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CP. AUT. PROJ.

PROJETOS INDUSTRIAIS
TREINAMENTO E CONSULTORIA TÉCNICA

Elaboração: Proj. Carlos Paladini


Volume 8

Rua Artur Moreira, 197 – Jd. Marek - Santo André – SP - CEP: 09111-380
Fone: (0xx11)4458-5426 - Cel: (0xx11)9135-2562 - E-mail: cpautproj@uol.com.br
Índice Vol. 8:

- Compressão Excêntrica................................pág. 3

! RESISTÊNCIA DOS RECIPIENTES......................pág. 5

- Resistência dos recipientes esféricos.............pág. 7

- Cálculo de tampões......................................pág. 7

! RESISTÊNCIA DAS PLACAS..............................pág. 9


Fórmulas, Chapas quadradas, retangulares, fixas, etc.

! CÁLCULO DE ENGRENAGENS...........................pág. 12

- TABELA XII, TABELA XIII............................pág. 13

- TABELA MÓDULO GAMA DE VARIAÇÃO........pág. 14

- TABELA DE APLICAÇÕES GERAIS DOS AÇOS


SAE...........................................................pág. 15
Índice de esbeltez:

L L = 135 cm
i=
R
R = 1 175 cm

135
i =
1,175

i = 115 Obs.: Sendo o valor de (i)


maior que 105, entra na faixa
de aplicação da fórmula de
Euler.

A tensão de compressão simples, neste caso será:

Pad
σ= Pad = 7800 kgf
S π . d2
S= = 0,785 . 4,7 2
4
7800 S = 17,2 cm2
σ=
17,2

! = 450 kgf /cm2 Esta tensão é menor do


que a tensão admissível à
compressão do material.

Exercício:
Uma biela de aço doce, de secção circular está submetida a uma compressão máxima de
19 000 Kgf e seu comprimento é de 1,6m. Determinar o seu diâmetro considerando-se que o
fator de segurança (F) é de 7.

Solução:

Pad = 19 000 Kgf


F= 7
L = 160cm
E = 2,1 . 106 Kgf /cm2

Nota: Considera-se articulado nas extremidades:

π 2 . E .I Pad . F . L2 19 000 . 7 . 160 2


Pcr = I= =
L2 π2 . E 3,14 2 . 2,1 . 10 6

Pcr . L2 I = 164 cm 4 Onde :
I= 2 Pcr = Pad .F
π .E π . d4
I =
64

64 . I 64 . 165
d = 4 = 4
π 3,14

d = 7,6 cm

V8 - 1
O Índice de esbeltez (i) será:

L = 160 cm 160
L i =
i = d 7,6 1,9
R R = =
4 4
i = 84 <105, o que indica que a fórmula
R = 1,9 cm de Euler não é aplicável.

Segundo a fórmula de Tetmajer:


!fl = 3 100 - 11,4 . i Onde : i = 84
!fl = 3 100 - 11,4 . 84
!fl = 2142 kgf / cm2
Sendo: F = 7

σ fl 2142
σ ad = =
F 7
σ ad = 306 kgf / cm 2

Fazendo-se:

Pad
σ ad =
S

Pad 19 000
S= =
σ ad 306
S 62
S = 62 cm 2 Donde : d = =
0,785 0,785

d = 8,9 cm

Nota: Ainda com


referência as peças com índice de esbeltez menor que (imin) , quando então não deverão ser
aplicadas as fórmulas de Euler, existem também as seguintes fórmulas empíricas:

a) Fórmula de Código de Construções de Chicago:


!ad = 1125 - 4,92 . i em kgf /cm2
Válida para : i > 30 e
i< 120
b) Fórmula do Instituto Americano de Construções de Aço ( A . I . S . C . )

!ad = 1195 - 0,0341 . i2 em kgf /cm2


Válida para : i <120
Para i >120 até i <200:

1266
σ ad = em kgf /cm 2
1
1 + . i2
1266

V8 - 2
Compressão Excêntrica:

Dentre os diversos processos utilizados para o cálculo de barras comprimidas


excentricamente, mencionaremos o que segue:
Considerando-se uma barra submetida a força axial (Po), juntamente com uma força
adicional (P) , também de compressão, fig.abaixo, aplicada com uma excentricidade (e)
medida a partir do centro de gravidade da barra, a tensão admissível será:

P + Po P.e.c
σ ad = + Onde:
S I
S = Secção transversal da barra em cm2;
I = Momento de inércia em relação ao eixo em torno do qual se dá a flambagem, em cm4;
c = Distância da linha neutra às fibras extremas da barra em cm;
e = Excentricidade em cm.

Exercício:
Determinar a carga que pode ser aplicada na extremidade de um braço localizado na parte
estrema da coluna de perfil “I“de 6”x 18,5 Kg /m (Tabela- V), fig.abaixo, com uma
excentricidade de 80cm, sendo o comprimento da coluna de 4m e engastada na parte
inferior.

Solução:
L = 400cm
e = 80cm I Flexão
c = 7,6cm R=
S = 23,6cm2 S
I = 919cm4
R = 6,24cm

Para o presente caso: Po = 0


Nota: o índice (i) será:
P + Po P.e.c 2.L 800
τ AD = + i = =
S I R 6,24
P P.e.c i = 128
τ AD = +
S I
 1 e.c 
τ AD = P +  Aplicando a fórmula A.I.S.C. para
S I 
i > 120

σ ad = 1266 = 1266
τ AD P =
90 1 14
P= 1+ .i 2
1 e.c 1 80. 7,6 1266
+ +
S I 23,6 919 σ ad = 90kgf/cm 2

90
P = P = 128 kgf
0,702

V8 - 3
Ao invés da fórmula da A . I . S . C., se for aplicada a fórmula de ( σfl ) de Euler, tem-se:

20,73 . 106
σ fl = i = 128
i2
Então :
20,73 . 106
σ fl =
1282
σ fl = 1260 kgf /cm 2
Considerando - se F = 10
σ fl 1260
σ ad = =
F 10
σ ad = 126 kgf /cm 2
A carga admissível (P) será :
σ ad 126
P= =
1 e.c 0,702
+
S I
P = 179 kgf

Aplicando a fórmula A.I.S.C. para


i > 120
σ ad = 1266 = 1266
1+ 1 .i 2 14
1266
σ ad = 90kgf/cm 2

V8 - 4
RESISTÊNCIA DOS RECIPIENTES
Resistência dos cilindros submetidos a pressão interna

a) Cálculo da parede do cilindro:


O cálculo do cilindro submetido a pressão interna poderá ser desenvolvido baseando-se na
resistência à tração, conforme segue a fig. abaixo:

Sendo:
P = Pressão interna em Kgf /cm2;
σ = Tensão admissível à tração em Kgf /cm2;
Di = Diâmetro interno do cilindro em cm;
e = Espessura da chapa do cilindro em cm;
P = Força que tende a abrir o cilindro em duas metades em Kgf;
S = Secção resistente em cm2;
A = Área na qual age a pressão em cm2:

Teremos:
P
σ= Onde: P = p.A A = Di . L
S
P = p . Di . L

S = 2.e.L

p . Di . L
σ=
2. e.L

Então :
p . Di p . Di
σ= ∴ e=
2.e 2. σ

Esta fórmula é válida para as pressões baixas, isto é, até cerca de 40 Kgf /cm2

b) Para as pressões mais altas, pode-se usar a fórmula de Lame:

σ +p
e = Ri ( - 1) Onde:
σ -p e = Espessura da chapa em cm;
p = Pressão em Kgf /cm2
σ= Tensão admissível à tração
Re + Ri em Kgf /cm2
2 2
σ =p ( ) Ri = Raio interno do cilindro em
Re − Ri
2 2
cm;
Re – Raio externo em cm:
Re − Ri
2 2

p =σ ( )
Re + Ri
2 2

V8 - 5
Cálculo de cilindros e tubos sujeitos à pressão externa ( Pressão de colapso )

Segundo Dubbel:
Para evitar o colapso do cilindro submetido a pressão externa é necessário que:

σ c = Tensão admissível à
2
1, 7 . p . Re compressão em Kgf /cm2
σc ≥ 2 2
p = Pressão efetiva em Kgf /cm2
Re - Ri Re = Raio externo em cm;
Ri = Raio interno em cm:

Ri p  p 
≤ 1 - 1,7. ∴ e = Re 1 - 1 - 1,7. 
Re σc σc 
 

σc
Só se pode admitir pressão p <
1,7

Para paredes finas :


Re.p Re.p "
σc ≤ ou e ≥
e σc

Segundo “Stewart”:

A pressão do colapso do tubo será:


e
p = 6000 − 100
De
∴ Para p > 40 kgf cm2
( p + 100 ) . De
e ≥
6000
e
p = 3,5 . 106 ( )3
De
Para p < 40 kgf cm2

Essas fórmulas são válidas para os tubos de 7” a 18” de Ø

Fator de segurança (F):

F = 5...................Para casos gerais;


F = 6 a 12...........Para as pressões variáveis, a choque ou com variações.

A pressão admissível (pad) será:

pcolap .
p ad =
F

V8 - 6
RESISTÊNCIA DOS RECIPIENTES ESFÉRICOS SUJEITOS À PRESSÃO INTERNA

Sendo:
Di = Ø interno do recipiente em cm;
p = Pressão interna em Kgf /cm2
! = Tensão admissível em Kgf /cm2
e = Espessura do recipiente em cm:
Teremos:

p . Di p . Di
e= ∴ σ=
4 . σ 4 . e

Essas fórmulas são também aplicáveis aos recipientes hemisféricos, como no caso de
tampões hemisféricos dos recipientes cilíndricos sujeitos às pressões internas.

Cálculo de tampões abaulados: (segundo Dubbel)

a- Fundo Plano b- Abaulado c- Arco de d- Fundo elíptico


baixo três centros

Baixa pressão Alta pressão

VALORES DE (y)
Para o tipo ( c ) : R = 0.8 . D
D h rm i n
r= D D
y
6,5
0,18 0,065 2,8
0,19 0,072 2,3
Para o tipo ( d ) : Rmax. = D 0,20 0,080 2,0
D
rmin = 0,22 0,100 1,6
8 0,24 0,115 1,4
Sendo: 0,25 0,125 1,3
0,26 0,135 1,2
D = Ø ext. do tampão em cm; 0,28 0,160 1,1
e = espessura da chapa em cm; 0,30 0,180 1,0
p = pressão em Kgf/ cm2 0,35 0,250 0,8
! = tensão admissível em Kgf/ cm2 0,40 0,320 0,7
y = coeficiente que depende da forma do fundo; 0,45 0,405 0,6
c = valor em cm a ser adicionado à espessura. 0,50 0,500 0,5

D.p. y
e= +c
2.σ

Valores de ( c ):
c = 0,2cm para fundos cheios ou com pequenos furos, porém, sem abertura de inspeção.
c = 0,3cm com abertura de inspeção.

V8 - 7
Aplicação:

Exercício:
Calcular a espessura das paredes de um recipiente cilíndrico de 500mm de diâmetro interno
que deve suportar, com segurança, uma pressão interna de 20 Kgf /cm2, sabendo-se que a
chapa é de aço SAE 1020 e tipo de carga variável de zero a um valor máximo.

Solução:

p . Di σR
e= σ=
2 . σ F
Para aço SAE 1020 σ R = 4200
20 . 50 kgf / cm 2
e=
2 . 700 Para carga intermitente , : F = 6
Donde :
e = 0,712 cm σ R 4200
σ= =
F 6
σ = 700 kgf/ cm 2

Exercício:
Qual deve ser a espessura da parede de um cilindro de aço SAE 1020 de 20cm de diâmetro
interno que deve ser submetido a uma pressão interna de 35 Kgf /cm2 ?

Resposta: e = 5mm

Exercício:
Determinar a espessura da parede de um cilindro de aço SAE 1020 de 50cm de diâmetro
interno que deve suportar com segurança, uma pressão de 50 Kgf /cm2 (alta pressão)

Resposta: e = 20mm

Exercício:
Na fig. abaixo determinar:
a) a espessura da parede do cilindro;
b) a espessura das chapas para os tampões do tipo elíptico com pequenos furos de
tomada.
Admite-se, chapas de aço SAE 1020, pressão interna de 50 Kgf /cm2 ( intermitente).

Resposta:
a) Espessura da parede: 37,5mm;
b) Espessura do tampão:

V8 - 8
RESISTÊNCIA DAS PLACAS

Uma placa de ferro fundido, de formato quadrado fixa rigidamente pelas suas extremidades
e carregada com uma carga uniformemente distribuída ou concentrada no centro, tende a
romper segundo a fig. abaixo.

Ela tende a romper ao longo da diagonal AB e depois falhar nos cantos ou nas suas
proximidades ao longo das linhas BB.
A chapa tende também a cisalhar-se ao longo das linhas BB, dependendo do método de
aplicação da carga e da espessura da chapa.
Se a chapa for simplesmente apoiada nas suas quatro extremidades, ela tenderá a romper-
se somente segundo a diagonal AB.

Na fig. abaixo, está ilustrada a maneira provável de ruptura de uma chapa retangular de
ferro fundido, sujeita a uma carga uniformemente distribuída.
Se a chapa for fixa nas quatro extremidades, provavelmente romper-se-á ao longo da linha
de centro AA e ao longo da diagonal AB, e posteriormente falhar nos cantos ou nas suas
proximidades segundo as linhas BB.
Se a chapa for simplesmente apoiada nas quatro extremidades, ela tenderá a se romper
somente ao longo da linha de centro AA e as diagonais AB.

Fórmulas:

Como as fórmulas variam conforme os autores, foram selecionadas as que oferecem


valores mais altos e maior segurança.
Todas as fórmulas se aplicam às placas de ferro fundido, todavia são válidas também para
os materiais diferentes.

Sendo:
P = Carga total em Kgf;
p = Pressão em Kgf/cm2
L = Vão ou distância entre os suportes em cm;
σf = Tensão admissível à flexão em Kgf/cm2 ;
e = Espessura da chapa em cm;

Para chapas retangulares:


L1 = Comprimento em cm;
L2 = Largura em cm;
f = Flecha da deflexão em cm.

V8 - 9
Chapa quadrada, apoiada nas 4 extremidades e carga uniformemente distribuída.

(Segundo a fórmula de “Grashof”):

P p . L2
P = 3,56 . σ f . e 2 ∴ σf = =
3, 56 . e 2 3 ,56 . e 2
P . L2
f = 0,0138
E . e3

Chapa quadrada, firmemente presa nas 4 extremidades e carga uniformemente


distribuída

( Segundo a fórmula de Ünwin”):

P p . L2
P = 4 .σ f .e ∴ σ
2
f = =
4 . e2 4 . e2
P . L2
f = 0,0443
E . e3

Chapa quadrada, apoiada nas 4 extremidades e carga concentrada no meio

(Segundo “Grashof”):
P P . L2
P = 0,67 . σ f . e 2 ∴ σf = f = 0,1772
0, 67 . e 2 E . e3

Chapa quadrada, fixa nas 4 extremidades e carga concentrada no meio

(Segundo “Grashof”):

P P . L2
P = 0,76. σ f . e 2 ∴ σf = f = 0,0552
0, 76 . e 2 E . e3

Chapa retangular, fixa nas 4 extremidades e carga uniformemente distribuída

(Segundo “Grashof”):

σ f . e 2 ( L1 + L 2 )
2 2
P . L1 . L 2
P = 2,67 ∴ σ f = 0,375
e ( L1 + L 2 )
2 2 2
L1 . L 2
2
P . L1 . L 2 P . L2
e= f = 0,0284
2,67 σ f ( L1 + L 2 )
2 2
E . e3

Chapa retangular, apoiada nas 4 extrmidades e carga uniformemente distribuída

(Segundo “Grashof”):
σ f . e 2 ( L1 + L 2 )
2 2
P . L1 . L 2
P = 1,77 ∴ σf =
1,77 . e 2 ( L1 + L 2 )
2 2
L1 . L 2
2
P . L1 . L 2 P . L2
e= f = 0,1422
1,77 σ f ( L1 + L 2 )
2 2
E . e3

V8 - 10
Chapa retangular, apoiada nas 4 extrmidades e carga concentrada no meio

(Segundo “Grashof”):

σ f . e 2 ( L1 + L 2 )
2 2
3 . P . L1 . L 2
P = 0,33 ∴ σf =
e 2 ( L1 + L 2 )
2 2
L1 . L 2
2
P . L2
f = 0,5688
E . e3

Chapa retangular, fixa nas 4 extrmidades e carga concentrada no meio

σ f . e 2 ( L1 + L 2 )
2 2
P . L1 . L 2
P = 0,38 ∴ σ f = 2,62 =
e ( L1 + L 2 )
2 2 2
L1 . L 2
2
P . L2
f = 0,1136
E . e3
Chapas circulares:

Sendo:
P = Carga total em Kgf;
p = Pressão em Kgf/cm2;
R = Raio da chapa em cm;
σf = Tensão admissível à flexão em Kgf/cm2;
e = Espessura da chapa em cm;
f = Flecha de deflexão no centro da chapa em cm;
E = Módulo de elasticidade em Kgf/cm2;

Simplesmente apoiada e carga uniformemente distribuída

(Segundo “Reuleaux”):

p . R2 P P . R2
σf = 2
= 0,318 2 f = 0,265
e e E . e3
Fixa em toda a volta com carga uniformemente distribuída

(Segundo “Reuleaux”):

p . R2 P P . R2
σ f = 0,67 2
= 0,21 2 f = 0,053
e e E . e3
Apoiada em toda a volta e carga concentrada no centro sobre uma área circular de
raio (r )

(Segundo Bach)
2.r
p (1 -
3. R P . R2
σ f = 1,43 f = 0,5 .
e2 E . e3
Fixa em toda a volta e carga concentrada sobre uma área circular de raio ( r ) no
centro da chapa

(Segundo “Grashof”):

P R
σ f = 0,424 2
. lg e Nota : lg e = 2,30258 lg
e r
P . R2
f = 0,48
E . e3
V8 - 11
CÁLCULO DE ENGRENAGENS

Em tecnologia, se soubermos o valor do Módulo de uma engrenagem, podemos determinar


todos os seus elementos, pelas fórmulas convencionais, apropriadas para cada tipo de
engrenagem.
Dessa forma , para as engrenagens cilíndricas, como vemos na fig. abaixo os principais
elementos podem ser calculados pelas seguintes fórmulas; tomando-se:

M = Módulo em mm;
Z = Número de dentes da engrenagem:

Diâmetro primitivo Dp = M.Z


Diâmetro externo De = M (Z + 2 )
Diâmetro interno Di = M ( Z – 2,33 )
Passo P = π. M
Altura do dente h = 2,166 . M
Altura da cabeça K=M
Altura do pé f = 1,166 . M

Pelo exposto, podemos concluir de que o Módulo é o elemento básico que define o tamanho
dos dentes das engrenagens e serve para dimensionar os demais componentes das
mesmas.
Por outro lado, verifica-se que esse Módulo pode ser determinado através da resistência à
flexão, conforme mostrado na fig.abaixo. Segundo “Klingelnberg”, a fórmula deduzida é a
seguinte:
F .q
M= t
b . σf

Onde: M = MÓDULO;
Ft = Força tangencial que age no dente, em Kgf;
b = Espessura da engrenagem;
q = Coeficiente que varia de acordo com o número de dentes da engrenagem e o
ângulo de ataque, ∝;
σ f = Tensão admissível à flexão do material em Kgf /cm2:

Como o perfil do dente de uma engrenagem varia de acordo com o seu número de dentes,
atribui-se um coeficiente (q) que tem os valores constantes da tabela a seguir:

V8 - 12
TABELA - XI
Valores de (q)

NÚMERO q para NÚMERO q para


DE α = 20 0
α = 15 0
DE α = 200 α = 150
DENTES DENTES
12 4,6 - 24 3,2 4,13
13 4,35 5,38 28 3,1 3,9
14 4,1 5,22 34 3,0 3,7
15 3,9 5,07 40 2,9 3,5
16 3,75 4,93 50 2,8 3,4
17 3,6 4,80 65 2,7 3,27
18 3,5 4,68 80 2,6 3,18
21 3,3 4,37 100 2,5 3,1
∝ 2,5 2,8

TABELA – XIII

Valores de tensões admissíveis à flexão ( σ f ):

MATERIAL σ f em kgf /cm2

Ferro fundido Até 450


Aço fundido comum “ 950
Aço SAE 1030 “ 1100
Aço SAE 1040 “ 1250
Aço SAE 1050 “ 1400
Aço SAE 4140 ou 8640 “ 1600
Aço SAE 4340 “ 1800
Bronze comum “ 600
Bronze fosforoso “ 800

Relação da espessura da engrenagem (b) e o Módulo (M):


b
A relação: λ=
M
Essa relação é estabelecida em função do acabamento dos dentes e obedece,
aproximadamente, os seguintes valores:

VALORES DE λ :

Para engrenagens de ferro fundido com dentes em bruto: ≅ 6


Para engrenagens de dentes fresados ≅10
Para engrenagens de dentes fresados e os mancais dos eixos em alinhamento
perfeito: ≅ 15 a 25

Observações:
Outras informações técnicas que interessam aos cálculos de engrenagens são:

a) Número de dentes mínimo ideal (Zmin.) = 17 dentes.


Excepcionalmente admite-se até 12 dentes.

b) A relação de transmissão admissível para um par de engrenagens:


De modo geral, até 1:7.

Para relações maiores empregam-se vários jogos de engrenagens ou conjunto de coroa


rosca sem-fim.
V8 - 13
Aplicação:

Exercício:
Determinar o MÓDULO de uma engrenagem que deve transmitir o movimento com uma
potência de 15 cv a rotação de 500 rpm.
A engrenagem deve ter 40 dentes e deverá ser feita de aço SAE 4140 e
fresada com α = 200

Solução:
Ft . q
M=
b . σf
Deduzindo-se a fórmula em função da potência (N em cv) e rotação (n em rpm), teremos a
seguinte expressão:

N. q
M = 52 3 em cm.
λ. Z .n. σ f
Sendo: N = Potência em cv 15 cv
q = Coef. (Tabela a) 2,9
λ = Relação b/M 10
N. q Z = N.º de dentes 40
M = 52 3
λ. Z .n. σ f n = Rotação 500 rpm
σf = Tensão adm. 1600 Kgf/cm2
(Tabela )

15 . 2,9
M = 52 3
10. 40. 500. 1600

M= 0,265 cm ou 2,65 mm
Nota: Acontece que, na prática, não encontramos a ferramenta cortadora (Fresa) com
qualquer medida, mas sim, apenas uma série com uma gama de variação estabelecida
pelas normas, por exemplo, pela norma DIN:

TABELA: MÓDULO GAMA DE VARIAÇÃO

MÓDULO GAMA DE VARIAÇÃO


0 a 1 0,1 a 0,1
1 a 4 0,25 a 0,25
4 a 9 0,5 a 0,5
9 a 16 1 a 1

Dessa forma, o valor do Módulo calculado no exercício acima, que está entre os Módulos 1
a 4, deve enquadrar numa gama de variação de 0,25 à 0,25 isto é: 2 / 2,25 / 2,5 / 2,75 / 3 /
Etc.
Assim sendo, ao invés de 2,65, teremos que usar, para efeito de execução da engrenagem,
o Módulo imediatamente superior que é o 2,75.

Exercício:
Calcular o módulo de uma engrenagem que deve transmitir um movimento com uma
potência de 5 cv a 250 rpm, sabendo-se que o material é de aço SAE 1040 e a engrenagem
fresada com α = 20º, e o número de dentes Z = 20.
Resposta: M = 3,5mm

V8 - 14
APÊNDICE DE APLICAÇÕES GERAIS DOS AÇOS SAE

SAE
APLICAÇÃO N0 TIPO DE AÇO

Aço de corte livre 1111 Carbono


“ “ “ " 1113 “
“ “ “ " 30303 Cromo – níquel ( inox.)
“ “ “ " 1132 Carbono
“ “ “ " 1137 “
Aço de deformação min. 4615 Molibdênio c/ Ni.
“ “ “ " 4620 “ “ “
“ “ p/ fins agrícolas 1070 Carbono
“ “ “ " 1080 “
Anel de rolamento 52100 Cromo
Arame de aço 1085 Carbono
Arruela de pressão 1060 “
Biela 1040 “
“ 3141 Níquel – cromo
Chaveta 1030 Carbono
“ 2330 Níquel
Corrente de transmissão 3140 Níquel – cromo
Cutelaria inoxidável 51420 Cromo (inox.)
Disco de fricção 1060 Carbono
Eixo 1045 “
“ 2340 Níquel
“ 3135 Níquel – cromo
“ 3140 “ “
“ 4340 Molibdênio – Cr – Ni
“ 4140 “ Cr
“ 8640 Cr –Ni –Mo
“ p/ serv. Severo 6150 Cr –Vanádio
Engrenagem cementada 1320 Manganês
“ “ 2317 Níquel
“ “ 3115 Níquel – cr
“ “ 3310 “ “
“ “ 4119 Molibdênio – Cr
Engrenagem cementada 4125 Mo – Cr
“ “ “ " 4320 Mo – Ni – Cr
“ “ “ " 8620 Cr – Ni – Mo
Engrenagem de corrente 3115 Ni – Cr
“ “ “ " 4119 Mo – Cr
Engrenagem temperada 2345 Níquel
“ “ “ " 3145 Ni – Cr
“ “ “ " 4340 Mo – Ni – Cr
“ “ “ " 8640 Cr – Ni – Mo
“ “ “ " 5150 Cromo
Esfera de rolamento 52100 “
Estampagem profunda 1008 Carbono
“ “ 1010 “
“ “ 1015 “
“ “ 30304 Cr – Ni (inox.)
Excêntrico 4620 Mo – Ni
Junta universal 1145 Carbono
Lâmina para molas 1085 “
“ “ “ 1095 “
“ “ “ 4063 Molibdênio
“ “ “ 9260 Silício – Manganês
“ “ “ 6150 Cromo – Vanádio
Mola de compressão 1060 Carbono

V8 - 15
SAE
APLICAÇÃO N0 TIPO DE AÇO

Mola espiral 4063 Molibdênio


Mola helicoidal 1095 Carbono
“ “ 4063 Molibdênio
“ “ 6150 Cromo – Vanádio
Parafuso 1035 Carbono
“ 1040 “
“ 3130 Ni – Cr
“ 4820 Mo – Ni
Peça forjada 1040 Carbono
“ “ 1045 “
“ “ 4141 Mo – Cr
“ “ 3240 Ni – Cr
“ “ 5140 Cromo
“ “ 6150 Cromo – Vanádio
Pinhão cementado 3115 Ni – Cr
“ “ 3120 Ni – Cr
“ “ 4320 Mo – Cr – Ni
Pino p/ corrente de transm. 3135 Ni – Cr
Pino p/ corrente de transm. 4820 Mo – Ni
Pino p/ pistão 3120 Ni – Cr
Rebite 1008 Carbono
“ 1010 “
“ 1015 “
Resistência à corrosão 51410 Cromo (inox.)
“ “ “ 30316 Cr – Ni (inox.)
Resistência à fadiga 4340 Mo – Cr – Ni
“ “ “ 4640 Mo – Ni
Tubos mecânicos 1040 Carbono
Tubos sem costura 1030 “
Tubos soldados 1020 “
Virabrequim 1045 “
“ 1145 “
“ 3135 Ni – Cr
“ 4340 Mo – Cr – Ni

V8 - 16
ÍNDICE GERAL:

Volume 1 – páginas 1/23

ƒ CONCEITOS........................................................pág. 1
Mecânica aplicada, exemplos...

ƒ RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS.............................pág. 3

ƒ CINEMÁTICA.......................................................pág. 3
Conceitos básicos

ƒ VELOCIDADE.......................................................pág. 4
Fórmulas, unidades

ƒ ACELERAÇÃO......................................................pág. 5

ƒ Noções de Queda livre.........................................pág. 7

ƒ FORÇA................................................................pág. 8
Noções elementares, exemplos, cálculos, resultante de forças, exercícios.

ƒ Operação com Vetores........................................pág. 12/22


Subtração de vetores, Multiplicação de um vetor por um número real, Forças
perpendiculares, forças concorrentes, exercícios.

Volume 2 – páginas 1/20

ƒ Roldanas..............................................................pág. 1

ƒ Plano inclinado.....................................................pág. 3

ƒ Sarilho.................................................................pág. 4

ƒ DINÂMICA............................................................pág. 5
Potência, exemplos, exercícios

ƒ Conceitos de Hidráulica.........................................pág. 7
Princípio de Pascal, Escalas Rockwell, exercícios.

ƒ Conceito de Momento...........................................pág. 10

ƒ Classificação de esforços.......................................pág. 12
- Tipos de vínculos...............................................pág. 12

ƒ Cálculo das Reações de Apoio...............................pág. 14

ƒ Cargas Distribuídas..............................................pág. 15
Cálculos, Resoluções, exercícios.

ƒ Forças Inclinadas.................................................pág. 20
Volume 3 – páginas 1/16

ƒ DIAGRAMA DOS ESFORÇOS.................................pág. 1

Cálculos, gráficos, exemplos, exercícios

- Cálculo das Reações de Apoio...........................pág. 7

- Convenções de Sinais.......................................pág. 8

- Equivalência de Forças Transferidas..................pág. 11

- Diagrama dos Esforços solicitantes,


em corpos com carga distribuída......................pág. 16

Volume 4 – páginas 1/23

ƒ Gráficos, cálculos..................................................pág. 1

ƒ BARICENTRO OU CENTRO DE GRAVIDADE............pág. 3


- Centro de grávidade algumas figuras conhecidas.........pág. 4

ƒ CÁLCULO ANALÍTICO...........................................pág. 6

ƒ MOMENTO DE INÉRCIA........................................pág. 7

ƒ TEOREMA DE STEINER.........................................pág. 8
Cálculos, exemplos

ƒ GENERALIDADE...................................................pág. 12

- Propriedades mecânicas dos materiais...........................pág. 13

- Tensões de alongamento dos materiais (TABELA I)........pág. 15

- Módulo de Elasticidade.................................................pág. 16

- Tensão Admissível........................................................pág. 16

- Fator de Segurança.....................................................pág. 17
Tabela II, Cargas.

ƒ CLASSES DE RESISTÊNCIA..................................pág. 18

ƒ RESISTÊNCIA À TRAÇÃO.....................................pág. 20
Exemplos, gráficos, exercícios
Volume 5 – páginas 1/16

ƒ RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO...............................pág. 1
Fórmulas, exercícios.

ƒ RESISTÊNCIA A CISALHAMENTO............................pág. 3
Cálculos, exemplos, exercícios

ƒ RESISTÊNCIA À FLEXÃO........................................pág. 7
Fórmulas
- TABELA III (Flexão)................................................pág. 8

- TABELA IV.............................................................pág. 9

- TENSÃO DE FLEXÃO...............................................pág. 10
Disposição da viga e da carga, exercícios, soluções.

- FÓRMULAS RELATIVAS À FLEXÃO DE VIGAS............pág. 13

- TABELA V...............................................................pág. 16

Volume 6 – páginas 1/11

- TABELA VI...............................................................pág. 1
(Vigas U – Padrão Americano )

- TABELA VII..............................................................pág. 2

ƒ RESISTÊNCIA À TORÇÃO.........................................pág. 3
Fórmulas, cálculos

- TABELA VIII.............................................................pág. 5

- Eixos sujeitos a momentos de flexão e


torção......................................................................pág. 9
Fórmulas de momento equivalente
Volume 7 – páginas 1/11

Fórmulas................................................................pág. 1

ƒ CÁLCULO DE MOLAS HELICOIDAIS..........................pág. 2

- TABELAS IX E X.............................................................pág. 3

ƒ Resistência à FLAMBAGEM......................................pág. 5
Índice de esbeltez, carga crítica

- CARGA CRÍTICA DE EULER..............................................pág. 6


Fórmulas, exercícios.

- TENSÕES DE FLAMBAGEM.............................................pág. 9

- TABELA XI....................................................................pág. 10

Volume 8 – páginas 1/16

- Compressão Excêntrica................................pág. 3

ƒ RESISTÊNCIA DOS RECIPIENTES......................pág. 5

- Resistência dos recipientes esféricos.............pág. 7

- Cálculo de tampões......................................pág. 7

ƒ RESISTÊNCIA DAS PLACAS..............................pág. 9


Fórmulas, Chapas quadradas, retangulares, fixas, etc.

ƒ CÁLCULO DE ENGRENAGENS...........................pág. 12

- TABELA XII, TABELA XIII............................pág. 13

- TABELA MÓDULO GAMA DE VARIAÇÃO........pág. 14

- TABELA DE APLICAÇÕES GERAIS DOS AÇOS


SAE...........................................................pág. 15
BIBLIOGRAFIA

( Escola 28 de Julho – Profº Carlos Paladini


( FATEC – Profº Ivonildo Pereira Lima
( Escola Técnica Federal – Profº Sinzo Kuniosh
( Resistência dos materiais - S.P. Timoshenko
( Resistência dos materiais - William A. Nash.
( Strength of materiais - P. Stepin.
( Manual del construtor de máquinas - H. Dubbel
( Machinery´s Handbook - Oberg and Jones
( The Testing and Inspection of Engineering Material – Davis
Troxell Wiskocil
( Steel Construction – AISC
( ASME Handbook – ASME
( Kent´s Mechanical Engineering Handbook – William Kent
( Formulário del Técnico Mecânico – Klingelnberg.

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