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Evolução da microinformática: ciclos, cenários e tendências

Article in Revista de Administração de Empresas · June 1994


DOI: 10.1590/S0034-75901994000300006

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1 author:

Fernando S. Meirelles
FGV EAESP - Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas
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EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁ TICA:
CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

* Fernando de Souza Meirelles


ARTIGO

Uma ampla visão do papel, da importância e do uso da microinformática


nas empresas brasileiras e da lacuna cultural gerada pela avalanche de
novas tecnologias.

A broad vísion of the role, importance and use of mícrocomputers in the Brazilian
enterprises and of the cultural gap generated by an avalanche of neto technologies.

PALAVRAS-CHAVE:
Informática, microinformática,
tecnologia de informação, admi-
nistração de recursos de infor-
mática, história da Informática.

KEY WORDS:
Informatics, information tecimo-
logy, informatics resources ma-
nagement, Informatics history.

• Professor, Chefe do Departa-


mento de Informática e Méto-
dos Quantitativos e Coordena-
dor do CIA - Centro de Informá-
tica aplicada da EAESP/FGV.

62 Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 34, n. 3, p. 62-80 Mai./Jun. 1994


DA MICROINFORMÁTlCA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

As evoluções tecnológicas dos últimos as pessoas transformam a Informática em


anos têm evidenciado o valor da infor- ferramenta que lhes permite amplificar a
mação e provocado uma utilização cres- inteligência humana e adquirir a infor-
cente de computadores. O uso vem cres- mação necessária para explorar novos
cendo para todos os tipos de computa- sistemas de educação, saúde, manufatu-
dores, mas tem sido explosivo para os de ra, governo, entre outros.
pequeno porte em aplicações com um Redes de dados serão comuns, trazen-
enfoque mais moderno de utilização, do a comunicação em multimídia a qual-
como nos sistemas de automação de es- quer lugar do mundo, permitindo o uso
critórios e nos chamados sistemas de su- simultâneo de dados, desenhos, filmes,
porte a decisão. imagens, documentos, gravações, som,
Apesar do crescimento, esta forma de voz e planilhas, entre outras formas de
uso dos recursos de Informática continua informação.
pouco explorada devido, entre outros fa-
tores, ao pequeno grau de informatização
ou "cultura de Informática" que muitas
empresas ainda apresentam, o que, com
o passar do tempo, tenderá a ser resolvi-
do, tornando o computador uma ferra-
menta de trabalho tão útil e necessária
quanto o telefone, o fax, a calculadora, a
máquina de escrever e outros equipa-
importância do software e
mentos tradicionais e presentes no dia-a-
dia das empresas e das pessoas. Na nova a supremacia dos micros
sociedade que está surgindo, o computa-
dor está se tornando uma ferramenta no mercado de
cada vez mais imprescindível, sendo ca-
racterizado como o agente responsável informática.
pelo processo de transformação para a
nova sociedade da informação.
A explosão do uso de computadores e
da informatização pode ser atribuída a
três fatos: O moderno escritório central é produ-
to do telefone. que permitiu separar a ad-
muitas tarefas podem ser realizadas e ministração da indústria. À medida que
executadas de forma mais conveniente os computadores se tornarem os meios
e com menor custo com computadores; primários de comunicação, acima dos te-
numa sociedade de crescente comple- lefones, fax, celulares etc., será possível
xidade, existem cada vez mais tarefas levar o trabalho aos trabalhadores em
e processos que sem computadores vez dos trabalhadores ao trabalho. Os
provavelmente não poderiam ser exe- micros ainda copiam os tradicionais mé-
cutados; todos de trabalho; junto com essa evolu-
a qualidade de vida é uma questão fun- ção, a forma de trabalho também evolui-
damental e a maioria acredita que, pe- rá. Isto é, durante a década de '10 e que
sando os impactos potenciais positivos ocorrerá a verdadeira revolução.
e negativos da informatização, o balan- A capacidade do hardware está se tor-
ço é positivo. nando menos relevante uma vez que seu
custo está baixando. Atualmente, os re-
É fácil predizer que vai existir um cursos que o hardware oferece estão muito
computador no seu futuro - para receber além dos explorados pelos softwares dis-
informação de alguma fonte, realizar poníveis. Por. outro lado, o software de úl-
algo com essa informação e transmiti-la tima geração exige um equipamento tam-
para outra pessoa ou sistema. Cada vez bém de última geração - a crescente com-
mais a maioria das pessoas estará envol- plexidade interna do software requer ca-
vida na manipulação e transmissão de in- pacidades de processamento também
formação. Uma nova sociedade na qual crescentes de hardware para viabilizar

© 1994, Revista de Administração de Empresas / EAESP/ FGV, São Paulo, Brasil. 63


ARTIGO

uma maior facilida- Essa migração e o equilíbrio deverão


de de uso e ampliar completar-se durante a década de 90. O
o potencial de re- problema é que tudo está em desenvol-
cursos e aplicações. vimento e não se sabe - quando estará
2000
Software, integra- disponível?
ção, conectividade Para entender os ciclos de evolução e
1990 e custo de suporte revolução da Informática e seus impac-
e treinamento estão tos, é necessário perceber a rapidez com
se tornando fatores que as transformações vêm se realizando
1980
relevantes. nas últimas décadas e ter uma visão do
Os segmentos li- cenário atual e algumas de suas tendên-
Outros gados à área de In- cias. Em especial, para o enfoque princi-
Hardware formática movi- pal deste texto: a microinformática (ver
Software (a) Estimativas em bilhões de dólares mentaram, em 1990, tabela 1).
no mundo cerca de Nesse sentido, o texto está dividido em
500 bilhões de dóla- três grandes itens: hardware, software e
$12 $30 $70 $250 S450 $700 (a)
res, dos quais apro- uso da microinformática. Cada um dos
20%
ximadamente 50% itens começa com um breve resumo da
20% são referentes a evolução, para então apresentar dados e
80% hardware, 25% a soft- previsões sobre o comportamento do
ware e o restante mercado, das empresas e dos usuários.
60% Em cada item temos ainda uma parte fi-
está dividido em
manutenção, comu- nal delineando o cenário atual, mostran-
20%
nicação de dados e do os ciclos e revelando as tendências.
1980 1985 1990 1995 2000
outros serviços (ver
Pequeno porte: micro
gráfico 1).
Mini
Porém, enquan-
Grande porte
to a taxa de cresci-
mento do mercado Dos pioneiros até as famílias atuais
(faturamento) mundial do hardware, que Em 1976, Sthephen Wozniak eSteve
já foi de 30°/r, ao ano, está caindo para [obs formaram uma pequena empresa, a
cerca de 10% ao ano, a do software chega Apple, onde construíram, numa garagem
a 30%) ao ano. Os motivos são simples: o de fundo de quintal, o Apple L Um ano
custo está caindo e a tecnologia dos depois, em 1977, com um novo e melhor
equipamentos tem evoluído em uma ve- projeto surge o Apple 11. A Apple foi a
locidade espantosa, não acompanhada empresa que cresceu mais rápido na his-
pelo software. Projeções para o final da tória americana. Suas vendas saltaram de
década resultam em um mercado mun- menos de 1 milhão de dólares em 1977
dial superior a 2 trilhões de dólares, sen- para 120 milhões em 1980 e para 1 bilhão
do cerca de 35% em hardware; mais de de dólares em 1983. A Apple detém um
40% em software e o restante em outros pouco mais de 10% do mercado mundial
serviços. As projeções para o ano 2000 de micros, faturou em 1993 cerca de 8 bi-
deixam clara a importância do software e lhões de dólares com 6% de lucro, tem
a supremacia dos micros no mercado de 20.000 funcionários e sua ação cotada a
Informática. US$ 40. Um valor impressionante é o fa-
Os novos e crescentes potenciais ofe- turamento por funcionário de 400 mil dó-
recidos estão e continuarão a provocar lares por ano (Microsoft fatura 300, IBM
uma migração do uso de computadores 200 e DEC 100).
de maior porte para micros. Esta migra- Em 16 de agosto de 1981, a IBM entrou
ção é um instrumento vital para que a no mercado de micros introduzindo o
empresa possa absorver e disseminar PC, um microcomputador com tecnolo-
uma nova cultura de Informática e, con- gia de 16 bits que em pouco tempo se tor-
seqüentemente, usufruir os benefícios nou um padrão (PC - Personal Computer).
da automatização, indispensáveis na Dois anos depois, em fevereiro de 1983,
nova sociedade da informação que está lança um novo modelo, o PC-XT com
se cristalizando. ioinchesier opcional. Em 1984 a IBM já de-

64 RAE • v. 34 . n. 3 . Mai./Jun. 1994


EVOLUÇÃO DA MICROINFORMATlCA: CICLOS, CENARIOS E TENDÊNCIAS

1942/59 - Computadores de primeira geração -- uso muito restrito 81/84- IBM-PC. Macintosh e Integração crescente. Tem início uma
guerra de preços no mercado mundial, em especial no
59/65 - Computadores de segunda geração - Inicio do uso comer- americano.
ciaI. Tamanho gigantesco e capacidade de processamento
muito pequena por um preço de milhões de dólares. 85/86 - O PC (IBM-PC) e os compatíveis tornam-se um padrão tan-
to para aplicações profissionais como pessoais.
60/65 - Em cinco anos, o tamanho médio cai para cerca da metade,
a capacidade dobra e o preço diminui bastante. 86/88 - IBM lança o PS/2; surgem os micros 386; Microsoft lança
o OS/2. PC-XT, configuração simples mas completa por
65/68 - Em três anos, o tamanho cai novamente para metade, com cerca de 500 dólares no mercado internacional.
um pequeno prejuízo para a capacidade média, contudo o
preço continua diminuindo. Surgem os primeiros mini- 89/91- IBM fica com o OS/2; Windows 3 da Microsoft começa a
computadores. ter um enorme sucesso, MS-DOS 5 revitaliza o padrão
DOS. A interface gráfica (GUI - Graphical User Interface),
I 68na- O uso dos computadores, que ainda era restrito, passa a que já era padrão no Macintosh, começa a estabelecer-se
ser generalizado, o tamanho diminui e já é razoável, a capa- para o PC com o Windows. Surgem os 486, notebooks e
cidade de processamento cresce muito e o preço continua palmtops Começa a era dos 32 bits.
a cair. Surgem os microprocessadores: ruptura tecnológica
e início de um novo ciclo de evolução/revolução do hard- 90/94- Os supermicros com tecnologia RISC começam a concor-
ware. rer com computadores de maior porte. A IBM continua lí-
der do mercado, mas apresenta seus primeiros prejuízos.
76/80 - O preço de uma UCP (microprocessador) já está em torno
de 100 dólares. Surgem os primeiros microcomputadores 92/94 - O Pentium (586) é lançado pela Intel; Windows 3.1 conti-
(micros de 8 bits). nua a fazer sucesso. A "guerra de preços" entre os princí-
pais fabricantes continua. Os indicias de que vai recomeçar
78/81 - lnicia-se um novo ciclo de evolução/revolução no software uma migração, como ocorreu com a passagem de 8 para
com o aparecimento das linguagens de quarta geração, em 16 bits, já são uma realidade para os 32 bits. Ponto de rup-
paralelo com a revolução do hardware, criando um proces- tura - novo ciclo de evolução e revolução. O ciclo anterior
so de realimentação que amplifica os avanços da Informáti- esgota-se e começa outro novo ciclo para o software de 32
ca como um todo. bits.

80/86 - Ocorre a explosão da microinformática e da informatiza- 93/94 - Windows NT amplia o conceito de sistema operacional in-
ção em geral. Novo impulso à evolução do hardware. O ta- tegrado com ambiente operacional e promete um ambiente
manha da UCP já atinge dimensões desprezíveis, a capací- que pode ser executado em praticamente qualquer plata- i
dade alcança niveis até poucos anos atrás inimagináveis; forma de hardware. Surge o PowerPC. i
um microprocessador (UCP) já está sendo comercializado I
em quantidade por cerca de 10 dólares para modelos não 199? - Ponto de ruptura - novo ciclo de evolução e revolução l,i,.
recentes. para os software e hardware de 64 ou mais bits.
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tinha mais da metade de todo o mercado Outros modelos, com tecnologia de


de microcomputadores, principalmente 16/32 bits, marcaram a evolução da mí-
pela sua atuação mercadológica que in- croinformática. O Lisa, lançado em janei-
cluiu, nesse período, uma constante guer- ro de 1983, e principalmente o Macintosh,
ra de preços e a conseqüente diminuição em janeiro de 1984, ambos da AppIe, re-
do preço dos PCs, volucionaram com um novo conceito de
Em 1982, são lançados no mercado na- software e interface com o usuário. Outro
cional o CP-SOO da Prológica e o DGT- lançamento importante foi o IBM PC-AT
100 da Digitus na linha do TRS-80, Mi- (AT - Advanced Technology) em agosto de
crodigital e Prológica com modelos da li- 1984, época em que o PC já era o padrão
nha Sinclair e os primeiros da linha Ap- "de fato" para micros. É grande a prolife-
ple, o MicroEngenho da Spectrum/Sco- ração no mercado dos "compatíveis".
pus e o AP II da Unitron. A linha Apple A Compaq começa a destacar-se, assu-
dominou o mercado nacional do final de mindo o terceiro lugar no mercado de mi-
1983 até 1985, quando o padrão passou a cros, depois da IBM e da Apple. Ela domi-
ser o dos IBM-PC compatíveis, que tive- na o mercado de micros portáteis e torna-se
ram os seus primeiros modelos lançados pioneira com os lançamentos do Compaq
em 1983 pela Softec, Microtec e Scopus. 386 em 1986 e do Compaq 486 em 1989.
A proliferação de modelos tanto no mer- Aumenta a guerra de preços cíclica,
cado internacional como no nacional que continua até hoje, entre os principais
continua a ser muito grande; em 1987 fabricantes de micros. Os líderes do mer-
mais de 300 modelos diferentes de mi- cado começam a ampliar a garantia para
cros eram comercializados no Brasil. dois a três anos.

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ARTIGO

venderam mais de 150 milhões de micros


até o final de 1993 (ver tabela 3).
Modelo Anúncio/Uso Bits MIPS Modelo típico Na família IBM-PC e compatíveis, a In-
4004 71/72 4 calculadoras tel tem a maior participação, cerca de
8080 74/75 8 0,1 micros de 8 bits 90'/:, da base instalada. Nos App les. o
8086 78/81 16 0,4 PC-XT único fornecedor vinha sendo a Motoro-
8088 79/81 8/16 04 PC e compatíveis
80286 82/83 16/32 1a2 286, PC-AT la. Foi lançado recentemente o PowerPC
80386 85/86 32 3 a8 386 baseado no RISC 601 da IBM e que faz
! 80486 88/89 32 30 (10 a 40) 486 parte de uma aliança entre Apple, IBM e
860 89/90 64 30 RISC
Motorola para desenvolver uma platafor-
i Pentium (586) 92/93 64/32 100 586 ou P5
i "686" 94/97 64 200 pré-anunciado ma comum para o final da década. Na
i "786" 9? 128/64 1000 estimativas I terceira família, não existe nenhum fabri-
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cante predominante e são utilizados tan-
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Outra característica importante é o to chips proprietários como padrões para


surgimento de modelos de micros cada as famílias anteriores.
vez menores. No final da década de 80, A participação de microprocessadores
surgem os laptops no lugar dos "portá- no mercado é dinâmica. No início da dé-
teis" da Compaq, como os modelos da cada, a Intel tinha 80% e a Motorola 20%.
Toshíba, que mais tarde se transformam Em 1992, a participação de outros fabri-
nos notebooks, hand-held e palmiops, como cantes já era maior que 10°;;,.A tendência
o HP-95/100. No início, eram monocro- para meados da década é que a Intel con-
máticos e com telas de baixa resolução, tinue a dominar e crescer em faturamen-
depois surgiram as telas de alta resolução to, mas caia para perto de 70'10, a Motoro-
coloridas, mas ainda caras. la para cerca de 14% e que outros tenham
As tecnologias de produção de chips uma participação crescente superior aos
continuam evoluindo com rapidez. Os 13%,de 1993.
custos são cada vez menores, a escala de A partir dos processadores 386, os fa-
integração e a capacidade crescentes, bricantes começam a utilizar uma estraté-
como demonstra a evolução dos modelos gia de oferecer, além de várias velocida-
do maior fabricante de microprocessado- des de clock, vários modelos básicos para
res, a Intel, que faturou 6 bilhões de dóla- o mesmo processador: DX, SX, SL e ou-
res em 1992 e vendeu, depois de 1980, tras variações.
mais de 120 milhões de microprocessado- A obsolescência tem sido muito
res (ver tabela 2). grande e crescente. Os modelos lança-
Atualmente, os microprocessadores dos têm uma vida no mercado muito
em uso podem ser associados a três gran- curta: a maioria sai de linha em menos
des famílias de equipamentos. Existe de d01S anos, outros duram menos de
uma quarta categoria, que reúne diversos um ano, Contudo, para o usuário, essa
grupos de aplicações eletrônicas dedica- obsolescência, via de regra. não é física,
das como Jogos eletrônicos e inúmeros isto é. o micro fica obsoleto para uma
outros eqUlpamcntos Ljue utilizam micro- aplicação, mas não para d t'mpresa, que
processadores. As três grandes famílias lá continua d util izá-Io em outras aplica-
coes adequadas.

Mercado dos PCs Compatíveis


Família Processador Fabricantes Unidades A vida útil tísica de um micro pode
(50aominantei IUCP) (rrulhões: chegar a dez anos, mas em média é me-
nor. Já a vida útil tecnológica é muito me-
IBM-PC e cornoatlveís 8086. 286. 386, Intel com: 90%
486 e Pentium AMO. Cyrix, IBM nor e tem diminuído com o tempo devi-
(MS-DOS)
com: 10% 140 do à aceleração da obsolescência pela di-
minuição da duração dos ciclos de pa-
Macintosh da Apple 68020 a 68060 Motoroia: 100%
PowerPC IBM, Apple e Motorola 15 drões de micros. A vida útil conservado-
ISysteml
ra, considerada nos cálculos da tabela 4
Supermicros, Servidores 486, Pentium Intel. Motorola e ainda começa em sete anos em 1980 e vai dimi-
Workstations, (Unix, 680xO, PowerPC DEC. IBM, HP,
TOdOSos RISC Mips, Sun . nuindo até três anos em 1996. O resulta-
Windows NT e outros)
do é que a base ativa, os micros em uso, é

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A Companhia Brasileira de Alumínio contia no luluro.


COIllG cc 1-SEQuência, inves1e no alimento de produçao, através da Iflformati2;;lç~O.
Dedica stençáo especla' ao M-eio Ambiente.
,gec'ul custas e garante milhares {le srnpreqos.
É est::. a tórmula de trabalho que a CompanhJa Brasileira de AjuminiQ desenvolve confiando no futuro.

COMPANHIA
BRASILEIRA DE
ALUMíNIO
pessoais, profissionais, comerciais e de
automação de escritório e absorveu 92°/,)
Ano Venda Tolal Base AIiva Venda Base PCI do mercado de micros em 1993 (PC / T0-
Anual Tolal Anual PC Aliva PC Tolal tal da Venda Anual), ou seja, em 1993
praticamente só se venderam micros Pc.
1980 1.000 1.000
1981 2.000 3.000 A partir de 1994, o rc, como é conhecido
1982 12.000 15.000 hoje, continuará a dominar o mercado,
1983 35.000 50.000 1.000 1.000 2%) mas suas vendas devem representar ta-
1984 70.000 120.000 2.000 3.000 3"'/0 xas decrescentes do total (na tabela 4, a
1985 130.000 250.000 5.000 8.000 3°'lu estimativa para 1996 é de 80'1<»,começan-
1986 230.000 480.000 12.000 20.000 4%
do a dar lugar a novos modelos que ain-
1987 310.000 790.000 50.000 70.000 9~1~
1988 400.000 1.200.000 100.000 170.000 14% da estão sendo desenvolvidos.
1989 460.000 1.500.000 230.000 400.000 27% O PC era responsável por pouco mais
1990 400.000 1.800.000 250.000 650.000 36% de um terço (36%, PC / Total da Base
1991 400.000 2.000.000 310.000 940.000 47",0 Ativa) dos micros sendo utilizados (Base
1992 400.000 2.100.000 350.000 1.240.000 59"0 Ativa) em 1990. Em 1993, chega próximo
aos três quartos (73%) e deve atingir seu
1993 500.000 2.200.000 460.000 1.600.000 73%
80%
pico em 1995 com cerca de 90%.
1994 600.000 2.500.000 540.000 2.000.000
1995 750.000 2.800.000 650.000 2.500.000 89% A base instalada de PCs no Brasil cres-
1996 900.000 3.500.000 720.000 2.800.000 80% ceu entre 1983 e 1993 a uma taxa média
L__ .. maior que 80% ao ano, mesmo tendo caí-
do temporariamente em 1990 para cerca
a venda acumulada menos os micros que de 9%, em conseqüência da recessão eco-
já tiveram sua vida útil esgotada. nômica. Após 1990, ela tem oscilado em
Nota-se que de 1981 a 1986 o mercado torno do valor de 20% ao ano.
nacional cresceu mais de 80% ao ano em Ser seduzido pelo último modelo de
volume. Em 1988 já existiam no Brasil micro com mais recursos e capacidade é
mais de 1 milhão de micros, e nos EUA, um perigo que todos que convivem com
mais de 40 milhões com um crescimento o mercado de consumo correm. Contudo,
em volume de cerca de 15% ao ano. a decisão não é tão simples assim, uma
O crescimento registrado e previsto vez que o último modelo pode ser de fato
para os PCs vem superando as projeções uma oportunidade para aumentar a pro-
otimistas. A penetração é espantosa e dutividade e explorar novos recursos. Os
continua crescendo: passaram de uma anúncios e a imagem mercadológica do
média de 1.000 micros PC mensais, em último modelo amplificam ao mesmo
1986, para uma média de cerca de 40.000 tempo as tentações e os riscos.
micros PC por mês em 1993, apesar da As opiniões podem divergir, mas um
"crise econômica". fato é inquestionável: a velocidade do de-
O simples aumento da demanda por senvolvimento tecnológico está restrin-
micros nas empresas não explica tudo. É gindo perigosamente a vida útil dos pro-
importante notar outro fenômeno: o PC dutos. O ciclo de desenvolvimento de no-
tornou-se um padrão para as aplicações vos modelos de processadores e, como

r··-------,~,.,...~II!MI!If,..,II!IftIII~""_'!I"""_"_._~
conseqüência, de novos micros, está di-
minuindo cada vez mais (ver tabela 5).
! Os diagramas sobre os micros PC em
i
!
!
Processador lançamento Vida (modelo de__ ponta)
.-._----_._ __ _-
_._------------_ .._-_ .. ._--_._. .- __
uso no Brasil mostram a evolução da
composição da base ativa por modelo
i 8080 (8 bits) 1974 (processador), sua tendência e previsão
! 8088 (8/16 bits) 1980 6 anos
I 80286 (16 bits) 1983 3 anos até 1996 (ver gráfico 2).
I 80386 (32 bits) 1986 3 anos Em 1988, tínhamos praticamente só ()
i 80386SX (16/32 bits) 1988 2 anos XT (97%). Em 1991, o XT era responsável
1 80486 (32 bits) 1989 3 anos (1 ano do SX)
80486SX (32 bits) 1990 1 ano por 71%, o 286 por 20%, o 386 por 8% e
::

I 80486DX/2 e OverDrive
Pentium (32/64 bits)
Pentium SX (32 bits)
1992
1993
1994
2 anos
3 anos
1 ano
começava-se a vender o 486. A situação
atual é de 50'X) de X'I' que tende para va-
lores cada vez menores, 17% em 1995 e
,:1

"686" (64 bits) 1995/96 2 a 3 anos


~~----------------------------------------------------~ cerca de 6'10 em 1996. O 286, atualmente

68 RAE • v. 34 • n.3 • Mai./Jun. 1994


EVOLUÇÃO DA M/CRO/NFORMÁTlCA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNC!3.~

com 15';;" deve ficar com 6% em 1995. A seu preço diminuído até o lançamento de
participação na composição do 386 cresce um novo modelo que começa a ser co-
até 40% em 1995. A previsão para o 486, mercializado em um patamar semelhante
que hoje representa 5% da base instalada, ao do início do modelo anterior.
é de cerca de 35% em 1995, crescendo As evidências dos avanços tecnológi-
para mais de 45'/"oem 1996. cos para a próxima década indicam pelo
Assim, podemos concluir que a média menos duas convergências tecnológicas
da participação de XTs nas médias e importantes. A primeira é a da Informá-
grandes empresas nacionais privadas tica com as telecomunicações, através
está ainda longe da média mundial, que da teleinformátíca. A segunda é a de
deve ser em torno de um terço de XT na tecnologias convergentes para os con-
base ativa de mícros Pc. Se acrescentar- ceitos digitais, que reunidas irão formar
mos a essa estatística as pequenas empre- a nova estação de trabalho da sociedade
sas nacionais, a diferença com o que informatizada.
ocorre no resto do mundo é ainda maior, Dados, texto, voz, imagem são formas
o que significa uma defasagem em torno nas quais a informação é representada ou
de dois a três anos para a situação das armazenada e. portanto são recursos que
empresas nos países desenvolvidos. deverão estar presentes na estação de tra-
O mercado de PCs no Brasil tem evo- balho do futuro. O tratamento desses re-
luído até pouco tempo de forma diferen- cursos converge para o uso de conceitos
te do mercado internacional. Contudo, a digitais, viabilizando cada vez mais.: tan-
abertura paulatina da reserva de merca- to técnica como economicamente, a nova
do, a progressiva liberação de softwares
em conjunto com a própria evolução da
tecnologia mundial fazem com que a
GRÁFICO 2:
evolução da oferta de produtos comece a
seguir mais de perto as tendências mun- Evolução dos PCs em Uso
diais. A situação é muito dinâmica e as Base nacional ativa por tipo
participações relativas dos modelos no Pentium
mercado estão sendo modificadas rapi-
damente, como ilustram os diagramas de
evolução dos mícros Pc. 486

Cenários, Ciclos e Tendências


Existem quatro tendências que retra-
tam o cenário atual:
386
20%
, custo de hardware diminui 30% ao ano:
286
"custo relativo do hardware tende a Xl
zero"; 0%
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
capacidade do hardware cresce 30% ao
ano: "capacidade tende a infinito";
equipamento já é tão pequeno quanto
se deseja: limitação é de custo e funda- Modelos de PC em Uso
mentalmente ergonométríca e não tec- Mercado nacional
nológica; Base Atua I Ativa Tendência para 1995
hardware está bem à frente do software,
386 30% Pentium 2%
que por sua vez está mais à frente ain-
da do usuário: potencial inexplorado 486 35%

ainda é muito grande.


286 15% 386 40%
A análise do custo do hardware é mais
286 6%
complexa, considerando que, na realida-
xr 17%
de, as reduções de preço acompanham os
ciclos de evolução tecnológica. Assim, 1.500.000 Micros PC 2.500.000 Micros PC
uma determinada configuração vai tendo

RAE • v.34 • n.3 • Mai./Jun. 1994 69


estação de trabalho que já começa a apa- ou preço do equipamento. Como conse-
recer com o rótulo de multimídia. qüência, praticamente não existia incenti-
Antes do final da década, os computa- vo para outras empresas produzirem e
dores terão mais de dez vezes a capacida- comercializarem softwares.
de e velocidade dos atuais. Para micros, Até que a IBM, na década de 60, sepa-
algo como dez vezes mais que o 486, e rou os custos de hardware e de software
eles serão capazes de trabalhar com uma (unbundling), comercializando seus pro-
interface avançada, e não apenas o vídeo dutos em dois pacotes separados, cobran-
e os dispositivos de saída serão modifica- do pelo primeiro só o hardware e pelo se-
dos, outros dispositivos de entrada como gundo, o que antes era transparente e até
teclado e mouse também sofrerão mudan- certo ponto compulsório, o software - que
ças profundas. Melhoria de hardware ca- engloba programas, treinamento e outros
paz de utilizar multimídia (voz, som, serviços.
imagem, escrita manual etc.) como meio A conseqüência dessa mudança mer-
de entrada/ saída e armazenamento de cadológica foi o nascimento da indústria
informação. de software. Essa indústria possui atual-
Os ciclos de evolução e revolução do mente bem mais de 5.000 empresas que
hardware estão resumidos no gráfico 3 - comercializam mais de 50.000 produtos e
Ciclo Tecnológico dos Micros - que mos- movimentam mais de uma centena de bi-
tra a passagem dos de 8 bits para o PC, a lhões de dólares.
ruptura que estamos atravessando para Como resposta à centralização total
micros de 32 bits e a inexorável perspecti- sem perspectivas, os fabricantes de hard-
va da nova ruptura para equipamentos ware e software começam a comercializar
de 64 bits. produtos que refletem a tendência de
Em paralelo, ocorre outro ciclo, o do descentralização e distribuição dos recur-
software. sos de processamento. Distribuir os re-
cursos de processamento significa colo-
car os computadores mais perto das pes-
soas que os usam, e então interligá-los de
A indústria de software tal maneira que eles possam comunicar-
Até o final dos anos 60, a maioria dos se. Essa estratégia, cada vez mais atual
fabricantes de hardware costumava desen- com o advento dos micros e da crescente
volver ou comercializar, em conjunto informatização das empresas, é desenha-
com o equipamento, o software. Uma es- da para aumentar cada vez mais a parti-
pécie de pacote que incluía equipamento cipação do usuário final no desenvolvi-
e programas. Os fabricantes forneciam o mento e operação dos Sistemas de Infor-
software e os serviços correlatos como mação - uma estratégia para viabilizar
parte integrante do hardware e não cobra- um crescimento ainda maior no uso de
vam diretamente por esses serviços, mas recursos de Informática. No início da dé-
de forma indireta, embutindo no aluguel cada de 90, essa tendência transformou-
se no movimento chamado doumsizing.
Além da inovação tecnológica, muitos
fatores têm contribuído para o crescimen-
to do interesse da interligação de compu-
tadores em rede, como: preocupação com
aspectos de produtividade e custos de
processamento; crescimento da base de
micros e sua integração ao processamen-
to da empresa como um todo; tendência
de distribuir o processamento; aumento
da segurança contra falhas em um siste-
ma central único.
Como resultado da evolução do hard-
ware, três mudanças ocorrem. Primeiro,
1978 Apple 11 usuários, especialmente aqueles que vi-
nham enfrentando sistemas difíceis de

70 RAE • v.34 • n.3 • Mai./Jun. 1994


EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁTlCA: CICLOS, CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

trabalhar e usar pelos quais haviam es- Evolução dos softwares para micro
perado anos para receber, começaram a Até o final da década de 70, os micro-
desviar-se do controle do departamento computadores usaram predominante-
de sistemas. Começaram adquirindo mente o Basic (interpretado) e versões
seus próprios sistemas e mais tarde de- para micros de linguagens de terceira ge-
senvolvendo-os e operando-os em má- ração, normalmente compiladores.
quinas menores micros. Segundo, a Apesar de poderosas, essas linguagens
economia dos sistemas mudou - aumen- de terceira geração mantêm a orientação
tando muito a faixa de aplicações econo- das máquinas grandes: para utilizá-las, é
micamente viáveis. Terceiro, começa a necessário aprender a falar uma das lín-
ficar claro que pequenas máquinas dis- guas que a máquina entende e a estrutu-
persas dificilmente seriam úteis sem co- rar os pensamentos segundo uma deter-
municação entre si e sem uma estrutura minada lógica.
de dados Ou seja, lin-
comum. guagens orien-
Surge a tadas para
automa- procedi-
ção de mentos,
escritó- nas quais
rios, as pode ser
telecomunica- até fácil
ções e as demais aprender
TIs - Tecnologias o voca-
de Informação - bulário e
como resposta. a sintaxe
Emergem a da lín-
microinformá- guagem,
tica e a com- mas é difí-
putação pelo cil e traba-
usuário final lhoso des-
como resultado. crever os procedimentos e a estrutura ló-
São atribuídos novos e importantes pa- gica do problema que se quer resolver.
péis para SIs - Sistemas de Informação. Em 1979, a primeira Planilha Eletrôni-
No início dos anos 80, a principal tarefa ca é mostrada ao público, o VisiCalc
de muitos departamentos de SI era tornar para o Apple n. Seu surgimento é um
a informação disponível. Telecomunica- dos marcos mais importantes na história
ções ganharam interesse pelos problemas dos micros. Coincidência ou não, os mi-
de interconexão e troca de informações. cros explodiram - já tinham um Sistema
Os desenvolvimentos da TI - Tecnologia Operacional, uma linguagem de progra-
de Informação - e as mudanças nas atitu- mação de terceira geração (Basic da Mi-
des têm provocado rápidas mudanças crosoft) e uma revolucionária de quarta
nos papéis tanto dos profissionais de sis- geração (VisiCalc da VisiCorp). A ten-
temas como dos usuários. Emerge um dência moderna de software é baseada na
novo conceito - o Centro de Informações filosofia de utilização do VisiCalc: o
- voltado para dar suporte à computação modo de usar o computador deve apro-
pelo usuário final, fornecendo informa- ximar-se ao máximo das aplicações e da
ção e consultoria para usuários. forma de agir das pessoas. Hoje, cente-
Por volta de meados da década de 80, nas de linguagens de quarta geração,
alguns novos tipos de implementações chamadas user friendly ou amigáveis ao
de SI atingem resultados sem preceden- usuário, estão disponíveis para uma sé-
tes - servem de instrumentos para uma rie de aplicações.
mudança na natureza dos negócios e da Quatro outros programas foram pio-
posição competitiva da empresa -, SI e TI neiros no conceito de quarta geração para
como instrumento de vantagem competi- micros. O WordStar da MicroPro, o pri-
tiva. O papel dos SIs nos negócios revela meiro processador de texto. Dois progra-
seu potencial estratégico. mas da série Visi: VisiFile - gerenciador

RAE· v.34 . n.3 • Mai./Jun. 1994 71


ARTIGO

1.-..--- .. lIlJim!ll~mHI~;I\am!~',t!nlil~iml~~~'II-------1
software. no
O segredo da explosão dos micros está
Só para se ter uma idéia;
, (valores em milhões de dólares, lucro/ação em dólares) I
existem atualmente mais de 50,000 pro-
!
:9n808 Re~~~a L~~~O LUC~~~~ÇãO Valor de Mercado I gramas diferentes só para os PCs compa-
tíveis (MS-DOS) como: programas apli-
1990 1,200 170 1,00 10,000 i cativos, dedicados, linguagens de quarta

,
1992
1993
2,800
3,100
710
950
2.40
3,50
20,000
30,000 I
I geração em pacotes integrados, integra-
dores de software, No mercado nacional,
os 500 programas para os PCs compatí-
\.'_'_''''_''_'"''.'_''MW' __ ._,",~","~ ..•_•••.
,..~ .•,.~~ .•_ .•.,,~~ ••••,~~ •• ,~_.,_ ••,.~,_._",._._,_,.~"~ __ ~._ ••• "".~.~,.~~.'~,"'_~"*"'_""_·""_~"~"_."'~'~'.~'_.~"_'W' __ '~_'_~.~_,..,~., •.•••
~•.•,_,~.__ ._•.•·".""~.~•.~·_,,.~_~.,~__ ,·A

de arquivos e VisiPlot/VisiTrend para veis disponíveis em 1986 já eram mais de


construir gráficos e realizar estatísticas 1.200 em 1987, Em 1993, são milhares de
simples, e por último o dBase II da As- opções, mesmo sem considerar todas as
hton- Tate (hoje Borland) - um gerencia- opções internacionais que, teoricamente,
dor de arquivos com uma linguagem de com a abertura de mercado, estariam
consulta. disponíveis,
A IBM, que demorou para entrar no A evolução do software e da forma de
mercado de micros, não podia lançar um usar os sistemas não estaria completa,
equipamento com tecnologia que ficasse sem se falar do conceito que existe por
logo obsoleta, Lançou o PC com um mi- trás do Macintosh da Apple, Um concei-
croprocessador Intel 8088 de 8/16 bits, to inspirado no Smalltalk da Xerox e
com maior capacidade de processamento que se preocupa ao extremo com a in-
e memória, Novas oportunidades surgi- terface homem-máquina orientada para
ram e de uma certa forma a história se re- o objetivo de produzir uma estação de
petiu: precisava-se rapidamente de um trabalho muito fácil de ser usada, com
novo sistema operacional e de uma nova todos os recursos necessários para tor-
planilha eletrônica que explorasse os no- nar-se uma ferramenta poderosa. Um
vos recursos e a linguagem de terceira conceito que usa: I1lOUSC, ícones, janelas
geração não era tão importante - ficou o e recursos gráficos, ou seja, um padrão
Basic. de interface homem-máquina ou mais
O sistema operacional foi licenciado genericamente: CUI - Graphical Usa In-
da Microsoft o MS-DOS (MicroSoft-Disk terface, Uma estratégia que obriga todos
Operating System), muito parecido com o os programas desenvolvidos para este
CP IM, A planilha veio um pouco mais ambiente operacional a seguirem rigida-
tarde, no final de 1982, com o Lotus 1-2-3 mente um padrão, O resultado dessa es-
da Lotus, tratégia é uma consistência que permite
a quem aprende a usar um programa,
saber usar grande parte de todos os ou-
tros programas disponíveis para este
ambiente, Em suma, um conceito que
Ano Micro DOS Ambiente e Sistema
indica a direção e a tendência dos novos
1981 PC 1 Xerox Star sistemas,
1982 PC-XT 1,1 VisiOn Da mesma forma que a história dos
1983 2 Apple Lisa
Apple Macintosh
computadores se confunde com a da IBM
1984 PC-AT 3
1985 3,1 IBM TopView e a dos micros com a da Apple, a história
Windows 1 do software para micros confunde-se tam-
1987 386 3,3 Windows 2 bém com a da empresa mais influente e
1988 4 OS/2 1,1 que vem dominando o setor, A Microsoft
1989 486 4,01 HP NewWave
é a maior empresa de software, um fenô ..
1990 386SL Windows 3
1991 486SX 5 Norton Desktop meno de crescimento e faturamento na
1992 486SL OS/22, economia mundial (ver tabela 6),
Windows 3,1 A estimativa para o exercício de 1994
Win Workgroup é de faturar perto de 5 bilhões de dóla-
1993 Pentium 6 OS/22,1
res, continuar a ter um lucro de 25% e
Windows NT
6,2 Chicago e Cairo
crescer 40% ao ano. Sua receita é supe-
1994 Pentium SX
199? X86 X OS/23,0 rior à soma dos seis maiores concorren-
tes, Há mais de 12,000 funcionários em

72 RAE . v, 34 • n. 3 . Mai./Jun, 1994


EVOLUÇÃO OA MICROINFORMÁTlCA. CICLOS. CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

27 países, 20.000 micros e atende a mais suftware cada vez mais complexo inter-
de 30.000 chamadas de suporte por dia. namente, para facilitar o uso e oferecer
Seu valor de mercado é maior que o da mais recursos (maior demanda de hard-
IBM e tem uma relação valor e receita da ware para processá-los);
qua I nenhuma outra grande empresa software mais versátil e fácil de usar -
chega perto. Seu fundador e principal ajuda e manual inteligentes e on-line -
executivo, Bi11 Gates, tornou-se o ho- capacidade de ensinar a usar o próprio
mem mais rico do mundo e criou o lema software, de analisar dúvidas e de
atual da Microsoft: "Information at your aprender tarefas repetitivas;
fingertips ". distribuição eletrônica de software - in-
O ciclo de desenvolvimento de novos clusive de documentação, manuais e
modelos de processadores e de novas auto-instrução. Cada vez mais fácil de
versões de sistemas operacionais sempre ser adquirido para grandes empresas;
teve um ritmo acelerado, como podemos toda linha de produtos de determina-
observar na tabela 7. dos fabricantes já estará disponível no
O mercado de software e hardware pa- servidor, bastando instalar e pagar
(hão PC no Brasil evoluiu até 1990 de após algum tempo. O meio eletrônico
forma diferente do mercado internacio- de distribuição pode ser por comuni-
nal. Contudo, a abertura da reserva de cação ou físico, como, por exemplo,
mercado em conjunto com a própria um CD-ROM que tem capacidade de
evolução da tecnologia mundial fazem armazenar até centenas de softwares
com que a evolução da oferta de produ- completos;
tos comece a seguir as tendências mun- crescente preocupação com interface
diais. homem-máquina, com três vertentes:
* padronização dessa interface - por
Cenários, Ciclos e Tendências modelo ou família de equipamento;
Atualmente, a ruptura tecnológica * múltiplas formas - interfaces múlti-
provocada por interfaces gráficas como o plas:
Windows exige a atualização de metas, . várias formas diferentes de visuali-
uma avaliação e atualização da base ins- zação / utilização da informação;
talada de equipamentos para servir de . várias formas alternativas de reali-
plataforma para os novos programas com zar a mesma tarefa;
interface gráfica (ver gráfico 4). * fusão de linguagens;
Existe um conjunto razoável de ten- melhoria significativa em linguagem
dências que podem ser identificadas com natural, compreensão, tradução, utili-
maior facilidade. Por exemplo, a fusão do zação da voz e outros avanços em C3111-
sistema operacional com a interface gráfi- pos da Inteligência Artificial;
ca em um só programa e ambiente, como maior disponibilidade de informação
acontece desde o início com o Macintosh. digitalizada - tecnologias convergentes
Outros exemplos são: para conceitos digitais.

Evolução e índices
O estudo de casos reais permite identi-
Ambiente ficar e quantificar diversos índices e parâ-
novo para metros para planejamento e principal-
32/64 bits
mente verificar como eles estão evoluin-
Interface
gráfica (GUI) do com o tempo, estágio, porte e setor
tipo Windows.
Macintosh.. das empresas. Após apresentar o valor
Linguagens de médio encontrado no estudo de casos
quarta geração
tipo planilhas ... reais e pesquisas nas médias e grandes
Linguagens de empresas nacionais (Pesquisa anual do
programação tipo ClA - Centro de Informática Aplicada da
Cabal. Basic ...
FGV), é mostrada a faixa na qual se con-

RAE . v. 34 • n.3 • Mai./Jun. 1994 73


ARTIGO

centram os valores e comenta-se o tipo de vo / micro - o típico é ficar próximo ou


variação usual do índice em função de um pouco abaixo de 8% para uma es-
aspectos característicos das empresas tratégia não muito agressiva e uma re-
pesquisadas: lação de três usuários/micro, dimi-
nuindo bastante quando a relação cai
Usuário ativo/micro = 2,2 (1,5 a 5,0). A para menos de 2,2 usuários/micro.
relação entre o número de usuários Para estratégias mais agressivas e está-
ativos e os micros instalados na em- gios mais avançados do processo, valo-
presa diminui conforme a empresa ca- res abaixo de 4% analistas/micros são
minha no processo de informatização comuns. A propósito, o pessoal de CI é
e da média atual de 2,2 converge para em média 10% do total de pessoal em
um valor menor que 2, sendo que va- Informática, o que, por sua vez, repre-
senta perto de 6% dos funcionários téc-
nicos e administrativos da empresa.
Nas fases adiantadas do processo de in-
formatização, o índice tem uma dimi-
nuição aparente devido ao fato de que
os Analistas de Suporte se transformam
em Analistas de Negócio ou exercem
este papel e portanto passam a fazer
parte do setor, não sendo mais contabi-
lizados como pessoal de Informática.

Usuário/funcionário administrativo =
45% (10% a 99%). Novamente a faixa
utiliza o micro após o de variação é ampla. Existem empresas
com praticamente 100% dos funcioná-
treinamento. rios técnicos e administrativos sendo
usuários. Outras tantas que estão em
fases iniciais do processo têm somente
10%. A média vem crescendo ano a
lores entre 1,5 e 5,0 us uarros ati- ano: em 1987 era de 20%, passou para
vos/micro são comuns. A base insta- 30% em 1990, em 1991 para 35% e em
lada de micros nas empresas nacionais 1992 para 40%. Essa média deve ultra-
está crescendo muito e este índice mé- passar 50% antes de 1995. Em 1993, o
dio, que era de três usuários ati- número de usuários está próximo de
vos/micro, manteve-se estável por al- 45% do total de funcionários técnicos e
guns anos até 1988, quando voltou a administrativos, com diversas empre-
cair. O índice é inversamente propor- sas apresentando taxas de mais de
cional ao estágio de informatização, e 60%. O fator mais relevante é a cultura
ao porte da empresa - quanto maior o vigente na empresa. Por exemplo, em-
porte ou mais adiantada no processo, presas pequenas com idade média dos
menor o índice. funcionários relativamente alta tendem
a ter um índice bem menor que 40%;
Analista de suporte/micro = 4% (2% a por outro lado, empresas com pessoal
15%). A evidência empírica sugere um mais jovem e com tradição de inovação
índice próximo de 8% para número de atingem valores até superiores a 75%.
pessoas do CI (Centro de Informação)
pelo total de micros inicial. A média Usuário ativo/usuário treinado = 70%
para grandes empresas, em 1993, ficou (55% a 80%). Nem todos os usuários
em 3%. Esse índice tende a evoluir ra- treinados tornam-se usuários finais ati-
pidamente e seu comportamento é in- vos; um terço não utiliza o micro após
versamente proporcional ao estágio de o treinamento, em média. A taxa de pe-
informatização e à base de micros ins- netração planejada é normalmente
talada. Depende da estratégia de im- maior que 50%, isto é, bem mais de
plementação e da relação usuário ati- 50% do pessoal técnico e administrati-

74 RAE· v.34 • n.3 • Mai./Jun.1994


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ECONOMICA I
IL ~
ARTIGO

18

16
FUN ~ total de
14 funcionários da
12 empresa
10
FUN{TEC FTA ~ total de
funcionários
FTA/Micro técnicos e
FTA{TEC administrativos

TEC ~ teclados ~
micros + terminais
1992 1994 1996

vo serão treinados ao longo de todo o * 5% a 10% torna-se I/especialista" e, se


processo de informatização. O perfil for permitido, passa a maior parte do
médio dos usuários treinados costuma dia utilizando o micro, demanda ferra-
resultar em: mentas mais sofisticadas e auxilia os
demais; em alguns setores, faz o papel
* 25% a 35% dos usuários treinados do Analista de Suporte e tende a pro-
continuam a usar os micros, desen- vocar uma descentralização das fun-
volvem suas próprias aplicações, têm ções do CI.
uma parcela significativa de seu tra-
balho automatizada e demandam um Muitos desses índices podem ser con-
suporte mais especializado e de re- siderados baixos quando comparados
cursos avançados das ferramentas; com médias internacionais, mas estão
crescendo a taxas maiores e já atingem
* 30'X,a 35'X,continua a usar os micros, valores significativos.
em média uma vez por semana, de- Os gráficos mostram a evolução de al-
senvolve aplicações simples, tem guns dos índices. O gráfico 5 é um exem-
uma parte de seu trabalho automati- plo ilustrativo da evolução da relação de
zada e demanda suporte na estrutu- funcionários por teclados e por micros.
ração de novas aplicações e no uso O gráfico 6 mostra a evolução desde
das ferramentas padrões; 1988 e a tendência para relação usuá-
rio / micro na média das empresas e por
* 25'10a 35% praticamente não usa di- setor da economia.
retamente os micros, uma parte ain- Os dois últimos (gráficos 7 e 8) repe-
da participa, mas utiliza tipicamente tem os índices do primeiro, mas no con-
resultados produzidos por outros texto de evolução para média das empre-
usuários; sas e por setor.

Média nacional (94/95)


12

10

FTA/Micro FTA/TEC

Indústria Comércio Serviços

76 RAE • v. 34 • n. 3 • Mai./Jun. 1994


EVOLUÇÃO DA MICROINFORMÁTlCA: CICLOS. CENÁRIOS E TENDÊNCIAS

Existem outros índices utilizados na r----I•.•:lfIli"t'h~h~I~,IPI.mlP,.··"j'•• u 4'-'1, 11!II11I!1'tjft~rmltll~,fl!ll·


jl!llii"*IIII~'I"I,!IIIC'j[!IIIit!llll't!IftJ~I'~if~, 11_. --"-'1
Administração da Informática. Um dos i
principais indicadores para o planeja- Estratégia de Implementação
mento e comparação com outras empre- I,
1. Descongelar: preparar pessoal;
sas é o gasto total/faturamento, isto é, o ! educação = melhor veículo de mudança: resulta em:
p.ercentual do faturamento da empresa
que é destinado à Informática. Esse per-
!
I
" confiança e participação;
" maior probabilidade de sucesso;

I
I

centual depende de vários fatores. Os 2. Mover / Ação: movimento - concretizar idéias para ação;
dois principais são o estágio de informa- educação como veículo para ação - estimular ação:
tização e o setor da empresa. !1 implementação é um processo de mudança cultural;
O gasto total é a soma dos gastos com
li! 3. Recongelar: traduzir investimento em retorno;
equipamento, instalações, materiais de . estabilizar em novo patamar de cultura:
consumo, gastos com software e gastos I " diminuir o "gap cultural";
! "aumentar a "inteligência da empresa".
com pessoal de sistemas. A composição L ._. . . . ,__. __.._ .._._ J
desses gastos depende dos fatores men-
cionados e principalmente das Tecnolo-
gias de Informação utilizadas. Para mi- ção ocorrem em tal velocidade que as ne-
crocomputadores, os gastos com hardware cessidades surgem a uma velocidade
e software são equivalentes já para siste- maior que a capacidade de absorver a
mas de maior porte, o gasto com hardware tecnologia e de atender a essas necessida-
é a menor parcela e vem diminuindo. des que a área de Informática pode ter.
Em média os gastos têm crescido mais Esta situação deixa a nítida impressão de
de 10% ao ano, passando de 1,4%, em que a área de Informática atrapalha a U

1988, para cerca de 2,3% em 1993. Nesse organização" .


período, as maiores taxas de crescimento Neste contexto, convém ressaltar mais
são apresentadas pelas empresas menos uma vez que estamos atravessando uma
informatizadas e pelo setor industrial. A fase de grande transição, agravada pela
propósito, os índices para os países do coincidência de rupturas tecnológicas
Primeiro Mundo são superiores aos na- nos ciclos de evolução do hardware e do
cionais. Por exemplo, em 1991, a média software.
americana foi da ordem de 3,5'X" portan- A avalanche de novas tecnologias de
to, 80°;\)a mais que a média nacional de Informática é tão grande que as empresas
1,9%. Em 1992, a média continuou em e pessoas não têm capacidade de assimi-
cerca de 3,5% e a nacional subiu para lá-las na mesma velocidade, provocando
2,1%. uma grande lacuna cultural, isto é, uma
defasagem entre o que está sendo utiliza-
Cenário e a Lacuna Cultural do e o que está disponível. O gráfico 9
Os avanços da tecnologia de informa- ilustra este conceito.

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Uso (Lacuna cultural - cu/ture gap) I!
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:~""" Tecnologia disponível
Novo patamar de "Inteligência da Organização"
Te---.Jmpo! I
1 Uso da Tecnologia pelas empresas em geral
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RAE • v. 34 • n.3 . Mai./Jun. 1994 77


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Não dá pra não ler.
ARTIGO

Uma estratégia correta para imple- * criar vocabulário comum e visão ho-
mentar novas tecnologias pode diminuir mogênea das aplicações e potenciais
essa lacuna cultural e colocar a empre- TI;
sa/pessoas em um novo patamar, como * construir habilidades: técnicas e ad-
mostra o quadro 1, sobre a administração ministrativas; transferir informações;
da mudança que utiliza a educação como
veículo principa l. estimular a ação:
O modelo retrata o mecanismo do pro- * TI é ao mesmo tempo concreta e abs-
cesso de implementação de novas tecno- trata. Os componentes concretos são
logias - em especial a estrutura da atua- o hardware e parte do software, que
podem ser apresentados clara e ex-
plicitamente;
* os componentes abstratos, que fre-
qüentemente são críticos na imple-
mentação, não são tão claros e fáceis
de ser apresentados, como:
· aspectos psicológicos, organizacio-
do nais e políticos;
· o processo de administração e a sua
cerca de 25 anos; os micros redefinição;
há pouco mais de 15 anos e · as resistências à mudança - que de-
vem ser aliviadas;
os futurólogos são unânimes · envolvimento do usuário - criação
de um ambiente propício para en-
ao afirmar que só vimos a volvimento e confiança.
ponta de um iceberg.

A relação de tendências, impactos e


ção de um consultor externo. Inicialmen- desenvolvimentos futuros, como os cita-
te ele funciona como orientador para di- dos ao longo do texto, são baseados no
minuir a lacuna cultural e provocar o estudo do processo de evolução. Contu-
descongelamento; depois direciona o do, qualquer lista desse tipo é limitada ao
processo de mudança estimulando ação conhecimento atual e não inclui breakih-
na direção correta e diminuindo as bar- roughs, os grandes saltos que muito pro-
reiras e resistências naturais; e em um vavelmente ocorrerão e eventualmente
terceiro estágio funciona como catalisá- causarão efeitos mais profundos que os
dor da institucionalização. significativos já visualizados com o co-
Os objetivos do processo de adminis- nhecimento atual.
tração da mudança organizacional repre- A indústria de Informática está na sua
sentada por novas tecnologias e sistemas infância. A indústria de software começou
são: há cerca de 25 anos; os micros há pouco
mais de 15 anos e os futurólogos são unâ-
,. diminuir a lacuna cultural: nimes ao afirmar que só vimos a ponta
* aumentar conhecimento e "desconge- de um iceberg. Os impactos e eventos
lar"; significativos ainda estão por vir.

BIBLIOGRAFIA
--------------_._----_._----------------
MEIRELLES. Fernando S. Informática: novas aplicações com microcomputadores. São Paulo:
McGraw-Hill/Makron Books, 1994, 2ª edição atualizada e ampliada.

CIA - Centro de Informática Aplicada - Pesquisa Anual - Administração de Recursos de Informáti-


ca. 4ª edição de 1993 e resultados preliminares da 5ª edição de 1994, São Paulo, FGV.

80 Artigo recebido pela Redação da RAEem abril/94, avaliado e aprovado para publicação em maio/94.

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