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Para os textos bíblicos, foi usada a versão A21 (Almeida Século 21), salvo quando indicado ao contrário.
PEQUENOS TRECHOS DESTE TEXTO PODEM SER CITADOS OU
REPRODUZIDOS, DESDE QUE MENCIONADA A FONTE, COM ENDEREÇO POSTAL E ELETRÔNICO.
Tradução: Gabriel Brum / Priscila Carmanhan Lima
Edição: Christopher Walker Revisão: Elisabete Fonseca Capa: Leonardo Beijo Diagramação: Eduardo C. de Oliveira Formatação para e-book (kindle): Luiz Roberto Cascaldi NOSSA ESPERANÇA: O APARECIMENTO DE JESUS CRISTO
Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a
todos os homens e ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus, que se entregou a si mesmo por nós para nos remir de toda a maldade e purificar para si um povo todo seu, consagrado às boas obras. - Tito 2.11-14 A ntes de focar a esperança específica da volta de Jesus, quero responder rapidamente algumas perguntas para lançar uma base sobre o assunto.
Qual é a característica especial da esperança bíblica?
Resposta: não é uma esperança vaga, como quem cruza os dedos e deseja que algo aconteça; pelo contrário, é a expectativa confiante de que coisas boas virão. O livro de Hebreus a define como “a completa certeza da esperança” (6.11). Por que pecadores como nós podemos ter a confiança de que um Deus santo age em nosso favor e nos prepara um futuro promissor? A resposta pode ser expressa em duas palavras: graça e evangelho. Paulo diz que “Deus nosso pai nos amou e pela graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança” (2 Ts 2.16). E nos exorta a não nos apartarmos da esperança do evangelho (Cl 1.23). Portanto, a graça de Deus e as boas novas de Cristo crucificado pelos nossos pecados e ressuscitado dentre os mortos são as razões por que pecadores como você e eu podemos esperar em Deus e viver com a expectativa confiante de que teremos um futuro. Então, depois de respondidas as perguntas “Qual” e “Por quê?”, precisamos responder à pergunta “Como?”. Como posso esperar em Deus se, pela minha natureza, eu não confio nele, tampouco o amo ou desejo obedecer-lhe? Resposta: nascendo de novo. “Nosso Senhor Jesus Cristo nos regenerou para uma viva esperança, segundo a sua grande misericórdia” (1 Pe 1.3). Deus resolve o problema da nossa rebeldia e nos dá um novo coração: um coração cuja natureza deseja esperar em Deus. Como podemos esperar em Deus se desconhecemos as suas promessas? A resposta está em Romanos 15.4: “Porque tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, para que tenhamos esperança por meio da perseverança e do ânimo que provêm das Escrituras”. Na realidade, sabemos sim quais são as promessas de Deus: toda a Bíblia. As Escrituras foram escritas para que tenhamos esperança. Abra a sua e leia!
EM QUE CONSISTE A NOSSA ESPERANÇA?
Esta pergunta será respondida em várias partes, já que a nossa esperança, de acordo com as promessas de Deus, é bem ampla. Focaremos inicialmente o texto encontrado em Tito 2.13. “(...) aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus.” O que é exatamente a nossa bendita esperança de acordo com esse versículo? O aparecimento do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Nós depositamos a nossa esperança na segunda vinda do nosso Senhor. A REJEIÇÃO DA SEGUNDA VINDA Poderíamos, neste ponto, abordar algumas controvérsias a respeito do momento em que esse grandioso evento ocorrerá em relação a outros acontecimentos proféticos, como o milênio e a grande tribulação. São assuntos importantes que devem ser discutidos em momentos e ambientes oportunos, de preferência dentro de comunidades e círculos mais íntimos, para não criar barreiras com aqueles que pensam de maneira diferente. Existe, porém, outro debate que considero mais premente. E quero mencioná-lo aqui, pois precisamos ter em mente que a crença no aparecimento do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, é considerada por muitos inteiramente fantasiosa, um mito ultrapassado e cientificamente insustentável. Já estamos preparados para as críticas de Carl Sagan (1934- 1996, astrônomo norte-americano da Universidade Cornell), que colocava a segunda vinda de Cristo na mesma categoria folclórica da cantiga popular que fala de uma vaca que pulou por cima da lua. Nós entendemos que ele negava por completo qualquer aspecto relacionado à manifestação religiosa. Se algo não fosse científico, logo não era real. Entretanto, nosso maior desafio é a rejeição da segunda vinda por parte de pessoas de dentro da Igreja, pois esse ataque poderá nos abalar e nos levar a perder nosso equilíbrio doutrinário. Por exemplo, em 1950, William Neil, da Universidade de Nottingham, escreveu no comentário do Novo Testamento de Moffatt: [O dia do Senhor] é o juízo atemporal de Deus, que é passado, presente e futuro. De certo modo está sempre por vir, de certo modo é sempre presente e de certo modo já passou. Portanto, a Parousia [um termo técnico do grego que descreve a segunda vinda], assim como a Criação, é verdadeiramente atemporal; não é um evento histórico, mas o propósito que permeia toda a história e faz convergir todas as coisas em Cristo. (Tessalonicenses, London, 1950, pp. xli-xlii) [tradução livre] Em outras palavras, a segunda vinda tem um significado simbólico, mas não será um evento histórico. Um dos estudiosos do Novo Testamento mais influentes do nosso século, Rudolf Bultmann, escreveu: A escatologia mítica é insustentável pela simples razão de que a Parousia de Cristo jamais ocorreu tal qual predita no Novo Testamento. A história não chegou ao seu fim, e até as crianças sabem que ela continuará a seguir seu curso. Ainda que acreditemos que o mundo tal como o conhecemos acabará algum dia, imaginamos que seu fim se dê em decorrência de uma catástrofe natural, não de um evento mítico, como o que está predito no Novo Testamento. (Kerygma and Myth, London, 1953, p.5) [tradução livre] E ainda mais uma citação. No seu grande comentário das epístolas aos tessalonicenses, publicado em 1972, Ernst Best, professor de divindade e crítica bíblica da Universidade de Glasgow, escreveu: Temos de concluir que o Fim é algo com o qual a humanidade jamais terá de enfrentar em termos práticos – novamente excluída a possibilidade de destruição do nosso planeta – e que é equivocado pensar num Fim efetivamente físico no qual Deus aparece de maneira pública, assim como é equivocado pensar na Criação como um evento fisicamente real. (London, p.353) [tradução livre] O fato de Carl Sagan defender essa posição, nós entendemos. O estranho é que professores de teologia que estudam a Bíblia e de alguma maneira querem honrar a Jesus o façam. O principal problema com o que eles defendem não é meramente o fato de contradizer dezenas de citações bíblicas, mas de propor um ataque a Cristo. Estão negando o verdadeiro centro do cristianismo. ATAQUE AO CENTRO DO CRISTIANISMO O cerne do cristianismo é a vinda do Filho de Deus ao mundo, como um homem de carne e osso, para destruir as obras de Satanás e criar um novo povo para sua própria glória. A verdadeira essência da nossa fé é que ele fez isso obedecendo à lei de Deus, morrendo pelos pecados do seu povo, levantando-se vitoriosamente da morte, ascendendo à destra de Deus, com todos os seus inimigos sob os seus pés. A segunda vinda de Cristo é a finalização da sua obra de salvação. Sem esse elemento, toda a estrutura da sua obra redentora se desfaz. Considere isto: uma encarnação física do Filho de Deus, uma morte física, uma ressurreição física, uma ascensão física. E, depois, puft! Ele desaparece! Nunca mais é visto na Terra. Observe o que realmente está por trás da negação de uma segunda vinda literal: a negação da encarnação e da ressurreição físicas e literais. Por quê? Porque, usando a citação de Bultmann, até as crianças sabem que se um príncipe de verdade chegasse a um país de verdade para conquistá-lo e reivindicá-lo para seu pai, o rei, e se esse príncipe morresse e efetivamente ressurgisse dos mortos com todo o poder nos céus e na terra e concedesse armas de guerra espiritual a seus seguidores revolucionários, e retornasse a seu pai, então você poderia ter certeza de que ele voltaria para estabelecer seu trono e ser aclamado pelo seu povo vitorioso como o soberano sobre os domínios do seu pai. Ele veio para conquistar! E ele há de conquistar! O fruto do seu penoso trabalho não lhe será negado. A Terra em sua plenitude pertence ao Senhor. Ele a criou e a redimiu. Ela será dele. Ele não se retirou para um domínio espiritual onde jamais pudesse ser tocado novamente. Ele está reinando à destra do Pai até o tempo da restauração de todas as coisas. Não sei qual é a maior tragédia: que um homem tão brilhante como Carl Sagan se contente em achar o sentido da vida na evolução do “sistema límbico” (região cerebral responsável pelas emoções e pelo comportamento social) e do neocórtex do cérebro humano ou que aqueles que professam ser cristãos retirem de Cristo a sua vitória final. De qualquer modo, oremos pelos cientistas do nosso tempo, para que possam enxergar os limites de seus métodos e materiais e considerar a autenticidade de Cristo. E oremos pelos teólogos liberais do nosso tempo, para que vejam a tolice de olhar para um Deus sobrenatural com uma lente secular. A BENDITA ESPERANÇA DOS QUE CREEM Que a leitura deste texto encoraje o seu coração com a bendita esperança de todos os que creem: o aparecimento do nosso poderoso Deus e Salvador, Jesus Cristo! As duas vindas de Cristo Observe, pela leitura do texto de Tito 2, que há dois aparecimentos de Cristo: um pode ser chamado “o aparecimento da graça” e o outro, “o aparecimento da glória”. “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens” (v.11). Essa é a primeira vinda de Cristo: o aparecimento da graça. Depois, no versículo 13: “aguardando a bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus”. Essa é a segunda vinda de Cristo: o aparecimento da glória. Primeiro a graça, depois a glória. Na mente de Paulo, as duas são inseparáveis. É por isso que a rejeição de uma segunda vinda literal e física é um ataque à verdadeira essência da nossa fé, ou seja, à primeira vinda de Cristo para morrer pelos nossos pecados. O Cristo que virá em glória é o Cristo que veio em graça. O versículo 14 descreve exatamente como essa graça apareceu: “[Cristo] se entregou a si mesmo por nós para nos redimir de toda a maldade e purificar para si um povo todo seu, consagrado às boas obras”. Portanto, quando a graça de Deus apareceu na história, há aproximadamente 2 mil anos, ela apareceu na forma de um homem real, que de fato morreu para nos redimir do pecado e nos tornar pessoas dedicadas, ou apaixonadas, pelas boas obras. Esse foi o propósito do aparecimento da graça de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Esse mesmo propósito da graça é descrito no versículo 12 também. “[A graça de Deus se manifestou] ensinando-nos para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos neste mundo de maneira sóbria, justa e piedosa.” Isso é o mesmo que dizer (no versículo 14) que Cristo almejou nos purificar e nos tornar pessoas dedicadas às boas obras. Portanto, os versículos 12 e 14 são como um sanduíche que envolve o versículo 13. Os dois versículos descrevem o propósito e o efeito da graça de Deus manifestados na primeira vinda de Jesus Cristo. A carne no recheio do sanduíche é a nossa bendita esperança. A obra de Deus em nossa vida, por meio da graça da primeira vinda de Cristo, será completada pela glória da segunda vinda. Olhando para trás e para frente Penso que seria justo dizer, com base nesses 4 versículos (11-14), que a motivação e o poder para viver uma vida cristã que seja agradável a Deus vêm, na realidade, de duas direções: um olhar para trás com gratidão a Deus pela graça revelada em Jesus Cristo na sua primeira vinda, quando ele conquistou a nossa redenção, e um olhar para frente com esperança na glória de Deus que se revelará na segunda vinda, quando ele completará a nossa redenção. Um texto de Hebreus descreve a conexão entre a obra passada e a obra futura de Cristo mais claramente do que qualquer outro texto bíblico: E, como está ordenado aos homens morrerem uma só vez, vindo depois o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá a segunda vez, não por causa do pecado, mas para a salvação dos que esperam por ele. - Hebreus 9.27,28 Essa passagem ensina claramente que a obra redentora de Cristo começou com sua primeira vinda, quando ele levou sobre si nossos pecados na cruz, e será finalizada na sua segunda vinda, quando ele nos salvará da ira final de Deus e nos concederá descanso em seu reino. Anular a segunda vinda é rasgar a salvação ao meio. (Veja também 1 Ts 1.10 e Rm 5.9,10.) E metade da salvação não é salvação alguma.
QUEM SERÁ SALVO NA SEGUNDA VINDA?
Observe quem será salvo na segunda vinda de Cristo. Diz o fim do versículo 28: “...para a salvação dos que esperam por ele”. Eu me questiono se Ernest Best, William Neil e Rudolf Bultmann já tremeram ao ler essas palavras. Ele salvará aqueles que o estão aguardando. As ovelhas e os bodes serão separados, e as ovelhas representam aqueles que esperaram por ele. Não é a espera do criminoso que está no corredor da morte pelo dia de sua execução, mas a de um estudante que aguarda o último dia de aula para o início das férias. Não será uma coisa totalmente aterradora quando esses pastores e teólogos liberais, modernistas e secularizados estiverem diante do tribunal de Cristo no grande dia e olharem enquanto ele abrir diante deles os seus próprios livros e sermões e ler os parágrafos que ensinaram a noiva de Cristo a NÃO esperar sua vinda e a sequer acreditar nela? Só posso pensar que será de fato um momento assustador porque a Escritura diz: “Ele virá para salvar os que o esperam”.
VOCÊ ANSEIA PELA VINDA DE CRISTO?
Agora olhe para si mesmo. Você espera ansiosamente pela vinda de Cristo? E com isso não estou perguntando se você crê na doutrina. Você de fato anseia por ele? Essa pergunta é crucial para testar a autenticidade da sua fé. Pedro disse em sua primeira epístola (2.7): “... para vós, os que credes, ela é preciosa [a pedra angular]”. Portanto, a preciosidade de Cristo é a evidência da sua fé. E a expectativa da sua vinda é a evidência da preciosidade dele para você. Por isso, você pode testar a realidade da sua fé pelo grau de fervor e expectativa que você tem em relação à vinda de Cristo. Com isso, não quero dizer que você tenha que pensar na segunda vinda o tempo todo. Mesmo quando está apaixonado, você não pensa no seu amor toda hora. Mas faça a si mesmo estes três questionamentos: 1. A sua mente se volta frequentemente para a verdade da vinda de Cristo? 2. Quando a sua mente se volta para a verdade da vinda de Cristo, o seu coração anseia por isso – há um fervor, um desejo ardente de vê-lo? 3. Você ora pela vinda dele? Maranata – era assim que a igreja primitiva louvava e cantava. Vem, Senhor Jesus! Se você hesitou ao responder essas três perguntas, há três possíveis explicações. São elas, começando a partir da menos grave: 1. Você pode ter aceitado a Cristo como seu Senhor e Salvador, mas como ainda não foi ensinado sobre a segunda vinda, a ignorância o impede de experimentar essa expectativa ardente no seu coração e nas suas orações. 2. Você pode ter aceitado a Cristo como Senhor e Salvador, pode conhecer mentalmente a verdade sobre a segunda vinda, mas se esfriou e se distanciou dela. Há algum tempo, você não tem sentido o quanto Cristo é precioso e perdeu de vista a expectativa de que seu aparecimento satisfará todos os anseios humanos. 3. Você pode ainda não ter submetido sua vida ao senhorio de Cristo e crido que ele é o Salvador, e pode estar precisando desesperadamente de um novo nascimento.
A VINDA DE CRISTO É DIGNA DA NOSSA ARDENTE
EXPECTATIVA Se alguma dessas condições se aplica a você, observe atentamente a conclusão, na qual pretendo mostrar, com base em Tito 2.13, que a vinda de Cristo é digna da sua mais vívida e ardente expectativa. Oro para que Deus toque o coração de cada leitor e o desperte para amar a sua vinda. Paulo diz que o aparecimento da graça de Deus na primeira vinda de Cristo nos ensina a ansiar com todo nosso coração pela nossa “bendita esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”. Observe três coisas brevemente: 1. É uma bendita esperança Devemos esperar ansiosamente o aparecimento do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, porque se trata de uma BENDITA esperança. Uma bendita esperança é o oposto de uma maldita esperança. Portanto, a primeira razão para ansiar por este grande dia é que ele trará consigo bênção e não maldição. “Portanto, agora já não há condenação alguma para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Há bênção apenas para aqueles que estão em Cristo Jesus. Por mais assombrosa que seja a vinda de Cristo, não haverá nenhuma maldição para quem realmente nasceu de novo. Observe como Cristo é chamado neste verso: “o grande Deus e SALVADOR”! Salvador! Não meramente Juiz. Portanto, “sejamos sóbrios, vestindo a armadura da fé e do amor, tendo por capacete a esperança da salvação. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.8, 9). Trata-se de uma bendita e não de uma maldita esperança. Nossa esperança é uma expectativa confiante de salvação e não de ira.
2. É uma esperança visível
Trata-se do APARECIMENTO da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Desde que o Filho de Deus se tornou homem, as pessoas têm desejado ver Jesus. Filipe disse a Natanael: “Venha e veja!”. Zaqueu subiu numa figueira porque queria vê-lo. Os gregos disseram a um dos discípulos: “Senhor, queremos ver Jesus!”. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque agora vemos como por um espelho, de modo obscuro, mas depois veremos face a face”. E João parece fazer tudo depender dessa esperança: “... ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é”. Eu não quero fazer um mero telefonema para Jesus. Quero ver os lábios dele se moverem naquele grande dia, quando a graça do seu coração transbordar com as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel”.
3. É uma esperança gloriosa
Trata-se “do aparecimento da GLÓRIA do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus”. Ouça a tentativa de João de pôr isso em palavras no Apocalipse: Vi... alguém semelhante a filho de homem, vestindo uma túnica longa e uma faixa de ouro na altura do peito. Sua cabeça e os cabelos eram brancos como a lã, tão brancos como a neve, e seus olhos, como uma chama de fogo. Seus pés eram parecidos com metal brilhante, refinado em uma fornalha, e sua voz era como a voz de muitas águas. Na mão direita ele segurava sete estrelas, e da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes. Seu rosto brilhava como o sol no seu fulgor. - Apocalipse 1.13-16 Eis que ele vem sobre as nuvens do céu com poder e grande glória! Ele enviará seus anjos com um alto som de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos desde os quatro cantos da Terra, de uma à outra extremidade do céu. E glorificaremos o Senhor e desfrutaremos sua grandeza para todo o sempre. Que a palavra final fique com o grande apóstolo da esperança: Desde agora a coroa da justiça me está reservada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos os que amarem a sua vinda. - 2 Timóteo 4.8 Você ama a vinda de Cristo? Se não, confesse o seu pecado; ore pelo despertar do seu coração; e dedique-se a meditar sobre a bênção, a visibilidade e a glória da vinda do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo! NOSSA ESPERANÇA: A REDENÇÃO DE NOSSOS CORPOS
Considero que os sofrimentos do presente não se podem
comparar com a glória que será revelada em nós. Pois a criação aguarda ansiosamente a revelação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à inutilidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação seja libertada do cativeiro da degeneração, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação geme e agoniza até agora, como se sofresse dores de parto; e não somente ela, mas também nós, que temos os primeiros frutos do Espírito, também gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo. Porque fomos salvos na esperança. Mas a esperança que se vê não é esperança; pois como alguém espera o que está vendo? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. - Romanos 8.18-25 E stamos respondendo às perguntas: Em que consiste a nossa esperança? Qual é o seu verdadeiro teor? Como cristãos, o que esperamos? A primeira parte da resposta a essas perguntas foi tratada no primeiro capítulo: O aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus (Tt 2.13). A segunda parte, que é o tema deste capítulo, é: Nossa esperança é a redenção de nossos corpos. Veja o texto: “e não somente ela, mas também nós, que temos os primeiros frutos do Espírito, também gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). Vejamos o contexto desse versículo. O SOFRIMENTO PRESENTE COMPARADO COM A GLÓRIA FUTURA A primeira coisa que Paulo diz nesse trecho é que o sofrimento, a dor, a frustração e a decepção que um filho de Deus enfrenta no tempo presente, tudo isso parecerá nada quando comparado com a glória de Deus que você experimentará na era vindoura. “Considero que os sofrimentos do presente não se podem comparar com a glória que será revelada em nós.” Se não conhecêssemos os sofrimentos de Paulo, poderíamos pensar que essas palavras representam um consolo barato – uma espécie de tentativa ilusória de confortar os santos. Porém, nós conhecemos os sofrimentos de Paulo: Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove chicotadas. Três vezes fui espancado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei um dia e uma noite em mar aberto. Muitas vezes passei por perigos em viagens, perigos em rios, perigos entre bandidos, perigos entre os do meu próprio povo, perigos entre gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos; em trabalho e cansaço, muitas vezes em noites sem dormir, com fome e com sede, muitas vezes sem comida, com frio e com falta de roupas. - 2 Coríntios 11.24-28 Não é preciso muita imaginação para reconhecer o alto preço que Paulo pagou, em seu corpo, pelo estilo de vida escolhido. Ouvimos um eco de sua miséria quando ele diz: “Nosso homem exterior está se desgastando” (2 Co 4.16). Ele quis dizer que seu corpo se desgastava. A palavra “desgastar” no texto original é usada para se referir à ferrugem que consome o ferro, às traças que devoram o tecido ou ao emagrecimento do corpo decorrente da fome. “Nosso homem exterior está se desgastando.” Mas, ainda nesse contexto (2 Co 4.16-18), ele apresenta o mesmo argumento encontrado no texto principal: “nossa tribulação leve e passageira [um eufemismo incrível] produz para nós uma glória incomparável, de valor eterno” (ou “um eterno peso de glória”, ARA). Um peso de glória incomparável é o que Paulo quis dizer em Romanos 8.18 quando afirmou que “os sofrimentos do presente não se podem comparar com a glória que será revelada em nós”. POR QUE PAULO ESTÁ TÃO CONFIANTE DE QUE RECEBEREMOS TAL GLÓRIA A partir desse ponto inicial, em que a esperança da glória torna o sofrimento tolerável, Paulo retorna para explicar por que pode ter tanta certeza de que tamanha glória está realmente nos aguardando. O versículo 19 diz: “Pois a criação aguarda ansiosamente (ou com ardente expectativa) a revelação dos filhos de Deus”. Observe duas coisas neste versículo. Os filhos de Deus ainda não foram revelados A primeira é que os filhos de Deus ainda não foram revelados. A criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Ou seja, agora está oculto o que seremos quando compartilharmos a glória de Deus. Hoje, parecemos fracos e imperfeitos como todo o restante da humanidade. Sofremos como os demais. O dia da glória ainda não chegou. A criação aguarda ansiosamente por aquele dia Outra coisa a ser observada no versículo 19 é que toda a criação – árvores, vegetação, nuvens, lagos, ovelhas, vacas, cavalos, leões, macacos, lua, estrelas – está aguardando ansiosamente o dia em que os filhos de Deus aparecerão como realmente são, em plena glória. A expectativa da criação se assemelha a uma criancinha sentada na plateia, antes de começar a peça, que pergunta incansavelmente: “Quando é que vai começar, mamãe? Já começou?”. Por que Paulo fala da criação como se ela pudesse sentir anseio ou tivesse grande expectativa? A resposta está no versículo 20: “Porque a criação ficou sujeita à inutilidade [ou vaidade], não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que...”.
A VAIDADE DA CRIAÇÃO E A ESPERANÇA
Duas coisas foram embutidas na criação. Uma delas é a vaidade. “Toda a criação foi submetida à inutilidade [ou vaidade]”. Há frustração, dor e imperfeição em toda a criação. A outra é a esperança. A vaidade está lá “pela vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que...”. A frustração, a dor e a imperfeição não constituem o estado final da criação. Elas são temporárias. Deus sujeitou a criação à vaidade, mas ele fez isso “na esperança”! Isto é, Deus sujeitou a criação à maldição da vaidade com um propósito de esperança. Deste modo, Paulo pode falar que a criação tem um ardente anseio, no sentido de que sua vaidade serve o propósito de Deus que é cheio de esperança. É como se eu olhasse pela janela da minha cozinha algumas semanas atrás, visse os galhos desnudados de minha árvore e dissesse: “Aquela pobre árvore sem folhas espera ansiosamente pelo calor e brilho da primavera”. Deus a sujeitou à vaidade de galhos retorcidos e sem folhas, mas ele fez isso na esperança, na esperança da primavera. Eu acredito que a primavera seja um lembrete anual para não desanimarmos, porque um dia virá a primavera eterna.
O QUE A CRIAÇÃO ESPERA
O versículo 21 nos diz, em seguida, qual é a esperança da criação: “a própria criação seja libertada do cativeiro da degeneração [ou corrupção], para a liberdade da glória dos filhos de Deus”. Em outras palavras, a esperança que Deus tem reservado para a criação é que ela participe ou compartilhe da liberdade que faz parte da glória dos filhos de Deus. Quando os filhos herdarem a glória, toda a criação a herdará também. “Bem-aventurados os humildes [ou mansos], pois herdarão a terra” (Mt 5.5). E Deus planejou que a herança de seus filhos fosse uma herança gloriosa, não algo fútil. Toda a terra será glorificada quando chegar o dia em que os filhos de Deus receberão sua herança.
DECIFRANDO O PENSAMENTO DESSES VERSÍCULOS
Agora vamos resumir os versículos 18-21, indo de trás para frente. No versículo 21: toda a criação fará parte da glória dos filhos de Deus algum dia. Portanto, no versículo 20: a vaidade que vemos na criação não é um beco sem saída; está carregada de esperança. Por isso, no versículo 19: a criação é como uma criancinha que fica na ponta dos pés, na calçada, inclinando-se sobre o cordão de segurança, esperando ansiosamente o desfile começar. E, finalmente, no versículo 18: temos o consolo de saber que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. A DURA VERDADE SOBRE O TEMPO PRESENTE Agora, com esse conhecimento, estamos preparados para ouvir a dura verdade a respeito da época em que vivemos. Nos versículos 22 e 23 de Romanos 8, Paulo diz: Pois sabemos que toda a criação geme e agoniza até agora, como se sofresse dores de parto; e não somente ela, mas também nós, que temos os primeiros frutos do Espírito, também gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo. A dura verdade sobre este tempo presente é que, enquanto durar, toda a criação, incluindo os cristãos, gemerá sob o peso dos corpos não redimidos. Vamos dizer de novo: a redenção de nossos corpos (v. 23) ainda não é uma realidade atual. Teremos de AGUARDAR isto. Até a redenção, nós continuaremos gemendo. Estamos sujeitos ao cansaço, às doenças e ao desânimo. Toda essa vaidade da criação não se limita ao mundo não regenerado, mas também atinge nossas vidas, apesar de sermos habitação do Espírito Santo. “Também nós, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo.” Isto significa que o Espírito Santo durante esta era presente não remove completamente o gemido dos corpos não redimidos. Nele, temos as primícias, o selo e o adiantamento da redenção. Mas ele não remove por enquanto toda essa dor, sofrimento e frustração. Pelo contrário, ele é o Espírito de esperança. “Porque fomos salvos na esperança. Mas a esperança que se vê não é esperança; pois como alguém espera o que está vendo? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos” (vv.24,25). Sabemos que a paciência é um fruto do Espírito. E sabemos também que é fruto da esperança. Portanto, a obra do Espírito é nos inspirar continuamente a ter esperança em meio às aflições. Ele nos dá a paciência para perseverar até o fim, lembrando-nos e fazendo- nos sentir que o sofrimento deste tempo presente não pode ser comparado com a glória que será revelada nos filhos de Deus.
A ESPERANÇA DOS CORPOS REDIMIDOS
A seguir, quero refletir um pouco mais sobre outro aspecto de nossa esperança, a saber, que haverá um dia em que nossos corpos serão redimidos e não haverá mais gemidos. Um perigo imediato Quando comecei a meditar sobre esse aspecto da nossa esperança como cristãos, logo percebi que havia uma perigosa armadilha ali. Se puséssemos a esperança em nossos próprios corpos redimidos, que estarão livres da dor e do sofrimento, das limitações e dos gemidos, não correríamos o risco de colocar a nós mesmos no centro de nossa esperança? Não correríamos o risco de exaltar o conforto físico como o centro de nossa esperança quando o próprio Deus deveria estar no centro? O perigo é muito real. Há muitas pessoas que abraçam a religião cristã (ao menos, exteriormente) por ter medo da dor física do inferno e por almejar o conforto físico do céu, sem, contudo, ter um coração voltado para Deus. Deus nem precisaria estar lá no céu, contanto que elas desfrutassem de boa forma física e pudessem se divertir. Deus não é o centro da sua esperança. Estão enganando a si mesmas pensando que verão o reino. Portanto, devemos colocar nossa esperança em um corpo redimido ou isso é físico demais? Você pode ter a expectativa de ganhar um corpo redimido e, ainda, centralizar a sua esperança em Deus?
Por que temos corpos físicos?
Ao refletir sobre essa questão, ocorreu-me uma ideia ainda mais básica: Por que, afinal, temos corpos físicos? Por que Deus não nos criou apenas como espíritos? Por que ele criou um mundo material e físico e seres humanos com corpos físicos para viver nele? Se pudermos responder a essa pergunta, saberemos por que ele pretende redimir estes corpos e, consequentemente, por que devemos esperar que ele assim o faça. Para isso, vamos perguntar: No Novo Testamento há algum ensinamento que explique por que temos corpos? Qual foi o propósito de Deus ao nos criar com corpos físicos? Avalie os textos a seguir e veja se, de fato, o Novo Testamento não nos oferece uma resposta. “O corpo não é para a imoralidade, e sim para o Senhor”. - 1 Coríntios 6.13b Podemos começar, então, dizendo que, qualquer que seja a razão de termos recebido corpos físicos, o objetivo é PARA O SENHOR! Nós existimos não apenas em nossas almas, mas também em nossos corpos, e o propósito de ambos é PARA DEUS. Em que sentido? Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Pois fostes comprados por preço; por isso, glorificai a Deus no vosso corpo. - 1 Coríntios 6.19,20 Como, então, podemos entender que o corpo é “para o Senhor”? Neste sentido: o propósito original para os nossos corpos na criação e, depois, na redenção do pecado, é: ser uma morada especial do Espírito e expressar a glória de Deus. Paulo nos dá uma ilustração específica disso, a partir de sua própria experiência, em Filipenses 1.20. Ele encara a expectativa de tortura e morte, dizendo: “Segundo a minha intensa expectativa e esperança de que em nada serei decepcionado; pelo contrário, com toda a ousadia, tanto agora como sempre, Cristo será engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte”. Portanto, a razão de ter corpos físicos é que Cristo seja engrandecido e Deus seja glorificado neles. Em certo sentido, nossos corpos são como instrumentos musicais destinados a tocar canções de adoração a Deus. Ou como ferramentas destinadas a trabalhar para os propósitos de Deus. Ou, ainda, como armas destinadas a lutar pela causa de Deus. Considere o conhecido texto de Romanos 12.1: Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Nesse texto, nossos corpos são retratados como sacrifícios que oferecemos a Deus em um ato de adoração. Assim, a razão de ter um corpo é para podermos adorar a Deus de um modo que não seria possível se fôssemos espíritos desencarnados. Ou, então, considere Romanos 6.13: Tampouco apresenteis os membros do vosso corpo [ou seja, as partes do corpo] ao pecado como instrumentos do mal; mas apresentai-vos a Deus como vivificados dentre os mortos, e os membros do vosso corpo a Deus como instrumentos de justiça. Aqui, vemos que o corpo nos fornece instrumentos para obedecer a Deus que não teríamos se fôssemos espíritos desencarnados. Nossos corpos nos permitem tornar a obediência e a adoração visíveis e palpáveis. Se fôssemos apenas espíritos sem corpos, ainda poderíamos adorar e obedecer como os anjos fazem no céu. Mas Deus é tão zeloso em mostrar a sua glória que idealizou uma dimensão de realidade não existente anteriormente, ou seja, a do universo material e físico. Ele criou a Terra e colocou os seres humanos nela com corpos físicos para proporcionar possibilidades adicionais para a riqueza inesgotável de sua glória ser revelada e desfrutada por suas criaturas. Portanto, ele está dizendo que nossos corpos nos proporcionam maneiras de exaltá-lo em adoração e obediência; e isso não seria possível se não tivéssemos corpos físicos. Essa é a resposta, portanto, para a questão que levantamos anteriormente, ou seja: Para que existem corpos físicos? Por que Deus não nos criou apenas como espíritos? A resposta é que temos corpos físicos para agradar ao Senhor. “O corpo é para o Senhor!” Temos corpos físicos porque Deus é comprometido, de maneira apaixonada e criativa, em mostrar a glória de sua justiça na maior variedade de formas possível.
DEVEMOS COLOCAR NOSSA ESPERANÇA EM CORPOS
REDIMIDOS? Agora voltemos ao texto de Romanos 8.23 e à pergunta original, se devemos ou não colocar nossa esperança em corpos redimidos. E não somente ela, mas também nós, que temos os primeiros frutos do Espírito, também gememos em nosso íntimo, aguardando ansiosamente nossa adoção, a redenção do nosso corpo. Paulo nos ensina a esperar a redenção de nossos corpos. Ele diz que não há nada de errado em não querer sentir dor. Tampouco é errado querer deixar de usar uma cadeira de rodas ou muletas, tomar corticoides e Tylenol. Não é errado o desejo de ter a mesma visão e audição de 20 ou 50 anos atrás. Não é errado querer ser bonito, ativo, cheio de energia e forte. Esta é a promessa de um corpo redimido quando a glória substituir o gemido. A promessa é dividida em pelo menos três partes: 1. Toda dor, doença, deformidade e incapacidade desaparecerão. 2. Todo pecado, que muitas vezes domina o corpo como sua base de operação, desaparecerá. 3. E isto não é porque ficaremos livres de nossos corpos, mas porque, espiritual, misteriosa e maravilhosamente, teremos corpos novos e gloriosos que serão capazes de tocar, cheirar, saborear, ouvir e ver. Deveríamos, então, colocar nossa esperança em um corpo redimido ou isso é físico demais? Você pode ansiar por um corpo redimido e ainda ter sua esperança centralizada em Deus? A resposta bíblica é: Sim, devemos ter uma esperança específica de um corpo redimido. “Nesta esperança fomos salvos.” Vamos esperar por isso com paciência. E, sim, podemos esperar por um corpo redimido e continuar centralizados em Deus. Por quê? Porque vimos que a razão de Deus nos ter criado com corpos é nos prover instrumentos novos e surpreendentes de sacrifício, adoração e obediência.
O QUE ESPERAR NA RESSURREIÇÃO
Quero concluir falando com as crianças e com aqueles que ainda se sentem crianças. Quando eu era criança, tinha dificuldade de me entusiasmar com o céu. Parecia-me que ir para o céu significava deixar um mundo maravilhoso de entusiasmo e entrar num mundo monótono, tedioso e irreal. Tenho certeza de que isso foi em grande parte culpa minha. Eu provavelmente não amava Jesus o suficiente para querer estar com ele a qualquer custo. Mas teria ajudado se eu conhecesse melhor o que a Bíblia diz sobre a ressurreição. Por isso, quero deixar bem claro o que podemos esperar. O propósito final de Deus para você não é ter sua alma ou seu espírito flutuando por aí, sem corpo e em algum tipo de mansão fantasmagórica no céu. O propósito de Deus para você é ressuscitar seu corpo dos mortos e o tornar novo, belo, saudável e forte. Seu propósito final não é tirar você da terra para passar a eternidade no céu, mas fazer um novo céu e uma nova terra onde você viverá em felicidade para todo o sempre. E se essa nova terra, onde viveremos eternamente, for completamente diferente de nossa terra presente, por que Deus teria o trabalho de ressuscitar nossos corpos dos mortos? Por que não começar de novo com corpos completamente diferentes, se ele vai recomeçar com um mundo completamente diferente? Bem, a resposta é que o mundo não será completamente diferente. Esses nossos velhos corpos serão renovados na ressurreição e a nossa velha terra será completamente renovada quando Jesus vier. Portanto, posso dizer com grande certeza que, se você confiar em Jesus Cristo como seu Salvador e segui-lo como seu Senhor, nada do que é bom e encorajador em sua vida nesta terra se perderá. Tudo o que é ruim será removido, mas as experiências boas e encorajadoras serão conservadas na nova terra para sempre. Você terá o melhor corpo imaginável e poderá jogar, escalar, nadar, correr, saltar, balançar, esquiar, andar de patins e de skate, fazer passeios de bicicleta, caminhadas, dar pulos e cambalhotas e saltitar – e tudo aquilo que você faz quando está muito, muito feliz. Portanto, sempre que você pensar sobre o futuro e o que você fará por toda a eternidade depois de morrer e depois que Jesus voltar, lembre-se dessas coisas. Mas lembre-se também disto: a razão pela qual tais coisas o farão realmente feliz, sem nunca mais sentir tristeza, é que em todas as suas atividades, seja escalar, nadar, correr, saltar, pedalar, fazer caminhadas, pular, dar cambalhotas e saltitar, você estará usando seu corpo para obedecer a Deus e louvar seu grande e maravilhoso nome. Deus estará no centro de sua vida, e é por isso que você nunca mais ficará triste por toda a eternidade. Portanto, faz todo o sentido que comecemos desde agora a nos preparar para esse grande momento usando nossos corpos como sacrifícios vivos de adoração e instrumentos de justiça para a glória de Deus!