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As culturas energéticas são aquelas que, a partir da biomassa que geram, permitem a produção
de produtos energéticos, nomeadamente biocombustíveis, energia eléctrica e térmica.
SANTOS (2006).
Cultivos energéticos são os cultivos implantados com o fim exclusivo de obter matérias
destinados a aproveitamento energético.
As culturas energéticas, à excepção do cânhamo, destinam-se à produção de produtos
energéticos, cujo destino principal é a produção de produtos considerados biocombustíveis e
energia eléctrica e térmica produzida a partir de biomassa. Dos biocombustíveis, destacamos
o Biodiesel, produzido a partir de oleaginosas como o girassol, a colza, o cardo ou a soja, e o
Bioetanol, produzido a partir de amiláceas culturas onde é possível extrair amido, tais como o
trigo, o milho, a batata, etc.
A utilização deste tipo de culturas e o estabelecimento da respectiva indústria de
transformação podem contribuir substancialmente para criar novos mercados para a
agricultura e promover o desenvolvimento rural criando postos de trabalho, aumentando o
rendimento dos agricultores e contribuindo para o auto-abastecimento energético a nível das
comunidades rurais.
Os biocombustíveis contribuem, em termos de política energética, para diversificação das
fontes, segurança energética, diminuição da dependência do exterior e redução das emissões
de gases com efeito de estufa, têm igualmente como objectivos a criação de novos mercados e
fontes de rendimento para os produtos agro-florestais e de oportunidades de emprego nas
zonas rurais contribuindo para um desenvolvimento rural sustentável.
Cultivos herbáceos
A grande maioria das culturas tradicionais podem ser utilizados para a produção de
biomassa, ambos os grãos (cevada, aveia, centeio, triticale, milho ...) e as sementes
oleaginosas (colza, girassol);
Além disso, uma série de culturas que não foram utilizadas e que poderiam ser
interessantes para a produção de biomassa estão atualmente sendo consideradas.
Podemos citar como exemplos de sorgo (Sorghumspp), colza etíope (Brassicacarinata),
cardo (Cynaracardunculus), cânhamo (Cannabis sativa), kenaf (Hibiscusspp),
miscanthus, erva do Sudão;
Alguns deles são culturas secas (triticale, centeio, carinatabrassica, cardo, etc.) e outros
precisam de muita água (sorgo, cânhamo, etc.);
Dentro deles, há alguns que são de vários anos, como o cynaracardúnculus e o
miscanthussinensis. Isto implica que os custos de produção são muito baixos desde o
primeiro;
Forragem de sorgo
Safra herbácea de verão com semeadura em abril-maio e colheita em Agosto e
setembro;
Necessidades de irrigação de 2.750 m3. Inferior ao milho;
Existem híbridos específicos para a produção de biomassa;
Rendimento estimado entre 20-35 Tm / há;
Possibilidade de fazer uso de um ou vários cortes;
O gerenciamento sistemático da cultura ainda não foi resolvido, há duas opções:
cortar-transportar-secar a silagem ou cortar-cortar-embalar-estocar;
Embora seja uma cultura em que ainda há incertezas, as expectativas geradas em torno
dela fazem parecer interessante.
Triticale
Safra herbácea de inverno, com semeadora em Outubro e Novembro e colheita em
Junho;
É um híbrido entre trigo e centeio, que tem a produtividade do trigo e a rusticidade do
centeio;
Precisa muito semelhante ao trigo, por isso é uma cultura totalmente conhecida pelos
agricultores;
Pode ser adaptado para áreas mais áridas que o trigo;
Menor exigência em herbicidas do que cereais para alimentação;
Alta produtividade de biomassa;
Dependendo da precipitação da área, deve ser instalado em irrigada ou em terra firme;
Rendimentos estimados entre 6-14 Tm / ha, dependendo do zona climática;
O sistema de gestão é bem conhecido e apenas devemos otimizá-lo: armazenamento
de embalagem de corte;
Dependendo da conjuntura de cada zona de desenvolvimento, implantar outras culturas
de inverno com o mesmo sistema de cultivo e que por várias razões podem adaptar-se
melhor, como cevada, trigo, centeio, farinha de aveia e brassicacarinata.
Culturas lenhosas
As culturas lenhosas ou arborizadas devem atender a uma série de características para o seu
desenvolvimento como cultura energética:
Facilidade de cortar estacas;
Initial Crescimento inicial rápido;
Alta capacidade de rebrota e longa duração das cepas;
Máxima adaptação às características da terra (solo, irrigação, tratamento);
Resistência a doenças e pragas;
Alta capacidade de produção de biomassa;
Eles são culturas plurianuais. Geralmente eles costumam ter um jejum o crescimento e
a exploração da biomassa são geralmente a cada 2 ou 3 anos. A implantação da cultura
é uma fase com a maior exigência económica. São culturas que precisam de irrigação,
pelo menos apoio. Sua manipulação é muito semelhante à biomassa.
Silvicultura
O mais conhecido é o álamo (Populus alba), embora agora Pawlonia está ganhando
notoriedade. Outras espécies são utilizadas: eucalipto, Áries, salgueiros, robinias, acácias,
coníferas .
Bio-Óleo
Como um dos principais produtos oriundos de processos de pirólise, o bio-óleo é composto de
uma mistura muito complexa de hidrocarbonetos oxigenados, incluindo álcoois, ácidos,
aldeídos, ésteres, cetonas, fenóis, bem como oligômeros derivados da lignina (XIU e
SHAHBAZ, 2012). Como uma mistura complexa de compostos orgânicos, altamente
oxigenados e de coloração marrom escuro, tem potencial para ser usado como
biocombustíveis
Aplicações do bio-óleo
Os produtos químicos obtidos a partir de coprodutos e resíduos são os que possuem o maior
potencial em agregar valor nas cadeias produtivas da biomassa, em função da participação
estratégica da indústria química no fornecimento de insumos e produtos finais a diversos
sectores da economia, como: petroquímico, farmacêutico, auto motivo, da construção civil,
agro negócio, cosméticos, entre outros (VAZ JÚNIOR, 2011).
Uns gamas de produtos químicos, incluindo alimentos, aromatizantes, levoglucosan,
hidroxiacetaldeído, fertilizantes e agro-químicos, podem ser extraídos ou derivados do bio-
óleo (LIRA et al., 2013;MORAES et al., 2012; MULLEN et al., 2010). Além dos produtos
químicos, o bio-óleo apresenta potencial como conservante de madeira, por apresentar
compostos fenólicos derivados da lignina (MEIERet al., 2001), como antifúngico, contra
fungos que deteriorama madeira (KIMetal., 2012), como antibacteriano e inseticida
(BEDMUTHA et al., 2011). Também pode ser empregado como aditivo para emulsionar bio-
óleo em derivados de petróleo na geração de energia em sistemas termoeléctricos (VAZ
JÚNIOR, 2013).
Além das aplicações citadas acima, pode-se obter outros produtos a partir da pirólise de
materiais lignocelulósicos. Dentre eles podemos citar o emprego do furfural como solvente
narefinação petroquímica para extracção de dienos a partir de uma mistura de outros
hidrocarbonetos; uso de cetonase fenóis para produção de resinas; eugenol (considerado
antisséptico natural) como expectorante, antisséptico, analgésico, componente de
medicamentos contra asma e bronquite, entre outros. Outro exemplo de aplicação é a
produção de compostos utilizados como aditivos e aromas em alimentos, como o alil-siringol,
o siringaldeído e o siringol (MEIER e FAIX, 1999; WALTER et al., 2000; FELFLI,
2003;BRIDGWATER, 2004; DUMAN et al., 2011).
Conceito de Biogás
O Biogás é uma mistura gasosa combustível, produzida através da digestão anaeróbica, ou
seja, pela biodegradação da matéria orgânica, pela acção de bactérias na ausência de oxigénio.
ANA (2002).
Origem de biogás
A produção de Biogás vem de milhões de anos antes de Cristo. Os povos antigos
essencialmente agrícolas como no caso dos Hindus, Chineses e Japoneses, foram os povos
que trouxeram esta tecnologia rudimentar até os dias de hoje. Esta tecnologia evoluiu com o
passar do tempo. Os agricultores faziam a limpeza do terreno e enterravam o lixo, isto
permitiu observar a decomposição da matéria orgânica bem como a formação de um gás
combustível a partir dessa matéria. ANA (2002).
Na verdade os biodigestores não surgiram do nada, assim como a sua finalidade primária, a
criação de um dispositivo que produzisse um adubo complementado. Consequentemente
alguém descobriu que o gás poderia ser utilizado, abrindo caminho à sua possível utilização
como fonte energética. ANA (2002).
Tipos de Biogas
1.Pereira, Ana – “Seminário de Biogás” – FEUP (2002)