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Prática biogeografia histórica

Gustavo Souza
Dpto. Botânica - UFPE
Palaeognathae
 Dinornis robustus Aepyornis maximus
Casuarius casuarius 
Apteryx australis

Rhea pennata Dromaius novaehollandiae

Struthio camelus
http://onetwotree.tau.ac.il/index.html
A ferramenta esquemática acima é um cladograma que demonstra os vínculos evolutivos envolvendo cinco espécies de aves ratitas. O que o esquema em
questão traduz nada mais é do que a relação de parentesco entre tais espécies com o ancestral comum das quais as mesmas derivam. São evidenciadas
ainda as correspondentes linhagens evolutivas, bem como o período de tempo necessário para ocorrência de todo processo. Com isso, temos a
possibilidade de aferir quais dessas espécies pertencem a uma linhagem mais remota ou mais recente dentro da história evolutiva de tal grupo de aves.
Examinando o cladograma acima, constata-se que, considerando um ancestral comum, o processo evolutivo envolvendo esse grupo de aves resultou no
estabelecimento de dois caminhos diferentes. Assim, as espécies Dromaius novaehollandiae e o Casuarius casuarius seriam as mais antigas por se
situarem mais próximas do ancestral comum. Já o Kiwi, a ema e o avestruz, as espécies mais recentes dentro dessa história evolutiva. A ema e o avestruz
seriam as mais próximas entre elas, uma vez que derivam da última linhagem, enquanto o Kiwi se posicionaria em uma linhagem anterior, no tocante ao
avestruz e à ema.
https://www.gbif.org
Aepyornis maximus v
Apteryx australis
Casuarius casuarius
  Struthio camelus
Rhea pennata
Dromaius novaehollandiae
O mapa em questão revela a distribuição de cinco espécies de aves ratitas existentes e um registro fóssil de uma ave já extinta. Percebe-se pelo
referido mapa que a espécie Apteryx australis tem sua localização na Nova Zelândia, enquanto o Casuarius casuarius  concentra-se em uma
parte leste da Austrãlia estendendo-se até a região por toda a Nova Guiné e parte da Indonésia. Já a espécie Struthio camelus, é típica do
continente africano, na sua parte sul e sudeste e um pouco na região central do referido continente. Por sua vez a espécie Rhea pennata (ema)
concentra-se naturalmente no continente sul americano, mais precisamente na área ocidental e sul de tal continente, cobrindo países como Uruguai,
Paraguai, Argentina e Perú. Ainda temos a espécie Dromaius novaehollandiae que pode ser encontrada naturalmente em todo praticamente todo
território australiano. Finalmente, na Ilha de Madagascar tem-se o registro de uma espécie já extinta: a Aepyornis maximus.
https://www.timetree.org
• No slide anterior encontramos uma árvore genealógica que mostra a relação filogenética envolvendo dez famílias que fazem
parte da superordem Palaelognathae. A árvore em destaque demonstra todo processo evolutivo dessas dez famílias ao longo do
tempo, partindo-se seu ancestral comum até o presente momento. Fazendo uso de outros fatores/ferramentas como escala de
tempo geológica e da concentração de carbono e de oxigênio em nossa atmosfera, podemos verificar como eram as condições
abióticas a história evolutiva dessas dez famílias, desde sua origem até os dias atuais. As fontes de informações para construção
e comentários acerca dessa árvore constam do site: https://www.timetree.org.
• Analisando a árvore em destaque, constatamos que o ancestral comum desse grupo remota 64 milhões de anos atrás no
Eons Phanerozoic, na Era Cenozoica, do período Paleoceno, da idade Danian. A árvore mostra que família Struthionidae
(avestruz) e a Rheidae (ema) trilharam, cada uma, caminhos evolutivos diferentes, com o consequente processo de
especiação. Surge uma terceira via evolutiva possuindo oito clados que guardam relação direta com as famílias e suas seis
linhagenslinhagem.
https://paleobiodb.org/navigator/
• O mapa acima traduz a distribuição das aves da superordem Palaeognathae considerando a história evolutiva desse segmento, em face
da escala de tempo geológico. Tem-se a distribuição de seis ordens. A pesquisa opera-se clicando-se em cada uma das escalas de tempo,
desde a primeira e mais antiga até a mais recente. Essa distribuição tem início na Era Cenozóica, que, a partir do ancestral comum, chega-se à
distribuição espacial dessas seis ordens. No período PALEOGENE, constata-se a existência de apenas três ordens, distribuídas principalmente
na atual América do Norte e Eurásia, a saber: A Rerniornithiformes, correspondendo a 50% das ordens existentes; a Struthioniformes, com o
percentual de 25% e, finalmente, a Casuariiformes, com iguais 25. No período do NEOGENESE, a ordeme Struthioniformes, encontrava-se
distribuída na Europa e no continente africano, consistindo em 68% das ordens daquele período. No mesmo período geológico existia a ordem
Casuariiformes, com presença em algumas áreas da Austrália, no percentual de 15%. Surgiu nesse período mais três ordens: Tinamiformes
(7%), Dinornithiformes (4%) e Aepyornithiformes (3%), presentes no continente africano, América do Sul, Eurásia e Austrália, além da Nova
Guiné e Nova Zelândia. No período do EOCENE, a ordem Struthionirfomes representava 100% das ordens existentes, com distribuição na
Europa, América do Norte, América do Sul e Antártica. No OLIGOCENE, quem se destacou foi a ordem do Casuariiformes, com seus 100%
de presença nos continentes africano e europeu. No período do MIOCENE, temos as seguintes ordens: Struthioniformes, Casuariiformes,
Tinamiformes, Dinornithiformes e Aepyornithiformes, com 68%, 15%, 7%, 4% e 3%.
https://www.odsn.de/odsn/services/paleomap/paleomap.html
Reconstrução da distribuição da massa terrestre e oceânica ao longo do tempo geológico

Examinando os mapas ao lado, constata-se uma considerável diferença no que diz respeito à distribuição da massa terrestre em dois tempos
geológicos distintos. O primeiro mapa (acima) tem-se como era a superfície do nosso planeta há aproximadamente 64 milhões de anos. Constata-
se que nesse mapa a atual América do Norte encontrava-se ligada à Eurásia, que, por sua vez, possuía uma proximidade junto ao continente
africano. Por sua vez, a América do Sul ficava bem próxima ao continente antártico e este bem próximo da Austrália, com a existência de uma
pequena faixa de terra unindo a Antártica ao país dos cangurus. Já o mapa logo abaixo, reconstitui a distribuição de massas de terra em nosso
planeta há cerca de 10 milhões de anos. Nesse mapa, observamos um afastamento entre a América do Norte e a Eurásia, com o surgimento de
massa de terra que mais tarde iria se constituir na Groelândia. Observa-se, também, uma maior afastamento entre a Austrália e o continente
antártico que, por sua vez, começa a se afastar da América do Sul.

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