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Rato-candango

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O rato-candango (nome científico: Juscelinomys


candango), também chamado rato-do-presidente, é uma Rato-candango
espécie extinta de roedor da família Cricetidae que era
endêmica do Brasil.

Foi registrada apenas na região de Brasília, durante as


obras de construção da cidade no início dos anos 1960. Se
passaram cinquenta anos desde o último avistamento e a
espécie foi considerada extinta pela União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN).[1][2]

Sua extinção ocorreu, provavelmente, devido à ocupação


humana da área de ocorrência da espécie a partir da
construção e ocupação da capital. Curiosamente, o nome
científico da espécie é uma homenagem ao presidente
Juscelino Kubitschek de Oliveira, que foi o responsável
pela construção de Brasília, e aos candangos, como eram Estado de conservação
chamados os trabalhadores e depois os habitantes de
Brasília.[2]
[1]
Extinta (IUCN 3.1)

Classificação científica
Índice
Reino: Animalia
Descrição Filo: Chordata
Descoberta e origem da espécie Classe: Mammalia
Etimologia Ordem: Rodentia
Ver também Família: Cricetidae
Referências Subfamília: Sigmodontinae
Ligações externas Género: Juscelinomys
Espécie: J. candango

Nome binomial
Descrição
Juscelinomys candango
Moojen, 1965
Os animais tinham pelagem castanho-alaranjada, listras
pretas e uma chamativa cauda, bastante grossa e Sinónimos
densamente revestida de pelos, que é a principal diferença
aparente que separa a espécie de outras do gênero Juscelinomys talpinus Winge, 1887
Oxymycterus, com o qual tem diversas semelhanças
ecológicas e taxonômicas. No estômago dos exemplares capturados havia material fibroso de origem
vegetal e formigas, o que leva a crer que se alimentava de gramíneas, sementes e formigas. Os machos
adultos tinham 14 centímetros, com a cauda medindo 9,6 centímetros.[3][4][5]
O roedor tinha hábitos fossoriais: escavava ninhos subterrâneos onde acumulava matéria vegetal fina e
gramíneas. A localização dos ninhos foi revelada devido a trilhas de acesso recobertas com terra
compactada, vinda de suas escavações.[6][7]

Descoberta e origem da espécie


Apenas oito exemplares da espécie foram coletados em 1960 na região da Fundação Zoobotânica do
Distrito Federal, onde os trabalhadores encontraram uma galeria subterrânea do roedor. Os exemplares
foram enviados ao zoólogo João Moojen, e para a surpresa do pesquisador, não eram nenhum roedor que
ele já havia visto antes - ele tinha descrito uma nova espécie pela última vez em 1950 e havia escrito o livro
Roedores do Brasil logo depois. Mojen descreveu o rato-candango em 1965.[1][6]

A área onde foram encontrados, antes típica do Cerrado brasileiro, foi drasticamente alterada durante a
construção de Brasília, o que, se presume, causou o desaparecimento da espécie, que é considerada o
primeiro vertebrado do Cerrado formalmente extinto. Novas expedições para tentar encontrar o animal
foram feitas por Cléber Alho e Philip Hershkovitz, mas sem sucesso. Apesar de espécies novas de
vertebrados serem encontradas no Distrito Federal até hoje, o rato-candango parece ter sido a única a
desaparecer completamente após a construção da cidade.[8]

Os oito exemplares coletados ficaram sob a guarda do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.[2][8]

Etimologia
O nome da espécie, Juscelinomys candango, foi uma homenagem conjunta ao então Presidente do Brasil e
idealizador de Brasília, Juscelino Kubitschek - mys é rato em grego - e aos trabalhadores que imigraram
para trabalhar na construção da cidade, conhecidos popularmente como candangos.[9][10]

O rato-candango era a única espécie do gênero Juscelinomys até 1999, quando foram descritas duas
espécies bolivianas similares, que foram agrupadas no mesmo gênero. Por terem sido achadas no maciço de
Huanchaca e perto do Rio Guaporé, foram chamadas Juscelinomys huanchacae e Juscelinomys
guapore.[2]

Ver também
Tapaculo-de-brasília

Referências
1. Roach, N. (2019). Juscelinomys candango (http://apiv3.iucnredlist.org/api/v3/website/Jusceli
nomys%20candango) (em inglês). IUCN 2019. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da
IUCN de 2019 Versão T10946A160756258. doi:10.2305/IUCN.UK.2019-
3.RLTS.T10946A160756258.en (https://dx.doi.org/10.2305%2FIUCN.UK.2019-3.RLTS.T10
946A160756258.en) Página visitada em 21-07-2020.
2. «O rato do presidente» (http://chc.org.br/coluna/o-rato-do-presidente/). Ciência Hoje das
Crianças. 8 de abril de 2010. Consultado em 28 de julho de 2020
3. «Brasil ameaçado - rato candango» (https://www.blogs.unicamp.br/bessa/2015/08/26/brasil-
ameacado-rato-candango/). Ciência à Bessa. 26 de agosto de 2015. Consultado em 2 de
junho de 2020
4 Juscelinomys candango: Rato Candango (https://ala bie sibbr gov br/ala bie/species/2204
4. «Juscelinomys candango: Rato-Candango» (https://ala-bie.sibbr.gov.br/ala-bie/species/2204
41). Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira. Consultado em 28 de julho
de 2020
5. «Rato-candango (Juscelinomys candango)» (https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/
mamiferos/rato-candango_juscelinomys_candango.html). Ambientes Brasil. Consultado em
28 de julho de 2020
6. Wilson, Don E.; Reeder, DeeAnn M. (2005). Mammal Species of the World: A Taxonomic
and Geographic Reference (https://books.google.com.br/books?id=JgAMbNSt8ikC&pg=PA1
122&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false) (em inglês). Baltimore: The Johns Hopkins
University Press. pp. 1121–1122
7. Bessa, Eduardo (26 de agosto de 2015). «Brasil ameaçado – rato candango» (https://www.b
logs.unicamp.br/bessa/2015/08/26/brasil-ameacado-rato-candango/). Ciência a Bessa.
Consultado em 28 de julho de 2020
8. «Brasília, onde os ratos tomaram o lugar dos candangos» (https://www.oeco.org.br/colunas/r
euber-brandao/27680-brasilia-onde-os-ratos-tomaram-o-lugar-dos-candangos/). ((o))eco. 16
de outubro de 2013. Consultado em 2 de junho de 2020
9. «Rato-candango (Juscelinomys candango)» (https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/
mamiferos/rato-candango_juscelinomys_candango.html). Ambientebrasil - Ambientes. 18
de fevereiro de 2009. Consultado em 2 de junho de 2020. Cópia arquivada em 21 de julho
de 2020 (http://web.archive.org/web/20200721025054/https://ambientes.ambientebrasil.com.
br/fauna/mamiferos/rato-candango_juscelinomys_candango.html)
10. Moojen, J. 1965. Novo gênero de Cricetidae do Brasil Central. (Glires, Mammalia.) Revista
Brasileira de Biologia. 25: 281-285.

Ligações externas

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Esta página foi editada pela última vez às 02h20min de 10 de julho de 2021.

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