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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de ensino a distância

Primeiro trabalho de campo

Tema do trabalho: O papel fundamental da ética na administração pública nas instituições


públicas de Moçambique.

Nome: Rabiana José

Código do estudante: 708215361

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: Antropologia Cultural

Ano de Frequência: 2º ano, I Semestre

Turma: D

Docente: Dra. Maria da Felicidade Maibaze

Chimoio, Agosto de 2022


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(Indicação clara 1.0
doproblema)

Introdução
 Descrição
dosobjectivos 1.0

 Metodologia
2.0
adequadaao objecto
do trabalho
Conteúdo  Articulação e
domínio do discurso
académico 2.0
(expressão
Análise e escrita cuidada,
discussão coerência /
coesão textual)
 Revisão
bibliográficanacional e
internacionais 2.
relevantes na área
de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricospráticos
 Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra, 1.0
gerais paragrafo,
espaçamento entre
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Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referênci 4.0
edição em das
as
citações e citações/referências
Bibliográfi
bibliografia bibliográficas
cas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
Índice

CAPITULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 5

1. Introdução............................................................................................................................ 5

1.1.1. Objectivo Geral ..................................................................................................... 5

1.1.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 5

1.2. Metodologia da pesquisa ............................................................................................. 5

CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 7

2. Moral, ética e a administração pública ................................................................................ 7

2.1. O que é moral? ............................................................................................................. 7

2.2. O que é ética? ............................................................................................................... 7

2.3. A Ética como Factor Relacional nas instituições públicas e privadas ......................... 8

2.4. Os códigos éticos nas instituições públicas e privadas ................................................ 8

2.5. Administração pública ................................................................................................. 8

2.5.1. Ética na administração pública ............................................................................. 9

2.5.2. Código de ética profissional do servidor público civil nas instituições públicas
moçambicanas. .................................................................................................................. 10

2.5.2.1. Artigo 5 (Princípios e deveres éticos) ............................................................. 10

CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 10

Deveres Éticos do Servidor Público ......................................................................................... 10

Artigo 6 (Deveres éticos) .......................................................................................................... 10

Artigo 7 (Dever de não discriminação e igualdade) ................................................................. 11

Artigo 8 (Dever de legalidade) ................................................................................................. 11

Artigo 9 (Dever de lealdade) .................................................................................................... 11

Artigo 10 (Dever de probidade pública) ................................................................................... 11

Artigo 11 (Dever de supremacia do interesse público) ............................................................ 11

Artigo 12 (Dever de eficiência) ................................................................................................ 12

Artigo 13 (Dever de responsabilidade) ..................................................................................... 12


Artigo 14 (Dever de objectividade) .......................................................................................... 12

Artigo 15 (Dever de justiça) ..................................................................................................... 12

Artigo 16 (Dever de respeito pelo património público) ........................................................... 12

Artigo 17 (Dever de reserva e discrição) .................................................................................. 13

Artigo 18 (Dever de decoro e respeito perante o público) ....................................................... 13

Artigo 19 (Dever de conhecimento das proibições e regimes especiais aplicáveis) ................ 13

Artigo 20 (Dever de escusa de participação em actos em que incorra num conflito de


interesses) ................................................................................................................................. 13

Artigo 21 (Dever de declaração de património) ....................................................................... 13

CAPITULO III: CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................ 14

3. Conclusão .......................................................................................................................... 14

3.1. Referência Bibliográfica ................................................................................................ 15


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CAPITULO I: INTRODUÇÃO
1. Introdução
De acordo com Cava e Gomes (2018), a conduta ética de profissionais que trabalham em
órgãos públicos deve ser exemplar. Pois ética para Lopes (2018) representa uma abordagem
sobre as constantes morais, ou um conjunto de valores e costumes mais ou menos
permanentes no tempo e uniforme no espaço. A moral administrativa é imposta ao agente
público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a
finalidade de sua acção: o bem comum. Souza e Rodrigues (2002) afirmam que, entende-se
ética como um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas.
Assim, os agentes públicos devem possuir estas características éticas e morais para poder
administrar o bem público e não ser corruptível. Esses princípios devem ter características
universais, precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre.

Ainda de acordo com Cava e Gomes (2018), afirmam que ser ético é realizar a sua auto
avaliação, procurando corrigir seus vícios, melhorando seu comportamento e aprimorando
suas relações interpessoais. Ser ético é uma constante busca de aprimoramento da conduta
pessoal e profissional. Ser ético é respeitar as diferenças e exaltar as boas práticas morais e
éticas.

O principal objectivo deste trabalho é conhecer a importância da ética para o exercício da


função pública nas instituições moçambicanas, mostrando que a conduta ética é de carácter
pessoal e o agente público tem a responsabilidade de ser ético, sem jamais deixar de respeitar
e cumprir o princípio constitucional da moralidade administrativa.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Conhecer a importância da ética para o exercício da função pública nas instituições
moçambicanas.
1.1.2. Objectivos específicos
 Descrever o papel da moral e ética nas instituições pública.
 Mencionar os códigos de ética do servidor público.
 Caracterizar os princípios e deveres públicos nas instituições públicas.
1.2.Metodologia da pesquisa
Marconi e Lakatos (2003), definem metodologia de pesquisa como conjunto das actividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objectivo –
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conhecimentos validos e credíveis, traçando o caminho a ser seguido, procurando erros e


ajudando as decisões do cientista.
Portanto, o presente trabalho de pesquisa tem como metodologia de pesquisa: o método
bibliográfico, que consistiu no uso de livros, manuais, artigos científicos e módulos,
devidamente citadas.
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CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO

2. Moral, ética e a administração pública


2.1.O que é moral?

Moral segundo Aranha e Martins (2016), é o conjunto é o conjunto de regras que determinam
o comportamento dos indivíduos em um grupo social. Em um primeiro momento, o sujeito
moral é o que age bem ou mal ao acatar ou transgredir as regras morais admitidas em
determinada época ou por um grupo de pessoas.

Portanto, Moral são regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do


quotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade.
Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim mos, moris cujo significado é “relativo
aos costumes”. As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo
uma palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes. Está associada aos
valores e convenções estabelecidos colectivamente por uma cultura ou sociedade a partir da
consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos actos de paz e
harmonia (Cava & Gomes, 2018).

Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, entre outros,


determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a conduta
humana e as relações saudáveis e harmoniosas (idem, ibidem).

2.2.O que é ética?

De acordo com Cava e Gomes (2018), A ética é a parte da filosofia que trata da reflexão sobre
os princípios que fundamentam a moral. Pode ser entendida como uma teoria filosófica ou
científica. No entender de Aranha e Martins (2018) ética ou filosofia moral é a reflexão sobre
as noções e princípios que fundamentam a vida moral. Esses princípios e noções dependem da
concepção de ser humano tomada como ponto de partida.

De acordo com Bauman (1997) citado por Cava e Gomes (2018) ética é um código moral que
pretende ser o único conjunto de regras de conduta harmonicamente coerentes ao qual toda
pessoa considerada moral deva obedecer. De acordo com Holanda (2010) a ética é o estudo
dos juízos de apreciação referentes à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de
vista do bem e do mal, seja relativa à determinada sociedade, ou seja, de modo absoluto. Para
Vázquez (2002) ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade. É um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objectivos a respeito do
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comportamento humano moral.

2.3.A Ética como Factor Relacional nas instituições públicas e privadas

De acordo com Marcore (2020), a ética como factor relacional nas instituições públicas e
privadas abarca as questões emergentes não só das tecnologias, do profissionalismo a nível de
conhecimento técnico e científico, os problemas do ambiente externo envolvente, mas
também, e não menos importante, as relações entre as pessoas. Hoje em dia não chega saber
fazer, é necessário saber ser, estar e saber fazer. De facto, a elevada propensão para as
relações sociais harmoniosas, a valorização da cooperação, a sensibilidade para comunicar de
modo indirecto e pouco claro, embora social é característico da cultura nas nossas
organizações (Marcore, 2020).

2.4.Os códigos éticos nas instituições públicas e privadas

De acordo com Macore (2020), cada organização possui os seus próprios códigos de ética,
seja ela de que tipo for, a organização estabelece regras que devem ser objectivas. Tudo deve
ser conhecido, não se pode cumprir o que não se conhece, ou então limitamo-nos a
generalidades que não servem a ninguém, esconder para depois se tirarem benefícios não é
uma boa atitude, é desonesto, são comportamentos antiéticos que são de rejeitar.

Os códigos servem para compromissos transparentes entre todos os participantes, isto é, a


força de trabalho, fornecedores, etc… conciliando o interesse de todos e valorizando o ser
humano. Deste modo, há razões para que gestores, directores, chefes das organizações
considerem as particularidades, tendo cuidado nos estilos de liderança, no modo como
comunicam com os seus colaboradores, como procuram motivá-los e como premeiam o seu
trabalho. Justifica-se recurso a códigos de ética, adaptados a cada organização (Macore,
2020).

2.5.Administração pública

A administração pública pode ser entendida como o conjunto de serviços, de órgãos e de


agentes do Estado que tentam satisfazer as necessidades da sociedade, como a educação,
saúde segurança, lazer, cultura, etc. Resumidamente, seria a gestão dos interesses públicos por
meio de serviços públicos (Cava & Gomes, 2018). Nesse sentido Moraes (2003) define a
administração pública como a actividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a
consecução dos interesses colectivos e subjectivamente como o conjunto de órgãos e de
pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.

Ainda de acordo com Cava e Gomes (2018) a administração pública não é apenas uma
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máquina que realiza o trabalho do governo. Para essa autora, se a administração pública tiver
relação com os problemas do governo, é porque ela está empenhada em obter os fins e
objectivos do Estado. A administração Pública é o Estado em Acção, é a actividade que
desenvolve a vida em sociedade pro meio da ordem, da segurança e da subsistência, ou seja,
mantém o bom relacionamento entre os membros de uma sociedade.

Desta forma, pode-se definir Administração pública como um conceito da área do direito que
descreve o conjunto de agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objectivo de
fazer a gestão de certas áreas de uma sociedade, como Educação, Saúde, Cultura, etc.

Administração pública também representa o conjunto de acções que compõem a função


administrativa e que tem como objectivo trabalhar a favor do interesse público, e dos direitos
e interesses dos cidadãos que administra. Na maior parte das vezes, a administração pública
está organizada de forma a reduzir processos burocráticos. Também é comum existir a
descentralização administrativa, no caso da administração pública indirecta, que significa que
alguns interessados podem participar de forma efectiva na gestão de serviços (Cava & Gomes,
2018).

2.5.1. Ética na administração pública

A Administração Pública ao zelar pelos interesses de cada cidadão, zela pelos interesses
gerais da sociedade e seus valores e assume um compromisso social que lhe aporta
responsabilidades:

 De carácter organizacional perante o cidadão-contribuinte;


 De carácter institucional perante o cidadão-eleitor; e
 De carácter contratual perante o cidadão-societário.

A Administração Pública é normalmente acusada de morosidade, incompetência,


desarticulação e despesismo.

Melhorar a Administração Pública é a questão que está presente nas agendas governamentais:

 Abrir mais canais para acesso à informação.


 Formação em atendimento de público e maior solidariedade entre instituições.
 Maior competência técnica, espírito demissão do prestador de serviço público, respeito
pela lei e pelo bem colectivo.
 O mais importante é a ética de quem presta o serviço, o respeito por regras e valores.
 Postura maniqueísta da sociedade, culpando a administração pública por tudo o que é
errado.
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 Deverá haver consciencialização dos direitos e deveres de cidadania, quer por parte
dos funcionários, quer por parte dos utentes.
 Melhor desempenho e menos despesa.
2.5.2. Código de ética profissional do servidor público civil nas instituições públicas
moçambicanas.

O exercício de funções na administração do Estado, nas diversas formas de administração


pública e nos demais poderes públicos do Estado exige que sejam respeitados os deveres
éticos inerentes à natureza profissional e pública, que estão consagrados na Constituição da
República e, de modo disperso, em diversos diplomas legais em vigor.

Convindo acolher, sistematizar e aperfeiçoar, em legislação específica, as normas que


consagram os deveres, as responsabilidades e as obrigações dos servidores públicos na sua
prestação e assegurar a moralidade, a transparência, a imparcialidade e a probidade públicas, a

Assembleia da República, ao abrigo do nº 1 do artigo 79 da Constituição da República,


determina o seguinte:

2.5.2.1.Artigo 5 (Princípios e deveres éticos)


1. A designação, para um cargo público, por eleição, por nomeação ou por contrato,
pressupõe e implica a estrita observância da Constituição da República e da legalidade,
bem como dos princípios e deveres de ética profissional que garantem o prestígio dos
cargos e das entidades neles investidos.
2. O exercício da função pública deve orientar-se para a satisfação do bem comum que é
seu fim último e essencial.
3. O servidor público deve inspirar confiança nos cidadãos para fortalecer a credibilidade
da instituição que serve e dos seus gestores.

CAPÍTULO II

Deveres Éticos do Servidor Público

Artigo 6 (Deveres éticos)

O servidor público, além dos deveres gerais contidos na Constituição da República, e sem
prejuízo do que dispuser legislação específica, pautam a sua actuação pelos seguintes deveres
éticos:

a) Não discriminação e igualdade;


b) Legalidade;
c) Lealdade;
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d) Probidade pública;
e) Supremacia do interesse público;
f) Eficiência;
g) Responsabilidade;
h) Objectividade;
i) Justiça;
j) Respeito pelo património público;
k) Reserva e discrição;
l) Decoro e respeito perante o público;
m) Conhecimento das proibições e regimes especiais aplicáveis;
n) Escusa de participação em actos em que incorra num conflito de interesse;
o) Declaração de património.

Artigo 7 (Dever de não discriminação e igualdade)

O servidor público exerce o seu cargo no respeito estrito pelo dever de não discriminar, em
razão da cor, raça, origem étnica, sexo, religião, filiação política ou ideológica, instrução,
situação económica ou condição social e pelo princípio da igualdade de todos perante a
Constituição e a lei.

Artigo 8 (Dever de legalidade)

Na sua actuação o servidor público observa estritamente a Constituição e a lei.

Artigo 9 (Dever de lealdade)

No exercício das suas funções, o servidor público executa, com lealdade, as missões e tarefas
definidas superiormente, no respeito escrupuloso da lei e das ordens legítimas dos superiores
hierárquicos.

Artigo 10 (Dever de probidade pública)

O servidor público deve actuar com honradez, em especial quando faça uso de recursos
públicos que lhe são confiado para o cumprimento dos fins estatais ou quando participe em
actividades ou negócios da administração que façam uso desses recursos.

Artigo 11 (Dever de supremacia do interesse público)

O servidor público coloca o interesse público acima de quaisquer outros, e, no exercício das
suas funções, serve exclusivamente os interesses públicos, no respeito dos direitos e interesses
legalmente protegidos dos cidadãos.
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Artigo 12 (Dever de eficiência)

O servidor público desempenha as tarefas e missões inerentes ao respectivo cargo, com


mérito, brio, eficiência e profissionalismo, observando, nomeadamente, as seguintes regras:

a) Usar o tempo de trabalho utilizando sempre seu melhor espaço, na forma mais
produtiva possível, empregando-o no desenvolvimento das tarefas que correspondem
ao cargo, com o esmero, a intensidade e o cuidado apropriados;
b) Esforçar-se por encontrar e utilizar as formas mais eficientes e económicas de realizar
as tarefas, assim como para melhorar os sistemas administrativos e de atenção aos
usuários.
c) Velar pela conservação de bens, objectos e demais meios materiais que integram o
património do Estado e o de terceiros que estejam sob sua guarda e entregá-los quando
for o caso;
d) Fazer uso correcto de bens e materiais que lhe sejam entregues para realizar as suas
tarefas, procurando retirar de cada um o máximo de rendimento e evitando o
desperdício.

Artigo 13 (Dever de responsabilidade)

O servidor público deve actuar com o claro sentido do dever que lhe corresponde para o
cumprimento do fim público que cabe à instituição que serve e das consequências que o
cumprimento ou incumprimento desse dever tem em relação com esse cometimento
institucional.

Artigo 14 (Dever de objectividade)

O servidor público deve sempre emitir juízos objectivos, sem influência de critérios pessoais
ou de terceiros não autorizado, e deve-se abster de participar em qualquer decisão quando
exista violência moral sobre si que possa levá-lo a não cumprir o seu dever de objectividade.

Artigo 15 (Dever de justiça)

O servidor público desenvolve as actividades inerentes à sua função com a devida


ponderação, garantindo justiça nas decisões que toma para a resolução das pretensões ou
interesses legítimos dos cidadãos.

Artigo 16 (Dever de respeito pelo património público)

O servidor público deve abster-se de usar o património público para fins pessoais, bem como
de praticar actos que lesem ou que sejam susceptíveis de reduzir o seu valor, em consequência
de desvio, apropriação, esbanjamento ou delapidação dos bens de que tenha a guarda em
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virtude do cargo, mandato ou função.

Artigo 17 (Dever de reserva e discrição)

Sem prejuízo do direito dos cidadãos à informação, o servidor público usa da maior reserva e
discrição em relação a factos e informações de que tenha conhecimento, no exercício ou por
causa do exercício das suas funções, mesmo após a cessação de funções.

Artigo 18 (Dever de decoro e respeito perante o público)

1. O servidor público deve observar perante o público, no serviço ou fora dele, conduta
correcta, digna e decorosa, de acordo com a sua hierarquia e função, evitando
condutas que possam minar a confiança do público na integridade do funcionário e da
instituição que serve.
2. O servidor público deve ser respeitador e cortês no trato com os usuários do serviço,
seus chefes, subalternos e colegas.

Artigo 19 (Dever de conhecimento das proibições e regimes especiais aplicáveis)

O servidor público deve conhecer as disposições legais e regulamentares sobre impedimentos,


incompatibilidades, e proibições, e qualquer outro regime especial que lhe seja aplicável, e
assegurar-se de cumprir com as acções necessárias para determinar se está ou não abrangido
pelas proibições neles estabelecidos.

Artigo 20 (Dever de escusa de participação em actos em que incorra num conflito de


interesses)

O servidor público deve abster-se de participar em qualquer processo decisório, incluindo na


sua fase prévia de consultas e informação, na qual, a sua vinculação com actividades externas
seja ou possa ser afectada pela decisão oficial, possa comprometer seu critério ou dar azo,
com natural razoabilidade, a dúvidas sobre a sua imparcialidade.

Artigo 21 (Dever de declaração de património)

O servidor público, ao assumir o cargo, deve declarar, sob juramento, os seus rendimentos e
interesses patrimoniais, antes da tomada de posse, assim como suas modificações durante o
mandato, nos termos do Titulo III da presente lei.
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CAPITULO III: CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÕES FINAIS


3. Conclusão
Como qualquer área do conhecimento, a Administração Pública envolve questões éticas, que
dizem respeito não somente às suas acções e resultados, mas também aos princípios que a
governam. Essas questões são tangenciadas pelos modelos que foram produzidos ao longo do
tempo para lidar com o desafio de administrar as acções governamentais na busca do governo,
mas pode-se afirmar que o tratamento dado a elas por esses modelos é insatisfatório e exige
maior aprofundamento.

As diferentes teorias éticas construídas ao longo de mais de vinte séculos de reflexão moral
podem ajudar a superar este problema. Estudos mais aprofundados sobre os fundamentos dos
modelos de Administração Pública e sobre as consequências de sua adopção, orientados por
uma perspectiva ética, devem ser empreendidos para que se possa efectivamente chegar a uma
conclusão a respeito de como se pode equacionar o problema de bem administrar as
actividades públicas, isto é, de agir de acordo com as necessidades e interesses de uma
população que clama por serviços públicos. É inegável que a Administração Pública lida com
problemas de fundo moral; como esses problemas são trabalhados é, por outro lado, uma
questão ainda em aberto.
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3.1.Referência Bibliográfica
1. Aranha, M. L. A., & Martins, M. H. (2016). Filosofando: introdução à filosofia. (6ª
ed.).São Paulo. Editora Moderna Lda.
2. Boletim da república publicação oficial da república de Moçambique. Resolução n.º
15/2018 de 24 de Maio. Disponível em:
https://www.ocam.org.mz/index.php/ocam/regulamentos?download=58:resolucao-n-
5-gb-2014.
3. Cava, W & Gomes, C.A. S. (2018). Ética na administração pública: alguns
apontamentos. Disponível em:
https://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/123456789/3151/1/WILSON%20CAVA.pdf
4. Constituição da República aprovada em 2004.
5. Holanda, A. B. (2010). Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. (5ª ed). Positivo.
6. Imprensa Nacional de Moçambique. (2018). Decreto nº 15/2018
7. Lopes, P. R. M. (2018). A conduta ética na administração pública. Disponível em
<http://www.dnit.gov.br/...etica/...publicacoes/...etica/A%20CONDUTA%20ETICA%
20NA%>. Acesso em 24/08/2022.
8. Marconi, M.A & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. (5ª
ed). São Paulo: Atlas Editora.
9. Marcore, S. A. (2020). Importância da ética e deontologia profissional nos sectores
das instituições públicas e privadas em Moçambique. Instituto superior de ciências e
educação a distância. Pemba. Disponível em:
https://gazettes.africa/archive/mz/2018/mz-government-gazette-series-i-dated-2018-
05-24-no-102.pdf. Acesso em 25/08/2022.
10. Moraes, A. (2003). Direito Constitucional. (13ª ed). São Paulo: Atlas Editora.
11. Normas de Organização e Funcionamento dos Serviços da Administração Publica.
Disponível em:
https://www.ta.gov.mz/CSMJA/Leis/Lei%20n.%C2%BA%20102017,%20de%201%2
0de%20Agosto%20Aprova%20o%20Estatuto%20Geral%20dos%20Funcion%C3%A
1rios%20e%20Agentes%20do%20Estado.pdf
12. Souza, H. & Rodrigues, C. (2002). Ética e Cidadania. São Paulo: Moderna.
13. Vázquez, A. S. (2002). Ética. Rio de Janeiro. Civilização Brasiliense.

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