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Índice
Sistemática e evolução
Taxonomia e Filogenia atual
Registro Fóssil e Evolução
Aspectos biológicos
Anatomia
Adaptações à variações de temperatura
Natação
Alimentação
Reprodução
População
Reprodução tardia
Fidelidade
Comportamento
Comportamento agonista
Pinguim-imperador
Pinguim-macaroni
Pinguim-de-adélia
Comportamento sexual
Exibição extática (‘ectastic’)
Exibição mútua (‘mutual display’)
Curvar (‘Bowing’)
Cópula
Vocalizações
Filhotes
Comportamento no mar
Incubação
Conservação e distribuição
Espécies
Cultura popular
Ver também
Referências
Ligações externas
Sistemática e evolução
Historicamente, o número total de espécies de pinguim sempre esteve em debate, variando entre 17 e 20 espécies.
Clarke et al.[5] propôs o nome Sphenisciformes para incluir os táxons de espécies viventes que compartilham a
perda de voo aéreo, enquanto “Pansphenisciformes” incluiria também os fósseis mais relacionados ao clado,
embora esse último nome tenha caído em desuso. [6][7]
Uma relação entre as espécies viventes e grupos relacionados está apresentada a seguir. Por ser uma classificação
mais antiga, 4 espécies não estão presentes porém as relações entre os 6 gêneros de pinguins está bem
representada. As espécies ausentes no cladograma pertencem ao gênero Spheniscus (African penguin, Spheniscus
demersus) e Eudyptes (Royal penguin, Eudyptes schlegeli; Snares penguin, Eudyptes robustus; Erect-crested
penguin, Eudyptes sclateri).
A fauna fóssil mais diversificada desse grupo foi encontrada na Nova Zelândia [9] e na América do Sul, porém
não existe qualquer evidência clara de um centro geográfico para a origem e irradiação dos pinguins [2][5].
Atualmente, especula-se que a história evolutiva desse grupo aconteceu com uma especiação muito rápida, com
numerosas espécies distintas evoluindo durante um breve período de tempo [2]. O ancestral desse grupo
provavelmente foi uma ave voadora, similar aos petréis atuais ou às aves da família Alcidae (auks), embora
nenhum fóssil intermediário entre um ancestral voador e os pinguins modernos foi descoberto até o momento [3].
Os táxons extintos possuíam grande diversidade, sendo que o Eoceno foi o período onde mais organismos desse
grupo viveram simultaneamente no mesmo local, incluindo espécies gigantes e minúsculas [10]. Estudos
moleculares indicam que a linhagem dos pinguins já estava se especializando durante o cretáceo, sendo que uma
das principais hipóteses para essa irradiação de diversidade seria a presença de nichos vagos que eram ocupados
por répteis marinhos e outros táxons que desapareceram durante a extinção em massa no final de Cretáceo,
permitindo que os ancestrais dos pinguins ocupassem, agora, essas regiões [9][11].
Em relação às características morfológicas, os fósseis mais antigos de pinguins propriamente ditos, datados da
época do Paleoceno, já mostravam modificações no esqueleto, como ossos pesados e achatados [11], porém,
também apresentavam características, como asas com muita mobilidade, que são mais semelhantes a pássaros
voadores, como o auk [2]. Então, especula-se que os pinguins passaram por um estágio semelhante ao auk, em
que utilizaram suas asas para vôos aéreos e aquáticos, mas provavelmente abandonaram o voo aéreo antes do
desenvolvimento de outras especializações para a natação e mergulho subaquático já que os fósseis de épocas
mais recentes já possuíam, em sua maioria, os ossos da asa modificados para a propulsão e ossos pélvicos
associados à pernas e pés adaptados aos bipedalismo [2].
As penas modificadas dos grupos atuais são difíceis de inferir em fósseis, mas alguns achados auxiliam nesse
processo, como um pinguim gigante datado do final do Eoceno e encontrado no Peru [12]. Algumas análises de
melanossomas fossilizados indicaram que a cor desses pinguins ancestrais eram predominantemente cinza e
marrom-avermelhado, diferentemente das cores atuais, sendo que, além disso, foram encontrados indícios de que a
mudança de cor das penas aconteceu posteriormente à modificações associadas à forma da pena, as quais seriam
relativas ao modo de voo subaquático [12].
Aspectos biológicos
Anatomia
Adaptações à variações de
temperatura
Por frequentarem tanto o habitat terrestre quanto o marinho, adaptações para um ambiente podem ser limitações
em outro, como o isolamento térmico em água que pode levar a hipertermia em terra [14].
No caso dos Pinguins de Galápagos, eles toleram temperaturas de 0 a 30ºC, mas ainda recorrem a regiões
sombreadas e à água para se termorregular, além do eriçamento das penas e afastamento das nadadeiras do tronco
[14].
Várias espécies de pinguins apresentam períodos prolongados de jejum durante a época de muda e reprodução, o
que implica na perda de peso dividida em fases: na fase inicial, a massa corporal cai rapidamente por um curto
período, já as próximas fases são caracterizadas por uma perda lenta de peso onde o segundo período é mais longo
e a última fase mais curta [2].
Os pinguins são aves marinhas adaptadas evolutivamente para a vida aquática, o que permite que passem a maior
parte do tempo no mar [14]. Sendo assim se diferenciam da maioria das aves por não apresentarem vôo, no
entanto seu corpo aparenta apresentar especializações que permitem uma ótima natação [15], como seu corpo
hidrodinâmico, fusiforme, com pescoço, pernas e cauda muito curtos e membranas interdigitais nos pés [14], onde
é muito provável que seus ancestrais tenham passado por um estágio filogenético de mudança e não apenas
funcional, já que estes animais utilizam suas asas de maneira similar aos outros pássaros, mas no sentido de se
impulsionar durante a natação [15].
As diferenças de tamanho entre as espécies de pinguins influenciam na diferença de velocidade na água, estes
podem ser divididos em três tamanhos: pequeno, variando de 30 a 35 cm como é o caso do pinguim-azul; médio,
variando de 65 a 70 cm , como o pinguim-gentoo; ou grande, com tamanhos de 95 a 100 cm, como o pinguim-
imperador. Sendo assim, podemos dizer que para nadar na mesma velocidade, um pinguim de menor tamanho
deve bater suas asas em uma freqüência maior que os de grande porte [15].
Entre algumas das adaptações para melhorar a natação destas aves, nota-se uma pequena assimetria no eixo
dorso-ventral destes que provavelmente seria responsável por contrariar a flutuabillidade nestes animais,
permitindo que estes tenham maior facilidade no mergulho, no entanto é possível identificar diferenças quanto à
proporcionalidade da cabeça, tronco, cauda e asas entre cada espécie, o que indica que estas não são
características indicativas de um bom nado [15]. Seus ossos são densos, sólidos e não-pneumáticos, diferente das
aves que voam, e suas narinas têm formato de fenda e as glândulas de sal supra-orbitrais são bem desenvolvidas
[14].
Natação
Quanto às adaptações fisiológicas do nado, os pinguins, antes do mergulho, estocam oxigênio nas veias e
artérias, músculos e sacos aéreos, que neste caso são reduzidos [14], no entanto estes mecanismos ainda não são
totalmente conhecidos. Os pinguins do gênero Pygocelid, conseguem armazenar em seus sacos aéreo mais que
30% do oxigênio utilizado durante a natação, e este é então liberado a partir de movimentos musculares durante o
mergulho, mesmo com o seu batimento cardíaco desacelerado [16].
Ao contrário dos peixes e golfinhos, os pinguins não se utilizam do movimento do corpo na produção de impulso,
sendo que estas oscilações durante o nado são moderadas. Já quando comparados com as outras aves, as
adaptações nas asas são mais visíveis, em princípio o aparato de vôo dos pingüins consiste no mesmo aparato da
maioria das aves, porém, com pequenas modificações para melhorar a produção do impulso embaixo d’água,
sendo as asas curtas e rígidas, e com músculos e articulações também menores que os de pássaros voadores, além
disso seus ossos são compactos e achatados e seu esqueleto é recoberto por um tecido conjuntivo firme com
numerosas penas, mas ainda assim seu tronco apresenta grande flexibilidade [15].
Ao saltar da água, seu corpo deve aguentar um grande impacto do contato com o solo, sendo assim seu esterno é
longo e esguio, como a maioria dos pássaros mergulhadores, e recoberto por um tecido cartilaginoso elástico que
diminui a força do impacto, protegendo assim os órgãos e o esqueleto do animal [15].
Alimentação
A dieta dos pinguins dos gêneros Aptenodytes, Megadyptes, Eudyptula e Spheniscus consiste principalmente em
peixes. O gênero Pygoscelis fundamentalmente de plâncton. A dieta do género Eudyptes é pouco conhecida, mas
se acredita que muitas espécies alimentam-se de plâncton. Em todos os casos a dieta é complementada com
cefalópodes e plâncton.
Reprodução
População
Os pinguins, como outras aves marinhas, são caracterizados por viverem por um longo período de tempo, uma vez
que têm baixas taxas de mortalidade, principalmente quando adultos, e os só liberam os filhotes quando eles já têm
alguns anos de vida[4]. As mudanças na população são determinadas pelo balanço entre a taxa de reprodução
efetiva e o número de aves que entram na população por migração ou saem, seja por migração ou por
mortalidade[4].
Reprodução tardia
A primeira tentativa de reprodução é feita com mais de um ano de idade. Em algumas espécies, esse período é
maior, como em alguns Eudyptes (pinguim-macaroni e pinguim-real), que a idade mínima para reprodução é de
cinco anos[4]. As fêmeas, geralmente, começam a se reproduzir com uma idade menor que os machos (em média,
um ou dois anos). Isso pode ser correlacionado com a proporção de machos em muitas populações, já que é mais
“fácil” para as fêmeas encontrem parceiros[4].
Esse início tardio reprodutivo possui explicações com componentes fisiológicos, ecológicos e comportamentais
envolvidos. O pinguim-macaroni, por exemplo, possui níveis baixos de hormônios reprodutivos circulando no
sangue, o que pode indicar imaturidade sexual[17]. Esses hormônios, principalmente a testosterona (machos),
progesterona e estradiol (fêmeas) e o LH, são importantes para o crescimento das gônadas e para o
comportamento associado à aquisição territorial e formação de casais[4]. A testosterona só é predominante, nos
machos, com três anos de idade, já os hormônios reprodutivos, nas fêmeas, permanece baixo com até quatro anos,
inibindo a formação do ovo[4].
Fidelidade
Os pinguins são ditos como monogâmicos, ou seja, as fêmeas só se reproduzem com um único macho e vice
versa. Podem também permanecer com o mesmo companheiro de um ano para o outro ou até mesmo por muitos
períodos reprodutivos[4]. O nível de fidelidade pode variar com a espécie, alguns relatos descrevem um casal de
pinguim-azul que ficou junto por onze anos. Podem ocorrer ocasiões que envolvem o divórcio, ou seja, quando
ambas as aves estão vivas e retornam para o ninho do ano anterior[4]. Essa situação é diferente de separação, uma
vez que a separação ocorre quando apenas um retorna ao antigo ninho. Isso acontece quando a reprodução não
ocorre durante o período de um ano, então voltam ao seu antigo ninho para encontrar outro parceiro[4].
Um possível motivo da monogamia é a vantagem de não ter a necessidade de encontrar um novo parceiro
sexual[19]. Outra possibilidade é que a fidelidade é apenas uma consequência das aves retornarem para o mesmo
ninho por temporadas sucessivas[4]. Porém, em alguns casos, essa associação não é clara. No pinguim-rei, a taxa
de fidelidade ao ninho é bem superior (83%) ao comparar com a taxa de fidelidade sexual (29%) [4]. Portanto, a
questão de fidelidade está muito mais relacionada ao comportamento e nível de associação entre o casal que sendo
uma simples consequência do ninho.
Comportamento
Comportamento agonista
O comportamento agonista inclui todas as atividades associadas à luta, seja os agressivos, aqueles que têm a
intenção de assustar ou confrontar outros indivíduos, os defensivos, usados para evitar o conflito, ou os
comportamentos de deslocamento, que aparecem sem contexto [2]. Este, como exemplo, é o caso de aves que,
repentinamente, alisam suas penas no meio de uma interação agressiva [2].
Algumas interações não envolvem contato físico, apenas visual, como ‘head-circling’ no pinguim-rei e ‘bill-to-
axilla’, no pinguim-de-adélia [2].
Lutar também inclui algumas atividades em geral, como bicadas, mordidas, quando o oponente utiliza o bico para
segurar o outro pela nunca ou pelas penas, ou utiliza suas nadadeiras rígidas para bater [2].
Cerca de 10% de todas as interações escalam direto para a luta, gerando sérios danos aos animais [20].
Portanto, defensivamente, o pinguim pode aumentar sua distância com passos lentos ou ficar parado, com seu
olhar voltado a outro ponto [20]. Já ofensivamente, o pinguim pode ficar parado, mas olhando diretamente para o
oponente, reduzir sua distância com o inimigo e partir para a agressão [20].
Muitos estudos mostram a diversidade de comportamentos agonistas entre as espécies de pinguim. Em pinguim-
azul, essa diferença aparece nas populações que vivem em ninhos abertos e cavernas [20]. Uma das hipóteses
para esse tipo de comportamento é que, aqueles que moram em cavernas realizam mais interações sociais, uma vez
que se associam a mais indivíduos [20]. Assim, possuem uma oportunidade maior de aprender, modificar e
assimilar novos comportamentos [20]. Outra hipótese leva em conta aves que vivem em ambos os habitats,
possuindo uma habilidade mais completa de comportamentos [20].
Pinguim-imperador
Utiliza horizontalmente ‘head-circling’ durante a cópula e chocando o ovo. Esse comportamento também é visto
quando estão criando os filhotes e o outro parceiro está presente. Pode ocorrer devido ao reflexo territorial dentro
dessa espécie [21].
Outro comportamento é o de se amontar durante a incubação dos ovos. Esta foi uma importante adaptação para o
frio extremo [2].
Pinguim-macaroni
Pinguim-de-adélia
Eudyptes chrysolophus
Os machos que chocam os ovos são mais agressivos que as fêmeas quando trata-se de defender o ninho, porém,
durante a criação dos filhotes, não há diferença entre os sexos [2].
Comportamento sexual
Este tipo de comportamento é dividido em quatro grandes principais ações: extático, exibição mútua, curvar, que
se iguala ao tremer de pinguins com crista e arremesso mútuo [2]. Estes ocorrem em todas as espécies e parecem
ter a mesma função, mas apenas o último é restrito a espécies menores.
Esse comportamento recebe outros nomes, como: ‘trumpeting’, ‘head swinging’, ‘advertisement’ [2]. É mais
comumente feito por machos no local do ninho antes da chegada da fêmea ou durante o período de formação de
pares [2]. Tem função territorial, demonstrando ocupação deste local e alertando outros machos para se afastar,
além de avisar as fêmeas sobre o potencial parceiro [2].
Durante essa exibição, os machos estendem seu pescoço e sua cabeça verticalmente, fazendo uma série de
vocalizações [2]. Por isso, pode receber o nome ‘trumpeting’.
É realizada simultaneamente por ambos do casal, é bem parecida com a exibição anterior e é bem comum
acontecer no local do ninho [2]. Nos gêneros Eudyptes, Pygoscelis e Spheniscus, o comportamento envolve o
casal se encarar, curvando-se para a frente e, em seguida, levantando a cabeça rapidamente verticalmente e
vocalizando [2]. O pinguim-imperador difere dos demais, uma vez que ele curva a cabeça para baixo durante o
comportamento mútuo [2]. A vocalização irá variar de espécie para espécie. O pinguim-de-adélia, por exemplo,
pode consistir em um alto zurro ou em um baixo, mais calmo [2].
Esse comportamento pode indicar a prontidão de uma das aves em se aproximar do parceiro e sincronizar as
atividades de ambos. Isso pode aprimorar a eficiência do ninho e diminuir o total de tempo que o ovo estará
exposto, diminuindo o risco de predação [2]. Além disso, pode estimular e sincronizar o desenvolvimento das
gônadas e o comportamento de cópula, reduzindo as interações agressivas entre os parceiros enquanto eles estão
próximos ao local do ninho [2].
Curvar (‘Bowing’)
Tipo de comportamento que pode funcionar no fortalecimento e manutenção dos casais, reduzindo a probabilidade
de agressão entre eles nos primeiros estágios da formação [2]. Geralmente, envolve ambos, pode ser realizado por
apenas um indivíduo, que se inclinam para frente com seus bicos apontados para os parceiros [2].
Cópula
É comumente observada nos locais de formação do ninho e é parecida na maioria das espécies. É precedida de
outros tipos de comportamento, como o ‘mutual display’, ‘bowing’ e formação do ninho [2].
O macho se aproxima da fêmea, sempre com um tom pacífico, se inclina nas costas da fêmea para deixá-la de
bruços. Este comportamento pode ser acompanhado de movimentos vibratórios pelas nadadeiras do macho em
direção a fêmea e de mordiscadas na nuca. Após ela estar deitada, o macho sobe em cima dela e, gradualmente, se
posiciona perto da cauda para colocar a cloaca em posição. Ele continua vibrando suas nadadeiras, a fêmea
responde segurando a própria cauda para deixar sua cloaca amostra. Imediatamente após a cópula, o macho salta
para fora e ambas as aves usam algumas exibições mútuas [2].
Em algumas espécies, como as aves do gênero Eudyptes, são especialistas em comportamentos pós-cópula [2].
Vocalizações
Todas as vocalizações são associadas com comportamentos visuais, nem sempre o contrário é verdade. Elas
podem ser usadas para chamar atenção, como em um comportamento agonista ou sexual, para localização, como
interações com filhotes, e para identificação individual. Os primeiros comportamento, agonista e sexual, são os
mais comuns quando se trata de vocalização. Geralmente, esses comportamentos que possuem a intenção de
reduzir o risco de agressão, são mais silenciosos [2].
São três tipos principais de vocalização: contato, agonista, sexual [22]. O primeiro funciona, principalmente, para
que indivíduos isolados consigam se encontrar novamente com o grupo. Já os agonistas possuem a função de
alertar os possíveis oponentes para a intenção de agressão. Os sexuais podem aumentar a efetividade dos
comportamentos visuais sexuais [2].
As vocalizações são importantes para o reconhecimento individual de cada pinguim durante as interações sociais
entre adultos, principalmente entre parceiros e entre pais e filhos. Em contraste, o reconhecimento individual
físico, como na plumagem, se torna sem importância [2].
Filhotes
O comportamento parental envolve chocar o ovo, alimentar o filhote e cuidar dele até conseguir sobreviver
sozinho. O período de tempo que isso leva para acontecer irá depender de cada espécie [2].
Os filhotes são capazes de pedir por comida a partir do primeiro dia de vida. Os olhos deles ficam fechados nos
primeiros dias, fazendo com que o contato seja estimulado não visualmente [2]. Após isso, os filhotes começam a
pedir comida vibrando seu bico no bico do adulto e fazendo uma vocalização, estimulando o adulto a regurgitar a
comida [2].
Comportamento no mar
Alguns pinguins demonstram ter contatos sociais no mar, principalmente aqueles que estão em grupos [2]. Há
grupos do pinguim-de-adélia que sincronizam seu nado e seu banho, podendo sincronizar outros tipos de
comportamento [23].
Incubação
A incubação funciona de maneira que o ovo tenha a temperatura certa para o desenvolvimento do embrião,
reduzindo também as chances de predação [2]. O tempo de incubação irá depender de cada espécie, em
Aptenodytes, por exemplo, botam apenas um ovo, que é imediatamente colocado entre as pernas, a ave fica
com a postura de incubação nesse momento [2].
Conservação e distribuição
Pinguins são animais particularmente suscetíveis à extinção no atual cenário de drásticas ações humanas, seja pela
rápida mudança climática causada, sela pela perda de habitat. De modo geral, espécies estão cada vez mais
ameaçadas e a preocupação quanto ao ecossistema ao qual eles pertencem têm aumentado [2].
Pinguins possuem uma distribuição prioritária pelo hemisfério sul do globo terrestre, sendo a Antártida e seus
arredores relevantes quanto à hospedagem desses indivíduos [2]. Infelizmente, as atuais mudanças climáticas e
interesse em exploração dos recursos nessa região têm aumentado, impactando diretamente a conservação
desses animais e gerando preocupações quanto a atual conservação do continente. Em relação às principais
ameaças à conservação de espécies dessa região, ao ecossistema ali presente e das suas margens, têm-se o
aumento de temperatura, a acidificação do oceano e as mudanças na relação de distribuição de gelo e mar
[24].
Ocorre prioritariamente ao redor da Antártida mas podendo chegar às ilhas de Galápagos perto do Equador. É
notável também que a maioria das 18 espécies está distribuída entre 45 e 60°S, com grande diversidade ocorrendo
na Nova Zelândia e em ilhas ao redor [2].
Em relação às atuais mudanças climáticas proporcionadas pela ação humana, é notável o aumento de
temperatura e mudança de regimes de precipitação ocorridos nos últimos anos e previstos para as próximas
décadas [25]. Apesar de pinguins possuírem a habilidade de sobrevivência em mudanças ambientais, já que eles
dispõem de estratégias para driblar certas condições, mudanças ambientais drásticas, como as atuais e as previstas
para as próximas décadas, excedem essa capacidade de adaptação e pode levar a morte desses animais [2].
Mudanças recentes na distribuição de pinguins sugerem que alterações climáticas são umas das ameaças de maior
calibre sobre esses indivíduos.
Diversos estudos já documentaram o efeito desse impacto sobre as populações dessas aves, como foi o caso dos
pinguins de Rockhopper das ilhas Campbell, os quais diminuíram drasticamente em número de indivíduos
entre os anos de 1940 e 1990 em decorrência do aumento de temperatura do oceano na época, evidenciando a
sensibilidade desses organismos. Um exemplo do efeito desse impacto sobre as populações de pinguins é a
alteração de correntes marítimas e sua consequente mudança na disponibilidade de comida que chega até os
locais de reprodução dos pinguins, impactando diretamente a dieta e disponibilidade de alimento para esses
animais [2]. Outro exemplo é o dado registrado de que essas aves têm se reproduzido cada vez mais tarde em
decorrência das mudanças climáticas, de modo a chegarem em suas colônias até 9 dias depois do registrado no
século passado [26].
Além disso, as atividades humanas diretas na Antártida, como o turismo por exemplo, têm afetado os pinguins
ao perturbarem esses animais durante um período crucial, o reprodutivo, seja por interferência direta nas
populações, seja por poluição, ou ainda introdução de espécies exóticas [27]. A situação é ainda pior para as
espécies de pinguins que têm sua distribuição durante o período reprodutivo próxima à populações humanas em
crescimento, como é o caso dos pinguins de Humboldt, distribuídos de modo geral na costa da América do Sul, de
modo que a perda de habitat é agravada [2]. Em relação à introdução de espécies exóticas por ação humana, um
dos efeitos mais característicos é o declínio das populações de pinguins em resposta à predação desses animais
por essas espécies introduzidas [2]. Na Nova Zelândia, por exemplo, gatos e cachorros domésticos têm sido
responsáveis pelo declínio da população de pinguins de olhos-amarelo [2] espécie endêmica dessa região e agora
em estado de perigo quanto a sua conservação de acordo com a IUCN (2019)[28].
Uma das contribuições do Brasil para a conservação dos pinguins é Projeto Nacional de Monitoramento dos
Pinguins de Magalhães, aves classificadas como quase ameaçadas pela IUCN (2019)[28], as quais se reproduzem
na Argentina, Ilhas Falkland (Malvinas) e Chile, mas realizam anualmente movimentos migratórios sazonais para
o Brasil [29]. De acordo com o Instituto, o intuito deste Projeto é “ampliar o conhecimento sobre o pinguim-de-
Magalhães no Brasil e otimizar os esforços de pesquisa, reabilitação e monitoramento, possibilitando a
contribuição e integração de iniciativas em prol da conservação”.
Em relação às outras espécies, a tabela abaixo exibe as espécies de pinguins (família Spheniscidae), seus estados
de conservação, distribuição, principais ameaças e ações de conservação quando presentes, de acordo com a
IUCN (2019)[28].
Tabela 1: Espécies e sua conservação de acordo com a IUCN (2019)
Ações de
Status de conservação
Espécies Principais Ameaças Distribuição
conservação (presente ou
ausente)
Na época reprodutiva:
1 Perturbação humana; Antártida.
1 Perturbação humana;
Na época reprodutiva:
2 Mudança climática: Antarctica, Georgia do Sul Presente: é
e sul das ilhas Sandwich. uma das
perda de habitat e
espécies de
Pinguim Adelie mudança de pinguins mais
Pouco
distribuição Quando fora desta bem
preocupante época podem atingir
(Pygoscelis adeliae) (LC)
estudadas e
3 Uso de recursos desde a costa da suas áreas de
Argentina até a costa conservação
biológicos já foram
da Nova Zelândia. delimitadas.
4 Poluição
1 Perturbação humana;
2 Mudança climática:
perda de habitat e Na época reprodutiva: nas
mudança de ilhas e costas na porção Presente: há
sul do Atlântico e Índico, monitoramento
distribuição das espécies,
Southern Rockhopper chegando no Pacífico.
Penguin áreas de
3 Uso de recursos conservação
Vulnerável Quando fora dessa
(Eudyptes (VU) biológicos já foram
época podem atingir identificadas e
chrysocome) desde a costa da há programas
4 Poluição para divulgar a
Argentina até a costa
situação da
5 Modificação de da Nova Zelândia. espécie.
ecossistemas
6 Espécies invasoras
1 Perturbação humana;
Presente:
2 Mudança climática: áreas de
perda de habitat e conservação
mudança de já foram
Pinguim Real distribuição identificadas e
Esta espécie está
Quase algumas são
confinada à ilha Macquarie
ameaçada tidas como
(Eudyptes schlegeli) (NT) 3 Uso de recursos e nas ilhas Bishop e Clerk,
áreas de
na Austrália.
biológicos proteção
ambiental. Há
4 Poluição controle de
espécies
invasoras
5 Espécies invasoras
Presente:
áreas de
conservação
1 Perturbação humana;
já foram
identificadas e
2 Mudança climática: algumas são
perda de habitat e tidas como
mudança de áreas de
proteção
Pinguim de Galápagos
distribuição ambiental. Há
Espécie endêmica das controle de
(Spheniscus Em perigo 3 Uso de recursos ilhas de Galápagos, sendo espécies
(EN) biológicos a espécie de pinguim com invasoras e
mendiculus) distribuição mais ao norte. programas
para divulgar a
4 Poluição situação da
espécie. Além
5 Espécies invasoras disso há
legislação
6 Rotas de transporte internacional
para a
proteção
dessa
espécie.
1 Uso de recursos
biológicos
Na época reprodutiva, é
2 Espécies invasoras encontrado na Nova Monitoramento
Zelândia. sistemático,
Pinguim das Snares Vulnerável 3 Poluição controle de
Tem distribuição na espécies
(Eudyptes robustus) (VU)
invasoras,
4 Mudança climática: Argentina e nas Ilhas áreas
Perda de habitat e Malvinas. protegidas.
mudança de
distribuição
1 Agricultura e aquacultura
2 Produção de
energia
Monitoramento
Pinguim de magalhães Distribuição pela Argentina sistemático,
Quase 3 Uso de recursos e Chile, majoritariamente. identificação
(Spheniscus ameaçada biológicos Além de Brasil, Peru e de ninhos,
magellanicus) (NT) Uruguai. Reproduz nas programas de
4 Distúrbios humanos Ilhas Malvinas. educação e de
alerta.
5 Modificações na
natureza
1 Produção de energia
1 Agricultura e aquacultura
2 Uso de recursos
biológicos
Monitoramento,
3 Modificações Conservação
Yellow-eyed Penguin ex-situ,
naturais do sistema
prevenção de
(Megadyptes Em perigo Residente na Nova
espécies
(EN) 4 Mudanças Zelândia.
invasoras,
antipodes)
climáticas incluída na
legislação
5 Produção de internacional.
energia
6 Distúrbios humanos
1 Uso de recursos
biológicos
Na reprodução, está
2 Espécies invasoras presente na Antártida, Possui plano
Gentoo Penguin
Austrália, Ilhas Malvinas e de
Estável 3 Doenças África do Sul. Além recuperação,
(Pygoscelis papua) dessas, está no Chile, tem área
4 Poluição Argentina e Nova Zelândia. protegida.
5 Distúrbios humanos
1 Produção de energia
2 Poluição
Possui plano
de
3 Distúrbios humanos recuperação,
conservação
African Penguin 4 Uso de recursos ex-situ, possui
biológicos Residente na África do Sul, área protegida,
Em perigo
(Spheniscus (EN)
Namíbia, Angola, proteção contra
demersus) Moçambique. espécies
5 Espécies invasoras invasoras,
programas de
6 Doenças educação,
legislação
7 Mudanças internacional.
climáticas
1 Espécies invasoras
King Penguin Possui
2 Doenças Encontra-se na Antártida, monitoramento
Pouco
Chile, Ilhas Malvinas, ambiental e
(Aptenodytes preocupante
África do Sul, Argentina, ocorre em pelo
patagonicus) (LC) 3 Mudanças Uruguai, Brasil e Austrália. menos uma
climáticas área protegida.
1 Uso de recursos
biológicos
Chinstrap Penguin
Encontra-se na Antártida,
Pouco 2 Mudanças
(Pygoscelis Chile, Ilhas Malvinas,
preocupante Ausente.
(LC)
climáticas África do Sul, Argentina,
antarcticus) Uruguai, Brasil e Austrália.
3 Eventos geológicos
5 Distúrbios humanos
6 Doenças
7 Espécies invasoras
8 Poluição
9 Mudanças
climáticas
Tem programa
Erect-crested Penguin de
1 Mudanças climáticas Reproduz na Nova monitoramento
(Eudyptes Zelândia, mas também é ambiental,
Em perigo
(EN)
2 Uso de recursos visto na Argentina, proteção contra
biológicos Austrália, Antártida e Ilhas espécies
sclateri)
Malvinas. invasoras e
legislação
internacional.
1 Mudanças climáticas
2 Uso de recursos
Possui
Northern Rockhopper biológicos monitoramento
Penguin Visto em territórios ambiental,
Em perigo
(EN)
3 Poluição franceses, Ilhas Malvinas e proteção contra
(Eudyptes moseleyi) África do Sul espécies
4 Doenças invasoras, área
protegida.
5 Espécies invasoras
Espécies
[30]
Gênero Aptenodytes
Pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri)
Pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus)
Pinguim-de-ridgen (Aptenodytes ridgeni) (fóssil)
Gênero Pygoscelis
Pinguim-de-adélia (Pygoscelis adeliae)
Pinguim-gentoo (Pygoscelis papua)
Pinguim-de-barbicha (Pygoscelis antarctica)
Pinguim-imperador.
Gênero Eudyptes
Pinguim-saltador-da-rocha (Eudyptes chrysocome)
Pinguim-macaroni (Eudyptes chrysolophus)
Pinguim-das-snares (Eudyptes robustus)
Pinguim-de-fiordland (Eudyptes pachyrhynchus)
Pinguim-real (Eudyptes schlegeli)
Eudyptes sclateri
Gênero Spheniscus
Pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus)
Pinguim-das-galápagos (Spheniscus mendiculus)
Pinguim-de-humboldt (Spheniscus humboldti)
Pinguim-africano (Spheniscus demersus)
Gênero Eudyptula
Pinguim-azul (Eudyptula minor)
Pinguim-azul-do-norte (Eudyptula albosignata) Pinguim-saltador-da-rocha.
Gênero Megadyptes
Pinguim-de-olho-amarelo (Megadyptes antipodes)
Pinguim-waitaha (Megadyptes waitaha)
Gêneros extintos
Anthropodyptes
Archaeospheniscus
Chubutodyptes
Pachydyptes
Palaeeudyptes
Palaeospheniscus
Paraptenodytes
Pseudaptenodytes
Cultura popular
Os pinguins são considerados cativantes por seu andar anormalmente
ereto e gingado, por sua capacidade de nadar e (em comparação com
outras aves) pela falta de medo dos humanos. Sua plumagem em preto e
branco costuma ser comparada a um terno de gravata branca. Alguns
artistas e escritores têm pinguins baseados no polo norte, mas não existem
pinguins selvagens no círculo polar ártico. A série de desenhos animados
Chilly Willy ajudou a perpetuar esse mito, já que o pinguim-título interagia
com espécies árticas ou subárticas, como ursos polares e morsas.[31][32]
Os pinguins são temas de muitos livros e filmes, como Happy Feet, Surf's
Up e The Penguins of Madagascar, todos filmes em CGI; Marcha dos
Pinguins, documentário baseado no processo de migração do pinguim-
imperador; e uma paródia intitulada Farce of the Penguins. Os Pinguins
de Popper é um livro infantil escrito por Richard e Florence Atwater; que
foi indicado a Medalha Newbery em 1939. Os pinguins também O pinguim Tux é a mascote oficial
apareceram em vários desenhos animados e dramas de televisão, incluindo do kernel Linux.
Pingu, criado por Silvio Mazzola em 1986 e com mais de 100 episódios
curtos. No final de 2009, a Entertainment Weekly colocou-o em sua lista dos "melhores" do final da década.[33]
Um videogame chamado Pengo foi lançado pela Sega em 1982. Situado na Antártica, o jogador controla um
personagem pinguim que deve navegar em labirintos de cubos de gelo. O jogador é recompensado com
sequências de pinguins animados marchando, dançando, saudando e brincando de esconde-esconde. Seguiram-se
vários remakes e edições aprimoradas, mais recentemente em 2012. Os pinguins às vezes também são retratados
na música.[34]
Em 1941, a DC Comics apresentou o personagem "O Pinguim" como um supervilão adversário do super-herói
Batman. Ele se tornou um dos inimigos mais duradouros do Batman. Na série de TV dos anos 60, Batman, foi
interpretado por Burgess Meredith e se tornou um dos personagens mais populares. Na releitura de Tim Burton, o
filme Batman Returns de 1992, foi usado um exército real de pinguins (principalmente pinguins africanos).[35]
Ver também
Roy e Silo
Tux Linux
Pinguim Watch: Um site baseado na participação voluntária de milhares de cidadãos
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Ligações externas
Pinguim gigante de 1,5 m, que habitava no litoral do Peru. (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienci
a/fe2606200703.htm)
Cientistas encontram vestígios de pinguins gigantes no Peru (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ci
encia/ult306u307083.shtml)
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