Você está na página 1de 6

Estudo do Comportamento Socio-Sexual dos Pinguins

CHANGANA, André Tomas

Resumo:

O presente artigo cientifica foi elaborado no âmbito de biologia de comportamento. Este


trabalho, por meio do levantamento bibliográfico visará falar de Estudo do comportamento social e sexual
dos pinguins. Os pinguins são aves sociais que podem formar imensas colónias de reprodução, com até
1,5 mil indivíduos, conhecidas como pinguinhas. Grandes colónias servem como defesa uma vez que os
pinguins que ficam no interior da colónia estão menos expostos a predadores que comem seus ovos e
filhotes e também mais protegidos de nevasca. Geralmente pinguins mais experientes ocupam o interior
das colónias e os mais jovens a periferia. Os períodos de reprodução variam entre as espécies de acordo
com a região em que elas vivem. Geralmente um macho se reproduz com uma única fêmea durante o
período reprodutivo.

Palavras-chave: Pinguim; Comportamento socio-sexual; Reprodução.

Introdução

Os pinguins são aves marinhas não-voadoras amplamente distribuídas no


hemisfério sul, sendo encontrados desde ambientes extremamente frios como a
Antártida até regiões tropicais como as ilhas Galápagos.(HURTADO et.,al.2018)

Os Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) (Forster, 1781) são aves


marinhas que se reproduzem em grandes colónias nas costas da Argentina, do Chile e
nas Ilhas Malvinas (ARGENTIN, 2015).

É sabido que os pinguins-de- Magalhães, tanto em vida livre como cativos,


têm um ciclo de vida bem estabelecido. A postura dos ovos ocorre no mês de Outubro.
Nos 38 a 42 dias que seguem, os animais chocam os ovos. Após esse período, há o
nascimento dos filhotes, que, no mês de Janeiro começam a desenvolver sua plumagem.
No final de Fevereiro, os filhotes, já crescidos, se separam de seus pais e lançam-se ao
mar. Pouco depois, em meados de março e começo de Abril os adultos realizam sua
muda de plumagem e posteriormente começam a migração invernal, que se estende
pelos meses de Maio, Junho e Julho. Pinguins são animais carismáticos. Tanto em vida
livre como em parques zoológicos e, chamam a atenção de milhares de pessoas que se
encantam por eles, sendo como uma das principais atracões.
A fase migratória encerra-se com o retorno à colónia nos meses de Agosto e
Setembro, dando início a mais um período de reprodução (WILLIAMS E BOERSMA,
1995; BOERSMA, 1990).

Os pinguins, via de regra, não são agressivos. Animais perseguidos por baleias
assassinas, tubarões brancos e focas leopardo, sua tendência será sempre fugir e não
lutar, a menos que se trate de defender os filhotes. Para se comunicar, os pinguins
emitem vários tipos de vocalização e realizam diversos movimentos corporais. Assim,
eles conseguem trocar informações sobre a proximidade de predadores, escolher
parceiros reprodutivos e reconhecer os filhotes.

Comportamentos agonísticos -ou agressividade devido à competição por


recursos são observados principalmente na estação reprodutiva. Em geral, os pinguins
mais velhos tendem a ocupar os melhores locais de nidificação, levando a conflitos com
os mais jovens. É comum encontrar comportamentos como vocalizações e agressões
nesses períodos

A espécie Spheniscus magellanicus, conhecida como Pinguins-de-Magalhães,


faz parte da Red List da International Union for Conservation of Nature – IUCN, o que
evidencia seu decaimento populacional devido aos impactos ambientais, antrópicos e
climáticos. Endémica e distribuída por toda a região costeira sul da América do Sul e
nas Ilhas Malvinas, realizam migrações para se alimentarem e se protegerem do inverno
(PÜTZ, et al, 2000). Colónias grandes de Pinguins-de-Magalhães de Punta Tombo,
Argentina, e das Ilhas Falkland/Malvinas, migram para o norte no inverno, até
chegarem às praias brasileiras (PÜTZ, et al, 2007).

Embora os pinguins normalmente não desenvolvam distúrbios


comportamentais em cativeiro, seu comportamento é obviamente modificado pelo
confinamento. As espécies migratórias frequentemente suprimem esse instinto em
instalações fechadas, especialmente quando novos espécimes entram.

Portanto, este trabalho teve como objectivo de compreender o estudo do


comportamento dos pinguins, que constituem aves que não voam e são adaptados a
natação vivendo geralmente nas zonas polares.
Metodologia

A metodologia para o desenvolvimento deste trabalho foi baseada na pesquisa


bibliográfica acerca do tema de interesse, em artigos científicos, documentos,
fotografias e informações disponíveis nas plataformas digitais. Neste trabalho, sobre o
Estudo do Comportamento Socio-Sexual dos Pinguins.

Resultados e Discussão

Comportamento social

A maioria das espécies dos pinguins vive em grandes colónias, nadando e


caçando em grupo, Durante o inverno, os indivíduos que habitam regiões frias costuma
se manter bem próximos uns dos outros, formando um enorme círculo.

Os Pinguins no geral são aves que passam a maior parte do tempo dentro de
sua colónia. Alguns táxons, como o pinguim-rei (aptenodytes patagonicus) estão
organizados de forma hierárquica, existindo neles a figura da mulher dominante. Isso
também é conhecido como mirante, pois geralmente fica em um local alto para ficar
atento ao possível aparecimento de predadores.

Algumas colónias de pinguins podem exceder 1000 indivíduos. Esses grupos


favorecem as chances de sobrevivência contra ataques de predadores, uma vez que os
espécimes podem avisar uns aos outros sobre o perigo. No meio de uma maré preta e
branca é mais difícil escolher uma presa específica.

Geralmente, são animais jovens que se afastam de seu grupo e chegam bastante
debilitados, sendo encaminhados a centros de reabilitação (GARCIA-BORBOROGLU
et al., 2006, 2010)

Comportamento Sexual

Os pinguins realizam a migração invernal, que se estende pelos meses de Maio,


Junho e Julho. O retorno à colónia nos meses de Agosto e Setembro marca o fim da fase
migratória, e inicia-se então o período de reprodução

Possuem um comportamento reprodutivo em colónias (proximidade entre


indivíduos da mesma espécie ou de várias espécies que nidificam próximas). Após o
período de reprodução dos pinguins, estes deslocam-se sob influência da corrente das
Malvinas, por ser mais fria e rica em nutrientes e, por conseguinte, muitas aves acabam
por atingir a costa do território brasileiro (MÄDER; SANDER; CASA, 2010).

A maioria das espécies é monogâmica  (um macho se reproduz com uma única
fêmea durante o período reprodutivo). Todavia, em alguns casos podem existir
copulações extra-par (para quem pensava que só seres humanos tinham amantes!) em
que o macho pode ficar com até duas fêmeas e a fêmea com até três machos quando o
companheiro se afasta. Mesmo nestes casos é o companheiro “oficial” que auxilia
chocando ovos, cuidando e alimentando os filhotes e defendendo o território. Os
indivíduos sempre retornam para a mesma área de reprodução e muitas vezes eles
reencontram o mesmo parceiro de anos anteriores. Alguns estudos indicam que o
pinguim-de-adélia reencontra o mesmo par no ano seguinte em 62% das vezes, o
pinguim-antártico em 82% e o pinguim-papua em 90% das vezes. Tanto o macho como
a fêmea do pinguim auxiliam na defesa do ninho, incubam os ovos e alimentam os
filhotes.

Para certas espécies é usando pequenos pedregulhos que o macho conquista


sua fêmea: ele fica na área do ninho segurando a “pedrinha” com o bico e oferece para a
fêmea. Se ela aceitar, pronto, estão casados. É como se fosse uma troca de alianças entre
os noivos. Além disto, a corte acontece através da emissão de sons pelo macho e/ou pela
fêmea acompanhados de diferentes posturas do corpo. Esticar o pescoço virando a
cabeça, abrir as aletas e emitir sons permitem que a fêmea avalie e escolha o macho. É
desta maneira também que o macho avisa a outro macho que aquele lugar está ocupado
e que eles devem procurar outra área para fazer o ninho.

Conclusões

Os pinguins são um grupo de aves social sendo que algumas colónia de


pinguins podem exceder 1000 indivíduos. Esses grupos favorecem as chances de
sobrevivência contra ataques de predadores, uma vez que os espécimes podem avisar
uns aos outros sobre o perigo.

Para essas aves viver em grupo favorece encontrar um parceiro para os jovens,
que nascem todos ao mesmo tempo. É também um factor de protecção para os jovens.

As espécies que vivem nas regiões mais frias migram durante o inverno para
fugir do frio e para encontrar comida. A migração ocorre sempre depois da reprodução,
quando os filhotes já cresceram e estão prontos para acompanhar os adultos. Algumas
espécies podem ser encontradas no litoral dos países do Hemisfério Sul, como é o caso
do Pinguins-de-Magalhães que é comumente encontrado no litoral do Brasil.

Referências

ARGENTIN, Vanessa Fugolin Perfil de atividade e uso do recinto de Pinguim


de Magalhães (Spheniscus magellanicus) em cativeiro / Vanessa Fugolin Argentin. -
Rio Claro, 2015 34 f. : il., figs., gráfs., tabs., fots., plant

BOERSMA, P.D. STOKES, D.L. YORIO, P.M. Reproductive variability and


historical change of Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) at Punta Tombo,
Argentina. Penguin Biology, ed. L. S. Davis and J.T. Darby. Academic Press, San
Diego, pp.15-43. 1990

GARCÍA-BORBOROGLU, P. et al. Magellanic penguin mortality in 2008


along the SW Atlantic coast. Marine Pollution Bulletin. Puerto Madryn, pp. 1652-1657.
Ago. 2010

HURTADO R. NICOLAI A. VANSTREELS RET. DUTRA GHP &


REISFELD L. Manual de terapia intensiva para pinguins recolhidos na costa brasileira.
Cariacica, ES: Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos
(IPRAM), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres
(CEMAVE). 2018 63p. Link de acesso: http://bit.ly/terapiaintensivapinguins

MÄDER, A.; SANDER M.; CASA., G. Ciclo sazonal de mortalidade do


pinguim-de Magalhães, Spheniscus magellanicus influenciado por fatores antrópicos e
climáticos na costa do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia, São
Paulo, v. 18, n. 3, p.228-233, 2010.

PÜTZ, K.; HIRIART-BERTRAND, L.; SIMEONE, A.; RIQUELME, V.;


REYES-ARRIAGADA, R.; LÜTHISOURCE, B. Entanglement and Drowning of a
Magellanic Penguin(Spheniscus magellanicus) in a Gill Net Recorded by aTime-Depth
Recorder in South-Central Chile. Waterbirds, 34(1):121-125. 2011.

PUTZ, K.; INGHAM, R. J.; SMITH, J. G. Satellite tracking of the winter


migration of Magellanic Penguins Spheniscus magellanicus breeding in the Falkland
Islands. Ibis, 142(4), 614-622. 2000.

WILLIAMS, T.D. BOERSMA, P.D., Magellanic penguins. In-The Penguins


(Bird families of the world), ed. C.M. Perrins, W.J. Bock, J. Kikkawa. Oxford
University Press, New York. 1995.

Você também pode gostar