Você está na página 1de 6

SINOPSE DO CASE: Práticas integrativas e alimentares em saúde1

Cyntia Mota Sá Lima2

Luciana Silva Alvarez3

Thaiane Coelho dos Santos4

1. DESCRIÇÃO DO CASO

A Isabella Galliac é uma mulher de 31 anos que trabalha com terapia holística,
esse tratamento é considerado um tipo de terapia no qual trata problemas e doenças
a partir de uma visão completa do ser humano, como os aspectos físicos, psicológicos,
sociais e culturais. Por trabalhar com essas técnicas que visam o cuidado integral do
ser humano, ela acredita que a utilização de óleos essenciais vai melhorar alguns
problemas de saúde obtidos durante a infância e relata o uso de gerânio em cápsulas
por via oral, pois ultimamente vem sentindo problemas para respirar.

Diante disso, para esses problemas utiliza alguns óleos essências como o de
Alecrim, Eucalipto, Hortelã-pimenta e Lavanda. Conversando com seu aromatológo
Fábian Laszlo, relatou que faz uso de tea-tree (oito gotas) todos os dias com o intuito
de prevenir uma possível gripe. Fábian, preocupado com a alta concentração que
Isabella estava usando, disse para ela ter cautela, pois, o uso em excesso pode
resultar em uma toxidade, além de não ser indicado a ingestão de óleo sem orientação
ou acompanhamento.

Os óleos possuem uma alta concentração, podendo trazer riscos toxicológicos


e além disso, ela está fazendo uso de muitos óleos simultaneamente, podendo
ocasionar interações farmacológicas entre os produtos. Por isso, a terapia utilizada
por ela não deve ser indicada.

1
Case apresentado para da disciplina de Farmacologia e Integração Droga-Nutriente, da Unidade de Ensino
Superior Dom Bosco – UNDB.
2
Aluna do 5º período, do curso de Nutrição, da UNDB.
3
Aluna do 5º período, do curso de Nutrição, da UNDB.
4
Professora, Mestra, Orientadora.
2. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

A aromaterapia é uma área que objetiva proporcionar saúde e qualidade do


bem-estar do indivíduo como um todo, no que diz respeito a saúde do corpo, mente e
emoções, por meio da utilização terapêutica do aroma natural dos óleos essenciais.
É muito utilizada como forma de complementar outros tratamentos sendo direcionada
a melhora e alivio de sintomas e emoções. A aromaterapia clínica é uma prática
individualizada de óleos essenciais que é controlada e realizada por um profissional,
no qual o aromaterapeuta clínico utiliza combinações de óleos específicos para cada
situação individual e a forma a ser utilizada.

A fitoterapia é o tratamento de doenças por meio de plantas medicinais, o


procedimento se baseia através dos compostos bioativos das plantas, substancias
químicas que possuem propriedades/utilidade farmacológicas, os princípios ativos
podem estar presentes em várias partes das plantas. O seu meio de utilização pode
ser feito através de pomadas, chás, xaropes, macerados. A fitoterapia possui fins mais
ligados ao campo fisiológico enquanto a aromaterapia além do meio físico possui
ligações fortes com o emocional e enérgico.

Apesar de a aromaterapia ser uma das áreas da fitoterapia, elas possuem suas
diferenças, quando se trata de aromaterapia são utilizadas as partes voláteis e
estéreis das plantas em concentrações químicas altas, por exemplo: uma quantidade
x de uma planta é utilizada para fazer um chá e é considerado seguro, caso essa
mesma quantidade seja utilizada em um óleo essencial pode haver um nível alto de
toxidade. Por isso, a aromaterapia deve ser utilizada de forma consciente e segura.

Consoante a isso, a aromaterapia clínica ainda não possui regulamentações


até então os óleos essenciais são classificados mais para fins cosméticos ou
alimentícios, não sendo permitido sua comercialização com intuito terapêutico caso a
mesma seja para fins cosméticos ou aromáticos. O uso terapêutico dos óleos
essenciais deve ser feito através do uso externo com inalação, uso utópico e de uso
interno através das cápsulas, ingestão de gotas, mas isso através da orientação e
indicação de um profissional da saúde especializado porque apesar dos óleos serem
extraídos das plantas eles podem ter interação medicamentosa e efeito toxicológico.
O papel do nutricionista ao atender uma paciente que faz uso excessivo de
óleos essenciais buscando prevenir doenças, como por exemplo, ela relatou que
ingere gotas de óleo essencial para evitar uma gripe, é de orientar ao paciente sobre
a importância da alimentação. A fim de obter saúde e prevenir diversas doenças e
para isso é preciso incluir nas práticas alimentares a ingestão de frutas, verduras,
legumes, hortaliças, carboidratos complexos, fontes de gorduras boas, chás e
temperos naturais. Além disso, a prática de exercício físico também irá contribuir para
a prevenção de doenças, e depois disso, a utilização de óleos essenciais pode ser
complementada para melhorar os sintomas apresentados, mas isso deve ocorrer com
orientação ou acompanhamento de um aromaterapêuta clínico para evitar alergias ou
toxidade.

3. ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CADA DECISÃO

Os óleos essenciais são compostos que foram produzidos a partir de partes


vegetais como as flores, folhas, sementes ou frutos e raízes, sendo produzido através
do metabolismo secundário das plantas, e para extrai-los é utilizado algumas técnicas
de separação de misturas como a destilação e outras que são o arraste à vapor d’água
ou a enfleurage. Na experiência ambulatorial os óleos essenciais são empregados
como agentes antimicrobianos, antibacterianos, antifúngicos e outras finalidades
(PESSOA, 2021).

A aromaterapia é uma área antiga que propõe-se sobre a utilização dos óleos
essenciais por meio de aplicações nas regiões do corpo, inalações ou vias olfativa e
tem como objetivo promover a saúde e bem-estar do corpo, da mente e das emoções.
Além disso, é conhecida como uma prática integrativa e complementar de outras
intervenções e também pode ser correlacionada com outras práticas, como por
exemplo, a massoterapia com intuito de potencializar seus efeitos (PESSOA, 2021).

A fitoterapia é uma estratégia terapêutica definida pelo aproveitamento de


plantas medicinais em suas diversas manipulações, destituída do uso de elementos
ativos isolados que sejam de origem vegetal. Para a fitoterapia é considerado as
práticas sobre uso de plantas medicinais in natura e drogas vegetais. O uso desses
medicamentos de maneira desordenada pode levar há complicações no fígado,
intoxicações, enjoos, complicações hematológicas. Além desses, podem existir
adversidades de interação entre as plantas medicinais e alimentação ou outro tipo de
medicamentos que um indivíduo possa estar utilizando. Por isso, seu uso deve ser
feito com o auxílio de um profissional habilitado, pois a sua prescrição exige um
conhecimento amplo sobre o efeito farmacêutico, avaliação de dosagem, duração de
tratamentos, efeitos colaterais e adversos, entre outros. (ANVISA; 2020, DE
CAMARGO, PERREIRA; 2013).

De acordo com a Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia


(2020), os óleos essenciais podem ser comercializados de quatro formas diferentes:
saneantes, cosméticos, aromas alimentícios e terapêuticos, podendo ser classificados
apenas em uma categoria na comercialização. Ao falar de fins terapêuticos ela diz que
ao ter os fins reconhecido o óleo pode ou não ser ingeridos e ainda fala que não há
seguridade garantida na ingestão dos mesmos. Diante disso, a ingestão dos óleos
deve ser feita apenas com prescrição de profissionais aptos para a mesma.

A procura por um estilo de vida mais saudável faz com que as pessoas
procurem diversas formas para alcançar esse objetivo, podendo ser através da
alimentação ou até mesmo outras fontes. No entanto, é por meio do consumo
alimentar que esse propósito é atingido, pois uma alimentação completa com a
presença de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, vitaminas, minerais e
compostos bioativos é a essência de uma vida com mais saúde e qualidade de vida.
Visto isso, tem-se as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) como uma
possibilidade de ser incluída na alimentação habitual, elas são conhecidas como
plantas em que há partes comestíveis, geralmente são de natureza exótica, nativa,
cultivadas ou até espontânea, onde muitas vezes são chamadas de “ervas daninhas”
(LIBERATO et al., 2019).
Além disso, são conhecidas pela fitoterapia e nutrição funcional por conter
propriedades terapêuticas como por exemplo o Hibisco, uma PANC que pode fazer
chá ou utilizá-la no arroz por possuir ações anti-inflamatória, diuréticas e
antioxidantes. Assim como, o Açafrão-da-terra (cúrcuma longa) que possui benefícios
anti-inflamatórios no organismo e pode ser colocado em receitas do dia a dia como
tempero ou quando tem-se a raiz utilizá-la para fazer chás. Diante disso, entende-se
como a alimentação é o fator primordial na saúde do indivíduo e o quanto pequenas
plantas que muitas vezes são desprezadas tem muitas ações benéficas e terapêuticas
por apresentar propriedades funcionais devido aos compostos bioativos presentes,
assim como vitaminas e minerais (LIBERATO et al., 2019).
4. DESCRIÇÃO DE CRITÉRIOS E VALORES
4.1 Foi realizado uma análise de estudos voltados para aromaterapia, óleos
essenciais, fitoterapia com o intuito de entender quais os benefícios da terapia
utilizada pela paciente e se esse tipo de tratamento seria de fato efetivo.
4.2 Analisou-se a utilização de óleos essências para uso interno a fim de entender
de o tratamento seria regulamentado e quais possíveis riscos de um uso sem
acompanhamento de um profissional.
4.3 Foi analisado um artigo em que tratava-se das plantas alimentícias não
convencionais e seus benefícios nutricionais, apresentando a utilização delas
como fitoterápicos, que possuem substâncias antioxidantes e anti-
inflamatórias, além de micronutrientes.
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AROMATERAPIA E AROMATOLOGIA


(Brasil). Ingestão de óleos essenciais. 2020. Disponível em:
https://aromaterapia.org.br/ingestao-de-oleos-essenciais-posicionamento-da-
abraroma/. Acesso em: 11 set. 2021.
BRASIL. ANVISA. . Medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais. 2020.
Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/fitoterapicos.
Acesso em: 10 set. 2021.
CAMARGO, S. de; PEREIRA, V. B. de L. A prática da Fitoterapia pelo Nutricionista –
algumas reflexões. Revista da Associação Brasileira de Nutrição - RASBRAN, [S.
l.], v. 5, n. 1, p. 69–72, 2013. Disponível em:
https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/9. Acesso em: 11 set. 2021.
DA SILVA LIBERATO, Priscila; DE LIMA, Danielly Vasconcelos Travassos; DA
SILVA, Geuba Maria Bernardo. PANCs-Plantas alimentícias não convencionais e
seus benefícios nutricionais. Environmental Smoke, v. 2, n. 2, p. 102-111, 2019.
Disponível em:
https://www.environmentalsmoke.com.br/index.php/EnvSmoke/article/view/64/57.
Acesso em: 11 set. 2021.
PESSOA, Débora Luana Ribeiro et al. O uso da aromaterapia na prática clínica e
interprofissional. Research, Society and Development, v. 10, n. 3, p. e46410313621-
e46410313621, 2021. Disponível em:
https://www.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/13621/12183. Acesso em:
08 set. 2021.

Você também pode gostar