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03/03/23, 12:41 UNINTER

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
GERENCIAL
AULA 5

Prof. Luciano Furtado C. Francisco


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CONVERSA INICIAL

Prezado aluno, é um grande prazer recebê-lo nesta aula.

Os sistemas de informação e a tecnologia se tornaram elementos indissociáveis. Não faz mais

sentido hoje em dia existir um “sistema de informação manual”. A tecnologia nos permite processar

dados e convertê‑los em informações de modo muito mais rápido e preciso.

E também temos um fato: a tecnologia evolui a todo momento. É incrível a velocidade da

transformação tecnológica nos dias atuais. Uma tecnologia que hoje é considerada o “estado da arte”

pode estar obsoleta daqui a dois, três, cinco anos. Essa obsolescência levava muito mais tempo

antigamente. Por quantos anos o telefone fixo reinou como a tecnologia de comunicação principal? E

a TV de tubo? O disco de vinil, os CDs e os DVDs? Os filmes fotográficos (e as máquinas fotográficas

analógicas)? As máquinas de escrever? Todas essas tecnologias foram utilizadas intensamente por

décadas e em pouco tempo foram substituídas por tecnologias digitais mais poderosas. Com a

popularização da internet e dos smartphones, no entanto, a curva de evolução aumentou

exponencialmente.

E com os sistemas de informação não é diferente. As tecnologias de linguagens, hardware,


softwares, redes de comunicação e bancos de dados evoluem constantemente, trazendo novas

facilidades e usos dos dados e informações.

Vamos conversar sobre isso nesta aula, a evolução e as tendências dos sistemas de informação.

Algumas tendências já consolidadas, inclusive.

Aproveite essa aula e venha conosco. Bons estudos!

CONTEXTUALIZANDO

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Um conceito surgiu nos últimos anos e ganhou força para explicar a revolução da informação no

nosso tempo: indústria 4.0.

Esse termo tem a ver com a forma como as indústrias incorporaram mudanças tecnológicas no

chão de fábrica, tais como conectividade, aprendizagem de máquina (machine learning), big data,

inteligência artificial, robôs, análise de dados e outras. É a chamada fábrica autônoma, em que quase

tudo é automatizado, as máquinas podem agendar inclusive manutenções, prevendo falhas e se

adaptando automaticamente a situações não previstas.

Quais mudanças, de fato, a indústria 4.0 trouxe para o mercado? Podemos identificar, entre
várias, a modernização da dinâmica do trabalho, maior sustentabilidade, mudanças na relação de

consumo (colocando o cliente em primeiro lugar), maior customização dos produtos e um maior

contato direto com os clientes.

As mudanças acima, olhando em uma primeira análise, parecem positivas. E de fato elas são.

Mas, como todo progresso, pode haver efeitos colaterais.

O primeiro deles é quanto às pessoas. É preciso ser veloz nas políticas educacionais para

capacitar a todos nessa nova realidade. Muitas funções estão desaparecendo, migrando para outros

setores (quando os automóveis começaram a ser fabricados em massa, desempregou muitos

cocheiros e ferreiros). Assim, é necessário que nos preparemos para uma realidade diferente daquela

que muitos de nós fomos criados.

Em segundo lugar, quanto às empresas. Aquelas que não se anteciparem nesse cenário irão

desaparecer. As gerações mais novas simplesmente não concebem uma empresa sem presença

digital. Portanto, para se garantir no mercado, essas organizações não devem esperar pela

consolidação de tendências, mas sim já começar a usá-las. Isso não tem a ver com o porte da

empresa, mas sim com sua postura proativa e aprendizado contínuo. Se por um lado a indústria 4.0 é

altamente disruptiva, ela traz oportunidades para todas as empresas, independente de tamanho.

Saiba mais

Conheça mais sobre a indústria 4.0, lendo o artigo a seguir. Disponível em: <https://revista.p

gsskroton.com/index.php/rcext/article/view/5442/4484>. Acesso em: 1 jun. 2020.

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TEMA 1 – A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO E OS EFEITOS NA


ECONOMIA

Vamos voltar para a década de 1980 ou início dos anos 1990. Uma grande indústria internacional

que desejasse ampliar sua atuação iria fazer uma pesquisa de mercado em países candidatos a

receber uma fábrica. Essa pesquisa teria de ser feita no respectivo país, assim seus executivos teriam

de contratar uma empresa de pesquisas deste país, viajar para lá (mais de uma vez) e receber o

resultado desse trabalho em papel, em uma reunião presencial. Levaria, então, mais um tempo para

analisar esses dados e tomar a decisão. Um processo longo, que poderia durar anos. No final, se

instalasse a fábrica, sua preocupação seria com os concorrentes locais. Contrataria uma grande

quantidade de funcionários para a nova unidade, pois a automação ainda era incipiente. O mercado

dessa nova fábrica seria o país em questão e alguns outros países para os quais poderia exportar.

Esse cenário foi muito comum até meados dos anos 1990. Mas um fator mudou drasticamente

essa dinâmica: a chegada da era da informação ou revolução da informação.

Saiba mais

Veja no link a seguir alguns fatos curiosos sobre a revolução tecnológica dos nossos tempos.

Disponível em: <https://medium.com/itau/dia-mundial-da-internet-7-revolu%C3%A7%C3%B5es

-e-aspectos-curiosos-da-vida-online-d0a41c88a5ac>. Acesso em: 1 jun. 2020.

1.1 A TERCEIRA ONDA

Alvin Toffler (1928-2016), professor e filósofo norte-americano, escreveu vários livros sobre a

revolução digital, desde os anos 1970, sendo considerado por muitos um “vidente” porque previu

alguns dos cenários que vivemos hoje.

Um de seus livros mais conhecidos é A terceira onda, de 1980. Nele, Toffler chama a revolução da

informação de terceira onda econômica mundial. As duas primeiras foram a agricultura e a indústria.

Essa terceira onda, de acordo com o autor, faz com que a informação e a tecnologia sejam as

principais forças da organização. Diferente da era industrial, na qual as máquinas, instalações físicas e

produção de bens eram os fatores que determinavam a força de uma empresa. Toffler também

cunhou os termos economia digital e capital intelectual.

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E, de fato, podemos observar isso hoje em dia. As empresas da era digital, e que trabalham

essencialmente com informação, possuem escritórios e sedes, mas isso é irrelevante para seus

clientes. Também o tamanho dessas sedes não importa. Há empresas como o Google, Airbnb,

Facebook e outras cujas sedes são relativamente pequenas em comparação ao seu faturamento e

alcance global.

1.2 NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS

A revolução da informação trouxe um enorme impacto na economia mundial. A internet fez com

que as barreiras geográficas fossem rompidas e, assim, a concorrência se tornasse global. O

concorrente ao lado continua sendo importante, mas a ele foram adicionados concorrentes globais,

pelo simples fato de que o produto pode ser comprado na loja da esquina ou de um site da China.

Além da compra de produtos, a tecnologia – aqui fortemente impulsionada pelos dispositivos

móveis – trouxe novos modelos de negócios, o que reorientou as estratégias de mercado. Temos

vários exemplos:

O AirBnB impactou o ramo de hotelaria;

O Uber transformou as atividades de transporte individual;

As redes sociais causaram impacto nas empresas tradicionais de mídia;

Agências de turismo foram impactadas pelo surgimento de sites de pacotes turísticos;

O comércio físico passou a ter a concorrência de lojas virtuais (inclusive estrangeiras) e sites de

compra e venda entre pessoas.

Outro fator que contribuiu para isso foi a globalização. Esse fenômeno é tanto político quanto
econômico e começou no final dos anos 1980. Trata-se da queda de fronteiras, que permite um

trânsito maior de pessoas e produtos entre nações. Politicamente, vimos o surgimento de blocos

econômicos (Mercosul, União Europeia etc.) e maior facilidade no comércio internacional. A

tecnologia ajudou a globalização e vice-versa.

Figura 1 – Economia global

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Crédito: Vectormine/Shutterstock.

TEMA 2 – EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Uma vez que a tecnologia evolui a todo instante, os sistemas de informação evoluem na mesma
proporção. Até a chegada da era da informação (anos 1980 em diante), essa evolução era mais lenta.

Vamos entender como surgiram os sistemas de informação e como eles evoluíram com suas
diversas gerações.

2.1 O INÍCIO DOS SI

Em abril de 1964, a IBM, uma das mais conhecidas empresas de tecnologia, lançou o primeiro

computador de grande porte para uso geral: o lendário IBM/360. Essas máquinas, por seu porte e
capacidades, são chamadas de mainframes.

Saiba mais

Veja no artigo a seguir a história do computador IBM/360. Disponível em: <https://compute


rworld.com.br/2014/04/07/o-mainframe-aos-50-como-system-360-da-ibm-revolucionou-a-ti-co

rporativa/>. Acesso em: 1 jun. 2020.

Na mesma época a NASA – Agência Espacial Norte-Americana – em conjunto com a empresa


Rockwell, trabalhava na montagem do foguete Saturno V, como parte do projeto Apollo 11, que

levaria o primeiro homem à Lua em 1969. O foguete tinha uma quantidade gigantesca de peças,
assim, os engenheiros da NASA e da Rockwell propuseram à IBM construir um software para auxiliar

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nesse gerenciamento. “Se nós somos capazes de levar o homem à Lua, por que não podemos criar

um programa de computador para gerenciar os milhões de peças que compõem o foguete?”.

A direção da IBM aceitou o desafio e criou o primeiro sistema de informação usando banco de

dados. O sistema recebeu um nome pouco criativo: IMS, sigla em inglês para Information
Management System, ou Sistema de Gerenciamento de Informações. Foi um sistema inovador, na

medida que permitia o armazenamento de uma grande quantidade de dados, que eram recuperados
com grande rapidez. Um verdadeiro divisor de águas na história dos sistemas de informação. Foi

implantado com sucesso na NASA e depois a IBM o transformou em um produto comercial, sendo
vendido a muitas outras empresas, para necessidades de todo tipo.

2.2 AS GERAÇÕES DOS SI

Os sistemas de informação vêm evoluindo acompanhando o progresso da tecnologia da

informação. Segundo Hirschheim e Klein (2012, p. 196), os SI tiveram até hoje quatro gerações, cada
uma influenciou as empresas na condução dos negócios. Esses estágios são:

1.   “Infância”: primeira geração de SI nas empresas e dos computadores de grande porte

(mainframe). Nessa geração, o objetivo era a automação de processos financeiros, contábeis e


engenharia. Apenas grades empresas tinham computadores e equipes de TI internas que

desenvolviam seus sistemas, devido aos altos custos de equipamentos. Aconteceu entre os
anos 1960 e 1970.

2.   “Pré-adolescência”: fase iniciada na segunda metade da década de 1970 e que perdura
até o final dos anos 1980. Surgem os minicomputadores e computadores pessoais (PC). O

hardware e o software ficam mais baratos e empresas de menor porte podem ter acesso à
tecnologia. Os computadores pessoais começam a tomar o lugar das máquinas de escrever nas
mesas de trabalho e se tornam itens de consumo doméstico.

3.   “Adolescência”: inicia quando se popularizam as redes corporativas de dados (início dos
anos 1990), além de grande desenvolvimento de softwares, hardwares e equipamentos de

telecomunicações. Surgem as empresas de serviços em TI, o que reduz as necessidades de


equipes internas em muitas empresas.

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4.   “Fase adulta”: começa com a abertura da internet às empresas e público em geral, por
volta de 1994/95. A web transforma drasticamente o ambiente organizacional. Empresas estão

em contato permanente com seus clientes, fornecedores e parceiros. A tecnologia passa a ser
uma vantagem competitiva e mesmo a orientação principal da estratégia de muitas

organizações. Surgem novos canais de interação e consumo, por meio das redes sociais e
comércio eletrônico, consolidando o mercado global. Além disso, os sistemas são onipresentes,

por estarem na internet. Os bancos de dados são armazenados em servidores diversos,


independente de local físico, a chamada nuvem ou cloud computing (computação em nuvem).

São criadas novas linguagens de programação e recursos de interface para dispositivos móveis.

Saiba mais

O vídeo a seguir tem uma explicação bastante interessante sobre a computação em nuvem.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=JNl4VXgUJgg>. Acesso em: 1 jun. 2020.

TEMA 3 – E-BUSINESS E E-COMMERCE

Sem dúvida, uma das principais consequências da revolução da informação foi o avanço e igual

evolução do e-business (negócios eletrônicos) e do e-commerce (comércio eletrônico). Aqui cabe uma
observação: esses termos no cotidiano são usados para se referir às mesmas coisas, no entanto,

veremos que são conceitos diferentes e vamos entendê-los. Também iremos ver como eles são um
tipo de sistema de informação muito importante na atualidade.

3.1 E-BUSINESS

Primeiro vamos à definição de e-business. Segundo Laudon e Laudon (2007):

Negócios eletrônicos, ou e-business significa a realização de processos de negócios com a

utilização da tecnologia digital, serve para a gestão interna, coordenação de fornecedores e


parceiros, compra e vendas de serviços e produtos de uma empresa (...) tal conceito abrange as

atividades que apoiam essas transações tais como propaganda, marketing, suporte ao cliente,
segurança, entrega e pagamento. (Laudon; Laudon, 2007, p. 58)

Veja, portanto, que o e-business é a realização dos processos de negócio da empresa – não

apenas transações comerciais – utilizando os sistemas de informação por meio das redes digitais de
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dados, nesse caso a internet. O e-business é resultado da evolução dos sistemas de informação em

conjunto com o avanço da internet para agilizar e automatizar diversas tarefas dos processos das
empresas.

Em geral, esses processos são aquelas ações de retaguarda ou de apoio, transparentes para os

clientes, mas tarefas primordiais nas operações da empresa. Por exemplo, um varejista envia
eletronicamente a um fornecedor uma ordem de compra. Essa ação pode ocorrer de várias formas:

por um site de compras do tipo B2B – Busines-To-Business (lojas virtuais restritas a empresas); por
meio de um sistema ERP (sistema de gestão integrado), que automaticamente dispara um e-mail

com dados do pedido ao fornecedor; por meio de um processo de compra feito pelo varejista em um
site de leilão reverso (que permite que potenciais fornecedores cadastrados vejam o pedido e façam

suas propostas, o sistema posteriormente declara um vencedor do processo).

Perceba que seja qual for a modalidade, o processo citado usou sistemas de informação, com
auxílio da internet, conectando os atores por meio da web. Os sistemas de informação, dessa forma,

também aproveitam as potencialidades da internet para agilizar os processos de negócios em


praticamente em todas as áreas de uma empresa. Isto é ainda mais visível quando presenciamos

desde aplicativos de mensagens de celular usados por colaboradores para se comunicarem entre si,
com clientes e parceiros; e-mails como forma de comunicação oficial e formal; sistemas de

informação conectados à internet (como no exemplo anterior); e por fim os processos diretos de
compra e venda, o e-commerce, que vamos abordar a seguir.

3.2 E-COMMERCE

Segundo Albertin (2010, p. 3), comércio eletrônico é “o uso da internet para a compra e venda
de produtos, serviços ou informações”. Repare que o autor delimita o comércio eletrônico como algo

que trata exclusivamente dos processos de compra e venda. Incluem-se aí todos os seus passos –
exceto a entrega ou retirada do bem – desde pesquisa, seleção do fornecedor, informações do

produto, pagamento e seleção de transportadora ou local de retirada.

Logo, o e-commerce pode ser considerado um subconjunto do e-business. Mesmo assim, poucos
sistemas de informação tiveram tanto crescimento nas últimas décadas como o comércio eletrônico,

muito em parte devido às suas vantagens, as quais podemos citar:

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Nunca fecha – as lojas virtuais estão abertas 24 horas por dia, sete dias por semana, ao
contrário das lojas físicas que fecham em determinados horários.

Número maior de fornecedores – os compradores têm à disposição uma quantidade bem


maior de opção de vendedores, até mesmo de fora do país.

Comodidade no processo de compra – toda a jornada de compra (pesquisa, seleção do


vendedor e compra) pode ser feita no lugar e no momento que o cliente desejar, usando

qualquer dispositivo com acesso à internet.

É verdade que ainda existem alguns desafios: receio quanto à segurança, falta do hábito ou de
familiaridade digital de alguns consumidores (especialmente os mais velhos) e o não acesso à

internet por muitas pessoas. Contudo, esses desafios têm sido suplantados ao longo do tempo e
cada dia mais pessoas entram no mundo do consumo pela internet, sendo essa uma tendência

irreversível.

Não apenas as pessoas físicas se beneficiam com o e-commerce. Empresas, órgãos de governo e
outras organizações também fazem parte desse ecossistema. Já é comum que empresas comprem

online de seus fornecedores e que os governos cobrem impostos e taxas de forma digital.

Saiba mais

Veja quais são os tipos de e-commerce no artigo a seguir. Disponível em: <https://ecommerc

enapratica.com/tipos-de-e-commerce/>. Acesso em: 1 jun. 2020.

Os sistemas que operacionalizam a loja virtual são chamados de plataformas de e-commerce. Via
de regra, eles operam na internet, acessados por um endereço http, em qualquer navegador. Em

nosso contexto é importante saber que essas plataformas costumam ter muitas integrações com
outros sistemas de informação, normalmente os sistemas de gestão (ERP, para processos de

faturamento, fiscal, estoques e outros), de relacionamento com clientes (CRM), com sistemas de
bancos e administradoras de cartões de crédito (a fim de processar pagamentos), com sistemas de

transportadores (para geração de documentos der transporte e links de rastreamentos) e com


sistemas de análise de risco (para verificar possibilidade de pedidos de fraudadores), além de outros
sistemas que de alguma forma possam ter vínculo com os processos de compra e venda.

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TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Os SI podem ser classificados por diversos critérios. Os mais utilizados são a abrangência e o

nível decisório. No primeiro, são considerados os setores da empresa atendidos pelo sistema, a
abrangência departamental. No segundo critério, o sistema é classificado conforme o nível

organizacional no qual ele será utilizado. Vamos ver essas classificações.

4.1 ABRANGÊNCIA

Nesse critério, quanto mais áreas funcionais o sistema atender, maior será sua abrangência e

vice-versa. São três as subdivisões:

Sistemas departamentais: atendem especificamente às necessidades de um departamento. Em


geral são sistemas pequenos, desenvolvidos ou adquiridos internamente. Como os bancos de

dados desses sistemas são restritos ao departamento, é difícil compartilhar esses dados com

outros setores, um obstáculo à integração de processos.


Sistemas integrados: são sistemas maiores, que atendem a vários departamentos ou até mesmo

a empresa como um todo, automatizando os processos de produção, financeiro, contábil,

marketing, vendas etc. São chamados normalmente de ERP, sigla em inglês de Entreprise

Resource Planning – planejamento de recursos empresariais, em tradução direta. A sigla não


tem a ver diretamente com o que esses sistemas de fato fazem; a denominação é porque os

ERPs são “descendentes” de sistemas de chão-de-fábrica dos anos 1970 e 1980, os MRP.

Saiba mais

Conheça outras informações sobre sistemas ERP no vídeo a seguir. Disponível em: <https://y
outu.be/GsshtMhb8b0>. Acesso em: 1 jun. 2020.

Como o sistema ERP é integrado, existe um único banco de dados, facilitando a integração das

informações e dos processos. Todas as áreas podem se beneficiar, desde os setores operacionais até
a alta gestão. Isso ocorre porque os ERPs normalmente são estruturados em módulos (financeiro,

contábil, RH, produção etc.). Eles também contam com recursos de integração com outros sistemas,

como as plataformas de e-commerce que vimos anteriormente. Por tudo isso, os ERPs se tornaram

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muito populares. Hoje temos ERPs de uma infinidade de fornecedores e muitos que funcionam
inclusive na nuvem, sem necessidade de instalações.

Sistemas interorganizacionais: são sistemas que integram várias empresas, portanto


ultrapassam os muros da empresa. Eles são usados em cenários em que há um vínculo muito

estreito entre empresas do mesmo grupo, parceiros ou fornecedores da cadeia de suprimentos.

Um exemplo de sistema interorganizacional é o Amadeus, um sistema que interliga empresas

do ecossistema de viagens: aeroportos, agências de viagens, companhias aéreas, hotéis etc.


Todas as empresas que dele participam têm acesso às informações de voos e reservas,

permitindo assim usar essas informações em seus sistemas internos.

Saiba mais

Veja no artigo a seguir mais informações sobre o Amadeus. Disponível em: <https://www.ist
oedinheiro.com.br/noticias/negocios/20050803/amadeus-ninguem-viaja-sem-ele/14943>.

Acesso em: 1 jun. 2020.

Na figura a seguir, há um resumo da classificação de sistemas quanto à abrangência:

Figura 2 – SI quanto à abrangência

4.2 NÍVEL FUNCIONAL

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Classificação conforme o nível organizacional em que o sistema é usado: operacional, tático ou

estratégico.

Sistemas de Processamento de Transações – SPT: são aqueles sistemas usados pelo pessoal

operacional, que registram os dados das atividades rotineiras da empresa: vendas, compras,
folha de pagamento, estoques etc. Um bom exemplo é o sistema utilizado pelo caixa de uma

loja ou supermercado, onde ele registra as vendas.

Sistemas de Informação Gerencial – SIG: sistemas usados pelos gestores de nível médio ou

tático. Esses sistemas coletam dados dos SPT para fornecer indicadores a estes gestores. Por

isso eles fornecem muitos relatórios gerenciais. Um exemplo é um sistema de vendas, nos quais
os gerentes podem observar o desempenho de vendedores e assim tomar decisões sobre o

time de vendas ou os produtos.

Sistemas de Informações Estratégicos – SISs: são sistemas destinados à alta direção da empresa,

para tomadas de decisões estratégicas e complexas, que impactam na empresa como um todo.

Usam os conceitos de BI. São divididos em:

a)  Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) – são soluções computacionais usadas para dar
suporte às decisões complexas e à resolução de problemas; usam dados estruturados e não

estruturados. Por exemplo, a decisão de se construir uma nova fábrica.

b)  Sistema de Apoio Executivo (SAE) – também conhecidos pela sigla EIS, do inglês

Executive Information Systems – são sistemas destinados a dar informações para a gestão

estratégica da organização; usam mais dados externos e essa é a diferença para os SAD.

TEMA 5 – TENDÊNCIAS EM SI

Quando falamos tendências, pode parecer que é algo ainda incipiente e objetos mais de
pesquisas do que propriamente em uso efetivo. Mas não é esse o conceito de tendências no

contexto de sistemas de informação. Trata-se de tecnologias que já existem, são comercializadas, mas

de uso em organizações de maior porte. A tendência, no caso, significa que essas tecnologias de SI

em breve serão comuns, mesmo em empresas menores. Vamos conhecê-las.

5.1 BI – BUSINESS INTELLIGENCE


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Significa Inteligência de Negócios. O BI é um conjunto de tecnologias, processos e modelos que

transformam os dados em informações para tomada de decisões estratégicas. Existem softwares de

BI e alguns ERPs oferecem módulos de BI, que funciona por meio de três pilares:

Coleta de dados – todas as ações da empresa geram dados que são organizados em bancos de
dados específicos.

Organização e análise – os dados coletados são processados e exibidos em forma de gráficos,

dashboards e relatórios para tomada de decisão.

Ação e monitoramento – os gestores tomam decisões com base nos dados apresentados,
cadastram essas informações no BI e monitoramos resultados.

O BI mede o desempenho passado para projetar o futuro. O BI é composto de outras


tecnologias.

5.1.1 DW - DATA WAREHOUSE

Trata-se de um banco de dados com arquitetura especial para grandes volumes de dados,

organizado diferente dos tipos que vimos anteriormente. O DW extrai dados de diversas fontes
(sistemas de informação internos, internet, planilhas, fonte externas etc.), os armazena para posterior

processamento e uso pelos sistemas de BI.

5.1.2 OLAP – ON-LINE ANALYTICAL PROCESSING – PROCESSAMENTO


ANALÍTICO ON-LINE

É uma tecnologia que trabalha em conjunto com o Data Warehouse, e tem por função analisar

os dados do DW de forma ágil e interativa pelos gestores (usando o sistema de BI). O OLAP analisa

os dados do DW dinamicamente e de maneira multidimensional, em múltiplas perspectivas (para se

ter comparação, um banco de dados relacional tem apenas duas dimensões). E os exibe
imediatamente para o usuário.

5.1.3 DATA MINING – MINERAÇÃO DE DADOS

O data mining é a exploração de dados, no sentido de encontrar padrões nesses dados. Pode

usar algoritmos de aprendizagem (aprendizagem de máquina ou machine learning) e apresenta esse

conhecimento em diversas formas. Em resumo, é um trabalho de teste de hipóteses usando grande


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quantidade de dados, normalmente do DW. Por exemplo, o setor de marketing de uma empresa de

serviços pode usar data mining para prever a possibilidade de clientes comprarem um serviço ou

produto;

Na figura abaixo, veja como todas essas tecnologias se relacionam, de acordo com Eleutério

(2015).

Figura 3 – Tecnologias de um sistema de BI

Fonte: Eleutério, 2015, p. 157.

TROCANDO IDEIAS

Hoje em dia, praticamente todos os profissionais, de qualquer ramo, trabalham com algum tipo

de sistema de informação. Os colaboradores de áreas operacionais costumam trabalhar apenas com

os SPT. Já os demais gestores e funcionários de mais alto escalão trabalham (ou deveriam) com
sistemas que privilegiam a análise estratégica. No entanto, não vemos uma ênfase em gestores,

muitas vezes, nas estratégias, focando no operacional. Por que você acha que isso ainda acontece? E

qual o caminho para mudar esse paradigma?

NA PRÁTICA

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Os diretores de uma rede de supermercados perceberam que a empresa estava tendo uma
redução preocupante nas vendas. Investiu em marketing, novos produtos, promoções etc., mas as

vendas continuavam baixas.

No entanto, um dos diretores sugeriu que se fizesse um estudo de layout sugerindo que os

produtos fossem dispostos de forma que os itens vendidos em “duplas” ficassem próximos. Assim, os

clientes teriam mais chances de comprar mais itens “complementares” se estes estivessem mais perto
uns dos outros. Foi feito, então, um layout de gôndolas aproximando, por exemplo, pães e presunto,

vinhos e queijos, frutas e doces, refrigerantes e biscoitos etc., baseados no senso comum. Mas as

vendas não se alteraram.

Usando os conceitos de sistemas de informação, o que você sugeriria aos diretores para resolver

o problema?

FINALIZANDO

Vimos nesta aula o que a revolução da informação causou na economia e em nossas vidas,
aliados ao avanço tecnológico e dos sistemas de informação.

Também vimos como o e-business e o e-commerce se integram a esse universo e sua importância

nos sistemas de informação. Aprendemos também como os SI são classificados, quanto à

abrangência e níveis funcionais. Por fim, vimos as tecnologias que vêm sendo tendências nos SI,

fazendo com que os dados e informações sejam ainda mais utilizados como diferencial competitivo,
os sistemas de BI – business intelligence (inteligência de negócios) e suas tecnologias associadas.

Abraços e até a próxima!

REFERÊNCIAS

ALBERTIN, A, L. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. São

Paulo: Atlas, 2010.

ELEUTÉRIO, M. A. M. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. Curitiba: InterSaberes,

2015.

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HIRSCHHEIM, R.; KLEIN, H. Z. A glorious and not-so-short history of the information systems
field. Journal of Personality and Social Psychology, v. 13, n. 4, 2012, p. 188–235.

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo: Pearson, 2007.

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