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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ABAETETUBA

LICENCIATURA EM LETRAS-LÍNGUA PORTUGUESA

FACULDADE CIÊNCIAS DA LINGUAGEM-FCL

MANOELA CORREA FERREIRA

ÂNGELA DA SILVA OLIVEIRA

A PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA

Abaetetuba

2020
A divisão Histórica é um método usado para separar a história da humanidade
em períodos cronológicos com características em comum. A historiografia
utiliza critérios para dividir os períodos. Geralmente, esses critérios estão
relacionados aos aspectos de cada época como as mudanças significativas da
humanidade no âmbito cultural, político e social. Os períodos históricos
apresentam características que os diferenciam uns dos outros, porém, algumas
épocas podem ter aspectos em comum (1).

A historiografia se divide em vários momentos, A pré-história antecede a


invenção da escrita e durou cerca de 5 milhões de anos, e a mesma se divide
em três períodos:

Paleolítico: também chamado de "Idade da Pedra Lascada", tem início há


aproximadamente 4,4 milhões de anos e se estende até 8000 a.C.

Neolítico: também chamado de "Idade da Pedra Polida", esse período vai de


aproximadamente 8000 a.C. a 5000 a.C.

Idade dos Metais: período que se estende de 5000 a.C. até o surgimento da
escrita pelos sumérios, em 4000 a.C..

Idade Antiga ou Antiguidade: é o período da história que é contado a partir


do desenvolvimento da escrita, pelos sumérios, mais ou menos 4000 anos
a.C., até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 da era cristã. Seus
fatos históricos mais importantes são: Antiguidade Oriental, que compreende a
civilização egípcia, a civilização mesopotâmica, as civilizações hebraicas,
fenícia e persa. Grécia Antiga, das origens ao período arcaico Roma Antiga, e
o Império Romano, até a sua queda, em 476.

Idade Média: é o período da história que tem início em 1453 e vai até o ano de
1789, data da Revolução Francesa. Dentro desse período da história se
destacam: Expansão Marítima Europeia, Revolução Comercial e
o Mercantilismo, Colonialismo Europeu na América, Périplo Africano,
Renascimento Cultural, Reforma Protestante e Contrarreforma, Absolutismo e
Iluminismo (2).
Idade Contemporânea: é estudada de 1789, até os dias atuais. Dentro desse
período, vários acontecimentos políticos, econômicos e sociais, receberam
influência da Revolução Francesa, como: Independência do Brasil e a
Revolução Industrial.

A obra literária é o reflexo da visão de mundo, assim, a história é um fator


crucial para as formas de expressão de determinada época. Periodização se
trata do agrupamento de eras e escolas literárias de determinado país, com o
objetivo de catalogar informações que facilitem os estudos sobre o tema. A
primeira coisa a se fazer ao se estudar um conjunto de obras de determinado
país, é ter a percepção de que a mesma está diretamente ligada à história do
seu lugar de origem.

“Qualquer grande obra literária ou artística é a expressão de uma visão do mundo. Esta
é um fenômeno de consciência coletiva que atinge o máximo de clareza conceitual ou
sensível na consciência do pensador ou do poeta. Os últimos exprimem-no por sua vez
na obra estudada pelo historiador, que se serve do instrumento conceitual que é a visão
do mundo.” (GOLDMANN, L. Lê Dieu cachê. Paris: Gallimard,1964, p. 218-219 apud
MAINGUENEAU, D. p.8).

As primeiras escolas literárias tiveram início no Brasil durante o século XVI,


mas surgiram no continente europeu. Entretanto as escolas literárias no Brasil
são divididas em dois grandes momentos: Era Colonial e Era nacional. Esses
dois períodos ficaram marcados e separados pela emancipação política do
Brasil. Na Era colonial (1500-1808), o Brasil era colônia de Portugal, durante
esse processo. Um dos principais registros literários ocorridos em terras
brasileiras é a carta de Pero Vaz de Caminha com o objetivo de informar o Rei
de Portugal sobre as descobertas geográficas em suas navegações. Marcando
assim, o Quinhentismo em 1500 no séc.XVl. Seus principais autores são:
Pedro Vaz de Caminha, Padre José de Anchieta, Padre Manuel de Nóbrega
(3).

O Século XXII foi marcado com a escola Barroca, seus conflitos e contradições
espirituais consequentemente influenciaram a literatura brasileira com obras de
angústia, melancolia e espiritual. As figuras mais utilizadas são antíteses,
hipérboles e metáforas, seus principais representantes são: Bento Teixeira,
Gregório de Matos..
O arcadismo (1755-1830) foi uma época marcada pela economia ligada a
exploração do ouro e das pedras preciosas. A simplicidade, exaltação de
natureza e seus temas bucólicos, são as principais características dessa escola
literária. Esse movimento inicia-se no Brasil com publicações de obras poéticas
de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga.

O primeiro movimento que fez parte da era Nacional brasileira foi o


Romantismo. E período aconteceu entre 1836 a 1881, foi marcado pela
subjetividade idealização do objeto amado, excesso do uso da figura de
linguagem, comparação e metáfora. O romantismo mudou os posicionamentos
de comportamentos do mundo ocidental, iniciando a modernidade. Seus
autores foram Gonçalves Dias, Joaquim Manuel de Macedo, entre outros.

O Naturalismo ocorre entre 1861 e 1893, conhecido por erradicar o Realismo,


baseando-se na real absorção da realidade e na experiência, mostra que o
indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. Tem origem no
Realismo e possui linguagem próxima da coloquial. Seus principais autores são
Aluísio Azevedo , Adolfo Caminha, entre outras.

O Parnasianismo do século XIX foi marcado por uma arte singular mais
refinada que produziam rimas ricas, essa escola contradizia o romantismo
buscando retratar a realidade dos fatos, os poetas analisavam de forma mais
parcial valorizando muito a estética. Seus principais autores são: Alberto de
Oliveira Raimundo Correia, entre outros.

O simbolismo surgiu na França, no final do século XlX. Se caracteriza por uma


linguagem abstrata e meditativa, flertando continuamente o misticismo e
religiosidade. Entre os temas preferidos, estavam os mistérios da morte e dos
sonhos, o que carregava os textos de um teor de subjetivismo metafísico. Os
principais representantes são: Cruz e Souza, Augusto dos Anjos, entre outros.

Pós-modernismo, um movimento literário pós-industrial, um processo


contemporâneo de mudanças significativas em tendências científicas,
filosóficas e sociológicas que surgiu após a Segunda Guerra em (1939-1945) ),
o conceito de pós-modernismo surgiu a partir dos anos 60 e veio acompanhado
pelo avanço da tecnologia. Os principais autores são: João Guimarães Rosa
Clarice Lispector Nelson Rodrigues...
Alfredo Bosi (São Paulo, São Paulo, 1936 - Idem, 2021). Crítico, historiador,
ensaísta e professor. Considerado um dos mais importantes críticos literários
do Brasil, produz obras sobre a literatura e escritores brasileiros e italianos, e é
referência nos estudos de literatura e sociedade. Alfredo Bosi é um nome
importante para os estudos da produção literária ao analisá-la como documento
essencial para compreender a sociedade brasileira e sua dinâmica (4). Uma
obra importante do autor publicada em 1992, Dialética da
Colonização configura um dos momentos centrais da obra e do pensamento de
Alfredo Bosi. Escrito entre as décadas de 1970 e 1980, os textos ali reunidos
dialogam sobre o conceito de cultura, articula análise literária, história política
e formação social. A herança colonial escravista, cultura simbólica e produção
econômica, torna-se o ponto nevrálgico do debate de intelectuais e políticos do
Brasil.

Nelson Werneck Sodré nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de abril de 1911, na


então capital federal do país, a cidade o Rio de Janeiro. Sodré conciliou a
carreira no Exército, na qual alcançou o posto de general-de-brigada, à
formação como sociólogo e historiador de orientação marxista (5). Em sua
tentativa de compreender os processos históricos que deram origem às
diversas classes sociais brasileiras, Sodré se apoia na visão econômica de
tradição marxista, utilizando o modo de produção como base da análise. Tanto
sua linha de pesquisa, quanto as ações políticas aproximam-se do comunismo.
Em suas dezenas de obras publicadas, Sodré mostrou, que a História era um
processo, e que os homens também mudavam, sendo a subjetividade parte
integrante do conhecimento objetivo.

Wilson Martins (São Paulo, São Paulo, 1921 - Curitiba, Paraná, 2010). Crítico
literário, tradutor e professor. Sua principal obra, História da Inteligência
Brasileira, em sete volumes, publicados entre 1976 e 1979, mistura textos
biográficos de importantes intelectuais brasileiros com a crítica de livros, dando
ênfase ao estudo da literatura a partir dos contextos culturais em que ela se
desenvolve (6). Wilson Martins faz parte de uma tradição iniciada na literatura
francesa, e conhecida como "rodapé literário". Nela inscrevem-se os críticos
que colaboram semanalmente para os jornais mantendo-se fora do universo
acadêmico dos ensaios e valorizando a análise da obra e não de seu autor. 
Referências:

1. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/divisao-da-historia

2. https://www.todamateria.com.br/divisao-da-historia/amp/

3. https://www.infoescola.com/literatura/historia-da-literatura-brasileira/

4. ACADEMIA Brasileira de Literatura - ABL. Alfredo Bosi. Disponível


em: https://www.academia.org.br/academicos/alfredo-bosi. Acesso em: 7
abr. 2021

5. https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?
option=com_content&view=article&id=2603:catid=28&Itemid=23#:~:text=
Mais%20historiador%20do%20que%20militar,e%20historiador%20de
%20orienta%C3%A7%C3%A3o%20marxista

6. WILSON Martins. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira.


São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível
em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2707/wilson-martins. Acesso
em: 25 de agosto de 2021. Verbete da Enciclopédia.ISBN: 978-85-7979-060-7

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