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DOI:10.34117/bjdv6n6-428
RESUMO
Com o intuito de dissipar as tensões geradas nos bordos de aberturas para a instalação de
esquadrias em painéis de alvenaria, constrói-se vergas e contravergas, alojadas na parte
superior e inferior da abertura, respectivamente. Estes elementos estruturais podem ser
fabricados in loco ou como pré-moldados, e têm a função de absorver as tensões, evitando o
surgimento de fissuras no painel de alvenaria e melhorando o desempenho das vedações
verticais. Portanto, neste trabalho têm-se o propósito de dimensionar o comprimento mínimo
do transpasse das vergas e contravergas além da abertura, através de modelagens numéricas
utilizando o Método dos Elementos Finitos por meio do software Diana. Os resultados obtidos,
permitirão disponibilizar critérios para o dimensionamento das vergas e contravergas de forma
ABSTRACT
In order to dissipate the tensions generated at the edges of openings for the installation of
frames in masonry panels, lintels and counter-constructions are built, housed in the upper and
lower part of the opening, respectively. These structural elements can be manufactured on site
or as pre-molded, and have the function of absorbing stresses, preventing the appearance of
cracks in the masonry panel and improving the performance of vertical seals. Therefore, in
this work, the purpose is to dimension the minimum length of the overlap of the lintels and
curves beyond the opening, through numerical modeling using the Finite Element Method
using the Diana software. The results obtained will make it possible to provide criteria for the
dimensioning of the lintels and curves in an efficient and economical way, in order to
rationalize the expenses and reduce the risk of pathological manifestations.
1 INTRODUÇÃO
A alvenaria, seja ela feita para vedação ou para exercer uma função estrutural, é o
sistema construtivo mais utilizado no Brasil, tanto pela facilidade construtiva, como pelo
preço, disponibilidade, tempo de construção, eficiência térmica e acústica. Além disso, o
material cerâmico apresenta alto grau de proteção ao fogo, com bom isolamento térmico e
acústico, proporcionando boas condições de habitabilidade. Devido sua alta escala de
utilização no mercado da construção civil brasileira, Silva (2003) relata que, por sua
significativa participação nos edifícios convencionais, melhorar o desempenho das vedações
verticais e de suas interfaces com os demais subsistemas tem-se mostrado uma estratégia
adequada para melhorar o desempenho global do edifício.
2 ABORDAGEM DO TEMA
A alvenaria de vedação pode ser definida como alvenaria que não é dimensionada para
resistir a ações além do seu próprio peso. O subsistema de vedação vertical tem como função
a compartimentação de ambientes internos e a proteção do edifício de agentes externos, como
chuva, vento, sol, etc (SILVA, 2003).
A alvenaria de vedação está associada ao cumprimento de requisitos de desempenho,
como isolação térmica, isolação acústica, estanqueidade, segurança contrafogo, durabilidade,
estética e economia (FRANCO, 1998).
*Não existe nenhum valor referente a resistência ao cisalhamento em normas para blocos de vedação, com isso
adotou-se o valor existente para bloco estrutural vazado para comparação de resultados.
*para a definição da armadura deve-se fazer uma análise das cargas envolvidas
3 OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é realizar uma análise computacional para estabelecer
o comprimento de transpasse das vergas e contravergas. Para isto, serão necessários
desenvolver os seguintes objetivos específicos:
Levantamento bibliográfico sobre vergas e contravergas;
Analisar os métodos existentes para determinação do vão de vergas e contravergas;
Realizar computacionalmente análises para as dimensões mínimas das vergas e
contravergas, em diferentes vãos de aberturas, diferentes comprimentos dos painéis de
alvenaria;
Determinar o transpasse mínimo das vergas e contravergas para diversos tamanhos do
painel de alvenaria, e para diversos vãos de aberturas, de forma a resistir aos esforços
solicitantes e levando em conta o aspecto econômico.
4 METODOLOGIA
Este estudo tem como principal método de pesquisa, a análise computacional
utilizando o Método dos Elementos Finitos (MEF), onde serão analisados diversos fatores para
o dimensionamento do transpasse de vergas e contravergas.
Foram realizadas várias modelagens no software Diana v.9.4.4 – versão educacional,
que utiliza o MEF. O foco do trabalho é a simulação do comportamento mecânico da inserção
de aberturas em painéis de alvenaria de vedação, analisando painéis em diversos
5 RESULTADOS
Inicialmente foi realizado um modelo teste, onde aplicou-se um comprimento de 3,0
metros para o painel, e uma abertura com comprimento de 1,20 metros. Fez-se as modelagens
deste painel considerando a ausência de verga e contraverga, e com verga e contraverga
variando o transpasse em Lab/2, Lab/3, Lab/4, Lab/5, Lab/6, Lab/7, Lab/8, Lab/9, Lab/10. No quadro
a seguir, são apresentadas as características geométricas do modelo teste.
A partir destes dados, é possível notar que existe um acúmulo de tensões nas
extremidades das aberturas, mostrando assim a necessidade da inserção de elementos para a
absorção desses esforços, evitando o surgimento de manifestações patológicas nessas regiões
de grande acúmulo de tensões. Diante desta constatação será variado o comprimento do
transpasse conforme definido anteriormente.
Com os resultados do modelo teste, verificou-se que a variação dos resultados se dá,
quando se tem verga muito pequena ou muito grande. Com isso, para a pesquisa optou-se por
adotar os comprimentos Lab/2 e Lab/10, por serem os extremos, onde o Lab/2 é o maior
comprimento de transpasse que será adotado neste trabalho, e, o Lab/10 é o menor
comprimento de transpasse desta análise. E optou-se pelo comprimento de Lab/5 por ser um
comprimento de transpasse intermediário, como é possível ver nos resultados dos modelos
testes.
Realizadas as modelagens, optou-se em demonstrar os resultados através de gráficos.
Os gráficos a seguir possuem dois eixos nas ordenadas e um eixo na abcissa, onde, o eixo da
abcissa representa o comprimento do painel e a variação do tamanho d1 e d2, e, o eixo da
ordenada a esquerda, representa o comprimento da largura dos painéis, e o eixo da ordenada a
direita, representa os referentes as tensões obtidas.
Dos resultados obtidos das modelagens, foram retirados os valores máximos das
tensões, os valores mínimos das tensões, e os valores médios das tensões nos painéis. Os
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.6, p.38803-38820 jun. 2020. ISSN 2525-8761
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Brazilian Journal of Development
gráficos conterão somente os valores referentes as tensões máximas e médias, visto que, as
tensões mínimas não influenciam nas análises, permitindo uma melhor visualização dos
gráficos.
Assim, as Figuras 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20, mostram os resultados obtidos das
modelagens, seguindo as descrições mencionadas anteriormente.
Figura 19: Exemplo de modelagem painel sem verga e contraverga, com abertura de janela centralizada,
tensões σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 20: Exemplo de modelagem painel com verga e contraverga, com abertura de janela centralizada,
tensões σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 21: Exemplo de modelagem painel sem verga e contraverga, com abertura de janela descentralizada,
tensões σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 22: Exemplo de modelagem painel com verga e contraverga, com abertura de janela descentralizada,
tensões σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 23: Exemplo de modelagem painel sem verga e contraverga, com abertura de porta centralizada, tensões
σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 24: Exemplo de modelagem painel com verga e contraverga, com abertura de porta centralizada, tensões
σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 25: Exemplo de modelagem painel sem verga e contraverga, com abertura de porta descentralizada,
tensões σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
Figura 26: Exemplo de modelagem de um painel com verga e contraverga, com abertura de porta
descentralizada, tensões σx; tensões σy; tensões τxy (N/m²)
6 CONCLUSÃO
A medida que um painel com um mesmo tamanho, tem o aumento da abertura, ocorre
o aumento das tensões no painel, na qual, segue o princípio da tensão mecânica uniaxial, onde
tendo uma determinada força sobre uma área, e diminui-se essa área de atuação da força,
provoca o aumento das tensões, conforme pode ser notado pela Equação 1.
F
Equação 1
A
Figura 27 – Local de acúmulo de tensões na alvenaria quando a abertura está próxima da face lateral, tensões
τxy (N/m²)
REFERÊNCIAS