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EE Profª Margarida Maia de Almeida Vieira

Leitura e Análise de Textos - Explorando os descritores de leitura - 7º Ano


4º Bimestre / 2016
Aluno: .......................................................nº: ........Série: ........Data......./....../...............

Leia o texto e responda as questões de 1 a 5.

O padrinho de Guilherme

O padrinho foi ao colégio, na Muda da Tijuca, e tirou Guilherme para passear.


Olhos de inveja do irmão, também interno, mas sem direito a sair porque seu
comportamento era do tipo que “deixa muito a desejar”. Desejar o quê — ele não
sabia. Mas sabia que o irmão ia gozar a vida lá fora, o ar, as ruas, os cinemas, tudo que
vale a pena, enquanto ele, Gustavo, continuaria mergulhado no mar-morto do pátio,
dos corredores, do nhenhenhém cotidiano. 
Guilherme tinha planos para a emergência, e todos se resumiam em tirar o
máximo possível da liberdade do padrinho. 
— O senhor me dá um presente de aniversário? 
— Seu aniversário é daqui a oito meses. 
— É, mas... 
— Bem, eu dou. 
O padrinho propôs-lhe um blusão alinhado, mas ele entendia que roupa é
obrigação de pai e mãe — não vale. Livro, também não. Nas férias, aceitaria a coleção
de “science-fiction”, mas em pleno ano letivo, para descanso de tanta labuta no
campo da ciência e das letras, o que lhe convinha mesmo era um brinquedo bem
legal. 
— Brinquedo? Mas você pode brincar com essas coisas no colégio? 
— Posso. 
Talvez não pudesse, mas isso eram outros quinhentos. Foram à loja de
brinquedos. O problema era escolher entre o trem elétrico, o foguete cósmico, a caixa
de aquarela, o equipamento de Bat Masterson, o cérebro eletrônico e outras infinitas
tentações. 
— Vamos, escolhe — dizia o padrinho, disposto a tudo, menos a esperar. Ele
comparava, meditava, decidia, arrependia-se. E como era impossível levar os
brinquedos que o atraíam, pois cada qual tinha seu inconveniente, que era não ter as
qualidades dos demais, repeliu a todos. 
— Quero aquela gaitinha. Aquela verde, ali. 
O padrinho fez-lhe a vontade, sem compreender. Uma bobagem de trezentos
cruzeiros!* 
No Colégio, Gustavo queria saber. E sabendo escarneceu*: — Você é mesmo
uma besta. Tanta coisa bacana para escolher, e vem com essa gaitinha mixa.
 (ANDRADE, Carlos Drummond de. Vozes da Cidade. Rio de Janeiro: Recorde, p. 195.

Glossário: * cruzeiro: moeda usada antes do real ; * escarneceu : zombou; fez gozação.
(Habilidade- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão considerando o contexto.)

01. “... do nhenhenhém cotidiano...”. Qual o sentido dessa expressão usada no texto
( A ) Animação do dia-a-dia.      ( C ) “Chatices” diárias
( B ) Bobagens de estudante.       ( D ) Estudos semanais.

(Habilidade- Localizar informações explícitas em um texto.)

02. “Ele comparava, meditava, decidia, arrependia-se”. Diante do problema, qual foi à
solução encontrada por Guilherme

( A ) Adquirir um blusão alinhado.               ( C ) Desistir da compra. 


( B ) Comprar todos os brinquedos.             ( D ) Ficar com uma gaita.

(Habilidade- Reconhecer o efeito de sentido consequente do uso de sinais de


pontuação (vírgula, exclamação, interrogação, etc.) e de outras notações linguísticas
(aspas, parênteses, negrito etc.)

03. “— Brinquedo? Mas você pode brincar com essas coisas no colégio?” O uso de
interrogação na frase indicada

( A ) curiosidade e alegria.  ( B ) curiosidade e dúvida.


( C ) dúvida e alegria.  ( D ) susto e felicidade.

(Habilidade- Inferir uma informação implícita em um texto.)

04. De acordo com o texto, a expressão “deixa muito a desejar” (linha 3) infere-se

(A) pessoa mal educada.       (C) pessoa de má conduta.


(B) pessoa imprudente.         (D) pessoa relaxada.

(Habilidade- Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições


ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.)

05. No trecho “E sabendo escarneceu: — Você é mesmo uma besta. Tanta coisa bacana
para escolher, e vem com essa gaitinha mixa.” A palavra ESCARNECEU pode ser
substituída por

(A) desdenhar.   (B) ignorar. (C) zombar.        (D) fazer pouco caso.


Leia o seguinte cordel.
Sertão, folclore e cordel

O sertão é terra boa                                          Cordel é folheto em versos 


 Se o ano é bom de inverno                              Como Manuel Riachão, 
Tudo fica mais contente                                     Zezinho e o Dragão,
 
Mais bonito e mais moderno                            Os aventureiros da Sorte, 
Porém quando o ano é seco                              José de Souza Leão.
O sertão vira um inferno.

Folclore quer dizer um                                       No sertão vê-se o folclore


Conjunto de tradições                                        No cheiro do cumaru
Crença popular que cita                                     Na sombra do juazeiro
Provérbios, contos, canções                              Na cachaça com caju
E se espalha no mundo                                       No “chiar” do carro de boi
Por diversas regiões.                                           E no pé de mandacaru.
(LEITE, José Costa. Sertão, folclore e
cordel. Recife, Condado, 1991.)

(Habilidade- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos


ortográficos e/ou morfossintáticos.)

6. As palavras “inverno”, “moderno” e “inferno”, presentes na primeira estrofe, são


usadas para marcar 

( A ) as estrofes.     ( B ) as rimas.      ( C ) o tema.        ( D ) os versos.

 Leia o texto a seguir.


Livro é demais

O Pedro Elias Lins aniversariou no último dia 12. Como é um sujeito legal, a
turma da firma onde trabalho resolveu fazer-lhe uma surpresa, naturalmente com o
apoio do patrão José Ailton Torres. 
Aí, salta dona Elúsia, secretária do chefão: 
― O que é que a gente dá de presente pra ele? 
Zé Vicente, o contínuo, sugeriu:                
― Dá um livro! 
Na hora, Zé Aílton rebateu: 
__ Livro, não! Ele já tem um!
                       (Gazeta de Alagoas, Maceió, 14/4/98.)
(Habilidade- Identificar o tema de um texto.)

7. O assunto do texto é


( A ) a compra do presente.                    ( C ) o aniversário do chefe.
( B ) a festa da firma.                               ( D ) o presente do contínuo.

(Habilidade-Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a


narrativa.)

8. A fala “─ Dá um livro!” é dita por

( A ) Dona Elúsia. ( B ) Pedro Elias. ( C ) Zé Ailton. ( D ) Zé Vicente.

Leia o texto.
O pastor e seus carneiros

Um pastor levou seus carneiros para uma floresta de carvalhos. Sob uma
enorme árvore cheia de frutos, ele estendeu seu casaco. Depois subiu para sacudi-la e
assim os frutos cairiam. Mas os carneiros comeram indistintamente as bolotas e o
casaco. Quando desceu, vendo o que tinha acontecido, o pastor exclamou:
 ― Suas bestas, aos outros vocês dão sua lã para abrigá-los, a mim que lhes dou
o sustento, vocês destroem até o casaco!
 Muita gente, sem se dar conta, serve a desconhecidos e faz mal aos que lhes
são próximos.   (ESOPO 550 a.C. Fabulas de Esopo.Trad. Antonio Carlos Vianna. Porto Alegre: L&PM, 1997. p.157 .)

(Habilidade- Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por


conjunções, advérbios, etc.)

9. No trecho “Depois subiu para sacudi-la e assim os frutos cairiam.” A palavra destacada
dá ideia de

( A ) causa             ( B ) lugar            ( C ) modo            ( D ) tempo

(Habilidade- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.)

10. O texto “O pastor e seus carneiros” é 

( A ) uma carta contando o que os carneiros fizeram com o casaco. 


( B ) uma fábula que ensina uma lição de moral a partir de um fato. 
( C ) uma notícia de um fato que ocorreu com o pastor. 
( D ) um poema sobre a vida do pastor e seus carneiros.

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