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1000 maiores provérbios da sabedoria

universal
Seleção de Jesús Coimbra
Jesús Coimbra 2016. Todos os direitos reservados.
1
A ambição cerra o coração.
2
A apressada pergunta, vagarosa resposta.
3
A ave de rapina não canta.
4
A barriga não tem fiador.
5
A boa mão, do Rocim faz cavalo; e a ruim, do Cavalo faz Rocim.
6
A boca do ambicioso só se fecha com terra da sepultura.
7
A boda e a batizado não vais sem ser convidado.
8
A cada boca uma sopa.
9
A cadela, com pressa, pariu os cachorros cegos.
10
A campo fraco, Lavrador forte.
11
A cavalo dado não se olha o dente.
12
A chuva e o frio, metem a Lebre a caminho.
13
A conselho amigo, não feches o postigo.
14
A culpa morreu solteira.
15
A desgraça não marca encontro.
16
A encomenda é igual ao cabaz.
17
A espada e o anel, segundo a mão em que estiverem.
18
A falta do amigo há-de-se conhecer mas não aborrecer.
19
A fama longe soa. E mais depressa a má que a boa.
20
A fome é a melhor cozinheira.
21
A fome é boa mostarda.
22
A fome é o melhor tempero.
23
A fome faz sair o lobo do mato.
24
A galinha da vizinha é sempre melhor que a minha.
25
A ganhar se perde e a perder se ganha.
26
A gosto danado, o doce é amargo.
27
A ignorância e o vento são do maior atrevimento.
28
A justiça tarda mas não falha.
29
A Laranja, de manhã é Ouro, de tarde é Prata, e à noite mata.
30
A lei é dura, mas é para se cumprir.
31
A melhor Cozinheira, é a azeiteira.
32
A Morte abre a porta da Fama e fecha a da Inveja.
33
A mulher, sem pôr o pé faz pegada.
34
A necessidade aguça o engenho.
35
A necessidade não tem lei.
36
A noite é boa conselheira.
37
A nuvem passa, mas a chuva fica.
38
A ocasião faz o ladrão.
39
A ociosidade é mãe de todos os vícios.
40
A palavra é de prata e o silêncio é de ouro.
41
A pedra e a palavra, não se recolhe depois de deitada.
42
A Pescada de Janeiro, vale um carneiro.
43
A pintura e a peleja, de longe se veja.
44
A pobreza não é vileza, nem a riqueza nobreza.
45
A preguiça é a mãe de todos os vícios.
46
A preguiça morre à sede, andando a boiar.
47
A pressa é inimiga da perfeição.
48
A primeira, qualquer cai. À segunda cai quem quer.
49
A quem do seu foi mau despenseiro, não fies o teu dinheiro.
50
A quem tudo quer saber, nada se lhe diz.
51
A razão e a verdade fogem quando ouvem disputas.
52
A rir se corrigem os costumes.
53
A roupa suja lava-se em casa.
54
A união faz a força.
55
A vaidade é o espelho dos tolos.
56
A valentia com os fracos, só cobardia revela.
57
A ventre farto o mel amarga.
58
A verdade é como o azeite: Vem sempre ao de cima.
59
A vozes loucas, orelhas moucas.
60
Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
61
Abril, Abril, está cheio o covil.
62
Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta.
63
Água de Fevereiro, mata o Onzeneiro.
64
Água de Julho, no rio não faz barulho.
65
Água detida é má para a bebida.
66
Água e vento são meio sustento.
67
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
68
Águas da Ascensão, das palhas fazem Grão.
69
Águas passadas não movem Moinhos.
70
Águas verdadeiras, por S. Mateus as primeiras.
71
Ainda que mude a pele a Raposa, seu natural desponja.
72
Albarda-se o burro à vontade do dono.
73
Almoço cedo, faz carne e sebo; almoço tarde, nem sebo nem carne.
74
Alto mar e não de vento, não promete seguro o tempo.
75
Amigo deligente, é melhor que parente.
76
Amigo disfarçado, inimigo dobrado.
77
Amigo que não presta e faca que não corta: que se percam, pouco
importa.
78
Amigo verdadeiro vale mais do que dinheiro.
79
Amigo, vinho e azeite o mais antigo.
80
Amigos, amigos, negócios à parte.
81
Amor com amor se paga.
82
Amor de pais não há jamais.
83
Amor querido, amor batido.
84
Amores arrufados, amores dobrados.
85
Ande o frio por onde andar, no Natal cá vem parar.

86
Ano de nevão, ano de pão
87.
Ano de neve, paga o que deve.
88
Antes cegues que mal vejas.
89
Antes martelo que bigorna.
90
Antes mau ano que mau vizinho.
91
Antes minha face com fome amarela, que vergonha nela.
92
Antes que te cases, vê o que fazes.
93
Antes quebrar que torcer.
94
Antes quero Asno que me leve, que Cavalo que me derrube.
95
Ao arrendar cantar e ao pagar chorar.
96
Ao bêbado e ao tolo, dá-se o caminho todo.
97
Ao bom amigo, com teu pão e teu vinho.
98
Ao bom pagador não dói o penhor.
99
Ao Diabo e à mulher nunca falta que fazer.
100
Ao Fevereiro e ao rapaz, perdoa tudo quanto faz.
101
Ao homem de esforço a fortuna lhe põe ombro.
102
Ao homem ousado a fortuna dá a mão.
103
Ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo.
104
Ao pé do pano é que se talha a obra.
105
Ao quinto dia verás que mês terás.
106
Ao rico mil amigos se deparam, ao pobre seus irmãos o
desamparam.
107
Ao rico não devas e ao pobre não peças.
108
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas.
109
Apanha com o cajado quem se mete onde não é chamado.
110
Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo.
111
Apanham-se mais moscas com mel do que com fel.
112
Apressado come cru.
113
Aproveite Fevereiro quem folgou em Janeiro.
114
Aquele que me tira do perigo, é meu amigo.
115
Aquilo que sabe bem, ou faz mal ou é pecado.
116
Arco de deixa duro de armar e fraco para disparar.
117
Arco sempre armado, ou frouxo ou quebrado.
118
Arrenda a vinha e o pomar se os queres desgraçar.
119
As aparências iludem.
120
As boas contas fazem os bons amigos.
121
As cadelas apressadas parem cães tortos.
122
As favas, Maio as dá, Maio as leva.
123
As obras falam, as palavras calam.
124
As palavras são como as cerejas, vêm umas atrás das outras.
125
As palavras voam, a escrita fica.
126
As paredes têm ouvidos.
127
As sopas e os amores, os primeiros são os melhores.
128
Às vezes não se respeita o burro, mas a argola a que ele está
amarrado.
130
Assim como vires o tempo de Santa Luzia ao Natal, assim estará o
ano mês a mês até final.
131
Até ao lavar dos cestos é vindima.
132
Até ao Natal um saltinho de pardal.
133
Até S. Pedro abre rego e fecha rego.
135
Até S. Pedro tem a vinha medo.
136
Atrás de mim virá, quem de mim bem dirá.
137
Ave que canta demais não sabe fazer o ninho.
138
Ave só não faz ninho.
139
Azeite de cima, mel do fundo e vinho do meio.
140
Barco parado, não faz viagem.
141
Barriga cheia, companhia desfeita.
142
Besta grande, Cavalo de pau.
143
Boa amizade, segundo parentesco.
144
Boa cepa, Maio a deita.
145
Boa fama granjeia quem não diz mal da vida alheia.
146
Bocado comido não faz amigo.
147
Boda molhada, boda abençoada.
148
Bodas em Março é ser madraço.
149
Boi luzidio nunca tem fastio.
150
Boi velho com os ossos lavra.
151
Bolsa despejada, casa amargurada.
152
Bolsa leve, coração pesado.
153
Bom é saber calar até ser tempo de falar.
154
Bom rei, se quereis que vos sirva, dai-me de comer.
155
Bom serás, se morto estás.
156
Burro com fome, cardos come.
157
Burro que geme, carga não teme.
158
Burro velho não toma andadura; e se a toma, pouco dura.
159
Burro velho, mais vale matá-lo que ensiná-lo.
160
Burro velho, não aprende línguas.
161
Cabrito de um mês, queijo de três.
162
Cada cabeça sua sentença.
163
Cada cor, seu paladar.
164
Cada macaco no seu galho.
165
Cada maluco com a sua mania.
166
Cada terra com seu uso cada roca com seu fuso.
167
Cada um por si, Deus por todos.
168
Cada um puxa a brasa para a sua sardinha.
169
Cada um sabe as linhas com que se cose.
170
Cada um sabe de si e Deus sabe de todos
171
Cada um vê mal ou bem, conforme os olhos que tem.
172
Calças brancas em Janeiro, sinal de pouco dinheiro.
173
Cama no chão, cama de cão.
174
Candeia que vai à frente alumia duas vezes.
175
Candelária (02/02) chovida, à candeia dá vida.
176
Cansa quem dá e mais cansa quem toma.
177
Cão de raça não usa coleira.
178
Cão que ladra não morde.
179
Carga leve, longe pesa.
180
Carnaval na eira, Páscoa à lareira.
181
Casa de Duque nunca pediu.
182
Casa de fato, ninho de rato.
183
Casa de pais, escola de filhos.
184
Casa de pobre, tacho de cobre.
185
Casa de pombo, casa de tombo.
186
Casa que não é ralhada, não é bem governada.
187
Casamento, apartamento.
188
Casarás e amansarás.
189
Cava fundo em Novembro para plantares em Janeiro.
190
Cavalo amarrado também pasta.
191
Cavalo fouveiro, deixa o dono no terreiro.
192
Cavalo que voa não quer espora.
193
Cesteiro que faz um cesto faz um cento, dando-lhe verga e tempo.
194
Céu escamado, ao terceiro dia molhado.
195
Cevada loira, sardinha como toira.
196
Choupana onde se ri vale mais que palácio onde se chora.
197
Chovam trinta Maios e não chova em Junho.
198
Chove, chove, galinha foge.
199
Chuva de ascensão dá palhinhas e pão.
200
Chuva de Junho, peçonha do mundo.
201
Chuva de S. João (24/06) talha o vinho e não dá pão.
202
Chuva em Dia das Candeias (02/02), ano de ribeiras cheias.
203
Chuva em Janeiro e não frio, dá riqueza no estio.
204
Colcha feita, noivo à espreita.
205
Com a mulher e o dinheiro, não zombes companheiro.
206
Com direito por teu lado, nunca receies dar brado.
207
Com o fogo não se brinca.
208
Com papas e bolos se enganam os tolos.
209
Com teu amo não jogues as peras, porque ele come as maduras e
deixa-te as verdes.
210
Com vento se limpa o trigo, e os vícios com castigo.
211
Come pouco e bebe pouco, e dormirás como um louco.
212
Comer e coçar, o mal é começar.
213
Comer laranjas em Janeiro, é dar que fazer ao coveiro.
214
Comida fina em copos grossos faz mal aos ossos.
215
Como canta o galo velho, assim cantará o novo.
216
Como fizeres, assim acharás.
217
Contra a força, não há resistência.
218
Contra fatos, não há argumentos.
219
Criado que faz o seu dever, orelhas de burro deve ter.
220
Cu de Cão e nariz de gente, nunca está quente.
221
Cuidados e caldos de Galinha, nunca fizeram mal a ninguém.

222
Dá Deus nozes, a quem não tem dentes.
223
Da discussão nasce a luz.
224
Dá duas vezes, quem prontamente dá.
225
Da flor de Janeiro, ninguém enche o celeiro.
226
Dádiva de ruim, a seu dono se parece.
227
Dar a César o que é de César, dar a Deus o que é de Deus.
228
De boas intenções, está o Inferno cheio.
229
De Espanha, nem bom vento nem bom casamento.
230
De lautas ceias, estão as sepulturas cheias.
231
De livro fechado, não sai letrado.
232
De manhã a manhã, perde o Carneiro a lã.
233
De manhã ao monte, de tarde à fonte.
234
De médico e de louco, todos temos um pouco.
235
De noite todos os gatos são pardos.
236
De pequenino se torce o pepino.
237
De rico a soberbo, não há palmo inteiro.
238
Defeitos do meu amigo, lamento mas não maldigo.
239
Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer.
240
Depois da batalha aparecem os valentes.
241
Depois da tempestade vem a bonança.
242
Depois de casa roubada trancas à porta.
243
Depois de S. Vicente já se pode enganar toda a gente.
244
Depois do burro morto, cevada ao rabo.
245
Depressa e bem, não há quem.
246
Desmanchar e fazer tudo é fazer.
247
Deus ajuda quem trabalha, que é o capital que menos falha.
248
Deus ajudando vai em Julho mereando.
249
Deus dá o frio conforme a roupa.
250
Deus é bom e o diabo não é mau.
251
Deus escreve direito, por linhas tortas.
252
Deus nos livre dos maus vizinhos de ao pé da porta.
253
Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce.
254
Deus vê o que o Diabo esconde.
255
Devagar se vai ao longe.
256
Dezembro com Junho ao desafio, traz Janeiro frio.
257
Dezembro frio, calor no estio.
258
Dia de S. Barnabé (11/6), sega-se a palma do pé.
259
Dia de S. Silvestre (31/12), quem tem carne que lhe preste.
260
Dinheiro compra pão, mas não compra gratidão.
261
Dinheiro e santidade, a metade da metade.
262
Dinheiro emprestado, anda mal parado.
263
Dinheiro emprestaste, inimigo criaste.
264
Dinheiro esquecido, nem é pago nem agradecido.
265
Dinheiro não traz felicidade.
266
Diz o roto ao nu: porque não te vestes tu?
267
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.
268
Do Natal à Sta. Luzia, cresce um palmo em cada dia.
269
Do trabalho e experiência, aprendeu o Homem a ciência.
270
Dos enganos vivem os escritores.
271
Dos Santos ao Natal, é Inverno natural.
272
Duro com duro, não faz bom muro.
273
É mais fácil prometer que dar.
274
É tarde para economia, quando a bolsa está vazia.
275
Em Abril águas mil.
276
Em Abril queima a velha o carro e o carril.
277
Em Abril, cada pulga dá mil.
278
Em Abril, lavra as altas, mesmo com água pelo machil.
279
Em Abril, vai onde deves ir, mas volta ao teu cuvil.
280
Em Agosto, antes vinagre do que mosto.
281
Em Agosto, nem vinho nem mosto.
282
Em Agosto, Sardinhas e mosto.
283
Em ano chuvoso, até o diligente é preguiçoso.
284
Em ano geado, não há pão dobrado.
285
Em casa de ferreiro, espeto de pau.
286
Em casa de Gonçalo, pode mais a galinha que o galo.
287
Em casa em que não há pão todos ralham e ninguém tem razão.
288
289
Em Dezembro, treme de frio cada membro.
290
Em dia de festa a barriga atesta.
291
Em dia de S. Matias (22/2), começam as enxertias.
292
Em Fevereiro, chega-te ao lameiro.
293
Em Fevereiro, chuva; em Agosto, uva.
294
Em Janeiro saltinho de carneiro.
295
Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a chorar, se
vires nevar, põe-te a cantar.
296
Em Janeiro uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-
de achar.
297
Em Janeiro, cada Ovelha com seu Cordeiro.
298
Em Janeiro, nem Galgo lebreiro, nem Açor perdigueiro.
299
Em Janeiro, seca a Ovelha no fumeiro.
300
Em Janeiro, sete capelos e um sombreiro.
301
Em Janeiro, um Porco ao sol e outro ao fumeiro.
302
Em Maio queima-se a cereja ao borralho.
303
Em Maio, já a velha aquece o palácio.
304
Em Maio, nem à porta de casa saio.
305
Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.
306
Em Março, tanto durmo como faço.
307
Em Novembro, prova o vinho e planta o cebolinho.
308
Em Outubro sê prudente: guarda pão, guarda semente.
309
Em Outubro, o fogo ao rubro.
310
Em Outubro, paga tudo.
311
Em princípio de Maio, corre o Lobo e o Veado.
312
Em Roma, faz como os Romanos.
313
Em Setembro, ardem os montes, secam-se as fontes.
314
Em tempo de Figos, não há amigos.
315
Em tempo de guerra todo o buraco é trincheira.
316
Em tempo de guerra, não se limpam as armas.
317
Em terra de cegos, quem tem um olho é Rei.
319
Enquanto se capa, não se assobia.
320
Enquanto se cava na vinha, não se cava no bacelo.
321
Entradas de Leão, saídas de Sendeiro.
322
Entre marido e mulher não metas a colher.
323
Entrudo borralheiro, Páscoa soalheira.
324
Escândalo aparta amor.
325
Escuta cem vezes, e fala uma só.
326
Escuta o conselho dos outros e segue o teu.
327
Espera de teus filhos o que a teus pais fizeres.
328
Este mundo é uma bola; quem anda nela é que se amola.
329
Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém.
330
Fala-se no diabo e aparece-lhe o rabo.
331
Falai no mau, aparelhai o pau.
332
Falar sem cuidar, é atirar sem apontar.
333
Faz da noite, noite; e do dia, dia e viverás com alegria.
334
Fazer bem a vilão ruim é lançar água em cesto roto.
335
Feno alto ou baixo, em Junho é cegado.
336
Fevereiro é dia, e logo é Santa Luzia.
337
Fevereiro enxuto, rói mais pão do que quantos ratos há no mundo.
338
Fevereiro quente, traz o diabo no ventre.
339
Fevereiro recouveiro, afaz a perdiz ao poleiro.
340
Fia-te na Virgem e não corras e logo vês o trambolhão que levas.
341
Fiandeira não ficaste, pois em Maio não fiaste.
342
Fidalgos, galgos e pardais são três espécies de animais.
343
Filho de burro não pode ser cavalo.
344
Filho de peixe sabe nadar.
345
Filho és pai serás, assim como fizeres assim acharás.
346
Filho que pais amargura, jamais conte com ventura.
347
Filho sem dor, mãe sem amor.
348
Filhos criados, trabalhos dobrados.
349
Filhos das minhas filhas, meus netos são. Filhos dos meus filhos
serão ou não.
350
Flor ao peito, asno perfeito.
351
Formosura, pouco dura.
352
Fui a casa da minha vizinha, envergonhei-me; vim para a minha e
governei-me.
353
Gado de bico, nunca deixou ninguém rico.
354
Gaivotas em terra temporal no mar.
355
Galinha cantadeira é pouco poedeira.
356
Galinha do mato, não quer capoeira.
357
Galinha gorda ao maltês, ou podre, ou choca de um mês.
358
Galinha que canta, faca na garganta.
359
Galinhas de S. João, no Natal ovos dão.
360
Galo cantador é pouco galador.
361
Galo que acompanha pato morre afogado.
362
Ganhá-lo como um preto, gastá-lo como um fidalgo.
363
Ganhai o que souberdes e poupai o que puderdes.
364
Gato escaldado, de água fria tem medo.
365
Goraz de Janeiro vale dinheiro.
366
Gordura, é formosura.
367
Grandes discursos não provam grande sabedoria.
368
Grão a grão, enche a galinha o papo.
369
Guarda de comer, não guardes de fazer.
370
Guarda hoje o que não precisas, que amanhã pode servir-te.
371
Guarda o melhor saio para Maio.
372
Guarda o que não presta, terás o que é preciso.
373
Guarda prado, criarás gado.
374
Guarda-te do homem que não fala e do cão que não ladra.
375
Guardado está o bocado para quem o há-de comer.
376
Há males que vêm por bem.
377
Há mar e mar, há ir e voltar.
378
Há mil modos de morrer e um só de nascer.
379
Haja fartura, que a fome ninguém a atura.
380
Homem folgazão, no trabalho sonolento.
381
Homem necessitado, cada ano apedrejado.
382
Homem pequenino, ou velhaco ou dançarino.
383
Homem prevenido vale por dois.
384
Hora a hora, Deus melhora.
385
Imita a formiga e viverás sem fadiga.
386
Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.
387
Ira e cobiça, não queiras havê-las por companheiras.
388
Junta-te aos bons e serás como eles; junta-te aos maus e serás
pior do que eles.
389
Lá vai o mal, onde comem o ovo sem sal.
390
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão.
391
Lágrimas de herdeiros, sorrisos sorrateiros.
392
Lenha de figueira, rica de fumo, fraca de madeira.
393
Leste escuro, Sol seguro.
394
Livra-te do homem que não fala e do cão que não ladra.
395
Logo que Outubro venha, procura a lenha.
396
Longe da vista, longe do coração.
397
Lua cheia, abóboras como areia.
398
Lua nova trovejada, trinta dias é molhada.
399
Luar de Janeiro não tem parceiro; mas lá vem o de Agosto que lhe
dá no rosto.
400
Lugar ventoso, lugar sem repouso.
401
Macaco velho, não trepa galho seco.
402
Maio couveiro não é vinhateiro.
403
Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.
404
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.
405
Maio pardo e ventoso faz o ano formoso.
406
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.
407
Mais fere a palavra do que a espada.
408
Mais homens se afogam num copo do que no mar.
409
Mais se tira com amor do que com dor.
410
Mais vale burro vivo do que sábio morto.
411
Mais vale cair em graça, do que ser engraçado.
412
Mais vale cão vivo, que leão morto.
413
Mais vale inveja que pena.
414
Mais vale ir, do que mandar.
415
Mais vale lavrar o nosso ao longe do que o alheio ao perto.
416
Mais vale pão duro, que figo maduro.
417
Mais vale penhor na arca, do que fiador na praça.
418
Mais vale perder um minuto na vida do que a vida num minuto.
419
Mais vale prevenir, que remediar.
420
Mais vale prudência que ciência.
421
Mais vale quem Deus ajuda do que quem muito madruga.
422
Mais vale recusar com graça, do que dar com grosseria.
423
Mais vale só, que mal acompanhado.
424
Mais vale tarde do que nunca.
425
Mais vale um cavalo com uma cela, do que três celas sem cavalo.
426
Mais vale um farto, que dois famintos.
427
Mais vale um gosto na vida, que três reis na algibeira.
428
Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar.
429
Mais vale um que saiba mandar, do que cem a trabalhar.
430
Mais vale um sim tardio do que um não vazio.
431
Mais vale um toma do que dois te darei.
432
Mais vale um vizinho à mão, do que ao longe o nosso irmão.
433
Mais viver, mais aprender.
434
Mal alheio, pesa como um cabelo.
435
Mal haja quem de mim mal diz, mais quem o traz ao nariz.
436
Mal por mal, antes cadeia que hospital.
437
Mal vai Portugal se não há três cheias antes de Natal.
438
Malha o ferro enquanto está quente.
439
Manda e faz: servido serás.
440
Manda quem pode. Obedece quem deve.
441
Manhã de açougue: quem mal fala, pior ouve.
442
Mãos frias amores todos os dias.
443
Mãos frias, coração quente, amor para sempre.
444
Mãos quentes amores ausentes.
445
Março duvidoso, S. João farinhoso.
446
Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.
447
Meia vida é a candeia e o vinho outra meia.
448
Mel, se o achaste come o que baste.
449
Melhor é o ano tardio, do que o vazio.
450
Mentir, nem zombando.
451
Mocidade ociosa, traz velhice vergonhosa.
452
Morra a pessoa mas fique a fama.
453
Morra Marta, mas morra farta.
454
Morrer por morrer, morra o meu pai que é mais velho.
455
Morreu o bicho, acabou-se a peçonha.
456
Morte com honra, não desonra.
457
Morte desejada, é vida dobrada.
458
Morto por morto, antes a velha que o porco.
459
Muda-se de moleiro, não se muda de ladrão.
460
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
461
Muita gente junta não se salva.
462
Muitas vezes se perde por preguiça o que se ganha por justiça.
463
Muito atura quem precisa.
464
Muito esquece a quem não sabe.
465
Muito falar, pouco acertar.
466
Muito falar, pouco pensar.
467
Muito gasta o que vai e vem, mas mais gasta o que se detém.
469
Muito pode a velhinha com o que leva para a sua casinha.
470
Muito riso, pouco siso.
471
Muitos conhecidos, poucos amigos.
472
Muitos poucos, fazem muito.
473
Na casa cheia, depressa se faz a ceia.
474
Na casa deste home quem não trabalha não come.
475
Na casa onde há dinheiro deve haver um só caixeiro.
476
Na necessidade prova-se a amizade.
477
Na prisão e no hospital, vês quem te quer bem e quem te quer mal.
478
Na terra onde fores viver faz como vires fazer.
479
Não acordes o gato que dorme.
480
Não adianta chorar sobre o leite derramado.
481
Não contes os pintos senão depois de nascidos.
482
Não cresce erva em caminho calcado.
483
Não dá a bota com a perdigota.
484
Não deites foguetes antes da festa.
485
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
486
Não desejes mal a ninguém, que o teu mal pelo caminho vem.
487
Não é bom o mosto colhido em Agosto.
488
Não é com vinagre que se apanham moscas.
489
Não é por grandes orelhas que o burro vai à feira.
490
Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo.
491
Não faças nada antes de consultar a almofada.
492
Não há amor como o primeiro.
493
Não há atalho sem trabalho.
494
Não há ausentes sem culpas, nem presentes sem desculpas.

495
Não há bela sem senão.
496
Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe.
497
Não há boa terra sem bom lavrador.
498
Não há duas sem três.
499
Não há Entrudo sem Lua Nova nem Páscoa sem Lua Cheia.
500
Não há fome que não dê em fartura.
501
Não há fumo sem fogo.
502
Não há guerra de mais aparato do que muitas mãos no mesmo
prato.
503
Não há luar como o de Janeiro nem amor como o primeiro.
504
Não há maior amigo do que Julho com seu trigo.
505
Não há mal que bem não traga.
506
Não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe.
507
Não há mau tempo senão quando faz vento.
508
Não há mês mais irritado do que Abril zangado.
509
Não há onde o filho fique bem, como no colo da mãe.
510
Não há pior cego do que aquele que não quer ver.
511
Não há regra sem excepção.
512
Não há roca sem fuso.
513
Não há Sábado sem Sol, nem Domingo sem Missa, nem Segunda
sem preguiça.
514
Não hajas dó de quem tem muita roupa e faz má cama.
515
Não mates mais do que podes salgar.
516
Não medram as galinhas onde a raposa mora.
517
Não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu.
518
Não ponhas o carro à frente dos bois.
519
Não se deve contar com um ovo quando ainda está dentro da
galinha.
520
Não se falar ao mestre do que ele ensina mal.
521
Não se fazem omeletes sem partir ovos.
522
Não se foge ao destino.
523
Não se pescam trutas a bragas enxutas.
524
Nao se pode ter sol na eira e chuva no nabal.
525
Não suba o sapateiro além da chinela.
526
Não te rias da caveira, que um dia nela te vais tornar.
527
Não ter eira nem beira, nem raminho na figueira.
528
Não tira bom resultado, quem vai onde não é chamado.
529
Não tornes por detrás, pois é fraqueza desistir-se de coisa
começada.
530
Nas costas dos outros se vêm as nossas.
531
Nasce erva em Março, ainda que lhe dêem com um maço.
532
Natal a assoalhar e Páscoa ao mar.
533
Natal à segunda-feira: Lavrador alarga a eira.
534
Natal na praça e Páscoa em casa.
535
Nem em Agosto caminhar, nem em Dezembro marear.
536
Nem mesa sem pão, nem exército sem capitão.
537
Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça.
538
Nem sempre, nem nunca.
539
Nem só de pão vive o homem.
540
Nem tudo o que abana cai.
541
Nem tudo o que luz é ouro, nem tudo o que alveja é prata.
542
Nem tudo o que vem à rede é peixe.
543
Neve em Fevereiro, presságio de mau celeiro.
544
Nevoeiro de S. Pedro, põe em Julho o vinho a medo.
545
Nevoeiro na serra, chuva na terra.
546
Ninguém está bem com a sorte que tem.
547
Ninguém se ria com o mal do vizinho, que o seu pode vir a caminho.
548
Ninguém toque na ferida quando ainda sangra e está dorida.
549
Ninho feito, Pega morta.
550
No amor, quem foge é o vencedor.
551
No aperto do perigo, conhece-se o amigo.
552
No Carnaval nada parece mal.
553
No dia da cozedura, até as aranhas ficam fartas.
554

No meio está a virtude.


555
No melhor pano cai a nódoa.
556
No minguante de Janeiro, corta o madeiro.
557
No Natal à janela, na Páscoa à panela.
558
No Outono o Sol tem sono.
559
No poupar é que está o ganho.
560
No princípio ou no fim, costuma Abril a ser ruim.
561
No S. João, a sardinha pinga no pão.
562
No tempo do cuco, tanto está molhado como enxuto.
563
Noite aqui, noite em casa.
564
Norte frio, água no rio.
565
Nunca de corvo bom ovo.
566
Nunca digas desta água não beberei.
567
Nunca falta um chinelo velho para um pé manco.
568
Nuvens em Setembro: chuva em Novembro e neve em Dezembro.
569
O alheio chora o seu dono.
570
O barato sai caro.
571
O Bem soa; o Mal, voa.
572
O bom filho à casa torna.
573
O bom julgador por si se julga.
574
O bom junto ao pequeno fica maior, e junto ao mau fica pior.
575
O cão com raiva, do seu dono trava.
576
O casamento e a mortalha no céu se talha.
577
O descuidado sempre é necessitado.
578
O Diabo cobre com uma manta e descobre com um chocalho.
579
O fraco ofendido atraiçoa e o forte perdoa.
580
O fruto proibido é o mais apetecido.
581
O futuro a Deus pertence.
582
O ganho e a lazeira andam de feira em feira.
583
O hábito não faz o monge.
584
O ladrão volta sempre ao local do crime.
585
O mal e o bem à face vem.
586
Ó mar alto, ó mar alto, ó mar alto sem ter fundo; mais vale andar no
mar alto do que nas bocas do mundo.
587
O mau é ter mais olhos do que barriga.
588
O medo guarda a vinha.
589

O mês de Agosto será gaiteiro, se for bonito o 1º de Janeiro.


590
O morgado e a morgada e o resto da manada não prestam para
nada.
591
O necessário deleita, o desnecessário atormenta.
592
O novo por não saber e o velho por não poder deitam tudo a perder.
593
O olho do dono, engorda o cavalo.
594
O pouco basta, e o muito se gasta.
595
O primeiro milho é para os pardais.
596
O prometido é devido.
597
O que a água dá, a água levará.
598
O que anda a cavalo vive pouco; e o que anda a pé, contam-no por
morto.
599
O que é demais, molesta.
600
O que está feito, feito está.
601
O que não mata, engorda.
602
O que não tem remédio, remediado está.
603
O que o juízo dos pais acumula, a loucura dos filhos desbarata.
604
O que para uns é mel, para outros é fel.
605
O que tem de ser, tem muita força.
606
O rabo, sempre cheira ao que larga.
607
O Robalo, quem o quiser há-de escamá-lo.
608
O Saber não ocupa lugar.
609
O segredo é a alma do negócio.
610
O seguro morreu de velho.
611
O seu a seu dono.
612
O Sogro e o Furão só dão interesse debaixo do chão.
613
O sol quando nasce é para todos.
614
O Surdo faz falar o Mudo.
615
O tempo é o melhor Juiz de todas as coisas.
616
O tempo em Fevereiro enganou a Mãe ao soalheiro.
617
O tempo perdido nunca se recupera.
618
O trabalho do menino é pouco, mas quem o despreza é louco.
619
O último a rir é o que ri melhor.
620
O Verão colhe e o Inverno come.
621
O Vinho e o Amigo, do mais antigo.
622
Obra de vilão, deitar pedra e esconder a mão.
623
Ofende os bons quem poupa os maus.
624
Olhar para a uva não mata a sede.
625
Olho azul em português não é sinal de boa rês.
626
Olho por olho, dente por dente.
627
Olhos que não vêm, coração que não sente.
628
Oliveira de meu avô, Figueira de meu pai, vinha que eu plantar.
629
Onde fores ter, faz como vires fazer.
630
Onde se chora não cantes.
631
Onde vai o emprestado, que venha remediado.
632
Orelha de homem, nariz de mulher e focinho de cão, nunca viram o
Verão.
633
Os amigos são para as ocasiões.
637
Os cães ladram mas a caravana passa.
638
Os dias do Natal são saltos de pardal.
639
Os erros dos médicos a terra os cobre.
640
Os homens não se medem aos palmos.
641
Os males dos nossos avós, fazem-no eles e pagamo-los nós.
642
Os olhos pedem mais do que a barriga aguenta.
643
Ouriços do S. João são do tamanho dum botão.
644
Ouro adquirido, sono perdido.
645
Outubro meio chuvoso, torna o lavrador venturoso.
646
Outubro quente traz o diabo no ventre.
647
Outubro suão, negaças de Verão.
648
Ouve tudo bem, diz o que lhe convém.
649
Ovelha que berra, bocado que perde.
650
P'ra trás, mija a burra.
651
Paga o justo pelo pecador.
652
Pagar e morrer, é a última coisa a fazer.
653
Pai rico, filho nobre, neto pobre.
654
Pais galegos, filhos barões, netos ladrões.
655
Pais impertinentes fazem filhos desobedientes.
656
Palavra de Rei, não volta atrás.
657
Palavras de mel, coração de fel.
658
Palavras, leva-as o vento.
659
Panela velha faz boa sopa.
660
Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que espirre para os olhos.
661
Pão proibido abre o apetite.
662
Pão que sobre, Carne que baste e Vinho que falte.
663
Para a fome não há mau pão.
664
Para baixo todos os Santos ajudam.
665
Para bom entendedor, meia palavra basta.
666
Para dar e para ter, muito rico é preciso ser.
667
Para ensinar, é preciso aprender.
668
Para grandes males, grandes remédios.
669
Para Junho guarda um toco e uma pinha, e a velha que o dizia
guardados os tinha.
670
Para lá do Marão, mandam os que lá estão.
671
Para mal que hoje acaba, não é remédio o de amanhã.
672
Para ovos frigir, temos de os partir.
673
Para palavras loucas, orelhas moucas.
674
Para parte de Fevereiro, guarda lenha de Quinteiro.
675
Parar é morrer.
676
Páscoa alta, chumbo na malta.
677
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
678
Pássaro do campo cedo madruga.
679
Patrão fora, feriado na loja.
680
Pau deitado não chama trovoada.
681
Pedir a avarento, é caçar no mar.
682
Pedra que rola, não cria musgo.
683
Peixe não puxa carroça.
684
Pela boca morre o peixe.
685
Pelas costas dos outros se vêm as nossas.
686
Pelo andar da carruagem vê-se logo quem lá vai dentro.
687
Pelo voo se conhece a ave.
688
Pelos Santos neve nos campos.
689
Pelos Santos trigo semeado, fruto arrancado.
690
Perdido por cem, perdido por mil.
691
Pintainho de Janeiro, vai com a mãe ao poleiro.
692
Poda-me em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço.
693
Podar em Março é ser madraço.
694
Polidez, pouco custa e muito vale.
695
Por casar nunca ninguém ficou, não foi com quem quis, foi com
quem calhou.
696
Por cima de melão, vinho de tostão.
697
Por falar se ganha, por falar se perde.
698
Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera.
699
Porcos com frio e homens com vinho fazem grande ruído.
700
Pouco a pouco fia a velha o copo.
701
Pouco e em paz muito se faz.
702
Poupar enquanto há; não havendo, poupado está.
703
Preso por ter cão e preso por não ter.
704
Presunção e água benta cada qual toma a que quer.
705
Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno.
706
Primeiros trovões e relâmpagos, fertilidade de frutos e esterilidade
de campos.
707
Quando a esmola é grande, o santo desconfia.
708
Quem faz setecentas, faz trezentas
709
Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.
710
Quando chove antes da missa, toda a semana borriça.
711
Quando chove em Agosto, não metas teu dinheiro em mosto.
712
Quando é de morte o mal, não há médico para curar tal.
713
Quando é velho o cão, se ladra é porque tem razão.
714
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.
715
Quando está fora o gato folga o rato.
716
Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.
717
Quando mal, nunca pior.

718
Quando minguar a Lua não comeces coisa alguma.
719
Quando não chove em Fevereiro, nem prados nem centeio.
720
Quando o ano é de leite, até os bodes o dão.
721
Quando o burro é jeitoso, qualquer albarda lhe fica bem.
722
Quando o pobre come galinha, um dos dois está doente.
723
Quando Outubro for erveiro, Guarda para Março o palheiro.
724
Quando se declara a guerra, o Diabo alarga o Inferno.
725
Quando um burro zurra, os outros abaixam as orelhas.
726
Quando um cai, todos o pisam.
727
Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.
728
Quanto maior a nau, maior a tormenta.
729
Quanto mais alto se sobe, maior o trambolhão.
730
Quanto mais barato estiver o pão, melhor canta o coração.
731
Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos cães.
732
Quanto mais depressa, mais devagar.
733
Quanto tens, quanto vales.
734
Queijo com pão faz homem são.
735
Queimada a casa, acudir com água.
736
Queira ou não queira, o burro há-de ir à feira.
737
Quem a boa árvore se encosta, boa sombra o acolhe.
738
Quem a muitos há-de manter, muito há-de ter.
739
Quem abana, nem sempre cai.
740
Quem acompanha com coxo, ao terceiro dia coxeia.
741
Quem ama a Beltrão, ama o seu cão.
742
Quem anda à chuva, molha-se.
743
Quem ao comer sua, ao trabalho amua.
744
Quem ao moinho vai, enfarinhado sai.
745
Quem aos vinte não é, aos trinta não tem, aos quarenta não é
ninguém.
746

Quem bem ama não esquece.


747
Quem bem nada não se afoga.
748
Quem boa cama fizer, nela se há-de deitar.
749
Quem brinca com o fogo queima-se.
750
Quem cabritos vende e cabras não tem, dalgum lado lhe vem.
751
Quem caça de coração é o dono do furão.
752
Quem cala, consente.
753
Quem cansa sempre alcança.
754
Quem canta antes d' almoço, chora antes do Sol posto.
755
Quem canta, seu mal espanta.
756
Quem casa filha, depenado fica.
757
Quem casa, quer casa.
758
Quem com farelos se mistura, porcos o comem.
759
Quem com ferros mata, com ferros morre.
760
Quem com os braços não pode, com os dentes acode.
761
Quem com porcos sonha, até o mato lhe ronca.
762
Quem come carne na vespera de Natal, ou é burro ou animal.
763
Quem come fel, não pode cuspir mel.
764
Quem compra barato, compra duas vezes.
765
Quem compra terras, compra guerras.
766
Quem confessa a verdade, não merece castigo.
767
Quem conhece o seu Coração, desconfia dos seus olhos.
768
Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto.
769
Quem convida de véspera, não quer que vá à festa.
770
Quem corre por gosto, não cansa.
771
Quem dá aos pobres, empresta a Deus.
772
Quem dá e volta a tirar ao Inferno vai parar.
773
Quem dá o pão, dá a educação.
774
Quem dá o que tem, a pedir vem.
775
Quem deixa o certo pelo incerto, ou é tolo ou pouco esperto.
776
Quem desconfia, não é de confiar.
777
Quem desdenha quer comprar.
778
Quem deve a Pedro e paga a Gaspar, volta a pagar.
779
Quem dívidas não tem, com a sua consciência está bem.
780
Quem diz tudo o que quer, ouve o que não gosta.
781
Quem é desconfiado não é sério.
782
Quem é pobre não tem vícios.
783
Quem é surdo, guarda segredos.
784
Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda
todo o ano em canseira.
785
Quem em Janeiro lavrar, tem sete pães para o jantar.
786
Quem em Julho ara e fia, Ouro cria.
787
Quem em Maio não merenda, aos finados se encomenda.
788
Quem em Maio relva, não tem pão nem erva.
789
Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
790
Quem em novo não trabalha, em velho come palha.
791
Quem em ruim terra nascer, sempre para ela há-de pender.
792
Quem empresta não melhora.
793
Quem encontrou sem muito procurar, é porque muito procurou sem
encontrar.
794
Quem espera sempre alcança.
795
Quem espera, desespera.
795
Quem está de fora, não racha lenha.
796
Quem está mal, que se mude.
797
Quem está vivo, sempre aparece.
798
Quem estraga velho, paga novo.
799
Quem fala no barco, quer embarcar.
800
Quem faz mal, espere outro tal.
801
Quem faz o que pode, a mais não é obrigado.
802
Quem feio ama, bonito lhe parece.
803
Quem guarda, acha; e quem cria, mata.
804
Quem longe vai casar, ou é enganado ou vai enganar.
805
Quem madruga, Deus ajuda.
806
Quem mais alto sobe, ao mais baixo vem parar.
807
Quem mais jura, mais mente.
808
Quem mal anda, mal acaba.
809
Quem mal entende, mal conta.
810
Quem me repreende, do mal me defende.
811
Quem meu filho beija, minha boca adoça.
812
Quem muitas estacas estancha, alguma lhe há-de pegar.
813
Quem muito apalpa pouco acerta.
814
Quem muito chora, pouco mija.
815
Quem muito dorme pouco aprende.
816
Quem muito fala, pouco aprende.
817
Quem muito se abaixa, o cu se lhe vê.
818
Quem namora pelo fato, leva o Diabo ao contrato.
819
Quem não aparece, esquece.
820
Quem não arrisca, não petisca.
821
Quem não chora não mama.
822
Quem não come por ter comido, não é mal de grande perigo.
823
Quem não confia, não é de confiar.
824
Quem não cria, não tosquia.
825
Quem não debulha em Agosto, debulha com mau rosto.
826
Quem não deve, não teme.
827
Quem não estorva, ajuda.
828
Quem não estraga não estreia.
829
Quem não governa a lenha, não governa a casa que tenha.
830
Quem não lerda não medra.
831
Quem não pede, não o ouve Deus.
832
Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele.
833
Quem não sabe ser caixeiro, que feche a loja.
834
Quem não sabe, é como quem não vê.
835
Quem não se fartou no comer, não se farta no lamber.
836
Quem não se ri ao mês, ou é tolo ou quem o fez.
837
Quem não se sente, não é filho de boa gente.
838
Quem não tem bois, não promete carrada.
839
Quem não tem bois, ou antes ou depois.
840
Quem não tem cão caça com gato.
841
Quem não tem dinheiro não tem vícios.
842
Quem não tem marido, não tem amigo.
843
Quem não tem padrinho, morre Moiro.
844
Quem não tem vergonha todo o mundo é seu.
845
Quem o alheio veste na praça o despe.
846
Quem o inimigo poupa, nas mãos lhe morre.
847
Quem parte e reparte e fica com a pior parte, ou é tolo ou não tem
arte.
848
Quem pássaros receia, milho não semeia.
849
Quem pede a Pedro e paga a Gaspar, volta a pagar.
850
Quem pega por moça, perde por força.
851
Quem planta no Outono, leva um ano de abono.
852
Quem poda em Março, vindima no regaço.
853
Quem porfia, mata caça.
854
Quem pouco sabe, depressa o reza,
855
Quem primeiro alça, primeiro calça.
856
Quem quer bom ervilhal, semeia-o antes de Natal.
857
Quem quer festa, sua-lhe a testa.
858
Quem quer sopas gordas, vaca nelas.
859
Quem quer, vai; quem não quer, manda.
860
Quem quiser bolota que a trepe.
861
Quem quiser fazer uma viagem em paz, não leve mulher, nem cão,
nem rapaz.
862
Quem quiser luxo, que lhe custe.
863
Quem quiser o alho cachapernudo, plante-o no mês do Entrudo.
864
Quem sabe do barco é o barqueiro.
865
Quem sabe falar, evita guerrilhar.
866
Quem sai aos seus não degenera
867
Quem saiba e pense, vence e convence.
868
Quem se deserda antes que morra, merece uma cachaporra.
869
Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos.
870
Quem se pica cardos come.
871
Quem se quer ver sempre se encontra.
872
Quem se rala morre cedo.
872
Quem se veste de ruim pano, veste-se duas vezes por ano.
873
Quem semeia ventos, colhe tempestades.
874
Quem seu amigo quiser conservar, com ele não há-de negociar.
875
Quem só mata, morre cedo.
876
Quem só uma ovelha tem, mil lobos a comem.
877
Quem te avisa, teu amigo é.
878
Quem tem amigos, não morre na cadeia.
879
Quem tem amores, tem dores.
880
Quem tem boca não manda soprar.
881
Quem tem boca, vaia Roma.
882
Quem tem calos, não se mete em apertos.
883
Quem tem capa sempre escapa.
884
Quem tem cu tem medo.
885
Quem tem filhos tem cadilhos.
886
Quem tem fome, cardos come.
887
Quem tem medo fica em casa.
888
Quem tem Saúde e Liberdade é rico e não sabe.
889
Quem tem sorte ao jogo não tem sorte aos amores.
890
Quem tem telhados de vidro, não deve atirar pedras ao do vizinho.
891
Quem tem unhas é que toca viola.
892
Quem tem vagar, faz colheres.
893
Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita.
894
Quem tudo quer vingar, cedo há-de acabar.
895
Quem tudo quer, tudo perde.
896
Quem vai à guerra, dá e leva.
897
Quem vai ao mar avia-se em terra.
898
Quem vai para a cama sem ceia, toda a noite rabeia.
899
Quem vê caras não vê corações.
900
Quem vier atrás, feche a porta.
901
Quem vive no convento é que sabe o que se passa lá dentro.
902
Querer é poder.
903

Queres um conselho, pede-o ao velho.


904
Ri melhor quem ri por último.
905
Ri-se o diabo quando o pobre dá ao farto.
906
Rogos de rei, mandados são.
907
Saber esperar é uma grande virtude.
908
Santos da Terra não fazem milagres.
909
Sapato branco em Janeiro é sinal de pouco dinheiro.
910
Sáveis por S. Marcos (25/04), enchem-se os barcos.
911
Se a Senhora das Candeias (02/02) rir, está o Inverno para vir.
912
Se chover antes de missa, toda a semana borriça.
913
Sê em Agosto cuidadoso e aguilhoa o preguiçoso.
914
Se em Outubro te sentires gelado, lembra-te do gado.
915
Se o Inverno não erra caminho, têmo-lo pelo S. Martinho.
916
Se o sapo canta em Janeiro, guarda a palha no sendeiro.
917
Se o velho pudesse e o novo quisesse, nada havia que não se
fizesse.
918
Se queres ser bom alheiro, planta alhos em Janeiro.
919

Se queres ver o teu corpo, abre o teu porco.


920
Se queres ver o teu marido morto, dá-lhe couves em Agosto.
921
Seda em Janeiro, ou fantasia ou falta de dinheiro.
922
Segundo lá escolhestes, assim cá vos contentai.
923
Semana Santa molhada, terra alterada.
924
Semeia e cria, e viverás com alegria.
925
Setembro, ou seca as fontes ou leva as pontes.
926

Sol de Junho, madruga muito.


927
Tanta chuva pelas candeias, tantas abelhas pelas colmeias.
928
Tanta vez vai o rato ao moinho, que um dia fica lá com o focinho.
929
Tantas cabeças, quantas sentenças.
930
Tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia lá fica a asa.
931
Tanto lês, que treslês.
932
Tanto vale cada um na praça, quanto vale o que tem na caixa.
933
Tantos dias de geada terá Maio, quantos de nevoeiro teve Fevereiro.
934
Tão ladrão é o que vai à horta, como o que fica à porta.
935
Tão ladrão é o que vai à vinha, como o que fica à espreita.
936
Tem o porco meão pelo S João (24/06).
937
Tempo de Santa Luzia, cresce a noite, minga o dia.
938
Tempo é dinheiro.
939
Temporã é a castanha que por Março arrebenta.
940
Todo o burro come palha, é preciso é saber dar-lha.
941
Todos os caminhos vão dar à ponte, quando o rio vai de monte a
monte.
942
Todos os caminhos vão dar a Roma.
943
Todos os pássaros comem trigo e quem paga é o pardal.
944
Tostão a tostão faz um milhão.
945
Tristezas não pagam dívidas.
946
Tudo em Novembro guardado; em casa ou arrecadado.
947
Tudo está bem, quando acaba em bem.

948
Um burro carregado de livros é um doutor.
949
Um dia, não são dias.
950
Um galo não canta no ovo.
951
Um homem atrapalhado, é pior do que uma mulher bêbeda.
952
Um mal nunca vem só.
953
Um olho no burro, outro no cigano.
954
Um olho no prato, outro no gato.
955
Um rico avarento, não tem amigo nem parente.
956
Um sabor tem cada caça, mas o porco cento alcança.
957
Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.
958
Uma coisa pensa o Baio, outra pensa o selador.
959
Uma maçã por dia, dá uma vida sadia.
960
Uma mão lava a outra e as duas lavam a cara.
961
Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade.
962
Uns comem os figos, a outros rebentam-lhe os lábios.

963
Vão os anéis mas fiquem os dedos.
964
Vaso ruim não quebra.
965
Vê-se na adversidade o que é a amizade.
966
Velho casado com nova, filhos até à cova
967.
Velho casado com nova, ou corno ou cova.
968
Velho e namorado, cedo enterrado.
969
Velhos são os trapos.
970
Vem a guerra, vai a guerra, fica a terra.
971
Vento de Ramos, vento do ano.
972
Verdura de Janeiro, não vai a palheiro.
973
Vindima molhada, pipa depressa despejada.
974
Vinho verde em Janeiro, é mortalha no telheiro.
975
Viver não custa, o que custa é saber viver.
976
Voz corrente muito mente.
977
Voz do povo, voz de Deus.
978
Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.
979
Zurros de burro não chegam aos céus.
980
A mão preguiçosa empobrece, mas o trabalho enriquece.
981
A memória dos justos é bendita, mas o nome dos injustos apodrece.
982
O tolo fica satisfeito com sua conduta, mas o sábio obedece ao
conselho.
983
Depois da soberba vem a desonra, mas com os humildes está a
sabedoria
984
A cidade prospera com a bênção dos retos, mas se destrói pela
boca dos injustos.
985
Quem ama a correção ama o saber, quem detesta a correção torna-
se imbecil.
986
O tolo mostra logo a sua raiva, mas a pessoa esperta disfarça a
ofensa.
987
O preguiçoso não ganha seu sustento, mas o trabalhador se torna
rico.
988
A mente de quem planeja o mal é amarga; e quem aconselha a paz
vive tranquilo.
989
O conselho do sábio é fonte de vida, para evitar os laços da morte.
990
Esperança que tarda deixa doente o coração; desejo que se realiza
é arvore de vida.
991
Os projetos fracassam por falta de consulta, mas prosperam quando
há muito conselheiros.
992
Homem colérico provoca disputas; homem paciente acalma brigas.
993
Coração contente alegra o rosto, mas coração aflito deprime o
espírito.
994
Mas vale o pouco com justiça, do que muitos ganhos violando o
direito.
995
Antes da ruína vem o orgulho e antes da queda a presunção.
996
Quem fala pouco possui a ciência, e o home inteligente mantém a
calma.
997
O insensato não gosta da descrição, só quer espalhar o que pensa.
998
Quem paga o bem com o mal, terá sempre o mal em casa.
999
É melhor ser humilde com os pobres do que repartir despojos com
os soberbos.
1000
Mais vale um pobre de conduta íntegra do que um rico de costumes
perversos.

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