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Nestas férias de final de ano, presenciei, ao vivo, uma cena que só havia visto em
reportagens sobre as novas gerações: quatro crianças, de quatro a dez anos,
sentadas no sofá, lado a lado, todas com seu tablete na mão. Isoladas?
absolutamente não, pois elas estavam jogando e trocando e informações entre si.
Por outro lado, o excesso de liberdade que a internet também proporciona pode
ser uma ameaça à adequada comunicação das empresas com os acionistas, com
os investidores e com o mercado. Desde o perigo de invasão de “hackers” e a
divulgação de informações falsas até a proliferação de ruídos que podem acabar
por esconder ou dificultar o acesso às informações relevantes.
Em razão dessas ameaças, a CVM precisa estar diligente na disciplina da
publicação por meio da internet, assim como nós ditamos as regras para que
nossas crianças, filhos ou não, possam se deleitar da tecnologia atual.
Com relação à informação de fatos relevantes, a CVM propôs que eles pudessem
ser divulgados em três portais de notícias na internet, em substituição à
publicação em jornal impresso. Tal divulgação pode ser o suficiente, desde que
haja uma regulamentação sobre a forma de publicação nos portais de notícias
(padrão mínimo de apresentação, como existe hoje para o jornal impresso) e que
esses portais sejam devidamente cadastrados na própria CVM, como acontece,
por exemplo, com os auditores independentes. Esse cadastro é importante por
existirem milhares de “portais de notícias”, o que pode fazer com que
informações relevantes se percam no oceano da internet.