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Conquanto seja um efeito temporal, é certo que a empresa que adota essa
proteção contábil preserva a apresentação de um resultado melhor durante o
período da variação cambial; mas, a possibilidade de esse lucro atingir o clímax
como dividendo, dependerá da avaliação sobre o tratamento tributário dessa
mesma variação cambial.
Em sendo adotada esta última opção, o efeito na apuração dos tributos sobre a
receita (Contribuição para o PIS e COFINS) e sobre o lucro (Imposto sobre a
Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido –
CSLL) seriam, praticamente, os mesmos da contabilidade de hedge, ou seja, a
despesa não seria reconhecida e o resultado seria maior. Com isso, seriam
devidos os tributos sobre o lucro e o resultado líquido final poderia ser
distribuído como dividendos, isentos de nova incidência tributária.
Por outro lado, em sendo adotado o regime de competência também para fins
tributários, a questão da possibilidade de distribuição de dividendos passaria a
depender de outro fator: o entendimento da autoridade fiscal sobre a isenção dos
dividendos no contexto do Regime Tributário de Transição – RTT.
Nessa situação, por não haver tributação de IRPJ e CSLL sobre o “resultado
positivo” da variação cambial (na verdade, da omissão do seu registro como
despesa), e com respaldo no Parecer PGFN n° 202/2013, o auditor fiscal poderá
questionar a isenção dos dividendos distribuídos com base nesse lucro.