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O presente trabalho visa abordar questões inerentes as estratégias a serem adoptadas com intuito de
desenvolver o município de Manica e consequentemente reduzir a pobreza entre os munícipes.
Ademais, e como se sabe que a politica do Governo de Moçambique (GM) é de reduzir a pobreza
ate pelo menos 30% ate ao ano de 2010, o que pressupõe o crescimento económico.
As autarquias desempenham um papel extremamente importante, dado que elas são dotadas de
autonomias financeiras, politica e administrativa.
As principais fontes de receita municipal são os mercados feiras; estacionamento de veículos; uso
e aproveitamento do solo autárquico; taxa por actividade económica (TAE); imposto pessoal
autárquico (IPA); imposto predial autárquico; abastecimento de água; utilização do matadouro;
imposto sobre veículos; coimas e multas.
1. Introdução
Desde a independência são adoptadas estratégias de combate a pobreza em Moçambique. A partir
dos anos noventa, no entanto, essas estratégias de redução da pobreza foram intensificadas e
viraram prioridade nacional. ( ROLIM, 2002, p.604). Assim, como primeiro esforço da estratégia
de desenvolvimento económico e social e da redução da pobreza neste sentido foi de criar um
instrumento de política abrangente e integrado para a redução de níveis de incidência da pobreza
absoluta. Segundo Rolim, dentro do âmbito heavily indebted poor countries (HIPC) foi elaborado
um primeiro plano de combate a pobreza, que foi ampliado em 2001, recebendo o nome de Plano
de Acção para Redução da Pobreza absoluta (PARPA). O PARPA visa assegurar que todos os
sectores priorizem a redução da pobreza nos seus planos de actividades, presentes e futuros.
Este objectivo só será atingido se os municípios a nível do País explorar eficiente e eficazmente os
recursos existentes, aproveitando de melhor forma possível os mais diversificados recursos em
diferentes sectores de actividades, de forma a incrementar a economia, pois segundo o PARPA, na
estratégia de superação da pobreza em Moçambique, considera que o encaminhamento da sua
solução está no crescimento económico e no desenvolvimento social.
Um dos factores importantes que deve se tomar em consideração, é sem dúvida, redução da
centralização, pois a descentralização deve ser vista duma maneira cada vez mais criativa e mais
flexível, para garantir a maior simplicidade na organização das tarefas, nas áreas de actividades.
Moçambique iniciou em princípios de década 90 com o programa de reforma dos órgãos locais,
um processo de descentralização, parte integrante de um conjunto de reformas políticas,
económicas, e administrativas em curso desde os anos 80 (Faria, F e Chichava, A, 1999).
O Município de Manica, sobre o qual este trabalho vai-se debruçar, pode envidar esforços no
sentido de ver a sua população a gozar de uma vida cada vez melhor, reduzindo deste modo a
pobreza, pois possui várias ferramentas em diferentes áreas de actuação, como, na agricultura,
comércio, transporte, educação, entre outras áreas.
Na análise de Faria e Chichava, a descentralização política administrativa, tem em vista alcançar o
bem-estar das populações, passando pela redução da pobreza através da promoção do
desenvolvimento económico-social, construindo as infra-estruturas e criação de mecanismos que
podem conduzir a criação de actividades económicas sustentadas. Desta maneira “é constituída o
poder local, que se apoia na iniciativa e na capacidade das populações e actua em estreita
colaboração com as organizações de participação dos cidadãos” (Pacote autárquico, Brochura I, nº,
art.188, p.20).
1.1. Contextualização
Em 1992, quando se assinou o acordo geral de paz (AGP), o nosso País era considerado como
sendo o mais pobre do mundo. Várias foram as razões que fizeram com que fosse assim
considerado, dentre elas:
“a) 500 anos de colonização portuguesa, que não permitiu a criação de capital humano na
população; b) As contradições de algumas políticas de desenvolvimento adoptadas ( a falhada
experiência socialista); c) Guerra civil que durou 16 anos e que destruiu quase toda estrutura social
e económica” (VALÁ, 2009 apud Magid Osman, 2000; Francisco, 2003).
Na analise de VALÁ e consubstanciando-se a constituição da República de Moçambique que
considera a agricultura como base de desenvolvimento do País, pode-se notar que a actividade
agrária é a mais importante fonte de emprego apesar do êxodo rural. Município de Manica com
uma superfície de 113 Km², a cidade de Manica encontra-se situada na parte ocidental do Distrito
do mesmo nome, a cerca de 74 Km da Cidade de Chimoio e 18 Km da fronteira de Machipanda –
com a República do Zimbabwe, composto por cerca de dez Bairros e uma população estimada em
28.568, até ao ano de 1997, de acordo com o inquérito sobre o agregado familiar (IAF) 96/97. A
semelhança dos outros Municípios, também sente uma grande imperiosidade para adoptar
estratégias de crescimento económico que podem ajudar para reduzir substancialmente a pobreza
que afecta as populações daquela autarquia.
Pretendemos apresentar o conteúdo não apenas de forma expositiva e descritiva. O tema será
introduzido por alguma actividade em que se resgata os conhecimentos prévios e as informações
que o autor traz, criando-se, assim, um contexto que irá dar um "significado" ao tema em questão,
justificando ainda o facto de que ele será estudado a seguir. Problematizar o assunto que irá ser
tratado, convidando os beneficiários à reflexão
1.2.1.Objectivo Geral:
1.3. Justificativa
Nesta ordem de ideia, os governos locais estão em condições de identificar as diferenças entre
indivíduos, estando assim de melhor maneira de poder distribuir os recursos e consequentemente
combater a pobreza.
Boa governação (local), uma governação participativa, transparente, efectiva e com boa prestação
de contas pelos órgãos municipais e provisão de serviços públicos são grandes desafios nas
autarquias de Moçambique. Em geral sem muitos recursos e com défices no planeamento coerente
e transparente e com uma fraca capacidade de resposta às necessidades dos cidadãos, elas ainda
não contribuíram plenamente para a redução da pobreza.
O desafio do melhoramento da boa governação, é portanto, uma preocupação vital para
qualquer nação, mais especialmente para nações pobres como Moçambique que se
confronta, por um lado, com tremendas necessidades sociais, económicas e de
desenvolvimento politico, e por outro lado, com escassos recursos . (Luísa Diogo, 2002,
p.5),
Também constitui de entre várias razões que determinaram a escolha do presente tema para alem
das acima descritas, as seguintes:
Quer a EN6, quer a linha férrea Beira - Machipanda, são cruciais para a economia do
vizinho Zimbabwe e para a região centro de Moçambique.
Hipotese 7: O nível de pobreza está mais acentuada nas autarquias onde a taxa de analfabetismo é
maior;
1.7. Metodologia
Para a prossecução do estudo a metodologia foi baseada em: Referencial Teórico (que consistirá na
pesquisa documental), fonte de dados (entrevista) e questionário aos munícipes. Estas duas
metodologias servirão para complementar a informação existente nos documentos em arquivos do
Conselho Municipal de Manica (CMCM).
1.7.1. Entrevista
Para a concretização deste estudo, foi necessario recorrer à entrevista com assessor do presidente
e outros responsáveis dentro dos bairros, por forma a colher informações mais precisas sobre o
estudo.
Consistiu na análise de vários registos do CMCM, para além de livros, dados estatísticos,
constituição da República e outros materiais que abordam com maior clareza o tema ora em
estudo, por forma a que se colhesse dados concretos em relação aquilo que se pretende.
Esta técnica consistiu na leitura de diversas obras existentes sobre a matéria, consulta na Internet,
consulta de manuais e alguns relatórios de forma a dar maior consistência em termos de
informação ao estudo.
Pequeno Glossário
Para garantir que os conteúdos existentes no presente trabalho tornem-se perceptíveis, há toda
necessidade de esclarecer alguns aspectos inerentes a conceitualização sobre análise das
estratégias dos municípios para a redução da pobreza, com destaque para os seguintes conceitos:
Estratégias, Crescimento económico, Pobreza, Desenvolvimento municipal, Município, entre
outras.
Sendo assim, o CMCM, nos seus planos de acção, nunca deixa de lado o factor “crescimento
económico”, pois dele também depende a redução considerável da pobreza, contribuindo deste
modo para o bem-estar dos munícipes.
Em suma, o crescimento económico é um processo pelo qual a renda nacional real de uma
economia aumenta durante um longo período de tempo. A renda nacional real refere-se ao produto
total do país de bens e serviços finais, expresso não em termos monetários, mas sim em termos
reais: a expressão monetária da renda nacional deve ser corrigida por um índice apropriado de
preço de bens e consumo e bens de capital. E, se o ritmo de desenvolvimento é superior ao da
população, então a renda real per capita aumentará. O processo implica na actuação de certas
forças, que operam durante um longo período de tempo e representam modificações em
determinadas variáveis. Os detalhes do processo variam sob condições diversas no espaço e no
tempo, mas, não obstante, há algumas características comuns básicas, e o resultado geral do
processo é o crescimento do produto nacional de uma economia que, em si própria, é uma variação
particular a longo prazo.
Desenvolvimento Municipal: Planear o desenvolvimento municipal é um grande desafio para os
gestores do poder local nos dias de hoje, pois o mesmo acontece dentro de um contraste mediante
ao conceito de crescimento que diferentemente da ideia que sugere aumento em quantidade, o
desenvolvimento implica na mudança da qualidade como também no aumento dos graus de
complexidade na integração e na coordenação de um sistema. Crescimento exige material e
energia; desenvolvimento produz e se alimenta de inteirações e informações, e é por esta razão que
não se pode falar apenas em crescimento material, mas também se deve proferir sobre o
desenvolvimento intelectual, político e social.
Pode-se dizer que, torna-se difícil definir o desenvolvimento duma forma universal, pois, os neo-
clássicos consideram crescimento como sendo sinonimo de desenvolvimento. Para este grupo, o
desenvolvimento económico é um crescimento continuo do nível de produto, em ritmo superior ao
crescimento da população.
Segundo (AZZONI 1993, p. 32): "Crescimentos mais acentuados ao longo do tempo produzem
mais aumentos nas participações das regiões no PIB; estagnação e crescimento lento levam a
diminuição nessa participação".
Partindo destes pressupostos, pode-se notar que as cidades podem sim desempenhar melhor seu
papel em prol do desenvolvimento, retratando isto a vista dos reflexos sociais e económicos do
Estado de Moçambique em geral e do município da cidade de Manica em particular, concentrando
fluxos capazes de alimentar o crescimento municipal, sendo importante e eficaz para aprimorar o
desenvolvimento sócio - económico; e contudo, praticar o papel de centro de incentivador às
actividades de comercio, saúde, educação, cultura e lazer.
Tendo em conta que a abordagem está no aspecto referente a municípios, e por ser um local com
uma escala territorial adequada a mobilização de energias sociais e integração de investimentos
que possam potencializar o desenvolvimento, seja pela reduzida dimensão, seja pela aderência
politico – administrativa que oferece, através da municipalidade e instancia governamental, o seu
desenvolvimento, é um processo capaz de promover o dinamismo económico e a melhoria da
qualidade de vida da população ”.
Município: O município (do latim municipium, antiga designação romana) ou concelho é uma
unidade de divisão territorial e de divisão administrativa de determinados países.
No conjunto de países da CPLP´s1, em Portugal, Cabo Verde, incluindo Moçambique, existe uma
diferença entre os conceitos de “concelho” e “município”. Concelho é uma “divisão territorial,
administrada por um município”, enquanto que Município é uma “autarquia local, constituída por
diferentes órgãos”. No Brasil, a antiga designação de “concelho” foi abandonada, e adoptou-se a
designação de “município” para ambos os conceitos.
PARPA: sigla do Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta. Um dos problemas que
contribui negativamente para o alivio da pobreza em que a maioria da população moçambicana
continua a viver, relaciona-se com práticas pouco recomendadas na preparação dos campos para
actividades agrícolas. Práticas essas que acabam afectando o meio ambiente, sendo um dos
exemplos destas práticas as queimadas descontroladas que, geralmente ocorrem com maior
incidência nas zonas rurais do pais, e tomam proporções alarmantes entre os meses de Abril a
Outubro de cada ano.O primeiro esforço neste sentido foi o de criar um instrumento de política
abrangente e integrado para a redução dos níveis de incidência da pobreza absoluta em
Moçambique, o Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta (PARPA).Trata-se de um
documento multidisciplinar elaborado por um grupo inter-sectorial liderado pelo Ministério de
Plano e Finanças (MPF) para garantir que este plano reflicta os objectivos das políticas sectoriais
que tenham impacto rápido na redução da pobreza. Por outro lado, visa assegurar que todos os
sectores priorizem a redução da pobreza nos planos de actividade presentes e futuros. Os planos
sectoriais integrantes do PARPA envolvem as seguintes áreas: Saúde, Educação, Trabalho, Mulher
e Acção Social, Agricultura, Desenvolvimento Rural, Obras Públicas e Habitação.
Paralelamente a esta estratégia, têm estado a ser implementadas diversas medidas de política que
concorrem para a mitigação das causas da pobreza, algumas das quais passamos a destacar:
Política Agrária e outras.
1
CPLP: Comunidade de Países de Língua Portuguesa
No âmbito do PARPA, as acções na área de saúde reunem as seguintes componentes: Expansão de
acesso e melhoria dos cuidados de saúde materno – infantil e infanto – juvenil; nutrição, com o
objectivo de assegurar o acesso e a utilização adequados dos alimentos; DTS-SIDA com o
objectivo de prevenir a infecção pelo HIV; atender os indivíduos vivendo com HIV-SIDA e
reduzir o impacto do SIDA.
Pobreza: A redução da pobreza tem sido um dos principais objectivos nos programa de
governação, em vários países. Contudo a definição do conceito da pobreza tem sido algo de
muitos debates. Para efeito de definição de politicas, foi inicialmente relacionada com a falta de
rendimentos - dinheiro ou espécie - necessários para satisfação das necessidades básicas. Porque
esta definição monetarista não abarcava todas as vertentes da pobreza, foi-se alargando os
conceitos para abarcar aspectos como a falta de acesso a educação, saúde, água e saneamento,
entre outros. Neste momento o conceito de pobreza inclui aspectos como o isolamento, exclusão
social, falta de poder, vulnerabilidade e outros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mínimo de bem estar foi definido a partir da
linha de pobreza, que é o custo de aquisição de calorias necessárias para uma vida saudável,
calculado em 2150 Kilocalorias/pessoa/dia. Sendo assim, os indivíduos abaixo deste valor são
considerados pobres e os acima não pobres.
Entretanto, segundo a consultora Metier, o método mais comum para avaliar e medir o grau de
pobreza é baseado nos níveis de rendimento e de consumo das famílias. Uma pessoa é considerada
pobre se o seu rendimento ou consumo é inferior ao mínimo necessário para satisfazer
necessidades básicas.
O plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta do governo de Moçambique adopta
definições especificas que a seguir se indicam:
Segundo o PARPA I, Pobreza é a incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e os seus
dependentes um conjunto de condições mínimas para a sua subsistência e bem – estar, segundo as
normas da sociedade.
Segundo o PARPA II, Pobreza é a impossibilidade por incapacidade, ou por falta de oportunidade
de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições mínimas, segundo as normas
da sociedade
Pobreza Absoluta: refere-se a falta de rendimentos necessários para a satisfação das necessidades
alimentares e não alimentares básicas. Pobreza no sentido lato é a impossibilidade de satisfação
das necessidades básicas, como alimentação, vestuário, educação e habitação. A pobreza absoluta
é definida como pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. Afecta cerca de 1.3 bilhőes de
pessoas no mundo contra cerca de 11 milhőes de moçambicanos que vivem a baixo da linha de
pobreza e, a pressão exercida pela pobreza é provavelmente uma das maiores causas da degradação
ambiental. Importa referir que a degradação ambiental acarreta consigo elevados custos de
dinheiro e que para o caso de Moçambique a mesma consume cerca de 6% do PIB nacional. Pese
embora, os esforços que o Governo de Moçambique tem vindo a realizar na dessiminação de
mensagens ambientais para uma melhor gestão dos recursos naturais para o combate a pobreza
absoluta com envolvimento de todos os actores de desenvolvimento sócio-económico.
Pobreza humana: refere-se a falta de condições humanas básicas como analfabetismo, mal
nutrição, esperança de vida reduzida, saúde materna fraca, incidência de doenças preveníveis. Esta
definição relaciona-se com as medidas indirectas da pobreza tais como acesso aos serviços e infra-
estruturas (p.ex., saneamento, água potável, educação, comunicações, energia, e outros)
necessárias para atingir as condições humanas básicas.
A condição macroeconómica de Moçambique é boa e promissora, mas muito há ainda por fazer
para que isso se reflicta no melhoramento das condições de vida da população. Para mitigar a
pobreza da população deve se observar os seguintes aspectos:
criação de postos de trabalho, criação do empreendedorismo, atracção do investimento nacional e
estrangeiro.
Em Moçambique a redução da pobreza é uma das prioridades do governo. Assim, a estratégia de
desenvolvimento económico e social e de redução da pobreza do governo, assenta nas seguintes
vertentes: desenvolvimento do capital humano; reabilitação de infraestruturas chaves; restauração
da produção agrária; criação de um ambiente propício ao desenvolvimento da iniciativa privada.
Pobreza relativa: refere-se a falta de rendimentos suficientes para a satisfação das necessidades
alimentares e não alimentares essenciais, de acordo com as normas da sociedade.
Pobreza Urbana: A pobreza urbana como tema de reflexão e debates, crescentemente vinculada à
violência e à criminalidade, extravasou em muito os limites da produção de cientistas sociais,
agências e órgãos governamentais ou de militantes dos movimentos sociais e de ONGs. Tratada
com maior ou menor isenção, drama, indignação e/ou alarido, seus efeitos tornam-se quotidianos
nas cidades, partindo dos grandes centros e atingindo municípios menores, alastrando como fogo
em rastilho de pólvora.
Este trabalho apresenta uma reflexão posicionada sobre esse complexo processo, bem como sobre
os desafios que a pobreza urbana impõe para a ordem democrática. Como o fez Herbet de Souza,
no início da década de 1990, aqui afirmamos que "democracia e desigualdade são incompatíveis".
Isso significa adoptar uma perspectiva, já agora bastante divulgada, que vincula, para o caso do
país, pobreza e desigualdade. Há entre esses dois fenómenos, de naturezas distintas, uma relação
de causalidade. A pobreza é fruto de outro mecanismo constitutivo de nossa sociedade: a absurda,
inaceitável e "naturalizada" concentração de renda, de terras e de poder.
Essas não são afirmações sem consequências. Implicam dizer que, para acabar com a pobreza,
devemos, necessariamente, participar do enfrentamento e do combate à desigualdade.
Estratégia: Estratégia é a definição de como recursos serão alocados para se atingir determinado
objectivo. Usada originalmente na área militar, esta palavra é bastante usada na área de negócios.
Segundo, Michael Porter (1986), a estratégia depende fundamentalmente do posicionamento que a
organização pretende para se alinhar com a estrutura do sector. A estratégia deve alinhar as forças
da organização ou instituição de acordo com as oportunidades verificadas e/ou detectadas no
sector, orientando a organização a explorar as oportunidades. Ou ainda, é a produção de planos
para atingir objectivos.
Por outro lado, estratégia entende-se como caminhos que se desenvolvem num processo continuo
de aprendizagem, de padrões tendo em conta o comportamento e experiência adquirida pelos
intervenientes, com vista a superar os estrangulamentos do desenvolvimento garantindo assim que
isso contribua para o bem-estar da sociedade.
De uma forma ampla, a pobreza é considerada como a privação acentuada dos elementos básicos
para a sobrevivência humana, incluindo a falta de alimentação adequada, a carência de habitação e
vestuário, a baixa escolarização, a falta de participação nas decisões políticas etc. Isso se manifesta
no facto de certos indivíduos não possuírem renda e/ou património suficientes para ter acesso a
bens e serviços essenciais em níveis considerados adequados, de acordo com o padrão vigente
numa sociedade.
Por outro lado, deve-se destacar que existem dois aspectos conceptuais:
i) o conceito de pobre é estático e representa uma situação em que um determinado grupo social se
encontra;
ii) a pobreza é um conceito dinâmico e reflecte o processo que leva algumas pessoas à privação de
bens e serviços condizentes com uma situação socialmente aceitável.
Em sua dinâmica, a pobreza é motivada por choques nas condições individuais ou colectivas que
privam as pessoas de acesso a um património que possibilite um nível de consumo aceitável. De
forma mais específica, o capital dos indivíduos e da sociedade pode ser classificado em três
grandes grupos:
- Capital Físico: Abrange os activos da natureza e as infra-estruturas permanente e o capital
público que os indivíduos dispõe, cujos exemplos são: habitação, propriedades, máquinas,
ferramentas, materiais, matérias-primas e de produtos acabados, serviços públicos disponíveis,
etc.;
- Capital Financeiro: Deriva da transformação dos anteriores activos em bens cuja forma é
monetária como banca, serviços de crédito e as tecnologias a eles associados.
- Capital Humano: Abrange o nível de escolarização, as condições de saúde, a capacidade
empresarial e a experiência dos indivíduos que determinam a sua produtividade e o seu potencial
para alcançar uma determinada renda;
- Capital Social: Abrange aspectos relacionados à estrutura familiar dos indivíduos, o seu grau de
associativismo e de cooperação, aspectos institucionais e valores.
- Capital político: A esfera de tomada de decisão sobre assuntos públicos, participação, democracia
e seus princípios, diálogo e parceria, descentralização e devolução.
É de fundamental importância entender a diferença entre ser pobre, que é uma situação permanente
de não ter condições de gerar renda que possibilite o consumo, e estar pobre que, na maioria das
vezes, é uma situação temporária em que o indivíduo se encontra, podendo ser superada através do
acesso aos quatro tipos de capital, acima mencionados.
É importante que o indicador escolhido esteja vinculado ao custo de atender necessidades básicas
das pessoas, de acordo com o contexto em que vivem. Neste sentido, o Banco Mundial tem
utilizado o critério de um dólar por dia, por pessoa, como o nível de renda mínimo para que uma
família não seja classificada como abaixo da linha da pobreza. Também, neste sistema, quem tem
renda menor do que meio dólar por dia é considerado indigente. Moçambique usa oficialmente 3
medidas de pobreza. Por exemplo, em países Latinos como o Brasil, alguns estudos consideram
pobre quem tem renda mensal inferior a meio salário mínimo. Já o indigente é aquele que tem
rendimento inferior a um quarto do salário mínimo.
Enquadramento do Distrito de Manica na Província de Manica
Para melhor abordagem dos diferentes aspectos que constituem a história social, económica da
cidade de Manica, é importante observar a região onde ela se encontra inserida. Para o efeito, o
distrito de Manica é a entidade não apenas geográfica, mas sobretudo administrativa dentro da qual
se localiza a cidade do mesmo nome. O distrito de Manica ocupa uma área de 4.391km2,
correspondentes a 7,1% da superfície total Província2. Localizada no interior do Centro-ocidental
da Província, Em termos cósmicos, o distrito estende-se entre os paralelos 32º, 40´a 33º, 30´de
longitude Este e 18º, 20´a 19º 20´de latitude Sul.
O território do distrito tem os limites seguintes: ao Norte separa-se do distrito de Bárue pelo curso
do rio Púngue; a Sul limita-se com o distrito de Sussundenga através dos rios Revué e Zónue; a
Este com o distrito de Gondola e a Oeste encontra-se a linha da fronteira que o limita com a
República do Zimbabwe (vide mapa 1).
O distrito de Manica encontra-se numa das zonas mais elevadas da Província de Manica, sendo
nela que nascem muitos dos rios que descem para Leste em direcção ao rio Pungúe o maior da
região. Nas suas montanhas nascem águas de elevada pureza, sendo as da serra de Vumba já
comercializadas, com distribuição e excelente aceitação em quase todo o País. A capital é o
município de Manica, importante centro económico do distrito. A Vila de Manica, cidade que vive
do comércio fronteiriço, é o segundo centro urbano da região. As etnias mais representativas são os
Shona, os Sena e os Ndau.
2
ARTUR, Domingos Do Rosário (2008). MANYIKA:Breve historia da cidade de Manica; p.10
Mapa 1 – Localização geográfica do distrito de Manica
Superfície
O distrito de Manica ocupa uma área de 4.395 km²(o correspondente a 7.12 % da área total da
Província de Manica), com uma densidade populacional de aproximadamente 47 hab/km².
caracterizado por elevações montanhosas, planícies e vales.
Divisão Administrativa
Mavonde Chitunga
População e Demografia
Provisório
O distrito de Manica de acordo com o Censo de 2007, é terceiro distrito densamente povoado a
nível da província de Manica e possui um grande potencial agro-pecuário e mineral. A população
actual do distrito, segundo o censo populacinal de 2007, é de ----- habitantes e, daqui resultando
uma densidade populacional de 35,5 h/km². Estes dados incluem a cidade e município de Manica,
cujo estatuto foi decretado em 1998. O Posto administrativo de Vanduzi tem o maior número de
habitantes e contrariamente o Posto Administrativo de Mavonde possui o menor número de
habitantes.
Tabela 1: População
Fonte: Administração
Relevo
O relevo é caractirizado por elevações com vária fontes de água, vastas planícies e vales. (FDC,
2001). As zonas montanhosas, mais conhecidas por escarpa de Manica, e de planícies
representando 70 e 30% respectivamente. A altitude varia entre os 600 e 1.800 metros. O pico mais
alto do distrito encontra-se n monte Muriangane, no Posto administrtivo de Machipanda
(Administração do Distrito de Manica - PDD , 2004, p.14).
Referir que para além das formações motanhosas de destaque ao longo de todo o Distrito de
Manica, encontramos uma cadeia de montanhas que conferem ao distrito um estatuto paisagistico
de elevada dimensão e exploradas como santuários pelas comunidades locais3.
Clima
O clima predominante é o tropical influênciado pela altitude, quente e chuvoso durante o período
de Outubro a Março. Nas restantes épocas do ano o clima é fresco e seco, com temperaturas que
oscilam entre 18º e 22ºc. A forma de relevo e características do solo são respnsáveis pelo tipo de
clima prevalecente na área do distrito.
Precipitação
A precipitação média anual no distrito de Manica é de cerca de 1.200 melímetros,variando entre
800 e 1.400 melímetros. A pluvisiodade aumenta no sentido Este a Oeste, istoé, do planalto para as
montanhas obedecendo o relevo4, sendo que nas áreas mais montanhosas e próximas da República
do Zimbabwe, se atigem os 1.400 mm.
Geologia
3
Comunidades locais: agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial de nível de
localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da protecção de áreas habitacionais, áreas
agrícolas, sejam cultivados ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens, fontes de agua, áreas de
caca e de expansão.
4
Monografia, 1999
Na área de Vanduzi, encontram-se rochas metamórficas (primárias, paleozóicos) e câmbricas
sendo algumas eruptivas. Devido a estas características geológicas, o distrito de Manica é muito
rico em recursos minerais, ocupando uma posição de destaque em relação aos outros distritos da
Província5.
Estas características dos solos são facilmente observadas ao longo da encosta das formações
montanhosas.6
Solos
O distrito possui solos ferruginosos típicos de savana. Predominam solos argilosos (franco -
argilosos) em ¾ do território do distrito que apresentam um nível de fertilidade que varia entre
baixa e intermédia com baixa susceptibilidade a erosão. Existem igualmente solos arenosos
(vermelhos) com camada superficial mais leve, profundidade variável, baixa fertilidade e muito
susceptível a erosão. Estes solos encontram-se frequentemente nas zonas próximas dos rios e dos
cursos de água, principalmente no sul do distrito (PDD, op.cit., p.16).
5
PDD, op.cit., p.15.
6
Manica e Sofala: Anuário do Território. Anno de 1910. Beira.
Hidrografia
O distrito está inserido na bacia do rio púgue e tem muitos tem muitos rios, riachos e fontes
naturais de água no seu território. O Revué é o maior do distrito e nasce junto da fronteira da
República do Zimbabwe. É ao longo deste rio que se situa a barragem hidroelétrica de Chicamba.
O caudal máximo do rio Révué ocorre entre o Fevereiro e Junho enquanto que o caudal mínimo
ocorre entre os meses de Outubro e Novembro.
Há ainda a destacar neste distrito os permanentes tais como Chimedza, Messica, Munene, Zónue e
Vanduzi. De um modo geral, o distrito é rico em recursos hídricos aproveitáveis, quer para a
irrigação quer para o abastecimento de água as populações (FDC, 2001).
Rios Púngue, Honde, Nhancuarara, Mavuze, Chimedza, Mukombezi, Ticue, Revué, Messambuzi,
Vanduzi, Messica, Zónue, Pungue Maronga, Nhacadunguire, Topozi, Ruaca , Nhamatanda, Tchaca
entre outros (vide mapa 3).
Fauna e Flora
O habitat natural do distrito faz com que abundem várias espécies faunísticas. Afauna
predominante é constituída por elefantes, búfalos, crocodilos, hienas, leoprados, leões, chacais,
diversos anílopes, hipopótamos, pangolins e variadas espécies de répteis de entre as quais a jibóia
africana.
A vegetação predominante é a savana tropical de altitude. Em certos pontos, pode-se encontrar a
savana arbórea e arbustiva com particular incidência nas margens dos rios.
A floresta predominante é do tipo miombo onde miombo onde abundam as espécies tais como a
Umbila, Panga-Panga, Pau Preto, Muonha, Chanfuta dentre outras.
Enquadramento da cidade de Manica no Distrito de Manica
Com uma superfície de 113 km², (correspondende a 2,57% da área total do distrito), a cidade de
Manica encontra-se situada na parte ocidental do distrito do mesmo nome, a 74 km da cidade de
Chimoio (Vila Pery) e 18km da fronteira de Machipanda – com a vizinha República do Zimbabwe.
Em termos de localização cósmica, a cidade está instalada no pnto marcado pelos 19º00´e 18º 55
´de Latitude Sul e Norte; e 32º 45´e 32º 50´de Longetude Oeste e Este, respectivamente.
Limites municipais:
Aspectos físico-geográficos
Clima
O clima é o do tipo tropical modificado pela altitude, quente e chuvoso de Outubro a Março.
Fresco e seco de Abril a Outubro, com TMA 22ºc e uma média anual de 1.200mm de precipitação
e os ventos predominantes são de sudeste e sul o que propicia a ocorrência de chuvas horográficas
nas encostas montanhosas. A sua altitude oscila entre os 600 e os 1.600m de altitude, tendo o seu
ponto mais alto na Serra Vumba, com 1.600m.7
Geomorfologia
A cidade de Manica está inserida na zona de terrenos antigos e beneficia das condições geo, morfo,
pedológicas e climatéricas de todo o distrito enumeradas anteriormente, ou seja, na sua estrutura
geomorfológica predominam depressões montanhosas resultantes das formações da Escapa de
Manica. Predominam igualmente solos argilosos e arenosos nas margens dos rios.8
Àrea de Influência
O município de Manica mantém sob sua influência o território e a população do distrito suportando
a demanda de serviços urbanos básicos (comércio, transporte e telecomunicações, saúde,
educação). De igual modo desempenha a função de centro de trânsito e de comércio regional e
internacional de e para os países do hinterland, nomeadamente; Zimbabwe, Malawi, Zâmbia
através da EN6 e da linha férrea Beirra Machipanda.
7
ARTUR, Domingos Do Rosário, ibden., p.15
8
SPPF/CMCM, op,ct., p.14
A recessão económica da República do Zimbabwe veio de certo modo marcar a economia do
município nos sectores agrícola, mineral e comercial.
Bairro Observação
Josina Machel qué o Bairro central ou de cimento;
25 de Setembro corresponde também a parte de cimento da cidade;
7 de Abril (bairro Mafunde)
Manhate ao longo do sopé da Serra Vumba
Vumba
IV congresso (bairro
Romorengurue)
Cacarué
Macorreia
Chinhamapere
Chinhagore
População do Município
De acordo com o Censo de 1997 o município de Manica possuia cerca de 27.868 habitantes,
distribuidos de uma forma irregular em 5.574 agregados familiares. Actualmente o município
possui cerca de ------habitantes, o correspondente a ????% da populaçaõ total do distrito.
A Tabela 1, ilustra a variação da população na actual área do município de Manica desde o
primeiro Censo da população em 1980, que vem em crescendo pelo facto de o município constituir
o foco de actração da população economicamente activa sobretudo jovem entre os 18 e 35 anos de
idade que afluem à cidade a procura de melhores condições de vida (emprego, escolas, mercados).
Como aconteceu com quase todas as cidades do País, a de Manica conheceu uma grande oscilação
do efectivo da sua população nas últimas duas décadas. Vários factores estivaram na origem desta
situação:
O factor político-militar: - a guera que precipitou muitos cidadãos ás cidades, em busca de
refúgio e segurança. O retorno à paz observado com o fim da guerra em 1992, influênciou
apenas um lento movimento cidade – campo.
O factor económico: - a localização da cidade, atravessada pela EN6, como pela linha
férrea (Beira - Machipanda), ambas ligando a cidade portuária da Beira e república do
Zimbabwe (o conjunto que constitui o corredor da Beira), e a concentração da população,
são factores susceptíveis de viabilizar o comércio informal, o que estimula a fixação nesta
cidade, de populações vindas do interior.
O factor social: - durante longos anos, a cidade de Manica foi o único centro provido de
infra-estruturas e serviços (saúde, estabelecimentos de ensino, comércio, recreação, etc.),
no distrito.
Essa incostância do número da população que se distribui pelos 113km², que constituem a
superfície da cidade, pode ser testemunhada pelo quadro a seguir:
Homens
674
1
SPPPFM – Plano de Estrutura da Cidade de Manica (preliminar) – Junho de 1999, p.18
Problemas ambientais
Ocupação desordenada dos espaços
A guerra cível do período pós independência, as calamidades aturais, as assimetrias de
desenvolvimento regional são alguns dos principais factores que contribuíram para o crescimento
populacional da cidade devido ao êxodo rural o que originou a ocupação desordenada do espaço
quer nos grandes centros urbanos, periferia e mesmo nas zonas rurais do Distrito. Algumas zonas,
bairros conheceram o aumento da densidade populacional constituindo-se em zonas mais
populosos, como o bairro do quartel de Catandica.
Medidas de mitigação
Elaboração de planos de estruturas urbanas com o envolvimento das comunidades locais
Capacitação dos Recursos Humanos
Melhorar a ocupação dos solos
Criação de infra-estruturas básicas nas zonas de expansão
Monitoria na ocupação dos solos
Deficiente saneamento básico
No concernente ao saneamento básico registou-se ao longo do período em análise a melhoria da
capacidade de resíduos sólidos, limpeza da cidade em geral e a conservação do cemitério
municipal.
Para a área de resíduos sólidos verifica-se ainda uma grande falta de recursos materiais para a sua
remoção e deposição em locais apropriados, aterros sanitários. Tractores, camiões basculantes, pás
escavadoras, camião de sucção são alguns dos materiais indispensável que deviam existir e em
bom estado de operacionalidade. De referir que a recolha e tratamento de resíduos sólidos deveria
abranger também os bairros periféricos e não apenas a cintura urbana.
Outro sim é que não há dados sobre as quantidades de resíduos despejados
diariamente nestas áreas. De acordo com a Direcção dos Serviços Urbanos da Cidade
de Manica, ------% dos resíduos sólidos gerados na cidade são colectados e
depositados nos aterros. Esta é uma prática comum de eliminação dos resíduos nas
restantes cidades em todo o país.
Medidas de mitigação
Construção de lixeiras/aterros sanitários, incentivar o uso de latrinas melhoradas e promoção de
fossas cépticas, Construção de latrinas melhoradas e sanitários públicos, Disponibilização de
equipamento e material de recolha dos RSs, Estabelecimento de um horário de deposição e recolha
de RSs nos bairros urbanos e na periferia, Promover campanhas de sensibilização e educação
ambiental, Identificação de lugares e abertura de covas de maior dimensão e profundidade para a
deposição de RSs
Desarborização urbana
Um dos problemas ambientais que assola a cidade de Manica: é a insuficiência de estufas, viveiros
e a fraca sensibilização da população sobre a manutenção e conservação das plantas em processo
de reposição nos bairros e o abate indiscriminado das árvores para a cozedura de blocos nos
fornos, provocando a desarborização das zonas centros urbanos. Por outro lado, a maior parte das
plantas (Acacia amarela/vermelha, Leucaena), existentes nas vias publicas foram plantas no
período colonial, necessitando de substituição/reposição.
Medidas de mitigação
Revitalização e potenciação dos viveiros municipais, comunitários para a multiplicação de
árvores
Promoção de campanhas de plantio de mudas de plantas nos bairros, escolas
Reposição do sistema de abastecimento de água para os parques e jardins, praças
Sensibilização dos munícipes e comunitários para a arborização nas residências, ruas,
jardins, parques e outros locais públicos.
Transportes e comunicações
Fonte: CMCM, dados para a actualização da folha informativa, junho 2007, p.9
A área de estudo é atravessada pela EN6 ligando o município à vizinha República do Zimbabwe.
Outras vias urbanas que fazem parte da rede viária do município são de nível secundário e
terceário. Possui uma rede de estradas classificadas de --------Kms.
Em termos de estado de conservação, as ruas secundárias e terciárias localizadas na zona
urbanizada são de uma maneira geral asfaltadas, carecendo de uma reabilitação e/ou manutenção.
Nas zonas semi-urbanizadas e não urbanizadas as ruas encontram-se em precárias condições
dificultando a circulação de pessoas e bens de e para os diferentes pontos.
Provisorio
Rede Ferroviária
Corredor da Beira
O município de Manica está inserido no Corredor da Beira que constitui o ponto fulcral para
iniciativas de desenvolvimento regional. Este corredor é importante para o alcance dos objectivos
económicos e políticos da região, particularmente devido ao facto de que quase metade dos
Estados membro da SADC serem dos países do hinterland e requerem ligações regionais eficientes
de transporte para terem acesso ao mar.
Fonte: Autor 26.01.2011
Manica é uma proposta única em termos de disponibilidade de água e de solos férteis para o
desenvolvimento de culturas diversificadas, e capacidade de levar a colheita ao mercado antes dos
demais potenciais concorrentes ( John Hughes: AIM – CLUB OF MOZAMBIQUE - 06.12.2010)
Abastecimento de água
A cidade Manica é um dos centros urbanos na provincia de Manica, impulsionada na altura pelo
facto de durante o século ser uma estação ferroviária de referência. O centro da cidade de Manica
situa-se ao longo do vale do rio Revué, a cerca de 720 m acima do nível do mar.
Manica desde os anos 1950 é abastecido de água a partir de fontes superficiais, dos rios
Nhamatanda e Chirabandine (vide mapa 3). Pequenas represas foram construídas nestes rios para
reter água e usar como fonte para o abastecimento de água à cidade de Manica.
A água dos dois rios captada e por gravidade canalizada para a Estação de Tratamento de Água
onde é tratada com cloro é distribuída a partir de dois reservatórios localizados a cerca de 2 km do
centro da cidade. A distribuição abrange com maior enfoque a zona de cimento constituída pelos
bairros “25 de Setembro” e “Josina Machel” para alem de Vumba e IV Congresso.
Nesta cidade, existe uma outra represa construída nos anos 1920 para servir CFM no
reabastecimento das locomotivas a vapor usadas na altura. Esta represa não é usada nos dias de
hoje, e está atolada e com sérias rachaduras.
Assim, resumidamente o sistema de Manica é caracterizado por uma produção de cerca de
360m³/dia (sem tratamento adequado), 6 horas/dia de distribuição, rede de distribuição com cerca
de 11 km, 650 ligações, 6 fontanários, acima de 50% de perdas, taxa de cobertura de cerca de 15%
da população total, correspondente a 7.500 habitantes, sistema com funcionamento precário e
bastante irregular durante o período seco.
Para reverter esta situação, o FIPAG iniciou uma série de acções imediatas que consistem na
renovação da barragem dos CFM, reabilitação da Estação de ratamento e sua ligação ao depósito
de 500m³ na Cidade, restabelecimento do fornecimento da energia eléctrica à ETA, reabilitação de
10 furos (pequenos sistemas) e construção de 10 fontanários, melhoramento da rede de distribuição
e instalação de novos contadores domésticos.
Rede industrial
A rede industrial do município de Manica comporta actualmente seis fábricas contra cinco do ano
2003 e 19 moagens contra 18 do mesmo ano conforme o quadro seguinte:
Fábricas 05 06 1 20
Moagens 18 19 1 5.5
Rede comercial
A a tabela 6 desmonstra a rede comercial que congrega lojas, bancas fixas, mercados e bancos.
Lojas 10 23 13 130
Mercado 03 08 05 166
Bancos 02 02 00 00
Hospedagens Preferencial
9
Embora não haja uma definição única do que seja Turismo, as Recomendações da Organização Mundial de
Turismo/Nações Unidas sobre Estatísticas de Turismo,[1] o definem como "as atividades que as pessoas realizam
durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a
um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros." E, Turista é um visitante que desloca-se voluntáriamente
por período de tempo igual ou superior a vinte e quatro horas para local diferente da sua residência e do
seu trabalho sem, este ter por motivação, a obtenção de lucro.
Motel Guida Cidade Manica -------
Pousada Garuzo Garuzo 33
Manica Lodge
Vumba Lodge
Complexo Turístico Piscina -----
de Manica Cidade Manica
Complexo Turístico Casa 25
Messica
Flamingo
São Cristovão
Barragem Chicamba Real: Está ao longo da EN6 a 36km de Chimoio e a 15km do município de
Manica é aprodutora da energia hidroeléctrica para a cidade de Manica e de Chimoio. O lago
Chicamba oferece uma beleza insólita pela colocação da barragem no desfiladeiro formado
naturalmente por escarpas rochosas.
Serra de Vumba: Está a 2,5 Km de Manica. As montanhas da serra (1600 metros de altitude)
oferecem excelentes oportunidades de caminhadas longas, escalada de montanhas e
"mountainbiking." Nas montanhas há uma fonte de águas minerais industrializáveis e
comercializadas.
A rede de turísmo é composta de móteis, bares, restaurante, museu de geologia e minas, bilioteca,
pinturas rupestres de Chinhamapere.
De referir que o dcréscimo dos bares e restaurantes deveu-se a proliferação do mercado informal.
Tabela 6: Evolução da Rede de Turísmo
Motéis e 03 04 01 33
Pensões
Biblioteca, 02 02 01 50
Telecentro
museu de 02 02 00 00
geologia e
minas,
bilioteca,
pinturas
rupestres.
10
Apesar de Timóteo (2010) escrever que a mineração do ouro em Manica foi lançada em
2006, vários estudos (por exemplo, Dondeyne et. al.) referem que o garimpo do ouro naquela
região é muito mais antigo. Vide artigo de Adelino Timóteo (Abundância de diamante e de ouro
geram gangsterismo em Manica), publicado no semanário Canal de Moçambique de 25 de
Agosto de 2010, páginas centrais.
Na província de Manica temos as seguintes produções de minerais Ouro, Mica, Fluorito,
Calcopirite. A produção do ouro na província de Manica situa-se entre 480 e 600 kgs/por ano
(Yager 2007; Dondeyne et. al. 2009). As pessoas envolvidas naquela actividade não só tiram
benefícios directos de emprego, ao nível da extracção, como também beneficiam de oportunidades
criadas pela sua comercialização em termos de intermediação. O garimpo, sobretudo o trabalho da
escavação, é geralmente praticado por homens adultos, mesmo
se algumas mulheres e crianças, em número reduzido, participam de algumas actividades conexas,
como a trituração das rochas e a lavagem, para além da confecção de alimentos e do auxílio na
entrega e limpeza dos instrumentos de trabalho (Dondeyne et. al. 2007 e 2009).
Processamento do Ouro
A grande maioria dos garimpeiros leva uma vida nómada e precária. Muitas vezes provenientes de
outros distritos da província de Manica, ou de outras províncias vizinhas, como Sofala e Tete, mas
também dos países vizinhos, os garimpeiros mudam-se de palhota para palhota, ao longo das
bermas dos rios onde se supõe haver ouro por extrair.
Através de observações e entrevistas a muitos garimpeiros e moradores, de Manica e Sussundenga,
fica-se a saber que o argumento segundo o qual a maior parte dos garimpeiros ilegais em
Moçambique são estrangeiros11 não funciona bem, pois os estrangeiros que por ali operam no
garimpo (escavação à procura de minérios) são de origem zimbabweana, ou seja, provenientes do
outro lado da fronteira de Manica. Eles são estrangeiros apenas quando lhes interessa sê-lo,
11
Ver, por exemplo, o artigo de Adelino Timóteo (Abundância de diamante e ouro geram
gangsterismo em Manica) publicado no semanário Canal de Moçambique de 25 de Agosto de
2010, páginas centrais.
porque não diferem dos moçambicanos daquela região fronteiriça: falam a mesma língua,
partilham os mesmos hábitos e costumes e, em alguns casos, à semelhança dos moçambicanos, têm
parentes e até moradias nos dois lados da fronteira. Os estrangeiros, que são “diferentes” dos
moçambicanos de Manica e Sussundenga, em termos de língua, aparência física, hábitos e
costumes (por exemplo, os somalis, libaneses, tanzanianos, entre outros) praticam apenas tráfico
de minérios e não garimpo enquanto tal. Eles são quase sempre vendedores de mercúrio e
compradores (ou apenas intermediários) de ouro e diamantes provenientes do vizinho Zimbábwe.
Geralmente, não se envolvem em actividades de escavação nem processamento do ouro.
Este texto foi produzido com a finalidade de analisar os contornos das explorações mineiras semi-
industriais (Munhena) e artesanais (Chazuka, Mimosa) em Manica, levantando questões à volta
dessas actividades, como contributo para o debate em torno do papel da actividade mineira no
desenvolvimento e redução da pobreza no município de Manica.
A mineração artesanal, concretamente a extracção do ouro na província central de Manica, mais
especificamente nos distritos de Manica e de Sussundenga, são considerados os que apresentam
maior intensidade de mineração artesanal, concentrando assim maior número de mineiros
artesanais (garimpeiros12). As minas de Mimosa e Munhena, no distrito de Manica, e as minas de
Bandire e de Tsetsera no distrito de Sussundenga. Estas quatro minas, juntamente com a mina de
Ngwawala, no distrito de Macossa, são consideradas as cinco maiores minas de ouro em
Moçambique (Dondeyne et. al. 2009).
Recomenda-se aumentar a produção e comercialização mineira e asgurar a aplicação da legislação
mineira no seio dos produtores artesanal e expandir a energia eléctrica aos aglomerados
populacionais e locais de elevado potencial económico.
A agricultura urbana
12
De acordo com o Dicionário da Língua Portruguesa, Porto Editora, 6ª Edição Corrigida e
Aumentada (p. 815), Garimpeiro é um pesquisador de preciosidades, indivíduo que busca lucros
à custa de mixórdias e traficâncias. Outros definem o garimpeiro como “uma
pessoa que pratica a extracção mineira ilegal.” Por sua vez, mineiros artesanais de Manica,
portadores de senha mineira, recusam ser chamados garimpeiros, preferindo ser tratados por
“mineiros artesanais”. Também Ndunguru, entrevistado por Selemane (2009), defendeu a ideia
de que a designação garimpeiro tinha uma conotação pejorativa, por isso em Manica prefere-se
falar em mineiro artesanal. Mas Machado Da Graça (2009) quando fazia a revisão linguística
do relatório “Alguns Desafios na Indústria Extractiva em Moçambique, de Tomás Selemane,
argumentou que o nome garimpeiro nada tinha a ver com práticas ilegais, sendo que a designação
refere-se a qualquer explorador artesanal de minérios, que tanto pode ser legal como ilegal.
O município de Manica é essencialmente agrícola com óptimas condições agro-ecológicas
(climática, solos e precipitação). Das principais produções destaca-se Citrinos e Hortícolas.
No município de Manica observa-se, porém, uma relação muito forte entre a agricultura
rural/tradicional e a agricultura urbana, sendo esta última normalmente praticada mais
intensamente no município devido a sua tradição agrícola no meio rural.
Electricidade
O município de Manica recebe energia alternativa da barragem hidroeléctrica de Chicamba em
caso de avaria da linha de HCB.
O sistema de abastecimento em energia eléctrica é feito através de assinador de Chigodole,
localidade do Posto Administrativo de Vanduzi que recebe a energia proviniente da Hidroeléctrica
de Cahora Bassa (4.800Kilowates) e possui uma subestação e postos de transfomação que
permitem ligações domiciliárias e públicas, sendo o consumo mensal de 730 KW.
Em termos de número de consumidores, existem 703 instalações, das quais 496 são domiciliárias.
O consumo médio mensal é de 661KW, sendo, 243kilowates de consumo diário (Fonte????).
Ao nível do município existe uma extensão da rede de baixa tensão para o consumo doméstico,
serviços e iluminação pública na cintura urbana, nos aglomerados periféricos e nas sedes dos
postos administrativos de Messica, Vanduzi, Machipanda abrangendo as localidades de Maridza,
Penhalonga. Muzongo e Vanduzi (SPPF/CMCM, Plano de Estrutura do Município, 12/1999, p.11).
Com excepção da zona de cimento e arredores as restantes zonas não possuem iluminação nas vias
públicas.
Barragem de Chicamba
Rede Escolar
O município de Manica possui oito estabelecimentos de Ensino. Dois EP2 e os restantes do EP1,
assistidos por ----???? Professores dos quais 48 são de sexo feminino. Existe também um centro
internato que se localiza no bairro “Josina Machel”.
O quadro a seguir ilustra a rede escolar do município. De referir que a EP2 foi transformada em
EPC.
EP1 07 08 01 14
EP2 01 01 00 -
EPC - 03 03 100
ESG - 01 01 100
Rede Sanitária
A rede sanitária do município de Manica é compsta por ??? centro de saúde localizado no bairro
25 de Setembro elevado a categoria de hospital rural que dista a cerca de 70 Kms do aeródromo no
vizinho município de Chimoio, cujo tempo de percurso consumido é de aprox. 60 minutos, com
serviços de Atendimento Externo, Banco de Socorros, Pediatria, Medicina geral, Maternidade,
Banco de Sangue. O hospital rural possui uma capacidade de 70 camas, ???? berços.
O quadro a seguir ilustra o número de funcionários que assistem o hospital rural de Manica que
dispõe de apenas de uma viatura. A Cidade de Manica possui GATVs em todos os centros de
saúde.
Saneamento e Drenagem
O saneamento por fossas sépticas, apenas existe na zona de cimento nos bairros “25 de Setembro”
e “Josina Machel” onde outrora foi montado a rede de abastecimento de água. Nas restantes zonas
o saneamento é assegurado pelo sistema de latrinas melhoradas.
As águas pluviais são drenadas para os rios Nhamatanda e Chirambandine até ao rio Munene
através das valas abertas (drenos) e aquedutos que entretanto encontram-se em péssimo estado de
conservação, provocando o algamento de ruas no período chuvoso.13
Situação política
A situação política do município de Manica é estável pois não há registos de actos que perigam a
segurança e tranquilidade públicas e do funcionamento das intituições da autarquia14 local.
As populações estão empenhadas no cumprimento do PES municipal, mormente participação nos
projectos de desenvolvimento comunitário, na produção agrícola, abertura de vias de acesso, no
coércio informal, entre outras acções tendentes ao desenvolvimento e redução da pobreza.
A criação, capacitação e funcionamento das instituições de participação e consulta comunitária
aliada ao aprofundamento da descentralização financeir, veio alanvacar o desenvolvimento e o
combate da pobreza no município.
A crescente participação das diversas confissões religiosas e organizações da sociedade civi na
esfera económica, social e cultural do município, constitui motivo de grande satisfação e
encorajamento pois representa a tomada de consciência de que a redução da pobreza depende do
envolvimento de todos os munícipes de Manica.
Principais Beneficiários
Autarquias que pretendam implementar uma estratégia de sustentabilidade económica,
social e ambiental de forma estruturada, com recurso a apoio de gestão na procura das
melhores soluções.
Académicos
Universidades
Munícipes locais
ONG´s
Decisores como o Governo distrital, provincial e a edilidade local
Resultados esperados
13
SPPF/CMCM, op.cit., p.25
14
Autarquia: Pode-se conceituar autarquia, baseando-se em alguns elementos necessários a serem analisados: os
relativos à personalidade jurídica, à forma de instituição e o objeto. “A pessoa jurídica de direito publico, integrante da
Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e
típicas do Estado”
Com o tema em estudo “Estratégia para a Redução da Pobreza e para o Desenvolvimento do
Município de Manica”, espera-se de um Conselho Municipal com atenções centradas no
crescimento económico, através de parceria em actividades conducentes a redução da pobreza,
passando necessariamente pela consciencialização de todos aqueles que directa ou indirectamente
contribuem para o sucesso dos planos municipais, dado que o PARPA visa assegurar que todos os
sectores priorizem a redução da pobreza nos planos de actividades, presentes e futuros.
Tipos de municípios
Como divisão territorial. Em geral, podem distinguir-se três tipos de municípios, a saber:
Em alguns países, e em algumas subdivisões de outros países (como alguns estados norte-
americanos), estes diferentes tipos estão separados por lei, constituindo diferentes unidades
administrativas.
Existem, desde 2008, 43 municípios em Moçambique, dos quais 33 foram criados em 1998,
marcando o início de um processo de descentralização que deve levar ao estabelecimento
progressivo de mais autarquias locais. Em 2 de abril de 2008, o governo moçambicano anunciou a
criação de mais 10 municípios, um por província. A criação de municípios foi fundamentada na
Constituição da República de Moçambique de 1990 e a Lei nº 2/97, de 18 de Fevereiro, criou o
quadro jurídico para a criação das autarquias locais.
Assim, são municípios as capitais provinciais (10), a cidade capital, também com estatuto
provincial (Maputo), todas as outras cidades (12) e duas vilas em cada província (20).
Região Sul
Província de Maputo:
Cidade da Matola, Vila da Manhiça, Namaacha
Maputo cidade.
Província de Gaza: Chibuto, Chokwé, Mandlacaze, Xai-Xai.
Província de Inhambane: Cidade de I´Bane, Maxixe, Vilanculos
Região Centro
Província de Sofala: Beira, Dondo, Marromeu,Gorongosa.
Província de Manica: Cidade de Chimoio, Manica-sede, Catandica, Gondola
Província da Zambezia: Gurue, Milange, Mocuba, Quelimane, Alto Molocue.
Província de Tete: Vila de Moatize, Cidade de Tete, Ulongue.
Região Norte
Província de Nampula: Angoche, Ilha de Moçambique, Nacala-Porto, Nampula.
Província de Cabo-Delgado: Mocimboa da Praia, Cidade de Montepuez, Cidade de
Pemba, Mueda.
Província de Niassa: Cidade de Cuamba, Cidade de Lichinga, Metangula, Marupa.
.
O Mapa dos municípios do país, revela a alta densidade de municípios no litoral, especialmente
nas regiões Centro e Sul.
Autarcização
Havendo necessidade de se criar um quadro jurídico legal para a implentação das Autarquias
Locais em Moçambique, o Governo, ao abrigo da Constituição da República, aprovou a Lei nº
2/97 de 18 de Fevereiro. A criação das autarquias locais enquadra-se, de modo geral, no processo
de descentralização de poder.
São objectivos das autarquias locais: organizar a participação dos cidadãos na solução dos
problemas próprios das suas comunidades e promover o desenvolvimento local, bem como o
aprofundamento e a consolidação da democracia.
Um ponto forte para o desenvolvimento do município e reduzir a pobreza urbana poderia ser:
A localização geográfica estratégica do Muncípio.
Uma oportunidade para desenvolver o município e reduzir a pobreza urbana poderia ser:
Um mercado em desenvolvemento, por exemplo: a internet;
Mudança para novas áreas do mercado, às quais oferecem melhores lucros, como por exemplo,
a área mineira;
Forças e Oportunidades - Tirar o máximo partido dos pontos fortes para aproveitar ao máximo as
oportunidades detectadas no municípo de Manica.
Forças e Ameaças - Tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das
ameaças dectetadas.
Como podemos verificar a matriz SWOT ajudará a edilidade na tomada de decisão ao nível de
poder maximizar as oportunidades do ambiente em torno dos pontos fortes da edilidade e
minimizar os pontos fracos e redução dos efeitos dos pontos fracos das ameaças.
Conclusão
A grosso modo, entende-se, no País, o município como toda a área para onde uma cidade poderá
crescer, ou seja, o município seria o conjunto das áreas urbanas, suburbanas e rurais pertencentes
ao controle de uma cidade (sede da administração municipal). Por este motivo, os dois termos são
largamente utilizados como sinónimos, embora tecnicamente a cidade seja a parte urbana de um
município, onde está situada a sede do mesmo.
Algumas vezes o desenho dos limites municipais não coincidem com os limites urbanísticos,
naturais ou culturais de uma cidade, atendendo primariamente a interesses políticos de oligarquias
locais. Já certas cidades crescem tanto que acabam fundindo-se às cidades vizinhas, formando uma
conturbação. Tecnicamente, porém, cada uma continua sendo uma cidade independente,
respeitando como limite entre ambas, seus respectivos limites municipais. Como exemplo,
tomemos a cidade de Gondola , onde a mancha urbana municipal cresceu em direção a cidade de
Chimoio, como por exemplo as da Baixada Canfupe. Por outro lado, certos bairros mais distantes
do próprio município de Manica continuam semi-rurais.
Se todas as cidades tivessem consciência, do mau uso que fazem de seus terrenos baldios, e que
são vários os problemas de saúde pública que os mesmos ocasionam para os munícipes, e que as
hortas comunitárias seriam uma solução económica e viável para os decisores da edilidade, pois
estariam mantendo limpos os terrenos baldios das cidades e em contrapartida beneficiando as
pessoas carentes que teriam que usufruir destas áreas através de projectos de lei municipal em
regime de comodato, proporcionando assim melhor qualidade de vida para os que deles
usufruírem. Porém são poucos os município que tem pessoas competentes para este fim.
Em Moçambique, as "autarquias locais" são uma forma do "Poder local" definido no Título XIV
da Constituição da República e compreendem os municípios e as povoações, em que os municípios
correspondem ao território das cidades e vilas e as povoações aos territórios das sedes dos postos
administrativos, aos quais o Estado pode conferir o poder de se auto governarem, através de órgãos
representativos da sua população. O quadro legal das autarquias locais foi adoptado através da Lei
nº 2/97, que define a composição dos órgãos do poder local e as suas responsabilidades.
A melhoria do bem-estar dos munícipes constitui o cerne dos esforços em prol do desenvolvimento
e redução da pobreza da edilidade. As más condições ambientais, das vias de acesso, sistema de
esgostos obsoletos, rede sanitária e escolar deficitária provocam uma grande proporção do peso
das doenças e mal estar à escala municipal, mas a manutenção dos bens e serviços sociais
suportam todos os aspectos da saúde e do bem-estar dos munícipes. O município é extremamente
rico em recursos naturais e capital humano. Para que o desenvolvimento seja bem sucedido, é
fundamental que se faça a partir destas mais valias, protegendo o capital natural para as gerações
actuais e vindouras, ao mesmo tempo que se reforça o capital humano.
São necessários maiores esforços para desenvolver e reduzir a pobreza no município e avançar no
sentido da sustentabilidade económica, ambiental.
Embora esteja a tomar forma uma maior vontade, por parte da edilidade local, de melhorar as
condições ambientais, de higiene individual e colectiva, saúde pública e de vida dos munícipes
com vista a proporciona o bem-estar da população, o potencial das sinergias intra e entre-sectoriais
da saúde, educação, do ambiente, transportes, comércio não foi, até agora, explorado em nenhuma
parte da área de estudo.
À semelhança da EN6 o município é igualmente atravessado pela linha férrea Beira – Machipanda
que em conjunto fazem parte do CB. O Corredor da Beira é um sistema de transporte intermodal
muito rápido, seguro e de acesso muito económico para o interior de Moçambique, e também para
os países do hinterland tais como República do Zimbabwe, República da Zâmbia, República do
Malawi, República do Botswana e partes da RDC. O tráfego ferroviário no CFM-Centro opera na
linha ferroviária que liga o
Porto da Beira à Machipanda, que faz fronteira com o Zimbabwe cobrindo
uma distância de 318 Km cujo tempo de trânsito é de 11 horas.
Recomendações
11. Garantir a segurança da posse de terra aos produtores familiares e pequenos agricultores.
12. melhora os serviços de registo e emissão de documentos de operações comerciais.