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Orixás

O que são os orixás?


Os orixás são divindades da mitologia africana iorubá que se popularizaram
no Brasil com as religiões de matriz africana Umbanda e Candomblé.

Iorubá é uma região da África composta por diversos grupos étnicos com
língua e cultura semelhantes. Muitos dos negros trazidos para o Brasil como
escravos eram dessa região.

Existem mais de 400 orixás na mitologia iorubá, mas alguns deles se tornaram
mais famosos no Brasil, como é o caso de Exú, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Iemanjá,
Xangô e Iansã.

História dos orixás


Segundo a mitologia iorubá, Olodumaré, também conhecido como Olorum, é
o deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo
e servirem de intermediários entre ele e os humanos.

Olodumaré não aceita oferendas, pois como é o criador de tudo tem poder
sobre tudo e não há nada que ele não possua.

Os orixás representam os elementos da natureza e Olodumaré é a junção de


todas essas energias. Os orixás não são deuses, portanto as religiões que
cultuam os orixás são monoteístas.

Durante a colonização do Brasil, muitos dos negros trazidos da África para


serem escravizados eram da região de iorubá e trouxeram consigo suas
crenças e tradições religiosas.

O Candomblé foi a religião que passou a ser praticada por esses povos
escravizados no Brasil, seguindo as tradições e cultos africanos e cultuando os
orixás da mitologia iorubá.

Essas práticas religiosas, no entanto, eram duramente reprimidas pelo


colonizador, que impunha aos negros escravizados a prática do catolicismo.

Para seguir cultuando seus orixás, os africanos usavam os santos da Igreja


Católica para representar suas divindades. Por exemplo, quando rezavam para
São Jorge, na verdade estavam cultuando Ogum.

Assim iniciou-se o sincretismo religioso, que vai dar origem a outra religião
de matriz africana: a Umbanda. A Umbanda tem elementos do Candomblé, do
Catolicismo e do Espiritismo e surge no início do século XX.
Quais são os orixás?
Na mitologia iorubá existem centenas de orixás, mas apenas alguns deles são
cultuados pelas religiões Umbanda e Candomblé. Na Umbanda são cultuados
9 orixás, no Candomblé esse número pode chegar até 72. Alguns dos orixás
mais populares no Brasil são:

Exú
Exú é o orixá intermediário e mensageiro, responsável pela comunicação entre
os orixás e os homens. Exú é o guardião dos caminhos, é capaz de derrubar
barreiras. O Exú é, por vezes, interpretado como uma divindade má, mas na
mitologia iorubá não existe a representação do mau. Assim como os outros
orixás e seres humanos, o Exú tem virtudes e defeitos e pode agir para o bem
e para o mau.

Oxalá
Oxalá é uma divindade masculina, ele é o criador de todos os seres e pai de
todos os orixás - com exceção de Logunedé. Ele representa o sol, a criação e a
vida. Segundo a mitologia iorubá, Oxalá tentou criar os seres humanos com
vários materiais, mas só conseguiu quando utilizou o barro.

Representação no cristianismo: Jesus Cristo

Saiba mais sobre Oxalá.

Ogum
Ogum é o orixá que representa a luta, as conquistas, ele é o deus da guerra e
o arquétipo do guerreiro. Ele é o senhor da guerra e padroeiro de todos os
trabalhadores cujo ofício exige a utilização de ferramentas.

Representação no cristianismo: São Jorge

Oxóssi
Oxóssi vive nas florestas e representa a fartura, é protetor dos caçadores e
rege as lavouras, seu símbolo é o arco e flecha. Ele pode imitar o som dos
animais com perfeição, é um caçador valente e generoso.

Representação no cristianismo: São Sebastião

Saiba mais sobre Oxóssi.

Oxum
Oxum é uma divindade feminina, ela é dona da água doce, dos rios e das
cachoeiras. Representa a delicadeza, a fecundidade e a maternidade, por isso
é muitas vezes chamada de “mamãe Oxum”.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora Aparecida ou Nossa


Senhora de Fátima
Saiba mais sobre Oxum.

Oxumaré
Oxumaré é filho de Nanã, é a divindade do movimento, do ciclo vital. Esse orixá
é homem e mulher ao mesmo tempo, ele representa as dualidades, como o dia
e a noite, o bem e o mal.

Representação no cristianismo: São Bartolomeu

Xangô
Na mitologia iorubá, xangô é rei, por isso é o orixá que cuida do poder, da
administração e da justiça. Ele age com neutralidade, é reconhecido pelas
sábias decisões e é íntegro.

Representação no cristianismo: São Pedro ou São Jerônimo

Saiba mais sobre Xangô.

Iansã
Iansã é uma guerreira poderosa, responsável por levar as almas para o céu. É
a senhora dos ventos, dos trovões, das tempestades e representa as
mudanças rápidas.

Representação no cristianismo: Santa Bárbara

Iemanjá
Iemanjá é a mãe de todos os orixás - com exceção de Logunedé -, é a grande
mãe e rege a educação, a família e as uniões. Ela é a rainha dos mares,
protetora dos marinheiros e um dos orixás mais famosos no Brasil.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora da Conceição ou Nossa


Senhora dos Navegantes

Nanã
Nanã é uma divindade mulher, que representa a maternidade, a vida e a morte.
Segundo a lenda iorubá, foi Nanã quem sugeriu a Oxalá usar o barro para a
criação dos seres humanos.

Representação no cristianismo: Nossa Senhora Sant’ana

Omolú
Omolú é um grande e respeitado feiticeiro, é o senhor da vida e da morte e
deus da medicina. Ele é responsável pela passagem de um plano para o outro,
por guiar os espíritos para uma nova vida - atua em hospitais e cemitérios.

Representação no cristianismo: São Lázaro

Logunedé
Logunedé é filho de Oxóssi e Oxum e dono de uma beleza ímpar. É um exímio
caçador e pescador e tem expressões masculinas e femininas.

Representação no cristianismo: Santo Expedito


Para quem gosta de pesquisar:

Òrìsà dídá ayé: òbátálá e a criação do mundo iorubá - Luiz L. Marins.

Obàtálà & Odùdúwa: a Gênese Yorubá - Alfredo Bião

Ife Cradle of the Yoruba - J.A. Ademakinwa.

Fundamentals of the Yoruba Religion - Chief Fama.

Orun Aiye: O Encontro de Dois Mundos - Jose Beniste.

Site do Caboclo Pantera Negra (Posts do Mario Filho).

El concepto de vida y muerta en la religión yoruba - Leonel Gámez Céspedes.

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