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Introdução

Este trabalho resulta de uma análise crítica feita em relação aos programas do
ensino básico Moçambique. Metodologicamente o trabalho consistiu em um estudo
bibliográfico o qual possibilitou-nos a interpretação crítica das fontes escritas. O que foi
possível constatar foi de que os programas de ensino se inclinou mais na preparação do
professor em relação ao aluno, mas mesmo assim foi possível notar que os mesmos
professores não dispõem de uma preparação solida para a concretização e
materialização dos objectivos. Outro aspecto que o grupo achou pertinente foi a questão
de não formalização do sistema bilíngue nos programas que segundo a nossa reflexão
constitui uma das estratégias a ser implementada para garantir a introdução do aluno
com a realidade da sua comunidade com vista a garantir a relação aluno-comunidade.

Os Programas do Ensino Primário, visam tornar o ensino relevante, de modo a


responder às reais necessidades do aluno e da sociedade moçambicana Portanto, os
Programas do Ensino Primário são uma fonte de estudo e de orientação dos professores
para o desenvolvimento de um ensino de qualidade, um ensino que permite que os
alunos desenvolvam as competências determinadas nos diferentes ciclos de
aprendizagem e as utilizem para a resolução dos diferentes problemas do dia-a-dia, da
sua comunidade, distrito, província, país, bem como para responder aos desafios da
globalização.

O objectivo deste trabalho era de fazer uma análise crítica dos programas de
ensinos básico. Estruturalmente o trabalho está dividida em quarto secções: A primeira
delas é a introdução que, no geral, apresenta, sinteticamente, os pressupostos analisados,
A segunda seção aborda em relação as inconveniências levantadas pelo grupo que
constitui a como base a essa análise crítica, a terceira compreende as conclusões das
reflexões analisados nos programas de ensino e a quarta compreende a referência
bibliográfica onde constam todos autores consultados para a elaboração do trabalho.

Os Programas do Ensino Primário revistos enquadram-se nos princípios


básicos que nortearam a transformação curricular do Ensino Básico (MINED, 2003)

A análise dos programas do ensino básico feito pelo grupo, não é profunda. O grupo
trouxe em consideração alguns elementos básicos que de um jeito e outro, mostram uma
incompletude. Portanto, para o grupo constituem como parâmetros de análise dos

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;


programas: currículo local, objectivos de ensino básico, disciplinas de ensino
básico.

1. Currículo local

O Currículo Local (CL), é uma componente do currículo nacional


correspondente a 20% do total do tempo previsto para a leccionação de cada Disciplina.
Esta componente é constituída por conteúdo definidos localmente como sendo
relevantes, para a integração da criança na sua comunidade (INDE, 2015).

PARA INDE (2011: 10) como uma componente do currículo nacional


correspondente a 20% do total do tempo letivo previsto para a leccionação das
diversas disciplinas do plano de estudo”. Esta componente é constituída por
conteúdo definidos localmente como sendo relevantes para a integração da
criança na sua comunidade.

A intenção com o currículo local, portanto, é de abrir mais espaço para os


saberes locais entrarem na escola básica. Em conformidade, cada escola deverá prever
no seu programa de ensino uma margem de tempo para que se tratem conteúdos locais
relevantes.

A questão da língua é um dos fatores que maior influência exerce no processo


de ensino e aprendizagem, sobretudo, nos primeiros anos de escolaridade, na medida em
que a maior parte dos alunos moçambicanos, que entra na escola pela primeira vez, fala
uma língua materna diferente da língua de ensino (Moçambique, 2003).

Portanto, aliando-se a questão de currículo local, o grupo levanto a questão


formalização de sistema monolíngue. Visto que Moçambique é um pais de grande
diversidade cultural e linguística, deveria também formalizar o sistema bilíngue, com a
formalização do sistema bilíngue ressalva a cultura local e permite a inclusão do aluno
na sua própria cultura.

O processo educacional, em qualquer sociedade, só terá sucesso se for


conduzido através duma língua que o aprendente, neste caso o aluno melhor conhece,
respeitando-se, deste modo, os pressupostos psicopedagógicos e cognitivos, a
preservação da cultura e identidade do aluno e os seus direitos humanos.

De facto a língua é um veículo que é usado no processo de


transmissão/mediação de conhecimentos, desempenhando um papel fundamental no

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;


processo de ensino aprendizagem. E esta questão de abordagem de línguas
moçambicanas aparece para reforçar a política do currículo local como uma das formas
encontradas ao nível do ensino básico para valorização da cultura dos educandos e
fortificar a relação escola-comunidade, para além de tornar a aprendizagem do aluno
mais significativa.

O aluno usando a língua vernácula, ou seja, materna, pode e expressa-se


melhor do que quando se trata de língua portuguesa, que é a considerada L2. Em
contrapartida, os professores colocados nas diferentes escolas moçambicanas não são
locais, o que muitas vezes dificulta que falem a língua local e tenham domínio da
cultura local. E não tendo habilidades para se expressar em língua local, o professor
sempre priorizará a L2 e os alunos também não poderão se expressar em língua local.

Embora o MINEDH tenha introduzido o currículo local no EB como uma


inovação para garantir que os alunos e professores se apropriem dos
conhecimentos locais, continua indiferente na criação de condições para a
aprendizagem. Muitos são os alunos que terminam o ensino básico sem
conhecerem as plantas locais e a realidade do material endógeno
(CASTIANO, NGOENHA & GURO, 2014) apud (SANTOS,
2018).

É interessante que em Moçambique quando se fala de qualidade de ensino, há


maior concentração para e no ensino básico, onde pressupõe-se que esteja a condicionar
a situação atual que se vive no pais, ou seja, vê-se este subsistema como sendo o mais
lacunoso, e que propala esses problemas para os níveis subsequente. (JACINTO, 2015).

2. Objectivos de ensino básico

O que pode se verificar em relação ao objectivos do ensino básico, usando o


pensamento de (JACINTO, 2015), à luz dos Objectivos Gerais do SNE, os
objectivos do Ensino Básico traduzem-se em:

 Proporcionar à criança um desenvolvimento integral e harmonioso;


 Capacitar a criança, o jovem e o adulto com um conjunto de padrões de conduta,
que o tornarão um membro activo e exemplar na sua comunidade e um cidadão
responsável na sociedade;
 Encorajar a criança, o jovem e o adulto para observar, reflectir e desenvolver um
sentido de crescente autonomia e auto-estima;

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;


 Desenvolver a capacidade de comunicar claramente em Língua Moçambicana
e/ou em Língua Portuguesa, tanto na escrita como na oralidade;
 Promover o conhecimento e o respeito pelos órgãos do Estado e símbolos da
pátria moçambicana;
 Educar a criança, o jovem e o adulto na prevenção e combate contra a droga e as
doenças, particularmente as endémicas e epidémicas, tais como a malária, a
cólera, o SIDA e outras de transmissão sexual.

Segundo o mesmo autor, A questão começa se na verdade existe um espaço


didático onde possam ser materializados todos estes propósitos. Podemos notar que para
além dos aspectos acima descritos também os professores que actuam neste subsistema
não possuem uma formação suficiente para concretizar uma vasta gama de objectivos de
natureza científica, técnica e social.

Neste contexto, apoiando-se na ideia do (JACINTO,2015), o grupo verificou


que muitos objectivos plasmados nos programas de ensino, tomando como exemplo, os
objectivos acima citados, não respondem com eficiências os desafios propostos nos
planos curriculares visto que não se fazem sentir no processo de aprendizagem, ou seja
não são materializados na sua integra.

3. Disciplinas do ensino básico

O currículo do ensino básico de Moçambique trouxe uma nova organização do


saber compartimentados em ciclos de aprendizagem. Compreende sete classes
organizadas em dois graus e três ciclos. O 1º grau compreende de 1ª a 5ª classes e o 2º
grau de 6ª a 7ª classes. Os ciclos são estruturados em: 1º (1ª e 2ª classes); 2º (3ª, 4ª e 5ª)
e 3º (6ª e 7ª classes).

De acordo com Moçambique (2003, p. 10) referido por SANTOS (2018) os


ciclos de aprendizagem apresentados no currículo do EB são considerados como
“unidades de aprendizagem com o objetivo de desenvolver habilidades e competências
específicas. ” Assim:

 O 1º ciclo vai desenvolver habilidades e competências de leitura e escrita,


contagem de números e realização das operações básicas: somar, subtrair,
multiplicar e dividir;

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;


 O 2º ciclo aprofunda os conhecimentos e as habilidades desenvolvidas no
primeiro ciclo e introduz novas aprendizagens relativas às Ciências Sociais e
Naturais;

 O 3º ciclo, correspondente ao 2º grau, serve para consolidar, ampliar os


conhecimentos e habilidades adquiridos nos ciclos anteriores. Vai preparar o
aluno para a continuação dos estudos ou para a vida.
Como aponta SANTOS (2018) em termos de organização do saber escolar o
currículo do EB apresenta, não só novas disciplinas, mas também três áreas curriculares,
como Comunicação e Ciências Sociais; Matemática e Ciências Naturais e Atividades
Práticas e Tecnológicas.

Nestas áreas curriculares, os conteúdos das disciplinas integram várias áreas do


saber escolar que não permitem ao professor dominar, efetivamente, o processo de
ensino e aprendizagem. Para o caso das disciplinas de Ciências Naturais e Ciências
Sociais exigem do professor forte domínio de outras disciplinas.

E não só, o grupo verificou também que, a introducao da disciplina de ciencias


naturias dever-se-a feito na 3ª classe, onde ia propiciar o aluno a conhecer-se e a
conhecer o meio ambiente e os seus elementos, assim colocaria o aluno numa realcao
directa com a natureza e nao 4ª classe.

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;


Conclusão

Os programas do ensino básico, trazem consigo um leque de concomitantes


que não encontram seu pouso, por falta de materialização e não implementação de
certos sistemas como a questão de sistema bilíngue.

Outra questão levantada que é preocupante é em relação a introdução de novas


disciplinas no 3º ciclo. A introducao da disciplina de ciencias naturias dever-se-a feito
na 3ª classe, onde propiciara o aluno a conhecer-se e a conhecer o meio ambiente e os
seus elementos, assim colocaria o aluno numa realcao directa com a natureza e nao a
introduicao da mesmaa na 4ª classe. Salienttar que, nao so novas discipllinas sao
implementadas, mas também três áreas curriculares, como Comunicação e Ciências
Sociais; Matemática e Ciências Naturais e Atividades Práticas e Tecnológicas, onde os
conteúdos das disciplinas integram várias áreas do saber escolar que não permitem ao
professor dominar, efetivamente, o processo de ensino e aprendizagem.

Conseguimos dectar também a questão de objectivos onde certos objectivos


plasmados nos programas de ensino dos três ciclos, não respondem com eficiências os
desafios propostos nos planos curriculares visto que não se fazem sentir no processo de
aprendizagem, ou seja não são materializados na sua integra.

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;


Referencias bibliográfica

INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO


(INDE). Programas do Ensino Primário. Moçambique, 2015.

INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO


(INDE). Programas do Ensino Primário. Moçambique, 2011

JACINTO, Luciano Mario, Analise do subsistema do ensino básico em


Moçambique. 2015.

MOÇAMBIQUE, INDE/MINED. Plano Curricular do Ensino Básico.


Maputo. INDE/MINED, 2003

SANTOS. Júnior João Samuel dos. Análise das vicissitudes da organização


do saber e dos problemas de elaboração do currículo do Ensino Básico de
Moçambique. 2018.

Elaborado por: Narciso Jacinto Fernandes;

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