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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Analise das desigualdades sociais da sociedade moçambicana contemporânea

Nome de estudante: Carla Carlos Raite


Código: 708237100

Curso: Licenciatura em Administração Publica


Cadeira: Sociologia Geral
Docente: PhD: Constâncio Augusto Machanguana
Ano de frequência: 1º Ano

Beira, Maio de 2023


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 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualizaçã
o (Indicação
1.0
clara do
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao
2.0
objecto do
trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão
escrita cuidada,
coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na
área de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão  Teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo
e tamanho de
Aspectos
Formatação letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento
entre linhas
Normas APA  Rigor e
Referências
6ª edição em coerência das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referêci
s
bibliografia as bibliográficas
Recomendações de melhorias

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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 3
1.1. Objetivos ............................................................................. Erro! Marcador não definido.
1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 3
1.1.1.1. Objectivos Específicos .......................................................................................... 3
2. Contextualização sobre a desigualdade social....................................................................... 4
3. Conceito de Desigualdade Social .......................................................................................... 5
4. Tipos de Desigualdade Social ............................................................................................... 6
4.1. Desigualdades Vitais ......................................................................................................... 7
4.2. Desigualdades Existenciais ............................................................................................... 7
4.3. Desigualdades de Recursos ............................................................................................... 8
5. Teorias sobre a desigualdade social ...................................................................................... 9
5.1. Teoria de Karl Marx sobre a desigualdade social ............................................................. 9
5.2. Teoria de Max Weber sobre a desigualdade social ........................................................... 9
6. Desigualdade social e categoria Social ............................................................................... 10
7. Conclusão ............................................................................................................................ 12
8. Referência bibliográfica ...................................................................................................... 13
1. Introdução

A questão da desigualdade social é um fenómeno que começou a ser estudado


com maior profundidade nas últimas décadas, na medida em que o desenvolvimento
económico das nações e das sociedades foi distanciando cada vez mais os países e as
classes sociais. Tem-se constatado, sempre com maior frequência, a existência de um
desequilíbrio no padrão de vida das pessoas no âmbito económico, no acesso à
educação, no acesso às profissões e aos cargos em empresas. Esse desequilíbrio se
manifesta também quando se tratam questões de género, de etnia, de religião, de
ideologia política.

O presente trabalho debruça-se em torno da Analise as desigualdades sociais da


sociedade moçambicana contemporânea, que serve de 1º trabalho na cadeira de
Sociologia Geral, no curso de Licenciatura em Administração Pública, 1º Ano, no
Centro de Recursos da Beira. Em concernente a elaboração do mesmo usaram-se vários
artigos publicados na internet, livros, e entre outros, no que culminou a uma pesquisa
bibliográfica.

1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar o impacto das desigualdades sociais na sociedade moçambicana
contemporânea.
1.1.1.1.Objectivos Específicos
 Conceituar a desigualdade social;
 Identificar os tipos de desigualdade social;
 Descrever as características das desigualdades sociais;
 Discutir as teorias da desigualdade social.

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2. Contextualização sobre a desigualdade social

Segundo Machado (2015, p. 1), afirma que “Acontece frequentemente na


linguagem das ciências sociais que um determinado conceito, elaborado de maneira
rigorosa no plano do pensamento científico, encontre correspondência, pela mesma
palavra ou palavras, numa noção de senso comum de uso corrente”.

É o caso do conceito de desigualdades sociais. No discurso mediático, no


discurso político, nas conversas quotidianas das pessoas em geral é frequente falar-se de
desigualdades sociais.

E não só se fala de desigualdades sociais, como se tece sobre as mesmas juízos


de valor, na maioria das vezes juízos críticos, no sentido em que se considera que elas
são negativas para a sociedade, que devem ser combatidas e reduzidas ou eliminadas.

Machado (2015, p. 1) estabelece que:

“É justamente porque essa noção comum de desigualdades sociais tem uma


circulação social alargada, e porque a ela se associa uma forte carga valorativa,
que os cientistas sociais que se dedicam ao seu estudo, entre os quais se
destacam os sociólogos, devem aplicar o maior rigor na sua definição teórica e
na sua investigação empírica”.

Não que os sociólogos não tenham opiniões de valor sobre aquilo que estudam.
No caso em análise, os sociólogos sabem que as desigualdades sociais significam
injustiça social, falta de oportunidades, danos para a coesão social e para a qualidade de
vida humana, que merecem condenação.

Segundo Machado (2015, p. 1), afirma que:

“Mas o plano valorativo e o plano científico não devem ser confundidos. Para
isso, e para que o rigor substitua a imprecisão habitual das noções de senso
comum, os sociólogos devem usar todos os instrumentos teóricos,
metodológicos e técnicos que a sua disciplina lhes coloca à disposição para
definirem, identificarem e analisarem empiricamente as várias modalidades das
desigualdades sociais e as respetivas causas e consequências”.

As desigualdades sociais não são meras diferenças sociais entre grupos ou


populações com estilos de vida distintos ou culturas específicas.

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Machado (2015, p. 1), enfatiza que “Os comportamentos diferenciados dos
vários grupos sociais e, mais genericamente, as diferenças culturais de todos os tipos,
não são, em si, desigualdades sociais, na medida em que essas diferenças não se
expressam em termos de mais e menos recursos, bens ou oportunidades, em termos de
vantagens e desvantagens, ou sob a forma de hierarquias sociais”.

Outra coisa é os valores culturais poderem constituir-se como causas de


desigualdade social, o que acontece, de facto, e disso falaremos adiante.

Segundo Machado (2015, p. 1), estabelece que:

“As desigualdades sociais também não são diferenças de talentos, capacidades e


desempenhos individuais. Se os talentos, capacidades e desempenhos
individuais são socialmente retribuídos de maneira diferente em função da sua
raridade ou mérito, teremos na sociedade pessoas com diferentes montantes de
recursos (classificações escolares, rendimento, prestígio), mas não teremos
desigualdades sociais, uma vez que essa diferença de recursos não resultou de
qualquer mecanismo social inigualitário independente das acções individuais”.

3. Conceito de Desigualdade Social

Segundo Salgado (2010, p. 13), estabelece que “A desigualdade social é todo


aquele processo e situação de diferenciação social e/ou econômica”

Salgado (2010, p. 14), afirma que:

“Em termos sociológicos, diz-se que a desigualdade é social na medida em que


essa diferenciação é produto da interação entre sujeitos sociais; nesse sentido,
tanto o acesso diferenciado às oportunidades como à riqueza econômica se
realiza dentro de um sistema de relações de sentido e poder que geram
distinção, estigma, vulnerabilidade, exclusão, tanto no nível individual como no
nível coletivo, inclusive, tal diferenciação pode dar-se entre regiões”.

Em um sentido ético, pode-se dizer que a desigualdade social tende à redução da


condição humana e, nesse sentido, relaciona e fundamenta diversas formas de violência
à existência individual e coletiva.

Segundo Salgado (2010, p. 16), enfatiza que “As desigualdades sociais são
diferenças sistemáticas e persistentes de acesso a bens, recursos e oportunidades, que se
estabelecem entre pessoas, grupos sociais ou mesmo populações inteiras”.

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Salgado (2010, p. 17), enfatiza que “Este é um primeiro elemento de definição a
que deve ser adicionado um segundo, igualmente fundamental. Essas diferenças de
acesso a bens, recursos e oportunidades existem independentemente dos talentos,
capacidades e desempenhos individuais”.

Ou seja, há pessoas e grupos com talentos, capacidades e desempenhos


destacados que terão fraco acesso a esses bens, recursos e oportunidades, e outras
pessoas e grupos que têm amplo acesso a eles sem disporem de talentos ou capacidades
que se salientem ou sem terem desempenhos especialmente meritórios.

Roger Girod (1984, p. 325), afirma que “diz que desigualdade social “consiste
na repartição não uniforme, na população de um país ou de uma região, de todos os
tipos de vantagens e desvantagens sobre as quais a sociedade exerce uma qualquer
influência”.

Assim, pode-se definir então a desigualdade social como sendo uma diferença
socialmente criada e condicionada aos bens e serviços, ou seja, aos recursos dentro de
uma sociedade.

Quer isto dizer que a possibilidade dos indivíduos dentro de uma sociedade
poderem ter mais ou menos riqueza, ocuparem posições de direcção e chefia, etc., é por
vezes já condicionada pela própria sociedade. Ela pode ser analisada tanto sob ponto de
vista individualista (centrada no sujeito) e colectivista (ao nível do grupo).

4. Tipos de Desigualdade Social

Segundo Costa (2012, p. 10), estabelece que:

“Falar de desigualdades sociais requer a utilização do plural, uma vez que elas
assumem múltiplas formas e têm mecanismos geradores diferenciados. Para
exprimir esta pluralidade os sociólogos falam de multidimensionalidade das
desigualdades sociais. Já vimos que as desigualdades sociais podem ser de
classe, étnico-raciais ou de género”.

Estas três estão entre as principais dimensões das desigualdades sociais. Numa
abordagem mais sistemática e completa podemos seguir a classificação estabelecida
pelo sociólogo sueco Göran Therborn e falar de três grandes tipos de desigualdades
sociais: desigualdades vitais, desigualdades existenciais e desigualdades de recursos.

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4.1.Desigualdades Vitais

Segundo Costa (2012, p. 10), afirma que “As desigualdades vitais são
desigualdades perante a vida e a morte, decorrentes de diferentes graus de exposição a
riscos fatais”.

“São desigualdades que remetem, portanto, genericamente, para o estado de


saúde das populações e grupos sociais, tal como pode ser medido por indicadores como
a esperança de vida, a mortalidade infantil ou a incidência de doenças” (Costa, 2012, p.
10).

É certo que a condição de saúde das pessoas depende da sua constituição


biológica e da maior ou menor robustez dessa constituição. Mas não depende só disso.
Há factores sociais que se fazem sentir de maneira substancial neste domínio.

Segundo Costa (2012, p. 11), estabelece que:

“Quando olhamos para diferentes grupos sociais ou populações inteiras, é fácil


perceber como as condições sociais de existência influenciam directamente a
exposição aos riscos fatais de que fala o sociólogo sueco. A taxa de mortalidade
infantil é o mais óbvio e dramático exemplo disso quando comparamos os
países mais desenvolvidos com os menos desenvolvidos”.

Mas podemos tirar conclusões igualmente esclarecedoras se compararmos as


condições de saúde de diferentes classes sociais ou de diferentes grupos étnico-raciais
num mesmo país.

Basta pensar na relação directa que existe entre níveis de rendimento e grau de
acesso a cuidados de saúde, especialmente quando esses cuidados são caros e não existe
um sistema de saúde público adequado acessível a todos.

4.2.Desigualdades Existenciais

Costa (2012, p. 11), enfatiza que:

“As desigualdades existenciais remetem para uma esfera da vida humana


completamente diferente, mas tão fundamental quanto a anterior. Trata-se, neste
caso, como nos diz Therborn, do reconhecimento de cada ser humano enquanto
pessoa, da possibilidade de cada um prosseguir livremente projectos de vida, do
acesso a direitos, do direito ao respeito dos outros”.

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Costa (2012, p. 11), estabelece que “O contrário do reconhecimento é o estigma
e, diz-nos o autor, a escravatura, o patriarcado ou o racismo ilustram historicamente este
tipo de desigualdades. Não faltam exemplos, no mundo actual, de desigualdades
existenciais. Um dos domínios em que elas se manifestam com frequência é o da
diferenciação étnico-racial”.

Em muitos países, seja por via dos fluxos migratórios internacionais, seja pela
composição interna da sua própria população, deparamo-nos com grupos étnico.

4.3.Desigualdades de Recursos

Segundo Costa (2012, p. 12), afirma que:

“As desigualdades de recursos, é aquele de que mais habitualmente se fala,


tanto nos discursos comuns, como na literatura especializada das ciências
sociais. E é, de facto, um tipo de desigualdades muito importante, que, além do
mais, influencia directamente a formação das desigualdades vitais e das
desigualdades existenciais”.

Os recursos em causa são o rendimento, a escolaridade, as qualificações


profissionais, a autoridade nas organizações, o capital social, o poder. Esta enumeração
longa mostra que há uma pluralidade de recursos a ter em conta e essa é uma
característica importante deste tipo de desigualdades.

Costa (2012, p. 13), enfatiza que “De facto, em sociedades complexas, com um
elevado nível de diferenciação institucional, vários são os recursos que intervêm nos
processos de estruturação social e que, por essa via, podem contribuir para a formação
de hierarquias sociais”.

Costa (2012, p. 14), estabelece que:

“Se em algumas concepções rudimentares de desigualdade social se considera


que o rendimento é o primeiro e até o único recurso que conta, também é fácil
perceber o papel que têm a escolaridade, as competências e as qualificações
profissionais nas actuais sociedades de conhecimento e informação; a relevância
das posições de poder decorrentes da pertença a partidos políticos ou a outras
instituições de elevada preponderância social; ou ainda a influência da rede de
conhecimentos interpessoais que cada um consiga mobilizar a seu benefício ou
a benefício de terceiros, o chamado capital social”.

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5. Teorias sobre a desigualdade social

Segundo Afonso (2017, p. 45), estabelece que "Desigualdade social é um mal


que afecta todo o mundo, em especial os países que ainda encontram-se em vias de
desenvolvimento”.

A desigualdade pode ser medida por faixas de renda, em que são consideradas as
médias dos mais ricos em comparação às dos mais pobres. Também podem ser
utilizados, como dados para o cálculo de desigualdade, factores como o IDH, a
escolarização, o acesso à cultura e o acesso a serviços básicos como saúde, segurança,
saneamento etc.”

5.1.Teoria de Karl Marx sobre a desigualdade social

Segundo Afonso (2017, p. 47), estabelece que "Segundo Marx, a origem da


desigualdade estava na relação desigual de forças em que a burguesia, mais forte e dona
dos meios de produção, explorava o trabalho do proletariado, classe social mais fraca e
dona apenas de sua força de trabalho, expropriada pela burguesia”.

Afonso (2017, p. 49), enfatiza que:

“Há um abismo social imenso entre as duas classes, e essa relação era ainda
mais nítida na atividade fabril inglesa do século XIX, em que não havia direitos
trabalhistas, como salário mínimo, previdência ou jornada regular de trabalho.
Os trabalhadores das fábricas enfrentavam jornadas de até 16 horas diárias,
todos os dias da semana, sem pagamento fixo, e ficavam à mercê dos
burgueses”.

O que se via na Inglaterra, e que Marx observou para escrever O capital, era um
sistema extremamente desigual, no qual uma pequena parcela da população tinha muito,
e a maior parte da população urbana não tinha sequer o básico."

5.2.Teoria de Max Weber sobre a desigualdade social

Segundo Afonso (2017, p. 52), estabelece que:

“Max Weber, por sua vez, observou essa questão a partir das estratificações
sociais. As três grandes estratificações ocorrem no campo da economia, do
status e do poder, proporcionando uma diferenciação no acesso à renda, ao
prestígio e ao controle social. Essa acontece por meio da diferenciação entre
habilidades, qualificações e interesses”.

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Afonso (2017, p. 54), afirma que “A desigualdade social, seja ela intelectual,
económica ou sob qualquer outra forma, materializa-se no espaço social, ou seja, torna-
se visível na composição estrutural das sociedades, sejam elas rurais ou urbanas”.

Afonso (2017, p. 56), enfatiza que:

“As cidades e os lugares expressam a diferenciação económica entre as


pessoas, que é resultante, muitas vezes, de questões históricas que submetem
cidadãos e até grupos étnicos a contextos de subalternidade. Um exemplo foi o
processo de escravidão que até hoje deixa suas marcas no sentido de manter a
maior parte da população negra com baixos níveis de renda e educação”.

5.3.Teoria de Durkheim sobre a desigualdade social

Afonso (2017, p. 57), afirma que “Durkheim trata a desigualdade social como
sendo um fato social. Com isto o teórico quer dizer que as desigualdades são inerentes à
própria constituição da sociedade”.

„Porém, para Durkheim, a existência das desigualdades promove a solidariedade,


visto serem complementares para a manutenção da ordem social. Nisso, o pensamento
de Durkheim difere grandemente do de Marx, por propor não uma luta de classes, mas
sim uma espécie de colaboração entre as mesmas, mediante a divisão do trabalho”
(Afonso, 2017).

6. Desigualdade social e categoria Social

Segundo Atkinson (2016, p. 123), estabelece que:

“Sendo as desigualdades sociais diferenças sistemáticas e persistentes de acesso


a bens, recursos e oportunidades, geradas independentemente dos talentos,
capacidades e desempenhos individuais, elas tendem a cristalizar-se e a formar
categorias sociais duradouras, que podem ser categorias de classe, de género,
étnico-raciais, de status, de idade ou outras”.

Falar de cristalização das desigualdades, sejam elas vitais, existenciais ou de


recursos, significa dizer que as linhas que separam as posições de vantagem e de
desvantagem social se mantêm no tempo e que as pessoas, as famílias, os grupos e as
populações inteiras que estão nessas posições tendem também a ser as mesmas.

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É assim que se formam as categorias sociais mencionadas, categorias que
ganham uma existência própria e se tornam socialmente visíveis e designáveis.

Segundo Atkinson (2016, p. 125), enfatiza que:

“Essas categorias podem assumir a forma de comunidades fortemente


sedimentadas, com um sentimento de pertença largamente partilhado entre os
seus membros e uma imagem externa única junto do resto da sociedade. A
formação de comunidades deste acontecer com classes sociais e outras
categorias de pessoas”.

A pertença a categorias sociais assim constituídas condiciona o destino


individual dos seus membros. Quanto mais cristalizadas estiverem as desigualdades,
mais essas categorias tendem a perpetuar-se e mais o futuro pessoal dos que delas fazem
parte está socialmente condicionado, no sentido da conservação de vantagens ou da
conservação de desvantagens.

Segundo Atkinson (2016, p. 127), afirma que:

“A formação de categorias sociais duradouras introduz rigidez na sociedade,


uma vez que se torna difícil, ou até improvável nas piores situações, que as
pessoas mudem de uma categoria para outra (no caso das classes ou dos grupos
de status) ou que categorias globalmente desprivilegiadas melhorem a sua
condição social (no caso das categorias étnico-raciais ou de género)”.

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7. Conclusão

Em concernente ao término do trabalho, conclui-se que As desigualdades sociais


são diferenças sistemáticas e persistentes de acesso a bens, recursos e oportunidades,
que se estabelecem entre pessoas, grupos sociais ou mesmo populações inteiras. Este é
um primeiro elemento de definição a que deve ser adicionado um segundo, igualmente
fundamental.

Essas diferenças de acesso a bens, recursos e oportunidades existem


independentemente dos talentos, capacidades e desempenhos individuais. Ou seja, há
pessoas e grupos com talentos, capacidades e desempenhos destacados que terão fraco
acesso a esses bens, recursos e oportunidades, e outras pessoas e grupos que têm amplo
acesso a eles sem disporem de talentos ou capacidades que se salientem ou sem terem
desempenhos especialmente meritórios.

Numa abordagem mais sistemática e completa podemos seguir a classificação


estabelecida pelo sociólogo sueco Göran Therborn e falar de três grandes tipos de
desigualdades sociais: desigualdades vitais, desigualdades existenciais e desigualdades
de recursos.

As desigualdades vitais são desigualdades perante a vida e a morte, decorrentes


de diferentes graus de exposição a riscos fatais. São desigualdades que remetem,
portanto, genericamente, para o estado de saúde das populações e grupos sociais, tal
como pode ser medido por indicadores como a esperança de vida, a mortalidade infantil
ou a incidência de doenças.

As desigualdades existenciais remetem para uma esfera da vida humana


completamente diferente, mas tão fundamental quanto a anterior.

As desigualdades de recursos, é aquele de que mais habitualmente se fala, tanto


nos discursos comuns, como na literatura especializada das ciências sociais. E é, de
facto, um tipo de desigualdades muito importante, que, além do mais, influencia
directamente a formação das desigualdades vitais e das desigualdades existenciais.

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8. Referência bibliográfica
1. Afonso, J. R. (2017). Tributação e desigualdade. Belo Horizonte
2. Atkinson , A. B. (2016). Desigualdade: o que pode ser feito? São Paulo
3. Costa, A. F. (2012). Desigualdades Sociais Contemporâneas. Lisboa
4. Machado, F. L. (2015). Desigualdades sociais no mundo atual: teoria e
ilustrações empíricas. Mulemba
5. Salgado, J.A. (2010). Desigualdade social. Belo Horizonte

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