Você está na página 1de 3

– A VINDA DE JESUS E A NOSSA REUNIÃO COM ELE

“...Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem


do pecado, o filho da perdição” (2ª Tessalonicenses 2:3)

Nas duas cartas de Paulo aos tessalonicenses ele aborda bastante os


aspectos escatológicos, os acontecimentos dos últimos dias. Já vimos que
em sua primeira carta ele disse que o arrebatamento da Igreja somente
ocorrerá após a ressurreição, sendo que esta ressurreição só ocorrerá
depois da grande tribulação, no último dia. Em sua segunda epístola a
eles, Paulo é ainda mais claro em dizer que a nossa reunião com Jesus
somente ocorrerá após a ascensão do anticristo e sua coroação no
santuário de Deus:

“Irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião


com ele, rogamos a vocês que não se deixem abalar nem alarmar tão
facilmente, quer por profecia, quer por palavra, quer por carta
supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor já tivesse chegado.
Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia
virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da
perdição. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou
é objeto de adoração, a ponto de se assentar no santuário de Deus,
proclamando que ele mesmo é Deus” (2ª Tessalonicenses 2:1-4)

Aqui podemos constatar que, para o apóstolo, a nossa reunião com Cristo
(arrebatamento) não ocorrerá antes da apostasia, quando será revelado o
homem do pecado (anticristo) que se auto-proclamará “Deus” e se
assentará no santuário de Deus (templo de Jerusalém). Os pré-
tribulacionistas afirmam expressamente o contrário: que primeiro a Igreja
é arrebatada, para somente depois o anticristo ser revelado. Para isso,
eles são obrigados a desassociar as duas coisas que estão ligadas no verso
1: a vinda de Jesus e a nossa reunião com ele.

Para eles, quando Paulo fala da vinda de Jesus ele está realmente se
referindo ao final da grande tribulação, para dar algum sentido às
declarações seguintes de que isso não ocorrerá sem que antes seja
revelado o anticristo, mas a nossa reunião com Cristo (arrebatamento)
ocorrerá sete anos antes dessa vinda. Isso claramente se parece muito
mais com mais um dos retalhos do dispensacionalismo, pois quebra a
ordem lógica do texto e o torna desconexo.

Paulo não estaria falando de duas coisas diferentes no verso 1, porque ele
liga essas duas coisas ao “dia do Senhor”, que ele diz no verso 2. Não faria
sentido relacionar dois acontecimentos distintos, separados por um
intervalo de sete anos, a um único acontecimento, o “dia do Senhor”. Mas
é totalmente lógico que esse “dia do Senhor” nada mais seja do que
exatamente o mesmo de “a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” e “a
nossa reunião com ele”

Assim podemos perceber que quando Paulo fala da “vinda do Senhor e


nossa reunião com ele”, não está descrevendo dois eventos distintos e
separados por sete anos, mas duas coisas que ocorrem no mesmo evento,
simultaneamente, pois seremos arrebatados tão logo Jesus voltar, no “dia
do Senhor”. Isso traz sentido ao texto e explica o porquê que Paulo
relaciona ambos ao dia do Senhor:

Vinda do Senhor Jesus/Nossa Reunião com Ele = Dia do Senhor

A vinda do Senhor Jesus e nossa reunião com ele ocorrem no dia do


Senhor, tornando legítima a associação que Paulo faz no texto:

“Irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião


com ele, rogamos a vocês que não se deixem abalar nem alarmar tão
facilmente, quer por profecia, quer por palavra, quer por carta
supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor já tivesse chegado”
(2ª Tessalonicenses 2:1,2)

Mas seria totalmente ilógico e incoerente que estivesse relacionando um


único evento (dia do Senhor) a dois distintos que ocorrem em tempos
distintos, e mais ilógico ainda que ele estivesse colocando por primeiro
aquele que ocorrerá sete anos depois daquele que ele cita por segundo!
Essa interpretação pré-tribulacionista quebra não apenas a ordem
sintática do texto, mas também a cronológica, pois sempre quando
alguém cita dois eventos distintos que estão no futuro se costuma
mencionar primeiro o mais próximo, e depois o mais distante.

Mas, para os dispensacionalistas, Paulo cita primeiro aquilo que ocorrerá


ao fim da tribulação, e depois aquilo que ocorrerá antes dela!

Os pós-tribulacionistas mais uma vez saem na frente neste quesito da


interpretação, pois primeiro ocorre a vinda de Jesus e logo em seguida os
vivos serão arrebatados para se encontrarem com Cristo nos ares. E tudo
isso em um único evento, em um mesmo dia, no “dia do Senhor”.

Portanto, podemos entender que, para Paulo, a volta de Jesus e a nossa


reunião com ele, que ocorrerão no dia do Senhor, não acontecerão sem
que antes seja revelado o filho da perdição, o anticristo, e que este se
assente no trono de Jerusalém e se coloque acima de todos, como um
deus. É só depois dessa ascensão e coroação do anticristo que a Igreja será
arrebatada, ao fim da tribulação, no dia do Senhor, e não antes disso.

Você também pode gostar