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MANUAL DE TREINAMENTO

Proteção de Sistemas Elétricos de


Potência
SUBESTAÇÕES
Índice
1 – CÁLCULO (REVISÃO)................................................................................................................. 5
1.1 - NÙMEROS COMPLEXOS

1.1.1 - TEORIA DOS CONJUNTOS

1.1.2 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA: DEFINIDA EM PLANO (2 EIXOS)

1.1.3 – OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS MAIS UTILIZADAS

1.1.4 – APLICAÇÃO DAS OPERAÇÕES EM ELETRECIDADE

1.2 – ANÁLISE VETORIAL

1.2.1 - GRANDEZAS FÍSICAS

2 – ELETROTÉCNICA APLICADA (REVISÃO)...................................................................................... 16


2.1- GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA

2.1.1– CORRENTE ALTERNADA

2.1.2– FASE

2.1.3– DIFERENÇA DE FASE

2.1.4– GERAÇÃO DE TENSÃO ALTERNADA

2.1.5– REPRESENTAÇÃO VETORIAL

2.2– GRANDEZAS ELÉTRICAS

2.2.1 - VALOR INSTANTÂNEO, VALOR MÉDIO E VALOR EFICAZ

2.2.2 - UNIDADE DE GRANDEZAS ELÉTRICAS

2.3 - CIRCUITO RLC

2.3.1 - RELAÇÃO FASORIAL PARA O PARÂMETRO R

2.3.2 - RELAÇÃO FASORIAL PARA O PARÂMETRO L

2.3.3 - RELAÇÃO FASORIAL PARA O PARÂMETRO C

2.4 - ASSOCIAÇÃO DE CIRCUITOS RLC

2.4.1 - CIRCUITO RL

2.4.2 - CIRCUITO RC

2.4.3 - CIRCUITO RLC

2.5 – SISTEMA TRIFÁSICO

2.6 - POTÊNCIA TRIFÁSICA

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3 – CONCEITOS DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO................................................................................... 45
3 – FUNDAMENTOS DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

3.1 – ZONA DE PROTEÇÃO

3.2 – SENSIBILIDADE

3.3 – SELETIVIDADE

3.4 – COORDENAÇÃO

3.5 – CARACTERÍSTICA TEMPO X CORRENTE

3.6 – COORDENOGRAMA (ESTUDO DE COORDENAÇÃO)

3.7 – SISTEMA SELETIVO

3.8 – SISTEMA COORDENADO

3.9 – SISTEMA COMBINADO

3.10 – CURVA DE TEMPO

3.11 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

3.12 – LOCALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

3.13 – CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO

3.13.1 – COLETA DE DADOS

3.13.2 – CÁLCULO DAS CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO NO PONTO “B”

3.13.3 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO TRIFÁSICA

3.13.4 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-FASE

3.13.5 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA MÁXIMO

3.13.6 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA MÍNIMO

3.14 – DIMENSIONAMENTO E GRADUAÇÃO

3.15 – GRADUAÇÃO DOS ELEMENTOS INSTANTÂNEOS DO RELÉS DE SOBRECORRENTE

4 – CONCEITOS BÁSICOS DE CURTO-CIRCUITO......................................................... 84


4.1 – GRANDEZAS DE BASE
4.2 – POR UNIDADE [PU]
4.3 – CONCEITO DE FALTAS EQUILIBRADAS E DESIQUILIBRADAS
4.4 – COMPONENTES SIMETRICAS
4.5 – CURTO-CIRCUITO MONOFASICO
4.6 – CURTO-CIRCUITO BIFASICO
4.7 - CURTO-CIRCUITO TRIFASICO
4.8 – IMPEDANCIAS DE SEQUENCIA

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5 – FILOSOFIA DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA.................................... 100
5.1– PROTEÇÃO DE CIRCUITOS:

5.1.1- CONCEITO BÁSICO

5.1.2- FUNCIONALIDADES:

5.1.3- REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMA UNIFILAR:

5.1.4- REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMA TRIFILAR:

5.1.5- ESQUEMA FUNCIONAL DE COMANDO E PROTEÇÃO:

5.2 – PROTEÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES (BCA)

5.2.1 – BANCO DE CAPACITORES DE 88 KV E 13,8 KV

5.2.2 - REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA UNIFILAR DE BCA – 88 KV

5.2.3 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA TRIFILAR DE BCA – 88 KV

5.2.4 – REPRESENTAÇÃO DO COMANDO AUTOMÁTICO DO DISJUNTOR PELO WSH-12

5.2.5 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA DE PROTEÇÃO DO BCA – 88 KV

5.2.6 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA DE COMANDO E PROTEÇÃO – BCA 88 KV

5.2.8 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA TRIFILAR DE BCA – 13,8 KV

5.2.9 – REPRESENTAÇÃO DO COMANDO AUTOMÁTICO DO DISJUNTOR PELO WSH - 12

5.2.10 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA DE PROTEÇÃO DE 8 KV BCA – 13,8

5.2.11 – REPRESENTAÇÃO DE ESQUEMA DE COMANDO, CONTROLE E PROTEÇÃO - BCA – 13,8 KV

5.3 – PROTEÇÃO DE BARRAS DE 13,8 KV

5.3.1 – BARRAS DE 13,8 KV

5.4 – PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES:

5.4.1 – INTRODUÇÃO:

5.4.2 – PADROES DE DIAGRAMAS UNIFILARES DE PROTEÇÃO DE a) Padrão TRAFOS:

5.4.3 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMATRIFILAR DA PROTEÇÃO DE TRAFOS:

5.4.4 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA BÁSICO DE PROTEÇÃO DE TRAFO:

5.4.5 – PARTICULARIDADES DA PROTEÇÃO DIFERENCIAL:

5.4.5.1- PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES COM LIGAÇÃO ∆/ Y Z


COM RELÉS TIPO “BDD”:

5.5 – PROTEÇÃO DE BARRAS ( 88 KV)

5.5.1 – ESQUEMA DE PROTEÇÃO DE BARRAS ( 88-13,8 KV)

5.5.2 – PROTEÇÃO DE BARRAS PRIMÁRIAS ( 88-13,8 KV )

5.6 – SISTEMA DE INFRA-TENSÃO

5.6.1 – DESLIGAMENTO DEVIDO A INFRA-TENSÃO DE C.C.:

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5.6.1.1 – CONDIÇÔES PARA QUE OCORRAM OS DESLIGAMENTOS PREVISTOS:

5.6.1.2 – BLOQUEIO DO COMANDO DE LIGAR OS DISJUNTORES DE ALIMENTACAO DA ESTACAO


E DO BANCO ESTÁTICO:

5.6.1.3 – INDICAÇÔES EXISTENTES PARA A OPERAÇÃO DO SISTEMA DE DESLIGAMENTOS:

5.6.2 – DIAGRAMA UNIFILAR

5.6.3 – DIAGRAMA FUNCIONAL DO SISTEMA DE DESLIGAMENTOS POR INFRA-TENSÃO

5.7 – ESQUEMAS DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA

5.7.1 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE ALIMENTAÇÃO E RELIGAMENTO


AUTOMÁTICO DE ALTA VELOCIDADE PADRÃO TÍPICO EM ESTUDO PARA ETD’S COM 2
DISJUNTORES DE ENTRADA

5.7.2 - PROTEÇÃO DE FALHA DOS DISJUNTORES DE CIRCUITOS DE DISTRIBUIÇÃO

5.7.3 – T.A. (88 E 13,8 KV) RA (88 KV)

5.7.3.1 – TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA – 88 KV

5.7.3.3 – CONTROLE DO DISJUNTOR - A – 88 KV

5.7.3.4 – CONTROLE DO DISJUNTOR - B – 88 KV

5.7.3.5 – PROGRAMAÇÃO DE CHAVES PARA ETD`S COM 2 DISJUNTORES DE ENTRADA – 88 KV

5.7.3.6 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA – 13.8 KV

5.7.3.7 – ESQUEMA DE CONTROLE DO DISJUNTOR DE INTERLIGAÇÃO – 13.8 KV

5.7.3.8 – ESQUEMA DE CONTROLE DO DISJUNTOR SECUNDÁRIO TR.1 – 13.8 KV

5.7.3.9 – ESQUEMA DE CONTROLE DO DISJUNTOR SECUNDÁRIO TR.2 – 13.8 KV

5.8 – PADRÕES DE SUBESTAÇÕES

5.8.1 - AT – BARRA DUPLA (ENTRADA LATERAL)

5.8.2 - AT – BARRA DUPLA (ENTRADA LATERAL)

5.8.3 – BARRA DUPLA (ENTRADA FRONTAL) MT - AÉREO

5.8.4 – AT - BARRA DUPLA (ENTRADA FRONTAL)


5.8.6 – PADRÃO MISTO

5.9 – RELES DIFERENCIAIS:

6 –TRANSFORMADORES DE INTENSIDADE......................................................................................... 195


6.1 – TRANSFORMADOR PARA INSTRUMENTOS E RELÉS

6.1.1 – INTRODUÇÃO

6.1.2 – CARACTERÍSTICAS

6.1.3 – CLASSE DE PRECISÃO DO TC (EXATIDÃO)

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6.1.4 - SATURAÇÃO DE TCs

6.1.5 – POLARIDADE DE TC`S – CONVENÇÃO

6.2 – TRANSFORMADORES DE POTENCIAL (TP)

7 – CONCEITOS BÁSICOS DE GRADUAÇÃO DE RELÉS DE PROTEÇÃO........................ 233


7.1 – GRADUAÇÃO DE RELÉS DE CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO
7.2 – GRADUAÇÃO DE RELÉS DE TRANSFORMADORES DE POTENCIA

8 – CONCEITOS BÁSICOS DE DIGITALIZAÇÃO..................................................... 251


8.1 – CONCEITO DE LOGICAS BOOLEANAS
8.2 – CONCEITO DE IED (INTELLIGENT ELETRONIC DEVICE)
8.3 – ARQUITETURA DE SISTEMAS DIGITAIS
8.4 – PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO
8.5 – NORMA IEC 61850.

CÁLCULO (REVISÃO)

1.1 -NÙMEROS COMPLEXOS

1.1.1-TEORIA DOS CONJUNTOS:

Qualquer número ou grandeza escalar, referenciada a regras matemáticas, pode ser


representada dentro de sub-grupos dos conjuntos.

Ex.: Nº06, está contido do conjunto dos números naturais.


N= [0,1,2,3,4,5,6,7...[

Ex2: Nº -3, está contido no conjunto dos números inteiros.


Z= ]...,-4, -3, -3, -1, 0, 1, 2...[

Ex3: Nº 4 , está contido no conjunto dos números reais


R= ]..., -3, -2, -1, 0, 1, 4 , 3, 4, ..., 130 , ...[

Exemplificamos agora, um número possível e imaginário onde não pode ser representada
nestes grupos de conjuntos

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Ex3: − 16

Da radiciação temos:
A= − 16 , então,
A= 16 . − 1 = − 16
A= 4 . − 1
onde − 1 = j (j é então denominado como operador matemático)
∴ − 16 = 4j

Chama-se número complexo a todo binômio da forma R + jx, , i é, a soma de um número


real com um número imaginário.

Z = número complexo
Z = R + JX, onde R = parte real do número complexo
JX = parte imaginária do número complexo

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1.1.2 – REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA: DEFINIDA EM PLANO (2 EIXOS)

Ex.: Z1 = 3 + 2j Jx
Z2 = 4 – 3j
Z3 = - 2 + 2j Z4
Z1

Z4= 3j
Z1
Θ
R

Z3
Z2

Figura 1.1-1
0
Z 1 = 3 + 2 J → FORMA RETANGULAR
0
(
Z 1 = Z 1 cos Θ + jsen Θ )→ FORMA TRIGONOMÉTRICA
0
Z 1 = Z 1 ∠ Θ → FORMA POLAR

ONDE Z 1 = 2 + 2
3 2 e,
2 2
tg Θ = → Θ = arctg
3 3
3 3
cos Θ = → Θ = arccos
Z1 Z1
2 2
sen Θ = → Θ = arcsen
Z1 Z1

2 3 2
arct = arccos = arcsen
3 Z1 Z1

EX – 1 TRANSFORMAR:

0
0
Z = 8 ∠ 72 → EM RETANGULAR

0
Z = 4 + 3 J → EM POLAR

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1.1.3 – OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS MAIS UTILIZADAS:

A) FORMA RETANGULAR
a.1 – Adição e Subtração: Realiza diretamente a operação da parte real com real e
imaginária com imaginária quantas forem as parcelas.

EX:
5 + 3j ou 5 + 3j
+ 2 - 8j - 2 - 8j

7-5j 3 + 11j

B) FORMA POLAR
b.1 – Multiplicação e divisão: Realiza diretamente a operação das partes reais e,
- na multiplicação: soma as partes imaginárias.
- na divisão: subtrai as partes imaginárias.

EX:

0 0
0 0
Z 1 = 10 ∠ 15 e Z 2 = 4 ∠ 40

0 0
0 0 0 0
Z 1 ∗ Z 2 = 10 ∠ 15 ∗ 4 ∠ 40 = 40 ∠ 15 + 40 = 40 ∠ 55

0
Z1 10 ∠ 15 0 0 0 0
= = 2 , 5 ∠ 15 − 40 = 2 , 5 ∠ − 25
0 4 ∠ 40 0
Z 2

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1.1.4 – APLICAÇÃO DAS OPERAÇÕES EM ELETRECIDADE:

EX:
0
Calcular a corrente I do circuito abaixo

0
I
0
z = 10 ∠ − 70 0 (Ohm)
0 220∠ 30 0 0
I= ∴ I = 22∠100 0 (A)

~ V = 220 ∠ 30 0 (V)
10∠ − 70 0

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1.2 – ANÁLISE VETORIAL

1.2.1 - GRANDEZAS FÍSICAS:

As grandezas físicas podem ser classificadas em dois grupos: Grandezas Escalares e


grandezas Vetoriais.

Grandezas Escalares: È quando se tem apenas a “intensidade”, isto é, definida pelo seu
valor numérico associado a um número real ou uma unidade. Ex: comprimento, área,
tempo, etc.

Grandezas Vetoriais: Grandezas que além da “intensidade”, exige uma orientação, ou


seja, “direção e sentido” representadas por “vetores”.

Ex1:

⎯⎯⎯→
F2 →

F
⎯⎯

Re f ( 00 , ptoO ) ⎯⎯→
F1

→ 2 2
F = F 1 + F 2 + 2 ∗ F 1 ∗ F 2 ∗ cos Θ

0 0 0
Se ∠Θ = + 90 ou − 90 → cos ± 90 = 0

→ 2 2 2 2 2
F = F 1 + F 2 → a = b + c

TEOREMA TRIANGULO RETÂNGULO


(PITAGORAS)

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Ex 2:
⎯⎯ ⎯ ⎯
⎯→
⎯⎯ ⎯
⎯→ F13
F1

0
30 ⎯⎯ ⎯ ⎯
⎯→
120
0
−F 3
0
30 0
Re f (0 , ptoO)

0
60
⎯⎯ ⎯
⎯→ 0
F3 120

⎯⎯ ⎯⎯→
F2

F13 = F1 + (-F3)
Como F13 é vetorial

⎯F⎯⎯
13
→ = ⎯F ⎯→
1
+ ⎯⎯→
F3
fazendo F1 = F3 = 2
2 2 0 0
F 13 = 2 + 2 + 2 ∗ 2 ∗ 2 ∗ cos 60 onde cos 60 = 0,5
F13 = 8 + 4 = 4 ∗ ( 2 + 1)
F 13 = 2 3

Como F1 = F3 = 2 ∴ F 13 = 2 3 = F 1 ∗ 3 ou F13 = F 3 ∗ 3

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ELETROTÉCNICA APLICADA (REVISÃO)

2.1- GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA

2.1.1– CORRENTE ALTERNADA: Uma corrente que varia alternadamente em direção


e intensidade é denominada corrente alternada e a tensão originada é uma tensão alternada.

Imax (+) (T) PERÍODO - DURAÇÃO DE 1 CICLO (SEG.)

Imax(-)

CICLO DEFINIDO PELA ALTERNÂNCIA DOS


VALORES DE i

Onde, i = Imax sen wt para w = 2π.f


1
e f = em Hz, onde T = período.
T

1ciclo
1 Hertz =
1segundo

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2.1.2– FASE:

O ângulo de fase de uma única onda é o ângulo desde o ponto zero sobre a onda até o
valor, no ponto, a partir do qual e tempo é completado.

Imax (+)

Imax (-)

Θ ONDE, i = Imax SEN (WT + Θ)

figura 2.1-2

2.1.3– DIFERENÇA DE FASE:

É o ângulo existente entre duas ondas senodais (pode ser duas grandezas) geradas.

V,i

Θ Θ ONDE, i = Imax sen (WT)


V = Vmax sen (Wr + )
Θ

figura 2.1-3

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2.1.4– GERAÇÃO DE TENSÃO ALTERNADA:

Nos terminais de uma bobina que gira com velocidade angular constante, no interior de um
campo magnético uniforme, surge uma tensão senoidal cuja expressão é:

v = VMAX sen (wt + ), em que representa o ângulo inicial da bobina.

Adotando-se a origem dos tempos coincidente com a direção do vetor indução, onde
representa o ângulo formado pela direção da bobina com a origem dos tempos no instante t
= 0. Se pusermos sobre o mesmo eixo três bobinas deslocadas entre si de 2π/3 rad ou 120º
entre si


⎯→
n
A
S VAN VBN VCN
N Vm

B

⎯→ S
N n

t
0
120

0
240
C
S
-Vm
N

⎯→
n

figura 2.1-4
onde,

VAN = VMAX sen wt (v)

VBN = VMAX sen (wt + 120O) (v)

VCN = VMAX sen (wt – 120O) (v)

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2.1.5– REPRESENTAÇÃO VETORIAL:

REF (t=0)

VAN

0
120
0
120

0
VCN
120 VBN

figura 2.1-5

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2.2– GRANDEZAS ELÉTRICAS

2.2.1 - VALOR INSTANTÂNEO, VALOR MÉDIO E VALOR EFICAZ:

- VALOR INSTANTÂNEO: É o valor de uma grandeza alternada senoidal qualquer (ex:


corrente, tensão, potência, etc.) referenciada a um instante qualquer.

Onde (inst ) = Imax sen wt ou


i v(inst ) = Vmax sen wt
- VALOR MÉDIO: É o valor de todos os valores instantâneos de uma onda senoidal em
um semi-ciclo.

Onde (med ) = IMAX / Π


i

- VALOR EFICAZ: O mesmo valor de corrente alternada que dissipa o mesmo valor de
calor por uma corrente continua é denominado de valor eficaz de I.

Onde (ef ) = IMAX / 1,414


i

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2.2.2 - UNIDADE DE GRANDEZAS ELÉTRICAS:

Corrente → Amperes (A)


Tensão → Volts (V)
Resistência → OHM (Ω)
Potência → Volt Amperes (VA)
Aparente
Potência Ativa → Watt (W)
Potência → Volt Amperes (Var)
Reativa Reativos
Impedância → OHM (Ω)
Reatância → OHM (Ω)
Freqüência → Hertz (Hz)
Capacitância → Farad (F)
Inantância → Henry (H)

Múltiplos:
−6 −3
Micro ( µ ) =10 10
Mili (m) =
3 6
Kilo (K) = 10 Mega (M) = 10

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2.3 - CIRCUITO RLC:

2.3.1 - RELAÇÃO FASORIAL PARA O PARÂMETRO R:

(exitação complexa)
i
0
onde V = V ≡ ∠Θ e i = ∠φ
0 0 0
V =V R V∠Θ = R ∗ I

V∠Θ = R ∗ i∠φ
V
0
~ 0
VR
R
V∠Θ V
R= = ∠Θ − φ
i ∠φ i

R = Z∠α ⇒ R∠0 0 = Z∠α R=Z e


α =0
0

- DIAGRAMA DE FASORES:

IMAGINÁRIO
0
V
0
I

Θ =φ

REAL

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2.3.2 - RELAÇÃO FASORIAL PARA O PARÂMETRO L:

0 0
i V =V L
0
V∠Θ = JXL ∗ i onde j = 90 e
XL = 2πf .L
0 V∠Θ = i∠φ ∗ JXL
V ~ 0
vL L
V∠Θ
= JXL -
i∠φ DIA
GRA
Z∠α = XL∠90 0 MA
DE
∴ Z = XL e α = 900 FAS
ORES:

IMAGINÁRIO
0
V

Θ
REAL

0
i

2.3.3 - RELAÇÃO FASORIAL PARA O PARÂMETRO C:

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0 0
i V =V C
0
V∠φ = JXC ∗ I
0 V∠Θ
V ~ v
0
C
C
I∠φ
0
= − JXC onde − J = − 90 e
1
XC =
2π ∗ fC
Z∠α = XC∠90 0 ∴ Z = XC e
α = −90 0

- DIAGRAMA DE FASORES:

IMAGINÀRIO 0
i

REAL

Θ
0
V

2.4 - ASSOCIAÇÃO DE CIRCUITOS RLC:

2.4.1 - CIRCUITO RL:

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0 0 0
R V = V R +V L
0 0 0
i V = R ∗ I + JXL ∗ I
0
0 V = I ( R + JX L)
vR 0
V
N 0 0 0
= R + JXL
V v L L
I
0
∴ Z = R + XL

0
e na forma polar: Z = Z∠α ⇒ Z = 2+ 2 e α= arc.tg XL
R XL R

- DIAGRAMA DE FASORES:

0
IMAGINÀRIO 0
V 0
V l
i 0
α V

Θ φ α 0
i
REAL
0
0
VR

Onde α = Θ − 0
0 0
Obs: No circuito RL ⇒ 0 ∠α∠ 90

2.4.2 - CIRCUITO RC:

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0 0 0
R V = V R +V C
0 0 0
V = R ∗ I + (− J ) XC ∗ I
0
0 V = I ( R − JX C )
vR 0
V
~ 0 0 0
= R − JXC
V v C I
0
∴ Z = R − JXC

0
2+ 2 ⎛ XC ⎞
e na forma polar: Z = Z∠α ⇒ Z = R XC e α= arc.tg ⎜ ⎟
⎝ R ⎠

- DIAGRAMA DE FASORES:

0 0
IMAGINÀRIO 0
i 0
VR
0 α i
α V

Θ φ
0
VC 0
REAL
V

onde α= Θ − φ
0 0
obs: No circuito RC ⇒ − 90 ∠α∠ 0

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2.4.3 - CIRCUITO RLC:

0 0 0 0
R V = V R +V L +V C
0 0 0 0
i V = R ∗ I + JXL ∗ I − JXC ∗ I
0 0
V = I ( R + JX L − JXC )
v R
0

~ 0 0 L
V
= R + JXL − JXC
V vL 0
I
0 0
vC Z = R + JXL − JXC
0
Z = R + J ( XL − XC ) = R + JX
C
0
2 2 X
e na forma polar: Z = Z∠α ⇒ Z = R + X e α= arc.tg
R

- DIAGRAMA DE FASORES:

0
a) Para XC > XL ⇒ VC > VL ⇒ − 90 < α < 0 0 (CIRCUITO CAPACITIVO)

0 0
IMAGINÀRIO
VL 0
i VR
0
0
α V α <0 i
φ
Θ
REAL 0 0
0 V L +V C
0
VC 0
V

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0
b) Para XL > XC ⇒ VL > VC ⇒ 0 0 < α < 90 (CIRCUITO INDUTIVO)

IMAGINÀRIO
0 0
V VL 0
0 V
α i 0 0
V L +V C

0
Θ φ α >0 i
REAL
0
0 0
VC VR

c) Para XL = XC ⇒ UL = VC ⇒ α = 0 (CIRCUITO RESSONANTE)

IMAGINÀRIO
0
0 VL
V 0
i 0
i
0 0
Θ = φ → α = 00 V R =V
REAL
0
0
VC

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2.5– SISTEMA TRIFÁSICO:

FASE AZUL
V
FASE BRANCA

FASE VERMELHA

0 0 0 0 0 0
0 90 120 150 180 120
t

VAZ

∴EQUIVALENTE ⇒
0
120
0
120

0
VVM
120 VBR

- Considerando as tensões geradas (pelo gerador) e em equilíbrio, onde:

VAZ = VBR = VVM 0


Defasadas de 120 .

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 30


Agora, adotamos um referencial coincidente com a faze azul, fica:
0
0 REF

VAZ = VA 0
VAZ = VAZ = VAZ ∠0 0
0
VBR = VBR = VBR ∠ − 120 0
0
0
VVM = VVM = VVM ∠ + 120 0 ou − 240 0
120
0
120

0
VVM = VC
120 VBR = VB

- LIGAÇÃO ∆ E Υz PARA TRANSFORMADORES EM SISTEMAS


TRIFÁSICOS:

LIGAÇÃO ∆:
VCA

VB

A B VAB VBC
A B C

REPRESENTAÇÃO VETORIAL: (PARA " ∆" E"YZ " )

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 31


W 0 0 0
V A B = V A− V B
0
REF= 0
VAB VA 0 0 0
V B C = V B− V C
0
30 -VC
− 90
0
-VB 0 0 0
V C A = V C−V A
∴ VAB = VA ∗
0
150 VBC

VB
3∠30 0 (v)

VC
VBC = VB ∗ 3∠ − 90 0 (v)

-VA
VCA VCA = VC ∗ 3∠150 0 (v)

ENROLAMENTOS EM CARGA:

VF - TENSÃO DE FASE
VL - TENSÃO DE LINHA
IF - CORRENTE DE FASE
IL - CORRENTE DE LINHA
OBSERVE QUE NA LIGAÇÃO "∆" :
0 0
V F =V L
0
0 IL 0 0
IF= ⇒IL=IF∗ 3
3
0
0

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 32


LIGAÇÃO "YZ "

IA
VA

VA=VF
IA

VL=VAB

VC=VF IB

IC VB=VF

IB VL=VCA
VB
VC VB

VL=VBC
IC

VC

0 0
IF=IL
0
0 VL 0 0
VF= ⇒V L =V F ∗ 3
3

0 0 0
V A B = V A − V B → VA * 3∠30 0 (V)
0 0 0
V B C = V B − V C → VB * 3∠ − 90 0 (V)
0 0 0
V C A = V C − V A → VC * 3∠150 0 (V)

- RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE ∆ → ΥΖ DAS TENSÕES DE FASE E


LINHA:

A
VL
A VF B VL VAB
VF
B
VCA
C
VF
B
VC VB
C
VBC
VL
C

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 33


NA LIGAÇÃO - ∆ → VF = VL
VL
NA LIGAÇÃO - Υz → VF =
3


A VL
0
60 0
VL
∴ COS 30 = Z
VF
A B
VL VL
VF VF = 2 = 2
0 3
COS 30
2
0
C
30 C
B

VL VL
2 ∴VF =
3

- LIGAÇÃO ∆ − ΥΖ :
A`
A

220V
VA`N
220∠300 1

VCA 1 2 VA`B`

VAB VC`A`

2
VC`N
220∠ − 900
3
VB`N

220V 220V
B 220∠1500 B`

3
VBC
VB`C`

C`
C

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 34


- LIGAÇÃO ∆:
VAN = 220∠0 0
0
REF = 0 (V)
0
VBN = 220∠ − 120 (V)
VAB VAN 0
0 VCN = 220∠120 (V)
30 -VCN
− 90
0
-VBN

150
0 VAB = 220∠30 0 (V)
VBC 0
VBC = 220∠ − 90 (V)
0
VCA = 220∠150 (V)
VBN
VCN

-VAN
VCA

VAMOS CALCULAR AS TENSÕES DE LINHA NO ΥΖ :


VA`B`=? ⇒ VA`B`- VA`N + VB`N = 0 ⇔ VA`B`= VA`N` - VB`N
VA`B`= 220∠30 0 - 220∠ − 90 0 ⇒ VA`B`= 381∠60 0

VA`B`= 381∠60 0 OU 220 ∗ 3∠60 0


(V)

VB`C`=? ⇒ VB`C`- VB`N + VC`N = 0 ⇔ VB`C`= VB`N` - VC`N


VB`C`= 220∠ − 90 0 - 220∠150 0

VB`C`= 381∠ − 60 0 OU 220 ∗ 3∠ − 60 0


(V)

VC`A`=? ⇒ VC`A`- VC`N + VA`N = 0 ⇔ VC`A`= VC`N` - VA`N


VC`A`= 220∠150 0 - 220∠30 0

VB`A`= 381∠180 0 OU 220 ∗ 3∠180 0


(V)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 35


- REPRESENTAÇÃO VETORIAL DAS TENSÕES DE LINHA NAS LIGAÇÕES
∆ − ΥΖ :
0
LIGAÇÃO ∆
0
LIGAÇÃO ΥΖ
VAB VAN
VA`B` 0
30 VB`C`
0
60
− 60
0

−90
0

0 150
0
VBC
180

VC`A`

VCA

OBS: ∆ → ΥΖ
AUMENTA O MÓDULO DA TENSÃO EM 3.
ADIANTA OU ATRASA A TENSÃO DE LINHA EM 30o

2.6 - POTÊNCIA 3Ø:

S → Potência Aparente (dado do equipamento – fabricante)


P → Potência Ativa → aquela que realiza trabalho.
Q → Potência Reativa → perdas no sistema.
FP → Fator de Potência → definido pela defasagem angular entre tensão e corrente =
COS Ø.

- CARACTERÍSTICA DA CARGA:

CARGA
“I” EM RELAÇÃO À “V”
O
RESISTIVO 0
INDUTIVO ATRASADA DE 90O
CAPACITIVO ADIANTADA DE 90O
RESISTIVO + INDUTIVO -90O < φ < 0O
RESISTIVO + CAPACITIVO 0O < φ < 90O

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 36


- TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS:

α
S CAP
Q
Q
IND S

α
P

ONDE: s 30
= V * I * 3 (V.A)

P30 = V * I * 3 * COSα (W)


Q = V * I * 3 * SENα (VAR)
30

- REPRESENTAÇÃO DE POTÊNCIAS EM UM SISTEMA:

Q "+" =" →" ⇒ SAINDO


II Q→ P→ I "−" =" ←" ⇒ ENTRANDO
CA

P← Q→
PA
CI
TI
VO

-P P
O
V
TI
U
D
IN

P← P→
Q← Q←
III IV
-Q

INDUTIVO: CAPACITIVO:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 37


I IV
P

α
S
Q Q

α
S

II III
P

α S
Q
Q

α
S

- FATOR DE POTÊNCIA (COS α ):

COS Ø = FP = P / S

EXERCÍCIOS

1) Dado o circuito abaixo:

Dados:

v = Vmax cos (5t+80°)(v)


R= 3
L=0,9H
C=0,4F
XL=JWL
XC= 1/ JWC
v = Vmax cos (wt+Ө°)(v)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 38


Determinar:

a) R, XL e XC.

b) I (domínio da freqüência)

c) VR, VL, VC (domínio da freqüência)

d) Diagrama de fatores de VR, VL, VC e I

2) Dado o circuito abaixo:

Onde:

V= 1000:10°(N)

Z1 = 5Ώ

Z2 =15 < 90O Ώ

Z3 =15 < -90O Ώ

Determinar:

a) Zeq
b) I
c) V1, V2 e V3

3) Seja um circuito cone potência S=100 KVA e FP=0,75 (indutiva com V=500(v) e
f=60 (Hz)

Deterrninar:

a) O triangulo de potências (S, P, Q e FP)


b) O valor de Qc para FP= 0,95 (indutivo)
c) O valor de capacitor associado

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 39


Onde:

1) Dado o triângulo de potências abaixo:

Onde:
S=50 kVA
QL=20 kvar

Determinar:

a) cosØ°
b) FP
c) P(kW)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 40


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 41


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 42


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 43


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 44


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 45


FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE
PROTEÇÃO

3 – FUNDAMENTOS DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

3.1 – ZONA DE PROTEÇÃO

É o trecho de uma rede de distribuição protegido por um equipamento de proteção.

A zona de proteção é determinada em função do tipo do equipamento de proteção.

Cada equipamento de proteção tem sua característica e finalidade especifica no


sistema elétrico de distribuição.

Os equipamentos de proteção são passíveis de falhas e/ou omissão de atuação, assim,


ao se definir a zona de proteção dos respectivos equipamentos de proteção, é conveniente
prever proteção de retaguarda, no mínimo, para o primeiro equipamento instalado a jusante
dele.

Assim, com a zona de proteção estabelecida, será possível estabelecer os ajustes dos
equipamentos de proteção.

Nota: Observe que a finalidade e a característica dos religadores são de proteger o


sistema e evitar a queima desnecessária dos fusíveis, quando da ocorrência de defeitos
transitórios. Portanto, é importante que ao se definir a zona de proteção para um religador,
é importante que esta cubra todo sistema a jusante dele.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 46


3.2 – SENSIBILIDADE

Comumente a sensibilidade do equipamento de proteção está aliado a um fator de


segurança que varia em função do grau de confiabilidade dos dados necessários para os
cálculos de curto-circuito, bem como o grau de confiabilidade do equipamento de proteção
em estudo.

De forma geral podemos definir sensibilidade como: É a capacidade que um


equipamento de proteção tem de interromper o circuito em condições de curto-circuito de
valores mínimos no final do trecho considerado zona de proteção, e ao mesmo tempo de se
manter fechado com a circulação da máxima corrente da carga do circuito.

Dizemos que o equipamento de proteção tem sensibilidade quando a relação corrente


de curto-circuito (menor do trecho) e corrente de ajuste dor maior que 1 (um).

EXEMPLO:

Considerando o religador temos:

• Zona de proteção: todo o circuito, ou seja, abrangendo os pontos 1, 2, 3, 4 e 5.


• Sensibilidade da unidade de fase:

Iccφφ
>1
k .I .ajφ

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 47


Onde:

- Iccφφ é o menor do valor da corrente de curto-circuito fase-fase encontrado nos


pontos 1, 2, 3, 4 e 5.
- k .I .ajφ é o valor da corrente de disparo de fase do religador.

• Sensibilidade da unidade de terra:

Iccφt
>1
k .I .ajneutro

Onde:

- Iccφt é o menor do valor da corrente de curto-circuito fase-terra encontrado nos pontos 1,


2, 3, 4 e 5.

- k .I .ajneutro é o valor de corrente de disparo de terra do religador.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 48


3.3 – SELETIVIDADE

É a condição que se dá ao equipamento de proteção de interromper e manter isolado


o menor trecho defeituoso do sistema, provocado por qualquer tipo de falta (transitória ou
permanente) sem interromper o fornecimento dos clientes instalados à montante dele.

EXEMPLO:

Na ocorrência de um defeito no trecho protegido pelo fusível, este antecipa a


atuação, interrompendo o consumidor C, e isolando o trecho defeituoso.

Nesta condição, não haverá interrupção no sistema a montante da chave fusível,


mantendo assim, a continuidade no fornecimento nesta parte do sistema.

É importante observar que esta operação ocorrerá sempre independentemente do tipo


de falta no trecho protegido pelo fusível, quer seja permanente ou transitória.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 49


3.4 – COORDENAÇÃO

É a condição que se dá a dois ou mais equipamentos de proteção operarem numa


determinada seqüência de operação, previamente definida, quando em condição de falta no
sistema.

Regra básica de Coordenação

• Para faltas permanentes: o sistema de proteção deverá isolar o menor trecho possível
do sistema.

• Para faltas transitórias: o sistema de proteção deverá eliminar a falta, em qualquer


parte do sistema de distribuição, no menor tempo possível e proporcionar um esquema de
religamento assegurando a continuidade do fornecimento de energia.

EXEMPLO:

Suponha a ocorrência de uma falta permanente no trecho protegido pelo fusível,


conforme indicado na figura, e que o religador R1 está justado para operar na freqüência
2(R1) + 2(L1) e o religador R2 está ajustado para operar na seqüência 1(R2) + 3(L2).

Observe a sequencia de aberturas e religamentos que o sistema de proteção fará até a


eliminação da falta:

1º - Primeira abertura do R1, pela atuação da curva rápida;

2º - Primeiro religamento de R1;

3º - Segunda abertura de R1, pela atuação da curva rápida;

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 50


4º - Segundo religamento do R1;

5º - Primeira atuação de R2, pela atuação de curva rápida;

6º - Primeiro religamento de R2;

7º - Fusão de F1 e eliminação do defeito.

Conseqüentemente, nesta seqüência de operações que os consumidores A, B, C


também sofrerão desligamentos da ordem de poucos segundos, enquanto o consumidor D
sofrerá interrupção de longa duração alguns minutos ou horas.

Agora suponha a ocorrência de uma falta transitória no mesmo ponto e nas mesmas
condições de ajustes considerado anteriormente.

Nesta condição, todos clientes A, B, C e D sentirão apenas um desligamento


ocasionado pela atuação da curva rápida de R1 seguido de um religamento automático e
nada mais. Para este tipo de defeito, a coordenação de proteção promove maior continuidade
no fornecimento de energia para o cliente D, evitando a queima desnecessária do fusível que
protege o trecho defeituoso.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 51


3.5 – CARACTERÍSTICA TEMPO X CORRENTE

Representa a resposta do equipamento de proteção para qualquer valor de ajuste, em


função da corrente de curto-circuito do sistema.

As características Tempo x Corrente, também chamadas curvas de tempo podem ser


apresentadas de três maneiras: Tempo x Corrente, Tempo x Múltiplo da corrente de ajuste e
Porcentagem da corrente de ajuste.

Em geral, as características dos equipamentos de proteção são apresentadas pelas


formas Tempo x Múltiplo ou Porcentagem da corrente de ajuste, porque permitem
apresentar apenas uma curva para qualquer valor de ajuste.

3.6 – COORDENOGRAMA (ESTUDO DE COORDENAÇÃO)

É o gráfico que ilustra a coordenação e/ou a seletividade dos equipamentos de


proteção e poderá ser obtido em forma computacional ou manual. É construído através do
uso correto das características Tempo x Corrente dos diversos equipamentos de proteção
fornecidos pelos respectivos fabricantes.

Da forma manual existem alguns métodos como: ponto a ponto, gabarito e


sobreposição de curvas.

O método de sobreposição de curvas é o mais rápido, eficiente e prático, porém exige


que as características Tempo x Corrente dos equipamentos a serem utilizados estejam numa
mesma escala.

EXEMPLO:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 52


Neste capitulo tem como principal objetivo a orientação para a execução de um
estudo de proteção, de tal forma que se consiga melhor desempenho dos equipamentos de
proteção oferecendo ao cliente, qualidade e continuidade no fornecimento de energia
elétrica.

É sabido que muitos circuitos de distribuição aérea, que utilizam disjuntoes com
relés, religadores e fusíveis apresentam sérios problemas quanto a continuidade do
fornecimento onde qualquer defeito de origem transitória pode causar transtornos para o
pessoal responsável pela operação do sistema, como também provocar interrupções de
alguns minutos ou algumas horas para diversos clientes.

Os defeitos que ocorrem num sistema de distribuição aéreo se apresentam de


diversas maneiras, como por exemplo: contatos de galhos de árvores, descargas
atmosféricas, vandalismo, animais em contato com a rede elétrica, abalroamento, ruptura de
cabos, objetos lançados em equipamentos e na rede elétrica.
Estes defeitos acontecem independentemente do dia, hora, causando muitas vezes
transtornos tanto para os clientes como também para os operadores do sistema de
distribuição.

Esta variedade de defeitos podem ser classificados segundo sua origem, ou seja:

Defeito de origem transitória: é aquele que auto se extingue ou se extinguem com a


atuação da proteção sucedido de um religamento com sucesso, não havendo assim a
necessidade de reparos imediatos no sistema. Estatísticas mostram que a grande maioria dos
defeitos são de origem transitória.

Defeito de origem permanente: é aquele que provoca interrupções prolongadas


e exige reparos imediatos para a recomposição do sistema.

Portanto, os equipamentos de proteção devem ser dimensionados de tal forma que


protejam o sistema em condições de defeitos e, também, que promovam a continuidade e a
qualidade do fornecimento aos clientes em geral.

Antes de elaborar um estudo de proteção é necessário ter em mente qual filosofia é


mais adequada: sistema seletivo, sistema coordenado ou sistema combinado e para isso
também é necessário ter em mãos algumas informações sobre o sistema a ser estudado, tais
como:

• Topografia do sistema;

• Níveis isocerâunicos que o sistema está sujeito;

• Tipo de vegetação, principalmente aquelas que podem tocar no sistema;

• Classe predominante do cliente: residencial, comercial, industrial, rural;

• Tipo de atividade e/ou processo de fabricação dos clientes industriais que necessitam
de especial atenção;

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 53


• Disponibilidade de equipamentos, onde estão locados os responsáveis pela operação
do sistema;

• Equipamentos de proteção instalados no sistema;

• Trechos com maior probabilidade de defeitos.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 54


3.7 – SISTEMA SELETIVO

Esta filosofia tem como característica principal o tempo de espera para recomposição
do sistema que pode ser alguns minutos, como até mesmo algumas horas, dependendo da
disponibilidade do pessoal de operação.

Por outro lado, pode-se dizer que em caso de defeito no sistema, sofreram interrupção
prolongada somente aqueles clientes instalados à jusante do equipamento de proteção, mais
próximo do defeito, responsável para eliminar este defeito. Os demais consumidores
instalados à montante desde equipamento de proteção não sofrerão interrupção.

Isto acontecerá para qualquer tipo de defeito, quer seja de origem transitória ou de
origem permanente.

Esta filosofia é típica dos sistemas de proteção nos circuitos alimentadores providos
com relés de sobrecorrente, ou com religadores com operação rápida (instantânea) bloqueada.

Características do sistema seletivo:

• As interrupções em geral são de longa duração (alguns minutos ou horas);

• Os consumidores em geral reclama da demora no atendimento;

• Indicam os trechos que necessitam de manutenção;

• Necessita de maior número de pessoas para operar o sistema, para que a qualidade do
atendimento não seja prejudicada;

• Maior custo operacional.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 55


3.8 – SISTEMA COORDENADO

Esta filosofia de proteção consistem em promover a continuidade no fornecimento.

É baseada nas regras básicas de coordenação.

No sistema coordenado observa-se que a grande maioria das reclamações são devido a
quantidade de desligamentos de curta duração. Este tempo depende do tempo de religamento
que está ajustado o equipamento de proteção do respectivo circuito.

Portanto, para se adotar esta filosofia, é necessário que o sistema de proteção seja
provido de religadores automáticos, quer seja instalados em subestações nos circuitos
alimentadores e/ou em poste ao longo do circuito, ou com disjuntores e relés providos de
sistema de operações rápidas e religamentos.
Característica do sistema coordenado:

• As interrupções em geral são de curta duração (alguns segundos);

• Os consumidores em geral reclamam do número de interrupções;

• Indicam os trechos que necessitam de manutenção;

• Necessita de menor número de pessoal para operar o sistema, mantendo a qualidade do


atendimento;

• Menor custo operacional.

3.9 – SISTEMA COMBINADO

Esta filosofia consiste em aplicar a filosofia do sistema seletivo e a do sistema


coordenado do mesmo circuito de distribuição.

Para isso, é necessário a instalação de religador(es), em poste(s), ao longo do circuito


de distribuição em estudo.

Características do sistema combinado:

• Em parte do circuito as interrupções será longa duração e outra parte será de curta
duração.

• Podem ocorrer reclamações do número de desligamento ou de demora do atendimento.

• Há necessidade da adequação de quadro pessoal.

• Custo operacional equalizado com a qualidade exigida.

Assim, a característica principal desta filosofia é promover maior continuidade e qualidade do


fornecimento, principalmente aos clientes especiais.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 56


3.10 – CURVA DE TEMPO

Também chamado característica Tempo x Corrente é definida através do


coordenograma, em função da seletividade com os demais equipamentos de proteção.

Geralmente os relés de sobrecorrente apresentam curvas de tempo de característica


inversa, muito inversa, extremamente inversa e também tempo definido. A característica deve
ser definida de tal forma que seja compatível com as demais proteções do sistema.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 57


3.11 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

a) ELO FUSÍVEL

Elemento sensível a sobrecorrente que juntamente com a chave fusível interrompem o


circuito elétrico.

Os elos utilizados para proteção das redes aéreas primárias são do tipo “K” (rápidos),
cujas correntes nominais e curvas características encontram-se representadas na figura abaixo:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 58


b) RELIGADOR AUTOMÁTICO

Equipamento destinado a interromper e efetuar religamentos nos circuitos de distribuição


primária com característica de operação rápida e temporizada.

As operação podem ser combinadas nas seguintes seqüências:

A – uma rápida e três temporizadas

B – duas rápidas e duas temporizadas

C – três rápidas e uma temporizada

D – todas rápidas

E – todas temporizadas

F – outras seqüências são possíveis com o numero total de operações menor que quatro

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 59


As seqüências mais recomendadas são:

A – duas rápidas e duas temporizadas. (Bom para coordenação com elo fusível,
seccionalizador automático e seccionalizador automático/elo fusível em série se o seccionalizador
dispor de acessório restritor por corrente ou tensão).

B – uma rápida e três temporizadas. (Bom para coordenação com seccionalizador


automático/elo fusível em sérire, se o seccionalizador não dispor de acessório restritor por corrente
ou tensão).

C – em casos especiais pode ser usado outro tipo de graduação.

D – na tabela: encontram-se os tipos e características técnicas dos religadores utilizados pela


empresa.

Religadores automáticos Inom (A) Imin de interrup. (A) Capacidade


Tipo Nº de f Vnom (KNBI (k Câmara Bob. Sér Disp. Te Bob. Séri Disp. Ter
De

Interrupção
KF 3 14,4 110 Vácuo 100 70 200 70 6000
160 100 320 100
225 140 450 140
400X 200 560 200
R 3 14,4 100 Óleo 100 63,5 200 63,5 4000
160 110 320 110
225 154 450 154
RV 3 24,4 150 Óleo 50 63,5 100 63,5 6000
100 110 200 110
140 280
L 1 14,4 110 Óleo 100 - 200 - 4000
70 - 140
SEV 3 14,4 110 Vácuo - - - - 6000
ESV 3 24,0 150 Vácuo - - - - 12000

Tabela: Religadores automáticos usados na Eletropaulo.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 60


c) SECCIONALIZADOR AUTOMÁTICO

O seccionalizador automático é basicamente uma chave com capacidade de


fechamento e abertura em carga.

Atualmente na empresa existem os seguintes tipos de seccionalizadores:

• GH, monofásico, tensão 14,4 kV, com contatos imersos no óleo, controle hidráulico,
corrente nominal de 140 A, bobina série de 70 A e 100 A, corrente mínima de atuação 160%
da corrente nominal da bobina série.

• GN3, trifásico, tensão 14,4 kV, com contatos imersos no óleo, controle eletrônico,
corrente nominal de 200 A, com sensor de corrente para terra.

• GN3E, trifásico, tensão 24,9 kV, com contatos imersos no óleo, controle eletrônico,
corrente nominal de 200 A, com sensor de corrente para terra.

O número de contagens para bloqueio pode ser ajustado de 1 a 3.

Existem três condições importantes que são necessárias para perfeito funcionamento
dos seccionalizadores.

A – Os seccionalizadores só podem ser usados em série com um dispositivo


automático de religamento como retaguarda.

B – O dispositivo de retaguarda deve ser capaz de sentir as correntes mínimas de


defeito na zona de proteção dos seccionalizadores.

C – As correntes mínimas de defeito na zona de proteção dos seccionalizadores devem


ser superiores as correntes mínimas de atuação dos mesmos.

d) RELÉ DE SOBRECORRENTE

Os relés de sobrecorrente supervisionam as correntes elétricas dos circuitos,


comandando a abertura dos disjuntores quando a corrente ultrapassar um valor prefixado.

d.1) Relé de sobrecorrente instantâneo.

A operação desse relé se processa num intervalo de tempo muito curto.

b.2) Relé de sobrecorrente de tempo definido.

O tempo de atuação é ajustável e independente do valor da corrente.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 61


b.3) Relé de sobrecorrente de tempo inverso.
O tempo de operação é inversalmente proporcional ao valor da corrente. De acordo
com as

características de operação podem ser:


- Normalmente inverso (SI)
- Muito inverso (MI) “Usado na Eletropaulo”
- Extremamente inverso (EI).

Os relés ligados diretamente em sério no circuito, são chamados de relés diretos ou


primários. Quando são ligados através de transformadores de corrente, são chamados de relés
indiretos ou secundários.

Atualmente na empresa são acotados relés com uma unidade de atuação instantânea
(código 50) e uma unidade de atuação temporizada (código 51).
Quando sua função for detectar correntes de falta a terra, suas unidades de
sobrecorrente instantânea e temporizadas são designadas por 50N e 51N respectivamente.

e) RELÉ DE RELIGAMENTO

Os relés de religamento nos disjuntores possibilitam grande melhoria de continuidade


de serviços, uma vez que de acordo com dados estatísticos, 70% dos defeitos são temporários.

Normalmente utilizam-se dois religamentos. Há casos com um religamento. Este relé é


designado por (79).

f) DISJUNTOR

Disjuntor é um dispositivo de manobra e proteção dos circuitos comandados por relés.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 62


3.12 – LOCALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

A – Inicio de trechos extensos, onde o nível mínimo de curto-circuito seja insuficiente


para sensibilizar o dispositivo de proteção de retaguarda. (Religador ou Fusível).

B – Logo após cargas de grande importância, e cuja continuidade de serviço deva ser
elevada, caso o circuito a seguir seja extenso. (Religador, Seccionalizador ou Fusível).

C – Inicio de ramais que alimentem cargas classificadas como especiais ou de grande


importância. (Religador ou Seccionalizador).

D – Início de ramais de certa importância, que supram áreas sujeitas a alta incidência
de falhas temporárias. (Religador ou Seccionalizador).
E – Início de ramais ou sub-ramais com extensão superior a 150m, não classificáveis
nos critérios c e c. (Fusível).

F – Início de ramais ou sub-ramais com extensão inferior a 150m mas que estejam
sujeitos a alta incidência de faltas. (Fusíveis).

G – Meio de trechos extensos protegidos por religador no início. (Fusível).

H – Entrada primária com corrente nominal até 140 A (Fusível).

I – Estação transformadora. (Fusível).

J – Banco de capacitores. (Fusível)

Obs.: Evitar a instalação de equipamentos de proteção em troncos ou ramais interligáveis, a


não ser em casos enquadrados no item “a”.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 63


3.13 – CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO

3.13.1 – COLETA DE DADOS

a – Tensão nominal do sistema de transmissão e do sistema de distribuição (kV).

b – Potência de curto-circuito na barra de 138/88 kV. (Pcc30 MVA).

c – Dados do transformador que alimenta o circuito primário. Impedância (ZT),


Potência de base do fabricante, Tensão de base do fabricante e tipo de ligação dos
enrolamentos.

d – Impedância do transformador de aterramento, nos casos em que o aterramento do sistema


de distribuição é efetuado através de um transformador de aterramento.

e – Impedância de seqüência positiva e seqüência zero da linha dos pontos considerados.

f – Potência de base da Eletropaulo: 10 MVA.

EXEMPLO:

88 kV 13,2 kV
: } { 336,4 (4,2 kM) A 1/10 (0,35 kM) B
:---- } { - - -[ ] - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - . - - - - - - - - - - - - - - - - - -
: } { :
:
Trafo de 40/60,0 MVA

Zr (Impedância) = 41,94%
Pbase da impedância = 60,0 MVA
Vbase (Tap ligado) = 88/13,8 kV

Pcc30 na barra de 88 kV = 1583,0 MVA

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 64


3.13.2 – CÁLCULO DAS CORRENTES DE CURTO-CIRCUITO NO PONTO “B”

a – Z1 do sistema = Pbase da Eletropaulo = 10 MVA = j 0,0063


Pcc do sistema 1583,1 MVA

b– Z do trafo = j 0,4194 x 10 MVA x 13,8² = j 0,0764


60 MVA 13,8²

c – Z da linha:

Cabo 336,4

Z1 = 0,0110 + j 0,0214 (pu/kM)


Z0 = 0,0278 + j 0,0754 (pu/kM)

Cabo 1/0

Z1 = 0,0347 + j 0,0240 (pu/kM)


Z0 = 0,0583 + j 0,0990 (pu/kM)

Para 4,2 kM,

Z1 = 0,0462 + j 0,0898 pu
Z0 = 0,1167 + j 0,3166 pu

Para 0,35 kM.

Z1 = 0,0121 + j 0,0084 pu
Z0 = 0,0204 + j 0,0346 pu

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 65


3.13.3 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO TRIFÁSICA

- Z1 (total) =

Zs = 0 + j 0,0063
Z1T = 0 + j 0,0764
Z1L = 0,0462 + j 0,0898
Z1L = 0,0121 + j 0,0084
__________________________ ______________________

0,0583 + j 0,1809 = 0,0583² + 0,1809² = : 0,1900 : pu

- Icc30 = Ibase_____ = 437 A = 2300 A Ibase = Pbase (kVA)


: Z1 : (total) 0,1900 ____
V 3 x Vbase

3.13.4 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-FASE

- Icc20 = Icc30 x V 3
2

- Icc20 = Icc30 x 0,866 = 2300 x 0,866 = 1992 A

3.13.5 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA


MÁXIMO

- Z0 (total) =
Z0T = 0 + j 0,0764
Z0L = 0 + j 0,3166
Z0L = 0,0204 + j 0,0346
__________________________

Z0 = 0,1371 + j 0,4276 pu

- Icc0T = 3 x Ibase = ________3 x 437__________________


: 271 + Z0 : :2 x (0,0583 + j 0,1809+ + (0,1371 + j 0,4276)
________________
- Z’0 = 0,2537 + j 0,7894 = V 0,2537² + 0,7894² = : 0,8291 : pu

= 1311 A= 1581 A
: 0,8291 :

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 66


3.13.6 – CÁLCULO DA CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA
MÍNIMO

- Icc0Tmin = _____3 x Ibase____


Z’0 + 3 x Zdefeito

- Zdefeito = ___20____ = ___20_ = 1,147 pu


Zbase 17,424

- Zbase = __Vbase²_______
Pbase (MVA)

- Z’’0 = [0,2537 + (3 x 1,147)] + j 0,7894

Z’0 = 0,2537 + j 0,7894


+ 3,4410
__________________ __________________
Z’’0 = 3,6947 + j 0,7894 = V 3,6947² + 0,7894² = :3,7781 : pu

- Icc0Tmin = 1311 A = 346 A


:3,7781:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 67


3.14 – DIMENSIONAMENTO E GRADUAÇÃO

a) Determinação dos valores mínimos dos elos fusíveis.

Deve corresponder no mínimo a 150% da máxima corrente de cada medida ou


convenientemente avaliada no ponto de instalação.

b) Coordenação Relé x Fusível

Na permanência de curto-circuito e após o religamento automático, o elo fusível


deverá fundir-se antes da atuação dos elementos temporizados dos relés sobre o disjuntor.
Deverá existir uma diferença de 0,2 segundos para haver coordenação entre a curva de fusão
do elo fusível e as curvas temporizadas do relés.

Para manter a seletividade na operação para faltas fase e terra, devemos limitar a
capacidade dos elos ao máximo de 65K.

No entanto, caso não seja possível, podemos projetar elos com capacidade maiores
mantendo a coordenação apenas para faltas entre fases.

c) Coordenação Fusível x Fusível

Para que a coordenação entre os elos fusíveis seja satisfatória o tempo total de
interrupção do elo fusível protetor não deverá exceder 75% do tempo mínimo de fusão do elo
protegido.

d) Ramal que sai do Ponto

Elos mínimos de acordo com a corrente de carga:


Ponto: 2- 30K
Ponto: 3- 8K
Ponto: 5- 12K
- 6K
Ponto: 7- 6K

Considerando os valores máximos de curto-circuito nos trechos:

Ponto: 2- 100K }
Ponto: 3- 8K } Icc máx. 20 = 1701 A (ponto:5)
Ponto: 5- 50K } Imáx. De coordenação = 3500 A
- 6K }
Ponto: 7- 6K } Icc máx. 20 = 1420 A (ponto:7)
} Imáx. De coordenação = 1700 A

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 68


Entretanto para não resultar em necessidade de aumentar excessivamente a graduação
do relé de sobrecorrente de neutro além do estritamente necessário para coordenar com os
religadores do circuito, vamos limitar o valor do elo fusível do ponto: 2 para 65K.
Conseqüentemente, devemos rever a coordenação com o fusível do ponto: 5.
Ponto: 2- 65K }
Ponto: 3- 8K } Icc0T = 1280 A (ponto: 5)
Ponto: 5- 30K } Imáx. De coordenação = 1700 A
- 6K }

Ponto: 7- 6K } Icc0T = 1054 A (ponto: 7)


} Imáx. De coordenação = 1060 A

Vemos que continua havendo coordenação para curto-circuito 0Tmáx.

Os elos fusíveis de 6K e 8K dos pontos:3, 5 e 7 podem ser aumentados um pouco, sem


prejuízo da proteção e da coordenação, visando aumentar a margem de segurança para evitar
queimas no caso de haver aumento de carga nos trechos.

Os elos escolhidos passarão a ser: Ponto: 2- 65K


Ponto: 3- 10K
Ponto: 5- 30K
- 10K

Ponto: 7- 10K

Obs.: Os demais circuitos dos fusíveis do circuito primário são dimensionados


seguindo o mesmo critério.

As considerações acima são feitas visando principalmente a coordenação dos fusíveis


entre si e com os relés de sobrecorrente do circuito. Entretanto, quando do dimensionamento
de elos fusíveis dos ramais, se procurarmos obter a coordenação para valores teóricos das
correntes de curto-circuito 0T, resultam valores de elos do início dos ramais muito elevados,
principalmente quando há mais de dois elos fusíveis em série (no caso 65K).

Esse procedimento, embora satisfaça os requisitos para a coordenação, resulta em


maior risco no sentido de não haver queima de elo fusível quando houver queda de condutor
sobre o solo por rompimento. A corrente real de falta pode ser inferior ao valor calculado. Em
muitas ocasiões é preferível minimizar esse risco, usando elos de valores mais baixos
sacrificando um pouco a coordenação entre fusíveis. Para tal, procura-se essa coordenação
considerando apenas as correntes de curto-circuito fase-terra calculado com a impedância de
defeito de “20 Ohm).

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 69


Também, deve ser evitada a utilização de mais de dois fusíveis em série.

Considerando os valores de Icc0Tm, os elos fusíveis deverão ser o seguinte:

Ponto: 2- 20K (elo mínimo) }


Ponto: 3- 10K } Icc0Tm = 331 A (ponto:5)
Ponto: 5- 12K } Imáx. De coordenação = 1050 A
- 10K }

Ponto: 7- 6K } Icc0Tm = 317 A (ponto: 7)


} Imáx. De coordenação = 350 A

e) Religador automático (Ponto: 18)

Carga: 50 A |
| | 1 operação na curva “A”
| |
| fase <
| | 3 operações na curva “B”
Tipo: KF – 100ª < |
|
| | 1 operação na curva “1”
| |
| Terra< 3 operações na curva “6”
| |
| | dispôs. De disparo a terra = 70 A

Obs.: Esta graduação é necessária para haver coordenação entre religador


seccionalizador e fusível.

e.1) Verificação do nível máximo de curto-circuito:

- máx. de curto-circuito = Icc30 = 1950 A

- Não há problema tendo em vista que a capacidade de interrupção religador tipo KF-
100 A é de 6000 A.

e.2) Verificação do alcance da proteção do religador (zona de proteção)

- Ponto mais distante que não conta com a proteção de fusível:


(ponto: 21)
Icc20 = 1032 A > 200 A

Icc0T = 719 A |
| > 70 A
Icc0Tmin = 289 A |

Conclusão: Está protegendo todo o ramal.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 70


f) Seccionalizadores automáticos (Ponto: 19)

- carga: 25 A

- instalar seccionalizadores tipo: GH-70 A com 3 contagens de operações.

Verificação do nível máximo de curto-circuito:

Imáx.cc = 1547 A

A capacidade de condução de corrente do seccionalizador tipo GH

Com bobina série de 70 A : Com bobina de série de 100 A


:
momentânea: 6500 A : momentânea: 6500 A
duração de 1 seg.: 3000 A : duração de 1 seg.: 4000 A
duração de 10 seg.: 900 A : duração de 10 seg.: 1250 A

Conclusão: Está OK

g) Coordenação Religador X Fusível

g.1) Coordenação com os fusíveis no ponto: 19

- Elo fusível mínimo considerando a carga do ramal: 20K

- Verificação da coordenação com o religador

Icc Ponto 19 Ponto 24


30 1547 A -
20 1340 A 1065 A
0T 934 A 741 A
0Tm. 314 A 292 A

- Sendo o trecho considerado bifásico, vamos procurar verificar valores de curto-circuito “20”
e “0T”.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 71


- Da tabela de Coordenação Religador KF-100 A (1 “A” -3 “B”) x Fusível:

Icc 15K 20K 25K 30K 40K 50K 65K 80K


Mínimo (A) 70 85 110 140 180 240 400 750
Máximo (A) 170 230 300 400 600 900 1200 1600

- Notamos que não há elo fusível que possibilite obter coordenação para todos os
valores das correntes de curto-circuito.

- Se quisermos a coordenação para curto-circuito “20” (1340 A 1065 A), o elo a ser
escolhido seria de 80K. Para curto circuito “0T” máximo (934 A e 741 A), seria de 65K.

- Entretanto, a corrente de curto-circuito, principalmente entre fase-terra é menor que o


valor de curto-circuito máximo calculado devido a resistência de defeito.

Se for menor que o valor da corrente mínima de coordenação religador x fusível,


porém

maior que o da corrente mínima de disparo por corrente a terra do religador, haverá
desligamento do religado (com todas as 4 operações efetuadas) quando ocorrer uma falta
depois do fusível. Tendo em vista que o tipo de falta mais comum é fase-tera, vamos escolher
um elo fusível de maneira a obter coordenação para curto-circuito fase-terra com resistência
de defeito de 20 Ohm (314 A e 292 A nos pontos: 19 e 24 respectivamente).

Assim, o elo a ser escolhido é 30K, cuja faixa de coordenação com religador KF-100 A
(1 “A” -3 “B”) é de “140 A a 400 A”.

Obs.: os elos de 40K e 50K satisfazem as mesmas condições, mas optamos pelo elo
de 30K para reduzir o risco de desligamento indesejado do religador.

g.2) Coordenação com os elos fusíveis do Ponto: 22

Embora esses fusíveis estejam além do seccionalizador, é necessário que se verifique a


coordenação em relação ao religador, através de considerações análogas as do caso anterior,
escolhemos o elo de 25K (Icc0Tm = 293 A e 277 A nos pontos: 22 e 23, respectivamente).

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 72


h) Religador automático (Ponto: 25)

De modo geral, a instalação de religador ou de qualquer outro equipamento de


proteção no tronco de um circuito primário interligavel com outro circuito, através de chaves
faca (NA), deve ser evitado para não causar problemas com a flexibilidade para manobras de
emergência.

Dessa maneira, a proteção de todo o tronco ficaria a cargo do disjuntor do circuito, na


ETC.
Entretanto, examinando-se os valores de curto-circuito no final do tronco do circuito
exemplo (ponto: 38), constata-se que a proteção pelo disjuntor fica deficiente, considerando os
valores nos quais será graduados os relés de sobrecorrente.

Reservando uma certa margem de segurança para a atuação dos relés, alcance da
proteção do disjuntor chega até o ponto: 30, aproximadamente.

- carga = 50 A

|
| | 2 operações na curva “A”
| |
| fase <
Tipo: KF – 100ª < | 2 operações na curva “B”
| |
|
|
| | 2 operações na curva “1”
| |
| Terra< 2 operações na curva “6”
| |
| | Dispos. De disparo a terra = 70

A capacidade de interrupção e alcance está OK

Os elos fusíveis devem ser determinados considerando:

A – corrente de carga
B – coordenação religador x fusível
C – coordenação fusível x fusível

- Coordenação Religador x Fusível dos pontos: 30 e 31

Elos mínimos considerando a corrente de carga:


Ponto: 30 – 15K
Ponto: 31 – 8K

Para obter a coordenação religador x fusível do ponto: 30, vamos aumentar o valor de
15K para 30K.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 73


A coordenação entre fusíveis de 30K e 8K, é satisfatória .

Para conseguirmos a coordenação do fusível do ponto: 31 com o religador para


correntes de defeito de baixa intensidade, podemos aumentar o valor de 8K para 15K, o que
não irá comprometer a coordenação com o fusível de 30K do ponto: 30.

Os elos escolhidos são:


Ponto: 30 – 30K
Ponto: 31 – 15K

Obs.: normalmente é feito a coordenação, religador x fusível, com todos os elos


fusíveis existentes após o religador automático.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 74


i) Coordenação Relé x Religador (ponto: 18)

Relés: Fase: CO8 (1-12) DI (6-144)


Neutro: CO8 (0,5 – 2,5) (DI (2-48)

- TC: 120-1

i.1) Coordenação para curto-circuito fase-fase

- Relé de fase: Tap: 5ª (600 A no primário)


Curva inicialmente escolhida: 1 (Tempo de retorno do disco: 8 seg.)

- Religador:
KF – 100 A
Tempo de religamento: 2 seg.
Seqüência de operação: 1 “A” – 3 “B”

- Cálculos:

- Avanço do disco do relé durante a 1ª operação do religador (curva “A”).

Tempo de operação do religador na curva “A”


________________________________________________________
X 100%
Tempo de operação do relé

0,042 seg. X 100% = 6,4%


0,66 seg.

- Retorno do disco do relé enquanto o religador está aberto

Tempo de religamento
_________________________________________
X 100%
Tempo de retorno do disco do relé
2 seg X 100% 25%
8 seg

25% > 6,4% portanto o disco volta a posição inicial

- Avanço do disco durante a 2ª operação do religador (curva “B)

(Tempo de operação do religador na curva “B” = 0,16 seg.)

0,16 seg X 100% = 24,2%


0,66 seg

- Retorno do disco do relé: 25% > 24,2% , o disco volta a posição inicial.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 75


Como o disco volta a posição inicial após o intervalo de tempo em que o religador fica
aberto depois de cada operação temporizada, conclui-se que há coordenação. Não há
necessidade de prosseguir com os cálculos para as operações subseqüentes.

i.2) Coordenação para curto-circuito fase-terra

- Relé de neutro

Para evitar a operação do relé de neutro por desbalanço da carga no circuito primário,
o ajuste será:

Tap: 1,5 (180 A no primário)


Curva inicialmente escolhida: 2 (Tempo de retorno do disco = 16 seg.)

- Religador:
KF – 100 A
Tempo de religamento: 2 seg.
Seqüência de operações: 1 “1” e 3 “6”

- Avanço do disco de relé durante a 1ª operação do religado (curva “A” ou curva de


terra “1”)

Tempo de operação do religador na curva “A”


_________________________________________________________
X 100% =
Tempo de operação do relé

0,05 seg X 100% = 8,2%


0,61 seg

- Retorno do disco enquanto o religador está aberto

2 seg. X 100% = 12,5% > 8,2%


16 seg.

- O disco volta a posição inicial.

- Avanço do disco do relé durante a 2ª operação do religador (curva “B” ou curva de


Terra “6”)

Tempo de operação do religador na curva “B” = 0,24 seg.

0,24 seg X 100% = 39,3%


0,61 seg.

- Retorno do disco enquanto o religador está aberto = 12,5%

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 76


- Posição do disco após 2ª operação do religador: 39,3 – 12,5 = 26,8%

- Avanço do disco do relé durante a 3ª operação do religador (curva “B” ou curva de


Terra “6”) = 39,3%

- Retorno do disco enquanto o religador está aberto = 12,5%

- Posição do disco : 26,8 + 39,3 = 66,1


66,1 – 12,5 = 53,6%

- Avanço do disco do relé durante a 4ª operação do religador curva “B” ou curva de


Terra “6”) = 39,36%

- Posição do disco após a 4ª operação do religador: 53,6 + 39,3 = 92,9%

- Como 92,9% < 100%, o religador automático está coordenado com o relé de
sobrecorrente.

j) Coordenação Relé x Religador (Ponto: 25)

Icc30 = 1620 A
Icc0T = 943 A

- Religador automático tipo: KF – 100 A

- Seqüência de operações:

Fase: 2 operações na curva “A”


2 operações na curva “B”

Terra: 2 operações na curva “1”


2 operações na curva “6”

Dispositivo de disparo a terra = 70ª

- Através do mesmo processo de calculo, pode-se verificar se há coordenação entre


relé e religador.
Obs.: É conveniente verificar a coordenação Relé x Religador para correntes inferiores,
desde o curto circuito fase-terra máximo, até o curto circuito fase-terra mínimo no trecho.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 77


k) Coordenação Religador x Religador

k.1) Religador em série com bobina de capacidade nominal diferente.

- Poderá utilizar a mesma seqüência de operações. Porém deve observar se há


diferença de 0,2 segundos entre os tempos de operação dos religadores. Caso contrário a
coordenação é obtida adotando-se para o religador protegido, número total de operações
superior ao do religador protetor.

k.2) Religador em série com bobina de mesma capacidade nominal

- Haverá coordenação, utilizando-se seqüência de operações e curvas de atuação


retardadas diferentes.
Como deve-se evitar o ajuste na curva retardada “C”, a melhor maneira de
coordenação,é adotando-se para o religador protegido número total de operações superior ao
do religador protetor.

k.3) O tempo da proteção de terro do religador protetor deverá ser mais rápido que o
do religador protegido.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 78


3.15 – GRADUAÇÃO DOS ELEMENTOS INSTANTÂNEOS DO RELÉS DE
SOBRECORRENTE

Para evitar operações desnecessárias do disjuntor para defeitos além dos religadores
automáticos, vamos ajustar os elementos instantâneos para não atuar com faltas além do
religador do ponto: 18.

A – Instantâneo de fase:

Icc30 = 1950 A

TC = 120/1

I de ajuste = Icc30 = 1950 = 16,25 A


RTC 120

Ajuste = 17 A (2040 A no primário)

B – Instantâneo neutro:

Icc0Tmax. = 1192 A

TC = 120/1

I de ajuste = Icc0Tmax. = 1192 A = 9,93 A


RTC 120

Ajuste = 10 A (1200 A no primário)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 79


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 80


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 81


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 82


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 83


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 84


CONCEITOS BÁSICOS DE CURTO
CIRCUITO

1) Tipos:

• Monofásico: Corresponde a uma falta a terra ou neutro aterrada

• Bifásico: Corresponde a uma falta envolvendo 2 fases de um sistema polifásico

• Bifásico – Terra: Corresponde a uma falta envolvendo 2 fases com terra ou neutro
aterrado de um sistema polifásico

• Trifásico: Corresponde a uma falta envolvendo 3 fases de um sistema polifásico

• Evolutivos: Para situações em que a falta evolui de um tipo de curto – circuito para
outro, devido a incidência de forças eletromagnética (esforços físicos sobre os
condutores)

Ex: Curta fazer terra que evolui para bifásico – terra

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 85


2) Natureza:
• Transitórios: Representados pelas faltas auto extinguíveis (Ex: Galhos de árvores)
• Permanentes: Representados pelas faltas na rede dos equipamentos que incide na
“falha funcional”. (Ex: Queda de torre)

3) Características das falta:

• Falta equilibrada: É a falta que produz alta magnitude das correntes, porém de forma
equilibrada
Falta Trifásica
• Falta desequilibrada: É a falta que produz alta magnitude das correntes de forma
desequilibrada
Falta monofásica
Falta bifásica
Falta bifásica – terra

4) Intensidade das Faltas:

3R* → 3 vezes a resistência de contato (10Ω, 20Ω......)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 86


5) Grandezas em PU: Por Unidade

• Tensão
• Corrente
• Potência
• Impedância

Em sistema trifásico:

Grandeza em PU =

Ex: Um sistema de potência 3Ø, possui Sb = 100 MVA e Vb = 230 Kv

-Corrente de base :

-Impedância de base:

-Corrente de 502,04 [A] em pu:

-Impedância Z= 264,5 + j 1058 em pu

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 87


-Mudança de base da impedância

Exemplo: A placa de um gerador síncrono representa os seguintes dados: 50 MVA, 13,08 kv e


x=20%. Calcular a potência da máquina em pv referida as novas bases: 100 MVA e 13,2 kv

Dados

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 88


Exercícios:

1) Um sistema de potência 30 possui as seguintes características:

Sb = 200 MVA

Vb = 138 KV

Determinar:

a) Corrente de base

b) Tensão de base

c) Impedância de base

d) Corrente em PU para I = 132,50 (A)

e) Tensão em PU para V = 144 (kV)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 89


b) Componentes simétricos: Teorema de Fortescue (1918)
Em um sistema de “n” fatores desequilibrados pode ser composto em “n” sistemas de fatores
equilibrados, denominadas componentes simétricas dos fatores originais.

- Expressão analítica do teorema de Fortescue

A→ Sistema Trifásico desequilibrado


B→Sistema Trifásico equilibrado de sequência zero
C→ Sistema Trifásico equilibrado de sequência positiva
D→ Sistema Trifásico equilibrado de sequência negativa

Tratando-se de um sistema trifásico tipo:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 90


Onde x em operador matemático = 1

Portanto, representamos vetorialmente em sistema desequilibrado da seguinte forma:

Ou representando as componentes de seqüência em relação ao sistema trifásico


desbalanceado, fica:

Portanto, na representação matricial:

Entre é um operador matemático =

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 91


Teorema de Fortescue em termos de corrente:

Ou em relação as componentes de seqüência:

Comportamento das impedâncias de seqüência em relação dos tipos de curto-circuito:

= Seqüência positiva

= Seqüência negativa

= Seqüência Zero

Vamos considerar um sistema abaixo e representar os componentes de seqüência das


impedâncias (reatâncias), para analise dos seguintes tipos de corrente de falta:

-Falta trifásica

-Falta monofásica

-Falta bifásica-terra

-Falta bifásica

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 92


-Falta Trifásica

-Falta Bifásica

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 93


Observar que para a falta trifásica, utilizamos apenas as reatâncias de seqüência positiva, pois
trata-se de uma falta equilibrada. Para a falta bifásica, utilizamos as reatância de seqüência
positiva e negativa por tratar-se de uma falta desequilibrada.

-Falta fase-terra

 
 
-Falta dupla fase-terra

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 94


EXERCÍCIOS:

1) Seja o circuito abaixo:

Dados:

= 00 (barra infinita)
= 0,004 Ω
= 0,32 j Ω
= 0,01 Ω
= 0,17 j Ω
= 100 MVA
= 138 KV
= 10 Ω

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 95


Determinar:

a) A corrente de base do sistema


b) A impedância de base do sistema
c) Icc 3Ø
d) Icc 2Ø
e) Icc ØT

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 96


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 97


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 98


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 99


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 100


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 101


FILOSOFIA DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS
ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

5.1– PROTEÇÃO DE CIRCUITOS:

5.1.1- CONCEITO BÁSICO:


Os circuitos alimentadores do sistema de distribuição utilizam-se de relés de proteção
eletromecânicas convencionais, na sua maioria. Para defeitos na rede caracterizados como
curto-circuito do tipo:
- fase terra
- bifásico
- bifásico-terra
- trifásico
ou ainda sobrecargas, utiliza-se relés de proteção para sobrecorrente com as funções 50/51 e
50/51 N, das quais os mais utilizados são os relés das famílias do: CO-8, CDE e IAC.

5.1.2- FUNCIONALIDADES:
A filosofia de proteção dos circuitos alimentadores permite assegurar o desligamento do
disjuntor do alimentador para qualquer tipo de falta (curto-circuito) persistente na rede,
operando os relés de proteção 50/51 e 50/51 N , dependendo da natureza, intensidade e fase(s)
envolvida(s) na falta, desarmando através de comando direto, o disjuntor do alimentador.

Em virtude das redes primárias aéreas estarem suscetíveis a “faltas transitórias”, associa-se ao
comando do disjuntor um relé de religamento automático (RRA) na tentativa de
reestabelecimento do alimentador da seguinte forma:

1º religamento → 1,0 segundo.


2º religamento → 25,0 segundos.
3º religamento → 35,0 segundos.

Caso o 3º religamento seja mal-sucedido, isto é, falta permanente, o disjuntor do alimentador


permanece desligado, auto-bloqueado com emissão de alarme.
• RRA mais utilizados: RC – RCSE – DRC – DRS – NLR – SLR – VAR – RAI – ACR.

OBS: Na partida de relé (79) (BRA), há o bloqueio de todos os elementos (50), oara permitir
coordenação de proteção com as religadoras e fusíveis da rede de distribuição.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 102


5.1.3- REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMA UNIFILAR:

52 79 52 50
51

50
51N

ALIM # 1 ALIM # 2
Ad
*
OU

79 52

52
50
51N

50
ALIM # 1 ALIM # 2 51

Ad
*

• Nota: Normalmente os amperímetros de medição ficam ligados em série com os reles


de proteção.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 103


5.1.4- REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMA TRIFILAR:

CIRC. 13,8 KV

S1 S1 S1

∈∈ ∈
3TC
300/600-5A

CIRC. 13,8 KV CIRC. 13,8 KV S3 S3 S3


(LIG. IGUAIS AO C5) (LIG. IGUAIS AO C5)

CDG
9

5 0 /5 1 -N
S1 S1 S1

CDG
CDG
10
9 9

5 0 /5 1 -
3TC`S

Vm
7

5 0 /5 1 -A z

CAG
1200/2000-5A

50N B1
S3 S3 S3
10 10

C7 C6 C5
19 CUB.5 18 CUB.6 17 CUB.7 4 6 8 10 12 14 16 18
1250A 1250A 1250A FT-1
X X X X
CORRENT.
3 5 7 9 11 13 15 17
Vm

Br

Az

N
1 1 1 1
AMP.
DEMANDA
2 2 2 2

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 104


5.1.5- ESQUEMA FUNCIONAL DE COMANDO E PROTEÇÃO:

+ X COMANDO DO LIGAR E SINALIZAR XX PARTIDA RRA X X COMANDO DESLIGAR E SINALIZAÇÃO X

CM CM CM 50 50 50 51 51 51
L 79 DL D AZ NE VM AZ NE VM

CBR
BLOQ CBR
E SERV V

52
b

52 BL 79 52 BD
52
52 a 52
b a

* PARTIDA DE RELÉ DE DESLIGAMENTO AUTOMÁTICO (R.R.A.)

CM
DL

CBR
SERV

52
b

79

ƒ IMPORTANTE: O esquema funcional de comando apresentado no item E, é baseado


nos esquemas originais de fabricação. Após a implantação do projeto SCADA (Supervisory
Control and Data Aquisition), houve alteração nos esquemas originais em função da
instalação de “Kits de comando”, apropriando as instalações para serem telecomandadas.
Os esquemas a seguir mostram os pontos modificados e a funcionalidade do novo comando
dos disjuntores alimentadores.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 105


ESQUEMA FUNCIONAL DO KIT DE TELECOMANDO – LIGAR / DESLIGAR

CBTL LIGAR DEPOIS DE LIGAR DESLIGAR


SERV DEPOIS DE DESLIGAR
CBTL
BLOQ

TL BT R1 BT TL
L L L L D
CBTL- CHAVE DE BLOQUEIO DE TELECOMANDO

BT- BOLVEIRAS DE COMANDO

R1- RELÉ DE LIGAR - L

R2- RELÉ DE DESLIGAR - D


R3- RELÉ QUE REPRESENTA:
-DEPOIS DE LIGAR - DL
-DEPOIS DE DESLIGAR - DD
-DEPOIS DE DESLIGAR - DD
- BOTUEIRAS

- BOBINAS DE RELÉS

- CONTRATOS DE RELÉS
R2
R3
D
DL DD

R2 R1
D L
-

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 106


COMANDO DO “KIT” NO DISJUNTOR DE CIRCUITO: LIGAR / DESLIGAR

CBTL LIGAR DEPOIS DE LIGADO DESLIGAR


SERV DEPOIS DE DESLIGADO
CBTL
BLOQ

+
TL BT R1 BT TL
L L L L D

VDC

R2
R3
D
DL DD

R2 R1
D L
-

LIGAR DESLIGAR

+
R1 RL R2 RL
L D

E
V

VDC

52 BL 52 BD

b a b
-

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 107


COMANDO DO “KIT” NO DISJUNTOR DE CIRCUITO: LIGAR / DESLIGAR /
RELIGAMENTO AUTOMÁTICO.

CBTL LIGAR DEPOIS DE LIGAR DESLIGAR DESLIGAMENTO AUTOMÁTICO


SERV DEPOIS DE DESLIGAR

CBTL
BLOQ

TL
BT R1 BT TL RA
TL RA/ S
TL
L L L D
L RA / B BLOQ SERV
RA R4
BLOQ
R3
KIT

RA
VDC R4 RA
BLOQ
SERV
R1 R2 A B
L D

R4 R4
R2 R1
- D L

LIGAR DESLIGAR

+
CO M A ND O DO D ISJU NTOR

R1 RL R2 RL 79
79 + RA
L R4 D
SERV
R3 DL E V RA A
AUTO-
VDC 52 b BLOQUEIO

79

52 BL - 52 BD

RA
BLOQ
a b b
- b

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 108


5.2 – PROTEÇÃO DE BANCO DE CAPACITORES (BCA)

5.2.1 – BANCO DE CAPACITORES DE 88 KV E 13,8 KV

a) Introdução: O emprego de banco de capacitores em LTA (linha de transmissão aérea) tem


a finalidade da “compensação de reativos indutivos na LTA”, conseqüentemente diminuindo o
carregamento e adequando os níveis de tensão, para melhor performance operativa e redução
de perdas técnicas.

b) Dimensionamento: BCA 88 KV e 13,8 KV


Considerando o exemplo:

S1
Q1l onde arc cos α 1 = 0,7 = FP1
α1
P1
deseja-se FP2 = 0,95 logo arc cos α 2 = 0,95 então α 2∠α1

S1

α2
Q2l se Q1 = S1 ∗ senα 1
e onde S1 = S2
Q 2 = S 2 ∗ senα 2
Q1c
P2
então Q 2 < Q1 ⇔ α 2 < α1 logo P2 > P1

Ferramentas:
S = P2 + Q2
P = S ∗ cos α
Q = S ∗ senα
2

Qc = V
2
onde= reativo capacitivo.
V
XC
1
XC = ,onde S = V.A , P = W, Q = Var, f = Hz, C= F.
2πfC

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 109


c) Funcionalidades:

C1 – Comando automático de ligar: O comando automático de ligar os BCA`S de 88 Kv é


realizado através de um relé (tipo relojoaria) instalado no esquema de comando dos
disjuntores. A característica básica desses relés é comandar o acionamento da bobina de ligar
do disjuntor através de um contato do próprio rele ou contato de rele auxiliar determinado pelo
horário da entrada de serviço do BCA. Os horários de entrada de serviço dos BCA`S são
ajustados em função do perfil de carga do circuito ou LTA, isto é, no período diário onde há
maior presença de reativos, determinados pelo cos.

C2 – Comando automático de desligar: O comando automático de desligar os BCA`S é


realizado pelo mesmo relé (tipo relojoaria) considerado como relé principal, que é ajustado,
também, para um horário pré-definido de desligar o disjuntor do BCA, normalmente realizado
por relés auxiliares. A retirada de operação das BCA`S, também está relacionada ao perfil de
carga do circuito ou LTA.

Relé Principal : WSH-12 e WSHG-12


Relé Auxiliar: SG

Uma segunda maneira de acionamento automático de desligar o disjuntor do BCA é através


dos relés de proteção contra sobre-correntes. Em caso de faltas internas ao trecho protegido, o
acionamento do(s) relé(s) provocam desarme de uma chave de bloqueio (CR ou 86-BCA) que
comanda, como função principal, o desligamento do disjuntor de BCA. No caso dos BCA`S
de 13,8 Kv, em função de estarem ligados eletricamente ao barramento de MT, adotou-se mais
um grupo de relés de proteção que atuam como proteção retaguarda . Outra grandeza
supervisionada no grupo de relés de proteção dos BCA`S é a sobre-tensão, através de um relé
(59) que atua também nas chaves de bloqueio (CR-BCA ou 86-BCA`S).

C3 – Relés mais utilizados nos BCA`S de 13,8 Kv e 88 Kv:


- Comando de ligar e desligar
Relé principal ( relojoaria) – WSH-12 ou WSHG-12
Relé auxiliar – SG
- Proteção
Sobre-corrente – CDE*IAC*CO-11
Sobre-tensão – VRE

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 110


5.2.2 - REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA UNIFILAR DE BCA – 88 KV

LTA # 1

LTA # 2
51 50 51n

3
A
PK-2
86-BCA

WSH
52 86-BCA
12

comando
automático
banco de
capacitores
(MVar)
S1n
PK-2

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 111


5.2.3 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA TRIFILAR DE BCA – 88 KV
LTA # 1 LTA # 2

AZ
BR
VM

AZ 51/AZ

51/BR

VM 51/VM
3 TC`S
PROTEÇÃOY NE 51/NE

50

PK-2
AMP/AZ

AMP/BR

AMP/VM
3 TC`S
MEDIÇÃO Y

Hz Hz Hz

52
BANCO DE
CAPACITOR
ES (MVar) PK-2
51/N
1 TC
PROTEÇÃO

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 112


5.2.4 – REPRESENTAÇÃO DO COMANDO AUTOMÁTICO DO DISJUNTOR PELO
WSH-12
ALIMENTAÇÃO BLOQ. COM. AUT. COM. AUT. LIGAR COM. AUT. DESLIGAR

DESL.
DT

LIG.

M WSH-12

AUX AUX
LIGA DESLIGA

CM
DL 52 DISJUNTOR 52
b a
CS
AUT

5.2.5 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA DE PROTEÇÃO DO BCA – 88 KV

CHAVE RELÉ SOBREC. TEMPORIZADO SOBREC. INSTANTÂNEO SOBREC. TEMP.

+
51 51 51 51 50 50 50 51
AZ BR VM NE AZ NE VM (BCA)
NE

VDC

86
BCA

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 113


5.2.6 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA DE COMANDO E PROTEÇÃO – BCA 88
KV

ALIMENT. DISJ.DESLIG. COM.AUT.BLOQ. LIGAR MANUAL LIGAR AUTOM. AUTOM. SERV. DESLIG.MANUAL PROTEÇÃO DESL. AUTOM. DISJ. LIG.
+

CS CM CM CM CM 86 CM
CM
DD MANUAL L DL DL D BCA DL
CS CS CS
AUT AUT AUT
E
AUX AUX
V CS
LIGA DESL.
MANUAL
VDC

86
AM
BCA

BL 52 BD 52
BR
52
52 52
b
b a

5.2.7 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA UNIFILAR DE BCA – 13,8 KV

TRAFO

86-BARRA
BARRA DE MT
7
86-BARRA

86-BARRA

86-BARRA

86-BARRA

86-BARRA

86-BARRA
86-BCA

W SH 13 14 15 16
3 12 9

3
50
51
86-BCA
50
BCA 51N

3
51 86-BARRA
3
(CUB.SEC)
A

59
3
NOTA: 50/51 E 50/ ATUAM NA 86-BCA (PROTEÇÃO PRINCIPAL DO BCA)
51N

3
51 ATUAM NA 86-BARRA (PROTEÇÃO RETAGUARDA DO BCA)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 114


5.2.8 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMA TRIFILAR DE BCA – 13,8 KV
TRAFO

AZ
BR 52
VM

52
P1
S1

PK-2
50/51 51 AMP
59

50/51 51 AMP

50/51 51 AMP
3 TC`S
PROTEÇÃO 50/51N

BANCO DE
CAPACITOR
ES (MVar)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 115


5.2.9 – REPRESENTAÇÃO DO COMANDO AUTOMÁTICO DO DISJUNTOR PELO
WSH - 12

DESL.
DT

LIG.

VCA M WSH-12

AUX AUX
LIGA DESLIGA

CM
DL 52 DISJUNTOR 52
b a
CS
AUT

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 116


5.2.10 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA DE PROTEÇÃO DE 8 KV BCA – 13,8
CHAVE RELÉ SOBREC.INSTANTANEO/TEMP SOBRE-TENSÃO

+ 50 / 51 50 / 51 50 / 51 50 / 51
59
AZ BR VM NE

COM. AUT.

BLOQ. LIG.
DISJ. BCA
DESLIGA

DISJ.BCA
BLOQ.

ALARME
VDC
(CUB. BCA)
86
BCA

-
CHAVE RELÉ SOBRECORRENTE TEMPORIZADO

+
51 51
51
AZ
TODOS ALIM. BR VM
DISJ.BCA.
DISJ. SEC

DESLIGA

LIG.ALIM
DESLIGA

ALARME
LIG.BCA
DESLIGA

DISJ.INT.

LIG.INT
BLOQ.

BLOQ.

BLOQ.

BLOQ.
LIG.SEC
DESL.

BLOQ.
VDC T.A.
(CUB. SEC) 86
BARRA

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 117


5.2.11 – REPRESENTAÇÃO DE ESQUEMA DE COMANDO, CONTROLE E
PROTEÇÃO - BCA – 13,8 KV

ALIMENT. DISJ.DESLIG. COM.AUT.BLOQ. LIGAR MANUAL LIGAR AUTOM. AUTOM. SERV. DESLIG.MANUAL PROTEÇÃO DESL. AUTOM. DISJ. LIG.
+

CS CM CM CM CM 86 CM
CM
DD MANUAL L DL DL D BCA DL
CS CS CS
AUT AUT AUT
E
AUX AUX
V CS
LIGA DESL.
MANUAL
VDC

86
AM
BCA

BL 52 BD 52
BR
52
52 52
b
b a

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 118


5.3 – PROTEÇÃO DE BARRAS DE 13,8 KV

5.3.1 – BARRAS DE 13,8 KV

A proteção de barras para um sistema aterrado é, de maneira geral, constituída por relés de
sobrecorrente temporizados, os quais, por razões de seletividade com as proteções dos
alimentadores dos circuitos de distribuição, são ajustados em um tempo mínimo de operação
entre 35 a 50 ciclos para curtos-circuitos entre fases e fase-terra no barramento de uma estação
de distribuição.

A ocorrência de um curto-circuito na barra da estação, que é o mais elevado do sistema de 15


kv, provoca muitos estragos e apresenta problemas de risco aos operadores e pessoal de
manutenção entre outros que estiverem próximos. Devido a esse fato, a barra deve ser isolada
o mais rápido possível, mantendo esse desligamento seletivo com a proteção dos circuitos.

Várias alternativas para a proteção de barras se apresentam para solucionar o problema, tais
como:

1)Tipo Diferencial

Esse tipo de proteção de barras é a mais conhecida e sua utilização é recomendada por
qualquer livro de proteção por relés.

É uma proteção eficiente que opera tanto para curto fase-terra, como para curto entre fases.

Seu tempo de operação é da ordem de 2 a 8 ciclos, dependendo do tipo de relé utilizado. Sua
instalação em conjuntos blindados torna-se mais complexa, pois necessita de três TC`s por
alimentador, de mesma relação de transformação, exclusivos para essa proteção.

Os TC`s são ligados diferencialmente e alimentam o relé de sobrecorrente ou um relé


diferencial apropriado. Qualquer curto-circuito fora do conjunto blindado não irá operar a
proteção de barras, porque não haverá corrente circulando pelos seus relés devido à ligação
diferencial dos TC`s de mesma relação. Qualquer curto interno ao conjunto blindado haverá
corrente diferencial que operará os relés de proteção de barras.

Entretanto, essa solução apresenta vários inconvenientes, como segue:

- alto custo da instalação;

- aumenta a probabilidade de ocorrências de defeitos internos ao conjunto brindado, devido a


quantidade de TC`s utilizados;

- aumenta a probabilidade de desligamentos errôneos, devido a quantidade de fiação utilizada;


- o tempo na localização de defeitos na fiação é bastante elevado;

- não é viável a sua instalação em conjuntos blindados existentes, devido à impossibilidade de


instalação de TC`s adicionais;

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 119


A seguir mostraremos o diagrama unifilar desta proteção.

Proteção de Barras Tipo Diferencial

2)Relés de Sobrecorrente com Controle de Torque

Esse tipo de proteção de barras, para conjuntos blindados, é constituído apenas por relés de
sobrecorrente temporizados. Tal sistema de proteção, além da confiabilidade que inspira, é
também

mais econômico que o sistema até então utilizado, o diferencial.

Este tipo de proteção compõe-se de dois relés de sobrecorrente temporizados de fase, de dois
sobrecorrentes temporizados de neutro – um 51N e um 51NB – sendo este último de tempo
menor de operação, e uma chave relé para cada barra.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 120


Ocorrendo um curto-circuito em qualquer das barras de 13,8 kv, haverá operação dos relés 51
ou 51N e 51NB1 ou 51NB2, de acordo com a natureza do defeito, conforme mostra a figura
abaixo.

A operação dos mesmos desarmará a chave relé (86), correspondente à barra defeituosa, que
por sua vez comandará o desligamento de todos os disjuntores ligados à mesma, inclusive o de
interligação, isolando o defeito.

3)Tipo Bloqueio para Defeitos Fase-Terra em Circuitos

Para evitar que a proteção de barras opere para defeitos fase-terra em circuitos
de distribuição, foi incluído no seu esquema um sistema de bloqueio automático.

O sistema de bloqueio da proteção de barras de 13,8 kv é composto de um relé


de sobrecorrente instantâneo de neutro (50NB) para cada circuito, inclusive para o
banco de condensadores estáticos. Os contatos de todos esses relés estão em série
com a bobina de torque do relé de sobrecorrente temporizado de neutro (51NB), da
proteção de barras.

Em suma, quando um desses relés (50NB1 ou 50NB2) de circuito operar,


abrirá um contato que bloqueará a bobina de operação dos relés 51NB1 e 51NB2 da
proteção de barras de 13,8 kv, bloqueando a operação dos mesmos. Ficarão ainda em
serviço dos relés 51 e 51N para defeitos na barra de 13,8 kv.

Esse tipo de proteção complementa a descrita no item 2.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 121


Após o desligamento do disjuntor do circuito defeituoso, o contato de bloqueio do relé
50NB se fechará, normalizando em seguida os relés 51NB da proteção de barras.

Os relés de bloqueio da proteção de barras de 13,8kv, instalados nos circuitos possuem


contatos de bloqueio igual, tanto para a proteção da barra 1 como para a da 2. isto se faz
necessário para o caso de um dos transformadores estar ligado e o outro estar alimentando
simultaneamente as duas barras, através da interligação.

FALHA DE DISJUNTOR (62 – 1BF e 62 – BF)

Até 1976, a ocorrência de uma falha de desligamento de disjuntores alimentadores de


circuitos de distribuição era coberta pela proteção de retaguarda dos transformadores.

O aumento da potencia dos transformadores e a operação em paralelo em vários casos,


bem como a manutenção do curto-circuito Maximo nos circuitos a níveis inferiores a 8000A,
trouxe como conseqüência uma dessensibilização dos relés de retaguarda. Notou-se então, que
esses relés não iriam operar satisfatoriamente para curtos nos circuitos quando houvessem
falhas nos disjuntores.

Houve então a necessidade de melhorar a proteção nessas ocorrências. Para tal, foi
introduzido um esquema simples de falha de disjuntor dos circuitos de distribuição.

Este sistema de proteção se caracteriza pela utilização de um relé temporizado do tipo


SAM, de codificação 62BF, que quando operado atua na CR de barra de 13,8kv
correspondente. O relé 62BF para entrar em funcionamento retirar!! Depende
simultaneamente que:

- Um relé auxiliar 51X, que auxiliado pelos relés temporizados de cada circuito (51 ou 51N)
opere;

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 122


- Contato tipo “a” do rolete do disjuntor do circuito está fechado, ou seja, com o comando do
relé 51 ou 51N, o disjuntor deveria se desligar, abrindo o contato tipo “a”.

Este tipo de esquema destina-se a resguardar o equipamento defeituoso e afins, de


forma que a atuação dessa proteção somente ocorrerá quando o disjuntor de circuito não se
desligar por nenhuma de suas proteções.

A operação dos relés 51 e/ou 51N implica, diretamente, no fechamento do contato do


relé auxiliar 51X, que em série com o contato tipo “a” do rolete do disjuntor do circuito, dará
partida no relé 62DF. O relé 62DF, por sua vez, comandará o desarme da CR de barras de
13,8kv, que desligará todos os disjuntores da barra de 13,8kv a que pertence, inclusive o de
interligação, isolando assim a barra onde está ligado o circuito cujo disjuntor não se desligou.

A mesma seqüência ocorrerá quando não houver quaisquer problemas com o disjuntor
de circuito, somente não haverá a conclusão do esquema de falha pois ao se desligar o
disjuntor de circuito o contato tipo “a” se abrirá, interrompendo a série do esquema de atuação
do relé 62BF.

Disjuntor do banco de capacitores não possui este esquema para falha de desligamento.
Isto ocorre porque o mesmo é ligado e desligado diariamente através do relé 66 (WSH-12),
supondo-se com isso, poder constatar o perfeito estado da bobina de trip do disjuntor.

Além disso, os disjuntores de bancos de capacitores já possuem um relé 51 por fase


que, quando operado, desarma diretamente a CR de barras de 13,8kv.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 123


Este sistema de proteção por falha de desligamento de disjuntor também está sendo
implantado nos barramentos de 13,8kv aéreo, de acordo com o esquema abaixo.

O esquema é praticamente o mesmo dos utilizados nos conjuntos blindados, com a


ressalva de que a CR a ser desarmada será a CR_BF. Essa, quando desarmada, comanda
apenas o desligar do disjuntor secundário do TR e do disjuntor de interligação.
O fato de ocorrer o desarme da CR da barra de 13,8kv implicará em uma análise para
que se possa determinar a causa do defeito.

1º caso: se todos os disjuntores da barra estiverem desligados, inclusive o de


interligação, e se as bandeirinhas de qualquer um dos relés da barrá indicarem operação desses
relés, conclui-se que o defeito está na própria barra;

2º caso: se for encontrado um disjuntor de circuito ligado, com seus reles operados, os
demais disjuntores, inclusive o de interligação, desligados e o relé 62BF com indicação, o
defeito estará no circuito cujo disjuntor não se desligou.

3º caso: se todos os disjuntores da barra estiverem desligados, exceto o do banco de


capacitores e o relé 51 do referido banco estiver operado, provavelmente o defeito estará
localizado no banco estático.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 124


PROTEÇÃO DE BARRAS – DIFERENCIAL

I1

I1
IT=I1+I2+I3+I4
I1 I1

I1 I2 I3 I4
ICC1 I2 87 I2

ICC2
I CC1→ I 1 ≠ I 2 → OPERA 87

I CC 2 → I 1 = I 2 → NÂO OPERA 87

PROTEÇÃO DE BARRAS – DIFERENCIAL (1º LINHA)

ESQUEMA FUNCIONAL

+
51 51
51
AZ BR VM
DISJ.INTERLIG.

LIG.DISJ.BCA
TODOS ALIM.
SEC. BARRA

LIG.DISJ.
LIG.SEC.
DESLIGA

ALARME
DESLIGA
DISJ.BCA
DESLIGA

LIG.DESL.
BARRA
BLOQ.

BLOQ.

BLOQ.

ALIM.
INTERL.
DESL.

BLOQ.

-
Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 125
FALHA DE DISJUNTOR – ESQUEMA FUNCIONAL

+ COMANDO DISJUNTOR
+ COMANDO CRBF / CR-BARRA

51 51
51
51X 62
AZ BR VM

A LIM E N TA D O R E S
D E S LIG A TO D O S
D E S LIG A D IS J.

D E S LIG A D IS J.

D E S LIG A D IS J.
D E S LIG A D IS J.

IN TE R L E B C A
P A R A L.TR `S
S E C .TR

S E C .TR
52 TC 51X 62 T=10S

A LA R M E
52 52 CRBF
CR-BARRA
a a
- -

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 126


5.4 – PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES:

5.4.1 – INTRODUÇÃO:

Principal: Sistemas de proteção de transformadores.

Fusíveis

Como mencionado anteriormente, os transformadores podem suportar por um determinado


período cargas acima das normais, para aproveitar-se desta capacidade inerente aos
transformadores, os elos fusíveis para sua proteção devem ser selecionados mediante uma
condenação entre a curva de sobrecarga temporária do transformador e a curva de fusão
mínima (tempo-corrente) dos fusíveis.

Os fusíveis, quando utilizados como proteção de transformadores, devem apresentar as


seguintes características:

a) devem suportar a corrente de magnetização (12 vezes IN durante 0,1 seg.);


b) não serem afetados por condições de sobrecargas de emergência;
c) em geral devem ser escolhidos nas seguintes razoes:

(com relação a corrente nominal)

1,2 : 1 para fusíveis de 4,8 kv – 7,2 kv


1,5 : 1 para fusíveis de 14,4 kv e acima
* Para transformadores com ventilação forçada:
1,2 : 1 para fusíveis de 4,8 kv – 7,2 kv
1,3 : 1 para fusíveis de 14,4 kv e acima

Proteção Diferencial

Como foi assinalado anteriormente, para defeitos nos circuitos deverão atuar os relés de
proteção do circuito, e os relés de sobrecorrentes do lado primário do transformador só
deverão atuar em caso de falhas mas proteções secundárias. A mesma observação é válida
para o relé de

neutro do transformador, localizado do lado secundário.

Nestas condições a graduação dos relés de sobrecorrente de lado primário, deverão ser acima
da carga e com o tempo de atuação relativamente elevado.

Admitindo-se a hipótese de que esses relés de sobrecorrente do lado primário, deverão ser
acima da carga e com o tempo de atuação relativamente elevado.

Admitindo-se a hipótese de que esses relés seriam utilizados para a proteção do transformador,
verificamos o seguinte:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 127


1)Se o curto-circuito ocorrer dentro do transformador, estes deverão ser graduados para
correntes bastante elevadas porque não devem atuar, mas num tempo relativamente grande
e para correntes elevadas. Com isto verificamos que a proteção temporizada é pouco
sensível e lenta para defeitos no transformador.

2)Acrescentando-se um elemento de atuação instantânea, estes deverão ser graduados para


correntes bastante elevadas porque não devem atuar para curto circuitos, nos circuitos de
distribuição. Se o curto circuito for dentro do transformador do sistema, mas somente para
defeitos onde a corrente de defeito é muito elevada.

Relé Diferencial Percentual

I1=I2 Haverá corrente na bobina do


diferencial
I1-I2=0 (Operação) Que poderá operar

Portanto, utilizando-se apenas a proteção de sobrecarga temporizada e instantânea, verifica-se


que as mesmas não são ideais para a proteção do transformador. Nestas condições, será
necessário se projetar para o transformador um outro sistema de proteção que apresente as
seguintes condições:

1)Ser insensível a carga e portanto ser graduado para correntes baixas

2)Ser insensível a defeitos no circuito de distribuição, portanto não necessita ser seletivo com
outros reles podendo ser instantâneo.

3)Apresentar uma área de proteção, bem definida.

Estas ultimas condições permitem adotar-se para transformadores, um novo sistema de


proteção mais completo, seguro e independente de outros sistemas de proteção, que é o
sistema de proteção diferencial para transformadores.
Ainda, com relação aos transformadores, deve-se levar em consideração o problema referente
à corrente de magnetização (Inrush), que aparece quando o transformador é ligado em tensão.
Esta corrente como sabemos, é responsável pelo fluxo principal no transformador, e está
defasada com relação à tensão aplicada a 90º .

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 128


A pior condição que se observa é aquela na qual o transformador é energizado quando t=0, ou
seja, quando o valor de Im é máximo. Esta corrente pode atingir inicialmente valores até 8 a
15 vezes a corrente nominal, com um tempo de duração de 4 a 5 ciclos ou mais, dependendo
da resistência que deverá amortecer esta onda. Nestas condições, teríamos que considerar no
sistema de proteção diferencial um certo tempo de atuação para o relé, fato este, que estaria
em desacordo com a condição de não ser seletivo com os outros relés e podendo ser
instantâneo. Para sanar estas dificuldades, foram introduzidos nos relés, filtros especiais com a
finalidade de permitir aos

mesmos distinguir as ondas típicas de correntes de defeitos, ou seja, curto circuito. As


correntes de magnetização se caracterizam por apresentarem condições praticamente de ondas
senoidais. Estas condições, permitiram aos fabricantes de relés a utilização de filtros especiais
que permitem aos relés atuarem dentro das condições já mencionadas.

Características Principais dos Relés Diferenciais

1) Apresenta dois transformadores de corrente passantes ligados em série, os quais


permitem que seus efeitos magnéticos se somem para as condições de cargas normais e
defeitos externos, se subtraiam para defeitos internos.
2) Permitem equilibras as diferenças de relações dos TC`s principais.
3) A bobina de operação é alimentada por corrente retificada (onda completa) por meio
de um retificador e por filtro especial, que oferece baixa impedância para freqüência
harmônicas.
4) A bobina de retenção é alimentada por corrente retificada através de um retificador de
onda completa por meio de filtro especial, que oferece baixa impedância para freqüências
harmônicas e alta impedância para freqüência fundamental. Esta condição permite manter o
relé restringido quando o transformador é ligado em tensão.

A seguir apresentamos a proteção diferencial da General Eletric para transformadores:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 129


Proteção de transformadores por relé diferencial BDD da GE

A proteção principal de um transformador é feita pelos relés diferenciais tipo BDD (87). O
relé BDD é um relé diferencial percentual possuindo 2 bobinas de restrição e uma de
operação.

A proteção diferencial caracteriza-se por ser inerente seletiva.

Sua zona de ação está entre TC`s a que está ligada.

A figura seguir mostra o principio da proteção diferencial utilizando relés BDD.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 130


Para defeitos externos a zona de atuação da proteção o sentido da corrente de defeito nos 2
conjuntos de TC`s fará com que a mesma circule quase que totalmente nas bobinas de
restrição impedindo assim a operação do relé.

Para defeitos internos a zona de atuação o sentido da corrente de defeito nos dois conjuntos de
TC`s fará com que praticamente toda corrente de defeito circule pela bobina de operação
ocasionando a operação de relé.

O relé BDD tem tapes para compensar as desigualdades das correntes secundarias dos TC`s do
lado de AT e BT do transformador. Possui ainda um ajuste chamado “SLOPE” que serve para
diminuir a sensibilidade de modo a evitar a operação indevida do mesmo quando há variação
na relação de transformação causada pelo regulador de tensão.

O relé BDD também possui um filtro de harmônicas que impede o desligamento do


transformador pelas correntes de “Inrush” que aparecem quando este é ligado.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 131


Proteção instantânea de terra

Essa também é uma proteção principal do transformador.


É feita por um relé de sobrecorrente instantâneo tipo SC. Este relé é tipo solenóide de
alta precisão operando entre 1 e 2 ciclos. O relé é graduado bem baixo e deverá operar para
defeitos à Terra no sistema de 13,2 KV devido à ligação Delta/Estrela.

Proteção pelo relé de gás

O relé de gás, tipo Buchholz tem 2 funções:

1) Toda liberação de gás, resultante de uma sobrecarga ou de um defeito incipiente é


acompanhado de combustão, acumulado na parte superior da câmara até que a pressão seja
suficiente para fechar um contato que inicia um sinal de alarme.

2) Quando ocorre um defeito maior há um desenvolvimento explosivo de gás no ponto de


defeito que causa um surto de óleo no relé Buchholz fechando um segundo contato e
ocasionando o desligamento instantâneo do transformador.

Quando há vazamento de óleo no tanque do transformador um contato flutuante do relé


Buchholz transmite mecanicamente um impulso para desligar o transformador.

Este tipo de proteção pode operar muito rapidamente, porém, é altamente dependente do grau
de desenvolvimento do defeito.

As proteções descritas até agora constituem a proteção principal do transformador e operam a


CR-1.

Passaremos a descrever as proteções da 2ª linha as quais operam a CR-2.

A proteção de 2ª linha de fase é constituída por 3 relés de sobrecorrente temporizados.


A proteção de 2ª linha de neutro também é constituída por um relé de sobrecorrente
temporizado ligado ao TC de neutro do transformador.
Os relés da proteção de 2ª linha são ajustados de modo a serem seletivos com as proteções dos
circuitos de distribuição servindo também de retaguarda para esses circuitos.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 132


5.4.2 – PADROES DE DIAGRAMAS UNIFILARES DE PROTEÇÃO DE a) Padrão
TRAFOS:

76
LTA/LTS

86.1-TR1
86.2-TR1
86.1-TR1
1
3
50 50
A
51 51N

87

86.2-TR1
63

63c

V.5

AN 51N 51N AN

BARRA 1
7
86.1-TR1
86.2-TR1

3
* Proteção Principal (1º linha)

BARRA 3
8
* Proteção Retaguarda (2º linha)
86.1-TR1
86.2-TR1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 133


b) Padrão Barra Dupla (AT) e Misto:
LTA-1 LTA-2

86.1-TR1
86.2-TR1

86.1-TR1
86.2-TR1
1 2

BARRA 1 - 88 KV

M
BARRA 2 - 88 KV

86.2-TR1 51
63
TR-1
63c
87 86.1-TR1
V.5

AN 51N

51N

AN
BARRA 1- 13,8 KV
7
86.1-TR1
86.2-TR1

BARRA 3- 13,8 KV
8
86.1-TR1
86.2-TR1

* PADRÃO BARRA DUPLA (AT) - TR TEM 1 ENROLAMENTO SEC.


27 5
* PADRÃO MISTO - TR TEM 2 ENROLAMENTO SEC.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 134


5.4.3 – REPRESENTAÇÃO DE DIAGRAMATRIFILAR DA PROTEÇÃO DE
TRAFOS:
a) Padrão 76

AZ BR UM

P1 P1 P1

52 50/51 PK-2 AMPERIMETROS

P2 P2 P2
H1 H2 H3

87 87 87
R R R

O O O

SEC 151 SEC 153 R R R

IDEM 50/51N
SEC 153

X0
X1 X2 X3 X1 X2 X3 PK-2
IDEM SEC 151
AMP/NE
BARRAS DE 13,8 KV

52 SEC 151 DETALHE: 87 (BDD) COM 2


ENROLAMENTOS SEC.

5
O
R R

3 4

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 135


b) Padrão Barra Dupla (AT) Sistema Aéreo (TC`s Sec. Coluna)

51/AZ
51/BR
51/VM

H1 H2 H3

87 87 87
R R R

O O O
R R R
51/N

X0
PK‐2
X1 X2 X3
AMP/N

P2 P2 P2

P2 P2 P2

AZ BR VM

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 136


5.4.4 – REPRESENTAÇÃO DO ESQUEMA BÁSICO DE PROTEÇÃO DE
TRAFO:

+
-

-
TR

TR
C

C
R

R
-1

-1
-1

-1
DESLIGA DESLIGA
DISJ. 1A DISJ. 1A

DESLIGA DESLIGA
DISJ. 2B DISJ. 151

DESLIGA DESLIGA
DISJ. SEC DISJ. 153

ABRE PREPARA
SECC B-1 T .A 81/2
AZ

AZ
87

87
ABRE PREPARA

D
IFER

IFER
SECC B-2 T .A 83/4
BR

BR
87

87
EN

EN
PREPARA BLOQ.LIG.
DJ`S 1 E 2 DJ-1A

C
IA

IA
L

L
VM

VM
BLOQ.LIG. BLOQ.LIG.
87

87
DJ-1A DJ-151

BLOQ.LIG. BLOQ.LIG.
DJ-2B DJ-153
63

63
R

R
TR

ELÉD

TR

ELÉD
BLOQ.LIG.
DJ-SEC ALARME
63C

EG

63C

EG
BLOQ.
ABERT URA
C

C
Á

Á
O

O
SECC B1 E Z
S

S
M

M
ALARME
VS

VS
SEG

SEG


U

LVU

LVU
R

R
A

A
LA
N

LA
N
Ç

Ç
A

A
+

+
-

-
TR

TR
C

C
R

R
-1

-1
-2

-2

SO
DESLIGA DESLIGA

B
A
50 51

R
Z
DISJ. 1A DISJ. 1A

DESLIGA DESLIGA
EC. SO
DISJ. 2B DISJ. 151
50 51

DESLIGA DESLIGA
B
B

DISJ. SEC DISJ. 153


R
R

EC

ABRE BLOQ T .A.


. SO

SECC.B-1 B1/2
50 51

VM

ABRE BLOQ T .A.


R

SECC.B-2 B/3/4
EC. SO

PREPARA R.A BLOQ.LIG.


DJS 1 E 2 DJ-1A
50 51

B
N

R
E

EC

BLOQ.LIG. BLOQ.LIG.
. SO

DJ-1A DJ-151
B

BLOQ.LIG. BLOQ.LIG.
51

51

DJ-2B DJ-153
EC. SO

BLOQ.LIG.
51

ALARME
DJ-SEC
53

BREC

BLOQ.ABERT URA
SECC B1 E B2
.

ALARME

PADRÃO BARRA
DUPLA - AT PADRÃO 76

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 137


5.4.5 – PARTICULARIDADES DA PROTEÇÃO DIFERENCIAL:

5.4.5.1- PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES COM LIGAÇÃO ∆ / Y Z COM


RELÉS TIPO “BDD”:

H1 H2 H3
AZ BR VM

H1-H2- H3 6 6 6

5 5 5

4 4 4

88KV

20MVA

13,8KV 87

X1 X2 X3

X1-X2- X3

AZ BR VM

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 138


A) POLARIDADE:

As Polaridades do conjunto de tc`s de proteção ficam “voltadas” para o equipamento a ser


protegido. No caso de transformadores, a proteção é intrínseca no equipamento.

a-1) Convenção de Polaridade:

S1 P2 S2
P1
FLUXO FLUXO
ENTRA EM P1
DE DE
SAI EM S1
CARGA CARGA
P2 S2 P1 S1

* OBS: POLARIDADES P1 E S1 FLXO SEMPRE INVERSO

B) FECHAMENTO DOS TC`S DE PROTEÇÃO:

b-1) Considerações:

Primário em ∆ (88 kv)


Secundário em z (13,8 kv)
Y
- Considerando também o transformador como equipamento de alto rendimento onde
Pot primária = Pot sec undária , conseqüentemente em 1º plano, teremos a RT= 88/13,8 kv
⇒ RT= 6,376 onde então I 2 = 6,376 I ( I1 1
= Prim e I 2 = Séc). Considerando também
que os enrolamentos H1-X1, H2-X2 e H3-X3 estão acoplados magneticamente entre si, e que
as correntes de linha entre os enrolamentos primário e secundário estão numa razão de
0 0
I2* 3∠ 0 = * 6,376 ∠ 30 devido ao fechamento do transformador. Observa-se, que as
I 1
correntes que passam pelos TC`s de proteção são correntes de linha, portanto, nota-se uma
0
defasagem angular de 30 entre cada fase. Por esta razão, utiliza-se como aplicativo,
fechamentos de TC`s de proteção de modo a compensar, para o relé, esta defasagem angular.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 139


Y1 ∆ Y1 ∆

87

b-2) Análise Vetorial: ( defas.)

0 0
0 0
I prim. Trafo IAZ = ISEC. TRA
(IL) IAZ = IF
0
30

(∆)
0
120 0
120 120
0

-IBR
0
120 0
120
IVM I BR IVM IBR

∴ IL( PRIM ) = IF ∗ 3∠30 0


∴ IL( SEC ) = IF∠0 0
IL (PRIM) adiantada em 30 0 de IL (SEC)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 140


b-3) Representação Geométrica: (Relação da : 3)

I1
V1 I1` I2
H1 H2 V2
V3` V1̀

I2`
IF
0
I3`
Θ
V2` α0
.
H3
I3 IL
2
V3
IL

Se ∑ ∠(s) internos ∨ ∆ = 180 0 , logo α = 30 0 ⇔ ∆ eqüilátero e I = bissetriz


L

de Θ 0 = 60 0.
cat.adj
Como cos α 0 = (teoria − triângulo − retângulo)
hip
IL
3
∴ cos α 0 = 2 ⇒ como cos 30 0 = . fica:
IF 2
IL
3 IF ∗ 3 IL
= 2 ⇒ = ⇒ IL = IF ∗ 3
2 IF 2 2

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 141


C) RELAÇÃO DOS TC`s DE PROTEÇÃO:

EX:


FLUXO DE CAIXA
RT=88/13,8 6,38
IP IS
50/1 400/1
I1 88KV 13,8KV
I1 I1 I2 I2 I2

OP
R I1 - I2 R

I1 I2

Como já definimos que o transformador é um equipamento de alto rendimento,


podemos adotar:

P prim = Psec P potência


P =V *I * 3
30
∴20MVA= 88KV * I prim* 3

20000KVA
I prim = 88KV ∗ 3
⇒ I prim ≅ 131,04
se Pot prim = Potsec então:

⇒ RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO

I 1 *V 1 = I 2 *V 2 ⇒ I 2 = I 1*V 1 ⇒ I 2 ≅ 837,04
V2

IS 131 RTC BAIXA ≅ RT


I1 = =
RTC 50
≅ 2,624 OBS:
RTC ALTA

IS 837
I 2 = RTC = 400 ≅ 2,094

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 142


- A compensação das correntes para o relé diferencial é feita através dos tc`s (alta e baixa)
como também pela relação dos tap`s existentes no relé.
Consideraríamos um “ajuste fino” da compensação da corrente.

KV BAIXA* RTC BAIXA 13,8 * 400


MT = =
88 * 50 * 3
≅ 0,72
KV ALTA* RTC ALTA* 3
Se escolhermos, hipoteticamente:
3,5
TAP ALTA =3,5 onde, = 0,70
5,0
TAP BAIXA= 5,0

I 1= 2,62 ≅ 0,74
3,5
I 2 = 2,09 ≅ 0,72
5,0
I1 ≅ I 2
I −I
1 2
= 0 ,74 − 0 ,72 = I DIF
= 0,024

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 143


5.5 – PROTEÇÃO DE BARRAS ( 88 KV)

5.5.1 – ESQUEMA DE PROTEÇÃO DE BARRAS ( 88-13,8 KV)

A chave relé da proteção de barras de 88-138 KV, quando desarmada, realiza a


seguinte seqüência:

- Comanda o desligar dos disjuntores 1 e 2, de 88 KV.


- Bloqueia o religamento automático e o ligar dos mesmos.
- Emite alarme.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 144


5.5.2 – PROTEÇÃO DE BARRAS PRIMÁRIAS ( 88-13,8 KV )

A proteção dos barramentos de 88-138 KV consiste de 2 relés de sobrecorrente instantâneos


de fase 50, para defeitos fase-fase e 1 relé de sobrecorrente instantâneo de neutro 50N, para
defeitos fase-terra.

Esses relés, ao operarem desarmam a chave relé da barra de 88-138 KV.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 145


5.6 – SISTEMA DE INFRA-TENSÃO

5.6.1 – DESLIGAMENTO DEVIDO A INFRA-TENSÃO DE C.C.:

Com a finalidade de se assegurar proteção ao equipamento da Estação, foi feito um estudo


para estabelecer o valor mínimo de tensão da barra de corrente contínua que possibilite o
desligamento de disjuntores que isolem a Estação, quando essa barra de corrente contínua
não estiver mais em condições seguras para operação dos equipamentos de proteção.

Chegou-se a conclusão que o nível mínimo de tensão do sistema de corrente contínua,


que atende as necessidades acima, é de 43 V.C.C.

Foi instalado neste sistema de corrente contínua um sistema de proteção com um


temporizador que, ao operar, desliga os disjuntores de entrada da estação e também o disjuntor
do banco de capacitores de 88 KV (quando houver).

OBS: Tal sistema de proteção, com elemento temporizador, foi utilizado para dar tempo
suficiente ao sistema de C.C. assumir valores de tensão normais, quando o mesmo tiver queda
devido oscilações transitórias que as vezes ocorrem.

Os relés responsáveis pela supervisão do nível de tensão (43 V.C.C.) de saída dos
carregadores e da barra de corrente contínua são relés codificadores.

27/TA1 (RTS-1) –Relé de subtensão – supervisor da tensão de saída do carregador de


baterias-1.
27/TA2 (RTS-2) –Relé de subtensão – supervisor da tensão de saída do carregador de
baterias-2.
27/T1 – Relé supervisor do valor de tensão de saída do carregador e conjunto de
baterias-1.
(“Nível Trip Bateria” – 1).
27 T1 – Relé supervisor do valor de tensão de saída do carregador e conjunto de
baterias-2.
(“Nível Trip Bateria” – 2).
27 52 – Relé supervisor do valor de tensão da barra de C.C..
(“Nível Trip Barra C.C.” ).
Obs: Os relés RTS-1 e RTS-2 emitem alarme quando a tensão do carregador é inferior a 46V.

Estes reles ao operarem, comandam simultaneamente a emissão de alarme remoto e a


energizacão dos elementos temporizados PME-SD-RTT, que, por sua vez, comandam o
desligamento de disjuntores de alimentação da estação e do disjuntor do Banco Estático de 88
KV (onde houver), quando a tensão do sistema da corrente contínua atingir um valor igual ou
inferior a 43 V.
Estes relés se encontram no painel do carregador. Neste mesmo painel encontra-se a
chave “TRIP-SERVIÇO” ( Bloqueio e Desligamento ), cuja finalidade é: quando na posição
BLOQUEIO impedir o desligamento dos disjuntores de entrada e do banco estático através
dps relés PME-SD-RTT e quando na posição de SERVIÇO permitir tais ligamentos pelos
mesmos relés.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 146


5.6.1.1 – CONDIÇÔES PARA QUE OCORRAM OS DESLIGAMENTOS PREVISTOS:

A chave “TRIP SERVIÇO” (Bloqueio de Desligamento), deverá estar na posição de


SERVIÇO.

a) Se a tensão dos dois carregadores e respectivos conjuntos de baterias atingirem uma


tensão de saída igual ou inferior a 43V, deverá ocorrer:

Operação dos relés 27 T-1 (Nível Trip Bateria-1) e 27 T-2 (Nível Trip Bateria-2), que
comandarão a energização do relé EO4RB e dos relés temporizados PME-SD-RTT.
Após decorrido o tempo de graduação dos relés PME-SD-RTT, os mesmos
comandarão o desligamento dos disjuntores de alimentação da estação e do disjuntor do banco
estático (onde houver).

OBS: O relé EO4RB bloqueia o comando elétrico de ligar dos disjuntores de alimentação da
estação e dos disjuntores de alimentação do banco estático.

b) Se a tensão de um dos carregadores e seu respectivo conjunto de baterias e a tensão da


barra de corrente contínua tenham atingido uma tensão de saída igual ou inferior a 43V,
deverá ocorrer:

Operação dos relés 27 T-1 ou 27 T-2 e operação do relé 27 52 (Nível Trip Bateria-C.C.
– tensão de 43 V ou superior), que comandarão a energização do relé EO4RB e dos relés
PME-SD-RTT.
Após decorrido o tempo de graduação dos relés PME-SD-RTT, os mesmos
comandarão o desligamento dos disjuntores de alimentação da estação e do disjuntor do banco
estático (onde houver).

OBS: O relé EO4RB bloqueia o comando elétrico de ligar dos disjuntores de alimentação da
estação e dos disjuntores de alimentação do banco estático.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 147


5.6.1.2 – BLOQUEIO DO COMANDO DE LIGAR OS DISJUNTORES DE
ALIMENTACAO DA ESTACAO E DO BANCO ESTÁTICO:

Após ocorrer o desligamento dos disjuntores de alimentação da estação e do disjuntor


de alimentação do banco estático, os mesmos permanecerão com seus respectivos comandos
elétricos de ligar bloqueados, permanecendo desta forma até que no mínimo um dos
carregadores e seu respectivo conjunto de baterias e de barra de corrente contínua tenham uma
tensão superior a 43 V.

Tal bloqueio é uma decorrência da operação do relé EO4RB, Este relé é do tipo
Metaltex, e se encontra na caixa metálica do painel dos carregadores da proteção de infra-
tensao.

Mesmo que a chave de ‘Trip Serviço” (CBDI – chave de bloqueio de desligamento por
infra-tensão) esteja na posição BLOQUEIO, enquanto a tensão das baterias permanecer igual
ou inferior a 43 V, o relé EO4RB permanecerá energizado e bloqueando o comando elétrico
remoto de ligar os disjuntores de entrada e do disjuntor do Banco Estático de 88 KV.

Assim se não for conseguido ligar o(s) disjuntor(es) de entrada, deve ser verificado o
nível de tensão de corrente continua das baterias.

Este sistema foi elaborado e construído assim, para evitar que o operador consiga ligar
pelo comando elétrico remoto os disjuntores de entrada, quando os dois conjuntos de baterias
estiverem com tensão igual ou inferior a 43 V. Entretanto, a partir do instante em que a chave
“ TRIP SERVIÇO” (CBDI) for passada para a posição BLOQUEIO, os disjuntores de entrada
passam a ter comando de LIGAR LOCAL.

OBS: Pode ocorrer o desligamento do(s) disjuntor(es) de entrada por problemas no sistema de
proteção por infra-tensâo (desajustes e outros), mesmo que os dois conjuntos de baterias
estejam em boas condições (com tensão superior a 43 V). Neste caso, pela própria filosofia
operacional adotada o operador não deverá também ligar o(s) disjuntor(s) de entrada pelo
comando elétrico local.

Quando isso ocorrer, o operador deverá entrar em entendimento com o Despacho da


Carga e agir conforme instruções e orientações deste.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 148


5.6.1.3 – INDICAÇÔES EXISTENTES PARA A OPERAÇÃO DO SISTEMA DE
DESLIGAMENTOS:

No caso de operação dos relés 27 T-1 (Nível Bateria 1) e 27 T-2 (Nível Trip Bateria 2)
o painel anunciador indicará: Nível de Trip Baterias.

No caso de operação do relé 27 52 (Nível Trip Bateria C.C.),o painel anunciador


indicará: Nível de Trip Barra C.C..

No caso de bloqueio eletrônico do comando de ligar os disjuntores, não existe


indicação no painel do anunciador. Assim, devem ser verificadas as condições em que se
encontram os voltímetros nos dois carregadores, pois através dos mesmos podem ser avaliados
os níveis de tensão.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 149


5.6.2 – DIAGRAMA UNIFILAR

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 150


5.6.3 – DIAGRAMA FUNCIONAL DO SISTEMA DE DESLIGAMENTOS POR
INFRA-TENSÃO

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 151


5.7 – ESQUEMAS DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA

5.7.1 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE ALIMENTAÇÃO E


RELIGAMENTO AUTOMÁTICO DE ALTA VELOCIDADE PADRÃO TÍPICO EM
ESTUDO PARA ETD’S COM 2 DISJUNTORES DE ENTRADA

A- INTRODUÇÃO

A presente descrição tem como base e apresentação de um esquema de transferência


automática atualmente em estudo pelo DPRT/SADP Área São Paulo.

Tal esquema visa aumentar a confiabilidade de alimentação das ETD’S padronizadas com 2
disjuntores de entrada.

Por imposição do esquema de transferência será abordado em conjunto, o esquema de


religamento automático, já empregado a algum tempo na Área São Paulo, procurando ressaltar
mudanças que se fizeram necessárias para adapta-lo a nova condição de operação (com
transferência automática).

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 152


B- ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE ALIMENTAÇÃO

B.1- Princípios adotados


Como ponto de partida para a execução do esquema foram observadas as seguintes condições:

1ª)Apenas um ramal, considerado prioritário, deverá em condições normais alimentar a ETD.


O outro considerado reserva, deverá permanecer energizado porém em condições de poder
entrar em carga pelo fechamento do seu disjuntor de entrada.

2ª)Caso falte tensão no ramal prioritário e haja tensão no ramal reserva, a alimentação deverá
ser transferida do primeiro para o segundo automaticamente.

3ª)Caso volte a tensão no ramal prioritário, a situação deverá permanecer inalterada, ou seja,
alimentação pelo ramal reserva.

Neste caso o restabelecimento para a situação anterior deverá ser feita manualmente pelo
operador.

Acrescente-se a esses dados, as seguintes considerações feitas no transcorrer do estudo,


objetivando dotar o esquema de maior flexibilidade, maior segurança através de
intertravamentos e melhor sinalização.

1ª)A transferência automática deverá ser acionada somente quando:

-Houver tensão no ramal cujo disjuntor esteja desligado e não houver tensão no ramal cujo
disjuntor esteja ligado, independente de qual deles seja considerado prioritário. Nestas
condições a transferência automática sé será iniciada após um intervalo de tempo ajustável (J-
300s), que seja seletivo, com o tempo de religamento do disjuntor da linha tronco (após as
tentativas de religamento instantâneo e temporizado ou manualmente pelo operador).

-A chave de bloqueio da transferência automática – CBTA estiver na posição de serviço.

-As chaves de manobra de ambos os disjuntores CM-52ª e CM-52B estiverem na posição DL


(depois de ligar). Isto evita que se cometam enganos devido a incoerencia em que se deveria
incorrer, ou seja, disjuntor ligado pelo automatismo, com chave de manobra na posição D
(desligada).

2ª) Uma vez iniciada a transferência esta é auto-solável e mesmo que o sistema neste
ínterim volte a normalidade, haverá a troca de alimentação.

3ª) A chave CBTA bem como a sinalização da transferência automática deverão estar
localizadas no painel de manobra dos disjuntores.

4ª) Haverá um intertravamento entre os disjuntores de tal forma que evite ligar um deles
antes que o outro esteja desligado, quando de uma transferência automática. Este
intertravamento não tem efeito se os disjuntores forem ligados pelo operador através das
chaves de manobra. Neste caso a operação só será possível caso a transferência e religamento
estejam bloqueados.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 153


5ª) Deverá haver uma saída de alarme (transferência automática não sucedida), que se
persistir indicará que ambos os disjuntores estão desligados (ETD sem alimentação).

6ª) O automatismo (transferência e religamento) será sempre bloqueado quando qualquer


um dos disjuntores for desligado pela chave de manobra, independentemente de se bloqueá-la
ou não.

B.2-Funcionamento do esquema

Para se colocar o esquema em condições de serviço, devemos atender a uma seqüência de


operações.

Supondo que se deseja alimentar a ETD pelo disjuntor A, considerando do ramal 1 prioritário,
tem-se que:

1ª) Ligar o disjuntor A pela chave de manobra CM52A.

2ª) Colocar a chave CBTA na posição de serviço.

3ª) Acionar a chave de manobra do disjuntor B para a posição .DL.


Se o ramal 1 ficar sem tensão, havendo tensão no ramal 2, o esquema será acionado da
seguinte maneira:

-O relé 27B continuará energizado.


O relé 27ª quando perder tensão AC só fechará o seu contato 1-5, após um tempo de ajuste
pré-fixado, quando então completará o circuito de alimentação do relé MG-6 (B). Este por sua
vez vai comandar a bobina de desligar do disjuntor A e a bobina de desligar do disjuntor B.
Devido ao intertravamento existente entre os dois, o disjuntor A desligar-se-a primeiro,
seguido pelo fechamento do disjuntor B, completando-se assim a transferência automática.

-O contato tipo b do disjuntor B cortará a alimentação do MG-6(B), deselando-o.

Caso volte a tensão no ramal 1, a situação ficará inalterada, ou seja, o ramal 2


continuará alimentando a ETD. Se no entanto faltar tensão no ramal 2, haverá nova
transferência, de forma semelhante a anteriormente descrita.

O relé NFA-54E que aparece no esquema é apenas um auxiliar para o selecionamento


do disjuntor a ser religado, quando o esquema de religamento, explicado a seguir, estiver em
serviço.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 154


C- ESQUEMA DE RELIGAMENTO AUTOMÁTICO

C.1-Princípios adotados

O religamento automático, sob o ponto de vista de esquema, não sofreu grandes alterações,
valendo os mesmo princípios adotados para o padrão já existente a algum tempo na Área São
Paulo. No entanto, pelo fato do aparecimento da transferência automática, ficou necessário o
estabelecimento das seguintes normas:

1ª) A existência de apenas um esquema de religamento nos padrões já existentes, dando


comando simultâneo a ambos disjuntores. Visou-se com isso a economia de relés, bem como
facilidades para o caso de ETD’s que já contam com o painel de religamento do 1º disjuntor e
que estejam com a entrada do 2º disjuntor em perspectiva.

2ª) A existência de duas chaves de bloqueio de religamento: - CBRA do disjuntor A e


CBRB do disjuntor B.

3ª) No caso de operação com “transferência automática em serviço” deverá ser religado
apenas o disjuntor que estava em serviço e que se desligou após a ocorrência de defeito num
dos transformadores.

4ª) A partida de religamento só deverá ser permitida se ambos os disjuntores estiverem


desligados.

C.2-Funcionamento do esquema
Poderemos ter duas situações básicas:

1ª) com transferência automática bloqueada

- Neste caso a chave CBR do disjuntor do ramal que alimenta a ETD deverá
estar na posição de “serviço” e a chave CBR referente ao outro ramal na posição “bloqueada”.

2ª) com transferência automática de serviço

- Neste caso se não houver impedimento por parte de nenhum dos disjuntores,
ambas as chaves CBR (CBRA e CBRB) deverão estar na posição de serviço.

Em ambos os casos, havendo defeito num dos trechoas, a seqüência de operações será
a seguinte:

-A CR do transformador será desarmada, desligando o disjuntor de serviço. O outro


normalmente está desligado.

-As chaves motorizadas dos transformadores serão abertas.

-O relé HGA-18 operará e seus contatos 1-2 e 3-4 se fecharão, dando comando de religar a
ambos os disjuntores.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 155


O religamento só será completado se:

-O relé HFA-54E, que é do tipo “electrical reset”, der permissão. Esta permissão só será dada
ao disjuntor de serviço. Caso seja o disjuntor A, o relé estará no posição de “reset” e portanto
o contato 3-4 fechado e contato 5-6 aberto. Caso seja disjuntor B, o relé estará na posição de
pick-up, invertendo-se, portanto, a posição dos contatos.

-A chave CBR correspondente ao disjuntor de serviço estiver na posição de “serviço”.

Entende-se dessa maneira que para a operação da ETD com transferência automática, coloque-
se ambas as chaves CBR na posição de “serviço”. Isto para que numa transferência automática
de alimentação, o novo disjuntor de serviço fique em condições de se religar.

C.3- Utilização de Relés Agastat

Como alternativa para o esquema de religamento é apresentado um novo esquema


onde são utilizados relés Agastat, temporizados no pick-up, em substituição aos relés PAA
temporizados no drop-out.

O funcionamento do esquema, entretanto, não sofreu alterações.

A troca foi motivada porque os relés AGASTAT levam vantagens técnicas e


econômicas em relação aos PAA: São de menores dimensões, ajuste de tempo mais fácil, e
melhor desempenho, comprovado através de instalações já existentes a algum tempo.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 156


5.7.2 - PROTEÇÃO DE FALHA DOS DISJUNTORES DE CIRCUITOS DE
DISTRIBUIÇÃO

1) INTRODUÇÃO

Até 1976 a ocorrência de uma falha de desligamento de disjuntores alimentadores de circuitos


de distribuição era coberta pela proteção de retaguarda dos transformadores alimentadores. O
aumento da potência dos transformadores e a operação em paralelo em vários casos bem como
a manutenção do curto circuito máximo nos circuitos distribuidores a níveis inferiores a
6000A, trouxe como conseqüência uma desensibilização dos relés de retaguarda. Notou-se
então que esses relés não iriam operar satisfatoriamente para curtos nos circuitos de
distribuição quando houvessem falhas dos disjuntores.

Houve então a necessidade de melhorar a proteção nessas ocorrências. Para corrigir estas
deficiências está sendo introduzido um esquema simples de falha de disjuntor dos circuitos de
distribuição que consiste basicamente no seguinte:

Podemos separar as causas do não desligamento de um disjuntor em duas partes:


1ª)O disjuntor não se desliga por falta de corrente continua no seu sistema de controle e
proteção.
2ª)O disjuntor não se desliga por outros motivos (bobina de desligar queimada, fio solto,
defeito no mecanismo, etc) mas, seu sistema de controle possui corrente continua.
Foram baseadas nessas classificações que montamos um sistema simples de falha de disjuntor
como segue:
1ª) Instalação de um relé de falta de corrente contínua no esquema de controle e proteção
do disjuntor que enviará um alarme remoto ao Centro de Atendimento próximo, se houver
falta de corrente continua com o disjuntor ligado. Neste caso a falha pode ser corrigida antes
de acontecer um defeito no circuito e causar desligamento do transformador alimentador, da
ETD

alimentadora, ou mesmo da linha alimentadora se houver face-terra na ETD. Neste último


caso, além de interrupção da ETD alimentadora do circuito, haverá interrupção das outras
ETD’s ligadas a linhas alimentadoras de ETD onde se verificou a ocorrência.

2ª) Instalação de esquemas contra falha de desligamento de disjuntor quando houver


corrente contínua no esquema de controle e proteção. Neste caso, a operação dos relés de
proteção

do circuito irão acionar um relé instantâneo de corrente contínua, cujos contatos por sua vez
irão acionar um relé temporizador situado em outro circuito de corrente contínua.
Simultaneamente, os relés de proteção acionam a bobina de desligar do disjuntor. Se em 10
ciclos aproximadamente o disjuntor não se desligar é porque caracterizou-se algum problema
de falha. Então o relé temporizador irá atuar nos disjuntores de retaguarda isolando a barra
alimentadora do circuito e haverá envio de alarme remoto ao Centro de Atendimento próximo.
Nestas condições o defeito será detectado pelos próprios relés de proteção do circuito cujos
ajustes são bem inferiores aos relés de proteção de retaguarda dos transformadores, tornando
assim, a proteção mais efetiva, quando da ocorrência de curtos nas extremidades dos circuitos.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 157


Com essas instalações, iremos melhorar bastante as condições de proteção dos
circuitos de distribuição. A única ressalva que permanece será a ocorrência de um curto
circuito no intervalo entre a falta de corrente contínua no circuito de controle e proteção do
disjuntor alimentador e a eliminação desta falha pelo pessoal encarregado ou quando houver
falha do alarme remoto. Esses tempos são muito pequenos quando comparados com o tempo
que o disjuntor permanece ligado no sistema elétrico.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 158


5.7.3 – T.A. (88 E 13,8 KV) RA (88 KV)

7.7.3.1 – TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA – 88 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 159


Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 160
5.7.3.3 – CONTROLE DO DISJUNTOR - A – 88 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 161


5.7.3.4 – CONTROLE DO DISJUNTOR - B – 88 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 162


5.7.3.5 – PROGRAMAÇÃO DE CHAVES PARA ETD`S COM 2
DISJUNTORES DE ENTRADA – 88 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 163


5.7.3.6 – ESQUEMA DE TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA – 13.8
KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 164


5.7.3.7 – ESQUEMA DE CONTROLE DO DISJUNTOR DE
INTERLIGAÇÃO – 13.8 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 165


5.7.3.8 – ESQUEMA DE CONTROLE DO DISJUNTOR
SECUNDÁRIO TR.1 – 13.8 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 166


5.7.3.9 – ESQUEMA DE CONTROLE DO DISJUNTOR SECUNDÁRIO
TR.2 – 13.8 KV

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 167


5.8 – PADRÕES DE SUBESTAÇÕES
5.8.1 - AT – BARRA DUPLA (ENTRADA LATERAL)
MT – CBBS (CONJ. BLINDADO BARRA SIMPLES)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 168


5.8.2 - AT – BARRA DUPLA (ENTRADA LATERAL)
MT – CBBO (CONJUNTO BLINDADO BARRA DUPLA)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 169


5.8.3 – BARRA DUPLA (ENTRADA FRONTAL)
MT - AÉREO

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 170


5.8.4 – AT - BARRA DUPLA (ENTRADA FRONTAL)
MT – CBBD (CONJUNTO BLINDADO BARRA
DUPLA)

7
.
8
.
5

P
A
D
R
Ã
O

7
6

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 171


Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 172
5.8.6 – PADRÃO MISTO

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 173


5.9 – RELES DIFERENCIAIS:

1) Tipos:

-Diferencial amperimétrico
-Diferencial percentual
-Diferencial de alta impedância

2) Conceito de popularidade de transformadores de corrente (Tc):

Convenção

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 174


3) Ligação básica de Relé diferencial (monofásica):

Amperimétrica

4) Proteção do diferencial de transformador de potência:

4.1) Relé diferencial amperimétrico

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 175


Em condições normais de operação, temos um “equilíbrio” entre as correntes que “entram” no
circuito de corrente diferencial, com as correntes que “saem” do circuito de corrente
diferencial.

A proteção diferencial tem a característica de proteger “apenas” o(s) equipamento(s) que estão
compreendidos entre os tc’s (primário e secundário).

Simulação de faltas (Icc)

a) Falta no ponto 1°, considerando:


- Icc=1kA (corrente de curto – circuito)
-Iop- 0,5 A partida do relé)
-Ic Icarga = 100 4

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 176


Portanto, nestas condições:

= = = 11A

= I2=1A

Onde Idif = I1-I2=11-1 Idif=10A

b) Falta MP ponto N, considerando:

-Icc = 1 KA
-Iop ≥ 0,5 A
-Ic = 100 A

Neste caso temos:

= I1=11A
Então: Idif=I1-I2=0
Como Idif<Iop
= I2=11A O Relé não atua

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 177


Porém, ainda que este tipo de proteção demonstra que, matematicamente há uma perfeição na
operação, cabe lembrar que surgem na realidade, erros sistemáticos que podem afetar o perfeito
funcionamento da proteção diferencial amperimétrica, tais como:

a) Erros de relação intrínsecos TC’s.

b) Imperfeição do casamento das impedâncias secundárias dos TC’s.

c) Existência do componente continua contínua da corrente de curto-circuito.

d) Correntes de magnetização inicial, que gera correntes harmônicas.

e) Comutação de tap’s automáticas (Tape Changer), no caso de transformadores de potência com


regulação de tensão.

Tt TR

Considerando estes fenômenos e condições , desenvolveu-se os relés de proteção diferencial


percentual.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 178


4b) Relé diferencial percentual:

Para efeito ilustrativo e acadêmico, vamos considerar erros de relação de transformação de tc’s
1 e 2, onde:

Tc1 +3,0%
Tc2 -3,0%

Ex1: Condição de operação normal com Ic=10pu e Iop ≥ 0,1A

Idif = (1,03-0,97) pu Idif=0,06 pu

Como Idif< Iop Relé não atua

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 179


Ex2: Condição normal de operação com Ic = 2,0pu e Iop ≥ 0,1pu

Neste caso temos:

Idif = I1-I2 = (2,06-1,94)pu

Idif = 0,12pu

Como Idif > Iop

O Relé ativa indevidamente

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 180


Para acomodar as condições intrínsecas da proteção diferencial, assegurando que este sistema
de proteção não ative indevidamente utiliza-se relés de proteção diferencial, onde
correlaciona-se as correntes de operação com correntes de restrição.

Ex3: Condição normal de operação para:

• Ic = 2,0pu

• Iop ≥ 10% (Relé diferencial percentual)

• Método do Relé diferencial do percentual Iop(%)= x 100

-Calculo da corrente diferencial (Idif)

Idif = I1-I2 = (2,06+1,94) pu Idif=0,12pu

-Cálculo da corrente de restrição (IR)

IR= = pu IR=2,0pu

-Cálculo da corrente de operação (Iop)

Iop(%) = x 100 Iop(%)=6%<Iop(10%) Relé não atua indevidamente

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 181


Ex4: Curto circuito dentro da zona de proteção do diferencial

- Ic = 2,0pu
- Icc = 10pu
- Iop (%) ≥ 10%

-Cálculo da corrente diferencial (Idif): 

Idif= I1-I2

-Cálculo da corrente de restrição (IR):

-Cálculo da corrente de operação (Iop):

Como Iop (154,35%) >>> Iop(10%) = Relé atua correle

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 182


5) Características de operação do Relé diferencial percentual:

Resumo:

1)

2) e

3)

4)

5)

6) ou

ou

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 183


AJUSTE DA PROTEÇÃO DIFERENCIAL:

Ex: Seja um trafo

S = 40MVA ICCMAX = 6,5KA TC1: 800/600/400:5


3Ø – DY1 Z (Relé + Cabo) = 1,5Ω 10B200
FS = 40 % RT = 88 / 13,8 Kv TC2: 4000/3000/2000:5
X / R = 10 V1 = 88 KV 10B200
V2 = 13,8KV

• CALCULO DAS CORRENTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS

• Dimensionamento dos TC’s:

TC1: TC2

Carga TC1 = 400 / 5 Carga: TC2 = 3000 / 5

Saturação 20 Saturação

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 184


• Ligação dos Tc’s:

Ajuste dos Relés:

Tapes do Relé (B∆∆ - Hu) – 2,9-3,2-3,5-3,8-4,2-4,6-5,0-8,7

Calculo do erro (%) mismatche < 5%

Proteção de linhas de transmissão:

a) Direcional (67) tem como principio de operação sensibilizar sobrecorrente


direcionalizada.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 185


A proteção direcional “necessita” de uma grandeza de polarização, ié, uma grandeza de
referência para determinar o “fluxo” da corrente de defeito.

Exemplo de polarização a 90° com AMT=45°

b) Distância (21): Tem como principio sensibilizar a “distância” da falta a partir da exigência de
falta da linha de transmissão

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 186


-Conceito

-Característica:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 187


MHO:

Quadrilateral:

- Combinação das zonas para características quadrilateral

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 188


Combinação das características:
Comb T = Comb 1 + Comb 2 + Comb 3

EXERCÍCIOS

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 189


1) Proteção de circuitos
a) Represente um esquema básico de proteção e controle de um circuito, contendo:
- Tensão circular
- Bobinas de ligar e desligar (supervisão)
- Proteção de sobrecorrente para fase e terra
- Regulamento automático
- Sinalização

2) Observe o esquema abaixo:

Onde:

Determinar:

a) Para ICC1, qual Relé (s) opera (m)?


b) Qual valor lido pelo (s) Relé (s)
c) Para ICC1, idem (a)
d) Para ICC3, idem (a)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 190


2) Proteção de Transformadores:

-Seja o circuito abaixo:

Onde:

TC1=150/5 (E%+1%)
TC2=1000/5 (E%-1%)

Determinar:

a) A corrente nominal primária

b) A corrente nominal secundária

c) A corrente I1

d) A corrente I2

e) A corrente Idif

f) A corrente Iop (%)

g) A corrente de desensibilização para 30% de Iop%

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 191


ANOTAÇÕES

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TRANSFORMADORES DE INTENSIDADE

6.1 – TRANSFORMADOR PARA INSTRUMENTOS E RELÉS


6.1.1 – INTRODUÇÃO

Existem dois tipo de transformadores para instrumentos: Transformador de


Corrente (TC) e Transformador de Potencial (TP).

A função básica destes equipamentos é fornecer uma réplica reduzida das tensões
e correntes do sistema elétrico para fins de medição, supervisão e proteção.

As atas correntes e tensões são reduzidas para valores adequados aos diversos
instrumentos comumente utilizados, tais como: amperímetros, voltímetros,
freqüencímetro, wattímetro, relés, etc..

Os valores nominais das grandezas elétricas que alimentam estes instrumentos são
padronizados em 5A para as correntes e 115V para as tensões.

O princípio de funcionamento dos TC’s e TP’s é o mesmo que o do transformador


de potência, diferindo basicamente no valor da potência que o equipamento deve
fornecer. Os valores típicos para TC’s vão de 2,5VA a 200VA e para os TP’s de 12,5VA
a 800VA.

As dimensões do TC e TP são determinadas principalmente pelo nível de


isolamento do enrolamento primário, que é ligado ao sistema elétrico.

O TP é conectado entre os pontos onde se deseja medir a tensão (normalmente


entre fase e terra), e o TC é ligado em série no circuito onde se deseja medir a corrente.

Para analisarmos o comportamento dos TC’s e TP’s, vamos considerar o circuito


representativo de um transformador genérico.
11 12

L1 L2
V1 N1 N2 V2

M12

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V1 = tensão do primário
V2 = tensão do secundário
I1 = corrente do primário
I2 – corrente do secundário
R1 e R2 = resistência ôhmicas
L1 = indutância própria do enrolamento primário
L2 = indutância própria do enrolamento secundário
M12 = indutância mútua entre primário e secundário
N1 = número de espiras do primário
N2 = número de espiras do secundário
U = fluxo magnético do núcleo

Considerando as correntes e tensões senoidais, podemos escrever as seguintes


equações:
V1 = R1 I1 + jw L1 I1 + Jw M12 I2 (1)
V2 = R2 I2 + jw L2 I2 + jw M12 I1

Vamos representar o transformador dado na figura (1) pelo circuito da figura (2),
introduzindo um transformador ideal. O transformador ideal é um artifício matemático
onde a corrente e tensão no primário são reproduzidas no secundário de acordo com a
relação de transformação “N”.

I1 1 N NI1 I2

ZL

V1
V1 N1 N2 ZN V2
N

140,00 sq. ft. 140,00 sq. ft.

FIGURA 2

Para que o circuito Zm = impedância de magnetização


ZL= impedância de dispersão

Circuito equivalente do transformador com as impedâncias de magnetização e


dispersão referidas ao secundário.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 198


Para que o circuito da figura (2) seja descrito pelas equações (1) devemos ter:

V1 = Zm ( N I1 + I2)
N

V2 = Zm ( N I2 + I2 ) + ZL I2

N = R1 + jwL1
JwM12

Zm = -w² M12²
R1 + jwL1

ZL = R2 + jwL2 + W² M12²
R1 + jwL1

Para as indutâncias próprias e mútuas podemos considerar as seguintes fórmulas:

L1 = CECN1²
L2 = CECN2²

M12 = K V L1L2 = KCECN1 N2

CE = permeabilidade magnética do núcleo


C = constante que depende da geometria do núcleo
K = coeficiente de acoplamento magnético entre os enrolamentos

Na figura (2) podemos constatar que para um transformador real se aproximar de um


ideal, devemos tornar a impedância de dispersão (ZL) tão pequena quanto possível, e a
magnetização (Zm) tão elevada quanto possível.

Para tornar (ZL) pequeno, devemos ter o acoplamento magnético (k) próximo de 1, bem
como os valores de R1 e R2 próximos de zero, ou valores desprezíveis em face das
reatâncias jwL1 e jwL2, o que significa dizer que as reatâncias devem ter valores bem
elevados. Praticamente os mesmos fatores que tornam o valor de ZL pequeno, produzem
um valor grande para Zm.

Das equações (4) fica evidente a forma de se elevar os valores das indutâncias. O uso de
materiais ferromagnéticos no núcleo do transformador elevam bastante o valor da
permeabilidade magnética (u). O aumento da seção transversal e diminuição do
comprimento do núcleo eleva o valor da constante “C”. O aumento do número de espiras
(N1 e N2) contribuem para o aumento do coeficiente de acoplamento magnético, além da
disposição física dos enrolamentos em relação ao núcleo. Uma forma de se conseguir
isto, é colocar o enrolamento primário sobre o secundário ao redor do núcleo, como na
figura (3), como também utilizar o formato toroidal para este núcleo.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 199


3 2 1

3 2 1 2 3

1- NÚCLEO DE FERRO
2- ENROLAMENTO SECUNDÁRIO (BT)
3- ENROLAMENTO PRIMÁRIO (AT)

FIGURA (3)

Disposição dos enrolamentos em relação ao núcleo

O aumento do valor de Zm é a diminuição do valor de ZL nas equações (3)


produzirão o seguinte valor de N, utilizando-se das fórmulas em (4).

N = L1 = N1
M12 = KN2

Considerando-se acoplamento quase perfeito (k=1), verificamos que a relação de


transformação é ditada pela relação dentre o número de espiras do primário e do
secundário.
V1 = N = N1
V2 N2

I1 = 1 = N2
I2 N = N1

Se curto – Circuitamos o secundário, V2 e V1 se anularão e teremos então um


transformador de corrente (TC), onde:

I1 = 1 = N2
I2 N N1

Por outro lado, se o secundário for mantido aberto, I1 e I2 se anularão, e teremos


então um transformador de potencial (TP), onde:

V1 = N = N1
V2 N2

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 200


Em ambos os casos a potência transmitida V1 I1 = V2 I2 será praticamente nula.
Nos casos práticos, o TC deverá alimentar uma impedância tão baixa quanto possível, e o
TP uma tão alta quanto possível.

Transformador de Corrente (TC)

Como já salientamos antes, a função básica de um TC é reproduzir o mais fielmente


possível em seu secundário, a corrente que circula no primário.

Neste aspecto podemos considerar 2 tipos de TC:


1) medição
2) proteção

Os TC’s da medição devem reproduzir as correntes de carga, e os de proteção, as


correntes do curto-circuito, que normalmente são bem maiores que as da carga. Desta
forma os requisitos de precisão são diferentes para os 2 tipos de TC’s.

O circuito representativo de um TC é o mesmo dado na figura (2) do item anterior,


desenhado novamente aqui.

H1 I1 I2
X1

I1N IM ZL

E2 ZM E2 ZB

140,00 sq. ft.

X0
H2
Ze = Impedância de carga
Figura (1) Circuito representativo do TC
ZL I2

IM
E1

E2
I2 I1

Y U

IM

0
FIGURA 2

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 201


E1 = Tensão secundária induzida
E2 = Tensão nos terminais do TC
I1 = Corrente primária referida ao secundário
I2 = Corrente nos terminais do TC
U = Fluxo magnético
± = Ângulo de erro
Im = Corrente de magnetização
Y = Ângulo do fator de potência da carga ZB

Nas figuras (1) e (2) fica claro que a causa de erro entre as correntes primária e
secundária deve-se à corrente de magnetização, que circula no ramo Zm. Esta corrente
pode ser subdividida em 2 componentes: uma em fase com o fluxo “u”, que é a
componente que produz este fluxo magnético no núcleo do TC, e a outra, em quadratura,
e em fase com E1, que representa perdas do núcleo, devido a correntes parasitas induzidas
no ferro do núcleo.

A corrente de magnetização (Im) introduz dois tipos de erro na corrente secundária (I2),
em relação à corrente primária (I1): erro em módulo e erro em ângulo (B).

A tensão E1 é induzida pelo fluxo “u”, que por sua vez é produzido pela corrente de
magnetização Im. A corrente do secundário do TC (I2) produzirá a queda de tensão nas
impedâncias de dispersão (ZL) e na carga (ZB).

Da figura (1), obtemos:

E1 = (ZL + ZB) I2 (1)

A tensão E1, induzida pelo fluxo magnético “u”, pode ser expressa como:

E1 = 4,44N2²f S Im
L
E1 = Tensão eficaz (volt)
N2 = Número de espiras do secundário
F = Freqüência (hertz)
S = Seção do núcleo (m²)
L = Comprimento do núcleo (m)
CE = Permeabilidade magnética do ferro
Im = Corrente eficaz de magnetização (A)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 202


A curva representada pela expressão (2) pode ser obtida experimentalmente por
intermédio de um ensaio de excitação, cuja forma é dada na figura (3) a seguir.

V(RMS)
E1
Obs: A Saturação se inicia
quando aumenta e/em 10%
E 1 M aumenta de 50%.

Joelho

IM A(RMS)
Figura (3)

Curva típica de excitação de um TC

A forma desta curva, tendo em vista a fórmula (2), é devida ao fato de que o fator “CE”
(permeabilidade do ferro) depende do valor da corrente de magnetização Im, o fluxo
magnético se mantém praticamente constante, e em conseqüência também a tensão
induzida E1. Neste caso, dizemos que o TC atingiu o estado de saturação.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 203


Neste ponto é bom ressaltar que a corrente de magnetização Im, sob condições de
saturação do TC, possui uma grande quantidade de harmônicos.

De tudo que foi exposto, podemos concluir que a capacidade de um TC reproduzir em


seu secundário a corrente primária, com o mínimo de erro, está diretamente relacionado
com a tensão E1, que pode ser induzida, sem que o TC atinja seu estado de saturação.

A análise da fórmula (2) nos fornece aspectos de dimensionamento de um TC, que devem
ser levados, para que seu desempenho seja satisfatório. O aumento da relação do TC (N2),
da seção transversal do núcleo (S), da qualidade do material ferromagnético (CE), e a
diminuição do comprimento do núcleo (L), elevam o valor da tensão E1, que o TC pode
produzir sem se saturar, e desta forma ter seu desempenho melhorado.

A figura (4) representa de forma de onda das corrente primária e secundária do TC,
quando ocorre saturação.

I1

I2

Figura (4) Saturação do TC para corrente senoidal no primário

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 204


6.1.2 – CARACTERÍSTICAS

1 – Classe B – ABNT ou L – ANSI

TC possui baixa impedância de dispersão. Exemplo típico são os TC’s de núcleo toroidal,
com o enrolamento secundário uniformemente distribuído ao redor deste núcleo.

2 – Classe A – ABNT ou H ANSI

TC que possui alta impedância de dispersão.

Os TC’s de proteção não devem saturar para correntes até 20 vezes a corrente nominal,
quando alimentarem a carga nominal, e o erro de relação não deve ultrapassar 10%. Desta
maneira, podemos definir a “tensão secundária nominal” como sendo aquela que o TC
deve fornecer para injetar 20 vezes a corrente nominal na carga secundária nominal. O
valor de 20 é definido como o fator de sobrecorrente do TC, e sendo a corrente nominal
de 5A, então a corrente que o TC deve produzir, sem se saturar, é de 100A.

Portanto conhecida a “tensão secundária nominal”, temos a carga nominal Z = V/I. Para
os TC’s de proteção, as normas estabelecem a “tensão secundária nominal” para definir a
classe de exatidão.

A figura a seguir mostra as classes de exatidão normalizadas pela ABNT.

EB-251 com Tensão


Exatidão 0,3 Desatoração NBR – 6856
(VSAT)

Carga Impedância Classe Classe


nominal 0hm A B
C2,5 0,1 10 A10 B10
C5,0 0,2 20 A20 B20
C12,5 0,5 50 A50 B50
C25 1,0 100 A100 B100
C50 2,0 200 A200 B200
C100 4,0 400 A400 B400
C200 8,0 800 A800 B800
VA Tensão Tensão

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 205


Resumo das características do TC
1) Corrente secundária

Normalmente esta corrente é de 5A. Mas pode haver, casos específicos onde ela vale
2,5A ou 1,0A; principalmente para TC’s fabricados em outros países.

2) Corrente primária e relação nominal

Caracteriza o valor nominal da corrente suportável pelo TC. Os valores padronizados são
mostrados abaixo:

Corrente Relação Corrente Relação Corrente Relação


Nominal Nominal Nominal Nominal Nominal Nominal
5 1:1 100 20:1 1000 200:1
10 2:1 125 25:1 1200 240:1
15 3:1 150 30:1 1500 300:1
20 4:1 200 40:1 2000 400:1
25 5:1 250 50:1 2500 500:1
30 6:1 300 60:1 3000 600:1
40 8:1 400 80:1 4000 800:1
50 10:1 500 100:1 5000 1000:1
80 12:1 600 120:1 6000 1200:1
75 15:1 800 160:1 8000 1600:1
FIGURA (4) : Corrente primária e relação nominais

3) Nível de isolamento

É definido pela tensão do circuito no qual o TC vai ser ligado.

4) Carga nominal

Valor da carga máxima que o TC pode alimentar de acordo com os requisitos da


exatidão. Os valores padronizados são os seguintes:

Carga nominal Impedância


VA 0hm
C2,5 0,1
C5,0 0,2
C12,5 0,5
C25 1,0
C50 2,0
C100 4,0
C200 8,0

FIGURA (3a) : Carga nominal e impedância

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5) Fator térmico nominal

Fator pelo qual deve ser multiplicado a corrente nominal para se obter a máxima corrente
que o TC é capaz de suportar em condições de regime permanente, à freqüência nominal,
sem exceder os limites de elevação de temperatura, e sem cair fora da classe de medição.
No Brasil, os valores padronizados são: 1,0 – 1,2 – 1,3 – 1,5 – 2,0.

6) Fator de sobrecorrente nominal

Expressa a relação entre a máxima corrente com a qual o TC também sua classe de
exatidão, e a corrente nominal. Atualmente a norma brasileira adota um único valor: F20.
As normas anteriores definiam os seguintes valores: F5, F10, F15 e F20.

7) Corrente térmica nominal (ou de curta-duração)

É a maior corrente primária que o TC pode suportar por um tempo pré-determinado


(geralmente 1 segundo), com o enrolamento secundário curto-circuitado, sem exceder os
limites de temperatura especificados para a classe de isolamento utilizado.

8) Corrente dinâmica nominal

Valor de pico da corrente primária que um TC é capaz de suportar por um tempo pré-
determinado (geralmente o primeiro meio ciclo), com o secundário em curto-circuito,
sem sofrer

danos mecânicos resultante de forças eletromagnéticas. A norma brasileira estabelece que


este valor seja 2,5 vezes a corrente térmica nominal.

9) Classe de exatidão

Valor máximo do erro de relação expresso em porcentagem, para o TC alimentando sua


carga nominal. Os valores padronizados são:
- TC de medição: 0,3 – 0,6 – 1,2
- TC de proteção: 10

10) Tensão secundária nominal

É a máxima tensão que o TC de proteção é capaz de fornecer, para uma corrente de 20


vezes a nominal, sem ultrapassar sua classe de exatidão. Os valores padronizados são os
seguinte: 10- 20 – 50 – 100 – 200 – 400 – 800 volts.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 207


11) Curva de excitação

É a curva obtida através de ensaio, que relaciona a tensão no secundário com a corrente
de magnetização. Ela é muito importante para se determinar o valor da tensão secundária,
a partir da qual o TC atinge o nível de saturação. A figura abaixo mostra uma curva
típica:

V(RMS)
E2

IM A(RMS)

TC de vários núcleos

É muito freqüente a utilização de TC’s com vários núcleos, principalmente de circuitos


de alta e extra-altatensão.

Este tipo de TC possui vários enrolamentos secundários independentes, cada um montado


em seu próprio núcleo, normalmente formado por uma única espira, cujo condutor possui
uma seção transversal elevada. É comum um dos secundários à medição e os outros á
proteção.

A figura abaixo representa este tipo de TC com 3 núcleos.

P1 P2

1S1 1S2 2S1 2S2 3S1 3S2

É bom ressaltar que esse tipo de TC, os enrolamentos que não estiverem sendo utilizados,
devem ser mantidos em curto-circuito.

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TC de relação múltipla – RM

Os TC’s podem ser construídos com diversas relações de transformação. Vamos analisar
4 tipos.

1) TC com vários enrolamentos no primário (ligação série / paralelo no primário).

Na figura (1A) será esquematizado um TC deste tipo, com 2 enrolamentos no primário


(poderiam ser mais) com o mesmo número de espiras, e um enrolamento no secundário.

Os enrolamentos primários podem ser ligados em série ou em paralelo, fornecendo assim


2 relações de transformação. Para a ligação paralela teremos o dobro da relação de
transformação daquela obtida com a ligação série.

P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4

600A 600A 600A 600A

600/S 600/S

LIGAÇÃO LIGAÇÃO
SÉRIE PARALELO
RELAÇÃO 600/S RELAÇÃO 1200/S

S1 5A S2 S1 5A S1

FIGURA 01

É bom ressaltar que neste caso a classe de exatidão permanece constante para os dois
valores de relação.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 209


2) TC com vários enrolamentos no secundário (ligação série / paralelano
secundário)

Este é um TC bem especial, muito pouco utilizado, e só construído sob solicitação. Na


figura (1A) etá esquematizado este tipo de TC.

Os secundários com o mesmo número de espiras podem ser ligados em série ou paralelo.
Na ligação paralela, a relação é metade daquela obtida na ligação série, da mesma forma
que a tensão da classe de exatidão.

Se um dos secundários (S1-S2 ou S3-S4) for utilizado sozinho, o outro deve ser mantido
aberto, para não interferir na medição.

P1 P2

600A 600A

LIGAÇÃO SÉRIE LIGAÇÃO PARALELO


600/S 300/S

5A 5A 5A 5A
S2 S3 5A
S4

A A 10 A
5A

FIGURA 2

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 210


3) Dois TC’s ligados em série ou paralelo

Esse tipo de ligação, utilizando-se dois TC’s de mesma relação e classe de exatidão, é sob
muitos aspectos, equivalente ao exemplo anterior. Na figura (2) está esquematizado este
tipo de ligação.

Salientamos que ambos os secundários precisam obrigatoriamente ser utilizados e ligados


em série ou paralelo.

P1 P2 P1 P2
600A 600A

600/S 600/S 600/S

S1 S2 S1 S2

10 A
S1 S2 S1 S2
300/S
5A 5A
600/S 10 A
S1 5A S2 S1 5A S2

LIGAÇÃO SÉRIE LIGAÇÃO PARALELO

FIGURA 3

4) TC com várias derivações no secundário

Neste caso temos um enrolamento primário e um secundário, do qual se tem acesso a


várias derivações. O condutor primário deve ser dimensionado para a corrente relativa a
maior das relações obtidas.

Nos TC’s com várias derivações no secundário, só podem ser utilizados 2 terminais por
vez (S1-S2 ou S1-S3 ou S2-S3), permanecendo os outro terminais abertos. Deve-se
ressaltar também que a classe de exatidão se altera, para cada relação escolhida.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 211


TC em carga com secundário aberto

Já foi salientado nos itens anteriores, que um TC deve ter o secundário


alimentando uma carga de impedância muito pequena, o mais próximo possível de um
curto-circuito. Desta forma, a força magnetomotriz produzida pela corrente primária é
contrabalanceada por aquela produzida pelo secundário. Se o secundário for aberto, toda
corrente primária atuará para produzir magnetização no núcleo do TC.

O núcleo atingirá o nível de saturação a cada meio ciclo da onda de corrente, e a


alta taxa de variação de fluxo na passagem da corrente por zero, induzirá picos elevados
de tensão. A figura abaixo representa esta saturação.
TENSÃO

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3


CICLOS

Risco de tensão em TC aberto

Com corrente nominal no primário, esta tensão atinge algumas centenas de Volts
para TC’s de baixa relação, mas pode atingir muito kilovolts para TC’s de proteção de
alta relação. Se a corrente no primário fosse a de curto-circuito, esta tensão se elevaria
quase na mesma proporção do aumento da corrente. Estas tensões são perigosas tanto
para a isolação dos equipamentos ligados ao TC quanto para as pessoas. Outro fator a
salientar é o superaquecimento do material do núcleo devido ás altas perdas provocadas
pela corrente de magnetização, que no caso do TC aberto é a própria corrente do
primário.

Em vista disto, deve-se tomar as necessárias providências a fim de se evitar a


abertura do secundário do TC, quando houver corrente circulando no primário. Para tanto
são usados dispositivos que mantém o secundário em curto-circuito, quando houver
necessidade de se retirar o relé ou qualquer outro instrumento que esteja sendo
alimentado pelo TC.

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6.1.3 – CLASSE DE PRECISÃO DO TC (EXATIDÃO)

Para uma adequada aplicação do TC (Transformador de Corrente) no sistema


elétrico, é de suma importância o prévio conhecimento da magnitude dos erros de relação
e de fase da corrente secundária frente à corrente primária. Esses erros dependem
basicamente do valor da corrente primária e do tipo de carga colocada no secundário,
além de sofrerem influências também das variações de freqüência e da forma de onda.

A fim de entender os pré-requisitos da exatidão, os TC’s são fabricados de acordo


com especificações ditadas em normas técnicas, tais como a EB-251.2 da ABNT e
C57.13 da ANSI.

Essas normas, em linhas gerais, definem a faixa de corrente e de carga que devem
ser impostas ao TC, para que os erros não ultrapassem determinados valores.

Tendo em vista as amplas diferenças de solicitação do TC frente às correntes de


carga e de curto-circuito na rede elétrica, e da impossibilidade técnica de se construir um
TC que mantenha um desempenho satisfatório para ambas as faixas de corrente, os TC’s
são fabricados com desempenho satisfatório para ambas as faixas de corrente, os TC’s
são fabricados com previsão de atender serviços de medição ou de proteção, nunca
ambos. Um TC de medição não pode ser usado para proteção, e um TC de proteção não
deve ser usado para a medição, principalmente para fins de faturamento.

TC de medição

Para os TC’s de medição são definidas 3 classes de exatidão: 0,3 – 0,6 – 1,2.

Um TC é considerado pertencer a uma ou mais destas classes, quando para


valores entre 10% e 100% da corrente nominal, o erro de relação e de fase estiver contido
dentro dos respectivos paralelogramos de precisão, representados nas figuras a seguir.

TRANSFORMADOR DE CORRENTE
FRC CLASSE EXATIDÃO :0,3
%
100,6
10%

100,4

100%
100,2

100,0

99,8

99,6

99,4

-50 -20 -10 0 +10 +20 +30

ÂNGULO DE FASE MINUTOS


FIGURA (1) CLASSE DE EXATIDÃO 0,3

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 213


Medição (Segundo ABNT)

A placa de dados TC; possui a seguinte indicação:

% C Onde :-

% = Percentual do erro de fase (Primário e Secundário)


C = Capacidade do secundário em Volt amperè (VA)

Considerando os valores indicados como exemplo 0,3 C25, vamos calcular a impedância
secundária do TC, através da fórmula P=Z x I² conforme detalhamento abaixo:

P = Z x I²
2,5 = Z x 5²
Z = 25
25
Z = 1Ω

Após calculada a impedância secundária do TC; é utilizada a fórmula Vsat = Z x I x F


para encontrar a tensão de saturação do TC (joelho), conforme detalhamento abaixo:

Vsat = Z x I x F, Onde F= fator de sobrecorrente do TC


Vsat = 1 x 5 x 5
Vsat = 25
(volts)

Dos paralelogramos pode ser notado que a precisão é aumentada quanto mais próximo a
corrente medida se aproxima da nominal. O fator de correção da relação (FCR) é definido
pelo quociente da relação real de transformação e a relação nominal de placa (k) ou seja:

FCR = I1 / I2 = I2 + Im
K I2

ERRO% = 100 – FCR = Im 100


I2

Além da classe de exatidão, deve ser indicado a carga nominal máxima que o TC deve
alimentar, a fim de atender a classe de exatidão.

Por exemplo, a indicação 0,6 – C2,5 de acordo com as normas ABNT, representa a classe
de exatidão 0,6 e a carga nominal 2,5VA ou 0,1 OHM.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 214


CARGA POTENCIA FATOR RESISTÊNCIA INTÂNCIA IMPEDÂNCIA
NOMINAL

ABNT ANSI VA POÊNCIA OHM MH OHM


C2,5 B-0,1 2,5 0,9 0,19 0,116 0,1
C5,0 B-0,2 5,0 0,9 0,18 0,232 0,2
C12,5 B-0,5 12,5 0,9 0,45 0,580 0,5
C25 B-1 25 0,5 0,50 2,3 1,0
C50 B-2 50 0,5 1,0 4,6 2,0
C100 B-4 100 0,5 2,0 9,2 4,0
C200 B-8 200 0,5 4,0 18,4 8,0

FIGURA (2) – CARGAS NOMINAIS PADRONIZADAS PARA ENSAIO DE TC’s


DE

A classe de exatidão 0,3 se aplica a medições de laboratório e faturamento, e as


classes 0,6 e 1,2 serva para outros tipos de medição, tais como: amperímetro, wattímetro,
etc..

TC de proteção

Para o TC de proteção, a norma ABNT define apenas uma classe de exatidão, a de 10%
de erro de relação, para valores da corrente entre a nominal e 20 vezes este valor.
Considerando-se que a corrente nominal secundária padronizada é de 5A, então a faixa de
corrente vai de 5A a 100A.

O erro de fase não é tão importante para os TC’s de proteção, quanto o é para os de
medição. O núcleo do TC de medição é feito de material de elevada permeabilidade
magnética, o que produz corrente de magnetização bem baixa, pequenas perdas e baixa
relutância. Eles são operados com baixa indução magnética de cerca de 0,1 Tesla, mas
entram logo em saturação para induções magnéticas cerca de 4 a 5 vezes este valor, o que
é conseguido com correntes primárias em torno de 4 a 5 vezes o valor nominal.

Os núcleos os TC’s de proteção já possuem a mesma permeabilidade magnética, porém


são dimensionados para entrar em saturação para valores mais elevados de indução
magnética, correspondentes a cerca de 20 vezes a corrente nominal. Esta corrente elevada
já produziria um alto nível de saturação nos TC’s de medição, fazendo com que a
corrente no secundário não aumente a mesma proporção, evitando assim possíveis danos
nos instrumentos de medição, que não são projetadas para suportarem correntes elevadas,
como os reles de proteção o são. Desta forma, fica evidente a impossibilidade de se
empregar TC’s de medição para alimentar reles de proteção.

As normas classificam os TC’s em duas classes.

Proteção (segundo norma ABNT)

A placa de dados do TC possui a seguinte indicação A % FC onde:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 215


A = Alta impedância de dispersão
% = Percentual do erro de fase (Primário e Secundário)
F = Fator de sobrecorrente
C = Capacidade da potência secundária

Considerando os valores indicados como exemplo A10 F20 C50, vamos calcular a
Impedância secundária do TC, através da fórmula P = Z x I² conforme detalhamento
abaixo:
P = Z x I²
50 = Z x I²
50
Z=
25
Z = 2Ω

Após calculada a impedância secundária do TC, é utilizada a fórmula Vsat = Z x I x F


para encontrar a tensão de saturação do TC (joelho), conforme detalhamento abaixo:

Vsat = Z x I x F
Vsat = 2 x 5 x 20
Vsat = 200(volts)

Concluído o cálculo do Vsat demonstramos a seguir, todos os ensaios feitos em campo


tanto para os TC’s de medição, quanto para proteção, considerando que a relação do TC
já está contida na Placa de identificação.

Obs: Para TC’s norma ANSI, a Placa de dados já indica a tensão de saturação.

Ex.: 10A 200 onde:


10 = Percentual do erro de fase
A = Alta impedância de dispersão
200 = Vsat

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 216


6.1.4 - ENSAIOS DE CAMPO

Antes que qualquer ensaio seja feito num transformador de corrente devemos observa-lo,
através de uma inspeção visual e mecânica, verificando se não há sinais de danos
(quebraduras, rachaduras, etc...), bem como proceder a um reaperto de todas as conexões,
evitando falhas provocadas por mau contato, e comprometimento da isolação.

Ainda devemos observar se o transformador de corrente possui mais de uma relação de


transformação, em caso positivo, de que forma é feita a mudança da relação. Assim,
então começamos a fazer os ensaios a seguir:

Resistência de isolamento

Este ensaio consiste da aplicação de tensão contínua nos terminais de um dos


enrolamentos contra outro enrolamento, medindo-se assim a resistência de isolamento
dos enrolamentos entre si e entre os enrolamentos e a massa. O tempo de aplicação
deverá ser de 1.0 minuto e a tensão aplicada será 2,5kV (CC) para a alta tensão 0,5kV
(CC) para baixa tensão.

H1

X1

X2 MEGGER

H2

Figura 1 A: Ensaio de resistência de isolamento (secundário barra).

H1

X1

X2 MEGGER

H2

Figura 1 B: Ensaio de resistência de isolamento (secundário para terra).

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 217


Resistência ômica dos enrolamentos secundários

A medição de resistência dos enrolamentos pode ser feita por dois métodos:

A – Método da queda de tensão

Neste método aplica-se corrente contínua nos terminais a serem medidos e faz-se
simultaneamente as leituras de corrente e tensão calculando-se em seguida, pela lei de
Ohm.

B - Método da ponte

Este método consiste do emprego da ponte de Wheatstone ou Kelvin para


medição de resistência.

Polaridade

O método utilizado é o do “golpe” indutivo aplicando-se uma corrente contínua


nos terminais de um enrolamento e verificando-se o sentido da reflexão instantânea do
ponteiro do voltímetro de corrente contínua. Em seguida aplica-se aos terminais do outro
enrolamento a mesma corrente contínua observando-se o sentido nos dois enrolamentos
então esta será substrativa.

V
- +
X2
X1
H1 H2

Figura 2: Ensaio de Polaridade

Ensaio de excitação

É feito para determinar a curva de saturação do transformador de corrente. Aplica-


se uma tensão variável (c.a.) aos bornes do enrolamento secundário e mede-se,
simultaneamente, a Tensão aplicada e a corrente de excitação.

Como regra prática podemos adotar o seguinte critério para definir o ponto de
“joelho” da curva:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 218


A saturação foi atingida quando, para uma variação de 10% da tensão aplicada,
houver uma variação igual ou superior a 50% da corrente de excitação.

H1
io
A

X1

V2 TC a ser ensaiado
Vca
X2

100,00 sq. ft.

Variador de Tensão
H2

Figura 3A
V2

io
Figura 3: Curva de excitação do TC

Relação de transformação

Os ensaios para confirmação da relação de transformação é feito utilizando-se o


diagrama da figura 8. Aplicando-se uma corrente ao enrolamento primário do
transformador de corrente. Medimos também a corrente no enrolamento secundário e
através da relação entre as duas correntes definimos a relação de transformação do
transformador de corrente sob teste.

AUTO TRANSFORMADOR

TC SOB ENSAIO

Vca A2

TC PADRÃO
100,00 sq. ft.

VARIADOR DE TENSÃO

A1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 219


6.1.5 – POLARIDADE DE TC`S – CONVENÇÃO:

IP
P1 IS
IS
S1
P2 S2

IP

∴ Quando IP entra na polaridade ∴ Quando IP sai na polaridade


IS sai na polaridade. IS entra na polaridade.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 220


6.2 – TRANSFORMADORES DE POTENCIAL (TP)

A função básica de um TP é produzir em seu secundário uma réplica reduzida da


tensão aplicada no primário.

Existem duas formas de se ligar o TP no sistema elétrico: entre fases e entre fases
e terra. Para tensões elevadas, o mais comum é a ligação fase-terra. A tensão secundária
padronizada é 115V ou 115 (volts) para ligação fase-neutro.

Diferentemente dos TC’s não existem diferenças entre um TP utilizado de outro


para proteção.

O TP deve alimentar cargas de alta impedância e portanto, a corrente no


secundário deve ser pequena, e desta forma ele pode ser considerado um transformador
de força de baixa potência, operando quase em vazio.

No TP a principal causa de erro de tensão secundária é devido a queda de tensão


na impedância de dispersão (ZL) provocado pela corrente I2.

Quando ocorre um curto-circuito no secundário do TP, a corrente I2, será


demasiadamente elevada, provocando excessivo aquecimento devido as perdas Joule
(I²R) no cobre dos condutores. Desta forma o TP deve ser protegido com o uso de
fusíveis ou disjuntores instalados no secundário, ou no primário.

Para se especificar um TP, as normas estabelecem os seguintes itens:

• Tensão primária nominal


• Relação de transformação
• Classe de exatidão
• Carga nominal
• Potência térmica nominal
• Grupo de ligação
• Freqüência nominal
• Nível de isolamento

Resumo das características

- Tensão primária

A tensão primária depende da tensão entre fases, ou entre fase e neutro, do


circuito onde o TP vai ser ligado. Normalmente estes valores são padronizados em
normas.

- Relação de transformação

As normas especificam os valores da relação de transformação, baseados na tensão


primária nominal na tensão secundária nominal 155V e 115/√3 (volts).

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 221


- Classe de exatidão

É o máximo valor percentual de erro da relação que o TP pode apresentar na medida de


uma potência. Os valores são: 0,3 – 0,6 – 1,2.

O TP estará enquadrado numa determinada classe, se seu erro de relação e o


ângulo de fase estiverem dentro dos paralelogramos indicados na figura (1) abaixo.

LIMITES DE CLASSE DE EXATIDÃO


101,6
101,4 CLASSE 1,2
101,2
CLASSE 0,6
101,0
Fator de correção de relação

100,8 CLASSE 0,3


100,6
100,4
100,2
100,0
99,8
99,6
99,4
99,2
99,0
98,8
98,6
98,4
-80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Angulo de fase (minutos)


FIGURA 1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 222


- Carga nominal

É o valor expresso em VA da carga alimentada pelo TP, sob o qual ele não
ultrapassa os limites da sua classe de exatidão.

A figura abaixo mostra a tabela com os valores padronizados:


Cargas nominais 60Hz – 115V 60Hz – 115V3 V
ABNT ANSI VA FATOR R L Z R L Z
POTENCIA OHM MH OHM OHM MH OHM
P12,5 W 12,5 0,10 115,2 3042,0 1152 38,4 1014,0 384
P25 X 25,0 0,70 403,2 1092,0 576 134,4 364,0 192
P75 Y 75,0 0,85 163,2 268,0 192 54,4 89,4 64
P200 Z 200,0 0,85 61,2 101,0 72 20,4 33,6 24
P400 ZZ 400,0 0,85 30,6 50,4 36 10,2 16,8 12

Cargas nominais padronizadas para ensaIos de TP

- Grupo de ligação

Conforme o tipo de ligação e do aterramento, temos três grupos de ligação, a


saber:

1 – Grupo 1: TP’s projetados para ligação entre fases. Podem suportar até 10% de
sobretensão continuamente.

2 – Grupo 2: TP’s projetados para ligação fase terra em sistemas eficazmente aterrados.

3 – Grupo 3: TP’s projetados para ligação fase-terra em sistemas não aterrados ou cujo
aterramento não seja eficaz. Podem suportar até 10% de sobretensão entre fases, ou 190%
da fase terra.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 223


- Potência térmica nominal

É a máxima potência que o TP pode fornecer sem ultrapassar os limites de


temperatura.

Para os TP’s dos grupos de ligação 1 e 2, esta potência deve ser superior a 1,33
vezes a carga nominal especificada, e para os grupos 3, deve ser superior a 3,6 vezes.

Transformador de potencial capacitivo (TPC)

Embora o tamanho de um TP seja basicamente proporcional ao nível de tensão, o


seu custo tende a crescer desproporcionalmente. Para tensões elevadas é mais econômico
se utilizar o TPC.

Este equipamento é, em essência, um divisor capacitivo. A figura abaixo mostra


os passos seguidos para um divisor capacitivo se transformar em um TPC.

A A A

C1 C1 L C1 L
B B B T

C2 C2 C2
ZB ZB ZB

D D D
(A) (B) (C)

C1
L LX
B

C2 PR2 T
CF
LF

CARRIER LB ZB
PR1 CA RA
RF

Figura 1 – Desenvolvimento de TPC completo

Em todo tipo de divisor, a tensão de saída depende muito da carga, e do ponto de


derivação. A figura abaixo a seguir ilustra esta situação.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 224


A

C1 C1 + C2
B

C2 C1
ZB E 2 = E1 EB ZB
C1 + C 2

E1 E2 D
(A) D (B)

FIGURA 2

Na figura (A) verifica-se que a impedância equivalente de fonte é capacitiva (C1 +


C2) e pode ser compensada com um indutor colocado em série, que fará com que a tensão
no secundário esteja em fase com a primária e não sofra qualquer queda.

Para obter uma tensão em torno de 115V ou 115V/V3V diretamente no divisor capacitivo
com cargas usuais (200A a 400VA), utiliza-se a derivação B do divisor capacitado para
conectar em TP ? reduzindo a tensão secundária aos valores usuais. Esta situação está
esquematizada na figura (1C).

Na figura (1D) temos o esquema completo de um TPC. A inclusão do indutor LB sem


série com o primário do TPC permite que se injete sinais de freqüência elevadas através
do ponto D, utilizados em esquema de proteção por onda portadora (“carrier”), ou
sistemas de comunicação ponto a ponto utilizando-se a própria linha de transmissão.

A indutância variável Lx serve para sintonizar o valor da indutância total com a


capacitância (C1 + C2), para que uma cancele a outra. Os para-raios (PR1 e PR2)
juntamente com o capacitor CA e o resistor RA serve de proteção contra eventuais
sobretensões nos elementos constituintes do TPC. O circuito formado CF, LF e RF são
colocado no secundário do TPC, para evitar o fenômeno da ferrorressonância.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 225


Transformadores de corrente:

1) Definição: São transformadores de intensidade que possuem como características


principais:
• Isolar o Relé / Medidor do sistema de AT
• Refletir “fielmente” a corrente primária do circuito para o Relé

2) Representação básica

3) Simbologia

Ano I IEC

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 226


4) Reação: RTC = (IP / Is) – Io

a) Relação única b) Múltipla Relação

5) Ligações

a) Série

6) Bourden

Tensão no terminal do Tc

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 227


7) Saturação

1: Componente simétrica

X/R: Componente assimétrica

If: Corrente de falta

In: Corrente nominal primária

Zc: Impedância da carga

Zb: Impedância da Bourden


8) Circuito equivalente

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 228


Ex: Considere a LT abaixo

V = 138 KV a) Qual a impedância máxima (carga) no


10 B 400 secundário do Tc?
X/R = 4,0
ZRelé = 2 (Ω) b) Para Icc = 16 KA o Tc satura?
Z Cabo = 2 (Ω)
RTC : 2000 / 5
c) Qual Rtc mínima para não saturar?

a)

b)

c)

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 229


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 230


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 231


ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 234


CONCEITOS BÁSICOS DE GRADUAÇÃO DE
RELÉS DE PROTEÇÃO

1 – Funções básicas (ANSI)

27 – Infra Tensão

59 – Sobre Tensão

46 – Desequilíbrio de corrente

32 – Potência

67 – Direcional

21 – Distância

79 – Religamento automático

87 – Diferencial

62 – Temporizador

50 – Sobrecorrente instantâneo

51 – Sobrecorrente temporizado

86 – Relé de bloqueio

49 – Térmico

81 – Freqüência

25 – Sincronismo

83 – Transferência

* Caso algumas funções venham acompanhada com “re”, significa que é uma proteção
dedicada ao neutro ou terra
50n Sobrecorrente instantâneo de neutro

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 235


9) Ajustes

c)Elemento sobrecorrente instantâneo (50/50N)

c.1) Características

-Atuam em tempo definido (de 3 ms a 50 ms)


-Atuação para curto-circuito entre fase (50)
-Atuação para curto-circuito entre fase (s) e terra (50n)
-Aplicados em circunstâncias de alta intensidade de curto-circuito
-Utilizados para Implementação de sistemas de proteção coordenados

FALTAS ATUAÇÃO

3Ø – ABC

2Ø – AB

2ØT – ABN

ØT – AT

c2) Ajustes: Deve proteger toda a zona de proteção para o menor nível de curto-circuito e/ou
proteção até o primeiro dispositivo de proteção instantâneo ajudante de mesma característica

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 236


Ex: 1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 237


7) Sensibilidade

8) Suportabilidade Termo-dinâmica

• Corrente nominal (5A) → contínuo


• Corrente térmica (500A) → 1 segundo
• Corrente dinâmica (1250) → ½ ciclo (8,33 msg)

b) Relé de neutro 51

IccØT ≥ I ajuste ≥ (10% à 30%) * Ifs onde  

9) Ajuste, considerando mesma zona de proteção

a) Relé de fase 51:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 238


10) Seletividade e coordenação:

• Utilizar a curva característica do relé 51


• Plotar as correntes de curto-circuito (mix – min)
• Adotar ∆t entre as curvas dos relés ≥ 300 ms

Iccmax = Icc3Ø = 8 KA
Iccmin = IccØt = 5 KA

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 239


Exemplo de calculo de curto-circuito:

 
 
 
1) Determinação das bases:

Sbmt = 100Mva
Vbmt = 13,2 Kv

2) Determinação das impendencias:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 240


Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 241
*Se o primário do TR estiver em ∆ desconsiderar impedância de sequencia Zero

*Se o primário do TR estiver em ∆, desconsiderar o Zo do sistema

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 242


Proteção Diferencial Porcentual – Trafo

1) Relação do Tc’s

a) Carga

b) Icc

2) Malha de corrente

3) Graduação

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 243


Exercícios:

Dados:

- Trafo:
RT = 88/13 Kv → (S1/S2)
S = 40 MVA

Determinar:
a) In primária i) Representar as polaridades do Tc’s
b) In Secundária j) Representar o fluxo das correntes
c) Relação do Tc1 secundárias dos Tc’s
d) Relação do Tc2 k) O pick-up do Relé 51 para 35% de
e) Corrente diferencial sobrecarga no trafo
f) Corrente de restrição l) O pick-up do Relé 51n para 30% de
g) Corrente de operação desequilibrio do trafo
h) MT para ajuste do 87

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 244


Ex:

Determinar:

OBS:
1) Tempo de coordenação ∆t = 300m
2) Relé 3 coordena com 1 e 2
3) Relé 4 coordena com 3
4) Relé 7 coordena com 6

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 245


Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 246
Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 247
ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 249


ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 251


ANOTAÇÕES

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 252


CONCEITOS BÁSICOS DE DIGITALIZAÇÃO

A boa disponibilidade de comunicação associada à toda disponibilidade de informação


através da evolução dos IED’s, possibilitou às empresas de energia, sejam geradoras,
transmissoras ou distribuidoras, que realizassem, com confiança, serviços de
telesupervisão, telecomando (acionamento) e telemedição de forma simplificada e
econômica, tornando o sistema elétrico cada vez mais eficiente.

Ao mesmo tempo, as exigências muitas vezes complexas de intertravamentos e seqüência


de controle que são encontradas em subestações de todos as dimensões significativas
emprestam-se, naturalmente, à aplicação da automação.
Essas exigências podem ser fidedignamente expressas em lógicas matemáticas (tabelas
da verdade, álgebras booleanas, etc.) e esse ramo da matemática é muito bem sucedido na
aplicação em microprocessadores / microcomputadores e seus softwares associados.
As primeiras aplicações ocorreram, naturalmente, no sistema de transmissão, como a
extensão da tendência de centralização das salas de controle deste sistema.
Nos últimos 10 anos, as contínuas pressões das empresas para redução de custos
associados a evolução da tecnologia digital, conduziram a implantação de sistemas
digitalizados para controle e automação de subestações em larga escala.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 253


As vantagens de tornar uma subestação inteligente, através da Digitalização podem ser
resumidas em:
1.Auto-Monitoramento:
Através de varredura das funções internas, que indica o defeito no momento em que
ocorre.
Incorpora na varredura os circuitos aos quais está interligado: desde o secundário do TC's
até a bobina de "trip" dos disjuntores.

2. Registro gráfico de defeitos, que permite o conhecimento preciso do defeito;


intensidade, tempo de interrupção e sua identificação.

3. Estatística do número de operações por comando manual e defeito para uma


manutenção precisa nos disjuntores.

4. Comando à distância, que possibilita que a subestação não fique desassistida, evitando
o custo de operação.

5. Medição: Indicação no local e à distância de tensão, corrente, potência ativa e reativa,


energia ativa e reativa e fator de potência, por exemplo.

A filosofia básica de um sistema de automação sistema prevê um CO (Central de


Operações) com um sistema supervisório SCADA, em comunicação direta com as
subestações através de linha dedicada, denominado SSC, conforme mostra a figura
abaixo.

Como o próprio nome diz, o sistema SCADA refere-se a um sistema de supervisão,


controle e aquisição de dados, de forma remota, de uma subestação.
Finalidade Principal (CLIENTE do sistema): OPERAÇÃO

Telemedição: tensão, corrente, potências ativa e reativa, temperatura de óleo e do


enrolamento de transformadores.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 254


Telecomando: disjuntores, tapes dos comutadores, religamento automático dos
alimentadores, automatismo de bancos de capacitores, transferência de carga entre
transformadores com paralelismo momentâneo.

Telesupervisão: alarmes gerais da subestação e supervisão de estado de disjuntores,


secionadores e chaves de bloqueio, tapes, entre outros.
Dentro da concepção avançada de automação (digitalização) além das funções
convencionais, o sistema de automação deve oferecer:

Função proteção: Monitora as funções ANSI (50/51; 50/51N, 79, etc.) dos IED’s de
proteção

Oscilopertubografia: Armazena sinais de tensão e correntes, durante as faltas

Sincronismo de tempo: Sincroniza os IED’s da SE com fontes externas de horário.


Precisão de até ms

Registro seqüencial de eventos: Registra, seqüencialmente, as operações internas dos


IED’s.

Dentro da concepção avançada de automação (digitalização) além das funções


convencionais, o sistema de automação deve oferecer:

SISTEMAS CONTROLE

Tensão e Reativos: Mantém o nível de tensão e o fluxo de reativos nos barramentos


secundários ou primários da subestação

Transferência de Carga: Possibilita transferência de carga de forma automática ou


manual, através do macro gerenciamento da subestação

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 255


SISTEMAS DIGITAIS

CONCEITUAÇÃO
SINAL ANOLÓGICO x SINAL DIGITAL

SINAL ANALÓGICO:

Representação proporcional à uma grandeza (elétrica, movimento, etc.), ou seja, o sinal


acompanha a variação da grandeza sob avaliação.

Velocímetro do Automóvel: Deflexão angular do ponteiro é proporcional à velocidade do


automóvel;

Corrente ou Tensão: A variação no sinal, no tempo, é diretamente proporcional à variação


da grandeza elétrica avaliada.

Sinal Analógico = Sinal Indiscreto

CONCEITUAÇÃO
SINAL ANOLÓGICO x SINAL DIGITAL

SINAL DIGITAL:
As quantidades avaliadas NÃO são representadas por outras quantidades proporcionais;
Representação por símbolos, chamados dígitos

A representação DIGITAL não está sujeita à interpretação

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 256


CONCEITUAÇÃO
Assim...
O sistema digital é uma combinação de dispositivos projetados para lidar com
informações lógicas ou com quantidades físicas representadas de forma digital, isto é,
estas quantidades só podem assumir valores discretos.

Exemplo: Sistema de controle de temperatura

PORTAS LÓGICAS E ÁLGEBRA BOOLEANA

Os sistemas ou circuitos digitais (lógicos) operam de modo binário onde cada tensão de
saída, ou entrada admite, sempre, valores “0” ou “1”; “nível lógico baixo” ou “nível
lógico alto”; “low” ou “high”.

Essa característica nos permite utilizar a álgebra booleana* como ferramenta da análise e
projeto de circuitos digitais.

A álgebra booleana é uma ferramenta matemática relativamente simples que nos permite
descrever a relação entre a(s) saída(s) de um circuito lógico e sua(s) entrada(s) através de
uma equação (expressão booleana) ou dos seus blocos fundamentais de representação.

A álgebra booleana foi desenvolvida pelo matemático George Boole (1815 – 1864) para
o estudo da lógica. Ela foi apresentada em 1854 no trabalho intitulado “An
Investigation of the Laws of Thougth.”

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 257


VARIÁVEIS BOOLEANAS

Como vimos, na álgebra booleana, constantes e variáveis possuem apenas dois valores
permitidos “0” ou “1”.
As variáveis booleanas são, geralmente, utilizadas para representar o nível de tensão
presente nas ligações ou nos terminais de entrada/saída do circuito.

Vcc = 5v

CH.1 Variáveis
A
CH.2 A= 0
B
B= 1

OPERADORES BOOLEANOS

Como apenas dois valores são possíveis, a álgebra booleana é relativamente mais fácil de
se trabalhar do que a álgebra convencional. Na álgebra booleana não existem frações,
decimais, números negativos, raízes quadradas, raízes cúbicas, logaritmos, números
imaginários e assim por diante.
Na verdade, na álgebra booleana existem apenas três operações básicas:
OR (OU); AND (E) e NOT (NÃO)

Blocos Lógicos

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 258


A TABELA VERDADE

A tabela verdade é uma maneira de descrever como a saída de um circuito lógico


depende dos níveis lógicos presentes nas entradas do circuito.

A B x

0 0 1

0 1 0

1 0 1 A
B
? X
1 1 0

A B C x

0 0 0 0

0 0 1 1

0 1 0 1

0 1 1 0

1 0 0 0

1 0 1 0
A
B 1 1 0 0
? X
C
1 1 1 1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 259


OPERAÇÃO OR (OU)

Os pontos importantes à serem lembrados no que se refere à operação OR, ou portas


lógicas OR, são:
1.A operação OR produz “1” como resultado, quando qualquer uma das variáveis de
entrada forem iguais a “1”;
2.A operação OR produz “o” como resultado, quando todas as variáveis de entrada
forem iguais a “0”;
3. Em álgebra booleana, a operação OR é representada pelo símbolo “+”

A B X=A+B

0 0 0

0 1 1

1 0 1 A X= A+B

B
1 1 1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 260


OPERAÇÃO AND (E)

Os pontos importantes à serem lembrados no que se refere à operação AND, ou portas


lógicas AND, são:
1.A operação AND produz “1” como resultado, quando todas as variáveis de entrada
forem iguais a “1”;
2.A operação AND produz “o” como resultado, quando UMA ou MAIS variáveis de
entrada forem iguais a “0”;
3. Em álgebra booleana, a operação AND é representada pelo símbolo “.”

A B X=A.B

0 0 0

0 1 0

1 0 0 A X= A.B

B
1 1 1

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 261


OPERAÇÃO NO (NÃO)

Os pontos importantes à serem lembrados no que se refere à operação NO, ou portas


lógicas NO, são:
1.A operação NO, ao contrário das operações OR e AND é realizada sobre uma única
entrada;
2.A operação NO é também chamada de inversão ou complemento;
3. Em álgebra booleana, a operação AND é representada pelo símbolo “ ‘ ” ou “ barrado”.

A X = A'

0 1 X= A'
A
1 0

IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS

1. FORMAS DE ONDAS DOS OPERADORES


2. IMPLENTAÇÃO DE CIRCUITOS A PARTIR DE EXPRESSÕES
BOOLEANAS
3. DETERMINANDO O NÍVEL DA SAÍDA A PARTIR DE UM DIAGRAMA
LÓGICO

OPERADORES ESPECIAIS

1. FLIP FLOP’s
2. TEMPORIZADORES
3. BORDAS DE SUBIDA E DECIDA

OPERADORES ESPECIAIS

1. FLIP FLOP’s
2. TEMPORIZADORES
3. BORDAS DE SUBIDA E DECIDA

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 262


Arquitetura da Subestação Digitalizada
Projeto AES Eletropaulo

Basicamente o sistema supervisório é composto por centrais computacionais instaladas


no COS (Nível ALTO) e por Unidades Terminais Remotas U.T.R. (Nível BAIXO) que
executam o sensoriamento das grandezas elétricas e estado das subestações.
As informações coletadas pelas U.T.Rs são enviadas ao COS, que as processam e
registram em tempo real, disponibilizando-as para os consoles de operação (IHM –
Interface Homem Máquina), de onde pode ser executado o telecomando das subestações.

Diagrama básico do sistema supervisório

IHM COS

Central do SSC

UTR UTR UTR UTR

SE-1 SE-2 SE-3 SE-n

Atualmente, na AES Eletropaulo, existem duas concepções de sistemas supervisórios:

1. CONVENCIONAL
2. DIGITAL

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 263


CONVENCIONAL

O sistema Convencional de supervisão e controle das subestações é o mais empregado na


empresa e é constituído basicamente por equipamentos analógicos como TC’s e TP’s de
núcleo aberto para a aquisição das grandezas elétricas de corrente e tensão, assim como
os kit’s e mini - kit’s para supervisão de estados e telecomandos.
Nessa concepção é necessário que a subestação possua um painel de interface, para a
conversão das grandezas contínuas em sinais elétricos além de uma U.T.R. convencional
com placas de I/O e supervisão dos sinais analógicos.

2º Nível (UCC)
UCC EMP
Unidade
Concentradora
Rede Apartada
de Comunicação

MODEM

1º Nível (COS)
Par Metálico
Sistema
Supervisório

3º Nível (SE)

RTU
MODEM
Painel de
Interface

PAINEL DE
INTERFACE

UTR ELPA

Apesar de ser o sistema mais empregado na empresa, o sistema convencional apresenta


alguns pontos falhos como segue:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 264


Equipamentos antigos , de difícil manutenção e baixa confiabilidade, são o principal
ponto falho e também os responsáveis pelos maiores problemas na arquitetura
convencional do sistema supervisório.

As RTU’s aplicadas, como a CMW, por exemplo possui tecnologia defasada em mais de
dez anos, sendo que grande parte dessas remotas datam de 1994. Problemas como,
impossibilidade de expansão de pontos para supervisão e controle, impossibilitam
serviços como telesupervisão e telecomando das CBR’s entre outros pontos das ETD’s.

Os TC’s e TP’s, utilizados para as medições operativas são imprecisos e trazem muita
dificuldade quando de projeta sua aplicação para outras finalidades.

2. DIGITAL

A unidade concentradora trabalha em conjunto com os IED’s;

Através do lopping, o concentrador interroga todos os IED’s configurados em sua rede,


processando as variações de estado e sinalizações analógicas, informadas pelo IED
interrogado.

Medidor de Qualidade ELPA


Medição Operativa e de Qualidade com
disponibilização dos dados de Relés Digitais e Unidades
qualidade via intranet Concentradora
Supervisão de estados e
solicitação de telecomandos via
protocolo de comunicação.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 265


SMP
1º Nível EMP
(HTC)

Concentração
das aquisições
Rede
da UPC e
Apartada
atualização
dos dados
para COS
Fibra Óptica

Rede Metropolitana COS


UPC

Terminal Server Switch

2º Nível (SE)

Comunicação
da UPC com
os
Dispositivos
da SE

Medidores

Relés Digitais e Unidade de CTRL

UCC LIMÃO EMP

Fibra Óptica Rede Apartada


Satélite

COS

UPC

Interligação das SE’s


Terminal Server Switch Canal Redundante de Fibra Óptica Switch Terminal Server

Medidores UTR ELPA Medidores

ECH ECO PERUS ETD GATO PRETO

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 266


Apresentação: Subestação Barueri

O sistema digital está em fase de implantação na empresa.


Comparando com o sistema convencional, o novo sistema digital somente nos trás
benefícios, pois os equipamentos utilizados possuem tecnologia de ponta, além de
possuírem fácil reposição.
As possibilidades de serviços e supervisão que o sistema digital nos apresenta são
imensas, a redução de relés eletromecânicos, auxiliares e contatos externos possibilita
maior confiabilidade e menor necessidade de manutenção no sistema de proteção e
comando.
O grande problema que a empresa está encontrando com o novo sistema é a quebra de
paradigma. Assim que todo o corpo técnico e operativo estiver confortável com a nova
tecnologia, poderemos, enfim, aplicar toda a tecnologia disponível no sistema.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 267


COMUNICAÇÃO SERIAL

1) Introdução: É comunicação baseada na transmissão seqüencial de bits, sendo um


de cada vez, para um canal de comunicação de barramento.

Ex: RS 232
RS 485
USB
ETHERNERT

Esse tipo de comunicação é para ponto-a-ponto com características de baixa velocidade


na transmissão, isto é, uma comunicação do tipo half-duplex (única via e um sentido por
vez). E, devido a necessidade de um terra comum entre os dispositivos, há limitações do
comprimento do cabo (Dezenas de m). Os sinais são representados por níveis de tensão
referentes a um terra

-Transmissão
-Recepção
-Terra para referência dos níveis de tensão TS 232
RS → Recommended Standard, baseada na norma EIA - 232

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 268


2) Alguns protocolos de comunicação mais utilizados

-Protocolos
• MODBUS
• PROFIBUS
• DNP 3.0 (Distributed Network Protocol)

-Requisitos para sistemas de proteção


• Sequencia de eventos
• Oscilografia
• Seletividade lógica
• Sincronismo de tempo
• Velocidade
• Medição
• Parametrização on-line

OBS: Protocolos usados em redes seriado nem sempre atendem os requisitos necessário
para a proteção, fazendo do IED uma subutilização.

3) Topologia típicas:

-Anel

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 269


-Varal

-Estrela

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 270


4) IEC 61850

A IEC 61850 é uma norma internacional para sistemas de automação em rede entre
equipamentos na subestação e sistemas de supervisão e controle. Suas características
técnicas a torna flexível e a prova de futuro, portanto deve suportar todas as funções de
automação e operação em subestação formando um sistema integrado.

-Principais objetivos da norma EIC 61850: necessidade de uma norma de custos:

• Redução de custos
-Padronização da comunicação
-Interoperabilidade

• Padronização deve garantir


-Possibilidade de atualização
-Ampliações
-Testes e manutenção em sistema de automação
-Aumento de vida útil de sistemas de comunicação

• Flexibilidade
-Expansão dos sistemas
-Mudança de filosofia
-Inclusão de novas funcionalidades dos equipamentos dos fabricantes

• Impor que os fabricantes demonstrem que seus equipamentos funcionem em


conjunto com os equipamentos de outros fabricantes.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 271


-Benefícios de uma norma global e única

• Interoperabilidade: É a habilidade dos IED’s (Intelligent Eletronic Device) de um


ou diversos fabricantes em trocar informações e utilizá-las para suas próprias
funções.

• Livre configuração: A norma deve suportar diferentes filosofias e permitir uma


livre alocação de funções, isto é, deve trabalhar igualmente para conceito
centralização ou descentralizado.

• Estabilidade de longo prazo: A norma deve ser à prova de futuro, isto é, deve estar
apta a seguir o processo na tecnologia da comunicação, assim como a evolução
das exigências do sistema.

-Conteúdo e abordagem da norma IEC 61850

• IEC 61850-1: Introdução e visão geral

• IEC 61850-2: Glossário


-Coleção de termos

• IEC 61850-3: Requisitos gerais


-Requisitos de qualidade
-Condições ambientais
-Serviços auxiliares
-Padrões e especificações

• IEC 61850-4: Gerenciamento do projeto


-Requisitos de Engenharia
-Ciclo de vida
-Garantia de qualidade

• IEC 61850-5: Requisitos de comunicação:


-Requisitos básicos
-Nós lógicos
-Canais de comunicação lógico
-Conceito PICOM
-Desempenho e funções

• IEC 61850-6: Linguagem de configuração de subestações (SCL)


-Visão geral de processo de Engenharia
-Definição do sistema e configuração do formato do arquivo de troca de
parâmetros
-Descrição de unifilar
-Descrição de conexão de comunicação
-Capacidade do IED
-Alocação de nós lógicos dos IED’s

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 272


• IEC 61850-7-1: Cobertura de comunicação básica
-Introdução ao IEC 61850-7-x
-Modelos e princípios de comunicação

• IEC 61850-7-2: Interface de serviços de comunicação abstrata (ACSI)


-Descrição do ACSI
-Especificação dos serviços de comunicação abstrata
-Modelo de estrutura de base de dados de dispositivos

• IEC 61850-7-3: Classe de dados comuns


-Classe de dados comuns e atributos relacionados

• IEC 61850-7-4: Classe de nós lógicos


-Definições das classes de nós lógicos e classes de dados

• IEC 61850-8: Mapeamento de serviço de comunicação especifica:


-Mapeamento de serviços comumente usados para comunicação na subestação.

• IEC 61850-9: Mapeamento de serviço de comunicação específica:


-Mapeamento de serviços para a transmissão de valores analógicos amostrados.

• IEC 61850-10: Testes de conformidade


-Procedimentos de testes de conformidade
-Garantia de qualidade e testes
-Documentação exigida
-Certificação, requisitos e validação do equipamento de teste

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 273


-Padronização das funções de proteção, controle, medição, etc, abordadas na
norma IEC 61850

ANSI IEC IEC 61850


50 I>>> PIOC
51 I> PTOC

Exemplos de representação de funções (enlace lógico) referentes a IEC 61850

PDIF: Proteção diferencial

RBRF: Falha de disjuntor

XCBR: Disjuntor

CSWI: Chave controladora

MMXV: Unidade de medição

YPTR: Transformadores de potência

PIOC: Sobrecorrente instantâneo de fase

PTOC: Sobrecorrente temporizado de fase

PTUV: Subtensão

PTOV: Sobtensão

PDIS: Proteção de distância

PTUF: Subfrequencia

PTOF: Sobrefrequencia

PREC: Religamento automático

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 274


-Exemplo de arquitetura utilizada em subestações:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 275


-Mensagem GOOSE

GOOSE: Generic Object Oriented Substation Event

• Generic – Qualquer dado


• Object Oriental – Dado a partir de um modelo IEC 61850
• Substation – Toda a subestação “reconhece”esse dado
• Event – Envio baseado na ocorrência de um evento

-Objetivo Principal: Compartilhamento de informações, em tempo real, entre


equipamentos que uma subestação.

Exemplo de arquitetura:

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 276


-Benefícios:

• Estabilidade e flexibilidade:
-Provisão de entradas e saídas podem ser adicionadas, modificadas se removidas apenas
pelo software do equipamento.

• Performance
-Mais rápido que a tradicional fração entre relés (IED’s)
-Atenção entre emissor e receptor é emitido

• Segurança adicional
-Conexões supervisionadas, possibilidade para proteção da degradação da
funcionalidade

Exemplo prático:

1) Ao detectar uma falha no


alimentador ALIM-2 o relé
envia sinal de trip para o DJ-
2 e ativa proteção de falha
de disjuntos
2) Disjuntor DJ-2 e ativa
3) A proteção contra falha de
disjuntor envia um comando
de trip para DJ-1 via
GOOSE

OBS: O uso de GOOSE elimina a necessidade de cabos e entradas binárias dedicado para
proteção.

Manual de Treinamento – Proteção de sistemas elétricos de potência - Subestações 277


ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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