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DEPENDENTES

 
De acordo com o art. 16 da Lei 8.213/91, são beneficiários do Regime Geral
de Previdência Social (RGPS), na
condição de dependentes do segurado: 

Grau I: Os cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado de qualquer condição,


menor de 21 anos ou inválido;
Grau II: Os pais; ou
Grau III: O irmão não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido.

A dependência econômica das


pessoas de grau I é presumida e a das demais deve ser
comprovada.
 
Concorrência Entre Graus (Classes)
 
Os dependentes de um mesmo grau (classe) concorrem em igualdade de condições, ou seja, o benefício será dividido
em cotas iguais.
 
Os graus obedecem a uma hierarquia em relação à preferência, ou seja, a existência de dependente de qualquer dos
graus exclui do direito às prestações dos graus seguintes.
 
Exemplo
Marido, segurado do RGPS, falece e deixa os seguintes dependentes:
Esposa (grau I);
1 filho menor de 21 anos (grau I); e
Mãe, que estava sob sua dependência (grau II).
 
Como a esposa e o filho estão no grau I, estes dividirão o valor da pensão em partes iguais, ficando a mãe, sem o
direito à participação da pensão por estar numa hierarquia inferior (grau II).
 
Equiparação a Filhos
 
Equiparam-se aos filhos, mediante
declaração escrita do segurado e desde que comprovada a dependência econômica,
o enteado e o menor que esteja sob sua tutela
e não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação.
 
O menor sob tutela somente poderá
ser equiparado aos filhos do segurado mediante apresentação de termo de tutela.
 
Para efeito do RGPS, qualquer filho maior de 21 (vinte e um) anos somente manterá a condição de dependente se for
inválido.
 
Companheira (o)
 
Considera-se companheira ou
companheiro a pessoa que mantenha união estável com o segurado ou segurada.
 
Considera-se união estável aquela
verificada entre o homem e a mulher como entidade familiar, quando forem
solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, ou tenham prole em
comum, enquanto não se separarem.
 
Maioridade Previdenciária
 
Para fins previdenciários, os filhos e as pessoas a eles equiparados e os irmãos que não se emanciparem, continuam
sendo dependentes do segurado até os 21 (vinte e um) anos de idade.
 
A alteração prevista no Código Civil não afeta o previsto no art. 16 da Lei 8.213/1991, a qual nada menciona sobre
capacidade, mas em “menor de 21 anos”.
 
COMPANHEIRO OU COMPANHEIRA HOMOSSEXUAL
 
O companheiro ou a companheira homossexual de segurado inscrito no RGPS passa a integrar o rol dos dependentes,
desde que comprovada a vida em comum. E são considerados dependentes de grau I, conforme grau de hierarquia
mencionado anteriormente.
 
Para o (a) companheiro (a) homossexual, deve ser exigida apenas a comprovação de vida em comum, conforme
disposto na Ação Civil Pública nº 2000.71.00.009347-0.
 
Por força desta Ação Civil Pública, fica garantido o direito à pensão por morte ao companheiro ou companheira
homossexual, para óbitos ocorridos a partir de 5 de abril de 1991, desde que atendidas todas as condições exigidas
para o reconhecimento do direito a esse benefício, observando-se o disposto no art. 105 do RPS.
 
Fica garantido, inclusive, o direito ao auxílio-reclusão ao companheiro ou companheira homossexual, para
recolhimento à prisão ocorrido a partir de 5 de abril de 1991, desde que atendidas todas as condições exigidas para o
reconhecimento do direito a esse benefício, observando-se o disposto no art. 105 do RPS.
 
INSCRIÇÃO DE
DEPENDENTE
 
Considera-se inscrição de
dependente, para os efeitos da previdência social, o ato pelo qual o segurado
se qualifica
perante ela e decorre da apresentação de:

Para os dependentes
preferenciais:
a) Cônjuge e filhos → certidões
de casamento e de nascimento ou declaração de convivência marital;
b) Companheira ou companheiro →
documento de identidade e certidão de casamento com averbação da
separação
judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já tiverem sido
casados, ou de óbito, se
for o caso; e
c) Equiparado a filho → certidão
judicial de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de casamento do
segurado e de nascimento do dependente, observado o disposto no subitem Equiparação a Filhos.

Pais - certidão de nascimento


do segurado e documentos de identidade dos mesmos; e
Irmão - certidão de nascimento.
A inscrição do cônjuge e filhos
será efetuada na empresa se o segurado for empregado, no sindicato ou órgão
gestor de
mão de obra, se trabalhador avulso, e no INSS, nos demais casos.
 
Incumbe ao segurado a inscrição
do dependente, que deve ser feita, quando possível, no ato da inscrição do
segurado.
O segurado casado não poderá
realizar a inscrição de companheira.
 
COMPROVAÇÃO DE
VÍNCULO E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA
 
Para comprovação do vínculo e da
dependência econômica, conforme o caso, podem ser apresentados os seguintes
documentos:
 
a) Certidão de nascimento de
filho havido em comum;
b) Certidão de casamento
religioso;
c) Declaração do Imposto de Renda
do segurado, em que conste o interessado como seu dependente;
d) Disposições testamentárias;
f) Declaração especial feita
perante tabelião;
g) Prova de mesmo domicílio;
h) Prova de encargos domésticos
evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil;
i) Procuração ou fiança
reciprocamente outorgada;
j) Conta bancária conjunta;
l) Registro em associação de qualquer
natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado;
m) Anotação constante de ficha
ou livro de registro de empregados;
n) Apólice de seguro da qual
conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua
beneficiária;
o) Ficha de tratamento em
instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável;
p) Escritura de compra e venda
de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
q) Declaração de não emancipação
do dependente menor de vinte e um anos; ou
r) Quaisquer outros que possam
levar à convicção do fato a comprovar.
 
O fato superveniente que importe
em exclusão ou inclusão de dependente deve ser comunicado ao INSS, com as
provas cabíveis.
 
Somente será exigida a certidão
judicial de adoção quando esta for anterior a 14 de outubro de 1990, data da
vigência
da Lei 8.069/90.
 
No caso de dependente inválido,
para fins de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada
mediante exame médico-pericial a cargo do INSS.
No ato de inscrição, o dependente menor de vinte e um anos deverá apresentar declaração de não emancipação.
 
Os dependentes excluídos de tal
condição em razão de lei têm suas inscrições tornadas nulas de pleno
direito.
 
No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita mediante a comprovação da equiparação por documento escrito do
segurado falecido manifestando essa intenção, da dependência econômica e da declaração de que não tenha sido
emancipado.
 
PAIS OU IRMÃOS -
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS
 
Os pais ou irmãos deverão, para
fins de concessão de benefícios, comprovar a inexistência de dependentes
preferenciais, mediante declaração firmada perante o INSS.
 
PERDA DA QUALIDADE DE
DEPENDENTE
 
Conforme dispõe o art. 17 do Regulamento da Previdência Social - RPS (Decreto 3.048/1999), a perda da qualidade de
dependente ocorre:
Para o cônjuge: pela separação
judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos,
pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em
julgado;
Para a companheira ou
companheiro: pela cessação da união estável com o segurado ou segurada,
enquanto
não lhe for garantida a prestação de alimentos;
Para o filho e o irmão: de
qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos,
ou
pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação
for decorrente de colação de grau
científico em curso de ensino superior; e
Para os dependentes em geral:
a) Pela cessação da invalidez; ou
b) Pelo falecimento.
 
JURISPRUDÊNCIA

PLANO DE SAÚDE PARA ASSISTÊNCIA MÉDICA, HOSPITALAR E ODONTOLÓGICA. MANUTENÇÃO DE


DEPENDENTE/GENITOR (A). Ante a obrigatoriedade de a empresa ré prestar assistência médico-hospitalar e
odontológica ao autor e a seus dependentes, por força de disposição clausular estipulada em Acordo Coletivo de
Trabalho, bem como a situação do genitor do autor se enquadrar, e necessitar de assistência médica contínua e que, até
a presente data, não consta nos autos alta médica do mesmo, há de se reformar a sentença para julgar procedente o
pedido de manutenção do genitor do autor como beneficiário ao Plano de Assistência Médico-hospitalar e
odontológica mantido pelas empresas rés. Recurso conhecido e provido. (TRT-7 - RO: 00008295220195070015 CE,
Relator: FRANCISCO JOSE GOMES DA SILVA, Data de Julgamento: 27/01/2021, 2ª Turma, Data de Publicação:
27/01/2021).

"(...) B) RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA RECLAMADA - VOLKSWAGEN DO BRASIL


INDÚSTRIA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES LTDA. (...). 2. PENSÃO MENSAL. LIMITAÇÃO TEMPORAL.
LIMITE ETÁRIO DOS FILHOS DEPENDENTES DO DE CUJUS . Em relação ao limite da idade das filhas do de
cujus , não merece reforma a decisão regional, tendo em vista que tem prevalecido nesta Corte como termo final a
idade de 25 anos, na forma entendida pelo Tribunal a quo . Recurso de revista não conhecido. 3. PENSÃO MENSAL.
LIMITAÇÃO TEMPORAL. LIMITE ETÁRIO DA VIÚVA DO DE CUJUS . A jurisprudência desta Corte tem
entendido que, em caso de empregado falecido em acidente de trabalho, o limite temporal da pensão devida à viúva é
definido pela expectativa de sobrevida do trabalhador, na data do infortúnio, considerando a tábua de mortalidade
editada pelo IBGE, nos moldes do disposto no artigo 948, II, do Código Civil . Recurso de revista conhecido e
provido. (...)." (ARR-1466-42.2011.5.02.0461, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 18/12/2020).

AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA. (...). RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA (...).


ILEGITIMIDADE ATIVA. (...). Sustenta a PETROBRAS que 'a reclamante é ilegítima em parte para postular créditos
que só poderiam ter sido buscados por seu falecido marido.'. Aduz que 'Incontroverso nos autos que a demandante é
viúva do ex-empregado da Petrobras Sr Claudir Raimundo da Silva, que se aposentou em 1989 e faleceu em 1° de
julho de 2008. Esta útima circunstância implica na ilegitimidade ativa da reclamante para postular créditos que
somente poderíam ser buscados pelo seu falecido esposo.' Sem razão. A legitimidade jurídica consiste, como é sabido,
na possibilidade de a parte Autora ser a titular do direito resistido, assim como de a parte Ré possuir interesse na
oposição da pretensão vindicada, conforme se verifica dos ensinamentos de Humberto Theodoro Júnior, in Curso de
Direito Processual Civil, 11ª edição, pág., 57. (...). De outro modo, a aferição das condições da ação deve ser feita in
status assertionis, razão pela qual, a meu ver, no juízo preliminar do mérito deve-se levar em conta, simplesmente, se o
que foi narrado, na forma articulada na vestibular, possibilita a obtenção dos efeitos pretendidos pela parte. Dito isso,
da análise dos elementos táticos probatórios produzidos no feito, depuro que não subsistem os argumentos lançados
pela Recorrente. Isso porque no caso em comento a Acionante cuidou de pleitear suplementação de pensão, tendo
provado, inclusive, que recebe tal benefício, conforme se infere do documento de fl. 58" (fls. 3.301-3.302). A
reclamada assevera que "o fato de a autora alegar diferenças de suplementação de pensão, a partir da majoração do
valor da suplementação de aposentadoria do de cujus, demonstra apenas seu interesse econômico, mas não a
legitimidade para postular em nome próprio tais diferenças de suplementação de aposentadoria". Acentua que o
falecido e seu espólio são partes legítimas para postular a revisão pretendida, especialmente porque as diferenças
requeridas têm como base acordos coletivos de 2005, 2006 e 2007, quando "ainda vivia o aposentado Sr. Claudir da
Silva, e quando ainda não existia a suplementação de pensão" (fl. 3.426). Indica violação dos arts. 3º e 6º do CPC de
1973 e pleiteia a extinção do feito sem resolução de mérito (art. 267. IV, do Código de Processo Civil). Passo ao
exame. (...). Encontra-se registrado no acórdão regional ter a reclamante comprovado sua legitimidade ativa, na
qualidade de pensionista de ex-empregado da PETROBRAS, ilação impassível de revolvimento na presente fase da
marcha processual, a teor da Súmula 126 do TST. Ademais, a suposta postulação de verbas anteriores ao deferimento
da pensão por morte não é debate afeto às condições da ação, mas ao mérito do litígio. Recurso de revista não
conhecido. PRESCRIÇÃO. Esta Corte Superior, em Sessão Extraordinária realizada pelo Tribunal Pleno em
24/5/2011, aprovou a Resolução nº 174/2011, firmando o entendimento de que as pretensões de diferenças e
complementação de aposentadoria ou pensão, por integração de parcela percebida na atividade, atraem apenas a
incidência da prescrição parcial, na forma da Súmula 327 do TST, que passou a vigorar com nova redação.Recurso de
revista não conhecido. (...). (ARR - 32-38.2011.5.05.0007 , Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data
de Julgamento: 10/04/2019, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/04/2019).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELOS RECLAMANTES. (...)


DANO MORAL POSTULADO PELOS DEPENDENTES (ESPOSA E FILHO DO EMPREGADO). (...). A Súmula
n.º 392 do TST estatui que "nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é
competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho,
inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou
sucessores do trabalhador falecido". Ora, diante da diretriz consubstanciada no referido verbete sumular, a Justiça do
Trabalho somente terá competência para apreciar eventual pleito de indenização por dano moral e material quando a
demanda for proposta pelos dependentes e sucessores do empregado falecido. De outra parte, segundo a regra inserta
no art. 12, caput e parágrafo único, do Código Civil, é possível reclamar perdas e danos em virtude dos prejuízos
decorrentes da violação de direito da personalidade, sendo que, "em se tratando de morto, terá legitimação para
requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau". No caso, consoante bem registrado pelo Regional, o empregado, que sofreu o acidente de trabalho, não
faleceu em decorrência do infortúnio. Dessa feita, não tendo ocorrido o óbito do empregado quando do acidente de
trabalho, não há de se cogitar a legitimidade ativa de sua esposa e filhos para postularem eventual indenização por
dano moral decorrente do referido acidente, estando incólume o art. 3.º do CPC/73, que prevê que, para se propor
ação, é necessário ter interesse e legitimidade. Agravo de Instrumento conhecido e não provido. (ARR - 1743-
56.2012.5.01.0039 , Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 22/03/2017, 4ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 24/03/2017).

EMENTA: INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA- BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE - é competente a Justiça do


Trabalho para julgar e processar o pedido de indenização substitutiva do benefício de pensão por morte formulado
pelas dependentes do de cujus em face do empregador do falecido, quando o indeferimento da autarquia previdenciária
decorreu da ausência das contribuições previdenciárias que deveriam ter sido recolhidas pela reclamada. Entretanto, a
indenização somente será devida na existência de dano às autoras. Inteligência do artigo 114, inciso VI, da CR/88 e
artigos 186, 389 e 927 do CC. (TRT da 3.ª Região; Processo: 01545-2011-033-03-00-9 RO; Data de Publicação:
17/02/2014; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Maria Lucia Cardoso Magalhães; Revisor: Paulo Chaves Correa
Filho; Divulgação: 14/02/2014).

EMENTA: ACIDENTE DO TRABALHO - INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS - PENSÃO POR MORTE -
AUSÊNCIA DE EQUIVALÊNCIA JURÍDICA - AUSÊNCIA DE DIREITO AO DEPENDENTE DE SEGUNDA
CLASSE - AUSÊNCIA DE PROVA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA - IMPROCEDÊNCIA. O reclamante requer
sejam apreciadas pela Turma as provas referentes à dependência econômica do pai com relação ao filho. Afirma que
recebia uma ajuda financeira do filho no importe de R$800,00. Pugna pela condenação da reclamada a um
pensionamento mensal. Sem razão. O pagamento da indenização decorrente dos danos causados, embora possa parecer
com a pensão por morte, que é benefício previdenciário, em virtude do seu pagamento parcelado, não possui a mesma
natureza jurídica e nem a mesma finalidade. Ainda que assim não fosse, a existência de dependentes do segurado na
primeira classe (cônjuge ou companheira e filhos) exclui o direito dos dependentes de segunda classe (os pais),
conforme dispõe o artigo 16, § 1º, da Lei nº 8.213, de 1991. De mais a mais, não há prova nos autos sobre a existência
da alegada ajuda financeira mensal concedida ao recorrente pelo seu filho de cujus ou que aquele vivesse sob
dependência econômica deste. (TRT da 3.ª Região; Processo: 01632-2012-054-03-00-8 RO; Data de Publicação:
21/10/2013; Órgão Julgador: Quinta Turma; Relator: Convocado Milton V.Thibau de Almeida; Revisor: Jose Murilo
de Morais; Divulgação: 18/10/2013).

EMENTA: DA HABILITAÇÃO DOS DEPENDENTES OU DOS SUCESSORES DO EMPREGADO FALECIDO -


A r. decisão de fl. 671, com fulcro na Lei 6.858, de 24/11/1980, rejeitou a habilitação dos herdeiros do autor falecido
(v. fls. 653/670) e determinou que apresentassem declaração de inexistência de dependentes perante a Previdência
Social, expedida por esta. Inconformados, os herdeiros do reclamante interpuseram agravo de petição, consoante as
razões de fls. 686690, alegando que a referida decisão se revela ilegal, pois viola dispositivos do Código Civil (artigos
1055 e 1829, I e III), bem como do Código de Processo Civil (artigo1060, I). Mas sem razão os herdeiros, pois os
Códigos Civil e de Processo Civil não regulam a matéria em destaque na seara trabalhista. Com efeito, é a Lei 6.858,
de 24 de novembro de 1980, que dispõe sobre o pagamento aos dependentes ou sucessores dos empregados falecidos
de valores não recebidos em vida pelos respectivos titulares – caso dos autos . Segundo o seu artigo 1º, os valores
devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e do Fundo de Participação PIS/PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em
quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos
servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial,
independentemente de inventário ou arrolamento. Agravo de petição a que se nega provimento. PROCESSO 
01465003419905020445.24/02/2012.Relatora
DES. Mércia Tomazinho.
EMENTA: DA ILEGITIMIDADE ATIVA. O caso dos autos não se enquadra na regra do artigo 1º da Lei nº 6.858/80,
uma vez que não há qualquer certeza de crédito a receber, mas apenas expectativa. É preciso, portanto, observar a
norma do art. 12 do Código de Processo Civil, segundo o qual, em juízo, o espólio será representado, ativa e
passivamente, pelo inventariante. Nem se argumente que os dependentes habilitados no INSS detém legitimidade ativa
pois, no caso em discussão, há certidão atestando a inexistência de qualquer dependente habilitado. Em face da
ilegitimidade dos autores, alternativa outra não resta senão a de manter a decisão de piso. Reconhecida a ilegitimidade
ativa para propor a ação, prejudicada fica a análise da inépcia da petição inicial, bem como do pedido de indenização
por danos morais em ricochete. Recurso a que se nega provimento. Processo
01404002020095020050.14/11/2011.Relator(a): Marta Casadei Momezzo. 

Base legal:
Lei 8.213/91;
Decreto nº 3.048/99 - Regulamento da Previdência Social-RPS
Instrução Normativa INSS 11/2006.
Instrução Normativa INSS 45/2010 e os citados no texto.
        
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