1) O livro discute o tratamento de ativos intangíveis na apuração de haveres de sociedades uniprofissionais.
2) A proposta é fornecer uma solução contratual, legal, prática e eficiente para a apuração de haveres na retirada, exclusão ou falecimento de sócio.
3) As conclusões são fundamentadas na legislação brasileira e abordam conceitos contábeis, sendo uma proposta factível, coerente e inovadora.
1) O livro discute o tratamento de ativos intangíveis na apuração de haveres de sociedades uniprofissionais.
2) A proposta é fornecer uma solução contratual, legal, prática e eficiente para a apuração de haveres na retirada, exclusão ou falecimento de sócio.
3) As conclusões são fundamentadas na legislação brasileira e abordam conceitos contábeis, sendo uma proposta factível, coerente e inovadora.
1) O livro discute o tratamento de ativos intangíveis na apuração de haveres de sociedades uniprofissionais.
2) A proposta é fornecer uma solução contratual, legal, prática e eficiente para a apuração de haveres na retirada, exclusão ou falecimento de sócio.
3) As conclusões são fundamentadas na legislação brasileira e abordam conceitos contábeis, sendo uma proposta factível, coerente e inovadora.
O mestrado profissional da FGV Direito SP está entre os primeiros – se
não for o primeiro – cursos de pós-graduação stricto sensu em Direito que conta com uma disciplina relativa à Contabilidade (Finanças & Contabilidade). A teoria, os princípios e a regulamentação contábil são estudados de maneira interdisciplinar, vale dizer, não se trata de conceitos contábeis apresentados a não contadores, mas de discussão de temas contábeis encontradas na prática do Direito. Como as alunas e os alunos, candidatas e candidatos ao título de mestre, constatam nos encontros dessa disciplina, a Contabilidade está muito mais próxima do Direito do que nos faz parecer o curso de graduação. O conteúdo dessa disciplina faz com que muitos trabalhos de conclusão, seja na linha de negócios, de tributário, de Direito Público ou, até, de Direito Penal, tragam a repercussão prática dos conceitos contábeis para a solução de questões jurídicas. O trabalho de Ricardo Júlio Costa Oliveira se enquadra nesses trabalhos.
Desde logo, como professor da disciplina Finanças & Contabilidade,
devo parabenizar o trabalho de Ricardo Oliveira e reconhecer que ele foi um dos participantes mais dedicados durante o curso. Já nas aulas iniciais, ele comentou comigo sobre o tema que pretendia desenvolver e percebi os olhos dele brilharem, mostrando sua paixão pelo assunto. No decorrer do curso, conversamos bastante a respeito da relação entre Direito e Contabilidade, e não apenas como subsídios para a elaboração da sua dissertação, mas de maneira geral, pois ele se interessou por todo o conteúdo da disciplina. Não poderia ser diferente: seu trabalho de conclusão da disciplina foi excelente, manuseando muito bem os conceitos de ambas as disciplinas. O mesmo se viu na sua dissertação de mestrado, que ora é adaptada para ser oferecida ao público como livro pela Quartier Latin (parabéns também ao Vinicius Nelli Lot Vieira, editor que percebeu a atualidade e a importância da abordagem multidisciplinar).
O livro de Ricardo Oliveira tem por objeto o tratamento de ativos
intangíveis na apuração de haveres de sociedades uniprofissionais. Entendo que é conveniente separar esse objeto em dois pontos de discussão: ativo intangível e sociedades uniprofissionais.
O ativo intangível é um assunto que tem preocupado bastante os
estudiosos e profissionais de Finanças e Contabilidade, tanto acadêmicos quanto analistas de mercados, administradores de empresas e, como provoca o livro de Ricardo de Oliveira, deve entrar na pauta de discussão também dos operadores do Direito de uma maneira geral, particularmente advogados e juízes. Para entender a importância do tema, cito a apreensão de contabilistas, financistas e analistas de empresas em justificar o valor trilionário de mercado de Apple e Amazon, por exemplo, sem correspondência no seu balanço patrimonial. Certamente, trata-se da avaliação dos intangíveis dessas empresas, capturados pelos agentes do mercado, porém, que ainda não reconhecidos na escrituração contábil.
Em decorrência, percebe-se que este livro foca no caso na apuração de
haveres nas sociedades uniprofissionais, no entanto, suas conclusões podem ser estendidas a todas as sociedades que possuem parte significativa do seu patrimônio em ativos intangíveis. Mesmo no que diz respeito aos intangíveis especificamente estudados neste trabalho, como o know how, o goddwill e a clientela, as conclusões não se limitam às sociedades uniprofissionais: vejam- se, por exemplo, restaurantes de chefs renomados ou renomadas, de academias de práticas esportivas patrocinadas por esportistas bem sucedidos ou bem sucedidas, hotéis, operadoras de atividades turísticas e uma diversidade de prestadores de serviços. Portanto, podemos adotar o foco nas sociedades uniprofissionais como um exemplo paradigmático de como tratar os ativos intangíveis em muitas outras atividades econômicas, sempre que for possível e adequado fazer a sua adaptação ao caso concreto.
A pretensão de Ricardo de Oliveira neste livro é bastante desafiadora:
“propor uma solução contratual, legal, prática e eficiente” para a apuração de haveres na retirada, exclusão ou falecimento de sócio em uma sociedade cujos ativos intangíveis sejam relevantes. Ele cumpre a promessa e apresenta efetivamente essa proposta. Suas conclusões são solidamente fundamentadas na legislação brasileira em vigor, sem prejuízo do enfrentamento da regulamentação jurídico- contábil. Apresenta com desenvoltura os conceitos e as normas contábeis aplicadas ao caso. O estudioso e autor percebe nitidamente a influência das regras contábeis sobre os dispositivos legais, de maneira particular na interpretação do “valor patrimonial”, expressão que consta tanto no Código Civil quanto no Código de Processo Civil. Não é possível contratar, dispor e decidir sobre o “valor patrimonial” da sociedade sem recorrer a conceitos contábeis e à legislação atual sobre demonstrações financeiras.
Finalmente, sua proposta é contratual e, por esse motivo, preventiva a
eventuais controvérsias. Por se tratar de uma relação jurídica privada, a antecipação do acordo entre as partes, no caso os sócios de uma sociedade uniprofissional, além de ser possível, é conveniente e pode ser remédio eficaz para evitar conflitos no momento de retirada, exclusão ou falecimento de sócio. E a orientação de Ricardo de Oliveira é factível, coerente e fundamentada.
Sinto-me duplamente satisfeito ao redigir esse prefácio: primeiro, pelo
convite honroso feito a mim pelo autor; depois, por contribuir no oferecimento ao público de um trabalho vanguarda, que abraça e desenvolve adequadamente a abordagem multidisciplinar no estudo de questões jurídicas. Aproveito a oportunidade também para conclamar as novas candidatas e os novos candidatos a mestrado e a doutorado a espelharem-se no trabalho de Ricardo de Oliveira para buscar conceitos fora das “barreiras” do Direito que são fundamentais para as soluções jurídicas.
Muito obrigado, Ricardo, e parabéns pelo excelente trabalho.
Edison Carlos Fernandes, doutor em Direito pela PUC/SP, professora da
FGV Direito SP e do Departamento de Contabilidade da FEA/USP.