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já não suporta a situação, mas não quer simplesmente pedir demissão e ceder às pressões

feitas por Maria. Ana gozou férias nos meses de agosto de 2005 e agosto de 2006. Questão:
Considerando a situação hipotética apresentada e com base no ordenamento jurídico vigente,
elabore uma reclamação trabalhista, abordando os direitos cabíveis a Ana e a melhor forma de
se rescindir o contrato de trabalho dela.

RESOLUÇÃO DA QUESTÃO APRESENTADA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ TITULAR DA .... VARA DO TRABALHO DE ....

Ana, assistente administrativo, qualificação e endereço completo, vem, por seu advogado
abaixo assinado, conforme instrumento de mandato em anexo, que receberá intimações no
endereço na rua ..., com fundamento no art. 840, § 1.º, da CLT, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

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em face da empresa Delta, qualificação e endereço completo, pelos seguintes motivos de fato
e de direito adiante transcritos:

I – DOS FATOS:

Esclarece a reclamante que foi contratada pela empresa demandada no dia 1.o de julho de
2004, para exercer a função de assistente administrativo, percebendo, mensalmente, o salário
de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais).

Vale ressaltar que a reclamante sempre exerceu o seu trabalho com responsabilidade, zelo e
dedicação, sempre cumprindo corretamente suas obrigações contratuais.
Todavia, a proprietária da Empresa Delta, Sra. Maria, em diversas situações, passou a acusar a
reclamante de incapaz, ofendendo-a de burra e incompetente. Frise-se que tais ofensas eram
realizadas em alta voz e na presença e testemunho de outros empregados e clientes da
empresa demandada. Inicialmente, a reclamante, com receio de perder o emprego,
desconsiderou as ofensas. Todavia, as ofensas e o assédio moral se intensificaram, não tendo a
autora mais suportado tanta humilhação.

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Neste contexto, em face do tratamento humilhante e vexatório praticado pela empresa


demandada, constituindose em verdadeiro assédio moral, em função do profundo abalo
psíquico sofrido, não restou alternativa à reclamante, a não ser deixar o emprego no dia ..... e
propor a presente reclamação trabalhista, pleiteando a RESCISÃO INDIRETA do contrato de
trabalho, com pagamento de todas as verbas rescisórias e condenação da demandada em
indenizar a autora em face do dano moral experimentado.

II – DA RESCISÃO INDIRETA – ASSÉDIO MORAL – DANO MORAL:

O art. 483 da CLT elenca diversas hipóteses de faltas graves cometidas pelo empregador, as
quais, uma vez configuradas, conduzem à denominada rescisão indireta do contrato de
trabalho, com o consequente pagamento ao empregado de todas as verbas rescisórias
provenientes da dispensa imotivada, inclusive aviso prévio.

A atitude da reclamada consistia em humilhar e ofender a requerente, golpeando-lhe a


autoestima, expondo-a ao ridículo, à humilhação e ao descrédito em relação aos demais
trabalhadores, com o objetivo de forçar sua demissão, justificando a rescisão indireta do
contrato do trabalho, com base no art. 483, alínea e, do diploma consolidado.

Evidentemente, as ofensas prolongadas por parte da

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reclamada minaram a saúde física e mental da reclamante, abalando a sua autoestima e


constituindo ofensa à própria dignidade da pessoa humana, resultando em verdadeiro assédio
moral praticado, cujo efeito é o direito à indenização em face do dano moral experimentado.

Ressalte-se, ainda, que a dor, a angústia, o vexame, a humilhação, a vergonha experimentada


pela reclamante, por envolverem direitos da personalidade, não dependem de prova, surgindo
a responsabilidade de reparação tão logo verificado o fato da violação. Ademais, não resta
dúvida que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação envolvendo
pedido de dano moral decorrente da relação de trabalho, especialmente em face do disposto
nos arts. 5.º, X, e 114, VI, ambos da CF/1988 e da Súmula 392 do TST.

III – DOS PEDIDOS:

Isto posto, requer a reclamante:

a) a declaração da rescisão indireta do contrato de trabalho, em face da falta grave praticada


pelo empregador, com o consequente pagamento de aviso prévio e sua integração para todos
os fins (art. 487, § 4.º, da CLT), bem como pagamento das verbas rescisórias, a seguir
especificadas: férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional; 13.º salário
proporcional; indenização compensatória de

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40% do FGTS e saldo de salários;

b) liberação das guias de seguro-desemprego, sob pena de pagamento de indenização


substitutiva, nos moldes da Súmula 389 do TST, bem como liberação das guias para saque do
FGTS;

c)

fixação de indenização pelos danos morais experimentados pela autora em função do assédio
moral praticado pela empresa reclamada, no importe de R$ 100.000,00 (cem mil reais);

d) a condenação da reclamada em honorários advocatícios, em face do art. 133 da


Constituição Federal, art. 20 do Código de Processo Civil e art. 22 da Lei 8.906/1994, no
percentual de 20% incidente sobre o valor da condenação, requerendo, ademais, que as
parcelas incontroversas sejam quitadas na audiência, sob as penas do art. 467 da CLT.

Por último, requer a notificação da reclamada, no endereço constante desta peça vestibular
para, querendo, contestar os termos da presente reclamação, sob pena de revelia e confissão
quanto à matéria fática.

Protesta em provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial
prova document

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