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A responsabilidade se divide em

responsabilidade civil (busca a reparação/


Obs.: o nexo de causalidade é excluído nas hipóteses de culpa exclusiva da vítima, estado de
indenização de danos patrimoniais e morais),
necessidade, legitima defesa, caso fortuito ou força maior.
responsabilidade administrativa (são
penalidades decorrentes de faltas funcionais) e Porém para que exista a obrigação de reparação civil precisa-se de alguns requisitos, a saber:
responsabilidade penal (são penalidades I. Conduta humana (ação ou omissão);
decorrentes de infrações penais). As II. Dano (patrimonial/material ou extrapatrimonial/moral);
responsabilidades podem ser aplicadas isolada III. Nexo de causalidade;
ou cumulativamente. IV. Culpa (dolo ou culpa).
O código civil trata da responsabilidade civil,
que pode ser originária de uma relação Em termos práticos a responsabilidade civil se origina de 2 formas:
contratual ou extracontratual. I. Pelo não cumprimento contratual: também chamada de responsabilidade contratual aquiliana.
II. Pelo desrespeito às regras de convívio social: é a responsabilidade civil extracontratual, sem
vínculo entre as partes.

Obs.: o abuso de direito (quando o titular de um direito ao exerce seu direito, excede os limites dos fins
econômicos e sociais, da boa-fé e dos bons costumes) é um ato ilícito e gera o dever de indenizar ou
de reparar o dano. Observa-se que o abuso de direito ele começa a ser executado de forma licita,
posteriormente se transforma em ilícita. O abuso de direito é hipótese de responsabilidade civil objetiva,
ou seja, não depende do elemento culpa, uma vez que o código civil diz que pratica o abuso de poder
quem excede o limite, de forma objetiva, sem o elemento subjetividade.

São atos que causam lesão ao direito, mas que não são considerados ilícitos:
I. Legitima defesa;
II. Exercício regular de um direito reconhecido;
III. Estado de necessidade quando há perigo iminente.

Obs.: em regra os atos da excludente de ilicitude não são atos ilícitos e não geram o dever de indenizar. Porém,
existem algumas situações que ocasionam o dever de indenizar. Por exemplo quando for praticado o ato em estado de
necessidade ou legitima defesa e a pessoa lesada ou o dono do direito violado não for culpado, nessa situação ocorre
a culpa de terceiro, dando ensejo a uma ação regressiva.
EXCLUDENTES DA ILICITUDE A reparação civil é medida conforme o dano causado e não em relação a culpa ou dolo do agente. Somente utiliza-se
da culpa do agente para medir a responsabilidade quando existir uma excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, onde o juiz pode reduzir a obrigação equitativamente.
Quando a vitima concorre culposamente (culpa concorrente) para o evento, a indenização é confrontada/medida entre
a culpa da vitima e a culpa do autor do dano.
Obs.: a culpa concorrente é diferente da culpa exclusiva da vítima, enquanto na culpa concorrente a indenização é
ponderada, na culpa exclusiva da vitima não tem indenização pois quebra-se o nexo de causalidade.

Responsabilidade sem culpa (objetiva): ocorre nos casos previstos em lei e também quando a atividade normalmente desenvolvida
implicar, por sua própria natureza, em riscos para o direito de outrem. É uma atividade lícita, o que gera riscos a outrem é a
atividade desenvolvida e não o comportamento do indivíduo.
A responsabilidade pode ser direta quando a pessoa causadora do dano assume a responsabilidade, ou indireta que ocorre de 3
formas:
I. Fato de terceiro;
II. Fato do animal;
III. Fato da coisa.

TEORIA DO RISCO Obs.: Responsabilidade civil pelo fato da coisa ou animal. Responsabilidade da pessoa que detém o poder de comando das coisas
e animais causadores de danos a outrem, prejuízo este que não poderia ficar no esquecimento sem que houve uma maneira para
sua reparação. O termo "fato", e não "ato", já permite visualizar a ideia de que se trata da responsabilidade de uma ação não-
humana, entretanto que a este humano sobre cairá o ato de indenizar o dano causado por ser o responsável pelo objeto ou animal.

RESPONSABILIDADE
I. EMPRESÁRIOS INDIVIDUAIS E EMPRESAS: respondem pelos danos causados decorrentes dos
CIVIL produtos postos em circulação, independente de culpa (responsabilidade objetiva).
II. DONO OU DETENTOR DE ANIMAL: tem a responsabilidade de ressarcir o dano por este causado, se
não provar culpa da vitima ou força maior (responsabilidade objetiva).
III. DONO DE EDIFÍCIO OU CONSTRUÇÃO: tem responsabilidade de danos de sua ruina se faltar reparos
e a necessidade for manifesta (responsabilidade objetiva).
IV. PESSOA QUE HABITAR PRÉDIO OU PARTE DELE: tem responsabilidade por coisas que caírem ou
forem lançadas em lugar indevido (responsabilidade objetiva). Se não souber quem jogou o objeto, pode entrar
com a ação contra o condomínio, podendo o condomínio entrar com a ação de regresso contra o culpado.
V. FATO DE TERCEIRO: ainda que não haja culpa de sua parte, os pais respondem pelos danos
praticados pelos filhos menores que estão sob sua autoridade e companhia (responsabilidade objetiva para os
responsáveis e responsabilidade subjetiva dos filhos).

Obs.: na responsabilidade do fato de terceiro, mesmo sendo responsabilidade objetiva dos pais, precisa ter a
responsabilidade subjetiva (culpa) do filho para que haja o nexo causal.

Obs.: a responsabilidade do fato de terceiro serve para as hipóteses:


RESPONSABILIDADE INDIRETA
I. Tutor/curador: pupilos, curatelados e tutelados.
II. Empregador/comitente: empregados, serviçais, prepostos em função do trabalho.
III. Donos de hotéis/hospedarias: hospedes, moradores e educandos.
IV. Participação gratuita no produto do crime: até a quantia necessária.
Em todos esses casos pode haver a ação de regresso, salvo se o causador do dano for descendente
absolutamente incapaz ou relativamente incapaz.

O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se o responsável não tem obrigação de pagar ou não tem
meios suficientes para pagar.
A indenização a ser paga pelo incapaz tem que ser equitativa e não pode privar o incapaz ou as pessoas que
RESPONSABILIDADE DO INCAPAZ dele dependam dos meios necessários para a sua sobrevivência.

Se a divida não vencida for cobrada antes do vencimento, fica o cobrador obrigado a esperar o tempo que faltava,
descontar os juros, embora estipulado, e pagar as custas em dobro.
Se a divida já estiver solvida e o cobrador demandar divida já paga, no todo ou em parte, sem ressalva as quantias já
pagas, ficará o cobrador com a obrigação de pagar o dobro do que cobrou e se pedir mais que o devido terá que pagar o
equivalente do que exigir.

Obs.: o cobrador pode livrar-se das penalidades por cobrar indevidamente uma dívida, mas só se ele desistir da ação até
a contestação.

Pelo princípio da independência relativa da responsabilidade civil, a responsabilidade civil independe da responsabilidade
criminal. Salvo se a existência do fato ou auditoria já tiverem sido decididos no juízo criminal e não puder mais ser
RESPONSABILIDADE questionado no juízo civil.
CIVIL EM RELAÇÃO Sumula 145 STJ: O transporte desinteressado por simples cortesia, que vier a sofrer acidente, não gera responsabilidade
AS DIVIDAS perante o carona, o transportador só responde se tiver dolo ou culpa grave. Vale lembrar que essa “isenção” de
responsabilidade é só em relação ao carona, em relação a terceiros não existe isenção de culpa.

Sumula 130 STJ: empresas respondem por dano ou furto que ocorrerem em seu estacionamento, mesmo este sendo
pago ou gratuito.

Sumula 492 STJ: locadora de veiculo e locatário tem responsabilidade civil e solidária por danos a 3º sobre veiculo
locado, podendo a locadora entrar com ação regressiva.

Caça níquel, jogos de azar: a responsabilidade civil da pessoa que explora a atividade ilícita é objetiva, gerando o dano
moral coletivo.

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