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Capítulo 3

SISTEMA POR UNIDADE

1. OBJETIVO

Este capítulo tem por objetivo apresentar a “ferramenta” sistema por uni-
dade ou sistema pu muito utilizada nos estudos envolvendo sistemas elétricos
de potência.
O estudo do sistema por unidade será complementado durante os capítu-
los posteriores, na apresentação das modelagens de cada um dos componen-
tes dos sistemas elétricos de potência com vistas a realização dos estudos de
fluxo de carga e curto circuito.

2. INTRODUÇÃO

Nos estudos em sistemas elétricos é usual o emprego do sistema por u-


nidade ou sistema pu. Usando o sistema pu, as grandezas e dados técnicos
não são expressos nos seus valores absolutos e sim como uma fração de
grandezas escolhidas como referência, denominados valores base.
Examinando de forma superficial o que foi dito no parágrafo anterior, o
sistema pu pode parecer simplesmente um método indireto de exprimir uma
grandeza, contudo, será demonstrado, a seguir, que ele introduz uma série de
simplificações nos cálculos envolvendo sistemas elétricos que operam em dife-
rentes níveis de tensão.
Outro fato relevante aplicação do sistema pu em sistemas elétricos está
no fato de permitir uma avaliação dos valores calculados ou obtidos para pa-
râmetros e grandezas dos diversos componentes do sistema elétrico. Este fato

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

permite identificar valores irreais calculados, além tornar possível estimar valo-
res para grandezas ou variáveis desconhecidas.
Escolhendo os valores nominais de um dado componente como base, as
suas grandezas e variáveis não variam numa faixa muito larga, mesmo para
uma ampla faixa de valores nominais. Nos sistemas elétricos, por exemplo, a
corrente de excitação de um transformador usualmente está entre 0,01 e 0,08
pu para uma larga faixa de valores nominais de potência.
De tal forma que, quando obtemos para a corrente de excitação de um
transformador de 50 KVA o valor 0,04 pu é relativamente simples identificar se
este valor é coerente com os valores nominais do transformador ou não. Situa-
ção distinta se dá quando obtemos o valor de corrente de excitação de 5,41 A
para o mesmo transformador de 50 kVA. O valor de 5,41 A não possibilita de
imediato reconhecer se tratar de um valor coerente ou não.
Concluindo é possível afirmar que a utilização do sistema pu facilita a
verificação e a identificação de algum engano na determinação de um do valor
de uma grandeza. Quando essas grandezas são expressas em pu e não nas
suas unidades originais, elas usualmente variam em faixas estreitas mesmo
para componentes com valores nominais muito diferentes.

3. DEFINIÇÃO

O valor por unidade, ou valor pu de uma dada grandeza, é definido como


a relação entre o valor dessa grandeza (denominado valor real) numa dada
unidade e o valor base da mesma grandeza, escolhido como referência, na
mesma unidade, ou seja:

Valor real
Valor em PU = [1]
Valor base

Uma forma alternativa de se exprimir as grandezas de um sistema elétri-


co é o valor percentual, isto é:

Valor em % = Valor em PU × 100 [2]

Os valores expressos em pu têm vantagens sobre os valores expressos


em percentuais porque o produto ou quociente de duas grandezas expressas

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

em pu resulta em outra grandeza também em pu. Já o produto ou quociente de


duas grandezas expressas em por cento, deve ser dividida ou multiplicada por
100 para produzir o resultado final.

EXEMPLO 1:
Obtenha as grandezas abaixo em pu e em percentual, assumindo como base
os valores especificados.
a) V1 = 126 kV, assumindo como valor base 120 kV.

126
V1 = = 1,05 pu
120

V1 = 1,05 × 100 = 105 %

b) I1 = 10 A, assumindo como valor base 50 A.

10
I1 = = 0,2 pu
50

I1 = 0,2 × 100 = 20 %

4. SISTEMA PU PARA REDES EM REGIME PERMANENTE SE-


NOIDAL

Uma rede é dita em regime permanente senoidal quando todas as ten-


sões e correntes em qualquer ponto desta rede são funções senoidais ou se-
nóides. Sendo senóides, essas tensões e correntes podem ser representadas
por fasores.
Será demonstrado que tanto para redes monofásicas como para as trifá-
sicas em regime permanente senoidal, é suficiente definir apenas duas dessas
grandezas como grandezas base, para que todos os demais valores base fi-
quem perfeitamente definidos a partir das relações entre elas.
Para uma rede monofásica em regime permanente senoidal vamos es-
colher duas grandezas quaisquer como base: a tensão base VBASE e a potência
base SBASE. Os demais valores base para as grandezas dessa rede podem ser
calculadas pelas seguintes equações:

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

A corrente base (IBASE) pela equação:

SBase
IBase = [3]
VBase

a impedância base (ZBASE) pela seguinte equação:

VBase VBase VBase 2


ZBase = = =
IBase SBase SBase
VBase

2
V
Z BASE = BASE [4]
SBASE

Finalmente, a admitância base (YBase) é calculada pela seguinte equa-


ção:

1 IBASE S
YBASE = = = BASE2
ZBASE VBASE VBASE

SBase
YBase = [5]
VBase 2

Numa rede trifásica em regime permanente senoidal existem duas for-


mas distintas de se definir valores base para empregar-se o sistema pu, uma a
partir da definição de valores monofásicos como base e outra definindo valores
trifásicos como base.
Definindo para uma rede trifásica em regime permanente senoidal como
a tensão base uma tensão fase-terra VBase e a potência aparente base uma
potência monofásica ou por fase SBase, podemos calcular a corrente base pe-
la seguinte expressão:

SBase S1φ
IBase = = [6]
VBase VFN

e a impedância base (ZBase) pela seguinte equação :

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

VBase VBase VBase 2


ZBase = = =
IBase SBase SBase
VBase

VBase 2 VFN 2
ZBase = = [7]
SBase S1φ

Similarmente a admitância base (YBase) pode ser obtida a partir da se-


guinte equação:

1 IBase SBase
YBase = = =
ZBase VBase VBase 2

SBase S1φ
YBase = 2
=
VBase VFN 2 [8]

De forma alternativa, os valores base para uma rede trifásica em regime


permanente senoidal podem ser escolhidos a partir de valores trifásicos. Defi-
nindo a tensão base VBase como uma tensão de linha V3φ e a potência apa-
rente base SBase como a potência trifásica S3φ. Podemos calcular a corrente
base pela seguinte expressão:

SBase S3 φ
IBase = = [9]
3 .VBase 3 .VFF

A impedância base (ZBase) em ohms por fase é calculada pela seguinte


equação:

VBase V3φ V3φ


ZBase = = =
IBase 3 I3φ 3 S3φ
3 V3φ

V3φ 2
ZBase = [10]
S3φ

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

e a admitância base (YBase) é calculada por :

1 I3 φ S3 φ
YBase = = = [11]
ZBase V 3φ V 3φ 2

É interessante notar que os valores por unidade das grandezas por fase
são iguais aos valores por unidade das grandezas trifásicas de linha em um
determinado ponto do sistema, quando tomamos como base os respectivos
valores nominais monofásicos e trifásicos das grandezas consideradas. Sendo
assim, o valor por unidade da potência aparente trifásica é igual ao valor por
unidade da potência aparente monofásica em um determinado ponto do siste-
ma, quando tomamos como base o valor da potência aparente nominal mono-
fásica e trifásica. Dessa forma, os módulos das grandezas de linha e de fase
em pu são:
V 3 Vf Vf
Vpu = = = = Vfpu [12]
V 3φ 3 V 1φ V 1φ

S 3 Sf Sf
Spu = = = = Sfpu [13]
S3 φ 3S1φ S1φ

I I
Ipu = = = Ifpu [14]
I3 φ I1φ

Z Z
Zpu = = = Zpu [15]
Z 3 φ Z1φ

É importante destacar que, como os valores base são escalares, o sis-


tema pu não impõe qualquer restrição às fases, isto é, as grandezas em pu têm
o mesmo ângulo que os valores reais.
Portanto no caso de uma impedância, temos

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Z = R + jX [16]

Z R + jX R jX
Zpu = = = + [17]
ZBase ZBase ZBase ZBase

Como, Zpu = Rpu + jXpu , concluímos que:

RBase = XBase = ZBase [18]

Logo, para o sistema pu o valor base da impedância é único valendo


tanto para uma resistência como para uma reatância.
Procedendo de forma similar, para a potência, temos

S = P + jQ [19]

S P + jQ P jQ
Spu = = = + = Ppu + jQpu [20]
SBase SBase SBase SBase

Como, Spu = Ppu + jQpu concluímos que

SBase = PBase = QBase [21]

Portanto, para o sistema pu, o valor base de potência é o mesmo para a


potência ativa, reativa e aparente.
Analisando as expressões [7] e [10], é importante destacar que embora
ambas equações para a impedância base possam parecer similares, elas são
distintas, pois a primeira expressão relaciona valores bases monofásicos com
tensão de fase e potência de fase, enquanto que a segunda é válida para valo-
res bases trifásicos com tensão de linha e potência total trifásica.

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Exemplo 2: Para um sistema elétrico conhecido, adotando-se como valores


base 50 MVA e 200 Ω, determine as grandezas a seguir em pu: a)
200 A, b) 80 mho, c) (20 + 40)j MVA, d) 65 MW, e) 40 MVAR, f) 50
Ω.
Solução:
Cálculo da tensão base:

Vbase 2
Zbase =
Sbase

Vbase = Zbase × Sbase = 50 × 10 6 × 200 = 100 × 10 3 = 100kV

Cálculo da corrente base:

Sbase 50 × 10 6
Ibase = = = 288,68 A
3 Vbase 3 × 100 × 10 3

Cálculo da admitância base:

1 1
Ybase = = = 0,05 mho
Zbase 200

Obtendo as grandezas dadas em pu:

a) Corrente I = 200 A em pu

200
Ipu = = 0,69 pu
288,68

b) Admitância Y = 80 mho em pu

80
Ypu = = 1600 pu
0,05

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b) Potência aparente S = (20+40j) MVA em pu

20 + 40j
Spu = = (0,4 + j0,8) pu
50

b) Potência ativa P = 65 MW em pu

65
Ppu = = 1,3 pu
50

b) Potência reativa Q = 40 MVAR em pu

40
Qpu = = 0,8 pu
50

b) Impedância Z = 50 Ω em pu

50
Zpu = = 0,25 pu
200

5. EQUAÇÃO DE MUDANÇA DE BASE

Usualmente, os valores de impedância dos equipamentos elétricos são


expressos em pu usando como valores base os seus próprios valores nomi-
nais. Nos sistemas elétricos, a existência de diferentes circuitos com compo-
nentes e equipamentos de diferentes valores nominais, exige a definição de um
conjunto de valores base comum para todo o sistema elétrico.
A escolha de um conjunto de valores base comum para o sistema elétri-
co cria a necessidade de se expressar as impedâncias dos equipamentos em
pu neste novo conjunto de valores base através de expressões que realizem a
mudança de base.
De maneira genérica, o problema de mudança de base pode assim ser
descrito: Conhecida a impedância de um componente em pu numa base antiga
ZpuBA, associada aos valores de tensão VBA e potência SBA, podemos determi-

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

nar a impedância deste componente ZpuBN associados aos valores de base no-
va de tensão VBN e potência SBN.
Na base antiga, tem-se:

ZComponente
ZpuBA = [22]
ZBA

ZComponente = ZpuBA × ZBA [23]

Na base nova, tem-se

ZComponente
ZpuBN =
ZBN [24]

ZComponente = ZpuBN × ZBN [25]

Igualando-se as equações [23] e [25], obtém-se

ZpuBA × ZBA = ZpuBN × ZBN [26]

VBA 2 VBN 2
ZpuBA = ZpuBN
SBA SBN [27]

2
⎛ VBA ⎞ ⎛ SBN ⎞
ZpuBN = ZpuBA⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ VBN ⎠ ⎝ SBA ⎠ [28]

Na prática, costuma-se usar a equação [28] para mudar a impedância em


por unidade de uma base antiga para uma impedância em por unidade em uma
base nova.
2
⎛ VBase velho ⎞ ⎛ SBase nova ⎞
Zpu novo = Zpu velho⎜ ⎟ ⎜ ⎟ [29]
⎝ VBase nova ⎠ ⎝ SBaseVelha ⎠

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Exemplo 3: A impedância de um dado componente é de 0,25 por unidade


baseado nos dados de placa deste componente que são 13,8 kV,
50 MVA. Obtenha a impedância em pu deste componente nas
bases de 13,2 kV, 100 MVA.
Solução:
Os valores base antigos (BA) são:
⎧ VBA = 18 kV

⎩SBA = 50 MVA

Os valores base novos (BN) são:


⎧ VBN = 20 kV

⎩S BN = 100 MVA

Usando a expressão de mudança de base (equação [29]):

2
⎛S ⎞ ⎛ VBA ⎞
Z BN = Z BA .⎜⎜ BN ⎟⎟.⎜⎜ ⎟⎟
⎝ S BA ⎠ ⎝ VBN ⎠

2
⎛ 100 ⎞ ⎛ 13,8 ⎞
Z BN = 0,25 .⎜ ⎟. ⎜ ⎟ = 0,546 pu
⎝ 50 ⎠ ⎝ 13,2 ⎠

6. SISTEMA PU PARA SISTEMAS ELÉTRICOS COM TRANS-


FORMADORES DE POTÊNCIA

A principal vantagem de se empregar o sistema pu na solução de pro-


blemas de análise de sistema de potência está na possibilidade de se evitar
referir grandezas de um lado para outro de um transformador quando se utiliza
o circuito equivalente em pu de um transformador real.
Os transformadores ideais são transformadores que não apresentam
perdas, assim as resistências dos enrolamentos e as perdas no núcleo não
existem. Da mesma forma a permeabilidade do núcleo é infinita e o fluxo de
dispersão é desprezível, acarretando uma corrente de excitação nula.

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Para um transformador ideal, ao qual é aplicada uma tensão v1 ao enro-


lamento primário com N1 espiras, nenhuma corrente necessitará circular no
primário para estabelecer o fluxo ϕ no mesmo, pois a permeabilidade do núcleo
é infinita. A variação do fluxo confinado no núcleo gera uma tensão induzida e1
que é igual a tensão aplicada v1, uma vez que resistência do enrolamento é
desprezível.

e1 = N1
dt
Assim


v1 ≅ e1 = N1 [30]
dt

Desde que nenhuma dispersão ocorre no núcleo de um transformador i-


deal, o mesmo fluxo estará concatenado com as N2 espiras do enrolamento
secundário, produzindo neste uma tensão induzida e2, igual à tensão nos ter-
minais do secundário v2, dada por


v2 ≅ e 2 = N2 [31]
dt

Dividindo a equação [30] pela equação [31] obtemos a seguinte equação


para o transformador ideal:

N1
v 1 e1 dt = N1
≅ =
v2 e2 dϕ N 2
N2
dt

v1 e1 N1
≅ = [32]
v 2 e 2 N2

Assim um transformador ideal transforma as tensões na relação dire-


ta do número de espiras dos respectivos enrolamentos.

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Como um transformador ideal não tem perdas, a potência instantânea en-


tregue no enrolamento primário é igual a potência instantânea que entregue a
carga no enrolamento secundário.

e 1.i1 = e 2 .i2

e1 i2 N1
= = [33]
e 2 i 1 N2

Figura 1 – Transformador ideal em carga

Considere agora o transformador ideal operando em regime permanente


senoidal como pode ser visto na Figura 2, a equação [32] pode ser reescrita
para os fasores V1, E1, V2 e E2.
V 1 E1 N1
≅ = [34]
V2 E 2 N2

Figura 2 - Transformador ideal em vazio em regime permanente senoidal

Na Figura 3 está apresentado o transformador ideal com uma carga co-


nectada nos seus terminais do enrolamento secundário, solicitando uma cor-

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

rente I2 , estabelecendo uma fmm N2.I2. Esta fmm produzira um fluxo ϕ2 que se
oporá ao fluxo existente no núcleo. Assim o fluxo líquido no núcleo diminuíra de
valor e, com ele, também a tensão induzida E1, perturbando o equilíbrio pre-
sente no circuito primário. Uma corrente será, então, originada neste enrola-
mento com o objetivo de restaurar o fluxo no núcleo ao seu valor original e,
deste modo, elevar a tensão induzida E1 até a equiparação com a tensão apli-
cada.
Este é o modo pelo qual o primário toma conhecimento da presença de
corrente no secundário. Logo, o valor da corrente no primário devera ser tal
que anule o efeito da corrente no secundário, ou seja, deverá produzir uma
fmm igual a aquela estabelecida no secundário

N1 • I1 = N2 • I2 [35]

Figura 3 - Transformador ideal em carga

A fmm líquida agindo no núcleo é, portanto, nula, de acordo com a supo-


sição de que a corrente de excitação ideal é nula. Logo, da equação [33], de-
duz–se que
I1 N1
= [36]
I2 N2

Assim, um transformador ideal transforma as correntes na razão inversa


do número de espiras nos respectivos enrolamentos. O transformador ideal não
exibe perdas, nem tampouco requer potência reativa para magnetização do
seu núcleo, portanto a potência de entrada no seu enrolamento primário é

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

transferida integralmente para o secundário. Se as relações de tensão e de


corrente obtidas anteriormente são combinadas, temos que:

V 1 • I1 = V 2 • I2 [37]

Conclui-se que, num transformador ideal, a potência no primário iguala-se


à potência no secundário.
O circuito equivalente do transformador real apresentado na figura 4 é ob-
tido a partir do modelo definido para o transformador ideal acrescentando-se ao
mesmo, os efeitos da resistência e da dispersão dos enrolamentos, bem como
as exigências de potência requerida para magnetizar o núcleo.

Figura 4 - Circuito equivalente de um transformador real

O circuito equivalente dos transformadores reais apresentado na Figura 4,


tem os seguintes parâmetros:
R1 - resistência do enrolamento primário
R2 - resistência do enrolamento secundário
X1 - reatância de dispersão do enrolamento primário
X2 - reatância de dispersão do enrolamento secundário
Bm - susceptância de magnetização
Gp – condutância de perdas no núcleo.

Na Figura 4 estão também indicados as seguintes grandezas: I1 - corrente


do enrolamento primário , I2 - corrente do enrolamento secundário, I0 - corren-
te de excitação , V1 - tensão aplicada ao terminais do enrolamento primário e
V2 - tensão aplicada nos terminais do secundário.

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

A presença dos transformadores nos sistemas elétricos de potência exige


nos estudos e cálculos usando os valores das grandezas nas suas respectivas
unidades a necessidade de se referir correntes e tensões para o enrolamento
primário ou secundário conforme seja conveniente.
A utilização do sistema por unidade evita esse trabalho de se referir gran-
dezas, desde que a escolha dos valores base dos dois enrolamentos seja feita
seguindo as seguintes regras:
a) A potência base em VA deve ser a mesma para os dois enrolamentos do
transformador de potência, isto é:

SB1 = SB2 [38]

SB1 - Potência base do enrolamento ou circuito primário.


SB2 - Potência base do enrolamento ou circuito secundário.

b) Todos os enrolamentos do transformador devem ter a mesma base de força


magnetomotriz, assim:

N1 • IB1 = N2 • IB2 [39]

IB1 - Corrente de base no circuito primário


IB2 - Corrente de base no circuito secundário

Da equação [37] temos:


IB1 N2
= [40]
IB2 N1
A equação [36], nos diz que:

SB1 = SB2 [41]

3 • VB1 • IB1 = 3 • VB2 • IB2 [42]

Portanto:
VB1 IB2 N1
= = [43]
VB2 IB1 N2

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Escolhendo os valores base a partir das especificações anteriores para o


transformador ideal, podemos exprimir a corrente no enrolamento primário em
pu, pela seguinte equação:
I1
N1 •
I1 I1 N2 = I2
I1pu = = = [44]
I1B IB 2 IB 2 IB 2
N2 •
N1
Mas como:

I2
I2pu = [45]
IB 2

Concluímos que, as correntes primárias e secundárias em pu são iguais.

I1pu = I2pu [46]

Procedendo de maneira similar, para a tensão no enrolamento primário do


trafo ideal, obtemos:

N1
.E 2
E1 E1 N2 E2
E1pu = = = = [47]
VB1 N1 N1 VB2
.VB2 .VB2
N2 N2
Mas como:
E2
E2pu = [48]
VB2

Concluímos que, as tensões primárias e secundárias em pu são iguais.

E1pu = E2pu [49]

Para as impedâncias, temos que:

Z1 Z1
Z1pu = = [50]
ZB1 VB12
SB1

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Z2 Z2
Z2pu = = [51]
ZB2 VB2 2
SB2

Referindo Z1 para o lado de BT, usando a relação de transformação, tem-


se

2
⎛ VB2 ⎞
Z2 = ⎜ ⎟ Z1 [52]
⎝ VB1 ⎠

Substituindo na equação [49], tem-se

2
⎛ VB2 ⎞ Z1 Z1
Z2pu = ⎜ ⎟ 2
= = Z1pu [53]
⎝ VB1 ⎠ VB2 VB12
SB2 SB2

ZTpu = Z1pu = Z2pu = ZTpu [54]

Examinando as equações [44], [47] e [52] verifica-se que a necessidade


de se referir impedâncias deixa de existir pois em pu o transformador ideal
passa a ter uma relação de transformação de 1:1 tornando dispensável sua
representação no circuito equivalente do transformador real.

Figura 5 - Circuito equivalente do trafo em pu

A Figura 5 apresenta o circuito equivalente em pu para o trafo real. É u-


sual se desprezar a corrente de excitação e o próprio ramo de magnetização

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

no circuito equivalente do transformador real pois esta corrente é da ordem de


1 a 2 % da corrente nominal como está apresentado na Figura 6.

Figura 6 - Circuito Equivalente de um Transformador em pu

Do circuito equivalente em pu apresentado na Figura 6 para o transfor-


mador real, desprezando-se o ramo de magnetização, temos:

Re q = R 1 + R 2 pu [55]

Xeq = X1 + X2 pu [56]

Figura 7 - Circuito transformador em pu sem o ramo de magnetização

Finalmente, para transformadores de potência de alguns MVA em diante,


as resistências dos enrolamentos são muito pequenas quando comparadas
com as reatâncias de curto circuito, sendo também aceitável se adotar para
transformadores nessas condições se utilizar o circuito equivalente apresenta-
do na Figura 8.

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Figura 8 - Circuito equivalente reduzido em pu

A Tabela 1 apresenta valores típicos da impedância de curto circuito de


transformador de dois enrolamentos separados.

Tabela 1 - Valores típicos de impedância de curto-circuito

POTÊNCIA NOMINAL (KVA) IMPEDÂNCIA(%)

P < 630 4,0


630 < P < 1250 5,0
1250 < P < 3150 6,0
3150 < P < 6300 7,0
6300 < P < 12500 8,0
12500 < P < 25000 10,0
25000 < P < 200000 12,8

Exemplo 4: Para um transformador trifásico de 2 MVA de 69/230 kV, 5%, de-


termine a impedância no lado de AT e no lado de BT.
Solução
a) Impedância do transformador pelo lado de baixa tensão

ZBT = ZTpu × ZbaseBT = 0,05 ×


(69 × 10 ) 3 2
= 119,03 Ω
2 × 10 6

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

b) Impedância do transformador pelo lado de alta tensão

ZAT = ZTpu × ZbaseAT ⇒ ZAT = 0,05 ×


(23 × 10 )
3 2
= 1323 Ω
2 × 10 6

7. VANTAGENS DO SISTEMA PU

Em problemas envolvendo sistemas elétricos, a utilização dos valores por


unidade produz inúmeras vantagens. As mais significativas vantagens do mé-
todo por unidade estão apresentadas a seguir.

• A simplificação dos cálculos, especialmente para sistemas complexos, for-


mados por muitos transformadores, pois não haverá necessidade de pro-
mover a transferência de impedâncias de um lado para outro desses trans-
formadores, fato que, no cálculo tradicional, torna o procedimento enfado-
nho e sujeito a erros;

• As impedâncias dos transformadores e máquinas elétricas do mesmo tipo e


de valores nominais de tensão e potência muito diferentes, situam-se numa
faixa relativamente estreita, embora seus valores ôhmicos sejam grande-
mente diferentes, permitindo verificar se não foi cometido algum engano nos
parâmetros de um dado equipamento, como também estimar valores razoa-
velmente corretos quando não se conhece os parâmetros de um dado equi-
pamento;

• Num transformador de potência, o valor da impedância em pu no lado de


baixa ou de alta tensão é a mesma, independente dela ter sido obtida a par-
tir dos valores ôhmicos referidos ao lado de alta ou a partir dos valores refe-
ridos ao lado de baixa tensão. Conseqüentemente, apresenta-se um só va-
lor na placa do transformador para a impedância em pu ou percentual, evi-
tando apresentar dois valores em ohms.

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Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

8. BIBLIOGRAFIA

[1] Elgerd, Olle L.. Introdução a Teoria de Sistemas de Energia Elétrica. Primei-
ra Edição, Editora McGraw-Hill, 1976.
[2] Stevenson Junior, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de Potência
Segunda Edição, Editora McGraw-Hill, 1986.
[3] Ramos, D. S. & Dias, E. M. Sistemas Elétricos de Potência: Regime Perma-
nente. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Dois, 1982 volumes 1 e 2.
[4] Robba, E. J.; Schmidt, H. P.; Kagan, N; Baroni, C. C. Introdução a Sistemas
Elétricos de Potência. Segunda Edição. Editora Edgard Blucher Ltda,1996
[5] El-Hawary, M. E. Electrical Power Systems. Piscataway, IEEE Press, 1995.
[6] Stagg, G. H. & EL-Abiad, A. 1-1. Computer Methods in Power System Anal-
ysis. New York, McGraw-Hill, 1968.
[7] Monticelli, A. Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica. São Paulo, Edi-
tora Edgar Blücher, 1983.
[8] Fitzgerald, A. E.; Kingsley,C,; Umans, Stephen. Máquinas Elétricas Sexta
Edição 2006. Editora Bookman.

EXERCÍCIO RESOLVIDO

Para o sistema elétrico da Figura 9, cujos dados estão expressos na Tabela 5,


obtenha o diagrama de impedâncias com todas as impedâncias em pu na base
comum de 100 MVA e 13,8 kV na barra 1. Determine a tensão na barra 1 e a
corrente em cada trecho do sistema elétrico para a condição de carga dada.

Figura 9 – Sistema elétrico

III - 22
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

Tabela 2
0
N COMPONENTE parâmetros
1 trafo trifÁsico -t1 50 MVA, 230 kV / 13,8 kV, 5% YNd1
2 linha de transmissão lt1 j200 ohms
3 trafo trifÁsico -t2 40 MVA, 230 kV / 69 kV, 6% YNd1
30 MVA em 68 KV com fAtor de potência
4 carga
nominal de 0,82 Indutivo

Solução:
O sistema elétrico da Figura 9 apresenta três circuitos como pode ser visto na
Figura 10.

T1 T2

LT1

CIRCUITO 1 CIRCUITO 2 CIRCUITO 3

Figura 10 – Circuitos do sistema elétrico

Para eliminar os transformadores ideais existentes na modelagem dos trans-


formadores de potência T1 e T2, os valores base escolhidos devem ser os se-
guintes:
SB1 = SB2 = SB3 = 100 MVA

VB1 = 13,8 KV

230
VB2 = VB1. = 230,0 KV
13,8

69
VB3 = VB2 . = 69,0 KV
230

Colocando todas as impedâncias dos componentes do sistema elétrico da Fi-


gura 9 em pu na base comum do sistema elétrico:

III - 23
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

⎛ 2
⎜ SBN ⎞⎟⎟ ⎛⎜⎜ VBA ⎞⎟⎟ ⎛ 100 ⎞
ZT1BN = Z T1BA.⎜

. = j0,05.⎜ ⎟ = j0,1 pu

⎝ SBA ⎟⎟⎠ ⎜⎜⎝ VBN ⎟⎟⎠ ⎝ 50 ⎠

Z LT1 Z LT1 200j


ZT1BN = = = = j0,378 pu
Z B2 ⎛ VB2 ⎞ ⎛ 230 2 ⎞
2
⎜⎜ ⎟⎟ ⎜⎜ ⎟⎟
S
⎝ B2 ⎠ ⎝ 100 ⎠

⎛ 2
⎜ SBN ⎞⎟⎟ ⎛⎜⎜ VBA ⎞⎟⎟ ⎛ 100 ⎞
ZT2BN = ZT2BA.⎜

. = j0,06.⎜ ⎟ = j0,1 5 pu

⎝ SBA ⎟⎟⎠ ⎜⎜⎝ VBN ⎟⎟⎠ ⎝ 40 ⎠

Escolhendo a tensão na barra de carga como referência, a corrente e a tensão


na barra de carga em pu na base comum do sistema elétrico são obtidas pelas
seguintes equações:
68
VCARGA = V4 = = 0,9855 ∠ 0 0 pu
69
⎛ 30 ⎞
⎜ ⎟
⎝ 100 ⎠
IC = = 0,3044 ∠IC = − arccos(FP) = −34,92 0
⎛ 68 ⎞
⎜ ⎟
⎝ 69 ⎠
IC = 0,3044 ∠ − 34,92 0

A tensão na barra 1 em pu na base comum é calculada pela seguinte equação:

V1 = VCARGA + (Z T1 + Z LT1 + Z T2 ).IC = 1,1061∠ 8,15 0 pu

Figura 11 – Diagrama de Impedâncias

III - 24
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Quais são as vantagens de empregar o sistema por unidade para análise de


sistemas elétricos?

2. Explique porque, quando se escolhe valores base para duas grandezas


quaisquer de uma rede em regime permanente senoidal, todos os valores
base das demais grandezas ficam também estabelecidos.

3. Conceitue transformador ideal e demonstre como se obtém a sua relação


de transformação.sistema elétrico? Demonstre as equações do transfor-
mador ideal.

4. O que significa no transformador ideal, não existir fluxo disperso nos enro-
lamentos? O que significa no transformador ideal, não existir perdas no nú-
cleo?

5. Demonstre porque quando empregamos o sistema por unidade na modela-


gem de transformadores de potência, o transformador ideal pode ser elimi-
nado.

6. Deduza a expressão para obter uma impedância em pu numa base nova


(SBN, VBN) conhecendo-se o valor em pu desta impedância numa base ante-
rior (SBA, VBA).

7. Deduza a expressão para obter uma corrente em pu numa base nova (SBN,
VBN) conhecendo-se o valor em pu desta corrente numa base anterior ((SBA,
VBA)).

8. Forneça as grandezas a seguir em pu nas bases trifásicas de 10 MVA e


100Ω : a) 120A, b)95 mho, c)(10+j20)MVA, d)(6+5j)A, e)34 MW, f)23 MVAR.

III - 25
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

9. Um circuito trifásico em regime permanente tem definidos os valores base


de admitância base de 20 mho e corrente base de 10A. Determine os de-
mais valores base.

10. Explique porque a utilização do sistema pu facilita os cálculos envolvendo o


projeto dos sistemas elétricos.

11. Explique porque utilizar o sistema pu em cálculos envolvendo sistemas elé-


tricos é importante na depuração de possíveis erros.

12. Explique porque os valores base de potência ativa, reativa e aparente de-
vem ser iguais.

13. Explique porque os valores base de impedância, reatância e resistência


devem ser iguais.

14. Deduza a expressão para obter uma admitância em pu numa base nova
(SBN, VBN) conhecendo-se o valor em pu desta admitância numa base ante-
rior (SBA, VBA).

15. Explique como se emprega o sistema por unidade para transformadores de


potência de três enrolamentos.

16. Explique como se emprega o sistema por unidade para auto-


transformadores de potência.

17. Obtenha valores típicos de impedância de transformador em pu em função


da potência do transformador.

18. Explique porque quando se trabalha em por unidade independendo do sis-


tema elétrico ser trifásico ou monofásico, podemos obter a corrente em por
unidade pela seguinte equação:
S PU
IPU =
VPU

III - 26
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

19. Quando se trabalha em pu a impedância base é um valor expresso em


ohms por fase ou entre fases?

20. Explique como devem ser escolhidos os valores base de quatro circuitos
conectados através de um transformador de potência de quatro
enrolamentos.

21. Explique quais são as diferenças entre obter a impedância em pu num


circuito monofásico e num circuito trifásico. Detalhe as diferenças no
caso do circuito trifásico se as impedâncias estiverem conectadas em
estrela ou se elas estiverem conectadas em triângulo.

22. Obtenha os valores em por unidade das impedâncias Zab = (3+j5)Ω , Zbc
= j4Ω e Zac = (2+j3)Ω da Figura 12. Assuma corrente base de 10A e
tensão base de 8V.

Zab Zca

Zbc

Figura 12

23. A impedância de um transformador de potência tem nos seus dados de


placa um valor de 5%. Quais são os valores base desse valor expresso
em percentual?

24. Apresente valores típicos em pu para a corrente de excitação de um


transformador de potência.

25. Apresente valores típicos em pu para as perdas em vazio e no cobre


nominais de um transformador de potência.

III - 27
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

26. A reatância síncrona de um motor síncrono é de j.0,9 pu. O motor


síncrono é de 2 MW; 6,6 kV; rendimento nominal de 91%, fator de
potência nominal de 89%, 60 Hz. Obtenha esta reatância na potência
base de 4 MVA e 6,7 kV.

27. Considere o sistema elétrico apresentado na Figura 13, com os dados


dos principais componentes apresentados na Tabela 1, admita o motor
operando absorvendo 4 MVA na tensão de 14 KV com fator de potência
de 0,83 indutivo. Pede-se determinar a corrente na fase a da linha de
transmissão, a corrente IAB no triângulo do transformador T3 e a tensão
fase-terra e fase-fase na baixa tensão de T1.
T1 T3
G1 M1
LT1

Figura 13

Tabela 3 – Dados dos componentes


N0 COMPONENTE parâmetros
1 GERADOR SÍNCRONO - G1 8 MVA, 13.8 kV, Xs = 0.9 pu
2 TRAFO TRIFÁSICO -T1 10 MVA, 69 kV / 14 kV, 4% YNd1
3 LINHA DE TRANSMISSÃO LT1 j47,6 ohms
4 TRAFO TRIFÁSICO -T3 10 MVA, 69 kV / 13,8 kV, 5% YNd1
6 MW, 14 KV, rend. nom. - 0,91, FP nominal -
5 MOTOR SÍNCRONO - M1
0,92 ind,.Xs = 1.2 pu

28. Considere o sistema elétrico apresentado na Figura 14, com os dados da


Tabela 4, alimentando uma carga de 8 MVA , com fator de potência de
0.85 indutivo na tensão de 13 kV. Pede-se obter a corrente nos terminais
do gerador G1 e a tensão na alta tensão do trafo T2. Determine a
potência gerada pelo gerador G1 para atender a carga. Determine
também os MVAR de banco capacitor necessário para corrigir o fator de
potência da carga para 0.92, admitindo a carga constante.

III - 28
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

T1 T2
G1
LT1

Figura 14

Tabela 4 – Dados dos componentes

N0 COMPONENTE parâmetros
1 GERADOR SÍNCRONO - G1 15 MVA, 13.8 kV, Xs = 0.9 pu
2 TRAFO TRIFÁSICO -T1 15 MVA, 70 kV / 14 kV, 5% YNd11
3 LINHA DE TRANSMISSÃO LT1 J50 ohms
4 TRAFO TRIFÁSICO –T2 10 MVA, 69 kV / 13,8 kV, 5% YNd1

29. Obtenha a corrente IAB no interior do triângulo do transformador T2 do


sistema elétrico da Figura 15 admitindo que os dois motores operam na
tensão nominal, absorvendo cada um 6 MW com fator de potência 0,87
indutivo. Os dados dos componentes desse sistema elétrico estão
apresentados na Tabela 5.
4 M1

1 2 3
G1
LT1
M2

T1 T2

Figura 15

Tabela 5 – Dados dos componentes


N0 COMPONENTE parâmetros
1 GER. SÍNCRONO G1 20 MVA, 13.8 kV, Xs = 0.98 pu
2 TRAFO TRIFÁSICO T1 24 MVA, 232 kV / 14 kV, 5% YNd1
3 LINHA DE TRAN. LT1 J240 ohms
4 TRAFO TRIFÁSICO T2 20 MVA, 230 kV / 6,6 kV, 5% YNd1
5 MOT. SÍNCRONO - M1 8 MW, 6,5 KV,rend.nom. - 0,9, FPnom - 0,88 ind,.Xs = 1.2
5 MOT. SÍNCRONO – M2 8 MW, 6,5 KV,rend.nom. - 0,92, FPnom - 0,85 ind,.Xs = 1.0

III - 29
Capítulo 3 - Sistema Por Unidade

30. O sistema elétrico da Figura 16 opera em regime permanente considere


conhecidas as tensões internas das máquinas síncronas apresentadas
na Tabela 6. Os dados dos componentes desse sistema elétrico estão
apresentados na Tabela 7. Pede-se obter os fluxos de potência ativa e
reativa em cada ramo bem como as respectivas perdas ativas e ”reati-
vas”.
1 2 3 4
T0 T1
G1 LT1 M1

LT2 LT3

5
T2

M2

Figura 16

Tabela 6 – Tensões internas das máquinas


Componente tensão fase
g1 1,05 00
m1 0,95 - 5,60
m2 0,98 - 4,30

Tabela 7 – Dados dos componentes


N0 COMPONENTE parâmetros
1 GERADOR SÍNCRONO - G1 40 MVA, 13.8 kV, Xs = 0.9 pu
2 TRAFO TRIFÁSICO –T0 50 MVA, 230 kV / 14 kV, 5% YND11
3 LINHA DE TRANSMISSÃO LT1 J250 ohms
4 LINHA DE TRANSMISSÃO LT2 J450 ohms
5 LINHA DE TRANSMISSÃO LT2 J300 ohms
6 MOTOR SÍNCRONO - M1 15 MW,10 kV, Xs = 0.94 pu, fpnom=0,86, rend.nom.=0,91
7 TRAfO TRIFÁSICO –T1 20 MVA, 242 kV / 10 kV, 6% YNd1
8 MOTOR SÍNCRONO – M2 10 MW, 6,6 kV, Xs = 0.9 pu, fpnom =0,82, rend.nom = 0,9
9 TRAfO TRIFÁSICO –T2 15 MVA, 230 kV / 6,6 kV, 7% YNd1

III - 30

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