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ARISTÓTELES

Filho de um médico, nasceu no ano 384 a.C. em Estagira, no norte da


Grécia, onde seu pai exercia o cargo de médico da corte do rei da
Macedônia. Ao completar 18 anos, mudou-se para Atenas e foi membro
da Academia durante 20 anos. Ao falecer Platão, deixou Atenas e passou
algum tempo na Ásia Menor, onde casou. Foi convidado por Filipe, rei da
Macedônia, para encarregar-se da educação do futuro Alexandre, o
Grande. Ao falecer Filipe e Alexandre subir ao trono, Aristóteles voltou a
Atenas e abriu sua escola, o Liceu, em um bosque desse nome numa
propriedade que provavelmente alugou.

LÓGICA:
Aristóteles é talvez mais conhecido como fundador da lógica formal – no
seu caso, da teoria do silogismo. A lógica de Aristóteles é uma lógica de
termos: os argumentos são válidos ou não de acordo com as relações
entre os termos envolvidos. A lógica posterior, da forma introduzida pelos
estóicos em particular, era proposicional, interessada em relações entre
proposições, sem referência aos termos que elas contêm. É uma questão
de certo interesse, embora difícil de responder, por que Aristóteles
abordou o assunto através de termos e como a lógica proposicional veio a
ser desenvolvida mais tarde.

CIÊNCIA:
Para Aristóteles, a ciência propriamente dita é uma investigação das
formas assumidas pela natureza. Os objetos naturais têm certas formas e
as mudanças que podem sofrer são limitadas por elas: nada pode provir
de nada. A preservação da forma constitui a regra, mas desvios dela não
são impossíveis. Isso significa que a idéia de forma é ainda, como acontece
com Platão, uma espécie de ideal, mas um ideal do qual a natureza em si
se aproxima. A forma não é algo inteiramente separado da natureza e é
contra a sugestão de Platão, de que assim acontece, que se insurge
Aristóteles.
Alega-se geralmente que o modelo de ciência de Aristóteles foi a biologia
e, às vezes, diz-se que sobre muitos assuntos ele generalizou a partir do
que é válido em biologia. Isto é um exagero, embora seja verdade que as
obras biológicas constituem parte muito considerável do corpus
aristotélico.

METAFÍSICA E ONTOLOGIA:
Aristóteles indaga, como um dos problemas a serem abordados, se poderá
haver uma ciência geral do ser-qua-ser, bem como ciências particulares
relativas a isto ou aquilo. Poderá haver simplesmente uma ciência do que
é, uma ontologia geral?
Isto tornou-se possível graças a uma idéia, na teoria do significado de
Aristóteles, que tem sido chamada de doutrina do “significado focal”.
Impressiona-o evidentemente o fato de que diferentes coisas são
mencionadas pela mesma palavra.
Aristóteles aplicou, em dois estágios, essa doutrina à idéia do “ser”. No
primeiro, todas as coisas que se diz que são estão relacionadas com o que
é chamado de substância, esta sendo o tipo primário de coisa. No segundo
estágio, exemplificado no restante do Metafísica VII, ele aplica o mesmo
tratamento à idéia de substância. Várias coisas são chamadas de
“substância”, e por várias razões, mas todas elas têm que estar
relacionadas com algo que é substância de maneira primária.

A ALMA:
A concepção de alma de Aristóteles, por outro lado, diferia muito da
formulada por Platão. Este, sem dúvida, sofreu em sua concepção
influência dos pitagóricos. Em uma de suas críticas aos pitagóricos, dizia
Aristóteles que eles não davam explicação do modo como a alma se
relacionava com o corpo ou como podia manifestar-se em corpos
diferentes.
Para Aristóteles a forma básica de vida seria encontrada nas plantas, que
simplesmente se alimentam, crescem, decaem e se reproduzem. Por isso
mesmo, a forma básica da alma consistiria na capacidade de realizar tais
coisas, e todas as formas de vida a manifestam. No caso dos animais, há
ainda a capacidade de percepção sensorial, e no caso da maioria a
capacidade de movimentar-se. Nos seres humanos, manifesta-se tudo
isso, além de pensamento e razão.

ÉTICA E POLÍTICA:
A mesma ambivalência afeta a ética de Aristóteles, conforme já tivemos
oportunidade de notar, mas com complicações adicionais, porquanto ele
insiste em que o homem é um animal político. Nessa medida, a ética faz
parte da política. A posição oficial de Aristóteles a respeito desses
assuntos é que eles constituem ciências práticas, não teóricas, da mesma
forma que a Poética e a Retórica referem-se a ciências produtivas.

O SISTEMA ARISTÓTELICO:
De modo geral, a filosofia de Aristóteles proporciona uma visão
maravilhosamente abrangente da realidade, do mundo físico e dos seres
humanos. Seja ou não correto falar em um sistema aristotélico, como se
veio a considerá-lo, ele foi profundamente universal em seus interesses e
enciclopédico em suas discussões.
Aristóteles rejeitou inteiramente as Formas, ou Idéias. Mas o mesmo fez,
por exemplo, Espeusipo, sobrinho de Platão, que se tornou o segundo
chefe da Academia e que rejeitou também outras idéias do mestre e, em
todos os sentidos, de maneira muito mais radical. Mas se Aristóteles no
começo da vida escreveu diálogos como Platão, este nunca poderia ter
escrito os trabalhos maduros de Aristóteles.

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