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Ainda como estudante, conheci o então professor carioca Luís Roberto Barroso
no Congresso de Direito Constitucional realizado na Universidade Federal do
Paraná, em 1993, onde fui apresentar o que seria o meu primeiro trabalho
acadêmico. Lembro que fiquei impressionado com a palestra do professor
Barroso, motivo pelo qual passei a acompanhar, ainda que à certa distância, o seu
trabalho como jurista. Nos últimos tempos, acompanhei, pela imprensa, a
especulação sobre sua indicação para o Supremo Tribunal Federal e, finalmente,
sua confirmação e, confesso, estava torcendo por ele.
Num determinado momento da cena, um dos lordes diz: “não aceitaremos mais
leis sem a nossa aprovação”; transpondo para a matéria tributária, cunhou-se a
expressão: non taxation without representation. Note-se que a legalidade não é o
cumprimento de um requisito formal, mas, sim, a garantia de participação do
contribuinte no processo de elaboração da norma tributária.
Se o Executivo fica “refém” do Legislativo ou se, como vem sendo difundido nos
recentes protestos nacionais, “eles não nos representam”, a solução não virá,
absoluta e definitivamente, do relaxamento da legalidade. No resultado final da
votação no STF, tal relaxamento não foi confirmado.