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A AMAZÔNIA COMO MANANCIAL DE ÁGUA

A bacia do rio Amazonas envolve todo o conjunto de recursos hídricos que convergem para o rio Amazonas. Essa bacia
hidrográfica faz parte da região hidrográfica do Amazonas, uma das doze regiões hidrográficas do território brasileiro.[1]
A bacia amazônica abrange uma área de 7 milhões de quilômetros quadrados, compreendendo terras de vários países da
América do Sul (Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname, Bolívia e Brasil). É a maior bacia de regime misto (pluvial e
nival) do mundo. Sendo regime pluvial, que deriva das águas das chuvas e nival que deriva do derretimento das geleiras dos Andes.
O Rio Amazonas tem mais de 7 Mil afluentes, e possui 25 mil quilômetros de vias navegáveis.
De sua área total, cerca de 3,89 milhões de km² encontram-se no Brasil, ou seja, 45% do país, abrangendo os estados do
Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá.
A Bacia Amazônica representa 1/5 da água derramada no oceano por todos os rios do planeta.
Formação

Mapa mostrando o trajeto do rio Amazonas, seus principais afluentes e a área aproximada de sua bacia hidrográfica.
A teoria mais aceita pelos geólogos é de que o rio Amazonas formou-se a partir de um grande golfo, que originalmente se
abria ao Oceano Pacífico. Com a separação do super continente Pangeia há 130 Ma (particularmente, a quebra do Gondwana, o
continente formado antes do Pangeia pela junção da África, América do Sul, Antártica, Arábia e Austrália) o deslocamento da placa
americana para oeste gera
a formação da cordilheira dos Andes há 65 Ma, esse golfo fechado a oeste, se abre para leste pela captura de drenagem vinda do
Atlântico, tendo o grande rio assim se formado (ver teoria das placas tectônicas).
Sua origem explica o fato de o rio Amazonas apresentar inclinação muito pequena. Em todo seu trajeto inclina-se menos
de cem metros; num trecho de 3 mil quilômetros em território brasileiro, a inclinação é de apenas 15 metros.
Durante muito tempo, considerou-se a desembocadura do Amazonas na região de Belém. Hoje, o rio que banha a capital
paraense (rio Pará) não é considerado como foz do Amazonas, fazendo parte da Bacia Hidrográfica do Tocantins. A foz do
Amazonas está no lado ocidental da ilha de Marajó. Isso faz com que a cidade de Macapá seja considerada a única capital banhada
pelo rio. O volume d'água despejado pelo rio é tão descomunal que a água do mar é doce por vários quilômetros além da
desembocadura. O rio Amazonas descarrega no Oceano Atlântico 20% de toda a água doce que chega nos oceanos.
A bacia amazônica é formada pelo rio Amazonas e seus afluentes. Estes estão situados nos dois hemisférios (no hemisfério
norte e no hemisfério sul) e, devido a esse fato, o rio Amazonas tem dois períodos de chuvas, pois a época das chuvas é diferente
no hemisfério norte e no hemisfério sul.
Rio Solimões
O Rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. Possui 6.868 km, sendo que 3.165 km estão em território
brasileiro. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m³/s e 290.000 m³/s na estação de chuvas. É um rio típico de planície, ele e
muitos de seus afluentes são navegáveis, o que é muito importante para a população da Amazônia, que se serve do rio como meio
de locomoção.
O rio é divido em três partes:
ainda nos países andinos, é chamado de rio Marañon ao entrar no Brasil, é chamado de rio Solimões
ao receber as águas do rio Negro passa a ser chamado de rio Amazonas
[2]
Seus divisores de águas são: Escudo das Guianas, ao norte. Andes, a oeste.
Escudo Brasileiro, ao sul.
A imagem de satélite mostra o complexo da Região
Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo.
A largura média do rio Amazonas é de aproximadamente 5 quilômetros. Em alguns lugares, de uma margem é impossível
ver a margem oposta, por causa da curvatura da superfície terrestre. No ponto onde o rio mais se contrai – o chamado " Estreito de
Óbidos" – a largura diminui para 1,5 quilômetro e a profundidade chega a 100 metros.
As terras amazônicas, como se disse, formam uma planície no sentido atual da palavra, ou seja, um território formado pela
sedimentação. Ao norte e ao sul essa planície é limitada pelos escudos das Guianas e Brasileiro, respectivamente. Uma divisão
elementar das terras da bacia amazônica permite classificá-las em:
igapó: terras muito próximas aos rios onde está sempre alagado apresentando árvores não muito altas e rica em espécies
vegetais;
várzeas: terras próximas ao rio, que são inundadas pelas enchentes anuais, ou mesmo diariamente;
terras firmes: nunca são alagadas pelas enchentes.

AMAZÔNIA ABRIGA O MAIOR AQUIFERO DO MUNDO


Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está localizada
na parte brasileira da Amazônia e é praticamente subutilizada.
Até dois anos atrás, o aquífero era conhecido como Alter do Chão. Em 2013, novos estudos feitos por pesquisadores da
UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma área maior e deram uma nova definição.
"A gente avançou bastante e passamos a chamar de SAGA, o Sistema Aquífero Grande Amazônia. Fizemos um estudo e
vimos que aquilo que era o Alter do Chão é muito maior do que sempre se considerou, e criamos um novo nome para que não
ficasse essa confusão", explicou o professor do Instituto de Geociência da UFPA Francisco Matos.
Segundo a pesquisa, o aquífero possui reservas hídricas estimadas preliminarmente em 162.520 km³ --sendo a maior que
se tem conhecimento no planeta. "Isso considerando a reserva até uma profundidade de 500 metros. O aquífero Guarani, que era o
maior, tem 39 mil km³ e já era considerado o maior do mundo", explicou Matos.
O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó (PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre --todas na região amazônica--,
chegando até a bacias subandinas. Para se ter ideia, a reserva de água equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. "Daria para
abastecer o planeta por pelo menos 250 anos", estimou Matos.

O aquífero exemplifica a má distribuição do volume hídrico nacional com relação à concentração populacional. Na
Amazônia, vive apenas 5% da população do país, mas é a região que concentra mais da metade de toda água doce existente no
Brasil.
Por conta disso, a água é subutilizada. Hoje, o aquífero serve apenas para fornecer água para cidades do vale amazônico,
com cidades como Manaus e Santarém. "O que poderíamos fazer era aproveitar para termos outro ciclo, além do natural, para
produção de alimentos, que ocorreria por meio da irrigação. Isso poderia ampliar a produção de vários tipos de cultivo na
Amazônia", afirmou Matos.
Para o professor, o uso da água do aquífero deve adotar critérios específicos para evitar problemas ambientais. "Esse
patrimônio tem de ser visto no ciclo hidrológico completo. As águas do sistema subterrâneo são as que alimentam o rio, que são
abastecidos pelas chuvas. Está tudo interligado. É preciso planejamento para poder entender esse esquema para que o uso seja
feito de forma equilibrada. Se fizer errado, pode causar um desequilíbrio", disse.
Mesmo com a água em abundância, Matos tem pouca esperança de ver essa água abastecendo regiões secas, como o
semiárido brasileiro. "O problema todo é que essa água não tem como ser transportada para Nordeste ou São Paulo. Para isso
seriam necessárias obras faraônicas. Não dá para pensar hoje em transportar isso em distâncias tão grandes", afirmou.

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