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Formas e formas de regularizar ativos no exterior

Edison Carlos Fernandes, doutor em Direito pela PUC/SP, coordenador do


Núcleo de Direito Tributário do CEU Escola de Direito, professor da FGV
Direito SP, sócio do Fernandes, Figueiredo, Françoso e Petros Advogados.

O prazo para a adesão à chamada Lei de Repatriação já começou e se encerra no


próximo 31 de outubro – Dia das Bruxas (Halloween) e um dia depois do
segundo turno das eleições municipais.

Em meio aos tumultuados ambientes político e econômico em que vivemos,


ainda é preciso avaliar a regulamentação dessa que pode ser a primeira e a única
oportunidade oficial de regularizar ativos mantidos no exterior, sejam recursos
financeiros sejam bens materiais.

Envolvido na judicialização do processo de impeachment, o Supremo Tribunal


Federal deverá analisar a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI n. 5.496,
de autoria do Partido Popular Socialista – PPS, exatamente com a Lei de
Repatriação.

Ao lado das listas de bens e recursos no exterior, da documentação suporte já


recebida e ainda a receber e de planilhas de cálculo e de consolidação das
informações, o interessado em regularizar a situação terá de se preocupar também
com o andamento dessa ADI. É certo que o Poder Judiciário brasileiro é moroso,
mas, nesse caso específico, a demora na análise do mérito pelos Supremos
Ministros poderá comprometer o regime especial criado pela Lei de Repatriação.

Apesar das dúvidas e da insegurança jurídica causada por elas, há um elemento


extremamente positivo desse processo: o titular de ativos no exterior foi
provocado a pensar a respeito e a tomar providências para regularizar sua
situação. E considerando algumas premissas, pode haver medidas alternativas
para oficializar esses ativos estrangeiros até então à margem das declarações que
seu proprietário apresentou às autoridades brasileiras.

Dentre essas premissas, podem ser citadas: origem dos ativos, que em qualquer
hipótese deverá ser lícita; capacidade de comprovar essa origem; idade dos ativos
envolvidos; valor total dos ativos; geração ou não de frutos (rendimentos) dos
ativos mantidos no exterior.

Dependendo da combinação desses fatores, a regularização dos recursos,


financeiros ou materiais, localizados no exterior, pode ser feita com base em
outras leis e regulamentos, mais antigas e por isso mais seguras, passando, o
interessado, ao largo das discussões sobre a Lei de Repatriação.

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