Aluno Pentecostal
A MENSAGEM ÀS SETE
IGREJAS PARA NOSSOS
DIAS
Pr. José Thiago
Texto áureo: “Eu fui arrebatado
no Espírito no Dia do Senhor, e
ouvi detrás de mim uma grande
voz, como de trombeta, que
dizia:Eu sou o Alfa e o Ômega, o
primeiro e o derradeiro; e o que
vês, escreve – o num livro, e envia
– o às sete igrejas que estão na
Ásia: Éfeso, e a Esmirna, e a
Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e
a Filadélfia, e a Laodiceia.” (Ap
1.10,11)
INTRODUÇÃO
Essa lição tem por
objetivo apresentar um Raio – X da
igreja com base no olhar
perscrutador do Senhor
direcionado para a sua igreja no
primeiro século, olhar esse que
revelou perfis que acompanhariam
comunidades cristãs por toda a sua
história. A abordagem usada aos
cristãos no passado pode e deve ser
usada com os crentes de hoje, pois
Aquele que tem os sete castiçais à
sua destra e passeia pelo meio
delas, escolheu sete igrejas
especificas para construir uma
mensagem atemporal, ou seja
Igreja de Deus
1
Apocalipse sempre seria uma
profecia atual.
.
I. “AS COISAS QUE SÃO”
1. A atualidade do
diagnóstico de Cristo
Interessante observar como
ecoa e verbera a expressão
evidenciando uma
atemporaneidade e atualidade do
diagnóstico divino sobre a
condição espiritual da sua igreja.
Um raio – X da situação do
corpo de salvo que talvez para o
apóstolo estava invisível, porém
para “aquele que tem olhos como
chama de fogo” perscrutando tudo
e todos, nada é oculto. Temos
reveladas características em cada
igreja que seriam vistas por todo o
corpo de Cristo espalhado no
mundo inteiro, assim escrevendo as
sete igrejas João estava alcançando
não só as igrejas asiáticas, mas a
todos os cristãos. Por exemplo,
temos a perseguida Esmirna que
sofria perseguições de duas frentes,
de um lado os judeus que
hostilizavam e combatiam o
avanço do cristianismo, do outro,
os pagãos da cidade que desde o
início da ascensão de Roma já eram
súditos fieis, provaram isso
erigindo um templo a deusa Roma
em 195 a. C. Perseguições
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ideológicas e políticas nunca
sessarão, dados da missão portas
abertas estima que mais 260
milhões de cristãos sofrem algum
tipo de perseguição religiosa em
todo o mundo, dos 50 países
listados como fechados ao
cristianismo a Coreia do Norte
lidera o ranking desde de 2002.
Desde de 2018 aumenta os
casos de cristãos mortos no
continente africano movidos por
grupos islâmicos extremistas, a
China e a já citada Coreia do Norte
vem adotando políticas oficiais
contra o cristianismo. Diante dessa
situação o que esperar? Podemos
repousar no que foi dito aos
cristãos de Esmirna no verso 10,
não temer... por trás da inveja dos
judeus e do ódio e intolerância dos
pagãos estava uma promoção
diabólica, mas acima de tudo
estava a soberania Daquele que é
Senhor de tudo, tanto que delimita
o tempo da provação e a descreve
aos seus servos. Outra coisa a fazer
em dias de perseguição é sê fiel,
esses cristãos cidadãos de Esmirna
tinham sido fieis a Roma durante a
história agora pertencentes a
cidadania do céu eram convocados
a prestar uma fidelidade ao Senhor
a todo o custo.
2. A abordagem de Cristo.
Igreja de Deus
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Jesus ordena que se escreva
ao anjo daquela igreja,
primeiramente devemos entender o
uso da palavra angelos do grego,
significando mensageiro. O Senhor
estava depositando a
reponsabilidade de tratar,
repreender, resgatando – a do erro
e ensinando – a com aquela
revelação na pessoa do seu líder,
apesar de não ser usual o termo
para os pastores vemos um uso
parecido em outra passagem do
Novo Testamento ao profeta João
Batista em Marcos 1:2. Após
especificar a pessoa responsável
por receber a mensagem, citava a
referida igreja para que não
houvesse dúvidas que o Senhor
tinha uma palavra para todos e não
só para um indivíduo, na
continuação era apresentado um
aspecto da aparência de Cristo
revelada a João na ilha de Patmos
relacionando – se com cada igreja
de acordo com seu diagnóstico, em
seguida vinha uma avaliação da
saúde espiritual da igreja
individual, palavras de louvor,
exortação e reprovação seguidas de
promessas ao vencedor,
finalizando com uma ordem solene
para darem ouvidos ao que o
Espírito tem a dizer às igrejas, ou
seja, durante a apresentação
daquela revelação de Jesus o
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Espírito Santo iria militar na
consciência de cada cristão.
II. AS IGREJAS SEM AMOR
1. Éfeso a igreja que perdeu
seu amor.
Imagino que ao lançar a
profecia do esfriamento do amor
em Mateus 24:12, Jesus não estava
a olhar somente para o mundo, mas
seus olhos estavam alcançando
também a igreja. Éfeso era uma
rica e próspera cidade famosa por
abrigar uma das sete maravilhas do
mundo, o templo de Diana,
Ártemis para os romanos. Uma
cidade que tinha como fonte de
suas riquezas o comércio e a
religião, ostentava também sua
forte ligação com o império através
do templo dedicado aos Sebastoi (a
família de Vespasiano, Tito e
Domiciano), essa estreita ligação
colocava os cidadãos a mercê dos
prefeitos que ordenavam o culto
nos jardins do templo e profissão
pública de fé “César é Senhor”.
Diante dessa situação, o
Senhor tem um elogio a fazer a sua
igreja, que resiste constantemente
as investidas com obras, trabalho e
perseverança, porém sem amor.
Todo o labor e o zelo eram
sem fervor e mecânico, estavam
acostumados com a rotina religiosa
Igreja de Deus
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faziam bem feito, mas sem
envolver o coração na obra.
Mais de uma década depois
identificamos em um escrito
patrístico, uma carta de Inácio,
bispo em Antioquia endereçada a
igreja de Éfeso que essa vinha
sobrevivendo e ao que parece tinha
resgatado o amor que havia
perdido. “Inácio, também chamado
Teóforo, à Igreja que foi
grandemente abençoada com a
plenitude de Deus Pai,
predestinada antes dos séculos
para existir sempre, para uma
glória que não
passa, inabalavelmente unida,
escolhida na paixão verdadeira,
pela vontade do Pai e de
Jesus Cristo, nosso Deus”
(SAUDAÇÃO DE INÁCIO AOS
EFESIOS EM SUA CARTA)
Essa saudação descreve,
décadas depois, uma igreja que
recebeu e entendeu de fato sua
condição real nos dias de João e
acolheu de pronto as constatações
do seu Senhor que conhece sua
igreja com profundidade, gerando
um senso de perca e a valorização.
Todas as vezes que a igreja
perder o brilho das primeiras obras,
essa mensagem se faz necessária. E
a admoestação do Senhor foi
“lembra...” e “arrepende...” a
lembrança deveria constranger os
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cristãos de Éfeso pela forma que
conduziam sua vida de fé os
levando a fazer um caminho
retrospecto a procura do primeiro
amor. Deus adverte e dá a solução,
mas eu é que devo percorrer o
caminho.
2. Sardes, a igreja que
morreu por isso não ama
mais.
Aquele que não deixa de
cuidar de sua igreja por causa de
suas falhas, provando que tem um
olhar pleno direcionado a ela e que
tem dedicado plenamente a
presença avivadora do seu Santo
Espírito se volta para Sardes, uma
igreja que estava situada em um
monte quase inacessível, mirando o
vale Herma, em tempos antigos já
havia sido a capital da Lídia. Seu
povo era conhecido por sua
arrogância e autoconfiança que
foram quebradas pela primeira vez
em 549 a. C. por hábeis soldados
que em uma escalada noturna
chegaram a um fenda no alto e
abriram caminho para a conquista.
Nos dias do novo testamento,
mesmo sendo um importante
centro industrial produtor de lã e
tinturaria e promovendo com zelo o
culto ao imperador, era uma cidade
reduzida a uma relativa escuridão.
A igreja nessa localidade
aparentemente estava ativa e
Igreja de Deus
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demonstrava está viva perante as
demais comunidades cristãs, mas
Aquele que sonda o interior da sua
igreja conhecia o real estado de
Sardes, ele declara que ela estava
morta, mas que morte seria essa?
Será que Jesus estava
prenunciando um martírio daquela
igreja? O próprio contexto da
repreensão revela que esta morte
era espiritual que só pode ser
enxergada com o olhar
perscrutador de Cristo.
Impressionante como os
seres humanos conseguem enganar
a terceiros, porém a Deus ninguém
consegue enganar, “conheço tuas
obras” (v.1) a igreja de Sardes
tinha uma reputação de vitalidade,
mas havia indícios da sua real
condição nas obras dela, por isso a
vista de Deus estava morta. Este é
o quadro no geral do cristianismo
atual, prospero externamente,
ocupado com as coisas externas da
atividade religiosa, mas sem vida e
poder. Assim como o recado a
igreja em Éfeso, essa era exortada
a lembrar levando o olhar da igreja
para aquilo que algumas décadas
atrás havia recebido, isso deveria
gerar o mesmo constrangimento
sentido pelos irmãos efésios, pois o
arrependimento começa com o
reconhecimento e o
constrangimento.
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3. Laodiceia, uma igreja
morna em sua forma de
amar.
De todas as igrejas, essa é a
mais afetada por sua condição, não
há nada de elogiável nela. A igreja
de Éfeso legalista ainda conservava
algo de bom; a idolatra Tiatira tinha
a favor dela seu amor, serviço e sua
fé que se manifestavam crescentes,
mesmo ante a idolatria e a
libertinagem induzida por uma
certa Jezabel; a igreja em Pérgamo,
que apesar de sua resistência em
reter o nome do Senhor, está
sediada onde satanás colocou seu
trono, essa colocação de Jesus pode
estar ligada ao fato de Pérgamo ter
sido a primeira cidade da Ásia a
incentivar abertamente o culto ao
imperador dedicando em 129 a. C.
um templo “ao divino Augusto e a
deusa Roma” era utilizado o título
soter para os deuses gregos Zeus e
Asclépio, que significa salvador.
Era impossível para os
cristãos reconhecer esse título para
outro que não fosse Jesus Cristo, de
todas, essa igreja tem declarada
abertamente uma situação real de
perseguição com um mártir para
testemunhar, Antipas,
provavelmente, um discipulo local
destacado; enfim em cada igreja
temos algo de bom para ressaltar
em detrimento as suas faltas. Mas,
Igreja de Deus
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em Laodiceia só encontramos
reprimendas e Jesus chegar a
comparar seu desgosto pela aquela
igreja como ânsia de vômito. “És
morno...” Essa expressão
transparece indiferença, que é o
pior comportamento que o ser
humano pode viver com o Senhor,
note que melhor seria ser um Saulo
perseguidor do que um laodicense.
Veja que o Senhor prefere
oposição do que indiferença “que
deras fosso frio ou quente” as
fontes termais da região de
Hierápolis, localizada a 12 km da
cidade, tinham qualidade
medicinal, essas águas já
chegavam em Laodiceia
consideravelmente frias e a
presença de carbonato de cálcio
faziam com que essas águas
causassem mal estar em quem as
bebia, sugestiva a comparação,
pois o Senhor tinha mal estar ao
contemplar sua igreja ali.
Interessante ver que uma
igreja sediada em uma localidade
que era conhecida por sua escola de
medicina referência no tratamento
oftalmológico, era cega e só quem
podia curar era o Senhor da igreja.
A condição privilegiada da
cidade trazia aos cristãos dali uma
falsa sensação de estruturação e
riqueza, Cristo coloca ela como
uma igreja pobre, miserável, cega e
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nua, pois o tipo de riqueza
ostentada por aquela igreja ao ser
provada no crisol do Senhor se
tornava em nada. Foi identificado
que Laodiceia fazia a obra de forma
ostenciosa e não zelosa, a uma
diferencia gritante quando
conseguimos enxergar os
sentimentos que movem cada uma.
A ostentação é materialista,
competitiva e carnal, já o zelo é
espiritual e motivado pelo amor,
tem sua motivação na própria
experiência com o amor de Deus
(Dt 6:15; Ez 39:25; 2Co 11:2). O
que causou então essa indiferença?
Podemos iniciar declarando
que não houve causa especifica. Os
laodicenses não tornaram – se
mornos em decorrência de
interesses profanos ou idolatria,
mas porque começaram a crer que
eram espiritualmente equipados, os
membros daquela igreja fecharam
as portas e deixaram de fora seu
real Provedor (verso 17 compare
com verso 20 do capítulo 3) Cristo
é a Testemunha Verdadeira e fiel
não há Nele engano ou mornidão.
Que ironia! O dono e Senhor da
igreja, o Cabeça dela bate pedindo
pra entrar como alguém que não
tem a chave, atitudes semelhantes
às dos cristãos de Laodiceia são
identificadas em crentes atuais,
presunçosos, acham que podem
Igreja de Deus
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governar suas próprias vidas e
tomam o controle das mãos
daquele que é perfeito em sua
forma de dirigir nossos passos,
fechando o acesso a Aquele que
continua insistindo conosco e
relembrando suas promessas
fazendo o apelo nos relembrando
de suas ricas promessas.
CONCLUSÃO
Concluindo, somos levados a
reconhecer que o nosso Cristo
conhece sua igreja de todos os
ângulos. A conheceu por dentro e
tristemente, foi levado a conhece –
lá pelo lado de fora. De todas as
formas o Senhor a chama para um
concerto amoroso. O cuidado de
Deus não deve ser visto apenas na
provisão, mas na repreensão
também, pois zelo também é sinal do
seu amor por nós.