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FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA

CURSO DE LETRAS // DISCIPLINA: MORFOSSINTAXE DA LÍNGUA PORTUGUESA I // PROF. ME. WELTON DIEGO C. LAVAREDA
ALUNO:________________________________________________________

A CIÊNCIA DA LINGUAGEM – PARTE 03: TRAÇOS MORFOLÓGICOS

1 A DUPLA ARTICULAÇÃO DA LINGUAGEM – REVISÃO DAS NOÇÕES PRELIMINARES

SOUSA-E-SILVA, Maria Cecília; KOCH, Ingedore Vilaça. Linguística aplicada ao português: morfologia. São Paulo:
Cortez, 2012. p.21-22

2 MORFOLOGIA ESTRUTURALISTA

A escola estruturalista sofisticou as técnicas de depreensão de morfemas para, em um sistema de


oposições diferenciá-las dos fonemas – as unidades linguísticas destituídas de significado. Fundamentados
em uma hipótese sintagmática, procuraram classificar os morfemas em uma estruturação concatenativa, isto
é, de adição de unidades a uma base (morfemas aditivos) ou, na hipótese menos comum, de subtração
dessas unidades (morfemas subtrativos).

2.1 TIPOS DE MORFEMAS (veja as relações sinópticas da aula passada em anexo)1

OBSERVAÇÃO ESPECIAL

Na concepção bloomfieldiana formas livres são aquelas que podem se estabelecer


independentemente na enunciação, ao passo que formas presas são aquelas que sempre aparecem ligadas
a outras. Assim, flor, em português brasileiro, é uma forma livre, ao passo que –ist ou –a, em florista, são
formas presas. Ao lado dessas, segundo Câmara Júnior (1977, p120-1), estão as formas dependentes:
aquelas que, apesar de autônomas, nunca aparecem em um cenário isolado (vocábulos funcionais, como as
preposições de e para em “presentes de floristas para clientes”, pode ser um bom exemplo).
Bauer (2004, p. 23) acrescenta às noções de forma livre e forma presa a ideia de obrigatoriamente
presa ou potencialmente livre. Aplicando essa classificação à palavra floristas, nosso exemplo, podemos
dizer que tanto flor- quanto –ist ou –a são formas presas, ainda que –ist e –a sejam obrigatoriamente
presas, já que nunca se instanciarão em cenário isolado, e flor seja potencialmente livre, já que pode se
instanciar isoladamente.

3 TIPOLOGIA DE BASE MORFOLÓGICA: LEMBRAR É PRECISO!

August von Schlegel (1767-1845) foi quem primeiro sugeriu uma tipologia de base morfológica para
as línguas, seguindo por August Schleicher (1821-1869), entre outros. Muitos linguistas, em especial os que
trabalham com descrição e catalogação de línguas naturais, reconhecem cinco tipos morfológico de línguas.

2.1 Línguas analíticas (ou isolantes). Ex: mandarim.

2.2 Línguas aglutinantes (ou aglutinativas). Ex: turco

2.3 Línguas flexionais (ou sintéticas, fusionais) Ex: Latim

2.4 Línguas polissintéticas (ou incorporantes) Ex: groenlandês.

2.5 Línguas templáticas (ou infixantes). Ex: árabe egípcio.

A ideia de tipologia morfológica foi perdendo interesse por se considerar que, apesar de as línguas
apresentarem predominância de alguns desses tipos morfológicos, em geral vários dos expedientes para
flexionar ou derivar os vocábulos antes descritos podem ser encontrados em uma mesma língua.

1
ROSA, Maria. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2011. p.51-7.
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(DES)CONTEXTUALIZANDO O ENSINO – EXERCÍCIO 03

1) (WL,2019) Faça a análise mórfica, em moldes distribucionalistas, dos seguintes vocábulos do português
brasileiro:

a) Compraremos

b) Lamentável

c) Sei

2) (WL,2018) Leia:

Segundo Perini (2010) “a preposição predicadora é, portanto, uma das palavras cuja função é criar, a partir de
uma construção pertencente a uma classe, outra construção pertencente a uma classe diferente”. Desta
forma, e tomando como base o primeiro quadrinho discursivo acima, pergunta-se: a preposição predicadora
presente no processo de enunciação indicado estabelece qual papel temático na narrativa?

a) De modo.
b) De tempo.
c) De lugar.
d) De causa.
e) De consequência.

OBS – CUIDADO

“As línguas se distinguem muito mais pelo que elas têm que dizer do que pelo que elas podem dizer?”
(Roman Jakobson)
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3) (WL,2019) De acordo com Almeida (2009, p. 75) a derivação é o processo pelo qual novas palavras
(derivadas) são formadas a partir de outras já existentes na língua (“primitivas”). Posto desta forma, se
pensarmos no processo de formação de palavra do enunciado em destaque abaixo estamos diante de um
caso de

a) derivação prefixal.
b) derivação sufixal.
c) derivação prefixal e sufixal.
d) derivação regressiva.
e) derivação parassintética.

JANELA HISTÓRICA - Exemplo – O português, sem sotaque lusitano, ao longo da história da língua.

Fonte: A Sentinella Maranhense, 1834.

OBS 02: 3,6 milhões de escravos vieram para o Brasil. Cabe destacar, segundo Petter (2011, p.257), que em certas
regiões a concentração demográfica afro-brasileira era bastante elevada, de maneira que, em certos períodos a
população afro-brasileira era nitidamente superior à europeia.

OBS – CUIDADO

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Nílson. Gramática da língua portuguesa para concursos, vestibulares, ENEM, colégios técnicos.. São Paulo: Saraiva, 2009.
BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2011.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2009.
DUBOIS, Jean et ali. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix, 2006.
LAVAREDA, Welton; NEVES, Ivânia. Políticas linguísticas na Cabanagem: diálogos e duelos com o Nheengatu. Revista intersecções – estudos sobre
práticas discursivas e textuais (ONLINE), Edição 25, ano 11, p.66-85,2018.
ROSA, Maria. Introdução à morfologia. São Paulo: Contexto, 2011.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 2006.
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REVISÃO – ESQUEMA DE ESTUDO

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