adiante.

1.2.1. Divisão dos Transformadores quanto à Finalidade

a) Transformadores de corrente
b) Transformadores de potencial
c) Transformadores de distribuição
d) Transformadores de força

1.2.2. Divisão dos Transformadores quanto aos Enrolamentos

a) Transformadores de dois ou mais enrolamentos


b) Autotransformadores

1.2.3. Divisão dos Transformadores quanto aos Tipos Construtivos

a) Quanto ao material do núcleo:


- com núcleo ferromagnético;
- com núcleo de ar.

b) Quanto a forma do núcleo:


- Shell;
- Core:

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Ø Enrolado: é o mais utilizado no mundo na fabricação de


transformadores de pequeno porte (distribuição), alguns fabricantes
chegam a fazer transformadores até de meia-força (10MVA):
§ Envolvido;
§ Envolvente.
Ø Empilhado:
§ Envolvido;
§ Envolvente.

c) Quanto ao número de fases:


- monofásico;
- polifásico (principalmente o trifásico).

d) Quanto à maneira de dissipação de calor:


- parte ativa imersa em líquido isolante (transformador imerso);
- parte ativa envolta pelo ar ambiente (transformador a seco).

(a) Tipo Shell (b) Tipo Core Envolvido (c) Tipo Core: Cinco
Colunas Envolvente

FIGURA 1.2

1.3. COMO FUNCIONA O TRANSFORMADOR

O fenômeno da transformação é baseada no efeito da indução mútua. Veja a Figura


1.3, onde temos um núcleo constituído de lâminas de aço prensadas e onde foram
construídos dois enrolamentos.

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FIGURA 1.3

onde:
U1 = tensão aplicada na entrada (primária)
N1 = número de espiras do primário
N2 = número de espiras do secundário
U2 = tensão de saída (secundário)

Se aplicarmos uma tensão U1 alternada ao primário, circulará por este enrolamento


uma corrente I1 alternada que por sua vez dará condições ao surgimento de um fluxo
magnético também alternado.

A maior parte deste fluxo ficará confinado ao núcleo, uma vez que é este o ca minho
de menor relutância. Este fluxo originará uma força eletromotriz (f.e.m.) E1 no
primário e E2 no secundário, proporcionais ao número de espiras dos respectivos
enrolamentos, segundo a relação:

E1 N 1
= =a
E2 N 2

onde:
a = razão de transformação ou relação entre espiras.

As tensões de entrada e saída U 1 e U 2 diferem muito pouco das f.e.m. induzidas E1 e


E2 e para fins práticos podemos considerar:

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U1 N1
= =a
U2 N2

Podemos também provar que as correntes obedecem à seguinte relação:

I1 ⋅N 1= I 2 ⋅ N 2

ou

I 2 N1
= =a
I1 N 2

onde:
l1 = corrente no primário
l2= corrente no secundário

Quando a tensão do primário U1 é superior a do secundário U 2, temos um


transformador abaixador (step down). Caso contrário, teremos um transformador
elevador de tensão (step up).

Para o transformador abaixador, a > 1 e para o elevador de tensão, a < 1.

Cabe ainda fazer notar que sendo o fluxo magnético proveniente de corrente
alternada, este também será alternado, tornando-se um fenômeno reversível, ou
seja, podemos aplicar uma tensão em qualquer dos enrolamento que teremos a
f.e.m. no outro.

Baseando-se neste princípio, qualquer dos enrolamentos poderá ser o primário ou


secundário. Chama-se de primário o enrolamento que recebe a energia e secundário
o enrolamento que alimenta a carga.

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1.4. SISTEMAS ELÉTRICOS

Faremos uma rápida revisão de conceitos e fórmulas de cálculo, envolvidos nos


sistemas elétricos com o objetivo de reativar a memória e retirar da extensa teoria
aquilo que realmente interessa para a compreensão do funcionamento e para o
dimensionamento do transformador.

1.4.1. Sistemas de Corrente Alternada Monofásica

1.4.1.1. Generalidades

A corrente alternada se caracteriza pelo fato de que a tensão, em vez de


permanecer fixa, como entre os pólos de uma bateria, varia senoidalmente com o
tempo, mudando de sentido alternadamente, donde o seu nome. O número de vezes
por segundo que a tensão muda de sentido e volta à condição inicial é a freqüência
do sistema, expressa em “ciclos por segundo” ou “hertz”, simbolizada por “Hz”.

No sistema monofásico, uma tensão alternada U (Volt) é gerada e aplicada entre


dois fios, aos quais se liga a carga, que absorve uma corrente I (Ampère), conforme
Figura 1.4.

FIGURA 1.4

1.4.1.2. Tipos de ligação

Se ligarmos duas cargas iguais a um sistema monofásico, esta ligação poderá ser
feita de dois modos:

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- ligação em série (Figura 1.5): na qual duas cargas são atravessadas pela
corrente total ou de circuito; neste caso, a tensão em cada carga será a
metade da tensão do circuito;

- ligação em paralelo (Figura 1.6): na qual é aplicada as duas cargas, a


tensão do circuito; neste caso, a corrente em cada carga será a metade da
corrente total do circuito.

FIGURA 1.5

FIGURA 1.6

1.4.2. Sistemas de Corrente Alternada Trifásica

O sistema trifásico é formado pela associação de três sistemas monofásicos de


tensões, U1, U 2 e U 3 tais que a defasagem entre elas seja 120° e os “atrasos” de U2
e U 1 em relação a U3 sejam iguais a 120°, considerando um ciclo completo 360°.
(Figura 1.4)

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Ligando entre si os três sistemas monofásicos e eliminando os fios desnecessários,


teremos um sistema trifásico de tensões defasadas de 120° e aplicadas entre os três
fios do sistema.

FIGURA 1.7

1.4.2.1. Tipos de ligação

a) Ligação triângulo

Chamamos “tensões e correntes de fase” as tensões e correntes de cada um dos


três sistemas monofásicos considerados, indicados por Uf e If.

Se ligarmos os três sistemas monofásicos entre si, como indica a Figura 1.8,
podemos eliminar três fios, deixando apenas um em cada ponto de ligação, e o
sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W.

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FIGURA 1.8

A tensão em qualquer destes três fios chama-se “tensão de linha”, UL, que é a
tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se
“corrente de linha”, IL.

Examinando o esquema da Figura 1.9, vê-se que:


- a carga é aplicada a tensão de linha UL que é a própria tensão do sistema
monofásico componente, ou seja, U L = U f;
- a corrente em cada fio de linha, ou corrente de linha I L é a soma das
correntes das duas fases ligadas a este fio, ou seja, I = If1 + If2.

FIGURA 1.9

Como as correntes estão defasadas entre si, a soma deverá ser feita graficamente,
como mostra a Figura 1.10. Pode-se verificar que: I L = I f × 3 = 1,732 × I f

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FIGURA 1.10

Exemplo: Em um sistema trifásico equilibrado de tensão nominal 220V, a corrente


de linha medida é de 10A. Ligando a este sistema uma carga trifásica composta de
três cargas iguais ligadas em triângulo, qual a tensão e a corrente ligada em cada
uma das cargas?

Temos:
U f = U L = 220V , em cada uma das fases

I L = 1,732 × I f ∴ I f = 0,577 × I L = 0,577 × 10 = 5,77 A , em cada uma das cargas

b) Ligação estrela

Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a um ponto comum aos três
restantes, forma-se um sistema trifásico em estrela (Figura 1.11). Às vezes o
sistema trifásico em estrela é a “quatro fios” ou “com neutro”.

O quarto fio é ligado ao ponto comum às três fases. A tensão de linha, ou a tensão
nominal do sistema trifásico, e a corrente de linha são definidas do mesmo modo
que na ligação triângulo.

25
Informações Técnicas DT -11

U V W

I1 I2 I3

U f1 U f2 U f3

I f1 I f2 I f3

FIGURA 1.11

Examinando o esquema da Figura 1.12 vê-se que:

- a corrente em cada fio da linha, ou corrente da linha IL = I f;


- a tensão entre dois fios quaisquer do sistema trifásico é a soma gráfica
(Figura 1.13) das tensões de duas fases as quais estão ligados os fios
considerados, ou seja: U L = U f × 3 = 1,732 × U f .

FIGURA 1.12

FIGURA 1.13

26
Informações Técnicas DT -11

Exemplo: Em uma carga trifásica composta de três cargas iguais, cada carga é feita
para ser ligada a uma tensão de 220V, absorvendo 5,77A. Qual a tensão nominal do
sistema trifásico que alimenta esta carga em suas condições normais (220V e 5,77A)
e qual a corrente de linha?

Temos:
U f = 200V , em cada uma das cargas

U L = 1,732 × 220 = 380V

I L = I f = 5,77 A

c) Ligação zig-zag

Este tipo de ligação é preferível onde existem desequilíbrios acentuados de carga.

Cada fase do secundário, compõe-se de duas bobinas dispostas cada uma sobre
colunas diferentes, ligadas em série, assim a corrente de cada fase do secundário
afeta sempre por igual as duas fases do primário.

Na Figura 1.14 temos um diagrama mostrando as ligações e os sentidos das


correntes em cada enrolamento. Na Figura 1.15 temos o diagrama fasorial da
ligação zig-zag.

FIGURA 1.14

27
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 1.15

O transformador torna-se mais caro, principalmente pelo aumento de 15,5% no


volume de cobre e pela complexidade de sua montagem.

Além de atenuar a 3ª harmônica, oferece a possibilidade de 3 tensões: 220/127V,


380/220V e 440/254V.

Supondo tensões de linha para V1 = 220/127V. (Figura 1.16)

FIGURA 1.16

VZZ = V1 ∠60 o + V1 ∠0 o onde V2 = V1 ∠0 o

VZZ = 127,017 ∠60 o + 127,017

V ZZ = 190,527 + j110

V ZZ = 220∠30 o (tensão de fase)

VZZ ( L ) = 220 × 3 = 380V

28
Informações Técnicas DT -11

Desta maneira com dois enrolamentos em ligação zig-zag, conseguimos 380/220V.

Para obtermos 220/127V ligamos em paralelo as duas bobinas de uma mesma


coluna e para 440/254V ligamos as bobinas em série.

1.4.2.2. Autotransformador

Possui estrutura magnética semelhante aos transformadores normais, diferenciando-


se apenas na parte elétrica, isto é, os enrolamentos do primário e secundário
possuem um certo número de espiras em comum, Figura 1.17.

FIGURA 1.17

P P
I1 = I2 =
V1 V2

I = I 2 − I1

A relação entre a tensão superior e a tensão inferior não deve ser superior a 3. É
reversível, pode ser abaixador ou elevador. Não possui comutador. Quando tiver
várias tensões, é dotado de painel de religação ou as diversas saídas podem ser
conectadas diretamente nas buchas.

O autotransformador trifásico é realizado com agrupamento das fases em estrela.

29
Informações Técnicas DT -11

Vantagens: - deslocamento angular entre AT e BT é sempre nulo;


- possibilidade de ligação do centro à terra, a fim de eliminar o perigo de
sobretensões com respeito à terra linha BT.

1.5. POTÊNCIAS

Em um sistema elétrico, temos três tipos de potências: potência aparente, ativa e


reativa.

Estas potências estão intimamente ligadas de tal forma que constituem um triângulo,
o chamado “triângulo das potências”. (Figura 1.18)

FIGURA 1.18

onde:
S = potência aparente, expressa em VA (Volts-Ampère)
P = potência ativa ou útil, expressa em W (Watt)
Q = potência reativa, expressa em VAr (Volt Ampère reativa)
Ø = ângulo que determina o fator de potência.

1.5.1. Potência Ativa ou Útil

É a componente da potência aparente (S) que realmente é utilizada em um


equipamento na conversão da energia elétrica em outra forma de energia.

Em um sistema monofásico:

30
Informações Técnicas DT -11

P = U ⋅ I ⋅ cos Ø [W]

Em um sistema trifásico:

P = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ cos Ø [W]

ou
P = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ cos Ø [W]

1.5.2. Potência Reativa

É a componente da potência aparente (Q) que não contribui na conversão de


energia.

Em um sistema monofásico:

Q = U ⋅ I ⋅ sen Ø [VAr]

Em um sistema trifásico:

Q = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ sen Ø [VAr]

ou
Q = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ sen Ø [VAr]

1.5.3. Potência Aparente

É a soma vetorial da potência útil e a reativa. É uma grandeza que, para ser
definida, precisa de módulo e ângulo, características do vetor.

Módulo: S = P 2 + Q 2

Q
Ângulo: Ø = arctg  
P

31
Informações Técnicas DT -11

Aqui podemos notar a importância do fator de potência. É definido como:

P
fp = cos Ø =
S

Um transformador é dimensionado pela potência aparente (S) e por aí se nota a


importância da manutenção de um fator de potência elevado numa instalação. O
baixo fator de potência causa sérios problemas às instalações elétricas, entre as
quais podem ser destacados: sobrecargas nos cabos e transformadores,
crescimento da queda de tensão, redução do nível de iluminância, aumento das
perdas no sistema de alimentação.

Além disto, as concessionárias de energia cobram pesadas multas sobre a tarifa de


energia para aqueles que apresentarem fator de potência inferior a 0,92.

Em um sistema monofásico:

S =U ⋅I [VA]

Em um sistema trifásico:

S = 3 ⋅U f ⋅ I f [VA]

ou
S = 3 ⋅ U L ⋅ I L [VA]

Outras relações importantes:

P
S= [VA]
cos Ø
Q
S= [VA]
sen Ø

32
Informações Técnicas DT -11

A seguir, introduzimos uma tabela prática para determinação dos valores de tensão,
corrente, potência e fator de potência de transformadores em função do tipo de
ligação. (Tabela 1.1)

TABELA 1.1
Determinação Estrela Triângulo Zig-Zag
Tensão de Linha UL UL UL

Tensão no UL UL
UL
Enrolamento 3 3
Corrente de Linha IL IL IL

Corrente de IL
IL IL
Enrolamento 3

Ligações dos
Enrolamentos

Esquemas

Potência Aparente kVA S = 3 ⋅U f ⋅ I f = 3 ⋅U L ⋅ I L

Potência Ativa kW P = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ cos Ø = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ cos Ø

Potência Reativa kVAr Q = 3 ⋅ U f ⋅ I f ⋅ sen Ø = 3 ⋅ U L ⋅ I L ⋅ sen Ø

Potência Absorvida kVA


KVA SP =
da Rede Primária η

cos Ø1 = cos Ø 2 ⋅ (100 − eu ) − er (*)


Fator de Potência do
Primário
Fator de Potência do
Do projeto de instalação (cosØ 2)
Secundário
(*) ey = Tensão de curto -circuito
er = componente da tensão de curto -circuito

33
Informações Técnicas DT -11

Exemplo: Cálculo da potência aparente requerida por dois equipamentos com fator
de potência (cosØ)

APARELHO 1 A PARELHO 2

P = 1000W P = 1000W
cos Ø = 0,5 cos Ø = 0,92
P P
cos Ø = cos Ø =
S S

1000
APARELHO 1 : S= = 2000VA
0,5

1000
APARELHO 2 : S= = 1087VA
0,92

CONCLUSÃO:

Verificamos que o equipamento 2 que possui o maior fator de potência requer


apenas 1087 VA, enquanto que o equipamento 1 requer 2000 VA de potência
aparente.

Um transformador é dimensionado pela potência aparente (S), e por aí nota-se a


importância da manutenção de um fator de potência elevado em uma instalação.

34
Informações Técnicas DT -11

2. DEFINIÇÕES IMPORTANTES E NORMALIZAÇÃO

2.1. POTÊNCIA NOMINAL

Entende-se por potência nominal de um transformador, o valor convencional de


potência aparente. Serve de base ao projeto, aos ensaios e às garantias do
fabricante e determina o valor da corrente nominal que circula, sob tensão nominal,
nas condições especificadas na respectiva norma.

2.1.1. Transformadores Trifásicos

A potência nominal de um transformador trifásico é a potência aparente definida pela


expressão:

Un ⋅ In ⋅ 3
Potência nominal = [kVA]
1000

2.1.2. Transformadores Monofásicos

A potência nominal de um transformador monofásico é a potência aparente definida


pela expressão:

Un ⋅ In
Potência nominal = [kVA]
1000

2.1.3. Potências Nominais Normalizadas

As potências nominais em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR 5440), dos


transformadores de distribuição para instalação em postes e plataformas, são as
seguintes:

a) transformadores monofásicos para instalação em postes: 5, 10, 15, 25,


37.5, 50, 75 e 100 kVA;

35
Informações Técnicas DT -11

b) transformadores trifásicos para instalação em postes 15, 30, 45, 75, 112.5
e 150kVA;
c) transformadores trifásicos para instalação em plataformas: 225 e 300kVA.

As potências nominais em kVA, normalizadas pela ABNT (NBR 12454 e NBR 9369),
para transformadores de potência, são as seguintes: 225, 300, 500, 750,1000, 1500,
2000, 2500, 3000, 3750, 5000, 7500, 10000, 15000, 25000, 30000.

Quando de transformadores providos de um ou mais estágios de resfriamento


forçado, entende-se como potência nominal o último estágio.

Recomenda-se a escolha de um destes valores, pois os fabricantes já possuem


projetos prontos para os mesmos, o que reduz os custos e o tempo de entrega dos
referidos transformadores.

Os transformadores com potências superiores a 40MVA não são normalizados, e


dependem da solicitação do cliente.

2.2. TENSÕES

2.2.1. Definições

Tensão Nominal (Un): É a tensão para a qual o enrolamento foi projetado.

Tensão a Vazio (U o): É a tensão entre os bornes do secundário do transformador


energizado, porém sem carga.

Tensão sob Carga: (Uc): É a tensão entre os bornes do secundário do transformador,


estando o mesmo sob carga, correspondente a sua corrente nominal. Esta tensão é
influenciada pelo fator de potência (cosØ)

Regulação: É a variação entre a tensão a vazio e sob carga e sob determinado fator
de potência.

36
Informações Técnicas DT -11

Tensão Superior (TS): É a tensão correspondente à tensão mais alta em um


transformador. Pode ser tanto referida ao primário ou secundário, conforme o
transformador seja abaixador ou elevador.

Tensão Inferior (TI): É a tensão correspondente à tensão mais baixa em um


transformador. Pode ser também referida ao primário ou secundário, conforme o
transformador seja elevador ou abaixador.

Tensão de Curto-circuito (Ucc): Comumente chamada de impedância, é a tensão


expressa, usualmente, em porcentagem (referida a 75°C) em relação a uma
determinada tensão, que deve ser ligada aos terminais de um enrolamento para
obter a corrente nominal no outro enrolamento, cujos terminais estão curto-
circuitados.

A tensão de curto-circuito medida deve manter-se dentro de ± 7,5% de tolerância,


em relação ao valor declarado pelo fabricante.

Nas Tabelas 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4 encontraremos os valores de impedância (coluna 5)
para os transformadores que trata este manual.

Impedância de Seqüência Zero (Z 0): É a impedância, por fase e sob freqüência


nominal, entre os terminais de linha de um enrolamento polifásico em estrela ou zig-
zag, interligados e o terminal de neutro. Seu valor depende do tipo de ligação.

É necessário conhecer a impedância de seqüência zero para o estudo de circuitos


polifásicos desequilibrados (curto-circuito) e é somente levada em consideração em
transformadores delta-estrela (zig-zag) aterrado ou estrela-estrela (zig-zag)
duplamente aterrado.

2.2.2. Escolha da Tensão Nominal

2.2.2.1. Transformadores de distribuição

37
Informações Técnicas DT -11

TABELA 2.1 - TRANSFORMADORES SEM DERIVAÇÕES


Tensão Tensão [V]
máxima do Primário Secundário
equipamento Trifásico e Monofásico
kVeficaz Trifásico Monofásico
monofásico (FF) (FN)
13800 7967
15
13200 7621 Dois terminais: 220 ou 127
380/220
23100 13337
24,2 ou
22000 12702 Três terminais: 440/220, 254/127,
220/127
34500 19919 240/120 ou 230/115
36,2
33000 19053
NOTA: FF = tensão entre fas es
FN = tensão entre fase e neutro

TABELA 2.2 - DERIVAÇÕES E RELAÇÕES DE TENSÕES


Tensão [V]
Tensão máxima Primário Secundário
o
do equipamento Derivação n Trifásico e
Monofásico
kVeficaz monofásico Trifásico Monofásico
(FN)
(FF)
1 2 3 4 5 6
1 13800 7967 Dois
15 2 13200 7621 terminais: 220
3 12600 7275 ou 127

1 23100 13337 380/220

24,2 2 22000 12702 ou Três

3 20900 12067 220/127 terminais:


440/220,254/
1 34500 19919
127, 240/120
36,2 2 33000 19043
ou 230/115
3 31500 18187

NOTA: FF = tensão entre f ases


FN = tensão entre f ase e neutro

38
Informações Técnicas DT -11

2.2.2.2. Transformador de distribuição a ser instalado no domínio de uma


concessionária.

A concessionária de energia elétrica possui norma própria. As tensões serão,


portanto, definidas pela mesma.

Exemplo:

CERJ:
AT: 13800 - 13200 - 12600 - 12000 - 11400 - 10800V
BT: 380/220V ou 220/127V

CEEE:
AT: 13800 - 13200 - 12600V ou
23100 - 22000 - 20900V
BT: 380/220V ou 220/127V

2.2.2.3. Transformador para uso industrial.

Em uma indústria poderemos ter três ou até quatro níveis de tensão:

- Subestações de entrada:
• Primário - 72,5kV e 138kV ;
• Secundário - 36,2kV - 24,2kV ou 13,8kV.

- Subestações de distribuição:
• Primário - 36,2kV - 24,2kV ou 13,8kV;
• Secundário - 440/254V, 380/220V ou 220/127V.

Quando a potência dos transformadores for superior a 3MVA não se recomenda


baixar a tensão diretamente para tensão de uso, pois os mesmos tornam-se muito
caros devido as altas correntes. Recomenda-se baixar para uma média tensão, ou

39
Informações Técnicas DT -11

seja, 6,9kV, 4,16kV ou 2,4kV e, próximo aos centros de carga rebaixar novamente
para as tensões de uso.

Ainda um caso particular de nível de tensão primária deve ser comentado. Existem
algumas regiões onde o nível de tensão de distribuição está sendo alterado. Neste
caso, a concessionária avisa o interessado, que a tensão atual passará a outro nível
dentro de um determinado período de tempo; logo, o transformador a ser instalado
deverá ser capaz de operar em duas tensões primárias, para evitar a necessidade
de aquisição de novo equipamento quando da alteração. Estes transformadores
especiais são chamados de religáveis.

A escolha da tensão do secundário depende de vários fatores. Dentre eles


destacamos:

a) econômicos, a tensão de 380/220V requer seções menores dos


condutores para uma mesma potência;
b) segurança, a tensão de 220/127V é mais segura com relação a contatos
acidentais.

De uma forma geral, podemos dizer que para instalações onde equipamentos como
motores, bombas, máquinas de solda e outras máquinas constituem a maioria da
carga, deve-se usar 380/220V e para instalações de iluminação e força de
residências deve-se adotar 220/127V. Na NBR 5440 da ABNT encontramos a
padronização das tensões primárias e secundárias.

2.3. DERIVAÇÕES

Para adequar a tensão primária do transformador à tensão de alimentação, o


enrolamento primário, normalmente o de TS, é dotado de derivações (taps), que
podem ser escolhidos mediante a utilização de um painel de ligações ou comutador,
conforme projeto e tipo construtivo, instalados junto à parte ativa, dentro do tanque.
Este aparato, na maioria dos transformadores de baixa potência, deve ser
manobrado com o transformador desconectado da rede de alimentação.

40
Informações Técnicas DT -11

Em geral o valor da tensão primária, indicada pela concessionária constitui o valor


médio entre aqueles que efetivamente serão fornecidos durante o exercício.

2.3.1. Definições

Derivação principal: Derivação a qual é referida a característica nominal do


enrolamento, salvo indicação diferente à derivação principal é:

a) no caso de número ímpar de derivações, a derivação central;


b) no caso de número para de derivações, aquela das duas derivações
centrais que se acha associada ao maior número de espiras efetivas do
enrolamento;
c) caso a derivação determinada segundo ”a” ou “b” não seja de plena
potência, a mais próxima derivação de plena potência.

FIGURA 2.1

41
Informações Técnicas DT -11

Derivação superior: Derivação cujo fator de derivação é maior do que 1.

Derivação inferior: Derivação cujo fator de derivação é menor do que 1.

Degrau de derivação: Diferença entre os fatores de derivação, expressos em


percentagem, de duas derivações adjacentes.

Faixa de derivações: Faixa de derivação do fator de derivação, expresso em


percentagem e referido ao valor 100. A faixa de derivações é expressa como segue:

a) se houver derivações superiores ou inferiores:


+ a %, - b % ou + a % (quando a = b);
b) se houver somente derivações superiores:
+ a %;
c) se houver somente derivações inferiores:
- b %.

A Figura 2.1 é a representação esquemática de um enrolamento trifásico com três


derivações e a forma de suas conexões.

TABELA 2.3
Posições do comutador 1 2 3
10-7 7-13 13-4
Comutador conecta os pontos 11-8 8-14 14-5
12-9 9-15 15-6
Tensão em cada derivação UN + a% UN UN - b%

Percentual de variação por degrau a b

TABELA 2.4
Derivação Derivação Derivação Degrau de
Classe
Superior Principal Inferior Derivação
15 13800 13200 12600 + 4,5
24,2 23100 22000 20900 + 5%
36,2 34500 33000 31500 + 4,5

42
Informações Técnicas DT -11

2.4. CORRENTES

2.4.1. Corrente Nominal

A corrente nominal (In) é a corrente para a qual o enrolamento foi dimensionado, e


cujo valor é obtido dividindo-se, a potência nominal do enrolamento pela sua tensão
nominal e pelo fator de fase aplicável (1 p ara transformadores monofásicos e 3
para transformadores trifásicos).

2.4.2. Corrente de Excitação

A corrente de excitação ou a vazio (I o) é a corrente de linha que surge quando em


um dos enrolamentos do transformador é ligada a sua tensão nominal e freqüência
nominal, enquanto os terminais do outro enrolamento (secundário) sem carga,
apresentam a tensão nominal.

A corrente de excitação é variável conforme o projeto e tamanho do transformador,


atingindo valores percentuais mais altos quanto menor for a potência do mesmo.

A corrente de excitação, conforme Figura 2.2 apresenta as suas componentes ativa


e reativa, que se determinam pelas seguintes expressões:

FIGURA 2.2

I p = I o ⋅ cos Ø 0

I q = I o ⋅ sen Ø 0

43
Informações Técnicas DT -11

sendo:
Po
cos Ø =
V ⋅ Io

A componente reativa originada pela magnetização representa mais que 95% da


corrente total, de forma que uma igualdade de Iq com l o leva somente a um pequeno
erro.

Em transformadores trifásicos normais, I o não é idêntico nas três fases, em virtude


do caminho mais longo no ferro, relativo às fases externas. Por isso Io referente a
fase central é menor que das outras.

Devido ao fato acima, o valor de Io fornecido pelo fabricante, representa a média das
três fases e é expresso em porcentagem da corrente nominal.

2.4.3. Corrente de Curto-Circuito

Em um curto-circuito no transformador, é preciso distinguir a corrente permanente


(valor efetivo) e a corrente de pico (valor de crista).

2.4.3.1. Corrente de curto-circuito permanente

Quando o transformador, alimentado no primário pela sua tensão e freqüência


nominal e o secundário estiver curto-circuitado nas três fases, haverá uma corrente
de curto-circuito permanente, que se calcula pela seguinte expressão:

IN
I cc ( CA ) = ⋅100
E Z (%)

onde:
IN = corrente nominal
Ez = impedância a 75 oC (%)

44
Informações Técnicas DT -11

A intensidade e a duração máxima da corrente de curto, que deve suportar o


transformador, são normalizadas.

Se a Icc calculada for superior a 25 vezes a corrente nominal, o transformador deverá


suportar 3 segundos 25 vezes In. Porém, se a Icc calculada for inferior, o
equipamento deverá suportar durante 2 segundos a mesma corrente do caso
anterior.

2.4.3.2. Corrente de curto-circuito de pico

Entende-se como corrente de curto-circuito de pico, o valor máximo instantâneo da


onda de corrente, após a ocorrência do curto-circuito.

Esta corrente provoca esforços mecânicos elevados e é necessário que os


enrolamentos estejam muito bem ancorados por cuidadosa disposição de cabos e
amarrações para tornar o conjunto rígido.

Enquanto a corrente de pico afeta o transformador em sua estrutura mecânica, a


corrente permanente afeta de forma térmica.

Os esforços mecânicos advindos da corrente de curto são mais acentuados em


transformadores de ligação zig-zag, porque somente a metade de cada enrolamento
de fase é percorrido pela corrente induzida de outra fase.

2.4.4. Corrente de Partida ou Inrush

É o valor máximo da corrente de excitação (Io) no momento em que o transformador


é conectado à linha (energizado) ela depende das características construtivas do
mesmo.

A corrente de partida é maior quanto maior for a indução usada no núcleo e maior
quanto menor for o transformador. O valor máximo varia em média de 4 a 20 vezes a
corrente nominal.

45
Informações Técnicas DT -11

O fabricante deverá ser consultado para se saber o seu valor. Costuma-se admitir
seu tempo de duração em torno de 0,1s (após a qual a mesma já desapareceu).

2.5. FREQÜÊNCIA NOMINAL

Freqüência nominal é a freqüência da rede elétrica de alimentação para a qual o


transformador foi projetado.

No Brasil todas as redes apresentam a freqüência de 60Hz, de forma que os


equipamentos elétricos são projetados para esta mesma freqüência. Existem muitos
países onde a freqüência nominal padrão é 50HZ, como Argentina, Uruguai,
Paraguai, etc.

2.6. NÍVEL DE ISOLAMENTO

O nível de isolamento dos enrolamentos deve ser escolhido entre os valores


indicados na Tabela 2.5 (NBR 5356).

A escolha entre as tensão suportáveis nominais, ligadas a dada tensão máxima do


equipamento da tabela acima, depende da severidade das condições de
sobretensão esperadas no sistema e da importância da instalação.

Na NBR 6939, os valores escolhidos devem ser claramente indicados na


especificação ou solicitação de oferta.

46
Informações Técnicas DT -11

TABELA 2.5 - NÍVEIS DE ISOLAMENTO PARA TENSÃO MÁXIMA IGUAIS OU


INFERIOR A 242kV

Tensão suportável nominal de


Tensão máxima
impulso atmosférico Tensão suportável nominal à freqüência
do equipamento
industral, durante 1 min. e tensão induzida
kV (eficaz) Pleno Cortado
kV (eficaz)
kV (crista) kV (crista)
1 2 3 4

0,6 4
1,2 10

40 44
7,2 20
60 66
95 105
15 34
110 121
125 138
24,2 50
150 165
150 165
36,2 170 187 70
200 220
72,5 350 385 140
380 418 150
92,4
450 495 185
450 495 185
145 550 605 230
650 715 275
750 825 325
242 850 935 360
950 1045 395

2.7. DESLOCAMENTO ANGULAR

Em transformadores trifásicos, os enrolamentos de cada fase são construídos


trazendo intrinsecamente o conceito de polaridade, isto é, isolando-se eletricamente
cada uma das fases, podemos realizar o teste de polaridade do mesmo modo que
para os transformadores monofásicos. No entanto tal procedimento torna-se pouco
prático, além do mais, não nos informa a maneira como estão interligados os
enrolamentos.

47
Informações Técnicas DT -11

Assim uma nova grandeza foi introduzida, o “deslocamento angular” que é o ângulo
que define a posição recíproca entre o triângulo das tensões concatenadas primárias
e o triângulo das tensões concatenadas secundárias e será medido entre fases.

De uma maneira prática: seja o transformador ligado na configuração mostrada na


Figura 2.3.

FIGURA 2.3

Traçamos os diagramas vetoriais de tensão do transformador, Figura 2.4. Tomando


o fasor de AT como origem, determinamos o deslocamento angular através dos
ponteiros de um relógio cujo ponteiro grande (minutos) se acha parado em 12
coincide com o fasor da tensão entre o ponto neutro (real ou imaginário) e um
terminal de linha do enrolamento de alta tensão e cujo ponteiro pequeno (horas)
coincide com o fasor da tensão entre o ponto neutro (real ou imaginário e o terminal
de linha correspondente do enrolamento considerado.

48
Informações Técnicas DT -11

X1
H1

X2

H3 H2 X3

FIGURA 2.4

Para os transformadores de que tratamos nesta especificação, o mais comum é a


utilização da ligação triângulo na alta tensão e estrela na baixa (designado por Dy).

Quando ao deslocamento angular, o normal é de 30 o para mais ou menos (avanço


ou atraso), cujas designações são Dy11 e Dy1.

As demais ligações e deslocamentos angulares não requerem nenhum cuidado


especial e podem ser facilmente fornecidas.

A Tabela 2.6 mostra designação de ligações de transformadores trifásicos de uso


generalizado, e o correspondente deslocamento angular.

Os diagramas de ligação pressupõem igual sentido de bobinagem para todos os


enrolamentos.

A Figura 2.5 mostra o defasamento do exemplo, usando indicação horário de


fasores, o deslocamento no caso é Dy11, ou seja, - 30 º.

49
Informações Técnicas DT -11

TABELA 2.6 – DESLOCAMENTO ANGULAR

50
Informações Técnicas DT -11

.
FIGURA 2.5

2.8. IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS

Junto aos terminais (buchas) encontramos uma identificação, pintada, ou marcada


em baixo relevo na chapa do tanque, constituída de uma letra e um algarismo. As
letras poderão ser duas, H ou X. Os terminais marcados em H são os de alta tensão
e os marcados com X são de baixa tensão. Os algarismos poderão ser 0, 1, 2 e 3
correspondendo, respectivamente, ao terminal de neutro e ao das fases, 1, 2 e 3.
Portanto, as combinações possíveis são H0, H1, H2, H3 e X0, X1, X2 X3.

A disposição dos terminais no tanque é normalizada, de tal forma, que se olharmos o


transformador pelo lado de baixa tensão, encontraremos mais a esquerda um
terminal X acompanhado de menor algarismo daqueles que identificam este
enrolamento (por exemplo: X0 ou X1). Consequentemente, ao olharmos o
transformador pelo lado da alta tensão, encontraremos o terminal H1 mais a direita.

Para uma melhor compreensão, observe as Figuras 2.6 a 2.10. Nestas figuras
encontramos também o esquema de ligação dos transformadores à rede de
alimentação e à carga.

Na Figura 2.11 encontramos a título de ilustração, transformadores monofásicos


ligados em banco, de modo a formar um equivalente trifásico. Este tipo de ligação
apresenta a vantagem da manutenção e operação, quando danificar uma fase, basta

51
Informações Técnicas DT -11

trocar um dos transformadores por um de reserva, com menor tempo de parada,


caso existir o de reserva à disposição. Porém, a desvantagem está no capital inicial
empregado em 3 ou 4 transformadores monofásicos ao invés de 2 transformadores
trifásicos de potência equivalente a custo menor.

FIGURA 2.6 – TRANSFORMADOR MONOFÁSICO FN


(1 BUCHA DE AT E 2 BUCHAS DE BT)

FIGURA 2.7 – TRANSFORMADOR MONOFÁSICO FN


(1 BUCHA DE AT E 3 BUCHAS DE BT)

52
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 2.8 – TRANSFORMADOR MONOFÁSICO FF


(2 BUCHAS DE AT E 2 BUCHAS DE BT)

FIGURA 2.9 – TRANSFORMADOR MONOFÁSICO FF


(2 BUCHAS DE AT E 3 BUCHAS DE BT)

53
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 2.10 – TRANSFORMADOR TRIFÁSICO FF


(3 BUCHAS DE AT E 4 BUCHAS DE BT)

FIGURA 2.11 – TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS LIGADOS EM BANCO


TRIFÁSICO Dyn

54
Informações Técnicas DT -11

3. CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO

3.1. PERDAS

Em condições normais de funcionamento e altitude de instalação até 1000m, é


considerado que a temperatura ambiente não ultrapasse os 40 oC a média diária não
seja superior aos 30 oC. Para estas condições, os limites de elevação de temperatura
previstos em normas são:

- média dos enrolamentos: 55oC;


- do ponto mais quente dos enrolamentos: 65oC;
- do óleo (próximo à superfície): 50oC (selados), 55 oC (com conservador).

3.1.1. Perdas no Material dos Enrolamentos (Perdas em Carga ou Perdas no Cobre)

a) perdas na resistência ôhmica dos enrolamentos: são perdas que surgem


pela passagem de uma corrente (I) por um condutor de determinada
resistência (R); estas perdas são representadas pela expressão I2R e
dependem da carga aplicada ao transformador;

b) perdas parasitas no condutor dos enrolamentos: são perdas produzidas


pelas correntes parasitas induzidas, nos condutores das bobinas, pelo
fluxo de dispersão; são perdas que dependem da corrente (carga), do
carregamento elétrico e da geometria dos condutores das bobinas;

c) perdas parasitas nas ferragens da parte ativa e tanque.

3.1.2. Perdas no Ferro do Núcleo Magnético (Perdas em Vazio)

a) perdas por histerese: são perdas provocadas pela propriedade das


substâncias ferromagnéticas de apresentarem um atraso entre a indução
magnética (B) e o campo magnético (H); o fenômeno da histerese é
análogo ao da inércia mecânica;

55
Informações Técnicas DT -11

b) perdas por correntes parasitas: assim como no caso das perdas parasitas
no material condutor dos enrolamentos, o fluxo indutor variável induz no
ferro forças eletromotrizes que por sua vez farão circular as correntes
parasitas em circuitos elétricos fechados; estas são proporcionais ao
quadrado da indução.

Como vimos, as perdas se apresentam principalmente no núcleo e nos


enrolamentos, e são expressas em watts.

Existem perdas originárias de indução nas ferragens e no tanque; e outras de


origens aleatórias nem sempre de perfeita definição, que porém comparadas as
descritas nos itens 3.1.1 e 3.1.2 deste capítulo, podem ser desprezadas. Quando da
realização de ensaio para determinação das perdas, estas aleatórias são detectadas
juntamente com as principais.

Além da elevação de temperatura, a ABNT também estabelece as perdas máximas


para transformadores de distribuição imersos em óleo, em função da potência, do
número de fases e da tensão do primário.

Reproduzimos a seguir as tabelas da ABNT encontradas na NBR 5440, onde consta


o valor das perdas acima descritas.

56
Informações Técnicas DT -11

TABELA 3.1 - VALORES GARANTIDOS DE PERDAS, CORRENTES DE


EXCITAÇÃO E TENSÕES E CURTO-CIRCUITO EM TRANSFORMADORES
TRIFÁSICOS DE TENSÃO MÁXIMA DO EQUIPAMENTO DE 15kV

Potência Corrente de excitação Perdas em vazio Perdas totais Tensão de curto -


o
[kVA] máxima [%] máxima [W] máxima [ W] circuito a 75 C [%]

1 2 3 4 5

15 4,8 100 440

30 4,1 170 740

45 3,7 220 1000


3,5
75 3,1 330 1470

112.5 2,8 440 1990

150 2,6 540 2450

225 2,3 765 3465 4,5

300 2,2 950 4310

TABELA 3.2 - VALORES GARANTIDOS DE PERDAS, CORRENTES DE


EXCITAÇÃO E TENSÕES DE CURTO-CIRCUITO EM TRANSFORMADORES
TRIFÁSICOS DE TENSÕES MÁXIMAS DO EQUIPAMENTO DE 24,2kV E 36,2kV
Potência Corrente de excitação Perdas em vazio Perdas totais Tensão de curto -
o
[kVA] máxima [%] máxima [W] máxima [ W] circuito a 75 C [%]
1 2 3 4 5
15 5,7 110 500
30 4,8 180 825
45 4,3 250 1120
4,0
75 3,6 360 1635
112,5 3,2 490 2215
150 3,0 610 2755

225 2,7 820 3730


5,0
300 2,5 1020 4620

57
Informações Técnicas DT -11

TABELA 3.3 - VALORES GARANTIDOS DE PERDAS, CORRENTES DE


EXCITAÇÃO E TENSÕES DE CURTO-CIRCUITO EM TRANSFORMADORES
MONOFÁSICOS COM TENSÃO MÁXIMA DE 15kV
Potência Corrente de excitação Perdas em vazio Perdas totais Tensão curto-
o
[kVA] máxima [%] máxima [W] máxima [ W] circuito a 75 C [%]
1 2 3 4 5
3 4,9 40 115
5 4,0 50 160
10 3,3 60 260
15 3,0 85 355
25 2,7 120 520 2,5
37,5 2,4 160 700
50 2,2 190 830
75 2,0 230 1160
100 1,9 280 1500

TABELA 3.4 - VALORES GARANTIDOS DE PERDAS, CORRENTES DE


EXCITAÇÃO E TENSÕES DE CURTO-CIRCUITO EM TRANSFORMADORES
MONOFÁSICOS COM TENSÕES MÁXIMAS DE 24,2kV E 36,2kV
Perdas em
Potência Corrente de excitação Perdas totais Tensão curto-
vazio o
(kVA) máxima [%] máxima [ W] circuito a 75 C [%]
máxima [W]
1 2 3 4 5
3 5,7 40 115
5 4,8 50 170
10 4,0 70 285 2,5
15 3,6 90 395 (para 24,2kV)
25 3,1 130 580
37,5 2,9 170 775 3,0
50 2,7 220 975 (para 36,2kV)
75 2,1 250 1260
100 1,5 300 1550

58
Informações Técnicas DT -11

3.2. RENDIMENTO

“Relação, geralmente expressa em porcentagem, entre a potência ativa fornecida e


a potência ativa recebida por um transformador.” Esta é a definição dada ao
rendimento pela norma NBR 5356. É dada pela expressão

P
η= ⋅ 100 [%]
P + Pt

onde:
η = rendimento do transformador em %
Pt = perdas totais, em kW
P = potência fornecida pelo transformador em kW.

O rendimento de determinado transformador não é fixo ao longo do seu ciclo de


operação, pois depende do fator de potência e da relação entre a potência fornecida
e a potência nominal.

Esta última relação é conhecida como fator de carga. Usa-se então, para o cálculo
do rendimento:

 Po + b 2 ⋅ Pc 

η = 1 −  ⋅ 100 [%]
 b ⋅ S n ⋅ cos Ø + Po + b ⋅ Pc 
2

onde:
P
b = fator de carga =
Pn
Sn = potência nominal em kVA.
Po = perdas no ferro do núcleo magnético em kW.
Pc = perdas no material dos enrolamentos em kW (perdas de carga)
cos Ø = fator de potência da carga

O rendimento máximo de um transformador ocorre quando as perdas no material

59
Informações Técnicas DT -11

dos enrolamentos e as perdas no ferro forem iguais.

Se quisermos saber qual a carga que deve ser aplicada a um transformador para
que este opere com rendimento máximo, devemos fazer:

Po
b=
Pc
e
S = b ⋅ Sn

TABELA 3.5
Transformadores trifásicos – Rendimentos
Potência [kVA] 15 30 45 75 112.5 150 225 300 500

15kV 97,02 97,49 97,74 98,00 98,19 98,32 98,42 98,52 98,32

24,2kV 96,64 97,21 97,48 97,78 97,99 98,12 98,30 98,42 97,80

36,2kV 96,64 97,21 97,48 97,78 97,99 98,12 98,30 98,42 97,30

Transformadores monofásicos – Rendimentos


Potência [kVA] 5 10 15 25 37.5 50 75 100
15kV 96,15 97,37 97,59 97,88 98,09 98,30 98.42 98,47
24,2kV 96,52 97,08 97,33 97,65 97,88 98,01 98,29 98,42
36,2kV 96,52 97,08 97,33 97,65 97,88 98,01 98,29 98.42

3.3. REGULAÇÃO

Na linguagem prática a queda de tensão industrial ∆V, referida à corrente de plena


carga, é chamada de regulação, sendo expressa em porcentagem da tensão
secundária nominal e é dada pela expressão:

  E ⋅ cos Ø − E R ⋅ sen Ø  
2

R% = a ⋅  E R ⋅ cos Ø + E x ⋅ sen Ø +  X  
  200  

sendo:
a = fator de carga
ER = componente resistiva da impedância em %
Ex= componente reativa da impedância em %

60
Informações Técnicas DT -11

cos Ø = fator de potência da carga do transformador

sen Ø = 1 − cos 2 Ø

Exemplo: Cálculo de rendimento e regulação, com os seguintes dados: Potência


nominal = 300kVA; Perda a vazio = 1120W; Perda total = 4480; Impedância = 4,5%

TABELA 3.6
CosØ Carga % Rend % Regul %
0,8 25 97,83 0,8876
0,8 50 98,39 1,775
0,8 75 98,35 2,662
0,8 100 98,16 3,550
0,9 25 98,06 0,7416
0,9 50 98,56 1,483
0,9 75 98,53 2,225
0,9 100 98,36 2,966
1,0 25 98,25 0,3037
1,0 50 98,71 0,6074
1,0 75 98,67 0,9112
1,0 100 98,52 1,214

3.4. CAPACIDADE DE SOBRECARGA

Como dissemos anteriormente, é a elevação de temperatura que limita a potência a


ser fornecida por um transformador. O aquecimento em excesso, contribui para o
envelhecimento precoce do isolamento, diminuindo a vida útil do transformador que
teoricamente é de 65.000 horas de operação contínua com o ponto mais quente do
enrolamento a 105 oC.

A temperatura ambiente é um fator importante na determinação da capacidade de


carga dos transformadores, uma vez que a elevação de temperatura para qualquer
carga, deve ser acrescida a temperatura ambiente para se determinar a temperatura
de operação.

61
Informações Técnicas DT -11

Os transformadores normalmente operam num ciclo de carga que se repete a cada


24 horas. Este ciclo de carga, pode ser constante, ou pode ter um ou mais picos
durante o período.

Para se usar as recomendações de carregamento da NBR 5416/97, mostradas nas


tabelas 3.7, 3.8, 3.9 e 3.10, o ciclo de carga real precisa ser convertido para um ciclo
de carga retangular simples, mas termicamente equivalente. A carga permissível,
obtida das tabelas acima citadas, são funções da carga inicial, da ponta de carga e
da sua duração. Cada combinação de cargas nas tabelas deve ser considerada
como um ciclo retangular de carga, constituído de uma carga inicial, essencialmente
constante de 50, 70, 90 ou 100% da capacidade nominal, seguida de uma ponta de
carga retangular de grandeza e duração dadas.

Não há um critério único para a avaliação do fim da vida do transformador.


Entretanto é possível fazer-se um avaliação da velocidade do envelhecimento
adicional a que está sendo submetido o equipamento, comparando a perda de vida
com uma taxa de perda de vida média de referência.

Calcula-se a perda de vida, ao longo de um período de tempo ∆t (horas), em que a


temperatura do ponto mais quente do enrolamento (θ e) permanece constante, pela
equação:

 B 
−  + A 
 273 +θ e
PV % = 10 
× 100 ⋅ ∆t

onde:
A é igual a –14,133 (transformador de 55 oC)
A é igual a –13,391 (transformador de 65 oC)
B é igual a 6972,15
PV é a perda de vida
∆t é o intervalo de tempo genérico
θe é a de temperatura do ponto mais quente do enrolamento

62
Informações Técnicas DT -11

Normalmente, os transformadores devem operar, segundo ciclos de carga que não


propiciem perdas de vida adicionais, mas nos casos extremos de operação, onde
esta perda de vida se torna necessária, deve-se impor um valor máximo de perda de
vida adicional.

A Tabela 3.8 mostra a carga admissível, após um carregamento contínuo de 70%,


com temperatura ambiente a 30 oC, é de 133% durante uma hora, sem que sejam
ultrapassados os valores-limite de temperatura prescritos na norma NBR 5416.

Deve-se evitar operar o transformador com temperaturas do ponto mais quente do


enrolamento superiores a 140 oC, devido a provável formação de gases na isolação
sólida e no óleo, que poderiam representar um risco para a integridade da rigidez
dielétrica do equipamento.

Nesta norma, também são admitidas cargas programadas de até 1,5 vezes a
corrente nominal, para as quais, segundo a NBR 5416, não devem existir quaisquer
outras limitações além das capacidades térmicas dos enrolamentos e do sistema de
refrigeração.

63
Informações Técnicas DT -11

TABELA 3.7 - CARREGAMENTO DE TRANSFORMADORES DE 55OC – ONAN


CARGA INICIAL = 50%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 36 84
15 150 41 89
20 150 46 94
0,5 25 150 51 99
30 144 56 104
35 150 61 105
40 135 65 105
10 150 44 92
15 150 49 97
20 150 54 102
1,0 25 148 58 105
30 141 62 105
35 133 65 105
40 126 69 105
10 150 56 104
15 146 59 105
20 140 62 105
2,0 25 134 65 105
30 128 68 105
35 121 71 105
40 115 74 105
10 139 63 105
15 133 65 105
20 128 68 105
4,0 25 123 70 105
30 118 73 105
35 112 75 105
40 106 78 105
10 131 66 105
15 127 69 105
20 122 71 105
8,0 25 117 73 105
30 112 75 105
35 107 77 105
40 101 79 105
10 129 67 104 X
15 125 69 105 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do pont o mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

64
Informações Técnicas DT -11

TABELA 3.8 - CARREGAMENTO DE TRANSFORMADORES DE 55OC - ONAN -


CARGA INICIAL = 70%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 43 90
15 150 48 95
20 150 53 100
0,5 25 150 58 105
30 142 62 105
35 133 66 105
40 124 70 105
10 150 49 97
15 150 54 102
20 148 59 105
1,0 25 140 62 105
30 133 66 105
35 125 69 105
40 117 73 105
10 148 59 105
15 142 61 105
20 136 64 105
2,0 25 130 67 105
30 123 70 105
35 117 73 105
40 110 76 105
10 137 64 105
15 132 66 105
20 127 69 105
4,0 25 121 71 105
30 116 74 105
35 110 76 105
40 104 78 105
10 131 66 105
15 126 68 105
20 121 71 104
8,0 25 117 73 105
30 111 75 105
35 106 77 105
40 101 80 105
10 129 67 104 X
15 125 69 105 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do pont o mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

65
Informações Técnicas DT -11

TABELA 3.9 - CARREGAMENTO DE TRANSFORMADORES DE 55OC - ONAN -


CARGA INICIAL = 90%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 50 98
15 150 55 103
20 145 60 105
0,5 25 137 64 105
30 128 68 105
35 119 72 105
40 109 76 105 X
10 150 56 103
15 145 59 105
20 138 63 105
1,0 25 131 67 105
30 123 70 105
35 115 74 105
40 107 78 105 X
10 143 61 105
15 137 64 105
20 130 67 105
2,0 25 124 70 105
30 118 73 105
35 111 76 105
40 104 79 105 X
10 135 65 105
15 130 67 105
20 124 69 105
4,0 25 119 72 105
30 113 74 105
35 108 77 105 X
40 102 80 105 X
10 131 67 105
15 126 69 105
20 121 71 105
8,0 25 116 73 105
30 111 75 105 X
35 106 78 105 X
40 100 80 105 X
10 129 67 104 X
15 125 69 105 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatur a ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do pont o mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

66
Informações Técnicas DT -11

TABELA 3.10 - CARREGAMENTO DE TRANSFORMADORES DE 55OC - ONAN -


CARGA INICIAL = 100%
o o o
DP (h) Ta ( C) CP(%) TO( C) TE( C) OBS.
10 150 55 102
15 146 59 105
20 138 63 105
0,5 25 129 68 105
30 120 72 105 X
35 111 76 105 X
40 101 80 105 X
10 147 59 105
15 140 62 105
20 133 66 105
1,0 25 125 69 105
30 117 73 105 X
35 109 76 105 X
40 100 80 105 X
10 140 63 105
15 134 66 105
20 127 68 105
2,0 25 121 71 105
30 114 74 105 X
35 107 77 105 X
40 100 80 105 X
10 134 66 105
15 128 68 105
20 123 70 105
4,0 25 118 73 105
30 112 75 105 X
35 106 78 105 X
40 100 80 105 X
10 130 67 105
15 126 69 105
20 121 71 105 X
8,0 25 116 74 105 X
30 111 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
10 129 67 105 X
15 125 69 104 X
20 120 71 105 X
24,0 25 115 73 105 X
30 110 76 105 X
35 105 78 105 X
40 100 80 105 X
NOTAS
1 DP é a duração do tempo de ponta de carga;
Ta é a temperatura ambiente;
CP é a carga durante o tempo de ponta;
TO é a temperatura do topo do óleo;
TE á a temperatura do pont o mais quente do enrolamento.
2 Os carregamentos assinalados com X provocam envelhecimento acelerado do papel isolante.

67
Informações Técnicas DT -11

4. CARACTERÍSTICAS DA INSTALAÇÃO

4.1. OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS E ESPECIAIS DE


FUNCIONAMENTO.

As condições normais de posicionamento, nos quais o transformador deve satisfazer


as prescrições da norma NBR 5356, são as seguintes:

a) para transformadores resfriados a ar, temperatura do ar de resfriamento


(temperatura ambiente) não superior a 40 oC e temperatura média, em
qualquer período de 24 horas, não superior a 30 oC;

b) para transformadores resfriados a água, temperatura da água de


resfriamento (temperatura ambiente para transformadores) não superior a
30oC e temperatura média, em qualquer período de 24 horas, não
superior a 25 oC;

c) altitude não superior a 1000m;

d) tensão de alimentação aproximadamente senoidal e tensão de fase, que


alimentam um transformador polifásico, aproximadamente iguais em
módulo e defasagem;

e) corrente de carga aproximadamente senoidal e fator harmônico não


superior a 0,05pu;

f) fluxo de Potência, os transformadores identificados como transformadores


(ou autotransformadores) interligados de sistemas devem ser projetados
para funcionamento como abaixadores, ou elevadores (usinas), conforme
for especificado pelo comprador.

68
Informações Técnicas DT -11

4.2. Condições Normais de Transporte e Instalação.

O transporte e a instalação devem estar de acordo com NBR 7036 ou a NBR 7037, a
que for aplicável.

São consideradas condições especiais de funcionamento, transporte e instalação, os


que podem exigir construção especial e/ou revisão de alguns valores normais e ou
cuidados especiais no transporte, instalação e funcionamento do transformador, e
que devem ser levadas ao conhecimento do fabricante.

Constituem exemplos de condições especiais:

a) instalação em altitudes superiores a 1000m;

b) instalações em locais em que as temperaturas do meio de resfriamento


estejam fora dos limites estabelecidos em 4.1.1;

c) exposição a umidade excessiva, atmosfera salina, gases ou fumaças


prejudiciais;

d) exposição a pós prejudiciais.;

e) exposição a materiais explosivos na forma de gases ou pós;

f) sujeição a vibrações anormais, choque ou condições sísmicas;

g) sujeição a condições precárias de transporte, instalação ou


armazenagem;

h) limitações de espaço na sua instalação;

i) dificuldades de manutenção;

69
Informações Técnicas DT -11

j) funcionamento em regime ou freqüência não usuais ou com tensões


apreciavelmente diferentes das senoidais ou assimétricas;

k) cargas que estabelecem harmônicas de corrente anormais, tais como os


que resultam de apreciáveis correntes de carga controladas por
dispositivos em estado sólido ou similares;

l) condições de carregamento especificados (potências e fatores de


potência) associadas a transformadores ou autotransformadores de mais
de dois enrolamentos;

m) exigência de níveis de ruído e ou radiointerferência, diferentes das


especificadas na norma NBR 5356;

n) exigência de isolamento diferente das especificadas na norma NBR 5356;

o) condições de tensão anormais, incluindo sobretensões transitórias,


ressonância, sobretensões de manobra, etc., que possam requerer
considerações especiais no projeto da isolação;

p) campos magnéticos anormalmente fortes;

q) transformadores de grande porte com barramentos blindados de fases


isoladas de altas correntes que possam requerer condições especiais do
projeto;

r) necessidade de proteção especiais contra contatos acidentais de pessoas


com partes vivas do transformador;

s) operação em paralelo com transformadores de outro fornecimento.

70
Informações Técnicas DT -11

4.3. OPERAÇÃO EM PARALELO

A operação em paralelo de transformadores se faz necessária em duas situações


principais:

a) quando é necessário aumentar a carga de determinada instalação sem


modificação profunda no lay-out da mesma;

b) quando, ao prevermos pane em um dos transformadores, quisermos


continuar operando o sistema, mesmo à carga reduzida.

Dois transformadores operam em paralelo, quando estão ligados ao mesmo sistema


de rede, tanto no primário quanto no secundário (paralelismo de rede e barramento,
respectivamente).

Mas não é possível ligarmos dois transformadores em paralelo, para operação


satisfatória, se não forem satisfeitas as condições dos itens 4.2.1, 4.2.2 e 4.2.3.

4.3.1. Diagramas Vetoriais com mesmo Deslocamento Angular

Se as demais condições forem estabelecidas, basta ligarmos entre si os terminais da


mesma designação.

4.3.2. Relações de Transformação Idênticas inclusive Derivações

Surgirá uma corrente circular entre os dois transformadores caso tenham tensões
secundárias diferentes.

Esta corrente se soma à corrente de carga (geometricamente) e no caso de carga


indutiva haverá um aumento de corrente total no transformador com maior tensão
secundária enquanto que a corrente total do transformador com menor tensão
secundária diminui. Isto significa que a potência que pode ser fornecida pelos dois

71
Informações Técnicas DT -11

transformadores é menor do que a soma das potências individuais, o que representa


desperdício.

A corrente circulante existe também se os transformadores estiverem em vazio,


sendo independente da carga e sua distribuição.

4.3.3. Impedância

A impedância é referida a potência do transformador.

Transformadores da mesma potência deverão ter impedâncias iguais, no entanto a


norma NBR 5356 admite uma variação de até ±7,5%.

Transformadores de diferentes potências: aplicando a fórmula abaixo, saberemos


qual a impedância do novo transformador a ser instalado.

P1 × Z '1
Z2 = (4.1)
P2

sendo:
P = potência total da instalação (P1 + P2)
P1 = potência do transformador velho
P2 = potência do transformador novo
Z1 = impedância do transformador velho
Z2 = impedância do transformador novo
Z’1 = impedância do transformador velho referido a base do novo.

Devemos inferir as impedâncias a uma mesma base de potência, que pode ser a de
qualquer um deles, da seguinte maneira:

Z 2 × P1
Z '2 = (4.2)
P2

72
Informações Técnicas DT -11

Z 1 × P2
Z '1 = (4.3)
P1

onde:
Z’1 e Z’2 são as impedâncias dos transformadores na base nova de potência.

A divisão de potência entre transformadores em paralelo é calculada como segue


abaixo:

P1 P2
Z1 Z2

FIGURA 4.1

P × Z2
P1 = (4.4)
Z1 + Z 2

P × Z1
P2 = (4.5)
Z1 + Z 2

P = P1 + P2 (4.6)

Para os transformadores que irão operar em paralelo, as impedâncias ou tensões de


curto-circuito não poderão divergir mais do que ±7,5% da média das impedâncias
individuais, como já foi mencionado anteriormente, caso contrário o transformador de
impedância menor receberá uma carga relativa maior do que o de impedância maior.

Quando o transformador de menor potência tiver a maior impedância, então são


economicamente aceitáveis diferenças de 10 a 20% na impedância.

Caso contrário, condições de serviço antieconômicas já ocorrerão em


transformadores ligados em paralelo, cuja relação de potências for 1:3.

73
Informações Técnicas DT -11

Exemplo: Qual a impedância de um novo transformador cuja potência é 1500kVA, o


qual será ligado em paralelo com outro já existente com as seguintes características:

- Potência: 1000kVA
- Tensões Primárias: 13,8 - 13,22 - 12,6kV
- Tensões Secundárias: 380/220V
- Impedância: 5%
- Deslocamento Angular: Dyn 1

A impedância de 5% está referida na base de 1000kVA. Deveremos referi-la para a


base do transformador novo.

Usando a equação 4.3:

Z 1 × P2 5 × 1500
Z '1 = =
P1 1000
Z '1 = 7,5%

Este valor é a impedância do 1000kVA na base do novo transformador de 1500kVA.

Calcularemos a impedância que deverá ter, o novo transformador de 1500kVA.

Da equação 4.1:

P1 × Z '1 1000 × 7,5


Z2 = =
P2 1500

Z 2 = 5%

Esta impedância já está na base do novo transformador (1500kVA).

O novo transformador deverá ter as seguintes características:

74
Informações Técnicas DT -11

- Tensão Primária: 13,8 - 13,2 - 12,6kV


- Tensão Secundária: 380/220V
- Impedância: 5%
- Deslocamento angular: Dyn1

4.4. OPERAÇÃO EM PARALELO

Divisão de carga entre transformadores

Pode-se calcular a potência fornecida individualmente, pelos transformadores de um


grupo em paralelo, através da seguinte fórmula:

PN 1...n EM
PF 1...n = × × Pc (4.7)
∑ PN 1...n E1...n

∑ PN ...n
EM = (4.8)
∑ PN ...n
E1...n

onde:
PF1...n = potência fornecida à carga pelo transformador [kVA]
PN1...n = potência nominal do transformador [kVA]
EM = tensão média de curto-circuito [%]
E1...n = tensão de curto-circuito do transformador 1 ...n [%]
Pc = potência solicitada pela carga [kVA]

Exemplo: Calcular as potências fornecidas individualmente, pelos transformadores,


PN1 = 300kVA, PN2 = 500kVA e PN3 = 750kVA, cujas tensões de curto-circuito são
as seguintes: E1 = 4,5%, E2 = 4,9%, E3 = 5,1%, e a potência solicitada pela carga é
de 1550kVA.

300 + 500 + 750


EM = = 4,908%
300 500 750
+ +
4,5 4,9 5,1

75
Informações Técnicas DT -11

300 4,908
PF 1 = × × 1550 = 327,2kVA
300 + 500 + 750 4,5

500 4,908
PF 2 = × × 1550 = 500,8kVA
300 + 500 + 750 4,9

750 4,908
PF 3 = × × 1550 = 721,8kVA
300 + 500 + 750 5,1

Observa-se que o transformador de 300kVA por ter a menor impedância, está


sobrecarregado, enquanto que o transformador de 750kVA, que possui a maior
impedância, está operando abaixo de sua potência nominal.

76
Informações Técnicas DT -11

5. SELEÇÃO DOS TRANSFORMADORES

5.1. DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA DO TRANSFORMADOR

No projeto de uma instalação elétrica, os critérios de dimensionamento dos


equipamentos e condutores assumem uma importância vital, uma vez que envolvem
os dois principais fatores que estão na base do projeto, ou seja, a funcionalidade e o
custo.

É evidente que um projeto superdimensionado pode também ser funcional, uma vez
que não venha superar certos limites, além dos quais podem sobrevir efeitos
negativos, porém o custo resultante não pode ser justificado.

Portanto, é necessário chegar a estabelecer um ponto de interseção entre


funcionalidade e custo, de tal modo que satisfaça a parte técnica e a econômica,
tendo presente que um bom técnico, é aquele que consegue projetar ou construir
uma instalação completamente funcional de maneira econômica.

No que diz respeito aos transformadores, onde se quer chegar a um valor de


potência, de um ou mais deles, a serem instalados, se faz necessário que o
projetista tenha em mente claramente o conceito de fator de demanda, de modo
que, partindo dos valores de potência dos equipamentos alimentados pelo
transformador, possa chegar a estabelecer, com conhecimento de causa, o valor de
demanda máxima (ou da potência de alimentação) absorvível pela planta, e,
portanto, definir de modo econômico, o dimensionamento dos transformadores.

5.2. FATOR DE DEMANDA (d)

Entende-se por fator de demanda (d) como a razão da demanda máxima total (Dmt )
da instalação para a respectiva potência instalada (Pt) e é definido para um ponto de
distribuição. Portanto conhecendo-se:

77
Informações Técnicas DT -11

DMT
d= (5.1)
PT

Podemos determinar qual a potência do transformador através de Dmt , sendo


conhecida a potência instalada.

5.2.1. Determinação da Demanda Máxima de um Grupo de Motores

Dado um grupo de n motores (com n maior ou igual a 10) de diversas potências.


Procedemos da seguinte maneira:

1. Determina-se a potência nominal de cada motor em kVA

3 ⋅ I ⋅V
Pnom = [kVA] (5.2)
1000

sendo:
Pnom = potência nominal de cada motor
I = corrente absorvida pelo motor em A (retirada pelo catálogo do
fabricante)
V = tensão de alimentação dos motores

2. Determina-se a potência instalada: a potência instalada (Pinst ) será o


somatório das potências nominais de cada motor.

3. Determina-se o número de motores n’ cujas potências nominais,


calculadas pelo item 1 sejam maiores ou iguais que a metade da potência
nominal do maior motor.

4. Calculam-se as relações:

n'
N= (5.3)
n

78
Informações Técnicas DT -11

P ' inst
P= (5.4)
Pinst

sendo:
n’ = somatória dos motores
n = número total de motores
Pinst = potência instalada dos n’ motores

5. Com N e P iremos a Tabela 5.4 obtendo o fator de demanda (G) para a


instalação.

6. Calcula-se a demanda máxima por:

DM = G ⋅ Pinst (5.5)

Obs.: Este critério apresentado é empírico, pois dependendo da instalação


todos os motores operarão juntos, o que nos dará um G = 1.

Considera-se sempre como 100% a demanda do maior motor, ou


dependendo dos maiores motores.

Exemplo: Determinar a demanda máxima do grupo de motores indicados na Tabela


5.1:

TABELA 5.1
I II III
No. cv kVA Pinst [kVA]
2 75 72,40 144,8
5 30 28,58 142,9
8 15 16,39 131,1
20 5 5,72 114,4
30 1,5 2,13 64,0
65 597,2

79
Informações Técnicas DT -11

Na tabela obtemos:

n = 65
Pinst = 597,2

Consideramos o maior motor com demanda de 100% (kVA), sendo o valor dividido
por dois. Para determinar n’ o número de motores cujas as potências, sejam maiores
ou iguais que a metade da potência nominal do maior motor.

72,40
= 36,2kVA
2
Será:
n’ = 8+5 = 13

Aos quais corresponde uma potência instalada:

P’inst = 142,9 + 131,1 = 274 kVA

Calculamos as relações:

n ' 13
N= = = 0,2
n 65

P ' inst 274


P= = 0,458
Pinst 597,2

Na Tabela 5.4 com N = 0,2 e P = 0,50 obteremos :

G = 0,64

A demanda máxima será:

80
Informações Técnicas DT -11

DM = [0,64 × (597,2 − 144,8)] + 144,8


DM = 434,3kVA

Nota: Através do item 1 obtemos os valores DM [kVA].

5.2.2. Determinação da Demanda Máxima da Instalação

Com o auxílio das tabelas 5.2, 5.3, 5.4, 5.8 e da fórmula a seguir, pode-se calcular a
demanda máxima da instalação, que por sua vez definirá a potência do
transformador:

Dmt = A + B + C + D + E

sendo:
A = demanda da potência para iluminação e tomadas, conforme Tabela
5.7.
B = demanda de todos os aparelhos de aquecimento (chuveiros,
aquecedores, fornos, fogões, etc.) calculada conforme Tabela 5.8 onde
deve-se diversificar a demanda por tipo de aparelho.
C = demanda de aparelhos de ar condicionado calculado conforme Tabela
5.2.
D = demanda dos motores elétricos conforme item 5.2.1.
E = demanda individual das máquinas de solda a transformador, calculada
conforme Tabela 5.3.

Em todos os casos, no cálculo da demanda, o fator de potência e o rendimento


devem ser considerados.

5.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DAS TABELAS

Os valores encontrados nas tabelas devem ser compreendidos como referidos aos
casos mais freqüentes e devem ser usados quando na falta de algum dado
informativo.

81
Informações Técnicas DT -11

É natural que o técnico, antes de recorrer às tabelas, se informe sobre os ciclos


usuais de funcionamento e faça quanto mais possível, com que se aproximem os
valores dos fatores com a realidade do caso que deve resolver.

5.4. CRITÉRIOS DE ESCOLHA DOS TRANSFORMADORES COM BASE NO


VALOR OBTIDO NA DEMANDA

Uma vez descoberto o valor da demanda absorvida pela instalação, devemos


escolher o transformador ou os transformadores a serem instalados. Os principais
critérios de escolha são:

a) eventuais aumentos de potência instalada;


b) conveniência da subdivisão em mais unidades;
c) potência nominal normalizada.

TABELA 5.2 - FATORES DE DEMANDA DE


CONDICIONADORES DE AR
Número de Aparelhos Fator de Demanda [%]
1 a 10 100
11 a 20 86
21 a 30 80
31 a 40 78
41 a 50 75
51 a 75 70
76 a 100 65
Acima de 100 60

82
Informações Técnicas DT -11

TABELA 5.3 - DEMANDA INDIVIDUAL DAS MÁQUINAS


DE SOLDA A TRANSFORMADOR
Solda a Arco
Fator de Demanda [%]
Número de Aparelhos
1º e 2 º maior aparelho 100
º
3 aparelho 85
º
4 aparelho 70
soma dos demais aparelhos 60
solda à resistência
maior aparelho 100
soma dos demais aparelhos 60

TABELA DE MOTORES IP54, IP(W) 55 E QUÍMICO - Divisão II

* Vide Catálogo de Motores Trifásicos.

83
Informações Técnicas DT -11

TABELA 5.4 – FATORES DE DEMANDA DE GRUPOS DE MOTORES


P
N 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 0,95 1,00

0,005 0,34 0,18 0,11 0,073 0,051 0,039 0,030 0,024 0,019 0,016 0,013 0,011 0,010 0,009 0,007 0,007 0,006 0,005 0,005

0,01 0,52 0,32 0,20 0,14 0,10 0,076 0,059 0,047 0,037 0,031 0,026 0,023 0,019 0,017 0,015 0,013 0,012 0,011 0,009

0,02 0,71 0,51 0,36 0,26 0,19 0,14 ,011 0,09 0,07 0,06 0,05 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02

0,03 0,81 0,64 0,48 0,36 0,27 0,21 0,16 0,13 0,11 0,09 0,08 0,07 0,06 0,05 0,04 0,04 0,04 0,03 0,03

0,04 0,86 0,72 0,57 0,44 0,34 0,27 0,22 0,18 0,15 0,12 0,10 0,09 0,08 0,07 0,06 0,05 0,05 0,04 0,04

0,05 0,90 0,79 0,64 0,51 0,41 0,33 0,26 0,22 0,18 0,15 0,13 0,11 0,10 0,08 0,07 0,07 0,06 0,05 0,05

0,06 0,92 0,83 0,70 0,58 ,047 ,038 ,031 0,26 0,21 0,18 0,15 0,13 0,12 0,10 0,09 0,08 0,07 0,06 0,06

0,08 0,94 0,89 0,79 0,68 0,57 0,48 0,40 0,33 0,28 0,24 0,20 0,17 0,15 0,13 0,12 0,11 0,09 0,08 0,08

0,10 0,95 0,92 0,85 0,76 0,66 0,56 0,47 0,40 0,34 0,29 0,25 0,22 0,19 0,17 0,15 0,13 0,12 0,10 0,09

0,15 0,95 0,93 0,88 0,86 0,72 0,67 0,56 0,48 0,42 0,37 0,32 0,28 0,25 0,23 0,20 0,17 0,16 0,14

0,20 0,95 0,93 0,89 0,83 0,76 0,69 0,64 0,54 0,47 0,42 0,37 0,33 0,29 0,26 0,23 0,21 0,19

0,25 0,95 0,93 0,90 0,85 0,78 0,71 0,64 0,57 0,51 0,45 0,41 0,36 0,32 0,29 0,26 0,24

0,30 0,95 0,94 0,90 0,86 0,80 0,73 0,66 0,60 0,53 0,48 0,43 0,39 0,35 0,32 0,29

0,35 0,95 0,94 0,91 0,86 0,81 0,74 0,68 0,62 0,56 0,50 0,45 0,41 0,37 0,33

0,40 0,95 0,93 0,91 0,86 0,81 0,75 0,69 0,63 0,57 0,52 0,47 0,42 0,38

0,45 0,95 0,93 0,91 0,87 0,81 0,76 0,70 0,64 0,58 0,52 0,47 0,43

0,50 0,95 0,94 0,91 0,87 0,82 0,76 0,70 0,64 0,58 0,53 0,48

0,55 0,95 0,94 0,91 0,87 0,82 0,75 0,69 0,63 0,57 0,52

0,60 0,95 0,94 0,91 0,87 0,81 0,75 0,69 0,63 0,57

0,65 0,95 0,94 0,91 0,86 0,81 0,74 0,68 0,62

0,70 0,95 0,94 0,90 0,86 0,80 0,73 0,66

0,75 0,95 0,93 0,90 0,83 0,78 0,71

0,80 0,95 0,94 0,89 0,83 0,76

0,85 0,95 0,93 0,88 0,80

0,90 0,95 0,92 0,85

1,0 0,95

84
Informações Técnicas DT -11

TABELA 5.5 – VALORES NOMINAIS TÍPICOS DE APARELHOS ELÉTRICOS


(TENSÃO NOMINAL 220V)
APARELHO POTÊNCIAS NORMAIS TÍPICAS

Aquecedor de água central (Boiler)

- de 50 a 100 litros 1000W

- de 150 a 200 litros 1250W

- 250 litros 1500W

- de 300 a 350 litros 2000W

- 400 litros 2500W

Aquecedor de água local 4000 a 8000W

Aquecedor portátil de ambiente 700 a 1300W

Aspirador de pó 250 a 800W

Barbeador 8 a 12 W

Batedeira 70 a 250W

Cafeteira 1000W

Chuveiro 3000 a 5300W

Cobertor 150 a 200W

Condicionador de ar

- 3/4cv 1200VA

- 1 1/2cv 2400VA

- central (residencial) 5000VA

Congelador (freezer) 350 a 500VA

Copiadora (tip o xerox) 1500 a 6500VA

Exaustor de ar (para cozinha) 300 a 500VA

Ferro de passar roupa 400 a 1650W

Fogão residencial 4000 a 12000W

Forno residencial 4500W

Forno de microondas (residencial) 1200W

Geladeira (residencial) 150 a 400VA

85
Informações Técnicas DT -11

Lavadora de pratos (residencial) 1200 a 2800VA

Lavadora de roupas (residencial) 750 a 1200VA

Liqüidificador 100 a 250W

Máquina de costura (doméstica) 60 a 100W

Máquina de escrever 150W

Moedor de lixo 300 a 600VA

Secador de roupa 4000 a 6000W

Secador de cabelos 500 a 1200W

Televisor

- portátil 75 a 100W

- tipo Console 150 a 350W

Torradeira 500 a 1200W

Torneira 2500 a 3200W

Ventilador

- portátil 60 a 90W

- de pé 250VA

TABELA 5.6 – POTÊNCIAS NOMINAIS DOS PRINCIPAIS TIPOS DE LÂMPADAS


TIPO DE LÂMPADA POTÊNCIAS NORMAIS TÍPICAS [W]

Incandescente 15 - 25 - 40 - 60 - 75 - 100 - 150 - 200 - 300 - 500 - 1000 - 1500

Fluorescente 15 - 20 - 30 - 40 - 65 - 100 - 110 - 125 - 135

Vapor de mercúrio 80 - 125 - 250 - 400 - 700 - 1000 - 2000

Vapor Metálico 375 - 1000 – 2000

Sódio Baixa Pressão 35 - 90 - 135 - 180

Sódio Alt a Pressão 250 - 400 - 1000

Halógenas 500 - 1000 - 1500 - 2000

Mistas 160 - 250 - 500

86
Informações Técnicas DT -11

TABELA 5.7 – FATORES DE DEMANDA DE ILUMINAÇÃO E TOMADAS


DESCRIÇÃO FATOR DE DEMANDA [%]
Auditórios, salões para exposições e
100
semelhantes.
Bancos, lojas e semelhantes. 100
Barbearias, salões de beleza e semelhantes. 100
Clubes e semelhantes. 100
100 para os primeiros kVA
Escolas e semelhantes.
50 para o que exceder de 12kVA.
100 para os primeiros 20kVA
Escritórios (edifícios de)
70 para o que exceder de 20kVA
Garagens comerci ais e semelhantes. 100
40 para os primeiros 50kVA
Hospitais e semelhantes.
20 para o que exceder de 50kVA
Hotéis e semelhantes. 100
Igrejas e semelhantes. 100
100 para os primeiros 10kVA
Edifícios de apartamentos residenciais 35 para os seguintes 110kV A
25 para o que exceder de 120kVA
Restaurantes e semelhantes. 100

87
Informações Técnicas DT -11

TABELA 5.8
Fator de Demanda [%] Fator de Demanda [%]
Número de Com Com potencial Número de Com potencial
Com potencial
Aparelhos potencial de superior a Aparelhos superior a
de até 35kW
até 35kW 35kW 35kW
1 80 80 16 39 26
2 75 65 17 38 28
3 70 55 18 37 28
4 66 0 19 36 28
5 67 45 20 35 28
6 59 43 21 34 26
7 56 40 22 33 26
8 53 36 23 32 26
9 51 35 24 31 26
10 49 34 25 30 26
11 47 32 26 a 30 30 24
12 45 32 31 a 40 30 22
13 43 32 41 a 50 30 20
14 41 32 51 a 60 30 18
15 40 32 61 ou mais 30 16
NOTA: Os fatores devem ser aplicados para cada tipo de aparelho separadamente.

5.4.1. Eventuais Aumentos da Potência Instalada

É provável que nos primeiros anos de funcionamento de uma instalação, se


verifiquem aumentos na carga instalada, por mais bem projetada que seja a
instalação na partida. Em geral este aspecto se verifica em 90% dos casos.

Portanto, será interessante que o projetista conheça a fundo o caso de que está
tratando e deverá prever um aumento de 5% a 15%.

5.4.2. Conveniência da Subdivisão em mais Unidades

Este aspecto foi comentado anteriormente no capítulo relativo à operação em


paralelo. São dois os aspectos a serem levados em consideração neste momento:

88
Informações Técnicas DT -11

operação em paralelo (econômico) e eventuais danos no transformadores ou


manutenção.

O primeiro traz benefícios, diminuindo as perdas totais, e o segundo alerta ao fato de


que poder operar à carga reduzida, mesmo com a parada de uma unidade.

No caso do dano, ter aplicado o critério econômico que aconselha a aquisição de


uma única máquina de potência adequada, pode ser a causa de um problema de
grandeza diretamente proporcional ao valor da produção, uma vez que, vindo a faltar
a fonte de energia, se impõe um período mais ou menos longo de completa parada
de uma instalação.

Não obstante o custo inicial de aquisição ser maior, quando a potência necessária
ultrapassa os 150kVA, a subdivisão em maior número de máquinas oferece a
possibilidade de criar uma instalação articulada e flexível, apta a adequar-se a cada
situação e permitir o máximo e racional aproveitamento dos transformadores, com o
mínimo dano.

5.4.3. Potência Nominal Normalizada

Voltamos a tocar no assunto porque é de vital importância no dimensionamento da


instalação. Todos sabemos quanto demora a aquisição de um equipamento.

Se o transformador idealizado não tiver um valor de potência normalizado, o tempo


necessário para a confecção da oferta, projeto e execução será maior,
consequentemente o prazo para entrada em funcionamento da planta se estenderá,
mantendo mais longe o início do retorno de capital. A mesma dificuldade será
sentida em caso de se necessitar reposição de uma unidade.

89
Informações Técnicas DT -11

5.5. DADOS NECESSÁRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR

a) Potência
b) Tensões Primárias e derivações
c) Tensão Secundária
d) Freqüência
e) Normas aplicáveis
f) Acessórios
g) Valores de impedância, corrente de excitação e perdas
h) Qualquer outra característica importante: dimensões especiais por exemplo.

90
Informações Técnicas DT -11

6. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

Veremos agora as características construtivas do transformador a óleo, pois no item


relativo ao funcionamento do transformador não nos preocupamos em detalhar a
forma construtiva, uma vez que lá o objetivo era de esclarecer o fenômeno elétrico
envolvido na transformação.

Face às características particulares, abordaremos um capítulo específico para


transformadores a seco (capítulo 7), onde serão abordados detalhes, tais como:
história, características construtivas, vantagens, aplicações, etc.

6.1. PARTE ATIVA

Chamamos de parte ativa do transformador, ao conjunto formado pelos


enrolamentos, primário e secundário, e pelo núcleo, com seus dispositivos de
prensagem e calços. A parte ativa deve constituir um conjunto mecanicamente
rígido, capaz de suportar condições adversas de funcionamento. Na Figura 6.1 vê-
se: a parte ativa de um transformador de distribuição com núcleo empilhado e um
com núcleo enrolado; e a parte ativa de um transformador de força.

(a) Transformador de distribuição


com núcleo empilhado

91
Informações Técnicas DT -11

(b) Transformador de distribuição


com núcleo enrolado

(c)Transformador de força

FIGURA 6.1

92
Informações Técnicas DT -11

6.1.1. Núcleo

O núcleo é constituído por um material ferromagnético, que contém em sua


composição o silício, que lhe proporciona características excelentes de
magnetização e perdas.

Porém, este material é condutor e estando sob a ação de um fluxo magnético


alternado, dá condições de surgimento de correntes parasitas. Para minimizar este
problema, o núcleo, ao invés de ser uma estrutura maciça, é construído pelo
empilhamento de chapas finas, isoladas com Carlite.

Presta-se especial atenção para que as peças metálicas da prensagem sejam


isoladas do núcleo e entre si para evitar as correntes parasitas, que aumentariam
sensivelmente as perdas em vazio.

Estas chapas de aço durante a sua fabricação na usina, recebem um tratamento


especial com a finalidade de orientar seus grãos. É este processo que torna o
material adequado à utilização em transformadores, devido a diminuição de perdas
específicas.

É também com a finalidade de diminuir as perdas, que nestas chapas são feitos
cortes a 45 o nas junções entre as culatras e os pilares (Figura 6.2 (a)).

Os tipos de chapas de aço silício mais utilizadas são: M4 da Acesita; M0H e


equivalentes; 023ZDKH-90 e equivalentes.

93
Informações Técnicas DT -11

(a) Núcleo empilhado

(b) Núcleo enrolado

FIGURA 6.2

6.1.2. Enrolamento

Os enrolamentos, primários e secundários, são constituídos de fios de cobre ou


alumínio isolados com esmalte ou papel, de seção retangular (Figura 6.4 (c)) ou
circular.

O secundário, ou, dependendo do caso, BT, geralmente constitui um conjunto único


para cada fase (Figura 6.3), ao passo que o primário pode ser uma bobina única

94
Informações Técnicas DT -11

(Figura 6.4) ou fracionada em bobinas menores, que chamamos de panquecas (para


transformadores de distribuição apenas).

(a) Transformador de distribuição (b) Transformador de força

FIGURA 6.3 – BOBINAS DE BAIXA TENSÃO

(a) Transformador de distribuição (b) Transformador de força

95
Informações Técnicas DT -11

(c) Transformador de distribuição


com núcleo enrolado (BT+AT)

FIGURA 6.4 – BOBINAS DE ALTA TENSÃO

Os enrolamentos são dispostos concentricamente, com o secundário ocupando a


parte interna e consequentemente o primário a parte externa, por motivo de
isolamento e econômicos, uma vez que é mais fácil de “puxar” as derivações do
enrolamento externo.
Chamamos de derivação, aos pontos, localizados no enrolamento primário,
conectados ao comutador (vide item 6.1.4).

Tipos de bobinas:

- Barril, qualquer potência;


- Camada, qualquer potência;
- Panqueca, até 1,5MVA;
- Disco, acima de 1MVA;
- Hélice, acima de 1MVA;
- Hobbart, acima de 1MVA;
- Hélice múltipla, enrolamentos de regulação.

96
Informações Técnicas DT -11

6.1.3. Dispositivos de Prensagem, Calços e Isolamento

Para que o núcleo se torne um conjunto rígido, é necessário que se utilize


dispositivos de prensagem das chapas. São vigas dispostas horizontalmente, fixadas
por tirantes horizontais e verticais.

Devem ainda estar projetadas para suportar o comutador, os pés de apoio da parte
ativa, suporte das derivações e ainda o dispositivo de fixação da parte ativa do
tanque. Os calços são usados em vários pontos da parte ativa e tem várias
finalidades. Servem para constituir as vias de circulação de óleo, para impedir que
os enrolamentos se movam, como apoio da parte ativa (neste caso chamado pé), e
outras. Os materiais dos calços são vários e dentre eles podemos destacar o
papelão (Presspan), o fenolite, a madeira e a madeira laminada.

O isolamento se faz necessário nos pontos da parte ativa onde a diferença de


potencial seja expressiva, nos condutores, entre camadas dos enrolamentos, entre
primário e secundário, entre fases e entre enrolamentos e massa.

Os materiais são diversos e devem atender às exigências de rigidez dielétrica e


temperatura de operação (classe A-105 oC). No caso dos condutores, estes podem
estar isolados em papel kraft neutro ou esmalte; este último, na WEG, é de classe H
(180oC).

6.1.4. Comutador de Derivações

Sua finalidade foi exposta no item relativo às tensões normalizadas.

6.1.4.1. Tipo painel

O painel é instalado imerso em óleo isolante e localizado acima das ferragens


superiores de aperto do núcleo, num ângulo que varia de 20o a 30 o, para evitar
depósitos de impurezas em sua superfície superior.

97
Informações Técnicas DT -11

A Figura 6.5 mostra um comutador tipo painel de posições. Consta de chapa de


fenolite a qual recebe dentro de determinada disposição, os terminais dos
enrolamentos.

Os parafusos que recebem estes terminais estão isolados desta chapa do painel por
meio de buchas de porcelana ou epóxi para garantir boa isolação entre eles.

A conexão entre os parafusos é feita por pontes de ligação de formato adequado a


fácil troca de posição e perfeito contato com o aperto das porcas.

Só se usa comutador tipo painel para casos em que se tenha 8 ou mais derivações
ou no caso de religáveis.

FIGURA 6.5

6.1.4.2. Comutador acionado à vazio

Este tipo de comutador tem como principal vantagem a facilidade de operação,


sendo sua manobra feita internamente por meio de uma manopla situada acima do
nível do óleo, ou feita externamente. O acionamento externo é usado
obrigatoriamente quando o transformador possui conservador de óleo, ou ainda
quando o mesmo possui potência maior que 300kVA.

Os tipos de comutadores acionados à vazio utilizados são:

a) comutado linear 30A: com número de posições inferior ou igual a 7; há

98
Informações Técnicas DT -11

tanto com acionamentos externo quanto interno, simples ou duplo; usado


até 500kVA (Figura 6.6);

b) comutador linear 75A: com as mesmas características do anterior, sendo


que este é usado de 750kVA até 2500kVA (Figura 6.7);

c) comutador linear 300A: número de posições até 13; acionamento externo;


usado para potências superiores a 3MVA; este comutador possui grande
flexibilidade; admite até 3 colunas, com até 4 grupos de contato por
colunas;

d) comutador rotativo: até 7 posições, com acionamento externo para


tensões até classe 145kW e corrente até 1200A, normalmente 200, 300,
400, 800 e 1200A (Figura 6.8);

e) comutadores lineares especiais: construídos com até 13 posições, e para


qualquer classe de tensão e corrente até 2500A; podem vir com contatos
para bloqueio de operação intervinda.

Todos os comutadores mencionados são para acionamento sem tensão e se m


carga.

FIGURA 6.6

99
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.7

FIGURA 6.8

6.1.4.3. Comutador sob carga

Os fabricantes nacionais de comutadores sob carga são: MR do Brasil (Figura 6.9) e


ABB (Figura 6.10).

O comutador sob carga é composto de alguns sistemas de proteção próprios. Possui


pontos básicos de funcionamento para conexão externa: alimentação do motor de
rotação, pontos de conexão para comando elevar-baixar (ligados as bobinas dos
contatores das chave de partida reversora), ponto de retenção e ponto de conexão
para comando externo.

100
Informações Técnicas DT -11

O motor ligado ao eixo do comutador é acionado por chave reversora. Os pontos de


retenção da tensão de alimentação também dever ser alimentados, fase-fase ou
fase-neutro conforme especificado pelo cliente. Os pontos elevar-baixar são
acionados por comando externo e dão partida à chave reversora. Com este
mecanismo fazemos o giro do eixo do comutador e consequentemente do cilindro
interno do comutador.

Muitas vezes, os sistemas dos clientes exigem controle remoto da posição em que
se encontra o comutador. Existem três tipos de disco potenciométrico que
normalmente são utilizados para fazer o paralelismo entre transformadores e
medição de posição: o denominado par-ímpar, o de posição e o potenciométrico.
Todos possuem diferentes representações diagramáticas, devem ser especificados
no pedido do comutador para compra e sua utilização deve ser definida por quem
especifica o comutador.

O acionamento motorizado do comutador pode fazer comutações independente de


circuitos externos, para isto basta alimentá-lo corretamente. Neste caso, a
comutação elétrica é feita apenas manualmente nos botões de comando do próprio
acionamento (ou manual na manivela, não possibilitando qualquer outro tipo de
acionamento).

FIGURA 6.9 FI GURA 6.10

101
Informações Técnicas DT -11

6.2. BUCHAS

São os dispositivos que permitem a passagem dos condutores dos enrolamentos ao


meio externo. São constituídos basicamente por:

- corpo isolante: de porcelana vitrificada;


- condutor passante: de cobre eletrolítico ou latão;
- terminal: de latão ou bronze;
- vedação: de borracha e papelão hidráulico.

As formas e dimensões variam com a tensão e a corrente de operação, e para os


transformadores desta especificação subdividem-se em:

a) Buchas ABNT: conforme NBR 5034

Buchas de alta tensão, classe 15, 24.2 e 36,2kV e todas com capacidade de 160A
(Figura 6.14).

Buchas de baixa tensão com tensão nominal 1,3kV e correntes nominais de 160,
400, 800, 2000, 3150 e 5000A (Figuras 6.11 e 6.12).

b) Buchas DIN

Para a alta tensão nas classes de 15, 24.2 e 36,2kV e correntes nominais de 250,
630, 1000, 2000 e 3150A (Figuras 6.13 e 6.15).

c) Buchas condensivas

São usadas apenas em transformadores com potência superior a 2500kVA e


tensões maiores que 36,2kV, sendo encontradas apenas nas correntes de 800 a
1250A. Para correntes maiores, só existem importadas. No Brasil se fabrica
buchas até a classe 245kV, para tensões maiores, somente importadas. Estas

102
Informações Técnicas DT -11

buchas são muito mais caras que as de cerâmica, tanto DIN quanto ABNT.
(Figura 6.16)

d) Buchas especiais
Existem buchas para correntes até 24000A na classe 36,2kV, mas só importadas.

e) Buchas poliméricas

A porcelana é substituída por um isolante polimérico. A vantagem desse tipo de


bucha é que elas são mais resistentes a quebras ou vandalismos.

FIGURA 6.11 FIGURA 6.12

103
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.13 FIGURA 6.14

FIGURA 6.15 FIGURA 6.16

104
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.17- BUCHAS ABNT E DIN

As tabelas mostram as buchas usadas em transformadores de distribuição.

TABELA 6.1 – CORRENTE NOMINAL [A] DAS BUCHAS DE BAIXA TENSÃO PARA
TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS (CONFORME NBR 5440)
POTÊNCIA NOMINAL MAIOR TENSÃO SECUNDÁRIA [V]
DO TRANSFORMADOR
127 220 ou 230 240 254 440
[kVA]
3 a 15 160 160 160 160 160
25 400 160 160 160 160
37,5 400 400 400 400 160
50 800 400 400 400 160
75 800 800 400 400 400
100 800 800 800 800 400

Nota: A tensão nominal das buchas de baixa tensão será conforme estabelecido na NBR 5437 (1,3kV).

105
Informações Técnicas DT -11

TABELA 6.2 – CORRENTE NOMINAL [A] DAS BUCHAS DE ALTA TENSÃO PARA
TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS (CONFORME NBR 5440)
POTÊNCIA NOMINAL DO MAIOR TENSÃO SECUNDÁRIA [V]
TRANSFORMADOR [kVA] 220 380
15 a 45 160 160
75 400 160
112,5 400 400
150 800 400
225 800 800
300 800 800
Nota: A tensão nominal da s buchas de baixa tensão será conforme estabelecido na NBR 5437
(1,3kV).

6.3. TANQUE

Destinado a servir de invólucro da parte ativa e de recipiente do líquido isolante,


subdivide-se em três partes: lateral, fundo e tampa.

Neste invólucro encontramos os suportes para poste (até 225kVA), suportes de roda
(normalmente para potências maiores que 300kVA), olhais de suspensão, sistema
de fechamento da tampa, janela de inspeção, dispositivos de drenagem e
amostragem do líquido isolante, conector de aterramento, furos de passagem das
buchas, radiadores, visor de nível de óleo e placa de identificação.

O tanque e a respectiva tampa devem ser de chapas de aço, laminadas a quente,


conforme NBR 6650 e NBR 6663.

As espessuras das chapas para transformadores de distribuição estão na Tabela


6.3. Para transformadores maiores não há normalização, cada fabricante escolhe as
chapas conforme a especificação do projeto mecânico.

106
Informações Técnicas DT -11

TABELA 6.3 - ESPESSURA MÍNIMA DA CHAPA DE AÇO (CONFORME


NBR 5440)
ESPESSURA [mm]
POTÊNCIA DO
TRANSFORMAD OR [kVA] Tampa Corpo Fundo

P•10 1,90 1,90 1,90

10<P•225 2,65 2,65 3,00

150<P•300 3,00 3,00 4,75


NOTA: As espessuras estão sujeitas às tolerâncias da NBR 6650

Com referência aos tipos construtivos, os transformadores podem ser: selados e


com conservador de óleo

6.3.1. Selados

Transformadores cujo tanque assegura a separação total entre os ambientes interno


e externo. O tanque neste caso, mantêm-se parcialmente cheio de óleo. (Figura
6.18)

FIGURA 6.18

107
Informações Técnicas DT -11

6.3.2. Com Conservador de Óleo

Os transformadores que tem o tanque totalmente cheio de óleo, possuem o


conservador a fim de permitir a expansão deste quando do seu aquecimento
(Figuras 6.19 e 6.20). Usa-se o conservador de óleo a partir de 750kVA.

FIGURA 6.19 FIGURA 6.20

6.3.3. Transformadores Flangeados

Os transformadores selados e com conservador de óleo poderão ser providos de


flanges nos terminais de alta e/ou baixa tensão caso se necessite de proteção ou
acoplamento a painéis, cubículos e outros transformadores etc.

Na Figura 6.21 vemos transformadores selado com flanges para acoplamento; e na


Figura 6.22 vemos transformadores com conservador de óleo com flanges para
acoplamento.

108
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.21 FIGURA 6.22

6.4. RADIADORES

Todo o calor gerado na parte ativa se propaga através do óleo e é dissipado no


tanque (tampa e sua lateral). As elevações de temperatura do óleo e do enrolamento
são normalizadas e devem ser limitadas para evitar a deterioração do isolamento de
papel e do óleo. Dependendo da potência do transformador, ou melhor, de suas
perdas, a área da superfície externa poderá ser insuficiente para dissipar este calor
e é então necessário aumentar a área de dissipação. Para tal usam-se radiadores
que poderão ser de elementos ou tubos. (Figura 6.23 e 6.24)

FIGURA 6.23

109
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.24

6.5. TRATAMENTO SUPERFICIAL E PINTURA

O tanque, inclusive radiadores, após a sua fabricação, são submetidos a um


tratamento de jato de granalha de aço até o metal quase branco em instalações
automáticas e manuais.

Concluindo este tratamento, imediatamente após, as peças são pintadas com tinta
primer, recebendo em seguida duas demãos de esmalte sintético de acabamento,
resistente ao tempo, em cor cinza claro.

6.6. LÍQUIDO DE ISOLAÇÃO E REFRIGERAÇÃO

Os transformadores de distribuição, com tensão acima de 1,2kV, são construídos de


maneira a trabalhar imersos em óleos isolantes.

Os óleos isolantes possuem dupla finalidade: garantir isolação entre os componentes


do transformador e dissipar para o exterior o calor gerado nos enrolamentos e no
núcleo.

Para que o óleo possa cumprir satisfatoriamente as duas condições acima, deve ser
perfeitamente livre de umidade e outras impurezas para garantir seu alto poder
dielétrico.

110
Informações Técnicas DT -11

Os óleos mais utilizados em transformadores são os minerais, que são obtidos da


refinação do petróleo. Sendo que o de base paranífica (tipo B) e o de base naftênica
(tipo A) sãos usados em equipamentos com tensão igual ou inferior a 14 5kV.

Existem também, fluídos isolantes à base de silicone, recomendados para áreas de


alto grau de segurança. Ao contrário dos óleos minerais, este tipo de fluido possui
baixa inflamabilidade, reduzindo sensivelmente uma eventual programação de
incêndio. É usado também o óleo Rtemp que é um óleo mineral de alto ponto de
fulgor com características semelhantes ao silicone.

111
Informações Técnicas DT -11

TABELA 6.4 - CARACTERÍSTICAS DO ÓLEO MINERAL ISOLANTE TIPO A (PARA


TENSÃO MÁXIMA DO EQUIPAMENTO SUPERIOR A 145kV)
Valores Garantidos
Características (A) Método de Ensaio Unidade
Mínimo Máximo
o
Densidade, 20/4 C (B) NBR 7148 - 0,861 0,900
o
a 20 C 25,0
o 2
Viscosidade cinemática (C) a 40 C NBR 10441 Mm /s - 11,0
a 100 oC 3,0
o
Ponto de fulgor (B) NBR 11341 C 140 -
o
Ponto de fluidez (B) NBR 11349 C - -39
Índice de neutralização (B) ASTM D 974 MgKOH/g - 0,03
Tensão interfacial a 25 oC (B) (G) NBR 6234 MN/ m 40 -
Cor ASTM ASTM D 1500 - - 1,0
Teor de água (B) (D) NBR 5755 Mg/kg - 35
Cloretos e Sulfatos NBR 5779 - Ausentes
Enxofre corrosivo NBR 10505 - Ausente
o
Ponto de anilina (B) NBR 11343 C 63 84
o
Índice de refração a 20 C NBR 5778 - 1,485 1,500
Rigidez dielétrica (B) (D) NBR 6869 kV 30 -
o
Fator de perdas dielétricas (D)(E)(G) ou a 100 C ASTM D 924 0,50
%
Fator de dissipação o -
a 90 C IEC 247 0,40

Teor de inibidor de oxidação DBPC/DBP ASTM D 2668 % massa - 0,08


Porcentagem de carbonos ASTM D 2140 % Anotar
Estabilidade à oxidação: (F)
MgKOH/g 0,4
. índice de neutralização
IEC 74 %massa - 0,10
. borra
o
% 20
. fator de dissipação, a 90 C(IEC247)

(A) Antes de se iniciar a inspeção, o fornecedor deve apresentar ao inspetor certifica do com os valores de todas as características do produto
oferecido contidas nesta Tabela.

(B) Estes ensaios devem ser efetuados pelo fornecedor, na presença do inspetor, em amostra retirada dos tambores ou tanques bem como os
demais ensaios, se julgado necessário.

(C) O ensaio de viscosidade cinemática deve ser realizado em duas temperaturas entre as citadas.

(D) Os ensaios de teor de água e rigidez dielétrica não se aplicam a produtos tr ansportados em navios ou c aminhões-tanques, ou estocados em
tanques, em que possa ocorrer absorção de umidade. Neste caso, deve ser processado tratamento físico adequado para que se restabeleçam
os valores especificados no presente regulamento técnico.

(E) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limi te de fator de potência a 100 oC pelo método ASTM D 924, ou ao fator de
dissipação a 90 oC pelo método IEC 247. Esta especificação não exige que o óleo isolante atenda aos limites medidos por ambos os métodos.
(F) O ensaio do fator de dissipação a 90 o C, do óleo oxidado pelo método IEC 74, é realizado conforme método IEC 247 e após a preparação
desse óleo feita de acordo com o item 10.4.1 do método de ensaio IEC 10A (Central Office) 56.

(G) Estes itens não são válidos para refinarias que, entretanto, dev em entr egar o produto em condições tais que, mediante tratamento
convencional de absorção com argila, por parte das distribuidoras, seja enquadrado nos valores especificados.

Nota : Os dados desta Tabela estão de acordo com a Resolução CNP 06/85 e com o Regulamento Técnico correspondente, CNP 18/85.

112
Informações Técnicas DT -11

TABELA 6.5 - CARACTERÍSTICAS DO ÓLEO MINERAL ISOLANTE TIPO B (PARA


TENSÃO MÁXIMA DO EQUIPAMENTO IGUAL OU INFERIOR A 145 kV).
Método Valores garantidos
Características (A) Unidade
de Ensaio Mínimo Máximo
o
Densidade 20/4 C (B) NBR 7148 - - 0,860
o
a 20 C 25,0
o 2
Viscosidade cinemática (C) a 40 C NBR 10441 mm /s - 12,0
a 100 oC 3,0
o
Ponto de fulgor (B) NBR 11341 C 140 -
o
Ponto de fluidez (B) NBR 11349 C - -12
Índice de neutralização (B) ASTM D 974 mgKOH/g - 0,03
Tensão interfacial a 25 oC NBR 6234 mN/m 40 -
Cor ASTM ASTM D 1500 - - 1,0
Teor de água (B) (D) NBR 5755 mg/kg - 35
Enxofre corrosivo NBR 10505 - Ausente
Enxofre total ASTM D 1552 % massa - 0,30
o
Ponto de ani lina (B) NBR 11343 C 85 91
NBR 6869 30 -
Rigidez dielétrica (B) (D) kV
IEC 156 42 -
o
Índice de refração a 20 C NBR 5778 - 1,469 1,478
Fator de perdas dielétr icas a 100 oC ASTM D 924 - 0,50
o
(B) (E) (G) u a 90 C IEC 247 % - 0,40
Fator de dissipação o
a 25 C ASTM D 924 - 0,05
Teor de inibidor de oxidação DBPC/DBP AST D 2668 Não-detect ável
Teor de carbonos aromáticos ASTM D 2140 % 7,0 -
Estabilidade à oxidação: (F)
mgKOH/g - 0,40
. índice de neutralização
IEC 74 % massa - 0,10
. borra
o
% - 20
. fator de dissipação a 90 C (IEC 247)

(A) Antes de se iniciar a inspeção, o fornecedor deve apresentar ao inspetor certificado com os valores de todas as car acterísticas do produto
oferecido contidas nesta Tabela.

(B) Esses ensaios devem ser efetuados pelo fornecedor, na presença do inspetor, em amostra retirada dos tanques, bem como os demais
ensaios, se julgado necessário.

(C) O ensaio de viscosidade cine mática deve ser realizado em duas temperaturas entre as citadas.

(D) O ensaio de teor de água e rigidez dielétrica não se aplicam a produtos transportados em navios ou caminhões-tanques, ou estocados em
tanques, em que possa ocorrer absorção de umidade. N este caso, deve ser processado tratamento físico adequado para que se rest abeleçam os
valores especificados no presente regulamento técnico.

o
(E) Esta especificação requer que o óleo isolante atenda ao limite de fator de potência a 100 C pelo método ASTM D 294, ou ao fator de
o
dissipação a 90 C pelo método IEC 247. Esta especificação não exige que o óleo isolante atenda aos limites medidos por ambos.

o
(F) O ensaio do fator de dissipação a 90 C, do óleo oxidado pelo método IEC 74, é realizado conforme método IEC 247 e após a preparação
desse óleo feita de acordo com o item 10.4.1 do método de ensaio IEC 10A (Central Office) 56.

(G) Estes itens não são válidos para refinarias que, entretanto, devem entregar o produto em condições tais que, mediante tratame nto
convencional de absorção com argila, por parte das distribuidoras, seja o produto enquadrado nos valores especificados.

Nota: Os dados desta Tabela estão de acordo com a Resolução CNP 09/88, com o Regulamento Técnico correspondente, CNP 06/79, e com sua
revisão número 2, de 01 de novembro de 1988.

113
Informações Técnicas DT -11

6.7. PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO E DIAGRAMÁTICA

A placa de identificação é um componente importante, pois é ela quem dá as


principais características do equipamento.

No caso de manutenção, através do dados contidos nela, a Assistência Técnica


WEG será capaz de identificar exatamente o que contém a parte ativa, sem ter que
abrir o tanque, e no caso de ampliação da carga, em que o outro transformador é
ligado em paralelo teremos condições de construir um equipamento apto a este tipo
de operação.

O material da placa poderá ser alumínio ou aço inoxidável, a critério do cliente.

Na Figura 6.26 encontramos um exemplo de placa de identificação de um


transformador de distribuição (225kVA) e na Figura 6.25, de u m transformador de
força (200MVA). As informações nela contidas são normalizadas (NBR 5356) e
representam um resumo das características do equipamento.

114
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.25

115
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.26

A placa de identificação deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

- as palavras “Transformador” ou “Autotransformador” ou “Transformador


de Reforço” ou “Transformador Regulador”;
- nome e demais dados do fabricante;
- número de série de fabricação;
- ano de fabricação;
- norma utilizada para fabricação;
- tipo (segundo a classificação do fabricante);
- número de fases;
- potência nominal ou potências nominais e potências de derivação
diferentes das nominais, em kVA;
- designação do método de resfriamento (no caso de mais de um estágio
de resfriamento, as respectivas potências devem ser indicadas);
- diagrama de ligações, contendo todas as tensões nominais e de
derivações (com identificação das derivações), além de respectivas
correntes;
- freqüência nominal;

116
Informações Técnicas DT -11

- limite de elevação de temperatura dos enrolamentos;


- polaridade (para transformadores monofásicos) ou diagrama fasorial
(para transformadores polifásicos);
- impedância de curto-circuito, em porcentagem;
- tipo de óleo isolante e volume necessário, em litros;
- tensões nominais do primário e do secundário;
- massa total aproximada, em quilos;
- níveis de isolamento;
- número do manual de instruções, fornecido pelo fabricante, junto com o
transformador;
- vazão, para transformadores com resfriamento à água;
- corrente de curto-circuito máximas admissíveis, simétrica e assimétrica; e
duração máxima admissível da corrente, em segundos;
- número da placa de identificação;
- tipo para identificação.

Em transformadores maiores que 500kVA, ou quando o cliente exigir, a placa de


identificação deverá conter outros dados como:

- informações sobre transformadores de corrente se os tiver;


- dados de perdas e corrente de excitação;
- pressão que o tanque suporta;
- qualquer outra informação que o cliente exigir.

A placa diagramática (Figura 6.27) indica o esquema de ligações dos componentes


auxiliares do transformador. É adotado usualmente, em transformadores de força.

117
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.27

6.8. ACESSÓRIOS

Outros componentes são necessários para o perfeito funcionamento do


transformador. Na Tabela 6.6 encontramos estes componentes chamados
acessórios, em função da potência.

118
Informações Técnicas DT -11

TABELA 6.6 – ACESSÓRIOS PARA TRANSFORMADORES


Um •36,2kV Um •72,5kV

Potências Nomin ais [kVA] Trafo. dist.


P•1000 P<5000 P•2500
aérea P•5000 P<2500 P•5000
P>300 P>1000 P<5000
Acessórios P•300
Indicador externo de nível de óleo * * * * * *
Indicador de temperatura do enrolamento * *
Indicador de temperatura do óleo z z * * * *
Provisão para instalação de termômetro para óleo * * * * * *
Dispositivo para alívio de pressão z * * * * *
Relê detetor de gás tipo Buchholz z * * *
Caixa com blocos de terminais para ligação dos cabos de
* * * * *
controle
Válvula de drenagem de óleo * * * * * *
Meios de ligação para filtro * * * * *
Dispositivo para retirada de amostra de óleo * * * * * *
Conservador de óleo (em transformadores não selados) * * * * *
Válvula para retenção do óleo do s radiadores ou trocadores de
∆ ∆ ∆ ∆ ∆
calor
Meios de aterramento do tanque * * * * * * *
Meios para suspensão da parte ativa do transformador
completamente montado, das tampas, do conservador de óleo * * * * * * *
e dos radiadores.
Meios para locomo ção * * * * * *
Apoios para macacos z * * * * *
Abertura de visita o o
Abertura de inspeção + + * * * * *
Comutador de derivações sem tensão z z ˜ ˜ ˜ ˜ ˜
Respirador com secador de ar (quando houver conservador) * * * * *
Provisão para coloc ação do relê detetor de gás tipo Buchholz
* *
ou equivalente (em transformadores não selados)
Dispositivo de alarme quando houver interrupção na circulação
de água de resfriamento de vazão de água (quando for o * *
caso).
Indicadores de circula ção do óleo (no caso de circulação
*
forçada deste )
Suporte para fixação dos dispositivos de suspensão de
*
transformadores para montagem em postes.

˜Dispensado quando for especificado comutador de derivações em carga.


* Obrigatório
+ Somente quando houver comutador de derivações
z Somente quando o comprador especificar
o Somente para transformadores com potência acima de 20000kVA ou para transformadores com comutação em carga
∆ Somente quando houver radiadores destac áveis para transporte

NOTA: Todas as aberturas na tampa inclusive as das buchas, devem ser providas de ressaltos construídos de maneira a evitar a acumulação
e/ou a penetração de água.

119
Informações Técnicas DT -11

6.8.1. Indicador de Nível do Óleo

O óleo isolante do transformador se dilata ou se contrai conforme a variação da


temperatura ambiente e variação da carga alimentada pelo transformador, em
função disso, haverá elevação ou abaixamento do nível do óleo. Sendo assim, a
finalidade do indicador de nível do óleo (Figura 6.28) é mostrar com perfeição o nível
de óleo no visor e ainda servir como aparelho de proteção ao transformador.

O ponteiro do indicador de nível de óleo é movimentado por meio de dois


magnéticos (imãs) permanentes, que são acoplados a um flutuador (bóia). O
movimento é efetuado pela bóia, de acordo com o nível de óleo, que transmite
indicações precisas ao ponteiro, devido a grande sensibilidade dos magnéticos.

Os tipos de indicadores de nível de óleo (INO) utilizados nos transformadores WEG


são: INO Ø100 e INO Ø140, ambos da Indubrás.

FIGURA 6.28

6.8.2. Termômetros

O termômetro é utilizado para indicação da temperatura do óleo. Existem dois tipos:


o termômetro com haste rígida (Figura 6.29), usado em transformadores de meia-
força, e o termômetro com capilar (Figura 6.30), usado em transformadores de força.

120
Informações Técnicas DT -11

São constituídos de um bulbo, um capilar e um mostrador. O bulbo é colocado na


parte mais quente do óleo, logo abaixo da tampa. O mostrador é constituído de uma
caixa, um visor com indicador, um microrruptor, dois ponteiros de limite, que se
movimentam apenas por ação externa, e um ponteiro de indicação de temperatura
máxima. Este ponteiro é impulsionado pela agulha de temperatura, apenas quando
em ascensão desta, pois na redução fica imóvel, possibilitando assim, a verificação
da temperatura máxima atingida em um dado período.

Conforme a variação da temperatura do bulbo, o líquido (mercúrio) em seu interior


sofre dilatação ou contração, transmitindo a variação de temperatura até mecanismo
interno do mostrador do termômetro, no mesmo instante o ponteiro indicador é
acionado e, dependendo do valor da temperatura atingida, o sistema de proteção
acionará o alarme, desligando e fazendo o controle automático do dispositivo de
resfriamento do transformador imerso em óleo.

Os tipos de indicadores de temperatura do óleo (ITO) utilizados nos transformadores


WEG são: ITO Ø110 com haste rígida, ITO cabeça de ET com haste rígida, ITO
Ø170 com capilar, ITO com capilar. O fabricante dos indicadores de temperatura
para os transformadores com potência abaixo de 20MVA é a Record e para os
acima de 20MVA é a AKM.

FIGURA 6.29

121
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6. 30

6.8.3. Termômetro do Enrolamento com Imagem Térmica

A imagem térmica é a técnica utilizada para medir a temperatura no enrolamento do


transformador. Ela é denominada imagem térmica por reproduzir indiretamente a
temperatura do enrolamento.

A temperatura do enrolamento, que é a parte mais quente do transformador, é a


temperatura do óleo acrescida da sobreelevação da temperatura do enrolamento
(∆t) em relação ao óleo.

O termômetro do enrolamento com imagem térmica (Figura 6.31) é composto de


uma resistência de aquecimento e um sensor de temperatura simples ou duplo,
ambos encapsulados e montados em um poço protetor, imerso em uma câmara de
óleo. O conjunto é instalado na tampa do transformador, equalizando-se com a
temperatura do topo do óleo, indicando assim a temperatura no ponto mais quente
do enrolamento. A resistência de aquecimento é alimentada por um transformador
de corrente associado ao enrolamento secundário do transformador principal.

Portanto, a elevação da temperatura da resistência de aquecimento é proporcional a


elevação da temperatura do enrolamento além da temperatura máxima do óleo.

122
Informações Técnicas DT -11

A constante do tempo do sistema é da mesma ordem de grandeza do enrolamento,


logo o sistema reproduz uma verdadeira imagem térmica da temperatura do
enrolamento.
Possui três contatos: Alarme, Ventilação Forçada e desligamento.
A temperatura de acionamento é:

Temperaturas em ºC
•t Cobre 55 65
Ventilação Forçada 75 85
Alarme 85 95
Desligamento 95 105

Onde:
•t Cobre: Elevação de temperatura média do cobre;
Ventilação Forçada: Temperatura de acionamento da ventilação forçada;
Alarme: Temperatura de alarme;
Desligamento: Temperatura de desligamento.

O indicador de temperatura do enrolamento (ITE) utilizado nos transformadores


WEG é: ITE Ø170 com capilar, O fabricante dos indicadores de temperatura para os
transformadores com potência abaixo de 20MVA é a Record e para os acima de
20MVA é a AKM.

FIGURA 6.31

123
Informações Técnicas DT -11

6.8.4. Controladores Microprocessados de Temperatura

Os controladores microprocessados de temperatura foram desenvolvidos para


substituir, com vantagens da tecnologia microprocessada, os termômetros de óleo e
enrolamento tradicionais utilizados em transformadores e reatores de potência.

Este equipamento recebe o valor da resistência de um sensor e o transforma


(através de um transdutor incorporado, Figura 6.32) em temperatura equivalente, a
qual é vista em painel frontal digital.

Desempenha diversas funções de controle e acionamento de contatos, sendo que


através de teclado frontal podemos configurar os parâmetros de sua atuação e ler
os valores medidos e setados.

Temos a nossa disposição, de fácil aquisição, os modelos abaixo descritos:

a) MT1, fabricado pela Tree Tech (Figura 6.33), controlador normalmente


chamado de monitor de temperatura; possui entrada para sensor de
temperatura do óleo do transformador e para um transformador de
corrente (TC); normalmente este sensor é um PT100 (Figura 6.34) mas
pode ser feito em Cu10 ou outro material e o TC é utilizado para
compensação da temperatura do enrolamento, ou seja, entre outras
funções nos fornece a temperatura do óleo e do enrolamento;

b) MT2 serve para indicar apenas a temperatura de dois enrolamentos e


não possui entrada para sensor da temperatura do óleo, portanto deve ser
usado em conjunto com o MT1 quando necessário indicação de
temperatura dos demais enrolamentos;

c) Trafo-guard (fabricação AKM), é um controlador microprocessado um


pouco mais completo, porém, bem mais caro; através de teclado digital
frontal pode-se selecionar qual a grandeza que se quer verificar e setar o
valores de acionamento dos relês; este controlador, possui entrada para

124
Informações Técnicas DT -11

sensor de temperatura tipo PT100 colocado no topo do óleo e outro no


fundo do transformador, de maneira a obter a temperatura média.; possui
entrada para três TC’s, de maneira a indicar três temperaturas do
enrolamento e entrada para um indicador de nível de óleo; como saída,
possui quatro relês para indicação da temperatura do óleo, quatro para a
temperatura de cada enrolamento e dois para indicação do nível do óleo,
todos com temporizador de acionamento; possui também saídas
analógicas para indicação de quatro temperaturas e interface serial de
comunicação RS 232 que permite impressão dos dados ou conexão a um
PC.

Os controladores microprocessados são necessários quando o cliente solicita


indicação digital de temperatura no transformador, pois os termômetros usuais são
analógicos.

FIGURA 6.32 FIGURA 6.33 FIGURA 6.34

6.8.5. Válvula de Alívio de Pressão (VAP)

A válvula de alívio de pressão (Figuras 6.35 e 6.36), de fechamento automático,


instalada em transformadores imersos em líquido isolante, tem a finalidade de
protegê-los contra uma possível deformação ou ruptura do tanque em casos de
defeitos internos com aparecimento de pressão elevada. A válvula é extremamente
sensível e rápida (opera em menos de dois milésimos de segundo), fecha-se

125
Informações Técnicas DT -11

automaticamente após a operação impedindo assim a entrada de qualquer agente


externo no interior do transformador.

As válvulas de alívio de pressão utilizadas nos transformadores WEG são das


marcas IMG e COMEM.

FIGURA 6.35 – VAP IMG

FIGURA 6.36 – VAP COMEM

6.8.6. Relê Detetor de Gás Tipo Buchholz

O relê de gás (Figura 6.37) tem por finalidade proteger equipamentos imersos em
líquido isolante, através da supervisão do fluxo anormal do óleo ou ausência, e a
formação anormal de gases pelo equipamento. Normalmente são utilizados em
transformadores que possuem tanque para expansão de líquido isolante. Este tipo
de relê detecta de forma precisa, por exemplo, os seguintes problemas: vazamento

126
Informações Técnicas DT -11

de líquido isolante, curto-circuito interno do equipamento ocasionando grande


deslocamento de líquido isolante, formação de gases internos devido a falhas
intermitentes ou contínuas que estejam ocorrendo no interior do equipamento.

O relê detetor de gás é normalmente instalado entre o tanque principal e o tanque de


expansão do óleo dos transformadores. A carcaça do relê é de ferro fundido,
possuindo duas aberturas flangeadas e ainda dois visores nos quais está indicada
uma escala graduada de volume de gás. Internamente encontram-se duas bóias de
gás no relê, a bóia superior é forçada a descer (isto acontece também caso haja
vazamento de óleo). Se por sua vez um produção excessiva de gás provoca uma
circulação de óleo no relê, é a bóia inferior que reage, antes mesmo que os gases
formados atinjam o relê. Em ambos os casos, as bóias ao sofrerem o deslocamento,
acionam contatos.

Os modelos de relês buchholz (RB) utilizados nos transformadores WEG são: RB


TC-1, RB TC-2 E RB TC-3, todos da Indubrás.

FIGURA 6.37

6.8.7. Secador de Ar de Sílica Gel

O secador de ar de sílica gel (Figura 6.38) é usado nos transformadores providos de


conservador de óleo, funcionando como um desumidificador de ar do transformador.

127
Informações Técnicas DT -11

Para evitar a deterioração do óleo do equipamento ou bolsa de borracha pelas


impurezas e umidade no ar respirado, coloca-se um copo com óleo e sílica gel na
passagem por onde o ar é suspirado. Quando o nível do óleo no conservador baixar,
haverá o respiro de ar atmosférico, este ar passará primeiramente pelo copo de óleo,
onde ficarão eliminadas as impurezas sólidas e em seguida o ar atravessa os cristais
de sílica gel, que retiram a umidade do ar, em seguida, já totalmente limpo e sem
umidade, o ar penetra no conservador.

O ar ao passar pela sílica gel deixará na mesma a umidade, fazendo que a sílica gel
troque de coloração, até a sua saturação conforme indicado abaixo:

- coloração laranja: sílica gel seca;


- coloração amarela: sílica gel com aproximadamente 20% da umidade
absorvida;
- coloração amarelo-claro: sílica gel com 100% de umidade absorvida
(saturada); para regeneração da sílica gel recomenda-se colocar em
estufa com temperatura máxima de 120 oC de 2 a 4 horas.

Os secadores de ar utilizados nos transformadores WEG são da Indubrás.

FIGURA 6.38

128
Informações Técnicas DT -11

6.8.8. Relê de Pressão Súbita

O relê de pressão súbita (Figura 6.39) é um equipamento de proteção para


transformadores do tipo selado. Normalmente o relê de pressão súbita é instalado
acima do nível máximo do líquido isolante, no espaço compreendido entre o líquido
isolante e a tampa do transformador. Entretanto é aceitável também a montagem
horizontal, sobre a tampa do transformador.

O relê é projetado para atuar quando ocorrem defeitos no transformador que


produzem pressão interna anormal, sendo sua operação ocasionada somente pelas
mudanças rápidas da pressão interna independente da pressão de operação do
transformador.

Por outro lado, o relê não opera devido a mudanças lentas de pressão, próprias do
funcionamento normal do transformador, bem como durante perturbações do
sistema (raios, sobretensão de manobra ou curto-circuito), a menos que tais
perturbações produzam danos no transformador.

O relê de pressão súbita (Indubrás) utilizado nos transformadores WEG é o mesmo


para todas as potências dos transformadores selados.

FIGURA 6.39

129
Informações Técnicas DT -11

6.8.9. Tubo de Explosão

O tubo de explosão (Figura 6.40) é utilizado para proteção, normalmente em


transformadores de meia-força, no caso da pressão interna do transformador
exceder o limite.

O tubo de explosão é um tubo de metal onde na extremidade existe uma membrana


de fenolite. Quando a pressão do tanque sobe, a membrana se rompe, permitindo a
saída do gás.

FIGURA 6.40

6.8.10. Manômetro e Manovacuômetro

O manômetro (Figura 6.41(a)) é um instrumento utilizado para medir a pressão


interna do tanque de óleo. E o manovacuômetro (Figura 6.41 (b)), mede pressão e
vácuo.

FIGURA 6.41 (a) FIGURA 6.41 (b)

130
Informações Técnicas DT -11

6.8.11. Relê de Tensão

Tem com finalidade acionar os comutadores em carga. Possuem contatos de


elevar/baixar tensões e também proteção contra sobrecorrente, subtensão e
sobretensão.

Os tipos usados são: P500 da Licht, Tapcom com ou sem paralelismo da MR e RT1
da Tree Tech. Os três últimos possuem saídas digitais do tipo RS232 ou RS485.

6.8.12. Paralelismo de Transformadores com Comutadores em Carga

O controle pode ser feito por um sistema analógico (lógica com contatos) ou com
sistema microprocessado (581da Tree Tech ou SKB30 da MR).

Existem dois métodos para o paralelismo de transformadores com CDC: corrente


circulante (SKB30 e VC100-BU02) e mestre-comutado (padrão da NBR 9368).

6.8.13. Sistema de Ventilação Forçada

O regime ONAF é constituído de radiadores mais um conjunto de ventiladores.


Esses ventiladores podem ser acionados manualmente ou automaticamente por um
termômetro de imagem térmica. Em transformadores pequenos (menor que 5MVA)
pode ser usado o termômetro de óleo.

Utilizamos dois tipos preferenciais de ventiladores: D600 da Marangoni (Figura 6.42)


e C500 da Otam (Figura 6.43).

Os ventiladores podem ser montados na lateral ou na parte inferior dos radiadores.

Normalmente o acréscimo de potência com um sistema de ventilação forçada situa-


se em torno de 25%.

131
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.42

FIGURA 6.43
6.8.14. Sistema de Óleo Forçado

Pode ser o ODAF, OFAF, ONAN/OFAN/ONAF/OFAF. Consegue-se um acréscimo


de potência com a adição de bombas. Essas bombas podem ser helicoidais (Figura
6.44) ou centrífugas (Figura 6.45). Normalmente se dá preferência às bombas
helicoidais pois elas sempre permitem a passagem de óleo, mesmo que estejam
paradas. As bombas são acionadas tanto manualmente quanto automaticamente
pela imagem térmica.

132
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 6.44 FIGURA 6.45

6.8.14.1. Sistema OFWF

A dissipação das perdas é feita por intermédio de um trocador de calor casco-tubo


(Figura 6.46), do tipo óleo-água. Normalmente esse sistema é usado em UHE
(Usina Hidro Elétrica) e em transformadores de forno.

Nesse sistema o óleo é forçado a passar no trocador por uma bomba e a água vêm
de uma torre de resfriamento ou água corrente proveniente de um rio.

Normalmente um trocador desses dissipa até 500kW

FIGURA 6.46

133
Informações Técnicas DT -11

6.8.14.2. Sistema OFAF com trocador de calor óleo-ar (aerotermo)

Nesse sistema o óleo é forçado a passar por um radiador através de uma bomba e
esse radiador é resfriado por ventiladores (aerotermo, Figura 6.47). Possui a
vantagem de que torna o transformador menor em termos de dimensão, largura e
comprimento. Requerido para transformadores de grande porte, acima de 100MVA.

Um trocador desses consegue dissipar em torno de no máximo 250kW. Esse


sistema tem como desvantagem a necessidade de desligar o transformador caso o
sistema de refrigeração falhe. Isso porque em grandes transformadores a área
lateral não é suficiente para dissipar as perdas a vazio.

FIGURA 6.47

6.8.14.3. Sistema ONAN/OFAN/ONAF/OFAF

Constituído de radiadores de chapas convencionais que satisfazem um regime


ONAN. Consegue-se um acréscimo de potência acrescentando-se ventiladores, e a
potência final com a entrada das bombas de óleo. Tem como vantagem não ser
necessário desligar o transformador caso os ventiladores e bombas parem de

134
Informações Técnicas DT -11

funcionar, pois o regime ONAN dissipa tranqüilamente as perdas a vazio com


também permite a transferência de potência do regime ONAN.

A Figura 6.48 ilustra um sistema deste tipo aplicado a um transformador de 200MVA


(vide placa de identificação, Figura 6.25).

FIGURA 6.48

135
Informações Técnicas DT -11

7. TRANSFORMADORES A SECO

7.1. HISTÓRIA DO TRANSFORMADOR

7.1.1. Retrospecto

A história do eletromagnetismo até a invenção do transformador, poderia ser


cronologicamente assim resumida:

- Em 1791 – Primeiro experimento com eletricidade conhecido, feito pelo


italiano LUIGI GALVANI, que consistia na colocação de 2 metais
diferentes na perna do sapo que contraia. Posteriormente o físico italiano
ALESANDRO VOLTA afirmou: “O nervo da perna do sapo agia como
detetor sensitivo de um fenômeno elétrico”;
- Em 1800 – ALESANDRO VOLTA inventou a pilha elétrica;
- Em 1819 – HANS CHRISTIAN OERSTED (Dinamarca) usando uma pilha
descobriu que o ponteiro da bússola sofria uma pequena deflexão para o
norte (o experimento relacionava eletricidade e magnetismo).
- Em 1820 – DOMINIQUE ARAGO (França) descobriu que o fio enrolado
em um bastão de ferrite intensificava o efeito magnético;
- Em 1825 – WILLIAM STURGEON (Inglaterra) faz o primeiro eletroimã;
- Em 1831 – MICHAEL FARADAY (Inglaterra) descobriu que a variação do
fluxo magnético gera uma força eletromotriz induzida;
- Em 1882 - Surgiu o “Gerador Secundário” com o francês Lucien Gaulard
e seu sócio inglês John D. Gibbs;
- Em 1884 - Surgiu pela primeira vez o termo “Transformador” com os
húngaros Miksa (Max) Deri e Otto Bláthy e o suíço Károly (Karl)
Zipernowsky.

Apesar das primeiras versões serem fabricadas “a seco”, os transformadores se


difundiram com maior velocidade depois da utilização do dueto papel x óleo como
sistema isolante.

136
Informações Técnicas DT -11

Por um longo tempo o transformador a óleo mineral foi a versão principal usada para
distribuição de energia. Este era e ainda é um componente relativamente simples,
duradouro e seguro para este propósito.

No decorrer do tempo, regulamentos mais rigorosos surgiram colocando muitas


restrições ao local de instalação dos transformadores a óleo. As principais razões
estavam no risco de fogo no caso de uma falha e na poluição ambiental devido aos
vazamentos de óleo. Usuários estavam procurando um substituto e os PCB’s
(Bifenilas Policloradas), com um ponto de inflamação mais alto que o do óleo
mineral, passaram a ser largamente usados como isolante e agente de refrigeração
nos transformadores. É um fato que PCB’s são tóxicos e praticamente não
biodegradáveis. No caso de fogo, produtos muito tóxicos da combustão são
liberados e depois de alguns acidentes com este tipo de transformador, muitos
países proibiram seu uso e as unidades ainda em operação estão sujeitos a
substituição.

O avanço da tecnologia trouxe o transformador encapsulado em resina como uma


alternativa viável para tipos isolados com líquido, uma vez disponíveis materiais,
equipamentos e processos adequados. Suas características elétricas são pelo
menos iguais àqueles tipos concorrentes e, mecanicamente, os encapsulados
exibem algumas vantagens consideráveis. Quando os custos de instalação e
manutenção são adicionados ao custo inicial, prova-se que transformador
encapsulado em resina é também financeiramente competitivo.

Por algum tempo, um designe convencional de seco foi usado para eliminar o risco
de fogo. Porém tais transformadores, onde as bobinas são somente envernizadas,
não tem as características elétricas dos transformadores com líquido isolante. Níveis
de tensões aplicadas e de impulso foram reduzidos. Seu uso era geralmente limitado
a sistemas de distribuição sem exposição a descarga atmosférica e, devido a este
ponto, acabaram não sendo largamente usados na Europa.

Nos EUA, o desenvolvimento do tipo convencional de transformador seco teve um


avanço maior e ainda tem sido usado em certos nichos de mercado. A provisão de

137
Informações Técnicas DT -11

pára-ráios pode proteger as bobinas de níveis de impulso mais altos e, em alguns


casos, as normas permitem níveis de tensão menores que os padronizados para
transformadores a óleo. Nos anos 60 transformadores encapsulados em resina eram
usados somente em pequenos números e só atingiram um razoável nível de
popularidade na metade dos anos 70.

Basicamente, havia 3 caminhos para substituição dos transformadores com PCB


(Ascarel®):

a) Transformadores com outro líquido substituto;


b) Transformadores com isolação a gás;
c) Transformadores encapsulados em resina.

O óleo silicone é um líquido substituto do PCB. No entanto, seu ponto de inflamação


é somente cerca de 150ºC mais alto que o do óleo mineral. Além disto, em caso da
ruptura do tanque devido a falhas, o líquido isolante ardente poderia contaminar o
meio ambiente e medidas teriam que ser tomadas para reduzir tal risco. A poluição
devido ao vazamento do líquido isolante é sempre um problema.

Transformadores com isolação a gás (SF 6), ao invés de líquidos também são
usados, mas tais unidades não estão livres de manutenção. Eles requerem maiores
cuidados de engenharia e produção; um vazamento do gás implicará na perda do
transformador e quebra na continuidade do fornecimento de energia. Além disto,
estudos mostram que o SF 6 se torna mais tóxico que o próprio PCB após deteriorado
por descargas elétricas.

Existem é claro, uma vantagem nas primeiras soluções; em geral são processos de
fabricação simples (como os usados nos transformadores a óleo e secos
convencionais), onde a necessidade de novos e sofisticados equipamentos é
normalmente limitada.

Na Europa, transformadores encapsulados em resina para distribuição foram


desenvolvidos no final da década de 50 e início de 60, quando poucas companhias

138
Informações Técnicas DT -11

os comercializavam. Eles estavam sendo razoavelmente bem recebidos e o número


de equipamentos instalados crescia ano após ano. Aqui o transformador
encapsulado em resina tornava-se o substituto direto do PCB.

7.1.2. A Situação Hoje

Os transformadores encapsulados em resina são construídos até a potência de


30MVA ou mais. Classes de tensão de 36kV com nível de impulso de 200kV são
usadas e padronizadas por normas ANSI, British Standard, etc. Tensões maiores já
se apresentaram viáveis e protótipos com NBI de 250kV foram construídos e
aprovados. Porém, tensões maiores podem ser economicamente proibitivas para tal
designe e, na prática, sua exigência é ainda restrita. Aplicações especiais podem
impor novos limites em um futuro não muito distante.

O número dos vários tipos de transformadores encapsulados em resina instalados


em todo o mundo está em torno de 500.000 unidades (dados estimados). Isso indica
claramente que o produto tem alcançado um alto nível de confiabilidade e que sua
reduzida manutenção é uma vantagem que tem sido traduzida em retorno financeiro.

7.2. TRANSFORMADORES ENCAPSULADOS WEG

Buscando atender a necessidade de seus clientes que buscavam características


especiais relacionadas a segurança, espaço, custos de manutenção e instalação,
alimentação de cargas móveis ou plantas em crescimento, a WEG em 1998 agregou
o transformador seco encapsulado a vácuo a sua linha de produtos.

Os transformadores secos WEG foram desenvolvidos com assessoria das empresas


HEDRICH, um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos de tecnologia de
vácuo, com sede na Alemanha e da austríaca ENCO, originária da empresa alemã
May & Christe Gmbh, com mais de 30 anos de experiência acumulada na fabricação
de transformadores de potência encapsulados.

Um sólido embasamento de projeto aliado a aplicação de materiais isolantes de alta


qualidade, utilizando um reconhecido processo produtivo, contribuíram para o

139
Informações Técnicas DT -11

desenvolvimento do transformador seco WEG.

A tecnologia é baseada no encapsulamento das bobinas sob vácuo, utilizando resina


epóxi de última geração. O equipamento utilizado no processo de impregnação
utiliza a mais nova tecnologia de encapsulamento à vácuo, conferindo ao
transformador características elétricas e mecânicas que atendem as mais exigentes
especificações internacionais.

O projeto e o processo de fabricação destes transformadores, buscam eliminar


descargas parciais e dar uma excelente performance ao longo de sua vida útil,
independente das variações de carga e temperatura.

7.3. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

7.3.1. Núcleo e Ferragens

O núcleo do tipo envolvido é construído com chapas de silício de grão orientado,


laminadas a frio, de baixas perdas e isoladas com material inorgânico.

São usados aços de qualidade no mínimo igual a do tipo E004 de fabricação Acesita
(equivalente ao padrão AISI M-4), o qual é hoje o melhor aço silício de grão
orientado fabricado na América Latina.

As colunas e culatras são prensadas por meio de perfis de aço e cintas de material
isolantes. Após esta operação, o núcleo montado é pintado com tinta dielétrica
(60kV/mm) de classe F (155 oC), formulada a partir de resina alquídica. Além das
proteções dielétrica e contra corrosão, o tratamento contribui reduzindo ainda mais
os baixos níveis de ruído acústico dos transformadores WEG.

7.3.2. Bobinas de Baixa Tensão

Os enrolamento de baixa tensão podem ser construídos em fio ou chapa, assim


como em cobre ou alumínio.

140
Informações Técnicas DT -11

Para enrolamentos em fio, a suportabilidade a curto-circuito requerida, exige que


estes sejam encapsulados. Neste caso, o processo utilizado é similar ao do
enrolamento de alta tensão. Uma vez encapsuladas, as bobinas tem excelente
resistência a esforços térmicos e dinâmicos de curto-circuito, bem como completa
imunidade ao ambiente atmosférico.

Para enrolamentos em chapa, os condutores têm a altura da bobina e são isolados


por um filme impregnado com resina epóxi em estágio B de polimerização (pré-
curado). Após enrolada, a bobina é submetida a tratamento térmico, obtendo-se a
completa polimerização do isolamento que une as camadas do enrolamento,
tornando-o um bloco compacto. Devido a forma do condutor, esforços de curto-
circuito nas bobinas fabricadas em chapa são mínimos, garantindo ao transformador,
incomparável performance neste quesito. Visando maior resistência a umidade, as
cabeceiras da bobina são ainda preenchidas com resina epóxi.

A isolação utilizada é sempre de classe térmica no mínimo igual a do enrolamento:


F(155oC). Transformadores classe H (180 oC) podem ser especificados.

Deve-se atentar para o material dos barramentos na conexão do transformador. O


contato entre cobre e alumínio deve ser evitado, devido a corrosão galvânica
inerente, podendo implicar mais tarde em problemas nas conexões. Para
acoplamento cobre-alumínio deve-se usar chapas cladeadas, estanhagem dos
barramentos ou, como paliativo, pastas anti-corrosivas próprias para conexões
elétricas. Barras de cobre prateadas agravam o problema.

7.3.3. Bobinas de Alta Tensão

Os enrolamentos de alta tensão podem ser construídos em fio ou fita, assim como
em cobre ou alumínio.

A isolação utilizada é sempre de classe térmica no mínimo igual a do enrolamento:


F(155oC). Transformadores classe H (180 oC) podem ser especificados.
São adicionados, interna e externamente a bobina, reforços mecânicos que tratam-

141
Informações Técnicas DT -11

se de isolantes pré-curados, os quais, após submetidos a tratamento térmico,


conferem a bobina a ser encapsulada, grande resistência a esforços de curto-
circuito.

Após cura dos isolamentos, são montados moldes de impregnação sobre as bobinas
que, postas sob vácuo e temperatura na autoclave, passam por um processo de
secagem e retirada da umidade.

Antes da impregnação, os componentes da resina são misturados e c ompletamente


desgaseificados em equipamentos de última geração.

As resinas utilizadas, antes Araldite® F e atualmente Araldite® CW229, são de


fabricação Vantico (antiga Ciba). A Vantico, fornecedor único Weg, é líder mundial
do mercado de resinas epóxi.

O CW229 é a última palavra em tecnologia de resina epóxi, sendo o único sistema a


possuir classificação anti-chama e certificado UL para 200 oC, além de incomparáveis
características elétricas e mecânicas. A flexibilidade deste sistema torna-o imune a
trincas em temperaturas até -100 oC.

Para a WEG, a utilização do sistema CW229 possibilita a fabricação de


transformadores classe H (180 oC), o que permite a entrada nos mais exigentes
mercados. Caso a classe de temperatura do transformador seja F (155oC), utilizar
este sistema implica em aumento da vida útil do equipamento que estará operando
em temperaturas bem abaixo do limite do material.
Após secagem das bobinas e desgaseificação da resina, os moldes são preenchidos
e permanecem na autoclave, para a pré-cura. Todo este processo é executado com
níveis de vácuo que só podem ser garantidos por um sistema de alta tecnologia,
como a planta de impregnação Hedrich.

Após pré curadas, as bobinas são transferidas para um estufa onde a cura será
concluída em uma seqüência de temperaturas controladas por CLP para garantir a
eliminação dos esforços internos no enrolamento. Terminada esta etapa, as bobinas

142
Informações Técnicas DT -11

são finalmente desmoldadas, testadas uma a uma, e então liberadas para


montagem.

Todos os cuidados no projeto e processo de fabricação das bobinas conferem ao


transformador seco Weg uma excepcional resistência a curto-circuito e isenção de
descargas parciais, traduzidas para o cliente em excelente performance ao longo de
sua vida útil, independente das variações de carga e temperatura.

7.3.4. Acessórios

Gama de acessórios dos transformadores secos encapsulados WEG:

Nº Itens Acessórios Acessórios


Normais Opcionais
1 Barramentos terminais para conex ões dos ∆
enrolamentos de baixa e alta tensão
2 Painel de derivação sem carga ∆
3 Conector de aterramento ∆
4 Placa de identificação e avisos de advertência ∆
5 Meios de suspensão da parte ativa e invólucro, quando ∆
aplicável
6 Rodas bidireciona is ∆
7 Sistema de proteção (monitoramento) térmico dos ∆
enrolamentos
8 Sistema de ventilação forçada ∆
9 Cubículo de proteção ∆
10 Blindagem eletrostática ∆
11 Buchas desconectáveis ∆

7.3.4.1. Comutador de tensão sem carga

Os transformadores secos são geralmente providos de painel de comutação, o qual


é fundido na parte frontal de cada fase do enrolamento de alta tensão. Este sistema
propicia uma fácil mudança de tensões com o equipamento desenergizado.

143
Informações Técnicas DT -11

7.3.4.2. Sistema de monitoramento térmico

Este dispositivo é utilizado para proteger os enrolamentos do transformador


detectando temperaturas acima do limite imposto pela classe térmica dos materiais e
elevações anormais da temperatura ambiente.

O sistema é composto por um monitor digital de temperatura com contatos para


alarme, desligamento, controle do sistema de ventilação forçada (quando aplicável)
e contato adicional ligado a verificação dos sensores (somente PT100).

O monitor pode ser instalado junto ao equipamento ou em painel e, dependendo do


modelo escolhido pelo cliente, permite leitura constante da temperatura em até 4
canais e programação das temperaturas de atuação. A alimentação é universal: 24-
240 Vcc-ca. Os sensores de temperatura, instalados em contato com o enrolamento
de baixa tensão, são em número de três (1 por fase), se tipo PT-100 ou seis (2 por
fase), se tipo PTC, dependendo do tipo de monitor.

Por ser basicamente o único acessório de proteção fornecido com o transformador


seco, a instalação de um sistema de monitoramento térmico é normalmente
recomendada. No mercado europeu a utilização deste acessório foi bastante
difundida, uma vez que sua instalação implica em prazos de garantia prolongados e
custos de seguro reduzidos.

7.3.4.3. Sistema de ventilação forçada

A instalação de um sistema de ventilação forçada pode aumentar consideravelmente


a capacidade de fornecimento de potência do transformador seco. Este sistema é
especialmente vantajoso para equipamentos onde o ciclo de carga é variável. A
capacidade poderá ser acrescida até 50% em transformadores não enclausurados
(sem cubículo de proteção) e até 40% quando enclausurados, dependendo da
potência.

144
Informações Técnicas DT -11

Ventiladores axiais são montados em ambos os lados da base do transformador ou


exaustores são posicionados no teto do cubículo de proteção, quando aplicável. O
acionamento dos motoventiladores é bastante simples, sendo comandado
digitalmente pelo monitor de temperatura que sinaliza ao controle dos motores,
também digital (alimentação 220Vca).

A manutenção exigida pelos motoventiladores tem sido a restrição ainda encontrada


para que sistemas de VF sejam usados em larga escala, uma vez que a ausência de
manutenção é um dos principais pontos para a escolha dos secos.

A instalação de VF em transformadores já em operação, é quase sempre possível


com adaptações relativamente simples. Transformadores novos podem ser
fornecidos com previsão para ventilação forçada, quando especificado.

O nível de ruído médio dos transformadores operando com VF é de 80db. Caso seja
importante que o transformador não ultrapasse o nível de ruído normalizado, mesmo
com a VF ligada, poderão ser fornecidos motoventiladores especiais com baixo nível
de ruído.

7.3.4.4. Cubículo de proteção

É importante frisar que transformadores secos, independente da existência de


cubículo de proteção, são para instalação interna.

O transformador é normalmente fornecido sem caixa de proteção: IP00. Caso o


contato de pessoal não treinado e/ou a presença de água seja(m) objeto(s) de
preocupação, pode-se especificar cubículos de proteção para o equipamento.
É de extrema importância que o grau de proteção seja corretamente especificado. A
troca de calor do transformador com o ambiente é comprometida com a instalação
do cubículo. Logo, com o aumento do grau de proteção, a quantidade de material
ativo necessário para fornecer a mesma potência aumenta significativamente e,
logicamente, o aumento de custo é intrínseco. Recomenda-se graus de proteção
menores ou iguais a IP23. Sob consulta poderão ser fornecidos transformadores

145
Informações Técnicas DT -11

equipados com cubículos de grau de proteção até IP44.

Outro motivo que tem levado a especificação de cubículos de proteção é a presença


de pequenos animais nas instalações e os possíveis danos causados. Para este fim,
cubículos com grau de proteção IP20 são recomendados.

O grau de proteção do cubículo deve ser definido de acordo com a tabela seguinte,
originária da NBR 6146.

2º numeral característico: Grau de prot eção com respeito ao ingresso prejudicial de


água
0 1 2 3 4 5 8
Protegido
1º numeral
contra
característico:
Protegido quedas
Grau de proteção
contra verticais Protegido Protegido Protegido
com respeito a Protegido
Não quedas de gotas contra contra contra
pessoas e objetos contra
protegido verticais d’água água projeções jatos
sólidos submersão
de gotas para uma aspergida d’água d’água
d’água inclinação
máx. de
º
15
Não protegido 0 IP 00 IP 01 IP 02 --- --- --- ---
Protegido contra
objetos sólidos
1 IP 10 IP 11 IP 12 IP 13 --- --- ---
com Ø maior
que 50mm
Protegido contra
objetos sólidos
2 IP 20 IP 21 IP 22 IP 23 --- --- ---
com Ø maior
que 12mm
Protegido contra
objetos sólidos
3 IP 30 IP 31 IP 32 IP 33 IP 34 --- ---
com Ø maior
que 2,5mm
Protegido contra
objetos sólidos
4 IP 40 IP 41 IP 42 IP 43 IP 44 IP 45 ---
com Ø maior
que 1mm
Protegido contra
5 --- --- --- --- IP 54 IP 55 ---
a poeira
Totalmente
6 --- --- --- --- --- IP 65 IP 68
protegido

146
Informações Técnicas DT -11

7.4. GARANTIA DE QUALIDADE E TESTES

A Política da Qualidade WEG a seguir especificada, é compreendida, implementada


e mantida em todos os níveis da empresa:

“FORNECER PRODUTOS E SERVIÇOS COM QUALIDADE AUTÊNTICA, OU


SEJA, SATISFAZER AS NECESSIDADES DOS NOSSOS CLIENTES”

A WEG mantém esforços sempre comprometidos com a qualidade autêntica,


desenvolvendo suas atividades baseada nos Princípios da Qualidade, a saber:

1. Atender bem nossos clientes, oferecendo produtos e serviços que


satisfaçam suas necessidades.
2. Dar respostas rápidas e profundas a consultas e reclamações dos nossos
clientes e cumprir os prazos prometidos.
3. Treinar e motivar os nossos colaboradores para melhor desempenhar
suas funções e dar oportunidade a todos para progredirem na Empresa.
4. Adotar métodos de trabalho simples, eficientes e procurar aperfeiçoá-los
continuadamente.
5. Fazer certo desde a primeira vez, eliminando o desperdício de tempo e
material, contribuindo para a redução dos custos e aumento da
rentabilidade.
6. Adotar postura preventiva, buscando sempre eliminar as causas dos
problemas.
7. Tratar os nossos fornecedores como parceiros, contribuindo inclusive no
desenvolvimento de seus padrões de qualidade.
8. Melhorar a qualidade de vida, mantendo um ambiente de trabalho limpo,
ordenado e seguro, preservando o meio ambiente e os recursos naturais.

A qualidade do produto, garantida pelo certificado ISO 9001 mantido pela WEG
Transformadores desde 1995, inicia com um rígido controle nos materiais e nos
vários pontos do processo produtivo. A complementação deste processo é dada
pelos testes finais, que conferem ao produto a garantia de um bom desempenho.

147
Informações Técnicas DT -11

Os transformadores a seco WEG são testados em conformidade com normas


nacionais e internacionais. Mesmo normalizado como ensaio de tipo, o ensaio de
descargas parciais é realizado como rotina na WEG, certificando a integridade do
sistema de encapsulamento.

Os testes de performance estão descriminados na tabela a seguir. Acompanham o


transformador, relatórios de todos os ensaios de rotina realizados. Caso o cliente
não pretenda custear ensaios de tipo ou especiais, relatórios de testes realizados
em peças similares podem ser solicitados.

Ensaios de Ensaios de Ensaios


Nº Itens
Rotina Tipo Especiais
1 Resistência elétrica dos enrolamentos ∆
2 Relação de tensões ∆
3 Resistência de Isolamento ∆
4 Polaridade ∆
5 Deslocamento angular e Seqüência de fa ses ∆
6 Perdas em vazio e Corrente de excitação ∆
Perdas em carga e Impedância de curto -
7 ∆
circuito
Testes dielétricos de Tensão aplicada e Tensão
8 ∆
induzida
9 Funcionamento dos acessórios ∆
10 Descargas parciais ∆
11 Fator de potência do i solamento ∆
12 Elevação de temperatura ∆
13 Impulso atmosférico ∆
14 Nível de ruído ∆
15 Tensão de radiointerferência ∆
16 Curto-circuito ∆
17 Potência absorvida pelos ventiladores ∆
18 Impedância de seqüência zero ∆
19 Harmônicos na corrente de excitação ∆

148
Informações Técnicas DT -11

7.5. VANTAGENS

Ressaltaremos neste tópico, algumas características dos transformadores secos


encapsulados a vácuo WEG.

7.5.1. Isentos de Manutenção

A simplicidade construtiva destes transformadores tornam sua manutenção


igualmente simples principalmente por não serem aplicáveis válvulas de drenagem,
indicadores de nível, termômetros, relês de gás, válvulas de alívio de pressão, relês
de pressão súbita e outros acessórios comuns a transformadores com líquido
isolante.

Os cuidados recomendados restringem-se a inspeções nas temperaturas do


equipamento e instalação, inspeções visuais e limpezas periódicas.

Consultar manual antes da instalação e manutenção.

7.5.2. Fácil Instalação

Transformadores secos apresentam 3 grandes vantagens em sua instalação:

a) Dispensam paredes a prova de explosão, paredes corta-fogo e poços


para recolhimento do líquido isolante. Sua localização ainda pode ser
modificada com facilidade, sem necessidade de demolição e
reconstrução de obra civis;

b) Podem ser instalados junto a carga, reduzindo drasticamente os


custos com cabeamento de baixa tensão;

c) Tem dimensões reduzidas e se adaptam com facilidade a diferentes


locais.

149
Informações Técnicas DT -11

Sem líquido isolante a tratar e acessórios a verificar, a instalação dos


transformadores secos é de extrema simplicidade. O aperto das conexões elétricas e
mecânicas constitui o item básico de verificação para energização.

Consultar manual antes da instalação e manutenção.

7.5.2.1 Ambiente de instalação

É importante abrir aqui um parêntese sobre o ambiente de instalação de


transformadores, que é também aplicável a tipos imersos em líquido isolante.

A instalação deve ser feita sobre fundações adequadamente niveladas e resistentes


para suportar seu peso, com espaçamento mínimo de 0,5m entre transformadores e
entre estes e paredes ou muros, proporcionando facilidade de acesso para inspeção
e ventilação.

Os transformadores devem ser instalados e seus cabos ligados, observando-se as


distâncias elétricas necessários, previstas por norma para cada classe de tensão.
Devem estar afastados de paredes, cubículos, grades, eletrodutos, cabos e outros
dispositivos conforme a tabela da NBR 10295 abaixo reproduzida.

Espaçamentos Externos Mínimos para Transformadores Secos


Classe de tensão d o
Tensão de impulso Espaçamento mínimo Espaçamento mínimo
equipamento
atmosférico [kV] Fase-terra [mm] Fase-fase [mm]
[kVeficaz]
0,6 ---- 25 25
1,2 ---- 25 25
40 45 60
7,2
60 65 90
95 130 160
15
110 150 200
125 170 220
24,2
150 200 280
150 200 280
170 240 320
36,2
200 300 380

150
Informações Técnicas DT -11

Lembremos também o que versa sobre temperatura ambiente a norma NBR


10295/1988: "Temperatura de ar de resfriamento não superior a 40 oC e temperatura
média em qualquer período de 24 horas não superior a 30 oC." Quando a
temperatura ambiente for superior a estes valores até o limite de 10 oC, no projeto
deverá ser previsto a redução do limite de elevação de temperatura proporcional.

Portanto, o recinto no qual será colocado o transformador deve ser bem v entilado,
uma vez que isto é fundamental ao seu correto funcionamento.

Ao projetar a ventilação na sala do transformador deve-se levar em conta as perdas


totais do mesmo. Estas perdas se manifestam em forma de calor modificando a
temperatura ambiente da sala. O local de instalação deve ser espaçoso o suficiente
para permitir uma distribuição de ar uniforme e saída do ar aquecido. A solução mais
simples é prever uma ventilação natural da sala permitindo a entrada de ar frio na
parte inferior e uma saída na parte superior oposta, conforme Figura 7.1.

FIGURA 7.1

Se a ventilação natural não for suficiente, pode-se instalar ventiladores a


fim de aumentar o fluxo de ar na sala conforme Figura 7.2.

151
Informações Técnicas DT -11

FIGURA 7.2

Neste caso o fluxo de ar não deverá exceder a velocidade de 4,0m/s ou devem ser
usados filtros para evitar a sucção de pó para dentro do ambiente.

Para calcular o tamanho das aberturas ou o fluxo de ar necessário na sala pode-se


utilizar as expressões abaixo, tomando como diferença de 15oC de temperatura
entre o ar que entra e o ar que sai:

Pt
S = 0,3.
H
V = 5.Pt

onde:
Pt = perdas totais dissipadas a 115oC [kW]
S = superfície das aberturas superior e inferior [m2]
H = distância medida entre a metade da altura do transformador e a metade
da saída de ar superior [m]
V = volume do ar de refrigeração [m3/min]

152
Informações Técnicas DT -11

Exemplo: Instalação de 2 transformadores de 2.000kVA


Perda total Pt típica para transformador seco de 2MVA a 115 ºC = 27kW
Distancia H entre a metade da altura do transformador e a metade da saída
de ar superior: 1,5m

27.2
S = 0,3. = 13,2m 2
1,5

Pela área encontrada, sabemos que será necessário a instalação de ventilação


forçada na sala. A vazão mínima dos motoventiladores será:

V = 5.27.2 = 270m 3 / min

Este exemplo desconsidera a existência de cubículo de proteção, o que seria


questionável no caso de uma sala própria para instalação do transformador.

7.5.3. Baixíssimos Níveis de Descargas Parciais

Transformadores WEG encapsulados a vácuo apresentam os mais baixos níveis de


descargas parciais do mercado. As propagandas sobre este tema são variadas,
contudo devem ser tomadas precauções com leituras de dp que indiquem 0pC
(“isento”). Equipamentos e circuitos de medição sem precisão e/ou sensibilidade
adequada podem indicar erroneamente estes valores.

Cada transformador WEG é testado (ensaio de rotina) dentro do estabelecido pelas


normas. A norma IEC 726 estabelece tensão / período de ensaio: 1,5 U m por 30s +
1,1Um (tensão máxima) por 3 minutos, quando é feita a medição. A NBR 10295 é
cópia fiel da IEC neste ponto. A IEC 270 estabelece os métodos de ensaio, assim
como a NBR 5380. Finalmente, a norma Cenelec HD 464 S1 estabelece como limite
para o ensaio de descargas parciais o valor de 20pC. Por ser uma norma de
harmonização, a norma Cenelec abre exceção para alguns países europeus onde se
admite 50pC.

153
Informações Técnicas DT -11

O limite máximo de 20pC é adotado pela WEG. A confiabilidade transmitida pelo


processo de encapsulamento e incomparável qualidade do sistema de resina epóxi
CW 229 garantem a manutenção dos baixos níveis de descargas parciais ao longo
da vida do transformador.

7.5.4. Alta Suportabilidade a Sobretensões

Os transformadores a seco WEG permitem a especificação dos mesmos níveis de


impulso atmosférico e tensões suportáveis a freqüência industrial dos
transformadores imersos em óleo. A forma construtiva das bobinas e a qualidade do
processo de encapsulamento a vácuo propicia grande resistência a tensões de
impulso atmosférico ou sobretensões .

7.5.5. Alta Capacidade de Sobrecarga

Transformadores encapsulados a vácuo WEG podem suportar sobrecargas de curta


duração, com desempenho igual ou superior ao dos transformadores imersos em
óleo. As características do sistema epóxi CW229 permitem variações bruscas de
temperatura em curtos períodos de tempo.

CURVAS DE SOBRECARGA

180

160

140

120
TEMPO(MINUTO)

PRÉ-CARGAS: 50%
100 :60%
:70%
80 :80%
:90%

60

40

20

0
10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

SOBRECARGA

154
Informações Técnicas DT -11

7.5.6. Insensíveis ao Meio

O encapsulamento a vácuo com o sistema CW 229, isento de trincas, torna os


enrolamentos imunes a penetração de umidade e influências agressivas do meio
ambiente.

Os transformadores padrões WEG são fornecidos para aplicação em ambientes E1


C1 F1. Para ambientes especiais podem ser fornecidos com classe ambiental E2 ou
C2. Vejamos o que isto significa, resumindo as classificações da norma Cenelec HD
464 S1:

- Classe ambiental E0: instalação em ambiente seco e limpo sem


condensação ou poluição
- Classe ambiental E1: condensação ocasional e pouca poluição
- Classe ambiental E2: severa condensação e poluição pesada
- Classe climática C1: -5oC mas pode estar sujeito a -25oC no transporte
ou estoque
- Classe climática C2: operação, transporte e estoque a -25oC
- Comportamento ao fogo F0: sem risco especial de incêndio e não há
previsão de mistura para limitar a flamabilidade
- Comportamento ao fogo F1: risco de incêndio e é especificada restrição a
flamabilidade
- Comportamento ao fogo F2: transformador deve operar sob fogo externo
por certo tempo.

Classificado o ambiente de instalação do transformador, é interessante que


conheçamos um pouco dos métodos de ensaio:

- E0: sem testes


- E1: 6h em câmara com 93% de umidade e temperatura que induz
condensação. Condutividade da água: 0,1~0,3s/m. É iniciado nos 5
minutos finais ensaio de tensão induzida com 1,1Vn por 15 minutos.
- E2: 144h humidade 90% a 50 oC. Água: 0,5~1,5s/m. Ensaios de induzida

155
Informações Técnicas DT -11

e aplicada a 75% dos valores nominais são feitos após 3 horas em


atmosfera normal.
- C1: 12h a -25ºC, então 4h a -5oC e depois a 25oC. Ensaios de aplicada e
induzida a 75%. Volta a -5oC e permanece por 12h. Neste estágio o
choque térmico é feito circulando 2 vezes a corrente nominal pelo
transformador até que atinja o limite do material (155 oC se classe F).
Novamente são feitos dielétricos a 75%. Não são permitidas fissuras nas
bobinas.
- C2: 12h a -25oC e choque térmico 2 x I n até limite do material. Dielétricos
a 75%.
- F0: sem testes
- F1: série de testes feita para verificar a presença de substâncias
corrosivas: HCl, HCN, HBr, HF, SO2, HCOH. Uma coluna
(núcleo/bobinas BT/AT) é submetida a 2 fontes de calor: uma bandeja
com álcool sob a coluna e um painel vertical a 750oC para radiação
durante 60 minutos onde gases e temperaturas de entrada/saída são
monitorados. A elevação do gás não pode ultrapassar 420oC na
combustão, 140 oC após 45 minutos de teste e 80 oC após 60 minutos. A
média do fator óptico ≥ 20% entre 20 e 60 minutos.
- F2: série de testes feita para verificar a presença de substâncias
corrosivas, onde gases e temperaturas de são monitorados. Valores
negociados entre cliente e fornecedor.

Pelo disposto acima, a especificação E1 C1 F1 é bastante razoável. Entretanto,


nenhuma empresa nacional submeteu seu equipamento aos ensaios acima.
Somente os laboratórios do Chesi na Itália e Kema na Holanda estão capacitados.
Para garantir uma excelente performance, a Weg além dos cuidados com as
características de projeto, trabalha com o que há de melhor em materiais para
fabricação de secos.

156
Informações Técnicas DT -11

7.5.7. Alto Extinguível

A principal questão é se transformadores encapsulados em resina epóxi queimam ou


sustentam combustão e se a combustão dos produtos não é tóxica.

Testes abrangentes tem sido feitos por vários fabricantes com diferentes
combinações de formulações epóxi. Há basicamente dois tipos de teste que são
executados: um teste numa amostra de resina, como por exemplo o especificado
pela ASTM D634-68, e um teste executado diretamente na bobina do transformador,
simulando os efeitos de faltas internas ou chamas externas.

Tais testes tem mostrado que chamas devido a faltas internas são seguramente
extintas uma vez que o transformador tenha sido desenergizado pela proteção no
período de tempo usual. Caso um fogo externo ocorre atingindo as bobinas, estas
auto extinguem-se, se extintas as chamas externas. Um grande fogo do lado externo
o qual ponha toda instalação e construção em chamas provavelmente também
queimaria a resina epóxi mas em tal caso esta não aumentaria a intensidade do
fogo. Em tempo, a resina epóxi é um termofixo e portanto, independente das
proporções do incêndio, não derrete.

A WEG desenvolveu testes práticos simulando os dois "casos de causa de fogo" que
podem acontecer a todo transformador instalado:

1. Conseqüências de fogos secundários ao transformador e


2. Queima de transformadores causadas por problemas e defeitos que
originam do próprio transformador.

Causa de fogo no Caso 1:

É concebível que, por razões quaisquer, o fogo começará dentro de uma planta de
painel de comando, na origem da qual o transformador não participa, o qual, porém,
também atingirá com o passar do tempo.

157
Informações Técnicas DT -11

Para imitar um fogo incidente de fora em um transformador, bobinas são aquecidas


por maçaricos de solda (~2500 oC) direcionados para sua superfície. Durante vários
testes com pontos distintos de ignição pode ser averiguado que a ignição da bobina
só é possível com muita dificuldade à ordem de sucessões de testes, e que as
chamas são extintas pouco tempo depois da energia ter sido removida. Em nenhum
caso, retirado o aquecimento da bobina, esta continuava queimando sozinha nem a
chama se alastrada pela superfície da bobina.

Causa de fogo Caso 2:

Queima do transformador devido a problemas e defeitos, particularmente arcos


elétricos de curto-circuito, que originam do transformador.

A ocorrência de um defeito na bobina, seja por causas internas ou externas ao


transformador, com formação de um arco elétrico entre dois ou mais condutores em
diferentes potenciais é a questão aqui. Em exemplos extremos podem ser formadas
correntes de curto-circuito de alta densidade de energia pontual, afetando uma
pequena área com arcos elétricos de temperaturas até 10.000°C levando a fundição
dos materiais condutores e precipitação de gases.

Tal caso é reproduzido perfurando a superfície da bobina até o cobre e acendendo


um arco elétrico de solda de intensidade mais alta possível, entre o condutor de
cobre e um eletrodo de solda.

É importante lembrar que se tais arcos elétricos aparecerem no transformador, este


é desconectado do circuito através de equipamentos de proteção, em um período
muito curto (milisegundos até no máximo 4 segundos).

Nos ensaios realizados pela WEG as seqüências de teste foram aumentadas até a
queima ininterrupta de um eletrodo (2,5mm) completo, com duração superior a um
minuto. Foi averiguada uma pequena inflamação de material isolante em todos os
testes e as chamas foram extinguidas depois de poucos segundos.

158
Informações Técnicas DT -11

Nem com as tochas de solda (fogo caso 1) nem com soldas a arco elétrico (fogo
caso 2) a bobina encapsulada pode ser induzida durante os testes executados a
continuação autônoma da inflamação.

Transformadores secos encapsulados em resina epóxi não explodem, não são


facilmente inflamáveis e não sustentam combustão. Os transformadores WEG tem
ainda características especiais de auto-extinção graças a resina utilizada; o sistema
Vântico CW229 é a última palavra em sistemas epóxi, sendo o único sistema a
possuir classificação anti-chama e certificado UL para 200 oC (yellow card):
classificação H-B para espessura de 4mm e V-1 para espessura de 12mm.

7.5.8. Resistente a Curto-Circuito

Encapsulados em resina epóxi WEG são mais resistentes a curto-circuito que


qualquer outro tipo de transformador. Sua excepcional resistência está
fundamentada em dois pontos básicos:

1. Projeto: os enrolamentos de baixa tensão são fabricados, preferencialmente, em


chapa na largura da bobina e quando em fios (classe de tensão ≥ 7,2kV) são
encapsulados no mesmo processo dos enrolamentos de alta tensão. Devido a forma
do condutor, esforços de curto-circuito nas bobinas fabricadas em chapa são
mínimos, garantindo ao transformador, incomparável performance neste quesito. A
estrutura da parte ativa tem construção robusta e travamento dos calços que
posicionam as bobinas.

Os enrolamentos, independente do material condutor, são projetados para operar


abaixo do limite térmico de curto-circuito em qualquer derivação que se encontre o
transformador.

2. Materiais: no enrolamento de baixa tensão é usado isolamento entre camadas


com resina epóxi em estágio B de polimerização que, após curado, une as camadas
do enrolamento tornando-o um bloco compacto. As cabeceiras da bobina de baixa
tensão são ainda preenchidas com resina epóxi. Aos enrolamentos de alta tensão

159
Informações Técnicas DT -11

são também adicionados, interna e externamente, reforços mecânicos pré-curados.


Todos estes isolamentos são de classe térmica igual a dos enrolamentos e têm
qualidade comprovada nos laboratórios da WEG.

A resina utilizada é fabricada pelo líder mundial de tecnologia de resinas epóxi:


Vantico (antiga Ciba). O sistema CW229 adotado tem as melhores características de
flexibilidade, resistência a formação de trincas, variação de temperatura, torção,
tração e impacto, menor perda de massa e maior vida útil dentre os disponíveis no
mercado mundial. Além disto, o CW229 tem coeficiente de expansão térmica mais
próximo ao dos condutores que outros sistemas epóxi.

7.5.9. Baixo Nível de Ruído

O projeto e o tratamento do núcleo dos transformadores secos WEG garantem


baixos níveis de ruído acústico, permitindo sua instalação em prédios residenciais ou
outros ambientes onde esta característica seja desejável.

O sistema de calços e amortecimento das bobinas as tornam independ entes do


núcleo no que se refere a transmissão de suas oscilações. O verniz isolante de alta
penetração aplicado ao circuito magnético também colabora para atenuação do
ruído produzido.

7.5.10. Assistência Técnica WEG

Ao contrário do que acontece na manutenção de transformadores a óleo, somente o


fabricante do transformador encapsulado a vácuo pode reparar/substituir suas
bobinas. Por esta razão, é extremamente importante que o comprador se preocupe
com a qualidade da assistência técnica do seu fornecedor.

A WEG conta com mais de 300 assistentes técnicos autorizados e 1.300 oficinas
registradas em todo o Brasil. Quando acionados, os AT têm competência para
indicar e gerenciar as medidas cabíveis.

160
Informações Técnicas DT -11

Em pesquisa feita por órgão independente de reconhecida idoneidade, a WEG foi


conceituada por seus clientes, dentre outros importantes quesitos, como a melhor
assistência técnica entre as empresas fornecedoras de transformadores no mercado
brasileiro.

7.5.11. Compatíveis com o Meio Ambiente

Os transformadores encapsulados WEG não contaminam o ambiente com óleos ou


gases tóxicos. Por serem ecologicamente corretos são recomendados para a
substituição de equipamentos instalados em locais críticos que na sua es pecificação
original foram construídos com líquidos especiais como o Ascarel®, Rtemp® ou
Silicone.

No projeto com isolação sólida nada pode contaminar o solo ou o ambiente e


medidas adicionais contra poluição são dispensadas, o que implica em redução nos
custos de instalação.

Em empresas onde a questão ambiental é preocupação constante, o uso de


transformadores secos tornou-se obrigatório, estando algumas vezes atrelado as
normas internas que permitiram a certificação ISO 14.000.

7.6. APLICAÇÕES

Quando aplicar transformadores encapsulados?

- Quando riscos de explosão, propagação de incêndio ou vazamento de


óleo devem ser eliminados;
- Quando se deseja instalar o transformador junto a carga, reduzindo
perdas e custo dos condutores de baixa tensão;
- Quando se deseja mudar a posição do transformador com facilidade,
como plantas em crescimento;
- Quando há trânsito de pessoas e segurança é a palavra-chave;
- Quando se tem espaço reduzido;

161
Informações Técnicas DT -11

- Quando se quer minimizar a manutenção.

Os transformadores encapsulados WEG, podem substituir com vantagens os


transformadores a óleo. Abaixo indicamos algumas utilizações típicas para este tipo
de equipamento:

a) Subestações internas ou externas


b) Plantas industriais
c) Plantas químicas e petroquímicas
d) Plataformas off-shore
e) Prédios comerciais e residenciais
f) Hospitais
g) Embarcações marítimas
h) Shopping centers
i) Unidades de tratamento de água
j) Sistemas de controle de tráfego aéreo e terrestre
k) Indústrias alimentícias
l) Em pedestais ou mezaninos
m) Portos marítimos
n) Centros de entretenimento
o) Trens de passageiros e carga
p) Telecomunicações
q) Bancos
r) Centro de convenções
s) Navios
t) Minas
u) Subestações ou cargas móveis

7.7. ESPECIFICAÇÕES

As principais características a serem especificadas na compra e os padrões da linha


de transformadores encapsulados WEG são descritos a seguir:

162
Informações Técnicas DT -11

7.7.1 Normas

A norma brasileira para Especificação de Transformadores de Potência Secos é a


NBR 10295, de 1988. O texto desta norma é similar ao da IEC 726/1982 – Dry-type
Power Transformers, adotada internacionalmente. Alguns itens da NBR 10295,
adotada na linha padrão WEG, são destacados mais adiante neste trabalho.
As normas ANSI/IEEE C57.12.50, C57.12.51, C57.12.52, C57.12.55, C57.12.56,
C57.12.57, C57.12.58, C57.12.59 e C57.12.60 discursam sobre diferentes temas
relacionados a transformadores secos. A Cenelec HD 464 S1 (documento do Comitê
Europeu que tem como origem a norma DIN) é outra importante norma a relacionar.

7.7.2. Potências

Os transformadores encapsulados Weg são fabricados nas potências:

300 – 500 – 750 – 1.000 – 1.500 – 2.000 – 2.500 e 3.000kVA

Potências fora desta faixa poderão ser consultadas.

7.7.3. Classes de Tensão

Os enrolamentos primário e secundários dos transformadores Weg podem ser


fornecidos nas seguintes classes de tensão:

0,6 – 1,2 – 7,2 – 15 – 24,2 e 36,2 kV

Padrão para enrolamentos de baixa tensão: 0,6kV

Padrão para enrolamentos de alta tensão: classe 15kV com NBI 95kV e tensão
aplicada de 34kV e classe 25kV com NBI 125kV e aplicada 50kV.

163
Informações Técnicas DT -11

7.7.4. Tensão Nominais e Derivações

Quaisquer tensões dentro das classes acima podem ser especificadas.

As tensões padronizadas para o enrolamento de baixa tensão são: 440*/254V,


380*/220V e 220*/127V, esta última até a potência de 1.000kVA

Tensões nominais e derivações padronizadas para alta tensão:

Classe 15kV: 13,8* / 13,2 / 12,6 / 12,0 / 11,4kV


Classe 24,2kV: 24,2* / 23,1 / 22,0 / 20,9 / 19,8kV
* tensões nominais

7.7.5. Freqüência e Ligações

Freqüência padrão: 60Hz


Freqüência de 50Hz e diferentes ligações podem ser fornecidas.
Ligação padrão: Dyn1

7.7.6. Temperaturas

Temperatura ambiente máxima: 40ºC (média diária máxima de 30oC)


Classe térmica dos materiais isolantes: F (155oC)
Elevação média do enrolamento acima do ambiente: 105oC
Elevação do ponto mais quente do enrolamento acima do ambiente: 115oC
Temperatura de referência para garantia de perdas e impedância: 115oC

164
Informações Técnicas DT -11

7.7.7. Perdas, Corrente de Excitação e Impedância

Transformadores Seco s Encapsulados a Vácuo WEG


Classe 15kV – 60Hz
Potência Perdas a Vazio Perdas Totais Corrente a Vazio Impedância
o
kVA W W (115 C) % % (115°C)
300 1100 5200 1,2 6,0
500 1400 7200 1,2 6,0
750 1900 10200 1,2 6,0
1000 2400 11700 1,2 6,0
1500 3300 16700 1,2 6,0
2000 4000 20500 0,6 6,0
2500 4500 23500 0,6 6,5
3000 5000 27000 0,6 6,5

As perdas acima devem ser tomados como valores para referência. Valores de
perdas podem e devem ser considerados ao adquirir um transformador, seja este a
óleo ou seco. Contudo o comprador deve salientar esta preocupação (baixas
perdas) ao solicitar a cotação do equipamento para que seu valor seja analisado
como custo do produto + capitalização de perdas (normalmente segundo a fórmula
da concessionária local).

7.7.8. Dimensões

IP00 IP20

165
Informações Técnicas DT -11

Transformadores Secos Encapsulados a Vácu o WEG


Classe 15kV - 60Hz
Dimensões Aproximadas e Peso Total Sem Cubículo - IP00
Potência
kVA Comprimento Largura [mm] Dist. Rodas Peso Total
Altura [mm] C
[mm] A B [mm] D [kg]
300 1500 700 1300 520 1200
500 1550 700 1450 520 1550
750 1600 800 1700 670 1900
1000 1650 950 1750 820 2400
1500 1800 950 1950 820 3250
2000 1900 950 2200 820 4150
2500 2050 950 2400 820 5100
3000 2150 1200 2500 1070 6000
Dimensões Aproximadas e Peso Total Com Cubículo – IP20
Potência
kVA Comprimento Largura [mm] Dist. Rodas
Altura [mm] C Peso Total (kg)
[mm] A B [mm] D
300 1800 1100 1500 520 1500
500 1800 1200 1700 520 1900
750 1800 1200 1900 670 2300
1000 1900 1300 2000 820 2900
1500 2100 1300 2300 820 3800
2000 2200 1300 2500 820 4700
2500 2350 1400 2700 820 5800
3000 2400 1400 2800 1070 6800

7.8. NORMA BRASILEIRA PARA ESPECIFICAÇÃO DE SECOS

Destacamos aqui, alguns itens que merecem ser lembrados da norma NBR
10295/1988 TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA SECOS. Este texto tem caráter
didático e não pode ser considerado como reprodução parcial da norma. A leitura do
texto completo da norma é ponto de partida para a correta especificação dos
transformadores.

“...
1.1 Esta norma fixa as condições exigíveis aplicadas a transformadores de potência
secos, com tensão máxima do equipamento igual ou inferior a 36,2kV.

1.2 Esta norma não se aplica a:

166
Informações Técnicas DT -11

a) transformadores monofásicos de potência nominal inferior a 1kVA e


polifásicos de potência nominal inferior a 5kVA;
b) transformadores para instrumentos;
c) transformadores para conversores estáticos;
d) transformadores para partida de motores;
e) transformadores para ensaios;
f) transformadores para tração elétrica;
g) transformadores à prova de fogo e transformadores para minas;
h) transformadores para solda elétrica;
i) transformadores reguladores de tensão;
j) transformadores de potência de pequeno porte, nos quais a segurança é
um requisito especial;
k) transformadores para aparelhos de medições;
l) transformadores para fornos a arco;
m) transformadores para aterramento.

NOTA: Enquanto não vigorarem normas brasileiras aplicáveis especificamente aos


transformadores acima ou a outros transformadores especiais, esta Norma deve ser
aplicada no que couber.

4.1.1 Temperatura do ar de resfriamento

Temperatura do ar de resfriamento (temperatura ambiente) não superior a 40ºC e


temperatura média em qualquer período de 24 horas não superior a 30ºC.

4.1.5.2 Exceto quando especificado diferentemente pelo comprador,


transformadores secos enclausurados devem ser adequados para funcionamento
somente como transformadores para interior.

4.1.6 Fluxo de potência

Os transformadores secos devem ser projetados para funcionamento com


abaixadores, exceto se especificado diferentemente pelo comprador.

167
Informações Técnicas DT -11

4.2 Condições especiais

São consideradas condições especiais de funcionamento, transporte e instalação, as


que podem exigir construção especial, e/ou revisão de alguns valores nominais, e/ou
cuidados especiais no transporte, instalação ou funcionamento do transformador e
que devem ser levados ao conhecimento do fabricante.

Nota: Constituem exemplos de condições especiais:

a) instalação em altitudes superiores a 1000m;


b) instalação em que as temperaturas do meio de resfriamento sejam
superiores às especificadas em 4.1.1;
c) exposição a umidade excessiva, atmosfera salina, gases ou fumaças
prejudiciais;
d) exposição a pós prejudiciais;
e) exposição a materiais explosivos na forma de gases ou pós;
f) sujeição a vibrações anormais, choques ou condições sísmicas;
g) sujeição a condições precárias de transporte, instalação ou
armazenagem;
h) limitação de espaço na sua instalação;
i) dificuldades de manutenção;
j) funcionamento em regime ou freqüência não usuais ou com tensões
apreciáveis diferentes das senoidais ou assimétricas;
k) cargas que estabelecem harmônicas de correntes anormais, tais como as
que resultam de apreciáveis correntes de carga controladas por
dispositivos em estado sólido ou similares;
l) condições de carregamento especificadas (potência e fatores de potência)
associadas a transformadores de mais de dois enrolamentos;
m) exigências de isolamento diferentes das especificadas nesta Norma;
n) condições de tensões normais, incluindo sobretensões transitórias,
ressonância, perturbações relacionadas a manobra, etc., que possam
requerer considerações especiais no projeto da isolação;
o) campos magnéticos anormalmente fortes;

168
Informações Técnicas DT -11

p) necessidade de proteção especial de pessoas contra contatos acidentais


com partes vivas do transformador;
q) operação em paralelo.

Nota: Apesar de a operação em paralelo não ser uma condição anormal, é desejável
que o comprador informe ao fabricante a previsão de paralelismo com outros
transformadores, bem como as características destes transformadores que interfiram
com requisitos de paralelismo.

Tabela 2 – Níveis de isolamento para transformadores de potência secos

Tensão suportável nominal de impulso Tensão suportável


Tensão máxima do atmosférico nominal à freqüência
equipamento kV industrial durante 1
(eficaz) Pleno kV (crista) Cortado kV (crista) minuto e tensão
induzida kV (eficaz)
1 2 3 4
0,6 --- --- 4
1,2 --- --- 10
7,2 40 44 20
60 66
15 95 105 34
110 121
24,2 125 138 50
150 165
36,2 170 187 70
200 220

5.7.1 Os transformadores devem ser designados de acordo com o método de


resfriamento empregado. Os símbolos literais correspondentes a cada método de
resfriamento são indicados na Tabela 6.

169
Informações Técnicas DT -11

Tabela 6 – Símbolos literais


Natureza do meios de
Símbolo
resfriamento
Gás G
Água W
Ar A
Natureza de circulação Símbolo
Natural N
Forçada F

5.7.2.2 A ordem na qual os símbolos devem ser utilizados é indicada na Tabela 7.


Os grupos de símbolos correspondentes a diferentes métodos de resfriamento,
devem ser separados por meio de traço inclinado

Tabela 7 – Ordem dos símbolos


ª ª ª ª
1 letra 2 letra 3 letra 4 letra
Indicativa do meios de resfriamento em contato Indicativa do me io de resfriamento em contato
com os enrolamentos com o sistema de resfriamento externo
Natureza do meio de Natureza do meio de
Natureza da circulação Natureza da circulação
resfriamento resfriamento

5.8.1 As elevações de temperatura dos enrolamentos, núcleo e partes metálicas dos


transformadores projetados para funcionamento nas condições normais, previstas
em 4.1, não devem exceder os limites especificados na Tabela 8, quando ensaiados
de acordo com esta Norma.

Tabela 8 – Limites de elevação de temperatura


Classe de
Método da
Parte Ponto mais temperatura Temperatura de
o o variação da
[ C] quente [ C] mínima do referência
resistência
material
1 2 3 4 5
65 55 A 75
Enrolamentos

80 70 E 75
90 80 B 115
115 105 F 115
140 130 H 115
180 150 C 115

170
Informações Técnicas DT -11

5.8.5 Os limites de elevação de temperatura dos enrolamentos de transformadores


projetados para funcionamento em local onde a temperatura do ar ambiente exceder
qualquer dos valores indicados em 4.1 em não mais que 10 oC, devem ser reduzidos
como a seguir descritos.

Quando a potência nominal for igual ou superior a 10MVA, a redução deve


corresponder ao excesso de temperatura. Para potências nominais inferiores a
10MVA, as reduções devem ser as seguintes:

a) 5oC, se o excesso de temperatura for igual ou inferior a 5 oC;


b) 10 oC, se o excesso de temperatura for superior a 5 oC, e igual ou inferior
a 10 oC.
Quando o excesso de temperatura do ar ambiente, em relação aos valores indicados
em 4.1, for superior a 10oC, os limites de elevação de temperatura estão sujeitos a
acordo entre fabricante e comprador.

Quaisquer condições do local de instalação que possam causar restrições ao ar de


resfriamento ou produzir temperaturas ambientes elevadas, devem ser especificadas
pelo comprador.

5.10.1 Classificação térmica dos materiais isolantes

Os materiais isolantes elétricos são classificados em classes de temperatura,


definidas pela temperatura limite atribuída a cada uma, conforme Tabela11, e de
acordo com a NBR 7034.

Tabela 11 – Classes de temperaturas de materiais isolantes


Classe o
Temperatura limite atr ibuída ( C)
Y 90
A 105
E 120
B 130
F 155
H 180
C 220

171
Informações Técnicas DT -11

5.10.2 Invólucro do transformador

O invólucro protetor, quando empregado, deve ser especificado mediante acordo


entre fabricante e comprador, tendo seu grau de proteção definido pela NBR 6146.
O invólucro não deve apresentar imperfeições superficiais e suas superfícies
internas e externas devem ser protegidas contra corrosão.

O transformador deve ser dimensionado para funcionar em potência nominal, com


invólucro, em qualquer derivação, sem ultrapassar os limites de elevação de
temperatura especificada em 5.8.

6.1 Ensaios de rotina

6.1.1 Os ensaios de rotina são feitos pelo fabricante em sua fábrica, cabendo ao
comprador o direito de designar um inspetor para assisti-los.

6.1.2 Os ensaios de rotina, executados em todas as unidades de produção são os


seguintes:

a) resistência elétrica dos enrolamentos;


b) relação de tensões;
c) resistência do isolamento;
d) polaridade;
e) deslocamento angular e seqüência de fases;
f) perdas (em vazio e em carga);
g) corrente de excitação;
h) impedância de curto-circuito;
i) ensaios dielétricos;
tensão suportável nominal à freqüência industrial (tensão aplicada);
tensão induzida;
j) verificação do funcionamento dos acessórios.

172
Informações Técnicas DT -11

6.1.3 O funcionamento dos seguintes acessórios deve ser verificado:

a) comutador de derivações sem tensão;


b) sistema de proteção térmica;
c) ventilador;
d) manômetro.

6.2 Ensaios de tipo

6.2.1 O comprador deve especificar na ordem de compra, os ensaios desejados e o


número de unidades da encomenda sobre as quais devem ser executados. Neste
caso, cabe-lhe o direito de designar um inspetor para assisti-los. No caso de
existirem resultados de ensaios anteriormente executados sobre os transformadores
do mesmo projeto, o comprador pode dispensar a execução desse ensaios.

6.2.2 Os ensaios de tipo são os seguintes:

a) os ensaios especificados em 6.1:


b) fator de potência do isolamento;
c) elevação de temperatura;
d) tensão suportável nominal de impulso atmosférico;
e) nível de ruído
f) nível de tensão de radiointerferência.

6.3 Ensaios especiais

Os ensaios especiais são os seguintes:

a) tensão induzida com medição de descargas parciais;


b) ensaio de curto-circuito;
c) medição da potência absorvida pelos motores de ventiladores;
d) medição da impedância zero nos transformadores trifásicos;
e) medição dos harmônicos na corrente de excitação.

173
Informações Técnicas DT -11

Se forem exigidos ensaios especiais além dos acima mencionados, o método de


ensaio deve constituir objeto de acordo entre fabricante e comprador.

6.6.4 Ensaios de nível de ruído

Os níveis de ruído produzidos por transformadores não devem exceder os limites


especificados na Tabela 13.

O ensaios deve ser executado conforme a NBR 7277.


Quando o transformador é destinado dentro de um invólucro fornecido pelo
comprador, devem ser realizadas medições no nível de ruído do núcleo e bobinas do
transformador, nas instalações do fabricante, sem o invólucro.

A distância de medição é 0,3m exceto quando, por razões de segurança, for


escolhido 1m.

Tabela 13 – Níveis de ruído para transformadores seco


Potência nominal do
Potência nominal do
transformador
Nível médio de ruído transformador equivalente Nível médio de ruído
equivalente com
[dB] com dois enrolamentos [dB]
dois enrolamentos
(B) [kVA]
[kVA]
Tipo de resfriamento
(A)
AN ANAN AF e NA/AF
58 57 0 – 300 67 3 – 300
60 59 301 – 500 67 301 – 500
62 61 501 – 700 67 501 – 833
64 63 701 – 1000 67 834 – 1167
65 64 1001 – 1500 68 1168 – 1667
66 65 1501 – 2000 69 1668 – 2000
68 66 2001 – 3000 71 2001 – 3333
70 69 3001 – 4000 73 3334 – 5000
71 69 4001 – 5000 74 5001 – 6667
72 70 5001 – 6000 75 6668 – 8333
73 71 6001 - 7500 76 8334 – 10000
(A) Não se aplica a transformadores do tipo selado.
(B) A potência nominal do transformador equivalente com dois enrolamentos é a metade da soma
das potências nominais de todos os enrolamentos do transformador.
...”

174
Informações Técnicas DT -11

8.0 ENSAIOS

Os ensaios baseiam-se nas seguintes normas:

• NBR 5356 – Especificação

• NBR 5380 - Método de ensaio

Os ensaios realizados em transformadores são classificados, segundo a


ABNT.
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) em:

• Ensaio de Rotina ( Executado em todas as unidades de produção) ;

• Ensaios de Tipo e Especiais ( Quando o cliente compra ou quando solicitado pela


seção de projetos).

8.1 ENSAIOS DE ROTINA

Os ensaios de rotina são os seguintes:

• Relação de Tensões;
• Polaridade;
• Deslocamento Angular e Sequência de fases;
• Resistência do Isolamento;
• Resistência Elétrica dos Enrolamentos;
• Perdas em Vazio e em Carga;
• Corrente de Excitação;
• Tensão Aplicada;
• Tensão Induzida;
• Verificação do funcionamento dos acessórios;
• Ensaios no óleo isolante.

NOTA: Relação de tensões, polaridade, deslocamento angular e sequência de


fases, são possíveis de realizar com um único aparelho que é o TTR ou MRT
(Medidor de Relação de Transformação).

175
Informações Técnicas DT -11

8.1.1 Relação de Tensões:

O objetivo deste ensaio é medir a relação de tensões entre tensão primária e


tensão secundária de um transformador;
Com a medição é possível verificar o desvio entre a relação de tensão teórica
(nominal) e a medida, este valor não deve ser superior ao especificado pela norma
(geralmente 0,5%);

Calculo da Relação de Transformação:

V1
onde V1 = Tensão do Primário
V2
V2 = Tensão do Secundário

Exemplo: Transformador

AT = 13800 V
13.800
Re lação Nominal = = 108,65
B1 = 220/127 V 220 3

Calculo de Variação:

V% = (Relação Medida - Relação Nominal) X 100

Relação Nominal

Exemplo: relação medida: 108,58

V% = (108,58 - 108,65) X 100 V% = - 0,064

108,65

NOTA: A Relação de Transformação deve ser medido em todas as ligações e em


todas as posições do comutador.

176
Informações Técnicas DT -11

8.1.2 Polaridade:

Este ensaio visa determinar a polaridade do transformador, que pode ser


aditiva ou subtrativa. Em transformadores trifásicos, o ensaio de polaridade é
dispensado, a vista do levantamento do Diagrama Fasorial.

8.1.3 Deslocamento Angular e Sequencia de Fases:

Para determinarmos o deslocamento angular e a sequência de fases é


necessário levantarmos o diagrama fasorial das tensões.
Vejamos um exemplo mais comum:

DESLOCAMENTO ANGULAR 30° Grupo de Ligação DYN1


X1

X1

X3 X0

X0 X1 X2 X3 X2

X2
H1
H1 H2 H3

H3 H2

Seqüência de Fases:

FASE1 = H1 - H3 FASE2 = H2 - H1 FASE3 = H3 - H2


X1 - X0 X2 - X0 X3 - X0

Define-se Deslocamento Angular como sendo o angulo existente entre as tensões


concatenadas primárias e tensões concatenadas secundárias considerando-se o
enrolamento de baixa tensão (EBT) para o enrolamento de alta tensão (EAT) no
sentido anti-horário.

177
Informações Técnicas DT -11

8.1.4 Resistência do Isolamento

Medir a resistência do isolamento com um megaohmímetro de 1000V, no


mínimo, para enrolamentos de tensão máxima do equipamento igual ou inferior a
72,5KV e de 2000V para tensões superiores.
Curto-circuitar os terminais de cada enrolamento do transformador sob
ensaio, fazer as medições conforme indicadas no formulário 1 ou formulário 2. Ligar
o megaohmímetro mantendo-se a tensão constante durante no mínimo, 1 minuto, e
fazer a leitura.A Resistência do isolamento deve ser medida antes dos ensaios
dielétricos(tensão aplicada e tensão induzida). Este ensaio não constitui critério para
aprovação ou rejeição do transformador, conforme NBR 5356.
A resistência determinada, embora sujeita á grandes variações devidas á
temperatura, umidade e a qualidade do óleo isolante empregado, é um valor que dá
idéia do estado do isolamento antes de submeter o transformador aos ensaios
dielétricos.
Além disso, as medições permitem um acompanhamento do processo de
secagem do transformador.
Por ser uma simples medição sem valor de referência, geralmente verificamos
a existência de falhas grosseiras (curto entre enrolamentos ou entre enrolamento e
massa) no isolamento.
Os critérios e a interpretação dos valores encontrados, variam de acordo com
a prática e a experiência do fabricante e do usuário.

178
Informações Técnicas DT -11

Ensaio de Resistência de Isolamento


Dois enrolamentos
Cliente: Nº Série: Item: Data:
Potência: Tensão Prim.: Tensão Sec.:
Um idade relativa do ar (%): Tempe ratura Ambiente (ºC): Fator de Correção:
Tem peratura no topo do óleo (ºC): Tensão de Ensaio(V):
Conexões Resistência de Isolamento ( MΩ)
Terminal
ALTA ALTA BAIXA
"LINE"
Terminal
MASSA BAIXA MASSA
"EARTH"
Terminal
BAIXA MASSA ALTA
"GUARD"

Medida Medida Medida

30 seg.
1 min.
Tempo de Ensaio ( Min )

2 min.
3 min.
4 min.
5 min.
6 min.
7 min.
8 min.
9 min.
10 min.
Índice de
Absorção
I A = R 1' / R 1/2'
Índice de
Polarização
IP = R 10' / R 1'
Observações:

Ensaio realizado por:

179
Informações Técnicas DT -11

ENSAIO DE RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTOS


Três Enrolamentos
Cliente: Nº Série: Item: TOC-NF
Potência: Tensão Prim.: Tensão Sec. :
Temperatura Ambiente ( ºC ): Temperatura no Topo do Óleo ( ºC ): Umidade (%):

Terminais Medições ( M ohm )


LINE Alta Alta Alta Terciário Baixa Baixa Alta+Baixa+Terciário
EARTH Massa Terciário Baixa Massa Massa Terciário Massa
GUARD Baixa + Terciário Baixa + Massa Terciário + Massa Alta + Baixa Alta + Terciário Alta + Massa -
30 seg.
1 min.
2 min.
Tempo de Ensaio

3 min.
4 min.
5 min.
6 min.
7 min.
8 min.
9 min.
10 min.
Observações

Ensaio realizado / aprovado por:

180
Informações Técnicas DT -11

8.1.5 Resistência Elétrica dos Enrolamentos

A medição deve ser efetuada com corrente contínua por um método de ponte
ou pelo método de queda de tensão.
A corrente utilizada no ensaio não deve ser superior á 15% da corrente
nominal do enrolamento considerado.
Este ensaio visa verificar a resistência dos contatos, apertos, conexão, contatos do
comutador, etc... ,e principalmente determinar a resistência elétrica de cada
enrolamento que multiplicado pela corrente de fase ao quadrado (I²) resultará nas
perdas ôhmicas que entra no calculo das perdas totais.

Em transformadores com comutador interno o ensaio é realizado na derivação


de maior tensão ou naquele especificado pelo cliente em transformadores com
comutador externo o ensaio e realizados em todas as derivações;
Medir a temperatura ambiente;
Os valores de resistência medidos na temperatura do meio circundante são
convertidos para a temperatura de referência aplicável a respectiva tabela na NBR
5356, ou para outra temperatura.

•2+K
R2 = R1 ----------------
•1+K
Onde:
R1 : resistência medida na temperatura •1;
R2 : resistência calculada na temperatura •2;
K: 234,5 para o cobre e 225,0 para o alumínio;
•2: temperatura do meio circundante, em °C;•1: temperatura de referência, em °C.
O transformador deve estar em equilibrio térmico com o meio ambiente.

8.1.6 Tensão Aplicada

O transformador deve suportar os ensaios de tensão suportável nominal á


frequência industrial, durante 1 minuto, deve ser aplicada, entre os terminais do
enrolamento e a terra, a tensão de ensaio correspondente ao nível de isolamento
especificado de acordo com a tabela 2 da NBR 5356, sem que se produzam
descargas disruptivas e sem que haja evidência de falha.
Este ensaio visa verificar a isolação e distâncias elétricas de alta e baixa
tensão contra a massa (·tanque, viga, tirantes, etc...)
Todos os terminais externos do enrolamento sob ensaio devem ser ligados
ao terminal da fonte de ensaio. Todos terminais externos dos demais enrolamentos e
partes metálicas( inclusive tanque e núcleo) devem ser ligados a terra.

181
Informações Técnicas DT -11

Para transformadores de potência nominal igual ou inferior é 500KVA


ensaiados com tensão de valor especificado não superior á 50KV permite-se medir
tensão aplicada mediante leitura da tensão no primário do transformador de ensaio
multiplicada pela relação de tensões deste.

182
Informações Técnicas DT -11

183
Informações Técnicas DT -11

8.1.7 Tensão Induzida

Transformadores de tensão máxima do equipamento igual ou inferior á


242KV devem ser capazes de suportar o ensaio de tensão induzida de curta
duração sem que produzam descargas disruptivas e sem que haja evidência de
falha. A duração do ensaio deve ser de 7200 ciclos com frequência de ensaio não
inferior á 120HZ e não superior á 480HZ.
Aplica-se uma tensão igual ao dobro da tensão de derivação utilizada no
ensaio com o circuito em vazio, porém, este valor não pode ultrapassar ao valor
correspondente ao nível de isolamento especificado na tabela 2 da NBR 5356.
Como se verificam os ensaios com os megohmetros e a tensão aplicada tem
por finalidade a verificação do isolamento entre os enrolamentos de AT e BT, e entre
ambos e a massa. Entretanto, o fato conhecido é que pode ocorrer defeito de
isolamentos entre as próprias espiras de um mesmo enrolamento.

8.1.8 Perdas em Vazio e Corrente de Excitação

As perdas em vazio e a corrente de excitação devem ser referidas a tensão


senoidal pura com fator de forma de 1,11.
Aplica-se tensão e frequência nominal do transformador em circuito aberto.
Estas perdas consistem, principalmente, nas perdas por histeresse e por correntes
de foucault ( parasitas) e são função do valor, frequência e forma de onda da tensão
de alimentação.
A potência total é a adição algébrica das três potências em cada fase, a tensão e a
corrente é a média entre as três fases.
Neste ensaio verifica-se a qualidade da chapa utilizada e a montagem do
núcleo. A corrente de excitação de um enrolamento é expressa em
porcentagem da corrente nominal deste enrolamento, ou seja divide-se a corrente de
excitação medida pela corrente nominal do enrolamento.

Exemplo: Transformador 45 KVA

Potência: 45 kVA
Tensão AT: 13800 V
Tensão BT: 220/127 V
Corrente Nominal BT: 118,09 A
Corrente de excitação medida em amperes: 3,55A

184
Informações Técnicas DT -11

Cálculo da Corrente Nominal:

potência 4500
IN = IN = IN = 118,09A
tensãoBT / 3 220 / 3

Cálculo da Corrente de Excitação em Percentagem:

I0(medida ) 3,55
I0 % = × 100 I0 % = × 100 I0% = 3,0%
correnteno min al 118,09

8.1.9 Perdas em Carga

As perdas em carga de um transformador são obtidas quando se faz circular pelo


enrolamento alimentado corrente nominal e frequência nominal.

8.1.9.1 Objetivo do Ensaio

Medir as Perdas em Carga e Tensão de Curto-Circuito à corrente e frequência


nominal;

8.1.9.2 Execução do Ensaio

Aplicar Corrente Nominal (IN) normalmente na alta tensão, com o


enrolamento de baixa tensão curto-circuitado, medir a tensão de curto-circuito (Vcc)
e perdas em carga (Pcc);

Cálculo da Corrente nominal (IN):

Exemplo:

Potência: 45kVA
Tensão AT: 13800V
Tensão BT: 220/127V

potência 45000
IN = ÷ 3 IN = ÷ 3 IN = 1,88 A
tensãoAT 13800

185
Informações Técnicas DT -11

8.2 ENSAIOS DE TIPO E ESPECIAIS

• Descargas parciais;
• Impulso atmosférico;
• Elevação de temperatura (aquecimento);
• Nível de ruído;
• Impulso de manobra;
• Fator de potência do isolamento;
• Ensaio de curto-circuito;
• Impedância sequência zero em transformadores trifásicos;
• Medição de harmônicas na corrente de excitação;
• Cromatografia dos gases dissolvidos no óleo isolante;
• Tensão de radiointerferência (RIV).

8.2.1 Descargas Parciais

O ensaio de descargas parciais é um ensaio não destrutivo cuja finalidade é


medir o nível de descargas parciais em um determinado equipamento numa dada
tensão, onde existem diversos tipos de isolamentos envolvidos (Sólido, Líquido e
Gasoso).
O fenômeno das descargas parciais ocorre em cavidades ou inclusões de
constante dielétrica diferente, e se distribui pelo material, submetendo a cavidade ou
inclusão a um gradiente de tensão em excesso ao gradiente máximo suportável pela
mesma. Este fenômeno dara origem a pequenas descargas disruptivas no interior da
cavidade, acarretando um processo temporal de deterioração progressiva do
material e eventualmente a falha do equipamento.
Aplicar 1,5 X Tensão Nominal durante 5 minutos, fazer a leitura, aumentar
para 1,732 X Tensão Nominal e deixar por 5 segundos, não se faz nenhuma leitura
, abaixar para 1,5 X Tensão Nominal durante 1 hora fazendo leitura de 5 em5
minutos;

As finalidades básicas do ensaio de medição das descargas parciais são:

1. Verificar se as descargas parciais originadas por um objeto de teste, numa tensão


especificada, é inferior ao valor especificado, geralmente 300pc, transformadores
imersos em óleo isolante e 20pc em transformadores á seco;
2. Determinar os valores de tensão nos quais as descargas parciais atingem uma
intensidade especificada com tensão crescente e diminuem em relação a
intensidade especificada com tensão decrescente;
3. Determinar o nível de descargas parciais numa tensão especificada.

186
Informações Técnicas DT -11

8.2.2 Ensaio de Fator de Potência do Isolamento

O Objetivo do ensaio é fazer uma avaliação mais criteriosa e


consequentemente mais precisa do isolamento, sob o aspecto da qualidade da
secagem da parte ativa, sendo o principal objetivo, com o passar do tempo,
acompanhar a degradação do material isolante.

O ensaio também é realizado em buchas capacitivas.

ENSAIO DE FATOR DE POTÊNCIA DE IS OLAMENTO


Cliente: DUKE Nº Série: 14521 Item: 3005.3095 Data: 20/08/01
Potência: 115 MVA Tipo de ligação: YND1 Tensão Prim.: 264,5 KV Tensão Sec.: 13,8 KV Fator de correção: 1,12
Valores obtidos a :2,5 kV Fator de potência (%) Capacitância Temp. Úmidade
Conexões
X mVA mA µA X mW W Calculado Corrigido [ pF ] Temp. do óleo Relativa
Ensaio nº
a 20º C Medido Calculado Amb. [ºC] no topo do ar
Energ. Aterrado Aterrado Aterrado Leituras Mulipl. Produto 1 Leituras Multipl. Produto 2
[ ºC ] [%]

Alta Baixa
1 21,1 1000 21100 2,8 20 56,0 0,265 0,237 9300 8968 25 25 70
+ Massa

2 Alta Massa Baixa 88,1 100 8810 14,4 2 28,8 0,327 0,292 3850 3744 25 25 70

3 Alta Massa Baixa 61,8 200 12360,0 7,5 2 15,0 0,121 0,108 5430 5253 25 25 70

Baixa Alta
4 32,1 1000 32100 4,0 20 80,0 0,249 0,223 14000 13643 25 25 70
+ Massa

5 Baixa Massa Alta 19,6 1000 19600 3,1 20 62,0 0,316 0,282 8600 8330 25 25 70

6 Baixa Massa Alta 62,3 200 12460 7,3 2 14,6 0,117 0,105 5430 5296 25 25 70

Alta +
7 Massa 28,6 1000 28600 4,6 20 92,0 0,322 0,287 12400 12155 25 25 70
Baixa
Observações: 51,9
APOS TODOS ENSAIOS ELETRICOS.

Ensaio Realizado por:

JAIRO
Mod.991/wt - Rev.12/99 " TRANSFORMANDO ENERGIA EM SOLUÇÕES "

8.2.3 Impulso Atmosférico

O objetivo do ensaio de impulso é verificar a suportabilidade do isolamento do


transformador quando submetido a aplicações de tensão especificada (NBI) na
tabela 2 da NBR5356.

187
Informações Técnicas DT -11

Os terminais que não estão sendo ensaiados devem estar aterrados, instalar
um shunt para a leitura da corrente de fuga;
O ensaio é realizado com a aplicação padronizada de impulsos plenos e
impulsos cortados, com tempo de frente de 1,2us e cauda 50us, os tempos de corte
entre 2 e 6us após o zero virtual, com amplitude reduzida e com valor
correspondente ao nível de isolamento do enrolamento, sendo simultaneamente
registradas as formas de onda da tensão e da corrente desenvolvidas no terminal do
enrolamento sob teste, conforme abaixo:

(1) um impulso pleno normalizado com o valor reduzido (NBI x 0,6);


(2) um impulso pleno normalizado com valor especificado (NBI);
(3) um impulso cortado com valor reduzido (NBI x 1,1 x 0,6);
(4) dois impulsos cortados com o valor especificado (NBI x 1,1);
(5) dois impulsos plenos normalizados com valor especificado (NBI).

A interpretação dos resultados dos ensaios de impulso de transformadores é


realizada pela comparação dos registros de mesmo tipo, de modo que as diferenças
existentes nas formas de onde de tensão e corrente de impulsos com amplitudes
reduzidas e de valor especificado, fisicamente justificados pela alteração da
impedância do enrolamento sob ensaio, possibilitam o diagnóstico de ocorrência de
falha interna no transformador

8.2.4 Elevação de Temperatura

Os ensaios de elevação de temperatura em transformadores imersos em óleo


incluem a determinação da elevação da temperatura do topo do óleo e das
elevações de temperatura dos enrolamentos. Com os resultados obtidos neste
ensaio, podemos obter a comprovação da potência real do transformador.
Este ensaio visa a obtenção da elevação de temperatura dos enrolamentos
sobre a temperatura do meio de resfriamento externo. A temperatura deve ser
determinada para todos os enrolamentos acessíveis.

Deve-se realizar este ensaio na derivação de maiores perdas.

• local do ensaio deve ser o local fechado e que não sofra interferência de
temperatura externa.
• Execução do Ensaio:Mesmo circuito de perdas em carga ( instalar 1 termômetro
no topo do óleo mais 3 termômetros ambiente a uma distância de 1 a 2 metros do
transformador a meia altura do mesmo ), desde que não sofram influência do
equipamento sob teste

188
Informações Técnicas DT -11

• Depois de ter realizado todos ensaios de rotina , aplicar perdas totais último TAP
ou tap de maiores perdas;Após estabilização (3 horas variar menos de 1 grau).
Obteremos o valor de elevação de temperatura do óleo (El.0), (topo do óleo -
temperatura ambiente) transformador selado Max. 50ºC e com conservador
55ºC;
• Abaixar para corrente nominal
• Após 1 hora na corrente nominal, desligar o transformador e medir Resistência
Quente durante 4 min., e calcula-se a resistência á quente ( RQ) no instante zero.

Calcular temperatura dos Enrolamentos máximo 55ºC

× (234,5 ⊕ TF ) − 234,5 − T 0
RQ
Fórmula Calculo do Gradiente:
RF

Temperatura do enrolamento = Elevação do óleo + Gradiente

Onde:

RQ - resistência quente El.0 - elevação de temperatura do óleo


RF - resistência fria
TF - temperatura fria
T0 - temperatura de topo do óleo

8.3 ENSAIOS EM ÓLEO ISOLANTE

Os ensaios de óleo são realizados em 4 etapas:

1º Tanque do caminhão antes do descarregamento.

2º Tanques internos a cada tratamento de óleo que é realizado.

3º Amostragem nos transformadores de distribuição e meia-força.

4º Na força são realizados em todas as unidades sendo que a cromatografia são


realizados antes de todos ensaios elétricos, após impulso, após ensaios dielétricos,
após aquecimento e após descargas parciais.

189
Informações Técnicas DT -11

Folha 01
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO DO TRANSFORMADOR / ÓLEO A PARTIR
Ver. Nº 00 Mai-00
DA ANÁLISE DE GASES DISSOLVIDOS NO ÓLEO MINER AL ISOLANTE
1º Edição: 05/00
Origem: Seção Ensaios - WT
Providências a serem tomadas
Parâmetros de Referência
em caso de não -conformidade
Gases Após ensaios Possíveis Causas
Antes COMENTÁRIOS
elétricos
ensaios No óleo No transformador
transformador
elétricos
novo
Não pode evoluir em proporção direta como o aparecimento de
acetileno. Se surgirem simultâneamente, com certeza há alguma
Corona, eletrólise de
Hidrogênio (H2 ) <5 <10 anormalidade a ser verificada. Se aparecer isoladamente,
água ou ferrugem.
verificar se não há componentes enferrujados ao interno do
equipamento (núcleo, armaduras, parede do tanque).
Não é um gás combustível e isoladamente em grandes Operação normal do
Oxigênio (O 2) 10.000 15.000
quantidades indica sobretudo a coleta incorreta da amostra. transformador.
Relacionado com sobrecargas severas. Pode indica r também a
Operação normal do
Nitrogênio (N 2) 30.000 40.000 falta de hermeticidade do equipamento quando da operação em
transformador. Desgaseificar o
regime contínuo.
óleo e fazer uma
Centelhamentos de baixa energia provocam o aparecimento
Descarga elétrica de análise antes da
Metano (CH 4) 0 0 simultâneo de hidrogênio e metano, e, neste caso, deve ha ver
baixa energia. nova en ergização.
investigação das causas.
Proceder coletas
Monóxido de Ocorrências relacionadas ao aquecimento excessivo do papel
<5 <10 Superaquecimento, para
Carbono (CO) liberam monóxido e dióxido de carbono. O gás predominante é o
havendo acompanhamento
monóxido de carbono, e deve ser inv estigada a existência de da evolução de
Dióxido de decomposição da
<100 <150 pontos quentes localizados. Neste caso, devem aparecer também
celulose.
Desgaseific
acordo com a
Carbono (CO 2) ação com
metano e etileno em menores quantidades. necessidade
O sobreaquecimento do óleo gera etileno, etano e hidrogênio em Superaquecimento, circulação
evidenciada antes
quantidades menores. Se a causa estiver relacionada com havendo do óleo em
Etileno (C 2 H4 ) 0 0 da desgaseificação.
problemas de contato ou descargas de alta energia, haverá decomposição do termo
Se houver aumento
também o aparecimento de acetileno. óleo. vácuo.
continuado dos
Óleos de má qualidade ou óleos degradados em função do uso Superaquecimento, gases combustíveis
podem ser a causa do aparecimento dos hidrocarbonetos havendo após a
Etano (C 2 H6 ) 0 0
saturados etano e metano. A qualidade do óleo deve ser decomposição do desgaseificação, o
averiguada. óleo. transformador deve
O aparecimento de acetileno significa que podem ter surgido sofrer uma
temperaturas da ordem de 1000º Celsius ao interno do intervenção
transformador. Tal fato pode ter sua origem em soldas no tanque corretiva.
sem o tratamento adequado do óleo; descargas por sobretensões
momentâne as; problemas de contatos ou curto entre espiras.
Como ocorre para os outros gases combustíveis, há tendência de Arco de elevada
Acetileno (C 2H2) 0 0
aumento na quantidade de acetileno com o passar do tempo, energia.
posto que a deterioração da isolação como um todo vai facilitar a
ocorrênc ia de eventuais descargas internas. O fundamental neste
caso é um acompanhamento criterioso da taxa de elevação de
gases. Elevações progressivas indicam falha iminente do
equipamento.

8.3.1 Tipos de Óleo Mineral Isolante

O óleo mineral é utilizado com o objetivo de suprir duas funções importantes nos
transformadores de potência; a refrigeração e a isolação elétrica interna do mesmo.
A refrigeração é facilitada através das aletas (Radiadores) dos
transformadores no qual o óleo quando aquecido troca calor com o meio ambiente e
realiza um ciclo, onde o óleo quente sobe (topo do óleo) e escorre pelas aletas
sendo resfriado com um maior contato do ar, chegando ao fundo do tanque do
transformador e assim recomeça este processo novamente.
A isolação da parte ativa do transformador é de suma importância, visto que,
no seu interior as mesmas estão muito próximas e sujeitas a arcos elétricos,
podendo assim comprometer o seu perfeito funcionamento.
Existem dois tipos de óleo mineral isolante:o Naftênico (A) e o Parafínico(B).
Somente cerca de 15% das reservas mundiais providas de petróleo bruto
podem ser classificadas como naftênicas, o saldo sendo considerado como

190
Informações Técnicas DT -11

parafínico. Os crus naftênicos originam-se, principalmente, das Américas do Norte e


do Sul, embora tenham sido encontradas em menor quantidades, em outras áreas.
Os crus naftênicos são usados para obtenção de produtos especializados, e a oferta
e demanda ainda estão equilibradas.Os óleos de base Parafínica vem sendo
utilizados em escalas amplas em países como Espanha e México.
Todavia, os suprimentos de crus naftênicos estão decrescendo e a demanda
de produtos especializados crescendo, enfatizando a necessidade de conversão das
linhas de produtos Naftênicos para as de Parafínicos.
Na Europa, e exigência de baixo ponte de fluidez tem sido relaxada, para
possibilitar a transição para básicos Parafínicos , já sendo usado este produto em
transformadores de até 450KV.

• NAFTÊNICOS (A): Trata-se de óleo isolante, sem inibidor, de base Naftênica,


importado “in-natura”, que é submetido a cuidadoso processo de secagem para
enquadrá-lo na norma CNP-16. Esse produto é fornecido em tambores revestidos de
resina epóxi e a granel. Apresenta um desempenho que o situa dentro dos mais
elevados padrões internacionais para esse tipo de produto, podendo por isso ser
recomendado sem restrições para transformadores de elevada tensão e disjuntores
que empregam óleo mineral isolante, este óleo é aprovado por grandes fabricantes
de transformadores.

• PARAFÍNICOS(B): Este óleo é fornecido “in-natura” tanto a granel como em


tambores. Trata-se de base parafínico que, mediante secagem e tratamento físico-
químico adequado ( contato com argila ), podendo ser usado em transformadores.

Por ser um produto que requer prévio tratamento para ser usado como óleo isolante,
o seu desempenho não é garantido pela distribuidora. A resolução de 16/79 refere-
se à aplicação do óleo isolante parafínico em transformadores de tensão até 15KV.

8.3.2 Características do Óleo

As características ideais desejáveis para um fluído isolante a ser utilizado em


equipamentos elétricos decorrem das funções que lhe são exigidas, ou seja:
• Boa característica dielétrica;
• Baixo fator de dissipação;
• Alta condutividade térmica;
• Viscosidade adequada;
• Boa estabilidade química:térmica e elétrica;
• Absorção de Gases;
• Fluidez a baixas temperaturas;

191
Informações Técnicas DT -11

• Boa volatilidade;
• Alto ponto de fulgor;
• Baixo poder solvente;
• Extinção de arco;
• Não inflamável;
• Não tóxico;
• Biodegradável;
• Baixo custo;
• Facilmente encontrável.

Não há liquido que possua todas essas características, portanto, quando do projeto
do equipamento, as limitações de cada fluido devem ser levadas em consideração.

8.3.3 Ensaios Físico-Químicos Realizados na WEG

• Teor de Água
Um baixo teor de água é necessário á obtenção e manutenção de uma rigidez
dielétrica e perdas dielétricas em níveis aceitáveis, nos sistemas de isolamento.

• Ponto de Fulgor
É a temperatura mais baixa na qual os vapores do óleo formam uma mistura
inflamável com o ar. É um indicador de volatilidade do óleo.

• Tensão Interfacial
É a força em Dynas/cm, necessária à ruptura da película de óleo existente
numa interface óleo/água. Quando certos contaminantes, como sabões, tintas,
vernizes e produtos de oxidação estão presentes no óleo, a resistência da película
de óleo é reduzida, exigindo menos força para sua ruptura.
Para os óleos em serviço, um valor reduzido de tensão interfacial significa a
presença de contaminantes, produtos de oxidação, em ambos. Os percursores dos
produtos de oxidação são indesejáveis, porque podem atacar o isolamento e
interferir no resfriamento dos enrolamentos dos transformadores.

• Número de Neutralização
É uma medida da quantidade de materiais ácidos presentes. Quando os óleos
envelhecem, em serviço, a acidez e, portanto, o número de neutralização aumenta.
Um elevado número de neutralização significa que o óleo se oxidou ou que foi
contaminado por vernizes, tintas ou outro material estranho. O índice de basicidade
(alcalinidade) resulta de um contaminante alcalino no óleo.

192
Informações Técnicas DT -11

• Densidade
É a relação dos pesos de iguais volumes de óleo e água. Tem limitado valor
na determinação da qualidade de um óleo para fins de aplicações elétricas. Em
regiões muito frias, a densidade serve para determinar se o gelo, que eventualmente
pode se formar do congelamento da água em unidades cheias de óleo, ficará
boiando na superfície. Tal situação que poderá resultar na formação de arcos entre
os condutores, acima do nível do óleo.

• Rigidez Dielétrica
É a voltagem mínima na qual se forma um arco voltaico em um óleo. É uma
medida de capacidade de um óleo de resistir a tensões elétricas, sob freqüência de
força, sem falhar. Um baixo valor para a voltagem de ruptura dielétrica geralmente
serve para indicar a presença, no óleo, de contaminantes, tais como água, sujeiras
ou partículas condutoras.

• Fator de Potência
É o coseno do ângulo de fase entre o potencial senoidal aplicado ao óleo e a
corrente resultante. O fator de potência indica a perda dielétrica de um óleo e,
portanto, o aquecimento dielétrico.
Um alto fator de potência é uma indicação de presença de contaminantes ou
de produtos de deterioração, tais como: umidade, carbono ou matéria condutora,
sabões metálicos e produtos de oxidação.

Tensão
Rigidez Fator de Teor de Água Densidade Acidez Ponto de
Ensaio Interfacial
Dielétrica (kV) Potência (%) (ppm) (g/cm3) (mgkoh/g) Fulgor ( 0C)
(dinas/cm)
Normas NBR – 6869 NBR – 12133 NBR – 6234 NBR – 10710 NBR - 7148 MB – 101 NBR – 11341
Conces. Mín. 30 Máx. 0,9 Mín. 40 Máx. 25 0,03 Mín. 140
Valores Óleo Novo A > 0,861
Interno Mín. 50 Máx. 0,5 Mín. 40 Máx. 15 0,03 Mín. 140
Especificados B ≤ 0,860
Óleo Usado Mín. 30 Máx. 15 Mín. 20 Máx. 35 0,25 Mín. 140

193
Informações Técnicas DT -11

9. INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

Os procedimentos relacionados ao recebimento, instalação e manutenção de


transformadores imersos de líquido isolante, de distribuição e de potência, estão
detalhados, respectivamente, na NBR 7036 e NBR 7037. E os transformadores a
seco na NBR 7037.

9.1. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO

9.1.1. Recebimento

Quando do recebimento o equipamento deverá ser imediatamente submetido a uma


inspeção visual, de modo a verificar:

- características da placa de identificação em conformidade com o pedido;


- inexistência de fissuras ou lascas nas buchas e danos externos no
tanque ou acessórios;
- a totalidade dos terminais e acessórios;
- nível do líquido isolante;
- a exatidão dos instrumentos através de suas leituras;
- os componentes externos do sistema de comutação;
- a inexistência de vazamentos através das buchas, bujões e soldas;
- indícios de corrosão em qualquer ponto do tanque;
- marcação correta dos terminais;
- estado da embalagem, quando existente.

9.1.2. Manuseio

Se o transformador não puder ser conduzido por um guindaste ou carro hidráulico,


pode então ser deslocado sobre roletes. Neste caso devem ser colocadas pranchas
para melhor distribuição dos esforços na base.

194
Informações Técnicas DT -11

O transformador deve ser sempre levantado por todas as alças de suspensão, nunca
devendo ser levantado ou movido por laços colocados nas buchas, no olhal de
suspensão da tampa ou em outros acessórios.

9.1.3. Armazenagem

Quando o transformador não for posto em serviço imediatamente, deve ser


armazenado com líquido isolante em seu nível normal, de preferência em condições
que o transformador não fique sujeito aos intempéries, as grandes variações de
temperatura e a gases corrosivos e de modo a não sofrer danos mecânicos.
Recomenda-se que o transformador não fique em contato direto com o solo.

9.1.4. Instalação

Transformador de distribuição para postes e plataforma.

Antes da instalação do transformador deve ser feito uma verificação, sendo:

- inspeção visual, principalmente nas buchas, conectores e acessórios;


- verificar se os dados da placa de identificação estão coerentes com
sistema em que o transformador será instalado;
- observar o correto nível do líquido isolante;
- o sistema de fixação do transformador deve estar de acordo com a PB-
99;
- com o içamento do transformador, as cordas ou cabos utilizados devem
ser fixados nas alças, ganchos ou olhais existentes para essa finalidade;
- o transformador não deve sofrer avarias de qualquer natureza; antes de
içar o transformador, é conveniente fixar os suportes;
- as ligações do transformador devem ser realizadas de acordo com o
diagrama de ligações de sua placa de identificação;
- os transformadores devem ser protegidos contra sobrecargas, curto-
circuito e surtos de tensão;

195
Informações Técnicas DT -11

- os elos utilizados nas chaves devem estar de acordo com a potência e


classe tensão do transformador;
- após energização do transformador, é necessário uma inspeção final
com medição da tensão secundária.

9.1.5. Manutenção

Se refere a transformadores imersos em líquido isolante, funcionando em condições


normais, que recomendam providências e manutenções periódicas, tanto nas
oficinas como no campo.

9.1.6. Inspeção Periódica

A cada doze meses, ou a critério do usuário, deve ser realizado no campo uma
inspeção externa com o transformador energizado, observando-se a distância e
estado do equipamento:

- verificação de fissuras, lascas ou sujeiras nas buchas e danos externos


no tanque ou acessórios;
- estado dos terminais de ligações do transformador;
- vazamento pelas buchas, tampas, bujões, soldas, etc.;
- pontos de corrosão em qualquer parte;
- existência de ruídos anormais de origem mecânica ou elétrica;
- fixação do transformador;
- aterramento e equipamentos de proteção do transformador;
- nível do líquido isolante, quando o indicador for externo.

A cada cinco anos, ou a critério do usuário, devem ser realizados os seguintes


ensaios e procedimentos com o transformador desenergizado:

- resistência de isolamento;
- retirada da amostra do líquido isolante.

196
Informações Técnicas DT -11

NOTA: Se os valores indicarem a necessidade de revisão completa no


transformador, recomenda-se enviar a unidade para oficinas especializadas ou
fabricante.

9.1.7. Revisão Completa

- Retirada do conjunto núcleo-bobinas (parte ativa) para inspeção e limpeza;


- manutenção do tanque (interno e externo) e dos radiadores;
- efetuar tratamento do líquido isolante ou substituí-lo caso haja
necessidade;
- substituição das gaxetas das tampas e das buchas do transformador;
- verificar os terminais;
- verificar os flanges e parafusos;
- secagem do conjunto núcleo-bobinas e reaperto geral;
- montagem do transformador;
- execução dos ensaios.

NOTA: Os ensaios devem adotar, a seu critério, qualquer método a fim de evitar que
ocorram sobrecargas no transformador.

9.2. TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA (FORÇA)

9.2.1. Recebimento

Antes do descarregamento, deve ser feito, por pessoal especializado, uma inspeção
preliminar no transformador, de modo a verificar:

- condições externas do transformador, acessórios e componentes, quanto a


deformações;
- vazamento de óleo e estado da pintura.

197
Informações Técnicas DT -11

9.2.2. Descarregamento e Manuseio

Todos serviços de descarregamento e locomoção do transformador deve ser


executados e supervisionados por pessoal especializado:

- levantamento ou tração deve ser feito pelos pontos de apoio indicados


nos desenhos ou instruções do fabricante;
- todos os componentes e acessórios devem ser manuseados com devido
cuidado;
- manuseio do transformador deve ser feito de forma planejada e
cuidadosa.

9.2.3. Verificações e Ensaios de Recebimento

Para transformador transportado sem óleo, verificar a pressão do gás seco no


tanque e nos cilindros de suprimento, conforme orientação do fabricante.

Quando transportado o transformador com óleo, fazer as análises de rigidez


dielétrica e teor de água no óleo para que possa concluir sobre a absorção de
umidade por parte do isolamento.

NOTA: Quando se tratar de transformadores sob garantia, qualquer ocorrência deve


ser comunicado ao fabricante, para que este indique as providências a serem
tomadas.

9.2.4. Armazenamento

É recomendável que o transformador seja armazenado com conservador e


respectiva tubulação montados, preenchidos com óleo, até o nível normal do
conservador, instalando-se secador de ar com sílica gel.

O transformador pode ser armazenado sem óleo, desde que para curtos intervalos
de tempo (máximo de três meses) ou conforme instrução do fabricante. Neste caso

198
Informações Técnicas DT -11

deve ser realizado, inspeção diária na pressão de gás, de modo a detectar


vazamento.

9.2.5. Instalação

Antes de qualquer providência, para montagem do transformador, deve ser


verificada a disponibilidade de pessoal qualificado assim como de equipamentos e
ferramentas adequadas. Também deve ser feito uma verificação constante de:

- não é recomendável a montagem do transformador em dias chuvosos;


- inspeção visual, principalmente quanto ao correto nivelamento na base;
- fixação correta do transformador, através da inspeção do dispositivo de
avançagem;
- inspeção visual, na parte externa do tanque do transformador;
- verificação dos dados de placa se estão compatíveis com a especificação
técnica do equipamento;
- para transformadores religáveis, constatação de ser a ligação de
despacho (expedição) atende ao especificado;
- para transformadores transportados sem óleo, devem ser verificados a
pressão do gás;
- para transformadores transportados com óleo, sempre que possível
retirar amostra do óleo isolante para análise em laboratório;
- devem ser verificadas as conecções de aterramento do transformador.

9.2.6. Montagem do Transformador

A montagem do transformador deve ser efetuado conforme as instruções específicas


do fabricante. Quando da não disponibilidade das instruções é recomendável a
seqüência de procedimentos discriminados na norma NBR 7037.

199
Informações Técnicas DT -11

9.2.7. Cuidados Recomendados durante e após a Montagem

Comutador de derivações em carga: deve-se ter precauções para que sejam


retirados calços eventualmente colocados no seletor para fins de transporte.

Acessórios: devem ser verificados antes de sua montagem, quanto a inexistência de


oxidação, partes quebradas, atritos, corrosão, etc.

Relê de gás: verificar se a inclinação da tubulação do relê do gás é adequada e se a


posição da montagem do relê de gás no tocante ao sentido do fluxo de gás
(transformador/conservador).

Nível de óleo: verificar o nível de óleo nas buchas, conservador, bolsas de


termômetros, secador de ar (cuba).

Desareação (sangria): efetuar drenagem de ar em todos os pontos previstos


(radiadores, buchas, relê de gás, tampas de inspeção, comutadores, registros, etc.).

Secador de ar: prover o secador de ar com substância higroscópica (sílica gel).


Posição dos registros: controlar a posição de todos os registros das tubulações de
preservação e resfriamento.

Indicador de temperatura: os seus capilares devem ser protegidos, evitando sua


danificação durante os trabalhos subsequentes.

Ligações de aterramento: verificar se todas as ligações de aterramento do


transformador estão corretas.

Buchas e conectores: conectores devem ser devidamente apertados. Verificar se os


terminais para ensaio nas buchas capacitivas estão devidamente aterrados.

Vazamento: verificar a ocorrência de vazamento e providenciar a sua supressão.

200
Informações Técnicas DT -11

9.3. ENSAIOS

É recomendável a execução dos seguintes ensaios no transformador antes de sua


energização:

a) análise do líquido isolante;


b) análise cromatográfica;
c) medição do fator de potência do transformador e fator de potência e
capacitância das buchas, se providas de derivações capacitivas;
d) medição da resistência de isolamento do transformador e da fiação de
painéis e acionamento(s) motorizado(s);
e) medição da relação de transformação em todas as fases e posições do
comutador de derivações sem tensão;
f) simulação da atuação de todos os dispositivos de supervisão, proteção e
sinalização, verificação do ajuste e/ou;
g) medição da relação de transformação, saturação e polaridade dos TC;
curto-circuito e aterrar todos os secundários do TC que não tiverem
previsão de uso, em só transformador provido;
h) verificar as tensões e isolação dos circuitos auxiliares antes de sua
energização;
i) após energização dos painéis e acionamentos motorizados, verificar
sentido de rotação dos motores dos ventiladores;
j) medição da resistência elétrica em todos os enrolamentos, em todas as
fases e posições do comutador de derivações;
k) instalação do secador de ar (sílica gel).

9.4. ENERGIZAÇÃO

Antes de sua energização, é recomendada uma nova desareação (sangria) das


buchas •69kV, relê de gás, bujão de drenagem da janela inspeção, etc. Inspecionar
todos os dispositivos de proteção e sinalização do transformador.

201
Informações Técnicas DT -11

É importante observar que transformadores devem ser energizados após decorridas,


pelo menos, 24h da conclusão de enchimento com óleo.

Ajustar e travar a posição do comutador manual, conforme recomendado pela


operação do sistema.

Todo o período de montagem, ensaios e energização, se possível, deve ser


acompanhado por um supervisor do fabricante.

Se possível, o transformador deve ser energizado inicialmente em vazio.

Recomenda-se efetuar análise cromatográfica do óleo isolante, antes da


energização (referência), 24h a 36h após a energização, 10 dias e 30 dias após a
energização.

9.5. MANUTENÇÃO

Para problemas típicos normalmente encontrados e soluções recomendadas


relativas à manutenção, transcrevemos as verificações sugeridas pela NBR 7037 -
anexo D. considerar (S) semestrais, (T) trienais;

Buchas:

- vazamentos(S)
- nível do óleo (S)
- trincas ou partes quebradas, inclusive no visor do óleo (T)
- fixação
- condições e alinhamento dos centelhadores (T)
- conectores, cabos e barramentos (T)
- limpeza das porcelanas (T)

202
Informações Técnicas DT -11

Tanque e radiadores:

- vibração do tanque e das aletas dos radiadores (S)


- vazamentos: na tampa, nos radiadores, no comutador de derivações, nos
registros e bujões de drenagem (S)
- estado da pintura: anotar os eventuais pontos de oxidação
- estado dos indicadores de pressão (para transformadores selados) (S)
- todas as conecções de aterramento (tanque, neutro, etc.) (T)
- bases (nivelamento, trincas, etc.) (S)
- posição das válvulas dos radiadores (S)

Conservador:

- vazamento (S)
- registro entre o conservador e o tanque, se estão totalmente abertos (T)
- fixação do conservador (T)
- nível do óleo isolante (S)

Termômetros e/ou imagens térmicas:

- funcionamento dos indicadores de temperatura (S)


- valores de temperatura encontrados (anotar) (S)
- estado dos tubos capilares dos termômetros (T)
- pintura e oxidação (S)
- calibração e aferição (T)
- nível de óleo na bolsa (T)

Sistema de ventilação:
- ventiladores, quanto a aquecimento, vibração, ruído, vedação a
intempéries, fixação, pintura e oxidação (S)
- acionamento manual (S)
- circuito de alimentação (S)
- pás e grades de proteção (S)

203
Informações Técnicas DT -11

Secador de ar:

- estado de conservação (S)


- limpeza e nível de óleo da cuba (S)
- estado das juntas e vedação (S)
- condições da sílica gel (S)

Dispositivo de alívio de pressão:

- tipo tubular: verificar membranas (T)


- tipo Válvula: verificar funcionamento do microrruptor (T)

Relê de gás:

- presença de gás no visor (S)


- limpeza do visor (T)
- vazamento de óleo (S)
- juntas (S)
- fiação (T)
- atuação (alarme e desligamento) (T)

Relê de Pressão:

- vazamento (S)
- juntas (S)
- contatores tipo plugue (T)
- fiação (T)

Comutadores de derivações:

- sem tensão: estado geral e condições de funcionamento (T)


- em carga: Nível de óleo do compartimento do comutador (S)
- condições da caixa do acionamento motorizado quanto a limpeza,

204
Informações Técnicas DT -11

umidade, juntas de vedação, trincos e maçanetas, aquecimento interno


etc.(S)
- motor, circuito de alimentação e fiação (S).

Caixa de terminais da fiação de controle e proteção:

- limpeza, estado da fiação, blocos terminais(S)


- juntas de vedação, trincos e maçanetas (S)
- resistor de aquecimento e iluminação interna (S)
- fixação, corrosão e orifícios para aeração (S)
- contatores, fusíveis, relês e chaves (T)
- isolação da fiação (T)
- aterramento do secundário dos TC, régua de bornes, identificação da
fiação e componentes (T)

Ligações externas:

- aterramento (T)
- circuito de alimentação externos (S)

205
Informações Técnicas DT -11

ANEXO I
FOLHA DE DADOS:TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO

Cliente:
Referência: -
Especificação/Norma: NBR -5440/83

1 IDENTIFICAÇÃO
Item: 01
Quantidade:
Tag: -
Código do produto: 2001.2002
Tipo: Distribuição

2 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Instalação: Ao tempo
Altitude máxima de instalação [m]: 1000
Atmosfera: Não Agressiva
Temperatura máxima do ambiente [ºC]: 40

3 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Potência [kVA]: 300
Número de fases: 3
Freqüência [Hz]: 60
Grupo de lig ação: Dyn1
Polaridade: Subtrativa
Refrigeração: ONAN
Enrolamento de alta tensão:
Tensão nominal [kV]: 6.9
Derivações [kV]: ± 2 x 2.5%
Classe de tensão [kV]: 7.2
Tensão aplicada [ kVef]: 20
Tensão de impulso atmosférico [kV cr]: 60
Enrolament o de baixa tensão
Tensão nominal [kV]: 208
Classe de tensão [ kV]: 1,2
Tensão aplicada [kVef]: 10
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: -
Classe do material isolante: A

206
Informações Técnicas DT -11

Valores garantidos [300kVA/6. 9kV e 75ºC]


Corrente de excitação [%] : 2,4
Impedância [%]: 4,5
Perdas a vazio [W]: 1.120
Perdas tot ais [W]: 4.480
Nível de ruí do (pressão acústica) [dB]: 55

4 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Forma construtiva: Selado
Líquido isolante: Óleo Mineral
Pintura de acabamento: Munsell N6.5
Tipo de núcleo: Empilhado
Buchas de alta tensão
Locali zação: Tampa
Quantidade: 3
Tipo: ABNT 15kV/160A
Conector de fase: Prensa-cabo 10 a 70mm2
Conector de neutro: Não aplicável
Buchas de baixa tensão
Locali zação: Lateral
Quantidade: 4
Tipo: ABNT 1,3kV/400A
Conector de fase: Prensa-cabo 70 a 300mm2
Conector de neutro: Prensa-cabo 70 a 30 0mm2
Massas
Parte ativa [kg]: 450
Líquido isolant e[kg]: 180
Tanque e acessórios [kg] : 280
Transformador complet o [kg]: 910
Dimensões (C x L x A) [mm]: 1.700 X 1.000 X 1.130

5 ACESSÓRIOS
Visor de nível de óleo: Não
Válvula de alívio de pressão: Não
Comutador de derivações a vazio: Sim (acio namento interno)
Conexão para drenagem/amostragem: Não
Conexão superior para filtro prensa: Não
Conexão inferior para filtro prensa: Não
Suporte para poste: Sim

207
Informações Técnicas DT -11

Suporte para pára-raios: Não


Apoios para macaco: Não
Janela de inspeção: Sim
Olhais para tração: Não
Ganchos de suspensão: Sim (parte ativa e transformador completo)
Placa de identificação: Sim
Rodas: Sim (unidirecionais)
Base para arraste ou apoio: Sim (apoio)
Conector de aterram ento: Sim (10 a 70mm2)

6 ENSAIOS (ABNT/NBR -5356/96)


Rotina: Sim
Tipo
Especiais:

208
Informações Técnicas DT -11

ANEXO II
FOLHA DE DADOS:TRANSFORMADOR DE FORÇA

Cliente:
Referência:
Especificação/Norma: NBR -5356/99

1 IDENTIFICAÇÃO
Item: 01
Quantidade: 01
Código do produto: 3005.5829
Tipo: FORÇA

2 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Instalação: Ao tempo
Altitude máxima de instalação [m]: 1000
Atmosfera: Não Agressiva
Temperatura máxima do ambiente [ºC]: 40

3 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Freqüência [Hz]: 60 Número de f ases: 3 Grupo de ligação: Dyn1

Potência [MVA]
Enrolamento: Tensão [kV] Ligação Comutação
ONAN ONAF1 ONAF2
Alta tensão: 5 - - 11 ± 2 X 2.5% D CST
Baixa tensão: 5 - - 4.16 yn -
Terciário: - - - - - -

Média 55
Elevação de temperatura do enrolamento [°C]
Ponto mais quente 65
Elevação de temperatura no topo do óleo [° C] 55
Classe do material isolante A

209
Informações Técnicas DT -11

Alta tensão Baixa tensão Terciário


Fase Neutro Fase Neutro Fase
Nível de isolamento [KV] 15 - 7,2 7,2 -
Tensão de impulso [kV] Onda plena 95 - 60 60 -
Onda cortada 105 - 66 NA -
Onda de manobra NA - NA NA -
Tensão aplicada [kV] 34 - 20 20 -
Tensão induzida [kV] 2 X VN - 2 X VN - -
Tensão induzida de longa duração [kV] NA - NA NA -

90% 100% 110%


Perda a vazio[kW] - 6 -
Corrente de excitação [%] (Ba se de 5 MVA) - 0,7 -

Base Impedância Perda em Carga


Posição [kV] Potência [MVA] @ 75°C [%] @ 75°C [kW]
- - - -
Alta tensão/Baixa tensão 11/4.16 5 6 34
- - - -
- - - -
Alta tensão/Terciário - - - -
- - - -
- - - -
Baixa tensão/Terciário - - - -
- - - -

ONAN ONAF1 ONAF2


Nível de ruído [dB] - - -
Nível de tensão de rádio -interferênci a [µV] 2.500
Descargas parciais [pC] 300

Regulação [%]
Cos ø = 0,8 Cos ø = 0,9 Cos ø = 1
ONAN 4,22 3,34 0,86
ONAF1 - - -
ONAF2 - - -

210
Informações Técnicas DT -11

Fator de Rendimento [%]


Carga Cos ø = 0,8 Cos ø = 0,9 Cos ø = 1
[%] ONAN ONAF1 ONAF2 ONAN ONAF1 ONAF2 ONAN ONAF1 ONAF2
25 99,19 - - 99,28 - - 99,35 - -
50 99,28 - - 99,36 - - 99,42 - -
75 99,17 - - 99,26 - - 99,33 - -
100 99,01 - - 99,12 - - 99,21 - -
125 98,83 - - 98,96 - - 99,06 - -

4 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Forma construtiva: Com conservador
Líquido isolante: Óleo mineral
Buchas de alta tensão: Na tampa (saída a érea)
Buchas de baixa tensão: Na tampa (saída aérea)
Buchas do terciário: Não aplicável
Pintura de acabamento: Bege fosco (Ral 1015)

Massa Dimensão [mm]


[kg] Comprimento Largura Altura
Parte ativa 4.500
Líquido isolante 1.890
Tanque e acessórios 4.300
Transformador completo 10.690 2.440 2.750 2.920
Maior peça para transporte 7.900 2.440 1.850 2.650

5 ACESSÓRIOS
Indicador magnético de nível de óleo: Sim
Secador de ar com sílica gel: Sim
Termômetro do ól eo: Sim
Termômetro do enrol amento: Sim
Monitor de temperatura: Não
Transdutor de temperatura: Não
Válvula de alívio de pressão: Sim
Centelhadores para alta tensão: Não
Centelhadores para baixa tensão: Não
Centelhadores para terciário: Não aplicável
Relê de pressão súbita: Não
Manômetro: Não
Relê de gás tipo Buchhol z: Sim

211
Informações Técnicas DT -11

Radiadores destacáveis: Sim


Apoios para macaco: Sim
Janela de inspeção: Sim
Janela de visita: Não
Ganchos de suspensão: Sim
Caixa de circuitos auxiliares: Sim
Blindagem eletrostática: Não
Placa de identificação: Sim
Placa diagramática: Sim
Placa de identificação para buchas: Não
Conector de aterramento: Sim (50 a 120 mm2)
Base para arraste ou apoio: Sim (apoio)
Rodas: Sim (bidirecionais, lisas)
Fiação dos acessórios: Sim
Conectores de alta te nsão (fase): Sim
Conectores de alta tensão (neutro): Não aplicável
Conectores de baixa tensão (f ase): Sim
Conectores de baixa tensão (neutro): Sim
Conectores de terciário: Não aplicável
Acessórios para o comu tador sob carga: Não

TC Bucha Relação Exatidão Fator Térmico Quant. por Bucha Aplicação


1,2,3 X1,X2,X3 800/5A 10B100 1.2 1 PROTEÇÃO
4,5,6 X1,X2,X3 800/5A 0.6C12.5 1.2 1 MEDIÇÃO
7 X2 700/1.5A 3C25 1.5 1 IM. TÉRMICA

6 ENSAIOS (ABNT/NBR -5380)


Rotina: Sim
Tipo: Não

212
Informações Técnicas DT -11

ANEXO III
FOLHA DE DADOS: TRANSFORMADOR A SECO

Cliente:
Referência:
Especificação/Norma: NBR -10295/98

1 IDENTIFICAÇÃO
Item:
Quantidade: 01
Tag:
Código do produto: 1110.1381
Tipo: Seco, não enclausurado

2 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE
Instalação: Interior
Altitude máxima de instalação [m]: 1000
Atmosfera: Não Agressiva
Temperatura máxima do ambiente [ºC]: 40

3 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Potência [kVA]: 1000
Número de fases: 3
Freqüência [Hz]: 60
Grupo de li gação: Dyn1
Refrigeração: AN
Enrolamento de alta tensão
Tensão nominal [kV]: 13,8
Derivações [kV]: 13,8/13,2/12,6/12,0/11,4
Classe de tensão [kV]: 15
Tensão aplicada [kVef]: 34
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: 95
Enrolament o de baixa tensão
Tensão nominal [kV]: 0,380/0,220
Classe de tensão [kV]: 0,6
Tensão aplicada [kVef]: 4
Tensão de impulso atmosférico [kVcr]: -
Classe do material isolante: F
Valores garantidos [1000kVA/1 3,8kV e 115ºC]

213
Informações Técnicas DT -11

Corrente de excitação [%]: 2,00


Impedância [ %]: 4,5
Perdas a vazio [W]: 2.800
Perdas no cobr e [W]: 10.000
Perdas totais [W]: 12.800
Nível de ruído (pressão acústica) [dB]: 64
Descargas parciais [ pC]: 20

4 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Grau de proteção: IP -00
Classe do transformador: C1/E1/F0
Material dos condutores: Cobre (alta tensão)
e alumínio (baixa tensão)
Terminais de alta tensão: Bandeira (1 furo NEMA)
Terminai s de baixa tensão: Bandeira
Encapsulamento d o Enrolament o AT A vácuo, em resina epóxi
sistema Vântico CW 229
Massa total [kg]: 2500
Dimensões (C x L x A) [m m]: 1530 x 830 x 1760

5 ACESSÓRIOS
Monitor de temperatura sem indicador: Não
Monitor de temperatura com indicador: Sim (T -154)
Sensor de temperatura: Sim
Sistema de comutação a vazio (links): Sim
Motoventiladores: Não
Olhais para tração: Sim
Olhais de suspen são: Sim
Placa de identificação: Sim
Rodas: Sim (bidireci onais)
Base: Sim (apoio)
Conector de aterramento: Sim

6 ENSAIOS (ABNT/NBR -10295/98)


Rotina: Sim
Tipo:
Especiais:

214
Informações Técnicas DT -11

1. Bucha de Alta Tensão


1.1. Terminal de alta tensão
2. Tampa
3. Abertura para inspeção
4. Guarnição
5. Comutador
6. Armadura
7. Núcleo
8. Bobinas
8.1. Bobina B.T.
8.2. Bobina A.T.
9. Tanque
9.1. Olhal de Suspensão
9.2. Radiador
9.3. Suporte para fixação ao poste
10. Bucha de Baixa Tensão
10.1. Terminal de Baixa Tensão
11. Placa de Identificação
12. Dispositivo de aterramento

215
Informações Técnicas DT -11

WEG INDÚSTRIAS S.A. - Transformadores


RUA Dr. Pedro Zimmermann, 6751 Tel. (0xx47) 337-1000
89068-001 – Blumenau - SC Fax (0xx47) 337 -1090
www.weg.com.br

Filial BANWEG
Av. Moema, 862 - Indianópolis Tel. (0xx11) 5053 -2300
04077-023 - São Paulo - SP Fax (0xx11) 5052 -4212

216

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