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os dois, e tudo ficou por isso mesmo.

62 Assim agia frei Luís de


Nazaré, que nas palavras do comissário do Santo Ofício Tosé Roiz
de Oliveira era " tido e havido" em Salvador "por religioso sisudo,
e reputado por virtuoso", sendo comjssário dos terceiros da Ordem
do Carmo e tendo "por ofício publicamente exorcismar os energú-
menos , e outros que recorrem a eles nas suas enfermidades".

CALUNDUS

Quando percebia que seus exorcismos não surtiriam efeito, frei


Luís recomendava que se procurassem negros calundureiros. Tomásia,
escrava do homem de negócios José da Costa, foi várias vezes exor-
cizada por ele; acabou constatando que ela "tinha feitiços dos que
chamam calundus entre os negros, e consistem em se dizer que as
almas dos seus parentes defuntos vêm falar pela boca dos enfeitiça-
dos, o que é muito ordinário naquele país" (Brasil). Disse ao senhor
e ao marido da paciente "que a mandassem aos curadores chamados
calundureiros, porquanto ( ... ) os exorcismos não tiravam aquela
casta de feitiços , por serem coisa diabólica". Aparentemente, esta
sua frase soa como um contra-senso, já que o objetivo do exorcismo
é tirar demônios do corpo dos possessos ou feitiços lá colocados por
diabos e seus sequazes. Na verdade, frei Luís denotava aguda sensi-
-
bilidade: os demônios do calundu não eram os mesmos de que a
Igreja dava conta, portanto havia que chamar especialistas que sabe-
riam como lidar com eles. Além disso, frei Luís mostrava estar sin-
tonizado com as necessidades espirituais dos pacientes: para a escrava
Tomásia, calundureiros lhe eram mais próximos do que sacerdotes
cristãos, e, nesta qualidade, poderiam ter maior eficácia sobre seus
males. Sempre que julgava necessário, o religioso encaminhava assim
os possessos ou doentes de feitiços para os negros calundureiros: foi
o que fez com a parda Apolônia Góis, com o pardo Inácio Tinoco.
Conhecia de perto os calundus, chegara provavelmente a freqüentá-
los, apesar de não o dizer claramente: alega que se enfronhara do
assunto por mera curiosidade, através de perguntas feitas a negros
que costumavam assistir a eles. Sabia que eram festas muito freqüen-
tes na cidade da Bahia e suas imediações; nelas, os negros saltavam
muito, faziam vários trejeitos com o corpo e davam gritos até caírem
no chão feito mortos: Hassim estavam por algum tempo, e quando

(82) ANTT, Inquisição de Lisboa, Processo n. 3.723.


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depois se levantavam, diziam que as almas de seus parentes lhes
tinham vindo falar" no período em que estiveram desacordados. 83
Estas considerações de frei Luís são datadas de 1740. Na Bahia,
práticas rituais africanas já eram então designadas como calundus.
Nessa mesma época, no Rio de Janeiro, Domingos Álvares, o desen-
terrador de tesouros, praticava o que também parece ser um calundu.
Orientava cerimônia na qual havia no chão uma vasilha d'água com
faca de ponta cravada nela, e em volta várias pessoas. 1'\o centro do
círculo, junto à vasilha. "uma endemoninhada a que chamava Ca-
pitão, que estava dançando e saltando''. Domingos jogava sobre ela
uns pós pretos, "pondo-lhe juntamente o dedo sobre a moleira da
cabeça". Perguntava-lhe sobre os malefícios e curas que havia de
fazer, indagando ainda: "Capitão. somos amigos?" A endemoninhada
respondia que sim. "Estou no inferno?" A endemoninhada respondia
negativamente, acrescentando: "Porque vós podeis mais do que eu
e donde vós andais , nós não podemos andar". Domingos defumava
a endemoninhada, "com o que ela se enfurecia, e exasperava mais",
dizendo que estava cega: 4 Cerca de 30 anos depois, em 1772, Rita
Sebastiana se referia à inimiga Ana Maria da Conceição como "ra-
bicha" e "calandureira". Nos Autos do processo que trata do inci-
dente, define-se calundu como o ato de "pular de várias danças",
realizando obras ofensivas a Deus e às criaturas.11 n
Mas foi nas \1inas que o calundu parece ter se generalizado
mais cedo . confirmando a tese de Bastide de que, no Brasil, as cida-
des preservaram as tradições arcaicas africanas. 86 Minas foi a capi-
tania mais urbanizada da colônia, e, simultaneamente, aquela onde
o sistema escravista aJcançou maior pujança no século XVIII. Ora,
o elevado contingente escravo dessa região pôde ter vivência social
mais intensa, organizando-se em quilombos ou confrarias -ora fora,
ora dentro do sistema; se todos os direitos pertenciam aos brancos,
restava ao negro refugiar-se nos valores místicos, "os únicos que não

(83) ANTT. Inquisição de Lisboa, Processo n." 3.723.


(84) ANTT, Inquisição de tvora, m.0 803 , n.0 7 .759.
(85) AGCR}, 45-1-15, "Autos de um processo de injúria a mulher casada
intentado por Ana Maria da ConceJção e seu marido contra Rita Sebastiana ",
fls. 30v-3 1. Devo esta indicação ~ Sílvia H. Lara.
(86) Roger Bastide, Les religions africaines au Bré~il: "as reügiões africa-
nas são mais fiéis, mais puras e mais ricas nas grandes cidades do que no
campo" - p. 78.

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lhe podiam ser tomados". 1 A resistência ao branco fazia-se, assim,
tanto no plano social como no religioso.88
Algumas referências mineiras ao calundu são vagas e impreci-
sas, como vago e impreciso deveria ser, muitas vezes, o próprio rito.
No Curral dei Rei, por volta de 1756, um escravo de Inácio Xavier
adorava ao deus de sua terra tendo no teto de sua casa uma panela,
que reverenciava; punha-lhe guisados e trastes à mesa , pedia-lhe li-
cença para comer, ''e ao redor da mesma panela fazem suas festas
e calundures , de que há fama é o mesmo feiticeiro ... "S!l Poucos
anos depois , em Congonhas do Campo, um negro fazia curas com
feitiçarias , ajuntamentos de negros, danças e batuques em sua casa;
chegara mesmo a ser preso por estas culpas, que passara a carregar
no nome: todos o conheciam por Domingos Calandureiro.90 A negra
Antonia Luzia , associada a dois outros companheiros, convocava
" negras e pardas para adorar danças" e utilizava defuntos "para
domarem as vontades dos senhores".91
Em todos estes casos, não é muito clara a definição do ritual.
Já Violante Coutinho, moradora no arraial de São Gonçalo, em Pa-
raúna do Andrequicê, "dançava e fazia calundures", e em sua casa
os negros tangiam atabaques. 92 Em Sabará. através do " abominável
divertimento" da dança de calundus, urna preta angola atraía suspei-
tas de que invocava dernónios.!l 3 Alguns senhores consentiam que
os escravos praticassem seus ritos, numa atitude arguta que, como
se viu no capítulo 2, foi inaugurada entre nós - até onde se sabe
- por Fernão Cabral de Taíde. Gaspar Pimentel Velho era um
destes: tinha ciência de que seus negros realizavam " supersticiosas
danças dos calundus" , e foi obrigado pela Visitação Pastoral a pagar
pesada multa . Instruíram-no ainda de que proibisse tais danças,
'· não só por serem gentílicas, mas p<:>r haver presunção de que nas
ditas danças assistem os demónios".~ 4 Mais uma vez, a prática afri-
cana era demonizada pelas autoridades eclesiásticas. Em 1753, a
escrava Maria Canga ganhava algum ouro adivinhando de forma

(87) Roger Bastide, op. cit., p. 9l.


(88) Idem, idem. p. 126.
(89) AEAM, Devassas - 1756-1757, fls . 96-96v.
(90) AEAM, Devassas - julho 1762 - dezembro 1769, fi. 49.
{91) AEAM, idem, fi. 114.
(92) AEAJ\.1, Livro de Devassas - Comarca do Serre do Frio - 1734,
fi. 97.
(93) AEABH. Visitas Pastorais - Paróquia de Sabará - 1734, fl. 52\•.
Apud Luciano Figueiredo, O avesso da memória, p. 133.
(94) Idem . idem . fi. 72. Apud Luciano F igueiredo. op. cit., p. 13:>.

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ritual; ''inventava uma dança de batuque, no meio da qual entrava
a sair-lhe da cabeça uma coisa, a que se chama vento. e entrava a
adivinhar o que queria".96
Em 1728, Nuno Marques Pereira deixou registrada uma das
primeiras descrições literárias de um calundu. Hospedado por um
fazendeiro, não pôde dormir direito à noite devido ao "estrondo
dos tabaques, pandeiros, canzás, botijas, e castanhetas" dos negros,
fazendo "tão horrendos alaridos" que pareceu ao Peregrino a con-
fusão do inferno. 96 O hospedeiro parecia tolerante quanto à baru-
lheira dos escravos. " São uns folguedos, ou adivinhações (respondeu
ao Peregrino) que dizem estes pretos que costumam fazer nas suas
terras, e quando se acham juntos, também usam deles cá, para sabe-
rem várias coisas; como as doenças de que procedem; e para adivi-
nharem algumas coisas perdidas; e também para terem ventura em
suas caçadas. e lavouras; e para muitas outras coisas·'.~ 7 O Pere-
grino, sempre virtuoso e bem pensante. chamou às falas o anfitrião,
demonizando o calundu. vendo nele horrível oiensa a Deus. Para
Bastide, os negros da colônia viam-se às voltas com o esforço de
preservação dos "valores vitais herdados dos antepassados, procuran-
do inclusive reconstituí-los, seja no segredo dos calundus, seja no
isolamento armado dos quilombos": os brancos chegavam até a de-
signar os calundus como mocambos ou quilombos. 98 Traíam, assim,
o temor nutrido ante manifestações culturais de escravos africanos,
revelando consciência da periculosidade que representavam para a
ordem estabelecida. Esta periculosidade era reconhecida ainda quan-
do se lançava mão de capitães-do-mato para reprimir manifestações
de religiosidade africana.!l 9 O paternalismo tolerante e compreensivo
do senhor e a intransjgência dogmática e ortodoxa do Peregrino
constitutam, portantu, Juas faces possíveis da ideologia da camada
senhorial. O primeiro, semelhante a Antonil, e talvez ainda mais à
frente, via as práticas africanas, já um tanto sincretizadas, como
mal necessário à manutenção do plantei escravo. O segundo, numa
visão talvez mais vincadamente metropolitana . associava a identi-
dade cultural específica do africano a grave crime contra a Fé e

(95) AEAM, Devassas - maio/dezembro 1753, fl. l Olv. Apud Luciano


Ftgueiredo, op cit., p. 134 .
(96) Kuno Marques Pereira, Compêndio narrativo do Peregrmo da Amé-
rica, 6.• ed., Rio, Publicação da Academia Brasile ira. 1939, vol. I, p. 123.
(97) !\uno Marques Pereira, op. cit .. p. 125.
(98) Bastide, op. cit, p 216.
(99) Ver Luís \i.ott , • Acotundá - raízes setecentistas do sincretismo re·
ligioso afro-hr:lsileiro ", ex. mimeogr.

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contra o Rei: "é o rito que costumam fazer, e trazer estes gentios
de suas terras"; na colônia, há que convertê-los, já que a catequese
justifica a escravização.100 No fundo, subjacente à argumentação do
Peregrino, paira a certeza incômoda de que a identidade cultural
preservada levaria à consciência de classe, pondo a perder o siste·
ma colonial.
A carta que encaminhou Luzia Pinta à Inquisição de Lisboa
dizia que ela era publicamente infamada por feiticeira, "fazendo apa-
rições diabólicas por meio de urnas danças, a que chamam vulgar-
mente calundus". Para adivinhar objetos ou dinlleiro perdido, ves-
tia-se "em certos trajes não usados naquela terra,, pondo-se a dançar
ao som de uns tambores ou címbalos que uns pretos tocavam em
volta dela. Cheirava uns bentinhos, que guardava numa caixa; ago-
niada, tinha grandes tremuras como se estivesse fora de si. Adivi-
nhava até segredos: a Domingos Pinto, que a procurou por causa
de uma~ oitavas de ouro roubadas, disse que a autora do furto fora
uma sua escrava courana com quem dormira sem nada lhe dar em
troca; e "foi certo o dormir o Domingos Pinto com uma das ne-
gras, e não lhe dar nada, e haverem na casa as ditas negras".
Uma das descrições do ritual de Luzia é bastante semelhante
ao que conhecemos hoje do candomblé: fazia calundures "posta
em um altarzinho com seu dossel e um alfange na mão, com uma
fita larga amarrada na cabeça lançadas as pontas para trás, vestida
a modo de anjo, e cantando duas negras também angolas e um preto
tocando atabaque, que é um tamborzinho, e dize!Il que as pretas e
o preto são escravos dela sobredita, e tocando e cantando estão por
espaço de uma até duas horas, ficava ela como fora de seu juízo,
falando causas que ninguém lhe entendia, e deitavam as pessoas que
curava no chão, passava por cima delas várias vezes, e nestas oca-
siões é que dizia que tinha ventos de adivinhar . .. ·•JOl
Os mitos simbolizados pelos rituais como o calundu podem
ter-se perdido e se alterado bastante no tempo....- conforme se veri-
ficou no capítulo 2 ao se tratar da seleção operada no seio das
religiões africanas no Brasil, em nome da valorização dos deuses
guerreiros e belicosos. Mas o rito, fixado no período colonial, man-
teve-se de maneira impressionantemente igual ao que é hoje : "os
atores do rito nem sempre conhecem o mito que subjaz ao rito";

(100) Nuno Marques Pereira, op. cit., p. 125. Grifo rneu.


(101) ANTT, Inquisição de Lisboa, Processo n.o 252 , m.0 26. "Processo
de Luzia Pinta preta forra f lha de Manuel da Graça natural da cidade de
Angola e moradora na Vila do Sé!bará B spado do Rio de Janei ro •

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este não tem como mudar muito, dadas as limitações de ordem mus-
cular, que lhe permitem variações limitadas pelo corpo. ttO mito,
ao contrário, fica aberto à ação quase infinita da imaginação cria-
dora,.102 Conservados quase que corno segredo, em t•nichos", os
traços culturais africanos preservados serviriam para que se inten-
tasse reconstruir a sociedade africana, num movimento que, para
Bastide, se reaJizava de cima para baixo- da superestrutura para
a infra-estrutura. 1 ua
Traços específicos a cada tribo acabaram por constituir uma só
cultura: produziu-se dissociação entre etnia e cultura. Assim, heran-
ças e aquisições diversas muitas vezes se mesclaram numa mesma
manifestação cultural , como o calundu. 104 A interessante dança de
Tunda ou acotundá, ocorrida em Paracatu por volta de 1747 e
descrita em documento divulgado por Luís Mott, ilustra este sin-
cretismo religioso afro-brasileiro e indica nuances existentes no seio
dos próprios ritos africanos. Na ocasião da dança , a negra mina
Caetana '·d izia que era Deus, que fez o céu e a terra, as águas e
pedras. Para entrarem nesta dança arma,·am primeiro um boneco
que tinham feito com feitio de cabeça e nariz à imitação do Diabo,
esperado em uma ponta de ferro e com uma capa de pano branco
q ue lhe cobria a cabeça e aparecia a poma do focinho e as vistas
cheias de sangue E o punham no meio da casa, em um tapete pe-
queno, em cima de umas cruzes de nove travessos em cada ponta
e umas panelas em roda. e dentro delas umas poucas de ervas cozi-
das e em outras umas ervas cruas, e em outra uma pouca de terra
com mau cheiro. E depois de terem armado este estrado do boneco,
entravam todos a dànçar e a dizer seus ditos, que aquele era o Santo
de sua terra e assim obsequiavam ao tal boneco".10 ' Conforme os
depoimentos, os negros cantavan na língua Courá, e alguns deles
proferiam palavras da Santa Fé Católica. Próximo ao altar ficavam
vánas cabaças. fngideiras de barro c~eias d'água, uma panela pin-
tada de san gue. espinhos de peixe, búzios. Diziam que seu negro
vinha da terra de Coura. "c que já vinha batizado por Nossa Senho-

{ 102) Roger Bastid!!. vp. cit .. p. 334.


( 103) Idem. idem, pp. 222-223 .
( I 04) " .. . o antigo calundu pôde se manter apesar da miscigenação; mas
seu recrutamento não se faz mais no seio ee ur.t só povo, pois não há povos;
ele obedece a outras leis, ccmo as de vizinhanca, a do prestígio dos chefes do
culto, ou às da amizade " - Bastide. op. cil., p. 234.
( 105) Lu1s Mott - • Acotundá - raizes setecentistas do sincretismo re-
ligi~so afro-brasileiro" . ex. mimeogr. , pp. 1·2.

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ra do Rosário e Santo Antonio, e que vinha fazer milagres nesta
terra de Paracatu". 1 ('H Durante a cerimônia, faziam adivinhações.
Comprovando mais uma vez a tese de Bastide de que os quilombos
e os calundus se aproximavam como contestação ao sistema escra-
vista , os adeptos da dança do acotundá foram presos em 1747 por
capitães-do-mato. Courá seria o mesmo que courano, curá, curano
e mais algumas formas encontradas sobretudo nas Minas setecen-
tistas. Eram Sudaneses, vizinhos dos Minas , pertencendo, ao que
tudo indica, ao grupo lingüístico Iorubá. 107
Há cena unidade em todas estas práticas: a possessão ritual -
os ventos de adivinhar - , a evocação de espíritos (em geral de
defuntos) , as oferendas feitas a eles, os trajes de inspiração afri-
cana, a adivinhação, às vezes o curandeirismo, a música cantada e
marcada pelos instrumentos de percussão. o caráter coletivo. Mas
também há heterogeneidade, as variações acabando por desembocar
no calundu. Elas vicejaram nas \1inas mais do que em qualquer
outro ponto da colônia no século XV 11 I: pelo menos, as referên-
cias que temos a calundus mineiros são mais abundantes inclusive
do que as baianas - a Bahia sendo, hoje, a terra do candomblé.
Mais uma vez, é necessário lembrar que sincretismo religioso afro-
brasileiro. perseguição religiosa e escravismo andaram juntos em
terras ccloniais: daí o destaque das Minas. Afinal, em 1733 Simão
Ferreira Machado se referia a Vila Rica como sendo, "por situação
da natureza cabeça de toda a América, pela opulência das riquezas
a pérola preciosa do Brasi1".' 0

CATll\1/BOS

Rituais indígenas de possessão também mereceram a sanha in-


quisitorial, e apresentam traços bastante comuns com os calundus.
Manifestaram-se quase que exclusivamente na região norte do Bras i 1:
todas as referências que tenho a eles são do Grão-Pará. As descri-
ções que chegaram até nós devem apresentar já certo grau de sincre-
tização, nem sempre facilmente detectável.
Em 1767. no rio Tajurá, várias pessoas - a maioria sendo de
índios - faziam '"operações de feitiçarias invocando o demônio.

( 106) Luís Mott, op. cit , p. 4.


( 107) Idem, idem, pp. 10-11.
(108) Simão Ferreira Machado, Prévia alccutória • ao Triunfo Eucarístico.
M

in Affonso Ávila. Resíduos seiscentistas e.n Mi11as - texcos do século do ouro


e as projecões do murzdo barroco, Belo Horizonte. 1967 . vol. 1. p . 25.

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