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“E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora

De despertarmos do sono; porque a nossa salvação


Está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé”. Rm 13.11

O que daria direito de pensarmos em nossos dias que o nosso Senhor se


demora, ou vivermos um cristianismo que não vislumbra a iminente volta de
Jesus? Se já nos dias do apóstolo, o mesmo se via mais perto desse dia?
Paulo se vê inserido nesse cenário escatológico tão vividamente, que
podemos sentir sua pulsante expectação nessa referência bíblica dentre
outras. A igreja dos seus dias andava com seus pés na terra, porém sua mente
estava no alto, assim como os discípulos em unanimidade contemplavam seu
Senhor subir aos céus com um certo anelo (At 1.9 – 11), assim era a família
de Deus formada pela pregação apostólica. Com Paulo não seria diferente,
tendo em vista que o fervor sotereológico e escatológico surgia de um
encontro real com Cristo, sua vida e mensagem seriam drasticamente
afetadas desde de sua primeira sala de aula à entrada de Damasco. Não
veremos em nenhum escrito paulino uma esquiva, ou tentativa de lançar o
retorno de Jesus para dias futuros, o apóstolo em toda a sua proximidade com
a revelação senti através do soprar do Espírito repercutindo a sua volta todos
os sinais que apontam para um final terreno para o corpo de Cristo e o início
da eternidade prometida e conquistada pelo Cordeiro de Deus.
Duas questões podem ter influenciado essa sua perspectiva, além do seu
contato íntimo com a revelação, a primeira trata – se de uma expectativa
pessoal em estar com Jesus (Fp 1.20), isso não se tratando de um desejo
suicida pelo martírio, pois o mesmo esboçava em seus escritos um grande
prazer no serviço cristão. Outra coisa seria sua primitiva escatologia que não
construía nenhum quadro eventual dos dias finais, descartando qualquer
evento de ordem histórica ou política subsequenciando o retorno de Jesus,
deixando evidente apenas o culminar da tentativa das trevas de suplantar a
luz (2Ts cap. 2), sendo que é resistido enquanto um instrumento divino o
retém em sua manifestação total, até que esse instrumento seja retirado. Fica
implícito nesse texto que o apóstolo liga a salvação com a consumação de
tudo evidenciando que não são matérias bíblicas desassociadas, como
mesmo declara que o início da obra na cruz será completada nos ares no
advento do seu retorno (Fp 1.6).
Pr. José Thiago Silva

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