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Preparado pelo Departamento do Ministério da Mulher

CONFEDERAÇÃO DAS UNIÕES BRASILEIRAS DA IASD


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Revisão: Depto. de Tradução - Divisão Sul-Americana
Coordenação: Ministério da Mulher da Divisão Sul-Americana
Diagramação e capa: Marcos Aurélio Gularte de Castro
O QUE VIRAM
NA IGREJA?
“Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. A elas
também importa conduzir. Elas ouvirão a minha voz en-
tão, haverá um só rebanho e um só pastor” (João 10:16).

INTRODUÇÃO
Quando Cristo usa a metáfora de um pastor e suas ove-
lhas em referência a nós, é tão carinhoso e tão cheio de apren-
dizado! Em João 10:16, vemos que há outras ovelhas, talvez pre-
cisando de cuidados maiores e que ainda não são do aprisco
do Bom Pastor. Estas precisam de mais atenção!
Existem algumas características das ovelhas que são inte-
ressantes:

➊ É um animal bastante vulnerável. Ao contrário da cobra ou


do leão, por exemplo, a ovelha não tem uma defesa natu-
ral, como veneno ou habilidade de luta. Estar no aprisco
do Senhor é muito importante para ela.
➋ Ela não sabe distinguir uma erva daninha de uma erva boa
para consumo. Por isso, ser de um aprisco cujo pastor a
guie por locais seguros é imprescindível.
➌ A ovelha sente muito medo e, se estiver apavorada, foge
e fica vulnerável aos predadores. Em um mundo tão assus-
tador, ela precisa encontrar e sentir segurança.
➍ As ovelhas são capazes de reconhecer a voz do pastor.
Por isso, fazer com que elas sejam acolhidas e cuidadas no
aprisco certo é de extrema relevância.

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Você consegue fazer a analogia? Receber as ovelhas “que
não são deste aprisco” torna a vida religiosa um campo rico
em pastagens verdejantes e águas tranquilas, pois o pastor é
o próprio Jesus.
Receber as pessoas na igreja não é algo novo, é bíblico.
Uma igreja acolhedora é relevante na comunidade, e a bon-
dade, a gentileza e o acolhimento são características dos já
foram acolhidos por Jesus. Quando tratamos bem as pessoas,
compartilhamos o amor que recebemos de Deus.

DESENVOLVIMENTO
A Bíblia apresenta diferentes tipos de visitas, de recepção
e de acolhimento. Aqui você vê dois exemplos que aconte-
ceram com o povo de Israel e que nos levam à reflexão. Um
exemplo é extremamente positivo, e o outro, extremamente
negativo.

Uma recepção sem propósito


A primeira experiência você encontra em 2 Reis, nos ca-
pítulos 18 a 20, onde está relatada a história do povo de Deus
durante o reinado de Ezequias. Há outros trechos bíblicos que
abordam esse reinado no Antigo Testamento: 2 Crônicas 29 a
33 e Isaías 36 a 39. Ezequias também é mencionado no Novo
Testamento, na genealogia de Jesus, em Mateus 1:9 e 10.
Ezequias reinou em Judá durante 29 anos e fez o que era
bom aos olhos do Senhor. No começo do reinado, ele conser-
tou o templo e reorganizou o serviço religioso, tirando todos
os ídolos e restaurando as funções sacerdotais. Em 2 Reis 18:5
e 6, está registrado que Ezequias confiava no Senhor de Israel
e que não havia um rei como ele. Ele era fiel, obedecia aos
mandamentos, e o Senhor estava com ele, fazendo com que
fosse bem-sucedido em tudo o que fazia. Ezequias tinha mui-
tas riquezas.

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Uma amostra de como ele era abençoado aconteceu quan-
do Senaqueribe, rei da Assíria, afrontou Ezequias e o povo. Eze-
quias clamou ao Senhor, e um anjo foi enviado para matar todo
o exército assírio, que era composto por 185 mil guerreiros. Essa
incrível história está escrita em 2 Reis 19:35 a 37.
Por volta do ano 714 a.C., Ezequias adoeceu gravemente.
Não se sabe ao certo a doença, mas era algo incurável. O pro-
feta Isaías trouxe ao rei a palavra do Senhor dizendo que ele
se preparasse, pois morreria em breve. Com esse prognóstico,
Ezequias ficou aterrorizado, desesperado e chorou amarga-
mente.
Ezequias clamou ao Senhor, e Deus o ouviu, como já o
havia ouvido muitas vezes. Deus lhe acrescentou mais 15 anos
de vida! Um milagre sem precedentes, e é claro que ele ficou
muito grato e feliz. Afinal, estava livre dos assírios e agora es-
tava curado. Tudo estava bem.
Então, algo aconteceu.
O rei da Babilônia, Merodaque-Baladã, enviou embaixa-
dores a Jerusalém portando uma carta de congratulações.
Ezequias ficou tão feliz com esta honra que teve seus cinco
minutos de loucura.
Essa parte da história está escrita em Isaías 39:1 e 2:

“Nesse tempo, Merodaque-Baladã, rei da Babilônia, en-


viou cartas e um presente a Ezequias, porque soube que
estivera doente e já tinha convalescido. Ezequias se agra-
dou disso e os recebeu muito bem. Foi muito simpático
e cortês com os visitantes. Mostrou aos mensageiros a
casa do seu tesouro, a prata, o ouro, as especiarias, os
óleos finos, todo o seu arsenal e tudo quanto se achava
nos seus tesouros; nenhuma coisa houve, nem em sua
casa, nem em todo o seu domínio, que Ezequias não lhes
mostrasse”.

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Certamente, aquele foi um momento de exaltação pes-
soal do rei Ezequias. O rei da Babilônia enviou os embaixado-
res para conhecerem de perto o Deus que o curara e que havia
feito o sol retroceder dez graus, cerca de cinco horas, o que
estava enlouquecendo os cientistas da época. Eles foram para
ver o milagre de perto.
E o que Ezequias deveria mostrar? Era esperado que ele
mostrasse o Deus verdadeiro e poderoso que podia intervir na
vida das pessoas e Se manifestar através da natureza. Espera-
va-se que Ezequias os levasse ao templo, à casa de Deus.
Mas Ezequias mostrou o que os babilônios já tinham visto
em outros lugares: o reino, as riquezas, a boa arquitetura do
palácio, o desvio da água para dentro da cidade, o poço de
Siloé, o bom sistema de armazenamento, seu bom gosto, a
fartura, o estoque de armas, etc.
O comportamento do rei deu uma ideia aos estrangeiros.
Em vez de manterem a alegria da celebração pela cura do mo-
narca vizinho, planejaram uma invasão e agora sabiam exata-
mente como fazer.
Quando os babilônios foram embora, o profeta Isaías per-
guntou: “Majestade, o que eles viram em tua casa?” (2 Reis
20:15). E Ezequias, orgulhoso, respondeu que havia mostrado
tudo, sem esconder nada.
O profeta não apenas repreendeu o rei como também lhe
deu uma profecia: tudo o que ele havia mostrado seria levado
para a Babilônia, junto com seus descendentes, por Nabuco-
donosor.
A recepção não foi ideal, e agora você entende o porquê.
Aqueles homens foram bem recebidos, mas sem um pro-
pósito de salvação. Aqueles visitantes não conheceram o
amor e o poder de Deus através do rei. Uma boa recepção é
aquela cujo comportamento aponta para Jesus, o Bom Pastor.

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Uma recepção com propósito
A outra história também mostra uma recepção acolhedo-
ra. O relato de 2 Crônicas 9:1 a 12 mostra a rainha etíope, da
terra de Sabá, visitando o rei Salomão, considerando-o o mais
sábio que o mundo já conheceu.
A rainha chegou a Jerusalém, acompanhada de uma enor-
me caravana, trazendo muitos presentes para oferecer ao rei.
A rainha estava cheia de perguntas que precisavam de respos-
tas inteligentes; eram questionamentos pessoais que necessi-
tavam de uma sabedoria distinta.
Salomão mostrou a ela todas as coisas, como o rei Eze-
quias fez. Mostrou o reino, o lindo palácio, seu poder, várias
sessões de julgamento, suas realizações, como o povo vivia e
era conduzido no sistema teocrático, tendo Deus como seu lí-
der maior. A cada coisa que via, a rainha ficava mais encantada,
maravilhada e impressionada.
Mas houve um diferencial: A rainha acompanhou Salomão
em todos os cultos, sacrifícios e adoração que ele fazia no
templo. Salomão creditava a Deus sua sabedoria, pois este era
presente que o Senhor lhe havia dado. Não era ele, era Deus!
Não era sua sabedoria, era a sabedoria de Deus! Não era sua
glória, era a glória do Deus de Israel!
Conhecer esse Deus fez com que a rainha dissesse o que
ficou registrado em 2 Crônicas 9:5 a 8:

“ “[...] É verdade tudo que ouvi em meu país a respeito


de suas realizações e de sua sabedoria! Não acredi-
tava no que diziam até que cheguei aqui e vi com os
próprios olhos. Aliás, não tinham me contado nem a
metade a respeito de sua grande sabedoria! Você ul-
trapassa em muito tudo que ouvi. Como deve ser feliz
o teu povo! Que privilégio para teus oficiais estarem
em tua presença todos os dias, ouvindo tua sabedo-
ria! Louvado seja o Senhor, teu Deus, que se agradou

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de você e o fez rei para governar para Ele. Por causa
do amor de Deus por Israel, e porque Ele deseja esta-
belecer para sempre este reino, Ele o fez rei para go-
vernar com justiça e retidão”.

A rainha de Sabá ouviu e viu a razão de Salomão ser tão


abençoado: era Deus! A recepção de Salomão apontava para
Deus.

CONCLUSÃO
A cada culto em nossas igrejas, recebemos visitantes e in-
teressados. O que eles procuram? O que buscam? Procuram
entender os milagres que Deus tem feito na vida de Seu povo?
Têm questionamentos profundos que precisam de respostas?
As pessoas buscam a igreja porque querem encontrar Deus
da forma como ainda não conhecem, um Deus que supre os
anseios, um Deus que as ama, que as perdoa, que as faz sentir
abençoadas e aceitas.
A busca é por uma igreja acolhedora, amiga, bondosa, gene-
rosa, que faça com que cada um se sinta parte da comunidade e
parte na adoração. Eles querem ver Deus através de nós.
É importante fazer parte de uma igreja cuja estrutura é
bem cuidada, mas é essencial que cada membro represente
Deus e estenda os braços da amizade e da inclusão, com olha-
res que não julguem a aparência ou o tipo de vestimenta, com
atitudes corteses e alegria genuína, com uma educação digna
de cidadãos do Céu.
São atitudes simples, como cumprimentar quem está ao
lado, oferecer informações sobre o andamento do culto, aju-
dar a encontrar uma passagem bíblica, olhar e sorrir, conversar
ao final do culto, convidar para um almoço ou outro programa.

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Se você quer representar Deus, não permita que quem
esteve com você durante o culto saia vazio, porque não sen-
tiu a presença de Deus através da amizade e do acolhimento.
Somos responsáveis por todos os que vêm à casa do Senhor.
Cada um deve reproduzir a pergunta do profeta Isaías: O
que eles viram em minha igreja? O que eles viram em mim? É
nosso dever causar o mesmo efeito que a rainha sentiu: que
amamos e cultuamos o Deus verdadeiro, que é Ele quem ofe-
rece amor e salvação, é Ele quem capacita e faz milagres.
O acolhimento é visto no modo como cada pessoa é tra-
tada, e o valor desse comportamento envolve nosso relacio-
namento com Cristo. Uma vida em Cristo muda o foco de
nossa vida, porque deixamos de viver para nossa própria glória
e passamos a viver para a glória de Deus.
Ellen White diz que

“os visitantes vejam que estamos procurando tornar


felizes os que nos cercam, através de nossa jovialidade,
simpatia e amor”.

Uma igreja revela o quanto é cheia do amor de Deus atra-


vés da maneira como trata as pessoas.
Faça parte de uma comunidade amiga e saudável. Impres-
sione com a graça de Cristo, encante com a bondade de Deus,
maravilhe com o poder da esperança e resgate aqueles que
não sabem o caminho de volta, pois o amor de Deus é tudo
para todos.
E não esqueça: Há outras ovelhas que não são deste apris-
co. Também importa conduzi-las.

Que Deus nos abençoe poderosamente.

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