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UNIVERSIDAD NACIONAL DE ROSARIO

FACULTAD DE HUMANIDADES Y ARTES

ESCUELA DE LENGUAS

LICENCIATURA EN PORTUGUÉS

Trabalho Final:

ESTADO DA ARTE DAS AMAS DE LEITE

Disciplina: Introducción a la metodología y a las técnicas de la investigación

Prof.ª Dr.ª VIRGINIA RUBIO SCOLA

ARÁMBURU, Gabriela
Registro: A-3207/7
E-mail: gabiaramburu1@gmail.com

ROSÁRIO, março de 2022


SUMARIO
Introdução:..............................................................................

.............3

2. Desenvolvimento: ........................................................................... 3

2.1 Contextualização das Amas de leite no Brasil ................. 3

2.2 Como eram consideradas/ tratadas/ representadas e o

que precisavam delas? ................................................................................. 7

2.3 Ponto de vista da medicina sobre as amas de leite

gestão dos corpos ........................................................................................ 10

3. Considerações finais: .................................................................. 11

4. Referências bibliográficas: ....................................................... 11


Tema: AMAS DE LEITE NO SECULO XIX EM BRASIL.

1. Introdução:
Neste trabalho o tema do qual vamos falar ou apresentar e as amas de
leite no século XIX.
Os principais pontos a tratar no desenvolvimento deste artigo ou estado
da arte são:
Índice
Autores clássicos para a contextualização Freyre e Alencastro
Como eram consideradas/ tratadas/ representadas e o que precisavam
delas?
Diferença amas de leite e ama seca
Ponto de vista da medicina sobre as amas de leite gestão dos corpos

2. Desenvolvimento:

2.1 Contextualização das Amas de leite no Brasil

Tendo em conta dois pensadores clássicos como são Gilberto Freyre


(2003), Luiz Felipe de Alencastro (1997) e Robson Roberto Silva (2016), vamos
fazer uma contextualização sobre o lugar dos escravos e a importância das
mulheres amas de leite na sociedade brasileira do séc. XIX. Segundo os autores
mencionados as amas de leite representam uma figura capaz de criar ou moldar
parte do que hoje conhecemos como cultura brasileira ou do Brasil.
as mulheres negras desenvolverão um papel importante na história do
brasil. Sendo inseridas no sistema escravocrata como serviçais nas fazendas,
lavadoras [...], assim e que se perpetuou a escravidão no brasil. Outra ocupação
que podia ter a mulata negra era de objeto sexual dos senhores. Isto ocorria
porque os senhores da fazenda, imponham o direito senhorial de utilizá-las ao
seu bel prazer.
Com esta cita apresentada abaixo Robson (2016: 305), reconhecemos
que com a abolição da escravatura todas as mulheres que eram tratadas de
alguma maneira com mais afeto o respeito por seus donos; começaram a sofrer
a rejeição e o desprezo da família patriarcal como o resto dos escravos
Por fim, as amas-de-leite escravas eram tratadas como
qualquer escravo, como mercadoria, a visão idílica de reconhecimento
e inclusão dessa escrava a família patriarcal era algo que raramente
acontecia. Durante a segunda metade do século XIX, muitas
transformações estruturais e socioeconômicas ocorreram no sistema
da escravidão brasileira, especialmente após a proibição do tráfico
negreiro em 1850 e com o crescimento dos centros urbanos; o eixo das
relações escravistas vai gradativamente se deslocando das casas-
grandes e das fazendas cafeeiras para os sobrados nos centros
urbanos. Essas mudanças estruturais também afetaram as relações
sociais entre senhores e escravas

Segundo com a interpretação desta cita julgamos que a relação com os


escravos; pero por sobretudo com as amas de leite tornou-se complicada não só
pôr o crescimento das cidades se não pela chegada de mulheres brancas
Portuguesas vindas dos açores e dos outros pontos onde se encontravam
colônias de Portugal, muito mais acostumadas a viver dentro da cidade.
Finalizando com o autor; vamos divisar superficialmente como eram vistas
as amas de leite desde o avistamento médico.
Robson (2016: 311) nesta cita, na qual se pode captar que por todas as
teorias científicas racistas vindas da Europa e consumidas pela elite médica do
país; as amas de leite já não eram confiáveis eram vistas desta forma porque
estas mulheres para dar-lhes ou procurar uma boa vida para seus filhos tinham
que abandoná-los a sua sorte. Tudo isto por não ser zelosas dos cuidados
higiênicos ao momento de aleitar as crianças brancas.
Naquela época, devido principalmente a difusão das teorias
cientificas racistas europeias do final do século XIX consumidas pela
elite médica das cidades brasileiras, as amas-de-leite escravas eram
consideradas menos confiáveis, pois abandonavam seus filhos pelo
dinheiro do aluguel como amas de leite, e menos zelosas com os
cuidados higiênicos no aleitamento das crianças brancas, recebendo o
termo pejorativo de “mercenárias”. Segundo a pesquisadora Sandra
Sofia Machado Koutsoukos
Seguindo a Gilberto Freyre em sua obra Casa grande e Senzala, este
lugar que dá nome a obra de 1933 e um edifício onde por um lado temos a os
escravos negros vindos de distintas partes de África; que tinham sua própria
linguagem e viveram na senzala lugar apartado da casa grande onde viviam a
família patriarcal ( senhor do engenho ( era quem manejava as plantações de
cana de açúcar), a senhora de engenho ( quem era insidiosa das mulheres
pretas por sua beleza) e o bebe da família quem num futuro vai mudar os
elementos de lugar ao relacionar-se com sua ama de leite.) Estes dois mundos
(a casa grande onde se falava um tipo de português que não era igual ao da
senzala.) Tendo assim mundos completamente distintos num mesmo espaço;
distintos no sentido que cada um tinha sua própria linguagem e culturas. Freyre
no capítulo 4 apresenta principalmente a todos os escravos como pertencentes
a uma raça inferior à branca e às mulheres como feiticeiras leva maridos. Mas
com o tempo a relação entre ambas mudou, e a preta por distintas questões
expostas começou a amamentar o filho da dona; dando a ele bebê branco filho
do senhor patriarca da casa grande (senhor de engenho) o amor que muitas
vezes não conseguiu dar a seu próprio filho porque não conseguiu cuidar dele
ou ele (seu bebê) nasceu morto ou foi tirado dela pelo senhor do engenho .
Quando a negra ou ama de leite passou o período de amamentado da criança
período que pode durar dois ou mais anos e por outras questões mais
salientadas no texto se formou uma relação afetiva com a família senhorial o que
lhe permitiu sua liberdade à mulher negra; e passou a considerar-se parte da
família na qual trabalhava sendo escrava.
Freyre (2003: 414) expressa a seguinte ideia com respeito à linguagem:
A linguagem infantil também aqui se amoleceu ao contato da
criança com a ama negra. Algumas palavras, ainda hoje duras ou acres
quando pronunciadas pelos portugueses, se amaciaram no Brasil por
influência da boca africana. Da boca africana aliada ao clima - outro
corruptor das línguas europeias, na fervura por que passaram na
América tropical e subtropical.
o expressado neste parágrafo apresenta que a ama de leite junto com a
criança branca formou uma aliança que permitiu que o português falado nas
casas grandes, que era um totalmente distinto ao da senzala dado que em cada
espaço se viviam vidas totalmente diferentes, mas isso foi algo já desenvolvido.
Na segunda cita (2003: 415) onde a união ou aliança entre estas mulheres
Amas de leite /mucamas/ etc., com as crianças da casa grande criou um
português diverso; não só na fala se não também da gramática. Cosa que os
jesuítas não conseguiram fazer com os meninos índios.
Para fechar esta pequena contextualização da linguagem influenciada
pelo africano, Freyre (2003: 416) descreve a união ou convivência pacífica de
todos os moradores da casa grande, todo isto ocorreu pela unificação da
linguagem.
Mesmo a língua falada conservou-se por algum tempo dividida em
duas: uma, das casas-grandes; outra, das senzalas. Mas a aliança da
ama negra com o menino branco, da mucama com a sinhá-moça, do
sinhozinho com o moleque acabou com essa dualidade. Não foi
possível separar a cacos de vidro de preconceitos puristas forças que
tão frequente e intimamente confraternizavam.
Nos parágrafos apresentados com anterioridade, podemos ver uma das
influências ou contato entre a cultura africana das amas de leite com a família da
casa grande; porquanto não é tudo o que fizeram até o momento. Apresento esta
ideia porque as amas de leite ou mucamas não só formavam um laço afetivo
com as crianças, mas também com suas famílias.
Luiz Felipe de Alencastro (1997) no seu livro História da vida privada no
Brasil o autor salienta que não só na Europa e no brasil existiu essas práticas de
amamentação; mais também na América do Norte. Era uma prática muito
comum, por esta ração não só as mães da classe elevada ocupavam este
recurso permitindo assim ver que se encontrava na escala inversa ou oposta da
renda familiar (Alencastro, 1997: 63). Comentado [Ui1]: rever redação muito confuso

Por todo o apresentado supra podemos dizer que os senhores de


escravos os mesmos que controlam a casa grande onde se fazem as plantações
de açúcar exploravam este mercado alugando ou vendendo as cativas a
terceiras pessoas no período pós-natal delas. Alencastro (1997: 64) destaca o
fato que nos anos 1850 começam a vir para o império imigrantes das diferentes
colônias portuguesas, com habitantes brancos. No texto menciona-se
principalmente que chegaram das ilhas açores.
[...]"Se aluga urna senhora branca com abundância de leite,
moca, sadia, robusta e carinhosa para criança”. Nessa época, a
imigração portuguesa, e em particular a originária dos Açores, mais
feminizada, traz para a corte uma oferta de amas-de-leite brancas que
passam a competir com as mucamas de aluguel, tornando mais
complicado o debate sobre a amamentação. Uma oferta de 'senhora” -
como especifica o anúncio, que inverte o pronome pessoal se,
mudando a partícula apassivadora do verbo pronominal em objeto
direto, Ativo: uma mucama é posta a alugar-se pelo seu proprietário, a
senhora livre se aluga ela própria (Alencastro 1997: 64).
Com o evidenciado podemos compreender que a vida não era simples
para as mulheres de cor sobretudo neste período em que as imigrantes
começaram a tomar os postos de trabalho delas; neste caso era ser ama de
leite.; mencionado isto se pode olhar como o mercado das amas de leite muda
ao ter que competir a cativa preta com a imigrante portuguesa quem era vista
como alguém muito mais feminizada e preferível pelas pessoas da corte sobre a
mãe-preta. Depois do exposto, podemos constatar que no Brasil do século XIX
a vida não era fácil para as amas de leite já que eram desprezadas por causa de
todos os preconceitos feitos contra a sua raça.
Entre os três autores tomados para fazer esta contextualização presencia-
se que no século XIX as coisas para as amas de leite não eram cor de rosa, mas
de algum modo lograram por de sua parte junto com o resto dos escravos para
criar a cultura de hoje em dia. Muitos temas dos que foram apresentados eram
coisas trabalhadas pôr os três, mas por distintas indagações no momento de ler
as obras decidiu-se fazer algumas coisas de todas as que trabalharam em suas
pesquisas e o resultado disso e todo o corroborado nestes parágrafos que com
muita dedicação destaparam-se.

2.2 Como eram consideradas/ tratadas/ representadas e o

que precisavam delas?

Do ponto de vista de Talita de Souza Agostini (2021), Barbara Canedo r.


Martins (2012), Maria Elizabeth Ribeiro Carneiro (2007) será abordado de que
forma as amas de leite eram consideradas, tratadas e para que eram
necessárias. Talita de Souza Agostini (2021) apresenta a seguinte ideia:
recuperar a voz e a representatividade para aquelas
duplamente marginalizadas e que durante a história foram restritas à
subordinação do poder hegemônico ocidental e, portanto, são
silenciadas e estereotipadas de modo a reforçar sua condição de
subalternidade[...] devido a sua raça e gênero, e consequentemente,
extingue a representatividade nas potências metropolitanas do sistema
colonial português. Nesse sentido, além de entender estas mulheres
na divisão do trabalho social, o estudo busca recuperar as vozes
silenciadas e estas adentrarem no campo da História das Relações
Internacionais. (Souza Agostini, 2021)
Assim, no século XIX as mulheres negras não tinham voz para defender-
se desses abusos. Seguindo a autora as amas de leite tinham distintas funções
que podiam cumprir como por exemplo: casas ou fazendas em atividades de
produções domésticas, nos comércios locais, e em plantações.
Outra autora que pode ter esta mesma ideia e Maria Elizabeth Ribeiro
Carneiro (2007) a qual apresenta como eram vistos os corpos destas mulatas,
principalmente os atributos e singularidades delas.
A partir do tomado de Carneiro relaciona-se com a ideia de Souza; de que
em estudos assim expõem-se questões de gênero expondo a mulher preta, mais
conhecida como ama de leite como mais frágil e sendo duplamente silenciada;
tendo desta maneira poucos espaços donde poder falar, ou seja, donde há
difusão de sua fala.
Souza (2021:16) apresenta muita mais informação a partir da seguinte
cita:
A posição da mulher subalterna é grave, uma vez que elas são
inseridas às margens das estruturas de poder global, devido à
ideologia de gênero dominante masculina, e vivenciam a
marginalização e o silêncio perpétuo de sua voz em virtude do seu
gênero. Não há valor atribuído à mulher, sobretudo as pretas,
estabelecendo que estas mantenham-se “no espaço delimitado
ideologicamente e que lhe foi destinado. Um espaço que não é central,
mas periférico, não é dentro do, mas fora do círculo. E a fotografia,
estabelecida como um, instrumento de “poder simbólico” auxilia na
legitimação desta condição.
compreendemos que não se pode fazer muito uma vez que são inseridas
dentro das margens das estruturas que tem o poder global; tudo acontece porque
o gênero dominante e o masculino o que não permite que a mulher possa ter sua
voz ao tratar diferentes argumentos. Outro ponto a ser mencionado e que não
tinham assignado a elas nenhum valor o que ocasionava que sempre se
mantiveram no espaço que foi ideologicamente destinado a elas.
Retomando a Ribeiro Carneiro (2007:122- 123) onde o corpo da ama de
leite era visto para cumprir determinadas funções:
De imediato, os anúncios sinalizam para a demanda pelo leite
sadio, mas, além dele, demonstram uma expectativa em relação a
prendas outras da vida doméstica. Os enunciados sugerem que,
paradoxalmente, apesar de reconhecidas pela capacidade para nutrir
- que as igualava à utilidade das cabras e das vacas -, apesar de serem
tomadas como objetos de compra, aluguel, troca e de uso, sem que a
elas fosse reconhecida a posse do próprio corpo e, geralmente, do
próprio filho ou filha, desejava-se que sobrevivessem a sucessivos
desterros e desenraizamentos e pudessem manifestar o traço de
humanidade pela capacidade de exercitar o carinho em relação aos
rebentos de famílias proprietárias.
A principal temática ressaltada nesta cita e o que ofertavam ou pediam
das amas de leite, não nos referimos só a seu caráter ou caraterísticas físicas
se não ao que tinham que saber; tudo decorria assim porque eram vistas como
objetos que tinham que deixar sua própria família de lado para trabalhar no que
seja conveniente para ela o seu dono. Isto expressado no outro parágrafo tem a
ver que as mulheres pretas não sempre as ofereciam os senhores de engenho
se não elas próprias para ter ingressos ao ser libre. A ideia final salienta que as
amas de leite não eram humanas por questões expostas com anterioridade e
que com o tempo dedicado a criança branca pudessem aprender a ter carinho
por esses que não eram seus filhos. De todas as questões faladas pode dizer-
se que as autoras desarrolhadas até o momento têm conceitos em comum com
Barbara Canedo r. Martins, quem considera as amas de leite como:
Mesmo que a presença da escrava ama-de-leite na família
patriarcal estivesse localizada no tempo e no espaço, a sua
representatividade e significado não se esgotam A imagem da ama-de-
leite e até hoje reapropriada e reelaborada em movimentos sociais, ou
mesmo por alguns historiadores, que a veem como um símbolo de
expropriação do sistema escravista sobre a mulher cativa (Canedo
r.
Martins, 2012)
Tendo em conta a ideia salientada do artigo da autora (2012, página 143)
podemos saber que foi uma figura com uma representatividade que não se
esgota, isto demonstra que as amas de leite tinham uma grande influência dado
que hoje em dia e uma estampa da qual os movimentos sociais querem
reapropriar-se e reelaborar ela.
À medida que nos adentramos no tema a tratar podemos ver que os
autores trabalhados anteriormente e estas três com as quais nos encontramos
batalhando neste momento se relacionam ou por ter as mesmas ideias ou por
algum retomar a ideia expressada do outro.
Para unir todo o revelado neste ponto por estas autoras e os trabalhados
no ponto anterior vamos extrair uma cita de Talita de Souza Agostini (2021: 22-
23) para demonstrar que tinham em comum estás três pensadoras:
Neste cenário, surgem as amas de leite, uma escrava
comercializada que nutre o corpo e alma de crias brancas, e que não
detém qualquer vínculo com a sua identidade e com o seu povo. O
autor Gilberto Freyre (1978, p.361) é um dos autores que argumentam
a favor à atividade servil das amas pretas, declarando que “para ama
de leite não há como uma negra”, visto que as mulheres brancas eram
consideradas frágeis, franzinas e debilitadas para o ato da
amamentação, além de engravidarem com recorrência, enquanto as
mulheres pretas eram melhores no ato de lactação por serem mais
voluptuosas, resistentes e acostumadas com o calor dos trópicos. [...]
As amas de leite não poderiam ser indóceis e insubmissas, sua posição
de inferioridade, incita a ideia de uma disponibilidade ilimitada do corpo
negro feminino, insinuando a sexualidade que se pretende imprimir à
flor da pele. São corpos que se distribuem, se exploram, e se
negociam, e dos quais se detém posse em seu precioso desvalor
Reconhece-se o que marca Canedo (2012), isso seria que este trabalho
da mulher preta como ama de leite se encontrava matizado com muitas cores e
possibilidades; dando assim distintas maneiras de analisar o espaço no qual elas
estavam inseridas. Não só isso, se não também de estudar como faziam para
ter contato muito mais íntimo com a família de senhores e a dos locadores; dando
assim passo a estudar quais eram as distintas formas de negociação que
permitiam as condições deste trabalho.
Retomando a Ribeiro Carneiro se pode apreciar como o que ela nomeava
em seu trabalho do corpo e das caraterísticas das negras se encontram
presentes no pensamento de Talita de Souza Agostini que nesta cita aporta as
questões já tratadas do gênero e a subalternidade da mulher frente ao dominante
dentro do poder global.
2.3 Ponto de vista da medicina sobre as amas de leite

gestão dos corpos


Para finalizar o trabalho a autora que vão ser trabalhada É: koutsoukos
Sandra Sofia Machado (2009), desta pensadora vamos extrair as ideias sobre o
campo da medicina e a relação com as amas de leite.
Koutsoukos (2009:308) apresenta a seguinte ideia onde pode observar-
se a situação da ama de leite como alguém capaz de prejudicar a família branca;
e a crítica e os pensamentos funestos dos médicos; os quais chamavam de
forma despectiva a estas mulheres amas de leite. O termo que utilizavam era
“aleitamento mercenário”.
Em finais do século XVIII e durante todo o seguinte, surgiram
no Brasil numerosas críticas com relação ao convívio ‘íntimo’ da família
branca, no interior dos lares, com os negros escravos. Como
mencionado anteriormente, tais críticas se tornaram mais frequentes a
partir da década de 1850 e vinham, a princípio, de médicos que
condenavam o aleitamento pelas amas-de-leite, chamando-o
depreciativamente de ‘aleitamento mercenário’. A suspeita com
relação às criadas domésticas em geral aumentara muito nessa época,
devido sobretudo às epidemias de febre amarela e cólera – as criadas,
tendo maior contato com a rua, poderiam ser portadoras de doenças e
transmiti-las à família de seus patrões. Com a chegada de número
cada vez maior de estrangeiros e, ainda, no afã de ‘europeizar’ o país,
de se ‘civilizar’ (o que incluía necessariamente a diminuição do número
de pessoas negras ao redor da família), tais críticas foram-se
intensificando: a presença dos escravos corromperia moral e
fisicamente a família. E assim como as teses de médicos, boa parte
dos tratados antiescravistas também tinha como tema central a
influência maléfica da escravidão no seio da família branca.

Pela aparição da epidemia de febre amarela e a de cólera, as amas de


leite ou as mulheres pretas são as que mais saiam e tinham contato com a rua,
causando assim desconfiança e suspeita delas já que poderiam ser portadoras
de alguma destas enfermidades e contagiar à família de seus patrões.
A última ideia apresentada neste parágrafo e que a povoação desse então
não aceitava ter tantos povoadores negros, incentivando dessa maneira a
imigrantes de distintas partes do mundo a civilizar (mais verdadeiramente a
europeizar brasil; para deste modo diminuir o número de negros ao redeador das
famílias senhoriais). Porque se ponderava que os escravos corromperiam
moralmente as famílias com as quais viviam.

A autora (2009:311-12) neste parágrafo denomina que as amas que eram


livres vendiam seu leite por vontade, não obstante eram vistas com bastante
desconfiança e acusadas de tentar enganar os médicos. Podendo deste modo
esconder doenças ou que seu leite era fraco, condenando-as dessa forma como
“mercenárias”.
As amas livres ou forras (brancas ou negras), porque vendiam
seu leite de livre vontade, costumavam ser vistas com bastante
desconfiança e acusadas de tentar enganar os médicos, escondendo
doenças ou o fato de seu leite ser ralo e fraco. Alguns as condenavam,
denominando-as ‘mercenárias’, por deixarem de lado seus próprios
bebês ainda bem pequenos para obter a convidativa renda da venda
do próprio leite. Poucos, porém, conseguiram perceber o sacrifício de
mulheres pobres que se empregavam como amas. Muitas só
procuravam esse serviço após amamentar durante meses seus
próprios filhos, garantindo-lhes, assim, melhores oportunidades de
sobrevivência. Apenas as mais necessitadas (desesperadas mesmo)
procuravam trabalho como amas imediatamente após o nascimento de
seus bebês. Fato é que, para garantir a sobrevivência dos filhos dos
mais abastados, filhos de pessoas menos favorecidas morriam.

A última ideia exposta pela autora e com a que fecharemos o trabalho e


nosso ponto e que poucas pessoas logravam perceber o sofrimento pelo qual
passavam as amas de leite (encontravam-se divididas em dois grupos distintos
um era mais necessitado do que o outro, isto era assim porque havia amas de
leite muito necessitadas que começavam a procurar trabalho apenas pariam. O
fato é que, para garantir a sobrevivência dos filhos dos mais abastados, filhos de
pessoas menos favorecidas morriam. As outras amas de leite procuravam esse
serviço após amamentar durante meses seus próprios filhos, garantindo-lhes,
assim, melhores oportunidades de sobrevivência.)

3. Considerações finais:

4. Referências bibliográficas:

Alencastro, L. F. de. “Vida privada e ordem privada no Império”. (1997) In:


Alencastro (coord.) História da vida privada: 2. São Paulo: Companhia das letras,

Agostini, T. D. S. (2021). As representações das amas de leite na


iconografia da colonial idade portuguesa de 1870-191240 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Curso de Relações Internacionais) Universidade Federal
de São Paulo
Carneiro, M. E. R. (2007). Uma cartografia das amas-de-leite na
sociedade carioca oitocentista. Revista Ibero-Americana de Ciência da
Informação, 15(1/2), 121-142.

Freyre, Gilberto. (2001[1933]) Casa-grande e senzala. 43ª ed. Rio de


Janeiro: Ed. Record.

Koutsoukos, S. S. M. (2009). 'Amas mercenárias': o discurso dos doutores


em medicina e os retratos de amas-Brasil, segunda metade do século
XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 16(2), 305-324.

Martins, B. C. (2012). Reconstruindo a memória de um ofício: as amas-


de-leite no mercado de trabalho urbano do Rio de Janeiro (1820-1880). Revista
de História comparada, 6(2), 138-167.

Silva, R. R. (2016). A presença das amas-de-leite na amamentação das


crianças brancas na cidade de São Paulo no século XIX. Antíteses, 9(17), 297-
322.

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